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Enquanto damos a Lutero o que é devido, fazemos bem em lembrar algumas realidades
históricas. Lutero, como Calvino e Zwingli, veio a se opor severamente ao anabatismo.
De fato, dos 20.000 a 40.000 anabatistas martirizados nas primeiras décadas,
provavelmente mais foram massacrados por protestantes do que por católicos.
O ponto foi estabelecido. Os anabatistas não eram parte da grande reforma protestante,
mas estabeleceram uma terceira opção. Eles sustentavam valores distintos.
Fazemos bem em chamar a nós mesmos de volta a base, apesar de sabermos que os
anabatistas não são os donos da verdade. Claramente, em outros pontos outros podem
nos ensinar muito. Nós , em tempo, apresentamos nossa compreensão anabatista, a
qual envolve 12 princípios básicos:
1. Uma elevada visão da Bíblia. Apesar de não cultuarmos a Bíblia em si mesma, o que
seria bibliolatria, os anabatistas aceitam “as Escrituras como a autorizada Palavra de
Deus e pelo Espírito Santo o guia infalível para conduzir o homem à fé em Cristo e guiá-
los na vida de discipulado cristão.” Os anabatistas insistiam que os cristãos deveriam
ser sempre guiados pela Palavra, a qual deve ser coletivamente discernida, pelo
Espírito.
6. Insistência em uma igreja sem classes ou divisões. A igreja, o corpo de Cristo, tem
apenas uma cabeça. Embora reconheça uma diversidade de funções. Os crentes
anabatistas colocam de lado toda distinção racial, étnica, de sexo ou classe social
porque elas são suprimidas na igualdade e unidade do corpo.
9. A igreja como uma contracultura visível. Como comunidade unida dos crentes toda
congregação anabatista é modelo de uma comunidade alternativa. Como comunidade
de compromisso funciona como uma autêntica contracultura.
10. Crê que o evangelho inclui uma entrega ao caminho da paz modelada pelo Príncipe
da Paz. Aqui os anabatistas diferem de muitos outros cristãos. Os anabatistas crêem
que o pacifismo não é uma opção, não é marginal, e não relacionado principalmente ao
militarismo. Na base da Escritura, os anabatistas renunciam a violência nas relações
humanas. Nós vemos a paz e a reconciliação – o caminho do amor – como estando no
coração do evangelho de Cristo. Deus deu a seus seguidores esta ética não como um
ponto a ponderar, mas como um mandamento a ser obedecido. Isto custou muito para
Jesus e deve ser também custoso para os seus seguidores. O caminho da paz é um
caminho da vida.
11. Entrega à servidão. Como Cristo veio ser servo de todos, os cristãos também devem
servir uns aos outros no nome de Cristo. Destarte, separação de um mundo de pecado
é balanceada por um testemunho prático de ajuda em uma sociedade carente e ferida.
12. Insistência na igreja como uma igreja missionária. Os anabatistas acreditam que
Cristo comissionou a igreja a ir por todo o mundo e por todas as sociedades e fazer
discípulos de todos os povos, batizando-os e ensinando-os a observar seus
mandamentos. O imperativo evangelístico é dado a todos os crentes.
A reforma protestante não foi longe o suficiente. Os primeiros anabatistas, embora longe
da perfeição, entregaram-se a nada menos que a restauração da igreja do Novo
Testamento. Nós, seus herdeiros, temos o privilégio de reenfatizar esses doze
princípios, em palavras e atos, aqui e agora.
Postado por Pastor Diego Bruno às 10:13