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Fichamento (Mar/16) – Grupo de Estudo ETECM

QUEIROZ, Luis Ricardo S.. Ética na Pesquisa em Música: definições e


implicações na contemporaneidade. Per Musi: Belo Horizonte, n. 27, 2013,
p. 7-18.

O artigo de Luis Ricardo Queiroz chama atenção para a discussão sobre a


ética na pesquisa em Música, dividindo-se em cinco pontos: “Introdução”; “A
“regulamentação” de códigos de ética para a pesquisa: problemas e
perspectivas para o campo da música”; “A ética no âmbito da pesquisa em
música na atualidade”; “Doze questões fundamentais sobre a ética na pesquisa
em música” e “Conclusão”.

Queiroz, em sua introdução, afirma que a demanda de pesquisas no campo da


música vem aumentando em várias subáreas, tornando o campo bastante
diversificado e abrangente. Entretanto, as discussões e os trabalhos sobre
ética não acompanharam esse crescimento, e alerta para a importância e
urgência na ampliação dos debates sobre o tema pelo fato da pesquisa em
música, em sua grande maioria, envolver de forma direta ou não, pessoas.

No segundo ponto conceitua sobre ética na perspectiva de Pasqualoti (2010) e


logo adiante cita a evolução dos documentos reguladores da pesquisa: “Código
de Ética de Nuremberg” e a “Declaração de Helsink”, que norteiam textos mais
recentes. A problemática acontece pelo fato desses códigos terem sido
pensados nas pesquisas da área de saúde, e as câmaras avaliadoras também
serem dessa mesma área, o que em certos (ou muitos) aspectos se dá de
maneira diferente das ciências humanas, e em especial a área de música. O
autor evoca princípios como a transparência, a coerência e o respeito aos
valores humanos como norte para a produção do conhecimento em detrimento
de regras rígidas que engessam a pesquisa qualitativa comumente usada na
área.

Em “Ética no âmbito da pesquisa em música na atualidade”, Luis enfoca os


problemas e desafios específicos da área sobre o assunto. Fala da música
como atividade humana realizada em um plano inicialmente individual, mas
também coletivo e social o que faz a discussão sobre ética oportuna e
necessária. Cita alguns autores que escreveram sobre o assunto nas diversas
subáreas do conhecimento musical e as reflexões em ambientes como a
ANPPOM, a ABEM e a ABET que impulsionam as discussões sobre ética NO
Brasil. Destaca a atuação de associações e periódicos internacionais que
definiram em documentos de conduta ética princípios para orientar as
atividades do pesquisador em música.

No quarto ponto o autor levanta doze questões pertinentes à conduta do


pesquisador em música como, o plágio de textos e idéias de outros autores e
até o autoplágio, passando pelo plágio musical (quando se utiliza ou divulga
material sem as devidas autorizações dos detentores dos direitos); a
interferência negativa no ambiente pesquisado; o esclarecimento com
linguagem adequada acerca dos objetivos da pesquisa às pessoas envolvidas;
a utilização de questionários e entrevistas de forma respeitosa que não viole,
nem agrida a cultura e cotidiano dos pesquisados; a obtenção de autorização
para realizar registros de áudio, vídeo, fotografias, bem como para sua
publicação; a decisão sobre encaminhamentos de material de pesquisa “raro”;
o pagamento por informações e dados de maneira escusa; o cuidado no
tratamento crítico de material pesquisado e suas conseqüências; a
disponibilidade dos resultados para as pessoas investigadas; o cuidado na
exposição de material pesquisado, mesmo com as devidas autorizações; o
compartilhamento de produtos/lucros obtidos através da pesquisa com as
pessoas pesquisadas.

E conclui evocando a maturidade, o bom senso, o diálogo, o respeito às


pessoas envolvidas nas pesquisas e ao material pesquisado, em contraposição
a regras absolutas que não se adéquam à pesquisa contemporânea.

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