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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

PORTARIA Nº 002/01-DIRETORIA DE ENSINO DE 15 DE JANEIRO DE 2001.


Dispõe sobre o Processo seletivo para Curso de Habilitação de Oficiais(CHO), para o
provimento de 25 (vinte e cinco) cargos de 2º Tenente do Quadro de Oficiais Auxiliares e 03
(três) cargos de 2º Tenente do Quadro de Oficiais Especialistas.
O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR, no uso das atribuições que lhe
confere o artigo 4.º, da Lei Complementar n.º 090, de 04 de janeiro de 1991, nos termos no que
dispõe o art. da Lei 5.142 de, e, Considerando o que dispõe o artigo 37 da Constituição Federal,
que define os princípios norteadores da administração pública, dentre os quais destacamos os
princípios da moralidade, da legalidade, impessoalidade e publicidade administrativa;
Considerando que a meta primordial deste Comando é o fiel cumprimento dos ordenamentos
legais em vigor, RESOLVE:
1. Aprovar as normas e instruções para o exame de seleção, admissão e matrícula no Curso
de Habilitação de Oficiais (CHO), constante do anexo que integra a presente Portaria, com vistas
ao provimento de 25 cargos de 2º Tenente do Quadro de Oficiais Auxiliares e 03 cargos de 2º
Tenente do Quadro de Oficiais Especialistas, existentes no Quadro de Organização desta
Corporação;
2. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário;
3. Publique-se.

INSTRUÇÕES PARA EXAMES DE SELEÇÃO, ADMISSÃO E MATRÍCULA NO


CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS(CHO).
DAS INSCRIÇÕES:
1.1 – Período: 08 à 20 de janeiro de 2001;
1.2 – Horário: das 09:00 às 12:00 horas;
1.3 - Local: Diretoria de Ensino(QCG).

DOS REQUISITOS PARA INSCRIÇÕES:


➢ Ser Sub Tenente ou 1º Sargento graduação, quando se tratar de 1º Sargento
Policial Militar Policial Militar;
➢ Possuir o Curso de ➢ Estar classificado, no mínimo,
Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS); no comportamento “BOM”;
➢ Possuir escolaridade, no mínimo ➢ Ter conceito favorável do Cmt,
correspondente ao 2º grau completo; Diretor ou Chefe;
➢ Ter, no máximo, 44 (quarenta e ➢ Não estar enquadrado nos casos
quatro) anos de idade, até a data de abaixo:
encerramento da inscrição; ➢ Respondendo a processo no foro
➢ Ter, no mínimo, 16 (dezesseis) civil ou militar, ou submetidos a Conselho de
anos de efetivo serviço, sendo 02 (dois) anos na Disciplina;

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➢ Licenciado para tratar de interesse ➢ Condenado à pena de suspensão do


particular; cargo ou função, prevista no Código Penal
Militar, durante o prazo desta suspensão;
➢ Cumprindo sentença.

3. DO PROCESSO SELETIVO:
– Os candidatos inscritos serão submetidos Exame Intelectual;
aos seguintes exames: Exame Médico;
Exame de suficiência técnica da Teste de Avaliação do Condicionamento
qualificação, se praça especialista; Físico (TACF)

4.DO EXAME DE SUFICIÊNCIA TÉCNICA DA QUALIFICAÇÃO PARA PRAÇAS


ESPECIALISTAS:
- Os candidatos inscritos no exame de seleção para o provimento das vagas do Quadro de
Oficiais Especialistas, serão submetidos a um exame prévio, de suficiência na qualificação para o
qual está inscrito, o qual, sendo considerado “APTO”, estará automaticamente habilitado às
demais fases no concurso.
5.DO EXAME INTELECTUAL:
– O exame intelectual será constituído de 04 (quatro) partes:
a – Parte 1 - Português;
b – Parte 2 - Matemática;
c – Parte 3 – Conhecimentos Gerais (História do Brasil – Aspectos históricos do Rio
Grande do Norte com ênfase nos acontecimentos atuais e geografia do Brasil);
d) – Parte 4 - Conhecimentos Profissionais (nível básico nas disciplinas) conhecimento
básico de Direito, Conhecimento básico Técnico policial e Legislação da PMRN, constituído
do seguinte:
- Lei de Organização Básica. Lei Complementar nº 090, de 04 de janeiro de 1991;
- Constituição Federal e Estadual
- Regulamento Disciplinar da PMRN. Decreto nº 8.336 de 12 de fevereiro de 1982.
- Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito, e Cerimonial Militar das
Forças Armadas. Decreto nº 88.513, de 13 de julho de 1983.
Os conteúdos da disciplinas que fazem parte do exame intelectual constam no anexo
“A”.
6.DO EXAME DE SAÚDE:
6.1 - Será realizado o Exame de Saúde de acordo com as normas reguladoras das Inspeções
de Saúde desta Corporação.
6.2.- Somente serão submetidos aos exames de saúde, os candidatos que forem considerados
aprovados no exame intelectual.
7.TESTE DE AVALIAÇÃO DO CONDICIONAMENTO FÍSICO (TACF):
7.1. Dos Exercícios Físicos

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7.1.1. O Teste de Avaliação do Condicionamento Físico (TACF) é de caráter seletivo e será


realizado somente entre os candidatos julgados aptos nos exames médicos, cuja bateria de exames
físicos obedecerá as seguintes modalidades de exercícios:
I. flexão de barra – no mínimo, 2 repetições;
II. flexão de braço sobre o solo - no mínimo, 20 repetições;
III. abdominal, no mínimo, 30 repetições em 1 minuto
IV. corrida de 12 minutos - no mínimo, 1.800 mts
7.1.2. O resultado do TACF para cada candidato será expresso na forma de “apto” ou
“Inapto”.

8.DA PROGRAMAÇÃO DOS EXAMES:


81 - O Exame intelectual, de caráter seletivo e classificatório constituirá de 01 (uma) única
prova a nível de 2º grau, sobre as disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Conhecimentos
Gerais (História do Brasil e Geografia do Brasil) e Conhecimentos Profissionais, todas de caráter
objetivo, contendo 10 (dez) questões cada uma das partes, totalizando 40 (quarenta) escores,
valendo 0,25 (zero vírgula vinte e cinco) cada um, e a média do candidato será à soma dos escores
assinaladas corretamente.
8.2 - O grau atribuído ao provão de que trata o caput deste artigo, estará contido na escala de
0 (zero) a 10 (dez), com aproximação até a casa decimal e assim será apresentado na relação de
divulgação.
8.3 - A média mínima de aprovação para o concurso de que trata esta Portaria, será igual a
5,00 (cinco).
8.4 - O exame intelectual será realizado no dia 04 Mar 01, às 08:00 horas, no CEFET.
9.DA CLASSIFICAÇÃO:
9.1 – Os candidatos aprovados serão classificados de acordo com a ordem decrescente das
médias obtidas, sendo confeccionada uma única relação de candidatos aprovados;
DO CRITÉRIO DE DESEMPATE
10.1 – No caso de empate na média final, o desempate será decidido de acordo com os
seguintes critérios:
1º Será considerado melhor classificado aquele candidato que obtiver maior nota na Parte 4
da prova – Conhecimentos Profissionais;
2º Persistindo o empate, a prioridade será dada ao candidato que possuir maior nota na Parte
1 da prova – Português;
3º Continuando o empate, será melhor classificado o candidato de maior precedência
hierárquica;
4º Se, ainda sim continuar a igualdade, será levada em consideração o candidato de maior
idade.

11. DO PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO

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11.1. O concurso de que trata esta Portaria será específico para provimento de 28 (vinte e
oito) vagas, sendo 25 (vinte e cinco) para cargos de 2º Tenente do Quadro de Oficiais Auxiliares e
03 (três) para cargos de 2º Tenente do Quadro de Oficiais Especialistas da Polícia Militar do Rio
Grande do Norte e a sua validade, será única e exclusiva para o preenchimento dos cargos de que
trata esta Portaria.
11.2. O prazo de validade deste concurso expirar-se-á na data do início do Curso de Habilitação de
Oficiais.
11.3. Assegurar-se-á a convocação e matrícula no Curso de Habilitação de Oficiais da turma
2001, ao candidato aprovado e classificado dentro do número de vagas, de acordo com a ordem de
merecimento intelectual.
12. DO RESULTADO FINAL DO CONCURSO
12.1. Serão considerados aprovados no concurso de que trata esta Portaria, os candidatos que
atenderem as condições abaixo:
I. no exame intelectual obtiver aproveitamento igual ou superior a média 5,00 (cinco);
II. no Exame Médico e TACF forem considerados “ APTOS “;
III. forem classificados dentro do número de vagas fixado, considerando a ordem
decrescente de suas Médias Finais e os critérios de desempate.
13.DA PRÉ-MATRÍCULA
13.1. A pré-matrícula dos candidatos aprovados em todas as fases do concurso, será realizada
no período compreendido entre 26 à 30 de março de 2001.
13.2. No período de que trata o artigo anterior, os candidatos aprovados deverão comparecer
a Diretoria de Pessoal, munidos dos documentos originais, para confrontação, e 1 (uma) cópia
xerox dos documentos abaixo relacionados, sendo dispensada a autenticação em cartório,
consoante previsto na Lei estadual nº 6.563 de 17.01.94:
I. Certificado de conclusão do 2º grau ou equivalente e o respectivo Histórico Escolar,
contendo carimbos legíveis e a numeração dos Decretos e/ou das Portarias do Ministério da
Educação e Cultura ou Secretaria Estadual de Educação, que reconheceram o curso e a instituição
de ensino;
II. Certidão Negativa de Antecedentes Criminais emitida pelo Cartório Distribuidor do
município onde reside nos últimos cinco anos;
III. Certificado de Conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos;
13.3. O não comparecimento do candidato no período de que trata o caput deste artigo
munido com os documentos exigidos, por qualquer motivo, implicará na sua incontinente
eliminação, sendo convocado aquele imediatamente classificado, observada a ordem de
merecimento intelectual.
13.4. Os candidatos aprovados e classificados dentro do número de vagas estabelecido,
observada rigorosamente, a ordem de merecimento intelectual, serão matriculados no Curso de
Habilitação de Oficiais;
13.5. a matrícula definitiva dos candidatos que passarem pela pré-matrícula será feita pelo
Cmt da APM.

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14.PRESCRIÇÕES DIVERSAS
12.1. Os candidatos deverão, ainda, observar o seguinte:
comparecer a todos os locais de exames munidos do Cartão de Inscrição;
II. para os exames Intelectuais, os candidatos deverão comparecer aos locais das provas,
munidos de caneta azul ou preta, lápis e borracha;
III. chegar ao local dos exames, no mínimo, com uma hora de antecedência ao horário
marcado para o início das provas.
IV. não será permitido o uso de telefone celular , máquina calculadora ou quaisquer outros
objetos eletrônicos, por ocasião do exame intelectual;
Os casos omissões e situações não previstas na presente portaria serão decididos pela
Comissão do Concurso.
14.2. Caberá recurso do exame intelectual ao presidente da comissão de prova, até 72
(setenta e duas) horas após a divulgação do resultado;
14.3. A inscrição no Concurso implicará o acatamento de todas as disposições constantes
nesta Portaria;
14.4. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas todas as
disposições em contrário.
Quartel em Natal-RN, 15 de janeiro de 2.001
ANEXO A
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PARA AS AVALIAÇÕES DE ESCOLARIDADE DO
CONCURSO AO CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS – QOA E QOE
1. Programa de História
A descoberta e ocupação do espaço geográfico brasileiro;
ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO: Origens históricas
NOÇÕES PRELIMINARES:
Normalmente dizemos que o desenvolvimento do território brasileiro se deu em forma de
arquipélagos (ilhas). Pois a medida que se mudavam as atividades econômicas algumas cidades
surgiram, associadas as atividades econômicas em si e de forma isoladas. Eram atividades
econômicas que tinha sua existência na necessidade do mercado europeu, e quase sempre eram
áreas distintas e muito distantes umas das outras. O que impediam uma ligação econômica entre
elas. Isso fez com que aconstrução de nosso território ocorre de forma desigual, onde não existia
uma articulação entre as áreas das diversas áreas econômicas o que favorecia o isolamento
econômico entre elas e consequentemente a inexistência de um mercado interno integrado, isto
é, faltava uma atividade que servisse de motor dinamizador que servissepara que ocorresse essa
integração na economia nacional e, que possibilitasse uma ligação econômica entre as varias áreas
das diversas atividades econômicas que existiam no Brasil colonial.
A ideia chave sobre esse assunto, é saber que a construção bem como a expansão do
território brasileiro, está alicerçada entre vertentes:
- a primeira foi a exploração econômica do território brasileiro pela da
corroaportuguesa através de atividades econômicas nos vários e distintos períodos da nossa
história colonial: extração do pau brasil e de especiarias; cultivo da cana-de-açúcar, do café; na
criação de gado bovino etc.
- o segundo foi o papel desempenhada pelos padres jesuítas frente aos indígenas -com suas
missões jesuíticas ou reduções - tanto no que se refere ao aldeamento que se transformaram em

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povoados (cidades) como também na contribuição desses para a dominação dos indígenas com a
realização da catequização dos indígenas onde os padres lhes ensinavam a rezar mas também
língua do colonizador como também sua cultura (ocorre aí genocídio cultural da cultura indígena)
tendo dessa forma, desempenhado um papel importante para a soberania portuguesa sobre o
território.
- e o terceiro e ultimo as bandeiras ou entradas(os bandeirantes= bandeirismo) que foram
grupos de homens que partiram de São Paulo em direção ao interior do território com o objetivo de
capturar índios para o trabalho escravo nas lavouras de cana-de-açúcar do litoral. Eles dominaram
os povos indígenas e abriram caminhos para o interior, consolidando o controle da Coroa
portuguesa sobre o território. A partir do final do século XVIII, os bandeirantes passaram
a explorar ouro e pedras preciosasem áreas dos atuais estados de Minas Gerais e de Mato Grosso.
a)Atividades econômicas do período colonial.
Galera!! a exploração econômica do território teve grande importância para a ocupação
realizada pelos colonizadores. O território brasileiro possui uma formação baseada em vários
contrastes históricos, que na sua maioria determinaram a configuração espacial, econômica, social
e cultural do Brasil. Esses fatos se devem muito a forma como foi colonizado por Portugal (colônia
de exploração).
Nas primeiras décadas de ocupação das terras americanas, não foram encontrados metais
preciosos;assim, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil olongo de uma extensa área do
território para comercializá-lo na Europa.
Século XVI
No século XVI, além da exploração do pau-brasil a produçãode cana de açúcar,
principalmente no Nordeste, começou a ganhar importância. Nesse período a ocupação se
concentrava no litoral.
Nesse processo de colonização as atividades econômicas foram fator essencial para a
expansão territorial brasileira. Nossa economia colonial ( 1500- 1822) girava em torno da produção
de gêneros primários voltados, em sua maior parte, á exportação e ás necessidades da metrópole
portuguesa.
Durante o período colonial, Portugal inseriu o Brasil no típico modelo colonialista, de
enriquecimento da metrópole, baseado na produção em larga escala, ligado principalmente à área
litorânea; esse fato foi um forte determinante para a configuração atual da população no espaço
litorâneo brasileiro.
Em meados de 1530 os portugueses passaram a explorar o Pau-Brasil no litoral brasileiro. A
ocupação ocorreu no século XVI pela implementação da cana-de-açúcar também na região
litorânea, principalmente na região nordeste do Brasil, devido a qualidade do solo (massapé) e pelo
clima favorável ao desenvolvimento do produto. Com o desenvolvimento da cana-de-açúcar, o
Brasil colônia foi integrado definitivamente ao sistema econômico mundial baseado no pacto
colonial.

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No século XVI, uma das formas utilizadas pela Coroa portuguesa, para colonizar e garantir a
posse das terras da três forma uma delas fora a espada (pela ação militar das entradas e bandeiras)
uma outra foi pela cruz (pela ação evangelizadora através de ordens religiosas), a principal ordem
nesse processo de catequização dos novos povos conquistados foram os jesuítas.
Missões jesuíticas ou reduções eram aldeamentos indígenas organizados e dirigidos pelos
padres jesuítas.

Objetivos e interesses das Missiões:


Religiosos:
- Reafirmar o cristianismo abalado pela Reforma e Contra Reforma Protestante;
- Catequizar os indígenas: impor a doutrina católica ensinando-lhes os costumes europeus,
proibindo as manifestações religiosa e cultural indígena.
Político:
Século XVII

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A partir do século XVIII, a expansão do povoamento acompanhou a produção de cana de


açúcar em áreas do Sudeste. A pecuária levou o povoamento em direção ao interior,e em busca
pelas drogas do sertão - guaraná, urucum, cravo, canela, salsa entre outras - possibilitou o início da
ocupação da Amazônia pelos portugueses.
No século XVII iniciou realmente o processo de interiorização do território, baseado no
desenvolvimento da pecuária e na exploração das drogas do sertão. Havia na época a necessidade
de desenvolvimento econômico de novos produtos, pois a cana-de-açúcar estava atravessando uma
crise econômica, não gerando mais os lucros para a coroa portuguesa.

A partir do final do século XVII, como decorrência da corrida do ouro, a porção mais interior
do espaço do sudeste brasileiro começou a ser ocupada e organizada, já que a área povoada do
território brasileiro restringia a área litorânea (Vitória - ES à São Vicente – SP).
IMPORTANTE:
As entradas(expedições oficiais) e as bandeiras (expedições não oficiais), tinham como
objetivo descobrir ouro e recuperar a economia abalada com a crise do açúcar.
Tipos de bandeirismo:
- Apresador: capturavam índios e os vendiam como escravos financiando assim a busca do
ouro. O alvo preferido destes bandeirantes eram as missões onde encontravam índios já pacificados
pelos jesuítas.
- Prospector: busca por metais e pedras preciosas;
- Sertanismo de contrato: eram bandeirantes contratados para combater índios, capturar
escravos fugitivos, destruir quilombos, etc. Foram responsáveis pela destruição de palmares e o
assassinato de Zumbi sob o comando de Domingos Jorge Velho. Também queriam descobrir ouro.

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- Monções: era o bandeirismo de comercio onde abasteciam as regiões mineradoras com


alimentos, ferramentas etc, que eram levados em canoas pelos rios de São Paulo, mato Grosso e
Goiás.
Com a descoberta do OURO (1690) e depois dos DIAMANTES (1729), expectativas de
enriquecimento rápido passou a atraíram grande número de pessoas para a região das Minas Gerais.
Essa atividade estendeu-se por todo o século XVIII. (OBS. Atividades secundárias: comercio e a
agricultura).
- A pecuária nesse período era considerada uma atividade secundária por não ser destinada a
exportação. Chegou até a ser proibida próximas as áreas produtora de açúcar passando a ser
itinerante, dando origem aos currais no Ceará e Maranhão que forneciam força motriz para os
engenhos, transporte, couro e carne.
Século XVIII
No século XVIII foram, enfim, encontradas várias jazidas de ouro na região central do país,
principalmente em Minas Gerais e Goiás. Com o desenvolvimento da mineração, o centro político
e econômico deslocou-se da região nordeste para a região centro-sul, o Rio de Janeiro nesse
período passou a ser capital federal. (1763). Nesse período, além do desenvolvimento da
mineração, houve a expansão da pecuária em todo o país, e o desenvolvimento da borracha no
norte (Amazônia).
IMPORTANTE: Durante praticamente todo o século XVIII, a mineração constituiu a
principal atividade econômica da colônia fazendo com que o sudeste assumisse o comando da
economia colonial brasileira.
Isso implicou na transferência da capital do Brasil em 1763, que era salvador (Bahia) para o
rio de Janeiro que reunia as condições ideais de clima e solo para o desenvolvimento do novo
produto: o café.

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- A pecuária nesse período a corroa portuguesa incentivou essa atividade no sul do país com
o objetivo de povoar e manter o domínio sobre a região. Há que se destacar que era a única
atividade que favorecia a mobilidade social, uma vez que utilizava mão-de-obra livre que eram os
vaqueiros normalmente mestiços de negros com indígenas.
Bem pessoal! a pecuária no sul do país foram criadas as estâncias que eram grandes
fazendas nos pampas.
- Objetivo: povoar a região, estabelecer o domínio português e garantir a posse sobre o rio da
Prata.
- economia: voltado para produção de charque e passou a ser fonte de abastecimento para a
região mineradora.

b) Período imperial:

O surgimento de um novo produto econômico na região sudeste nas primeiras décadas do


século XIX foi o motor, o dinamizador da integração da economia nacional. Qual foi esse produto?

Foi o CAFÉ!!!!

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CONTEXTUALIZANDO: quando a atividade mineradora começou a declinar, e o açúcar e


o algodão perdiam competitividade no mercado externo, um novo produto agrícola "O CAFÉ" veio
fortalecer ainda mais o crescimento e a estruturação dessa região.

Quando: No final do século XVIII e inicio do século XIX, expandindo-se para São Paulo,
Minas Gerais e Espírito Santo.

BEM PESSOAL!!! A atividade cafeeira teve inicio no Rio de Janeiro,

IMPORTANTE SABER:
A nova atividade proporcionou vários benefícios a região Sudeste em particular à São Paulo.

E QUAIS FORAM ESSES BENEFÍCIOS PESSOAL!!!???

- Criação de inúmeras ferrovias e estradas foram abertas para o escoamento da produção


CAFEEIRA até o porto de Santos e do Rio de Janeiro;

- Com o fim da escravidão veio para o Sudeste quase 5 milhões de imigrantes(trabalhar nas
fazendas de café);

- Os Barões do café conseguiram acumular capital(que mais tarde será usado na implantação
da atividade industrial no Brasil).

c) Período republicano: A integração Nacional

Declínio do café e o surgimento da indústria brasileira

CAUSAS (FATORES):
- Crise de 1929: que afeto de cheio a economia brasileira. Porquê?
Dependência da venda exclusiva de produto agrícola e de minérios para o exterior;
Necessidade da compra de produtos industrializados.
Esses dois fatores dentro da crise de 1929 obrigou o governo brasileiro e os ricos
comerciantes do SUDESTE a investirem seus capitais na atividade industrial.

ATIVIDADE INDUSTRIAL:

CONTEXTUALIZANDO: A partir da década de 1930, a importância do café na economia do


Brasil começou a diminuir em razão da crise de 1929, que afetou brutalmente a comercialização do
produto, principalmente por depender das exportações para os EUA. Isso fez com que o governo
nacional criasse políticas econômicas nacionais que passaram a incentivar os setores privados
locais a investirem seus capitais na atividade industrial, onde tal processo se deu em torno das
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro

POR QUE?

FATORES (MOTIVOS)
- O acúmulo de capital, proporcionado pelo cultivo do café;

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- A rede ferroviária existente usada para o escoamento da produção do café, no caso serviria
para o escoamento da produção industrial;
- A modernização dos pontos de Santos e do Rio de Janeiro;
- Mão de obra qualificada dos imigrantes(trabalhadores usados na cafeicultura já conheciam
o trabalho operário nas indústria europeias)
- Crescimento do mercado consumidor local(urbano);

OBSERVAÇÃO:

Estes foram os fatores fundamentais para a implantação e posterior desenvolvimento da


atividade industrial, sob o comando de São Paulo.
Podemos então concluir que a integração econômica, da forma como está organizado a atual
do espaço brasileiro ainda guarda heranças das diversas atividades econômicas que sucederam na
história do país. Muitas áreas se desestruturaram com o declínio dessas atividades, gerando
desequilíbrios regionais.

Questão 1 (PUC-RS)

Entre os fatores que contribuíram, a partir do século XVII, para a expansão territorial da
colonização portuguesa no Brasil, ultrapassando os limites do Tratado de Tordesilhas, é correto
apontar
a) a pecuária, a extração das “drogas do sertão” e as expedições bandeirantes.
b) as capitanias hereditárias, as expedições bandeirantes e a extração de ouro no Nordeste.
c) os engenhos de açúcar, a extração das “drogas do sertão” e a produção de soja.
d) a pecuária, a produção de cana e laranja.
e) a pecuária, os engenhos de açúcar e criação de caprinos.

Questão 2 (Fuvest-SP)

No século XVII e XVIII, contribuiu para a penetração no interior brasileiro


a) o desenvolvimento das culturas da cana de açúcar e do algodão.
b) a busca de riquezas minerais.
c) o cultivo do café.
d) a expansão da soja pelo Centro-Oeste.
e) a transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro.

Questão 3 - (UFPR)
São ações resultantes da conquista e ocupação do território brasileiro, exceto

a) expedições militares organizadas pelo governo.


b) bandeirantes que percorriam o sertão.
c) padres jesuítas que fundavam aldeias para catequização dos índios.
d) criadores de gados que tiveram seus rebanhos e fazendas.
e) a invasão dos mineiros com a descoberta de ouro no litoral.

Questão 4 (Cesgranrio-RJ)

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A ocupação do território brasileiro, restrita, no século XVI, ao litoral e associada à lavoura de


produtos tropicais, estendeu-se ao interior durante os séculos XVII e XVIII, ligada à exploração de
novas atividades econômicas e aos interesses políticos de Portugal em definir as fronteiras da
colônia.
As afirmações abaixo relacionam as regiões ocupadas a partir do século XVII e suas
atividades dominantes.

1) No vale amazônico, o extrativismo vegetal – as drogas do sertão – e a captura de índios


atraíram os colonizadores.
2) A ocupação do Pampa gaúcho não teve nenhum interesse econômico, estando ligada aos
conflitos luso-espanhóis na Europa.
3) O planalto central, nas áreas correspondentes aos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso, foi um dos principais alvos do bandeirismo, e sua ocupação está ligada à mineração.
4) A zona missioneira no Sul do Brasil representava um obstáculo tanto aos colonos,
interessados na escravização dos indígenas, quanto a Portugal, dificultando a demarcação das
fronteiras.
5) O Sertão nordestino, primeira área interior ocupada no processo de colonização, foi um
prolongamento da lavoura canavieira, fornecendo novas terras e mão de obra para a expansão da
lavoura.

As afirmações corretas são:

a) somente 1, 2 e 4.
b) somente 1, 2 e 5.
c) somente 1, 3 e 4.
d) somente 2, 3 e 4.
e) somente 2, 3 e 5.

GEOGRAFALANDO COMENTA:

A alternativa correta é a Letra C.

Analisando cada uma das alternativas disponíveis, vemos que outras atividades econômicas
se desenvolveram na medida em que a ocupação do território se desdobrava. No caso dessa
questão, vemos o correto destaque dado às atividades extrativistas na região Norte do país; à
ocupação das regiões de Minas e Centro-Oeste (Goiás e Mato Grosso) ligada à exploração aurífera;
e aos entraves que marcaram a ocupação do Sul na medida em que os missionários combatiam a
escravização dos nativos.

Questão 5 (Cesgranrio-RJ)

A expansão da colonização portuguesa na América, a partir da segunda metade do século


XVIII, foi marcada por um conjunto de medidas, dentre as quais podemos citar:

a) o esforço para ampliar o comércio colonial, suprimindo-se as práticas mercantilistas.


b) a instalação de missões indígenas nas fronteiras sul e oeste, para garantir a posse dos
territórios por Portugal.

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c) o bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu as áreas
mineradoras do planalto central.
d) a expansão da lavoura da cana para o interior, incentivada pela alta dos preços no mercado
internacional.
e) as alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para conter o
expansionismo espanhol.

Questão 6
(Fuvest-SP) Os fatores que levaram ao desenvolvimento e à ampliação das atividades
econômicas periféricas da colônia, tais como, a pecuária, o tabaco, as drogas do sertão e mesmo o
pau-brasil, em detrimento da lavoura de cana-de-açúcar, após a expulsão dos holandeses, em 1654,
foram:

a) a criação de um mercado interno fomentado pelo descobrimento das minas de ouro no


final do século XVI e sua ampliação para as cidades litorâneas da colônia.
b) a inversão significativa da utilização da mão de obra escrava pela mão de obra livre na
região das minas, criando, assim, um mercado consumidor expressivo.
c) estagnação econômica do Centro-Oeste, em função do renascimento agrícola no Nordeste,
ao longo do século XVII.
d) o acompanhamento destas atividades, primeiro como complemento da atividade açucareira
e, posteriormente, como núcleos abastecedores da atividade mineradora e seus desdobramentos.
e) todas as alternativas anteriores estão corretas.

GEOGRAFALANDO COMENTA:

A alternativa correta é a Letra D.

Observando o desenvolvimento das chamadas atividades periféricas ou complementares,


notamos que a sua sustentação se deu em função da paulatina formação de um mercado
consumidor interno interessado na compra e obtenção desses produtos. Sem dúvida, tais atividades
inicialmente não foram acompanhadas de perto pela administração colonial, para só depois
ocuparem o posto de sólido pilar na organização da economia brasileira.

Questão 7 (Unesp)

Analise o mapa.

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

A partir do mapa, são feitas as seguintes afirmações:

I. Imensa colônia de um pequeno Estado europeu, o território do Brasil colonial foi resultado
da partilha de 1494 entre as duas potências ibéricas.
II. O Brasil colonial não era uma construção contínua, uma vez que as capitanias,
relativamente independentes umas das outras, mantinham um laço direto com a metrópole.
III. A localização de quatro áreas de evangelização de indígenas pelos jesuítas estavam
distribuídas na fronteira dos territórios portugueses e espanhóis.
IV. A característica do relevo sul-americano possibilitou o rápido avanço populacional tanto
do lado Atlântico como do Pacífico, o que evitou, na região central do continente, vazios
demográficos desde 1650.

Estão corretas as afirmações

a) I e II, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

Questão 8 (Ufpr)

Para se compreender a divisão do território brasileiro em estados e, consequentemente, a


existência dos estados federados e a desigualdade de seu desenvolvimento, torna-se necessário
compreender também o processo de transformação do espaço brasileiro em território, o processo de

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

povoamento, as motivações que o provocaram e os percalços encontrados durante cinco séculos de


povoamento.

ANDRADE, M. C. de. A Federação brasileira – uma análise geopolítica e geossocial. São


Paulo: Contexto, 1999.

Com base nesse texto, assinale a alternativa correta.

a) Mesmo após cinco séculos de ocupação e povoamento, a divisão dos estados brasileiros e
sua configuração atual resultam da implantação das capitanias hereditárias.
b) As motivações para o povoamento do território estiveram ligadas à existência dos estados
federados e à desigualdade de desenvolvimento existente entre eles.
c) Alguns estados brasileiros têm maior população e são considerados mais desenvolvidos
pela forma como ocorreu sua divisão.
d) A divisão do território brasileiro e suas características podem ser compreendidas pela
forma histórica como ocorreu a ocupação e o povoamento do espaço.
e) A forma como foram criados os estados federados gerou um país com distribuição
populacional e desenvolvimento desiguais.

Questão 9 FUVEST

Quanto à formação do território brasileiro, podemos afirmar que

a) a mineração, no século XVIII, foi importante na integração do território devido às relações


com o Sul, provedor de charque e mulas, e com o Rio de Janeiro, por onde escoava o ouro.
b) a pecuária no rio São Francisco, desenvolvida a partir das numerosas vilas da Zona da
Mata, foi um elemento importante na integração do território nacional.
c) a economia no século XVI, baseada na exploração das drogas do sertão, integrou a porção
Centro-Oeste à região Sul.
d) a economia açucareira do Nordeste brasileiro, baseada no binômio plantation e escravidão,
foi a responsável pela incorporação, ao Brasil, de territórios pertencentes à Espanha.
e) a extração do pau-brasil, promovida pelos paulistas por meio das entradas e bandeiras, foi
importante na expansão das fronteiras do território brasileiro.

GEOGRAFALANDO COMENTA:

A alternativa correta é a Letra A


Esse tema, abordado em História do Brasil, trata da criação de bovinos e mulas, no Rio
Grande do Sul, região dos pampas, abordado na obra de Érico Veríssimo, O Tempo e o Vento, na
parte Ana Terra. Lá, criavam-se os animais e produzia-se o charque (carne-seca) que, partindo de
Vacaria-(RS), vinham até Sorocaba-(SP), percorrendo terrenos da Depressão Periférica, pela “rota
dos tropeiros”, onde eram comercializados. Posteriormente, eram levados a Minas Gerais, onde a
extração do ouro concentrara grande população, que consumia o charque utilizava os animais para
transportar o ouro até o Rio de Janeiro.

Questão 10

(Ufpb 2007) Observe o mapa.

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

No mapa, verifica-se que a ocupação do Brasil, no Período Colonial, privilegiou o litoral face
à sua posição em relação ao Oceano Atlântico, que funcionava como via de comunicação com
Portugal. Posteriormente, esse movimento de ocupação estendeu-se para o interior do continente,
sendo reconhecido pelos Tratados de Madri e de Santo Ildefonso, com base nos princípios do 'Uti
Possidetis' (quem tem a posse tem o domínio).

Em relação a esse movimento de ocupação do território brasileiro, é correto afirmar:

a) O Vale do São Francisco serviu de rota para a penetração dos bandeirantes, devido à
existência de recursos minerais, principalmente o manganês.
b) O movimento das bandeiras, mesmo penetrando o interior de São Paulo, conseguiu
despovoar outras áreas como o Rio de Janeiro, situado na região Centro-Sul.
c) Algumas áreas, durante o movimento de interiorização no Brasil, no século XIX,
esvaziaram-se logo após o esgotamento dos recursos naturais, a exemplo das jazidas minerais.
d) O negro teve grande importância no movimento de penetração no território brasileiro
quando da ocupação em direção à Amazônia.
e) O litoral foi a região mais densamente povoada devido, principalmente, ao clima ameno e
à existência de portos para o escoamento da produção da pecuária.

Questão 11 (FGV)

As secas e o apelo econômico da borracha — produto que no final do século XIX alcançava
preços altos nos mercados internacionais — motivaram a movimentação de massas humanas
oriundas do Nordeste do Brasil para o Acre. Entretanto, até o início do século XX, essa região
pertencia à Bolívia, embora a maioria da sua população fosse brasileira e não obedecesse à
autoridade boliviana. Para reagir à presença de brasileiros, o governo de La Paz negociou o

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arrendamento da região a uma entidade internacional, o Bolivian Syndicate, iniciando violentas


disputas dos dois lados da fronteira. O conflito só terminou em 1903, com a assinatura do Tratado
de Petrópolis, pelo qual o Brasil comprou o território por 2 milhões de libras esterlinas.

Disponível em: www.mre.gov.br. Acesso em: 03 nov. 2008 (adaptado).

Compreendendo o contexto em que ocorreram os fatos apresentados, o Acre tornou-se parte


do território nacional brasileiro

a) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o Brasil pela sua anexação.
b) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes brasileiros na região.
c) devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os seringais.
d) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na região.
e) pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à Bolívia.

Questão 12 (Upe)

Sobre o importante tema A Formação Territorial Brasileira, são feitas as considerações a


seguir. Com base nos seus conhecimentos históricos e geográficos, identifique as que são
verdadeiras e as falsas, se existirem.

( ) No regime das Capitanias Hereditárias, nos séculos XVI e XVII, os donatários


possuíam amplos poderes nas suas capitanias, inclusive o de distribuir sesmarias. Esse regime
fragmentou a América Portuguesa.
( ) A economia canavieira foi o centro da empresa agrícola do Brasil Colonial; essa
economia baseou-se no Sistema de “Plantation”.
( ) A expansão territorial do Brasil foi realizada por diversos tipos de movimentos ditos
expansionistas, como, por exemplo, a exploração de drogas e especiarias existentes no interior da
colônia e nas expedições militares.
( ) A existência de solos litólicos rasos de massapê, de grande fertilidade na Zona da Mata
nordestina, e o predomínio do clima quente e úmido (As’) foram fatores decisivos no
desenvolvimento da economia canavieira e, consequentemente, na criação de diversas cidades
pernambucanas, como Goiana, Igarassu e Barreiros.
( ) No século XVII, a exportação de fumo e a descoberta de ouro e bauxita na parte
ocidental do Nordeste brasileiro, na fronteira com o que hoje é o Estado do Tocantins, foram
fatores que influenciaram a Coroa lusitana a decidir-se pela formação de várias cidades, como
Teresina, Arapiraca, Mariana, entre outras.

Questão 13 (Feevale)

Foi a partir de 1530 que Portugal resolveu reforçar a sua presença no Brasil. O domínio
português avançou para além das águas costeiras, com o objetivo de definir os seus limites em
terras americanas.

Sobre o Brasil Colônia, considere verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações que seguem.

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( ) A instalação das capitanias hereditárias gerou conflitos entre portugueses e indígenas, já


que o confisco das terras e o trabalho forçado feriam o modo de vida das populações nativas.
( ) A cana-de-açúcar foi o primeiro produto de monocultura cultivado nas terras do Brasil
português e lançou as bases de uma sociedade escravista.
( ) Os portugueses estabeleceram o domínio sobre o território da colônia sem conflitos com
as populações nativas.

Marque a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.


a) V – V – V
b) V – F – V
c) V – V – F
d) F – F – F
e) F – F – V

Questão 14 (Espm)
As primeiras atividades econômicas praticadas pela colonização portuguesa no Brasil tiveram
por cenário apenas o litoral do leste-nordeste brasileiros, sem que de modo sensível penetrassem no
vago e misterioso sertão, ainda ocupado por tribos selvagens. Determinava essa situação o
desinteresse econômico por qualquer tentativa de fixação de povoadores em regiões mais afastadas
do mar. Assim enquanto sob os Reis Filipes penetravam os Vicentinos pelo sul na caça ao índio, ao
mesmo tempo em que se sucediam as conquistas litorâneas em todo o nordeste, a solução
encontrada para o povoamento do sertão forneceu-a (.......), atividade econômica essencialmente
fixadora de população, mesmo escassas.

(Hélio Viana. História do Brasil)

O texto e o mapa referem-se a:

a) criação de gado;
b) busca de drogas do sertão;
c) produção de algodão;
d) extração de borracha;
e) cultivo de tabaco.

Questão 15 (G1 - cftsc)


Na história do Brasil, tivemos vários ciclos econômicos que marcaram as atividades
econômicas de nosso país. Sobre esses ciclos, é correto afirmar que:

a) no período Republicano, o ciclo do ouro que ocorreu no eixo econômico do Nordeste


colaborou com a estabilidade monetária do país.
b) no período Colonial, o açúcar, cujo ciclo de produção ocorreu no eixo econômico do Sul
do Brasil, foi o grande produto de exportação.
c) no período do Segundo Império, o café foi o grande produto exportado e trouxe grandes
divisas para o país.
d) no período do Primeiro Império, o ciclo econômico do Pau-Brasil sustentou a máquina
administrativa do governo.

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e) no período da República Velha, o ciclo do gado foi o responsável pelo equilíbrio da


balança comercial brasileira.

Questão 16 (Pucrs)
Entre 1500 e 1530, os interesses da coroa portuguesa, no Brasil, focavam o pau-brasil,
madeira abundante na Mata Atlântica e existente em quase todo o litoral brasileiro, do Rio Grande
do Norte ao Rio de Janeiro. A extração era feita de maneira predatória e assistemática, com o
objetivo de abastecer o mercado europeu, especialmente as manufaturas de tecido, pois a tinta
avermelhada da seiva dessa madeira era utilizada para tingir tecidos.

A aquisição dessa matéria-prima brasileira era feita por meio da

a) exploração escravocrata dos europeus em relação aos índios brasileiros.


b) criação de núcleos povoadores, com utilização de trabalho servil.
c) utilização de escravos africanos, que trabalhavam nas feitorias.
d) exploração da mão de obra livre dos imigrantes portugueses, franceses e holandeses.
e) exploração do trabalho indígena, no estabelecimento de uma relação de troca, o conhecido
escambo.

Questão 17 (Puccamp) Observe o mapa abaixo:

A marcha do povoamento

(Adaptado de José William Vesentini. "Geografia: série Brasil". São Paulo: Ática, 2003. p.
181)

A área hachurada no mapa foi incorporada ao território brasileiro em 1903. Pode-se associar
a essa incorporação o fato de que

a) as expedições dos bandeirantes, à procura de riquezas minerais, promoveram a ocupação


da província boliviana e garantiram a posse do território pelo 'uti possidetis'.
b) era uma província boliviana habitada por nordestinos que para lá migraram devido à seca,
à modernização da lavoura no Nordeste e ao surto da produção da borracha.
c) era interesse do Brasil estender seus domínios até essa estratégica área, pertencente à
Bolívia, para controlar o mercado de couro, de sebo e de especiarias da região.
d) a expansão da pecuária no Nordeste e a coleta das drogas do sertão na Amazônia
determinaram a ocupação de territórios bolivianos pelos sertanejos nordestinos.

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e) a descoberta do ouro em locais vizinhos a essa área pertencente à Bolívia deu origem a um
deslocamento maciço de habitantes de vários lugares do Brasil para a região.

Questão 18 (Puccamp) Observe o mapa abaixo:

No que se refere à faixa escura à leste, é correto afirmar que a ocupação e povoamento dessa
faixa

a) ocorrem desde a vinda das expedições exploratórias no litoral e ligam-se à exploração


econômica do pau-brasil.
b) têm início em meados do século XVIII e associam-se ao sucesso das capitanias do
Nordeste e do Sudeste.
c) vêm desde a época colonial e expressam a ligação econômica em relação aos centros
mundiais do capitalismo, desde sua formação.
d) resultam da invasão do litoral pelos imigrantes europeus e associam-se à desestruturação
econômica do feudalismo.
e) têm origem econômica na indústria açucareira e ligam-se à integração gradativa do índio e
do negro à sociedade brasileira.

Questão 19 (Cesgranrio)

A pecuária, apesar de ter desempenhado importante papel na ocupação de determinadas áreas


do território brasileiro, conservou seu caráter complementar na economia colonial especializada
para a exportação, disso decorrendo:

a) seu equilíbrio em relação às atividades agrícolas e extrativas na ocupação efetiva do


território.
b) sua subordinação ao capital comercial europeu.
c) a exportação da produção de abastecimento, o que gerou, superávit no comércio colonial.
d) a direção estatal da metrópole sobre a pecuária por força do monopólio régio sobre o sal e
a carne.
e) constantes crises de abastecimento dos alimentos, cuja produção era preterida pelas
culturas de exportação.

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Questão 20 (Fuvest)

A criação, em território brasileiro, de gado e de muares (mulas e burros), na época da


colonização portuguesa, caracterizou-se por:

a) ser independente das demais atividades econômicas voltadas para a exportação.


b) ser responsável pelo surgimento de uma nova classe de proprietários que se opunham à
escravidão.
c) ter estimulado a exportação de carne para a metrópole e a importação de escravos
africanos.
d) ter-se desenvolvido, em função do mercado interno, em diferentes áreas no interior da
colônia.
e) ter realizado os projetos da Coroa portuguesa para intensificar o povoamento do interior da
colônia.
.
Questão 21 (Unifesp)

Com relação à economia do açúcar e da pecuária no nordeste durante o período colonial, é


correto afirmar que:

a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes,


foram as que mais usaram escravos.
b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda,
tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre.
c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na criação de
animais por atender ao mercado interno.
d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de trabalho
livre e de trabalho compulsório.
e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer
tentativa de comparação entre ambas.

Questão 22 (Ufv)
Comparando a atividade cafeeira com a atividade açucareira, no Brasil na primeira metade do
século XIX , pode-se afirmar que:

a) as duas atividades, pela sua localização, incrementaram o comércio, as cidades regionais, a


indústria nacional e a construção de ferrovias.
b) as duas atividades basearam-se na grande propriedade monocultora, na mão de obra
escrava e na utilização de recursos técnicos rudimentares.
c) a primeira concentrou-se inicialmente no oeste paulista, apesar de a região não possuir
relevo e solos adequados ao cultivo.
d) na segunda, por se tratar de uma cultura temporária, havia um custo menor de instalação
desde o plantio até a sua transformação.
e) a primeira usou as colônias de parceria como forma de suprir a escassez de mão de obra,
desde as primeiras áreas cultivadas no período colonial.

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Questão 23 (Ufpe) Sobre as atividades econômicas desenvolvidas no período colonial,


examine as proposições a seguir.

(F) O trabalho indígena, sempre foi respeitado e altamente valorizado pela coroa, que
mandava pagar com salários os serviços prestados.
(V) O trabalho de guarda, defesa, manutenção de prédio e obras públicas e de abertura de
novas áreas de colonização coube aos trabalhadores livres.
(V) Escravos libertos, brancos e mulatos pobres podiam desempenhar atividades ligadas ao
artesanato, à agricultura de subsistência e ao comércio.
(V) Eram classificados como "homens bons " os senhores de engenho, altos funcionários da
colônia e os grandes mineradores que participavam da vereança das câmaras.
(V) Os escravos de origem indígena e os de origem africana, apesar de excluídos da vida
política colonial, representaram a base da economia de exportação.

Questão 24 (Ufpel) O mapa abaixo apresenta a economia brasileira em um determinado


período:

Fonte: NIZZA da SILVA, Maria Beatriz. "Nova História da Expansão Portuguesa". Lisboa,
Ed. Estampa, 1986.

Nele estão representadas as atividades econômicas do século

a) XVI, que apresenta exploração de pau-brasil, no litoral, e das drogas do sertão, na região
amazônica, assim como a ocupação do interior brasileiro pelas atividades de mineração e pecuária.
b) XVIII, que já demonstra atividades de mineração, no Centro-Oeste brasileiro, e de
pecuária, na zona nordeste do Rio Grande do Sul. Não pode ser de século posterior, por não indicar
atividade cafeicultora.
c) XVII, que apresenta importações/exportações, antes proibidas na colônia, devido ao
monopólio comercial.
d) XIX, em que, no Brasil Império, a economia tinha por base a cafeicultura voltada para a
exportação.
e) XX, no qual a exportação de pau-brasil é preponderante na economia brasileira e se
verifica a existência de áreas industriais, destacadas no mapa.

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Questão 25 (UEL-PR) No Brasil colônia, a pecuária teve um papel decisivo na


a) ocupação das áreas litorâneas
b) expulsão do assalariado do campo
c) formação e exploração dos minifúndios
d) fixação do escravo na agricultura
e) expansão para o interior

GEOGRAFALANDO COMENTA:

A alternativa correta é a Letra E.

Não tendo um controle específico na criação de gado, a pecuária colonial permitiu que outras
áreas do interior fossem economicamente exploradas e alvo de ocupação humana. Além disso,
devemos salientar que o uso exclusivo das terras litorâneas para a economia açucareira também foi
outro fator de peso para que a pecuária acabasse se atrelando ao processo de interiorização
experimentado na época.
In: http://geografalando.blogspot.com.br/2013/03/espaco-geografico-brasileiro-origens.html
(Acesso em 16 de dezembro de 2017 às 09 h 43 min)

ADMINISTRAÇÃO, ECONOMIA, SOCIEDADE E COMÉRCIO COLONIAL;


ECONOMIA E SOCIEDADE NO BRASIL COLONIAL
ECONOMIA COLONIAL
A colonização implantada por Portugal estava ligada aos interesses do sistema mercantilista,
baseado na circulação de mercadorias. Para obter os maiores benefícios desse comércio, a
Metrópole controlava a colônia através do pacto colonial, da lei da complementaridade e da
imposição de monopólios sobre as riquezas coloniais.
PAU-BRASIL
O pau-brasil era valioso na Europa, devido à tinta avermelhada, que dele se extraía e por isso
atraía para cá muitos piratas contrabandistas (os brasileiros). Foi declarado monopólio da Coroa
portuguesa, que autorizava sua exploração por particulares mediante pagamento de impostos. A
exploração era muito simples: utilizava-se mão-de-obra indígena para o corte e o transporte,
pagando-a com bugigangas, tais como, miçangas, canivetes, espelhos, tecidos, etc. (escambo). Essa
atividade predatória não contribuiu para fixar população na colônia, mas foi decisiva para a
destruição da Mata Atlântica.
CANA-DE-AÇÚCAR
O açúcar consumido na Europa era fornecido pelas ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde
(colônias portuguesas no Atlântico), Sicília e pelo Oriente, mas a quantidade era muito reduzida
diante da demanda.
Animada com as perspectivas do mercado e com a adequação do clima brasileiro (quente e
úmido) ao plantio, a Coroa, para iniciar a produção açucareira, tratou de levantar capitais em
Portugal e, principalmente, junto a banqueiros e comerciantes holandeses, que, aliás, foram os que
mais lucraram com o comércio do açúcar.

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Para que fosse economicamente viável, o plantio de cana deveria ser feito em grandes
extensões de terra e com grande volume de mão-de-obra. Assim, a produção foi organizada em
sistema de plantation: latifúndios (engenhos), escravidão (inicialmente indígena e posteriormente
africana), monocultura para exportação. Para dar suporte ao empreendimento, desenvolveu-se uma
modesta agricultura de subsistência (mandioca, feijão, algodão, etc).
O cultivo de cana foi iniciado em 1532, na Vila de São Vicente, por Martim Afonso de Sousa,
mas foi na Zona da Mata nordestina que a produção se expandiu. Em 1570, já existiam no Brasil
cerca de 60 engenhos e, em fins do século XVI, esse número já havia sido duplicado, dos quais 62
estavam localizados em Pernambuco, 36 na Bahia e os restantes nas demais capitanias. A
decadência se iniciou na segunda metade do século XVII, devido à concorrência do açúcar
holandês. É bom destacar que nenhuma atividade superou a riqueza de açúcar no Período Colonial.
OBS. Apesar dos escravos serem a imensa maioria da mão-de-obra, existiam trabalhadores
brancos remunerados, que ocupavam funções de destaque, mas por trabalharem junto aos negros,
sofriam preconceito.
SOCIEDADE AÇUCAREIRA
A sociedade açucareira nordestina do Período Colonial possuía as seguintes características:
- Latifundiária.
- Rural.
- Horizontal.
- Escravista.
- Patriarcal
OBS. Os mascates, comerciantes itinerantes, constituíam um pequeno grupo social.
MINERAÇÃO
A mineração ocorreu, principalmente, nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato
Grosso, entre o final do século XVII e a segunda metade do século XVIII.
OURO
Havia dois tipos de exploração aurífera: ouro de faiscação (realizada nas areias dos rios e
riachos, em pequena quantidade, por homens livres ou escravos no dia da folga); e ouro de lavra
ou de mina (extração em grandes jazidas feita por grande quantidade de escravos).
A Intendência das Minas era o órgão, independente de qualquer autoridade colonial,
encarregado da exploração das jazidas, bem como, do policiamento, da fiscalização e da tributação.
Tributação
A Coroa exigia 20% dos metais preciosos (o Quinto) e a Capitação (imposto pago de acordo
com o número de escravos). Mas como era muito fácil contrabandear ouro em pó ou em pepita, em
1718 foram criadas as Casas de Fundição e todo ouro encontrado deveria ser fundido em barras.
Em 1750, foi criada uma taxa anual de 100 arrobas por ano (1500 quilos). Sempre que a taxa
fixada não era alcançada, o governo poderia decretar a Derrama (cobrança forçada dos impostos
atrasados). A partir de 1762, a taxa jamais foi alcançada e as “derramas” se sucederam, geralmente
usando de violência. Em 1789, a Derrama foi suspensa devido à revolta conhecida como
Inconfidência Mineira.

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DIAMANTES
No início a exploração era livre, desde que se pagasse o Quinto. A fiscalização ficava por
conta do Distrito Diamantino, cujo centro era o Arraial do Tijuco. Mas, a partir de 1740, só poderia
ser realizada pelo Contratador Real dos Diamantes, destacando-se João Fernandes de Oliveira. Em
1771 foi criada, pelo Marquês de Pombal, a Intendência Real dos Diamantes, com o objetivo de
controlar a atividade.
SOCIEDADE MINERADORA
A sociedade mineira ou mineradora possuía as seguintes características:
- Urbana.
- Escravista.
- Maior Mobilidade Social
OBS. 1- Surgem novos grupos sociais, como, tropeiros, garimpeiros e mascates.
2- Alguns escravos, como Xica da Silva e Chico Rei, tornaram-se muito ricos e
obtiveram ascensão social.
3- É um erro achar que a população da região mineradora era abastada, pois a maioria
era muito pobre e apenas um pequeno grupo era muito rico. Além disso, os preços dos produtos
eram mais elevados do que no restante do Brasil.
4- A mineração contribuiu para interiorizar a colonização e para criar um mercado
interno na colônia.
PECUÁRIA
A criação de gado foi introduzida na época de Tomé de Sousa, como uma atividade
subsidiária à cana-de-açúcar, mas como o gado destruía o canavial, sua criação foi sendo
empurrada para o sertão, tornando-se responsável pela interiorização da colonização do Nordeste,
com grandes fazendas e oficinas de charque, utilizando a mão-de-obra local e livre, pois o vaqueiro
era pago através da “quartiação”. Mais tarde, devido às secas devastadoras no sertão nordestino, a
região Sul passou a ser a grande produtora de carne de charque, utilizando negros escravos.
ALGODÃO
A plantação de algodão se desenvolveu no Nordeste, principalmente no Maranhão e tinha
uma importância econômica de caráter interno, pois era utilizado para fazer roupas para a
população mais pobre e para os escravos.
TABACO
Desenvolveu-se no Nordeste como uma atividade comercial, escravista e exportadora, pois
era utilizado, juntamente com a rapadura e a aguardente, como moeda para adquirir escravos na
África.
DROGAS DO SERTÃO
Desde o século XVI, as Drogas do Sertão (guaraná, pimentas, ervas, raízes, cascas de
árvores, cacau, etc.) eram coletadas pelos índios na Amazônia e exportadas para a Europa, tanto por
contrabandistas, quanto por padres jesuítas. Como o acesso à região era muito difícil, a floresta foi
preservada.

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Ler mais: http://jchistorybrasil.webnode.com.br/economia-e-sociedade-no-brasil-colonial/ (acesso


em 16 de dezembro de 2017 às 22 h 20 min)

EVOLUÇÃO DO BRASIL COLONIAL;

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A CRISE DO SISTEMA COLONIAL BRASILEIRO E O PROCESSO DE


INDEPENDÊNCIA;
Crise do sistema colonial

Postado por Natália Petrin


A crise colonial teve como antecedentes as diversas revoluções que ocorreram não só na
Europa, mas também na América do Norte e uma série de movimentos nativistas realizada na
colônia portuguesa.
A burguesia estava em constante Ascenção do poder na Europa e neste período predominava
o Iluminismo Burguês com racionalismo, liberdade, igualdade e felicidade, ao contrário do que
pregava o Antigo Regime. Esse pensamento iluminista ajudou ainda a fortalecer e fazer acontecer a
Revolução Industrial, a Americana e a Francesa.
Para que pudessem explorar mais a colônia, as metrópoles precisavam desenvolvê-las, mas
quanto mais estas cresciam, mais se aproximavam da independência. Com a chegada da Revolução
Industrial na Inglaterra, por volta de 1970, os industriais passaram a desejar o fim das colônias
modificando as relações econômicas. Isso para que estas pudessem consumir os produtos e
fornecer matéria-prima barata.
https://www.estudopratico.com.br/crise-do-sistema-colonial-como-se-deu-e-independencia-
do-brasil/ (Acesso em 16 de dezembro de 2017 às 23 h 06 min)

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O BRASIL NO SÉCULO XIX: A ECONOMIA CAFEEIRA;


Economia Cafeeira
Publicado por: Rainer Gonçalves Sousa em Segundo Reinado

O café reorganizou o cenário econômico brasileiro do século XIX e XX.


A história da economia durante o Segundo Reinado perpassa inevitavelmente pelo processo
de expansão de um novo gênero agrícola: o café. Desde os meados do século XVIII esse produto
era considerado uma especiaria entre os consumidores europeus. Ao longo desse período, o seu
consumo ganhou proporções cada vez mais consideráveis. De acordo com alguns estudiosos, essa
planta chegou ao Brasil pela Guiana Francesa nas mãos do tenente-coronel Francisco de Melo
Palheta.
Na segunda metade do século XVIII, por volta de 1760, foram registrados os primeiros
relatos noticiando a formação de plantações na cidade do Rio de Janeiro. Na região da Baixada
Fluminense as melhores condições de plantio foram encontradas ao longo de uma série de
pântanos e brejos ali encontrados. No final desse mesmo século, as regiões cariocas da Tijuca, do
Corcovado e do morro da Gávea estavam completamente tomadas pelas plantações de café.

O pioneirismo das plantações cariocas alcançou toda a região do Vale do Paraíba, sendo o
principal espaço de produção até a década de 1870. Reproduzindo a mesma dinâmica produtiva do
período colonial, essas plantações foram sustentadas por meio de latifúndios monocultores
dominados pela mão-de-obra escrava. As propriedades contavam com uma pequena roça de
gêneros alimentícios destinados ao consumo interno, sendo as demais terras inteiramente voltadas
para a produção do café.
A produção fluminense, dependente de uma exploração sistemática das terras, logo
começaria a sentir seus primeiros sinais de crise. Ao mesmo tempo, a proibição do tráfico de
escravos, em 1850, inviabilizou os moldes produtivos que inauguraram a produção cafeeira do

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

Brasil. No entanto, nesse meio tempo, a região do Oeste Paulista ofereceu condições para que a
produção do café continuasse a crescer significativamente.
Os cafeicultores paulistas deram uma outra dinâmica à produção do café incorporando
diferentes parcelas da economia capitalista. A mentalidade fortemente empresarial desses
fazendeiros introduziu novas tecnologias e formas de plantio favoráveis a uma nova expansão
cafeeira. Muitos deles investiam no mercado de ações, dedicavam-se a atividades comerciais
urbanas e na indústria. Para suprir a falta de escravos atraíram mão-de-obra de imigrantes europeus
e recorriam a empréstimos bancários para financiar as futuras plantações.
O curto espaço de tempo em que a produção cafeeira se estabeleceu foi suficiente para
encerrar as constantes crises econômicas observadas desde o Primeiro Reinado. Depois de se fixar
nos mercados da Europa, o café brasileiro também conquistou o paladar dos norte-americanos,
fazendo com que os Estados Unidos se tornassem nosso principal mercado consumidor. Ao longo
dessa trajetória de ascensão, o café, nos finais do século XIX, representou mais da metade dos
ganhos com exportação.
A adoção da mão-de-obra assalariada, na principal atividade econômica do período, trouxe
uma nova dinâmica à nossa economia interna. Ao mesmo tempo, o grande acúmulo de capitais
obtido com a venda do café possibilitou o investimento em infra-estrutura (estradas, ferrovias...) e
o nascimento de novos setores de investimento econômico no comércio e nas indústrias. Nesse
sentido, o café contribuiu para o processo de urbanização do Brasil.
A predominância desse produto na economia nacional ainda apresenta resultados
significativos no cenário econômico contemporâneo. Somente nas primeiras décadas do século XX
que o café perdeu espaço para outros ramos da economia nacional. Mesmo assinalando um período
de crescimento da nossa economia, o café concentrou um grande contingente de capitais,
preservando os traços excessivamente agrários e excludentes da economia nacional.
Por Rainer Sousa
Mestre em História

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/economia-cafeeira.htm (acesso
em 16 de dezembro de 2017 às 23 h 15 min)

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

BRASIL IMPÉRIO;

Brasil Império
HISTÓRIA DO BRASIL
O período do Brasil Império estendeu-se de 1822 até 1889 e reuniu uma série de acontecimentos
decisivos para a História do Brasil.

• 34

Acima, a bandeira imperial brasileira

A fase do Brasil Império exige uma gama de textos que abordem os conteúdos específicos desse
momento da história do país, contemplando, assim, o período que vai do ano de 1822 (quando o
Brasil tornou-se independente) ao ano de 1889 (quando foi proclamada a República). Para tanto,
esse arco temporal é convencionalmente dividido em três partes: Primeiro Reinado, Período
Regencial e Segundo Reinado, que serão esmiuçados a seguir.
Primeiro Reinado: Momento em que o Brasil deixou a condição de colônia, quando
a família real portuguesa saiu de Portugal após o avanço das tropas napoleônicas sobre a Península
Ibérica, entre os anos de 1807 e 1808. Nesse contexto, o Brasil foi alçado à condição
de Reino Unido de Portugal e Algarves. A partir de 1808, portanto, teve início no Brasil uma
intensa eferverscência política que foi pautada, sobretudo, pelas divergências entre portugueses

Curso de Habilitação de Oficiais – Página 31 de 245


Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

(vindos com a Corte) e brasileiros, bem como entre liberais e conservadores (disputa interna entre
os próprios brasileiros).
A situação política do Brasil só foi resolvida com a articulação e a instituição do Império. No início
de 1820, quando começaram essas articulações, a América Latina e a Europa estavam passando por
grandes reviravoltas. O modelo republicano era paulatinamente adotado pelos países vizinhos do
Brasil. Ao longo do ano de 1821, os chamados “arquitetos” do império,
como José Bonifácio deAndrada e Silva, passaram a tramar a adoção do modelo imperial no Brasil.
Em 1822, D. Pedro, filho de D. João VI, optou por permanecer no Brasil e declarou o país
independente de Portugal, tornando-se o primeiro imperador, sob o título de D. Pedro I.
As instituições do Império, entretanto, só foram efetivamente estabelecidas e regularizadas com a
Carta Constitucional de 1824, ou, em outros termos, a Constituição de 1824. Uma das principais
características do Império Brasileiro foi tecida nessa Constituição, isto é, o Poder Moderador, que
consistia em um quarto poder que dava ao imperador a autoridade de apreciar a decisão dos outros
poderes.
Período Regencial: D. Pedro I abdicou do trono, na década de 1830, em favor de seu filho, então
com cinco anos de idade. Como a menoridade impedia o então herdeiro do trono de assumir o
cargo de imperador, o governo do Brasil ficou sob a responsabilidade de regentes. A regências
tiveram de articular uma nova configuração política para o Império, além de terem que enfrentar
várias revoltas que eclodiram após a abdicação de D. Pedro I. Uma das manobras políticas mais
ousadas da História do Brasil também foi efetuada no período da regência: o Golpe da Maioridade,
em 1839, que tornou D. Pedro II imperador com apenas 14 anos de idade.
Segundo Reinado: foi o período mais longo da História Imperial, indo de 1839 a 1889. Nesse
período, o Brasil passou por transformações de grande porte em todos os setores, desde o
econômico até o cultural. Revoltas também ocorreram e exigiram uma habilidade de integração
nacional muito forte por parte do imperador.
Além disso, os ânimos políticos também tomaram uma configuração intensa, sobretudo entre
conservadores e liberais. Os movimentos republicano e abolicionista, associados às posições do
exército, que também passaram a ser refratárias às do império, acabaram por gerar pressões
múltiplas que culminaram no exílio de D. Pedro II e na consequente Proclamação da República.
Não deixe de conferir logo mais abaixo textos que oferecem explicações mais detalhadas e
completas sobre os principais acontecimentos que marcaram o Brasil Império.

Por Me. Cláudio Fernandes

in: http://brasilescola.uol.com.br/historiab/brasil-monarquia.htm (Acesso em 16 de dezembro de


2017 às 23 h 34 min).

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

BRASIL REPÚBLICA;

Brasil República

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Brasil República é o período da História do Brasil, que teve início com a Proclamação da
República. A República foi proclamada em 15 de novembro de 1889 e vigora até os dias atuais.
A República brasileira é dividida em República Velha ou Primeira República, Era Vargas ou Nova
República, República Populista, Ditadura Militar e Nova República.
República Velha ou Primeira República (1889-1930)
Após a Proclamação da República no Brasil, instituiu-se imediatamente um governo provisório. O
governo provisório era chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que deveria dirigir o País
até que fosse elaborada uma nova Constituição.
No dia 24 de fevereiro de 1891 foi promulgada a segunda Constituição brasileira e a primeira da
República. No dia seguinte à promulgação da Constituição, foram eleitos pelo Congresso Nacional,
o primeiro presidente e o vice.
A República Velha foi dividida em dois períodos:
• República da Espada (1889-1894), em virtude da condição militar dos dois primeiros presidentes
do Brasil: Deodoro da Fonseca (1891) e Floriano Peixoto (1891-1894)
• República das Oligarquias (1894-1930), período em que as oligarquias agrárias dominavam o
país, conhecido popularmente como a “política do café com leite”, em razão da dominação
paulista e mineira no governo federal, que só terminou com a Revolução de 1930. Durante o
período apenas três presidentes não procediam dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais. A
supremacia politica das grandes oligarquias foi aniquilada com a Revolução de 1930.

Para saber mais: Política do Café com Leite e Revolução de 1930.

Era Vargas ou Nova República (1930-1945)


O período denominado Era Vargas é a época em que o chefe do governo brasileiro era o
gaúcho Getúlio Vargas. Essa fase é subdividida em:
• Governo Provisório (1930-1934)

Curso de Habilitação de Oficiais – Página 33 de 245


Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

• Governo Constitucional ou Presidencial (1934-1937)

• Estado Novo (regime ditatorial de 1937 até 1945)

A partir de 1930, as massas populares foram incorporadas ao processo político, sempre sobre
controle. Uma das reações contra a nova ordem política instalada pela Revolução de 1930, foi
o Movimento Constitucionalista de 1932. O movimento ocorreu em São Paulo, onde as elites
políticas tentaram retomar o controle político.
Em 1933, Getúlio Vargas promoveu eleições para a Assembleia Constituinte. A instalação ocorreu
em 10 de novembro, quando foi promulgada a nova Constituição em 1934.
O período do governo constitucionalista de Getúlio Vargas foi uma fase marcada pelo choque de
duas correntes ideológicas. Era a "Ação Integralista Brasileira", ideologia de métodos fascistas e
a "Aliança Nacional Libertadora", movimento da frente popular.
Durante a "radicalização comunista" Getúlio conseguiu do Congresso o decreto de Estado de
Guerra. No dia 10 de novembro de 1937, Getúlio fazia uma proclamação ao povo, justificando a
necessidade de um governo autoritário: nascia assim o Estado Novo.
No mesmo dia do golpe, foi outorgada a nova Constituição Brasileira, baseada na constituição
polonesa. A aproximação de Getúlio com os comunistas alarmou os meio políticos. No dia 29 de
outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto pondo fim à ditadura no Brasil.
Para saber mais:
• Getúlio Vargas

• Era Vargas

• Estado Novo

• Revolução de 1932

República Populista (1945-1964)


O ex-ministro da guerra do governo de Getúlio Vargas, general Eurico Gaspar Dutra, venceu as
eleições de dezembro de 1945.
Em 18 de setembro de 1946 foi promulgada a quinta Constituição brasileira. Essa carta garantiu
os direitos civis e eleições livres, que iria reger a vida do país por mais de duas décadas.

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

Foram Presidentes: Eurico Gaspar Dutra (1946-1951); Getúlio Vargas (1951-1954); Café Filho
(1954-1955); Carlos Luz (1955); Nereu Ramos (1955-1956); Juscelino Kubitschek (1956-1960);
Jânio Quadros (1961); João Goulart (1961-1964).
Getúlio Vargas venceu as eleições de 1950, cinco anos após ser derrubado do poder. A Nova Era
Vargas, com sua política nacionalista recebeu o apoio das classes populares, de setores da
burguesia, dos grupos políticos de esquerda e de parte do Exército.
Vargas enfrentou forte oposição da União Democrática Nacional (UDN), que tinha Carlos
Lacerda (1914-1977) como seu principal porta-voz, e pregava a destituição do presidente.
A ala extremista da oposição liderada por Carlos Lacerda acusava as pessoas ligadas ao governo de

corrupção. Também denunciava financiamentos escandalosos do Banco do Brasil.


Vargas era acusado de pretender instalar no Brasil uma República Sindicalista. O regime era
semelhante ao que Perón havia instalado na Argentina. Os militares oposicionistas exigiram o
afastamento definitivo de Vargas. No dia 24 de agosto de 1954, Vargas comete suicídio.
Para saber mais: Populismo

O Apogeu e a Crise do Populismo


Nos dezessete meses que sucederam a morte de Vargas, três presidentes ocuparam o poder. Foram
eles, Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ramos. A situação política era difícil.
Em 1955, houve novas eleições para presidente e Juscelino Kubitschek foi eleito, com a promessa
de realizar "cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo". Sua administração foi
marcada por obras de grande repercussão, entre elas a construção de Brasília, a nova capital do
país.
Em 1961, o populista Jânio Quadros é eleito. Ele renunciou, contudo, em 25 de agosto. De
acordo com a Constituição o vice João Goulart deveria assumir a presidência.
Houve, porém, um veto militar à posse de Jango, acusado de comunista. A solução para a crise
política foi a promulgação da Emenda Constitucional nº 4, que instituiu o sistema parlamentarista
de governo no país. A emenda limitava o poder do presidente.
João Goulart empossado em 7 de setembro de 1961, colocava em prática uma política nacionalista.
Um plebiscito realizado em 1963 determinou a volta do regime presidencialista. Em 31 de março
de 1964, um golpe militar contra o governo derrubou João Goulart. Em 9 de abril, o comando

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revolucionário promulgou o Ato Institucional nº 1, que dava amplos poderes ao Alto Comando
Militar.
Ditadura Militar (1964-1985)
O período que vai de 1964 a 1985 foi marcado pela presença de militares na vida política
brasileira. Durante duas décadas, foi estabelecido um regime autoritário e centralizador.
Os presidentes desse período formam: Marechal Castelo Branco (1964-1967); General Costa e
Silva (1967-1969); General Médici (1969-1974); General Ernesto Geisel (1974-1979); General
Figueiredo (1979-1985).
Em agosto de 1979, foi assinada a Lei de Anistia. A lei suspendendo as penalidades impostas aos
opositores do regime militar.
Em 1982, a sociedade brasileira começou a organizar a campanha das Diretas-já, para realização
de eleições para a Presidência da República. Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo foi eleito
Presidente pelo Congresso Nacional.
Para saber mais: Ditadura Militar no Brasil e Diretas Já.

Nova República (1985 até os dias atuais)


A eleição de Tancredo Neves (1910-1985) iniciou uma nova fase da história republicana, no
entanto, Tancredo não chegou a exercer o cargo.
A doença e a morte de Tancredo abalaram o país. Com a morte de Tancredo, assumiu a Presidência,
em caráter definitivo, o vice José Sarney. Se sucederam no poder: Fernando Color, Itamar Franco,
Fernando Henrique, Lula e Dilma Rousseff.
Para saber mais: Fernando Henrique Cardoso e Governo Lula.

in: https://www.todamateria.com.br/brasil-republica/ (Acesso em 16 de dezembro de


2017 às 23 h 38 min)

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

O INÍCIO DA INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL;


O início da industrialização brasileira
HISTÓRIA DO BRASIL
A industrialização brasileira aconteceu principalmente a partir das políticas de Getúlio e
Juscelino, pois nesse período houve grandes estímulos à indústria no Brasil.

Ilustração de uma máquina de costura do século XIX


O desenvolvimento industrial brasileiro se deu lentamente e somente aconteceu após o
rompimento de obstáculos e de medidas políticas, como nos governos de Getúlio Vargas e
Juscelino Kubistchek, que foram imprescindíveis para que as indústrias se proliferassem no Brasil.
Pois, os longos anos em que o território brasileiro foi colônia portuguesa, a economia se restringiu
à prática da agricultura conhecida também como monocultura, isto é, o plantio de um único tipo de
produto, como o açúcar.
A coroa portuguesa proibia a instalação do comércio manufatureiro no Brasil para justamente
impedir o crescimento de sua colônia, para que ela continuasse somente fornecendo produtos
agrícolas para o mercado externo. Porém, foi a partir do processo de independência do Brasil que
iniciaram pequenas mudanças econômicas, principalmente, na metade do século XIX, com o
desenvolvimento da economia cafeeira em que os altos lucros propiciaram investimentos em outras
atividades econômicas, como a indústria.

Foi nesse cenário dos grandes lucros da economia cafeeira que surgiram empresários como Irineu
Evangelista de Souza (o Barão de Mauá), preocupados com o desenvolvimento das estradas de
ferro, das cidades e de toda infraestrutura necessária para o crescimento do país. Contudo, as

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primeiras indústrias foram surgindo de maneira paulatina, no final do século XIX e início do XX,
elas representavam ainda uma baixa participação na economia nacional.

Mediante a isso, o Brasil importava praticamente todos os produtos industrializados, pois suas
indústrias não haviam desenvolvido o suficiente. A Europa, como a região do globo que mais se
industrializava, não queria o desenvolvimento industrial brasileiro, pois perderia mercado
consumidor. O Brasil, portanto, dependeu exclusivamente da economia agrícola até a metade do
século XX e, por isso, enfrentou sérios problemas econômicos e políticos.

A crise de 1929 foi um exemplo da fragilidade da economia brasileira e também um aviso de que o
país necessitava diversificar sua produção. Foi com a entrada de Getúlio Vargas em 1930 que o
processo de industrialização tornou-se o eixo norteador das discussões e medidas políticas. Foi
também na Era Vargas que importantes medidas aconteceram para o desenvolvimento industrial
brasileiro.

Um exemplo da política varguista foi a construção da Usina de Volta Redonda no Rio de


Janeiro como também as construções da Companhia Vale do Rio Doce, destinadas à exploração do
minério de ferro em Minas Gerais, e da Petrobrás em 1953, que contribuíram bastante para o
aceleramento do crescimento industrial. Além disso, Vargas criou as leis trabalhistas preparando o
país para a organização no crescimento das indústrias, como foi o caso da CLT – Consolidação das
Leis do Trabalho.
O crescimento industrial ganhou maior dimensão a partir do governo de Juscelino Kubistchek
(1956 – 1961) com a criação de medidas alfandegárias para a vinda de empresas internacionais
para o Brasil. Esse período foi conhecido pelo seu otimismo no que tange ao crescimento da
economia brasileira em que medidas como o Plano de Metas incentivaram a produção industrial.
Essa política do JK para estimular o crescimento industrial ficou conhecida como nacional-
desenvolvimentista, ela concentrava suas atenções em investimentos na área de energia e de
transportes. Para isso, JK utilizou o capital estrangeiro permitindo a entrada de empresas
multinacionais para o Brasil, como a montadora de automóveis, Volkswagen.
Destarte, foram com essas medidas políticas do governo de Getúlio Vargas e de Juscelino
Kubistchek que a industrialização brasileira adquiriu vida própria e obteve um crescimento
vertiginoso, principalmente nos últimos anos do século XX e início do século XXI.

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Por Fabrício Santos


Graduado em História

SANTOS, Fabrício Barroso dos. "O início da industrialização brasileira"; Brasil Escola. Disponível
em <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/industrializacao-brasileira.htm>. Acesso em 17 de
dezembro de 2017 às 00 h 00 min.

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O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE 1930 A 1964;

Política e Economia no Brasil no Período de 1930 a 1964


Trabalho enviado por: Rodrigo Santos Da Costa
Data: 06/07/2006
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Política e Economia no Brasil no Período de 1930 a 1964

INTRODUÇÃO

O período de 1930 até 1964 foi um período muito conturbado da política brasileira. O que se pode

perceber é a constante presença das forças militares nacionais na política, ora apoiando golpes de

estado, ora apoiando governos democráticos. Na economia, ocorreu uma intensa participação do

Estado, que com o auxílio do capital estrangeiro e nacional provocou a industrialização do país.

Porém, a má distribuição de renda não foi resolvida, ao que tudo indica, todos os governos

sofreram com fortes pressões inflacionárias e com um desequilíbrio quase que constante no balanço

de pagamentos. Ademais, as fortes pressões políticas exercidas pelos militares, incomodavam

freqüentemente os governantes que para manter um governo democrático, contavam com as

diferenças ideológicas dentro das forças armadas. Neste contexto, o Brasil passou por diferentes

tipos de regimes políticos: presidencialismo, parlamentarismo e ditaduras militares.

Desta forma, para que se possa compreender melhor os problemas econômicos e sociais e políticos

de nossa atualidade, é imprescindível elucidar este importante período da vida política brasileira.

CAPÍTULO 1 – INÍCIO DA ERA VARGAS


1.1) Crise da Primeira República

A superprodução cafeeira e a política de valorização do café levam a uma crise econômica. A queda

da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, acentua a crise. Surgem brechas nos acordos políticos

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entre as oligarquias que controlam o Estado desde o início da República. Nas eleições de 1930 os

paulistas desafiam a tradicional política do café-com-leite. Decidem permanecer no controle do

governo central, quando a vez seria dos mineiros. O presidente Washington Luís, um paulista,

indica outro paulista, Júlio Prestes, como candidato à sua sucessão.

Aliança Liberal – Minas Gerais passa para a oposição e alia-se ao Rio Grande do Sul e à Paraíba.

Os três Estados formam a Aliança Liberal que, além das elites agrárias, também aglutina militares e

setores das classes médias urbanas. O gaúcho Getúlio Vargas é escolhido para concorrer à

Presidência, tendo como vice o paraibano João Pessoa. A campanha eleitoral mobiliza todo o país.

Júlio Prestes é eleito presidente em 1o de março de 1930, mas não chega a assumir o cargo. Em

outubro, estoura a Revolução de 1930, que leva Getúlio Vargas ao poder.


1.2) Revolução de 1930

João Pessoa, candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, é assassinado em 26 de julho

de 1930. O crime precipita a Revolução. No dia 3 de outubro, o movimento estoura em Porto

Alegre, sob a liderança civil de Getúlio Vargas. O comando militar fica com o coronel Góis

Monteiro, o mesmo que em 1922 e 1924 lutara contra o Tenentismo. Os revolucionários dominam

rapidamente o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e o Nordeste. Os legalistas tentam organizar a

resistência em São Paulo, Bahia, Pará e Rio de Janeiro, sem resultados. Na madrugada de 24 de

outubro os chefes militares rebeldes intimam Washington Luís a deixar a Presidência e o poder é

assumido por uma junta militar. Dez dias depois, em 3 de novembro de 1930, a junta transfere o

poder para Vargas.

Getúlio Dornelles Vargas (1883-1954) nasce em São Borja, Rio Grande do Sul, e torna-se um dos

políticos e estadistas mais marcantes do século. Inicia carreira militar e a abandona em 1902.

Ingressa na faculdade de direito, em Porto Alegre, e é eleito deputado estadual em 1909, 1913 e

1917. Integra a Câmara Federal de 1922 a 1926. Procura conciliar o presidente eleito Artur

Bernardes com o situacionismo gaúcho representado por Borges de Medeiros, que apoiara o

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candidato da oposição, Nilo Peçanha. Assume o Ministério da Fazenda no governo Washington

Luís de 1926 até 1928, ano em que elege-se presidente do Rio Grande do Sul. Candidato pela

Aliança Liberal à Presidência é derrotado, lidera a Revolução de 30 e assume o poder por 15 anos.

Derrubado pelos militares em outubro de 1945, em dezembro elege-se senador por São Paulo e Rio

Grande do Sul, e consegue fazer seu sucessor, o general Eurico Gaspar Dutra. Em 1950 vence as

eleições para a Presidência pelo PTB. Seu mandato é marcado pela criação da Petrobrás, pela

nacionalização da produção de energia elétrica e criação da Eletrobrás, além de uma inflação

galopante, escândalos administrativos e acirrada oposição conservadora de civis e militares. Em 24

de agosto de 1954, diante da opção de renunciar ou ser deposto, suicida-se com um tiro no peito.

1.3) Era Vargas

A chamada "Era Vargas" começa com a Revolução de 30 e termina com a deposição de Getúlio

Vargas em 1945. É marcada pelo aumento gradual da intervenção do Estado na economia e na

organização da sociedade e também pelo crescente autoritarismo e centralização do poder. Divide-

se em três fases distintas: governo provisório, governo constitucional e Estado Novo.

Governo Provisório – Getúlio Vargas é conduzido ao poder em 3 de novembro de 1930 pela Junta

Militar que depôs o presidente Washington Luís. Governa como chefe revolucionário até julho de

1934, quando é eleito presidente pela Assembléia Constituinte. O governo provisório é marcado

por conflitos entre os grupos oligárquicos e os chamados tenentes que apóiam a Revolução de 30.

Getúlio Vargas equilibra as duas forças: atende a algumas reivindicações das oligarquias regionais e

nomeia representantes dos tenentes para as interventorias estaduais. O interventor em São Paulo é

um veterano do movimento tenentista, João Alberto. Para o Rio Grande do Sul, nomeia Flores da

Cunha e para os Estados do Norte-Nordeste e Espírito Santo é escolhido um supervisor, Juarez

Távora, que fica conhecido como "vice-rei do Norte".

Agitações sociais – Em 1931 o PCB organiza no Rio de Janeiro uma manifestação contra a

carestia, a Marcha contra a Fome, violentamente reprimida. Em vários Estados também pipocam

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greves e manifestações de oposição. Os setores oligárquicos afastados do poder se reorganizam,

exigem a convocação de uma Assembléia Constituinte e o fim do governo provisório. São Paulo,

principal centro econômico do país, lidera a oposição a Vargas.


1.4) Revolução Constitucionalista

Em 1932 as elites paulistas deflagram a Revolução Constitucionalista contra o governo federal.

Uma frente entre o Partido Republicano Paulista, derrotado pela Revolução de 30, e o Partido

Democrático lança a campanha pela imediata convocação de uma Assembléia Constituinte e o fim

das intervenções nos Estados. O movimento tem o apoio das classes médias. Manifestações e

comícios multiplicam-se na capital . Em um deles, dia 23 de maio de 1932, os manifestantes

entram em conflito com o chefe de polícia Miguel Costa e quatro estudantes são mortos: Euclides

Bueno Miragaia, Mário Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo

Camargo de Andrade. Com as iniciais de seus nomes é composta a sigla MMDC (Miragaia,

Martins, Dráusio e Camargo), assumida como emblema do movimento rebelde. Em 9 de julho de

1932 estoura a rebelião armada. As forças paulistas comandadas pelo general Isidoro Dias Lopes

ficam isoladas: não recebem ajuda dos outros Estados e a Marinha bloqueia o porto de Santos

impedindo-as de comprar armas no exterior. Os paulistas se rendem em 3 de outubro, depois de

quase três meses de luta.

Constituição de 1934 – As eleições são realizadas dia 3 de maio de 1933 e a Assembléia

Constituinte é instalada em 15 de novembro. Pela primeira vez uma mulher é eleita deputada no

país, a médica Carlota Pereira de Queiroz. Promulgada em 15 de julho de 1934, a Constituição

mantém a república federativa, o presidencialismo, o regime representativo e institui o voto

secreto. Amplia os poderes do Estado, que passa a ter autonomia para estabelecer monopólios e

promover estatizações. Limita a atuação política do Senado, incumbindo-o da coordenação interna

dos três poderes federais. Institui o Conselho de Segurança Nacional e prevê a criação das justiças

Eleitoral e do Trabalho. Nas disposições transitórias, transforma a Assembléia Constituinte em

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

Congresso e determina que o próximo presidente seja eleito indiretamente por um período de 4

anos.
1.5) Governo Constitucional

Getúlio Vargas é eleito presidente pelo Congresso em julho de 1934 e exerce o mandato

constitucional até o golpe do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937. Os três anos de legalidade

são marcados por intensa agitação política, greves e o aprofundamento da crise econômica. Nesse

quadro, ganham importância movimentos como a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança

Nacional Libertadora (ANL).

Ação Integralista Brasileira – As idéias fascistas chegam ao Brasil nos anos 20, propagam-se a

partir do sul do país e dão origem a pequenos núcleos de militantes. Em 1928 é fundado o Partido

Fascista Brasileiro. A organização mais representativa dos fascistas, porém, é a Ação Integralista

Brasileira (AIB), fundada em 1932 pelo escritores Plínio Salgado e Gustavo Barroso. O movimento

é apoiado por setores direitistas das classes médias, dos latifundiários e dos industriais. Recebe a

adesão de representantes do clero católico, da polícia e das Forças Armadas. Defende um Estado

autoritário e nacionalista que promova a "regeneração nacional", com base no lema "Deus, Pátria e

Família".

Plínio Salgado (1895-1975) nasce em São Bento do Sapucaí, São Paulo, e estuda ciências humanas

em Minas Gerais. Desde jovem dedica-se ao jornalismo. Elege-se deputado estadual em 1928 e, em

1932, funda a Ação Integralista Brasileira (AIB). Em menos de quatro anos, o movimento reúne

mais de 300 mil adeptos em todo o país. De inspiração nazi-fascista, adota uma simbologia

nacionalista, uma camisa verde como uniforme e, como saudação, a palavra anauê, uma interjeição

da língua tupi. Apontado como líder do levante integralista de 1938, Plínio Salgado é preso na

fortaleza de Santa Cruz, e depois exilado em Portugal. Volta ao Brasil em 1945, com o fim do

Estado Novo, e funda o Partido da Representação Popular (PRP). Em 1955, concorre à Presidência

da República e chega em último lugar. Elege-se deputado federal em 1958 e 1962 pelo PRP, e em

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

1966 e 1970 pela Arena. Membro da Academia Paulista de Letras, escreve romances, ensaios e

obras políticas.

Aliança Nacional Libertadora– O agravamento das condições de vida das massas urbanas e rurais,

e as tendências autoritárias de Vargas fornecem os ingredientes para formar a Aliança Nacional

Libertadora (ANL), em março de 1935. A ANL é uma grande frente política formada por ex-

tenentes, comunistas, socialistas, líderes sindicais e liberais alijados do poder. O capitão da

Marinha Hercolino Cascardo, líder da revolta do couraçado São Paulo na Revolução Paulista de

1924, é escolhido para dirigi-la. Luís Carlos Prestes, ex-chefe da Coluna Prestes e já militante do

Partido Comunista, é indicado seu presidente de honra. A ANL defende a suspensão definitiva do

pagamento da dívida externa, ampliação das liberdades civis, proteção aos pequenos e médios

proprietários de terra, reforma agrária nos latifúndios improdutivos, nacionalização das empresas

estrangeiras e instauração de um governo popular.

Movimento nacional – Formada à semelhança das frentes populares antifascistas e antiimperialistas

da Europa, a ANL é o primeiro movimento de massas de caráter nacional. Em apenas 3 meses

forma 1.600 núcleos, principalmente nas grandes cidades. Só no Rio de Janeiro inscrevem-se mais

de 50 mil pessoas. Congrega operários, estudantes, militares de baixa patente e membros da classe

média. Seu rápido crescimento assusta as classes dominantes. Surgem campanhas contra a "ameaça

comunista". Getúlio Vargas começa a reprimir os militantes e, em 11 de julho de 1935, decreta a

ilegalidade da ANL e manda fechar suas sedes.

Intentona Comunista – Após o fechamento da ANL, o Partido Comunista começa a preparar uma

insurreição armada. Em 23 de novembro de 1935 estoura em Natal um levante de militares ligados

ao partido. No dia seguinte, o mesmo ocorre no Recife e, no dia 27, no Rio de Janeiro. A rebelião

fica restrita aos muros dos quartéis, mas serve de argumento para o Congresso decretar estado de

sítio. A polícia, dirigida por Filinto Müller, desencadeia violenta repressão aos comunistas.
1.6) Golpe de Estado

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

O estado de sítio aumenta o poder de Vargas e de alguns altos oficiais do Exército e da própria

polícia. Crescem a repressão aos movimentos sociais e a conspiração para instaurar uma ditadura

no país. É nesse clima que se inicia a campanha para as eleições presidenciais, previstas para

janeiro de 1938.

Campanha eleitoral – Três candidatos são lançados à Presidência. O paulista Armando de Sales

Oliveira é apoiado pelos partidos Constitucionalista (sucessor do Partido Democrático) e

Republicano Mineiro, pelo governador gaúcho, José Antônio Flores da Cunha, e por facções

liberais de outros Estados. O paraibano José Américo de Almeida é apoiado pelo Partido Libertador

do Rio Grande do Sul, pelo governo de Minas e pela maioria das oligarquias nordestinas. O

terceiro candidato é o integralista Plínio Salgado. Vargas declara seu apoio a José Américo, mas, ao

mesmo tempo, encomenda secretamente ao jurista Francisco Campos, simpatizante do fascismo e

futuro Ministro da Justiça, uma nova Constituição para o Estado autoritário que pretende

estabelecer.

Plano Cohen – Em 30 de setembro de 1937 o general Góis Monteiro, chefe do Estado-maior do

Exército, divulga à nação o "tenebroso" Plano Cohen: uma suposta manobra comunista para a

tomada do poder através da luta armada, assassinatos e invasão de lares. O Plano não passa de uma

fraude forjada por membros da Ação Integralista para justificar o golpe de estado. Frente à "ameaça

vermelha", o governo pede ao Congresso a decretação de estado de guerra, concedido em 1o de

outubro de 1937. É o início do golpe.

O golpe – Com o golpe já em andamento, Getúlio reforça suas alianças com o governador de

Minas, Benedito Valadares, e de vários Estados do Nordeste. Em 10 de novembro de 1937 as

Forças Armadas cercam o Congresso Nacional e, à noite, Vargas anuncia em cadeia de rádio a

outorga da nova Constituição da República, elaborada pelo jurista Francisco Campos. A quarta

Constituição do país e terceira da República, conhecida como "a polaca" por inspirar-se na

Constituição fascista da Polônia, institui a ditadura do Estado Novo.

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

Constituição de 1937– A Constituição outorgada acaba com o princípio de harmonia e

independência entre os três poderes. O Executivo é considerado "órgão supremo do Estado" e o

presidente é a "autoridade suprema" do país: controla todos os poderes, os Estados da Federação e

nomeia interventores para governá-los. Os partidos políticos são extintos e instala-se o regime

corporativista, sob autoridade direta do presidente. A "polaca" institui a pena de morte e o estado de

emergência, que permite ao presidente suspender as imunidades parlamentares, invadir domicílios,

prender e exilar opositores.

CAPÍTULO 2 – ESTADO NOVO

A ditadura Vargas, ou Estado Novo, dura oito anos. Começa com o golpe de 10 de novembro de

1937 e se estende até 29 de outubro de 1945, quando Getúlio é deposto pelos militares. O poder é

centralizado no Executivo e cresce a ação intervencionista do Estado. As Forças Armadas passam a

controlar as forças públicas estaduais, apoiadas pela polícia política de Filinto...

https://www.zemoleza.com.br/trabalho-academico/sociais-aplicadas/ciencias-
sociais/politica-e-economia-no-brasil-no-periodo-de-1930-a-1964/ (Acesso em 17 de dezembro
de 2017 às 00 h 30 min)

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NACIONALISMO E DESENVOLVIMENTISMO ECONÔMICO;


Estado desenvolvimentista, nacionalismo e liberalismo Luiz Carlos Bresser-Pereira Trabalho
apresentado à reunião anual da Sociedade Brasileira de Ciência Política, Gramado, agosto de 2012.
Segunda versão, ainda provisória, setembro de 2012. Nos anos os cientistas políticos e os
economistas brasileiros identificaram como “desenvolvimentismo” o conjunto de ideias políticas e
de estratégias econômicas que orientavam a industrialização acelerada do Brasil e a coalizão de
classes identificadas com o desenvolvimento nacional. Hélio Jaguaribe (1962: 208) afirmava no
início dos anos1960 que “a tese central do nacionalismo desenvolvimentista é a de que a promoção
do desenvolvimento econômico e a consolidação da nacionalidade constituem dois aspectos
correlatos do mesmo processo emancipatório”. Através do nacional-desenvolvimentismo a
sociedade brasileira estava superando o Estado cartorial que caracterizara a política brasileira até
1930 tendo como instrumento um Estado desenvolvimentista. Outros países da América Latina,
em particular o México, e países asiáticos como Coreia do Sul, Taiwan e Singapura cresciam
adotando uma estratégia desenvolvimentista apoiada, no plano teórico, em uma combinação da
teoria estruturalista do desenvolvimento com a macroeconomia keynesiana. Esses países
combinavam intervenção do Estado com um setor privado dinâmico, tomando como modelo o
Japão. No início dos anos 1980, Chalmers Johnson (1982), buscando compreender o
extraordinário desenvolvimento econômico desse país, denominou o Estado japonês, “Estado
desenvolvimentista”.1 Entretanto, não obstante o extraordinário êxito desses países e a
responsabilidade fiscal que geralmente acompanhou essas experiências, a partir dos anos 1980,
durante os 30 Anos Neoliberais do Capitalismo (1979-2008) a palavra desenvolvimentismo
tornou-se pejorativa, tornou-se sinônima de irresponsabilidade ou populismo fiscal. Esta manobra
retórica fazia parte da afirmação da nova hegemonia neoliberal e neoclássica, mas tinha algum
fundamento. De fato, desde o final dos anos 1970, diante da crise causada pelo segundo choque do
petróleo, vários países latino-americanos recusaram-se a realizar o ajustamento macroeconômico
necessário e praticaram o populismo em nome de um keynesianismo vulgar e equivocado. Mas,
apesar dos erros desenvolvimentistas e do ataque neoliberal, o conceito e as ideias relativas ao
desenvolvimentismo não morreram. ###Assim, nos anos 2000, na medida em que as políticas e
reformas neoliberais não cumpriram as promessas e implicaram crescimento lento, alta
instabilidade financeira e forte aumento das desigualdades, elas voltaram à tona e se tornaram
objeto de crescente atenção nos países em desenvolvimento. Ainda que o 2 desenvolvimentismo
tenha um forte conteúdo de política econômica, este trabalho o discutiremos do ponto de vista
político. Nosso objetivo é relacioná-lo com as duas ideologias centrais das sociedades capitalistas
avançadas – o liberalismo e o nacionalismo; é entender o que é o Estado desenvolvimentista. As
revoluções capitalistas e o desenvolvimento econômico geralmente começam em cada sociedade
com a revolução comercial e se completam com a formação do Estado-nação e a revolução
industrial. No processo histórico de construção dos Estados-nação nacionalismo e liberalismo
foram as duas ideologias centrais. O nacionalismo foi a ideologia das burguesias nacionais que,
associadas ao seu monarca absoluto, realizavam sua revolução nacional e capitalista. Já o
desenvolvimentismo tornou-se a ideologia e estratégia nacional de desenvolvimento dos países

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

retardatários quando buscaram realizar sua revolução nacional e industrial e realizarem o


alcançamento dos níveis de desenvolvimentismo dos países que realizaram originalmente sua
revolução nacional e industrial, ou, em uma palavra, sua revolução capitalista. No processo
histórico do desenvolvimentismo podemos distinguir os países “de desenvolvimento original” e os
“retardatários”. Foram países de desenvolvimento original aqueles países que realizaram sua
revolução nacional e industrial inicialmente, enquanto foram ou são retardatários aqueles que para
se desenvolver tiveram que enfrentar o novo imperialismo industrial os primeiros. Alguns países
retardatários, como o Japão e a Coreia do Sul, são hoje ricos, outros são países de renda média ou
então são países pobres. EstadoTanto nos países de desenvolvimento original como nos países
retardatários que já alcançaram a condição de renda média, o Estado foi seu instrumento por
excelência desse desenvolvimento. Como definir esse Estado? Como relacioná-lo com o
nacionalismo e com o liberalismo? Essas são algumas perguntas que queremos discutir neste
artigo. Perguntas para as quais adiantamos uma resposta: o nacionalismo é constitutivo da nação, o
liberalismo, do mercado, e o desenvolvimentismo, constitutivo do desenvolvimento econômico.
Quando falamos neste trabalho em liberalismo, estamos nos referindo ao liberalismo econômico;
existe um liberalismo político entendido como afirmação dos direitos civis ou das liberdades, que
hoje são valores universais, como existe também um socialismo entendido como afirmação dos
direitos sociais que são igualmente valores universais. Nação e Estado As sociedades antigas se
estruturaram politicamente e ocuparam o território, primeiro, sob a forma de tribos e clãs, depois,
quando já produziam um excedente econômico, através de impérios e cidades-Estado, e,
finalmente, já no quadro do capitalismo, sob a forma de Estados-nação ou países. Assim, em
termos de ocupação política do território, os impérios são as unidades político-territoriais próprias
das civilizações antigas, enquanto que os Estados-nação, as unidades político-territoriais coerentes
com o capitalismo. No quadro de cada Estado-nação, por sua vez, as sociedades modernas ou
capitalistas se organizam politicamente sob a forma de nação ou de sociedade civil, 3 e a partir
delas se relacionam com o Estado e procuram influenciar sua constituição e suas leis. A nação é a
sociedade que compartilha uma história e um destino comum, tem um território como domínio, e
um Estado como instrumento fundamental de coordenação e de ação coletiva. Em princípio, a
nação constrói seu Estado – constrói seu sistema constitucional-legal e a administração pública que
o garante. Definido nesses termos, o Estado é a instituição maior de cada sociedade; é o
instrumento de ação coletiva por excelência da nação e da sociedade civil. É através dele – de seu
sistema político, de suas leis, e de sua administração pública – que nação e sociedade civil buscam
alcançar os grandes objetivos políticos das sociedades modernas. O Estado-nação, por sua vez, é a
unidade político-territorial constituída por uma nação, um território e um Estado. No processo
histórico de construção do Estado, nos países de desenvolvimento original, a primeira forma de
Estado moderno foi o Estado Absoluto ou Mercantilista; sucedeu-o o Estado Liberal; depois o
Estado Liberal-Democrático; e finalmente, na Europa hoje, o Estado Democrático Social. Os
primeiros países a fazerem sua revolução capitalista a realizaram no quadro do Estado
Mercantilista. Já nos países retardatários, e, em particular, nos países latino-americanos que
realizaram sua revolução nacional e industrial no século XX, não houve nem um Estado absoluto,

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nem liberal, mas um Estado oligárquico. Quando, a partir dos anos 1930, lograram realizar sua
revolução capitalista, esta ocorreu no quadro de um Estado Desenvolvimentista, com base em uma
coalizão política de classes desenvolvimentista. Em cada país ou Estado-nação sua sociedade e as
diversas classes e grupos sociais que a compõem encontram meios de influenciar e controlar o
Estado. Em momentos de crise interna as classes sociais podem apresentar um caráter unitário e o
conflito entre elas se tornar determinante; em momentos de crise externa e de guerra, é a nação que
se torna una. Nas situações normais, as sociedades se dividem em frações de classe e se organizam
e coalizões – por exemplo, capitalistas mercantis e capitalistas industriais, ou capitalistas rentistas
x empresários, ou tecnoburocracia pública e tecnoburocracia privada, ou trabalhadores urbanos e
rurais – e se organizam politicamente sob a forma de coalizões de classe ou pactos políticos. Os
quais podem ser progressistas ou conservadores, ou, do ponto de vista econômico,
desenvolvimentistas ou liberais. O processo de construção política e social do Estado e da própria
sociedade acontece, assim, através de um complexo sistema de lutas políticas através das quais se
definem os grandes valores e objetivos nacionais, os direitos de cidadania (civis, políticos, sociais
e republicanos), e a organização do Estado. Além de se expressar nas classes e nas coalizões de
classe, a relação entre sociedade e Estado nas sociedades complexas e plurais do nosso tempo se
expressa nas ideologias, nas coalizões partidárias, nos lobbies das diversas organizações
corporativas da sociedade, na advocacia política das organizações de responsabilização social, e no
debate público. Formas históricas do Estado O nacionalismo é a ideologia da formação do Estado-
nação, o liberalismo, a ideologia da construção do mercado. Para a burguesia nacionalista o Estado
foi originalmente instrumento fundamental do processo de acumulação de capital, 4 mas, ao
mesmo tempo, essa burguesia era também liberal no plano politico, e se organizava para enfrentar
e estabelecer limites necessários ao poder do Estado, e liberal no plano político, buscando a
liberdade de comércio, não obstante a alta burguesia houvesse sido beneficiada pelo Estado
mercantilista. Um pouco mais adiante, quando o problema é colocado pela Revolução Francesa, a
classe capitalista se oporá à democracia ou ao sufrágio universal que os trabalhadores e as classes
médias demandavam com o argumento da “ditadura da maioria” – a suposição que no momento
em que todos os pobres ou todos os trabalhadores tivessem direito de votar eles a expropriariam.
Foi necessário um século de luta ideológica pela democracia e de experiência de que os pobres não
se propunham a implantar o socialismo assim que fossem maioria para que esse temor perdesse
significação política e a democracia pudesse ser implantada: na virada do século XIX para o XX,
bem depois de completada a revolução nacional e industrial de cada país hoje desenvolvido, os
pobres, os trabalhadores e os intelectuais de classe média republicanos afinal venceram a luta pelo
sufrágio universal, e os regimes políticos puderam ser chamados de democráticos. Surgia, assim, o
Estado democrático, que, no século XX se transformará também em valor universal. Mas em cada
país implantou-se uma democracia de elites ou liberal: uma democracia schumpeteriana porque
semelhante àquela propota por Joseph Schumpeter (1940): uma democracia na qual as elites
políticas e econômicas são eleitas pelo povo mas não precisam lhe prestar contas. Uma democracia
que garantia o direito universal de votar e ser votado, mas limitava o papel do Estado na garantia
da propriedade e dos contratos, e o papel dos cidadãos de votar periodicamente. Entretanto, na

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medida em que o Estado se tornava democrático ao garantir o sufrágio universal, o Estado não
podia parar aí. O Estado tornou-se democráticoliberal. E é ainda assim nos Estados Unidos.
Apenas depois da Segunda Guerra Mundial, despesas em amplos serviços sociais passaram a ser
condição da legitimidade popular do Estado, e formou-se, assim, o Estado do bem-estar social. Foi
esse um avanço significativo do ponto de vista da afirmação dos direitos sociais. Enquanto o
Estado Liberal garantia apenas os direitos civis, e o Estado semocrático liberal garantia apenas os
direitos políticos de votar e ser votado, o Estado do bem-estar social garantirá os direitos aos
cuidados de saúde, à educação fundamental, a uma velhice segura, e à assistência social. Este
extraordinário desenvolvimento da sociedade e do Estado não aconteceu pacificamente. Desde o
século XVII até o XX os países hoje ricos estiveram empenhados em guerras para definir suas
fronteiras, porque a ampliação do território nacional fazia parte da formação do Estado-nação e era
uma condição necessária para a industrialização. Tiveram êxito nessa extraordinária mudança
histórica e se desenvolveram porque suas elites além de liberais foram nacionalistas e puderam,
assim, construir seu Estado-nação. Em seguida, no século XIX – agora muito mais fortes porque
industrializados ou capitalistas – construíram seus impérios – um tipo de unidade político-
territorial muito diferente dos impérios antigos. O sistema imperial industrial ou moderno
terminou formalmente após a Segunda Guerra Mundial, mas continuou presente na realidade dos
povos da periferia do capitalismo. O mundo atual está coberto de Estados-nação, que são as
unidades político-territoriais específicas do capitalismo. Em muitos deles, nos mais pobres, a
nação é uma ficção, é um ser sem alma, porque suas elites são alienadas ou 5 dependentes, e
procuram se associar antes às elites dos países ricos do que a seu povo. Mas alguns países
retardatários lograram, afinal, realizar revoluções nacionalistas e se industrializaram. Foi o caso da
Turquia, do México, do Brasil, da Coréia do Sul, da China, da Índia, entre outros. Nesses países,
antes de ser liberal e democrático, o Estado foi desenvolvimentista – foi um Estado que além de
nacionalista porque diretamente envolvido na revolução industrial e capitalista da nação, foi um
Estado que passou a promover o desenvolvimento econômico de uma maneira deliberada ou mais
planejada do que o fizeram os países que se desenvolveram originariamente para, assim, poderem
realizar o alcançamento: realizarem em um período mais curto uma revolução capitalista que
durou séculos nos países de desenvolvimento original Do Império eo Estado-Nação Só
compreenderemos o Estado-nação e o nacionalismo se, acompanhando o raciocínio de Ernest
Gellner (1993), o opusermos ao império clássico ou pré- industrial. O império é a unidade político-
territorial que caracterizou as sociedades antigas mais desenvolvidas, aquelas que Gellner chama
de “sociedades agrárias letradas”, enquanto que o Estado-nação é a unidade político-territorial
própria do capitalismo. O fato de que hoje, no quadro do capitalismo global, toda a superfície da
terra seja coberta por Estados-nação não é acidental. O Estado-nação é a maneira de organizar
politicamente o território que melhor realiza a lógica do capitalismo: a acumulação de capital
como busca do lucro e como instrumento do desenvolvimento econômico. Para Gellner, o império
clássico é essencialmente diferente do Estado-nação. Enquanto no tempo dos impérios, o problema
fundamental é o de acumular poder, no tempo dos Estados-nação é acumular riqueza. A lógica da
dominação imperial supõe a existência de uma cultura superior no centro do império e de uma elite

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imperial que a monopoliza. Mas, ao contrário do que acontecerá com os Estadosnação, os impérios
não têm qualquer interesse em transferir sua cultura superior para as colônias. Para ele está bem
que a colônia conserve sua língua, suas tradições, sua religião. O que lhe interessa é apenas a
subordinação e a coleta de impostos. Como para que esses dois objetivos se realizem é preciso que
a dominação tenha legitimidade, o império se associa a parte da elite local, que já havia construído
sua legitimidade, e com ela partilha a apropriação do excedente econômico. O quadro é diferente
no caso do Estado-nação. Agora a lógica da acumulação de capital e do desenvolvimento exige a
integração de toda a sociedade na mesma cultura. Antes disso, a burguesia se associa ao monarca
para construir o Estadonação, porque precisa de um mercado interno amplo e seguro para
viabilizar a revolução industrial. As burguesias mercantis partiam de cidades-Estado e faziam o
comércio de longa distância cujo objeto eram especiarias – eram mercadorias caras e poucas. A
industrialização vai exigir um mercado amplo para mercadorias industriais baratas e muitas – um
mercado interno que só o Estado-nação pode assegurar. 6 Assim, quando o Estado-nação se forma,
sua lógica é a do capitalismo – é a da acumulação de capital e do desenvolvimento econômico. É o
aumento da produtividade. São coisas que absolutamente não existiam nas sociedades antigas, mas
que agora se tornam conformadoras das instituições e das ideologias. Agora não há impérios em
permanente guerra uns com os outros. A guerra ainda subsistiu por três séculos, entre os Tratados
de Vestefália (1648) e a Segunda Guerra Mundial, porque nesse período estavam sendo definidas
fronteiras que deviam ser claras e razoavelmente indisputadas para o Estado-nação. Mas, desde o
início a lógica dos Estados-nação não era mais a da guerra, mas a do desenvolvimento econômico
e da competição econômica entre eles. Para isso, agora, a racionalização da produção e a o
aumento da produtividade. Por isso, todos passaram a desenvolver grandes sistemas de educação
pública – o que era impensável na lógica dos impérios. Por isso, a cultura superior passou ser
partilhada com o povo. Por isso, quando os Estados-nações mais ricos passaram a ser o destino de
um número crescente de imigrantes dos países pobres, exigiu-se deles a integração na cultura do
país. Surgiu um espaço para o multiculturalismo, mas este é limitado porque a lógica da
competição e do desenvolvimento econômico exige a integração nacional, exige o
compartilhamento de uma mesma ideia de nação, exige o nacionalismo compartilhado pelos
cidadãos. Colocado o conceito de Estado-nação nesta perspectiva histórica, fica clara sua
vinculação com o capitalismo, com o nacionalismo e com o desenvolvimento econômico. Na
medida em que o desenvolvimento é um processo histórico que surgiu com a revolução capitalista
e a formação dos Estados nacionais, a nação enquanto sociedade política, e o nacionalismo
enquanto sua ideologia desempenham um papel estratégico nesse desenvolvimento econômico.
Conforme percebeu Adam Smith, o desenvolvimento é um processo de aumento da riqueza das
nações. Assim, ele pressupunha que o ator principal nesse processo de desenvolvimento
econômico ou de aumento da riqueza nacional é a nação. O desenvolvimento econômico decorre,
sem dúvida, do esforço e da capacidade de concorrência dos indivíduos e das empresas operando
no mercado, mas depende também da capacidade da nação utilizar seu instrumento de ação
coletiva por excelência – o Estado – para criar as condições necessárias para que as empresas
invistam incorporando progresso técnico. O nacionalismo foi necessário para que os países hoje

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ricos construíssem seu Estado-nação e se desenvolvessem, e hoje, na era da globalização. Hoje, só


conseguimos compreender como enfrentam uma competição econômica mundial e ocupar o
mercado interno dos países em desenvolvimento com suas empresas multinacionais apoiadas por
seus repectivos Estadosse considerarmos que agem de forma nacionalista. Mas esse nacionalismo
é cuidadosamente escondido. O discurso neoliberal que patrocinaram era globalista, para se opor
às revoluções nacionalistas que, nos países em desenvolvimento, põem em cheque sua dominação
imperial. Os países ricos podem fazer isso, porque, como nesses países a palavra nacionalismo não
distingue uns cidadãos de outros (todos são nacionalistas no plano econômico, todos acreditam que
é dever de seu governo defender os interesses do trabalho, do conhecimento e do capital
nacionais), esta palavra podia ser objeto de um discurso duplo: pode ser usada pejorativamente ao
ser identificada com o nacionalismo étnico e com o protecionismo econômico. E serve para
desqualificar e neutralizar o nacionalismo econômico dos países em desenvolvimento. 7
Entretanto, desde os anos 1970, desde o momento em que a globalização econômica e social
avançou e, ao mesmo tempo, a ideologia neoliberal se tornou hegemônica no mundo, a ideia de
nação passou a ser minada não apenas nos países em desenvolvimento, mas também nos países
ricos. Isto ocorreu especialmente em relação às elites rentistas e financeiras que foram dominantes
nos 30 Anos Neoliberais do Capitalismo (1979-2008). O fato histórico novo que deu origem à
desnacionalização das elites rentistas dos países ricos foi a expansão para os mercados estrangeiros
de suas empresas multinacionais. Essa expansão não interessa aos trabalhadores e às classes
médias dos países ricos, porque ela muitas vezes implicava deslocalização de fábricas e perda de
emprego. E, mesmo que a deslocalização não acontecesse, o investimento no exterior implicava
que os mercados externos deixavam de ser supridos por trabalhadores nacionais. Interessava,
entretanto, e continua a interessar aos capitalistas rentistas e ao capital financeiro que os serve,
porque em um grande número de casos, a parcela dos lucros das empresas multinacionais que é
realizada no seu país sede é inferior a 40%. A clássica solidariedade nacional entre trabalhadores e
capitalistas que caracterizou os momentos de maior prosperidade dos países modernos foi assim
abalada. Sobrava para os trabalhadores a luta de classes, mas, em um quadro político em que o
socialismo deixou de ser alternativa prática, e no qual os trabalhadores estão enfraquecidos pela
concorrência externa dos países em desenvolvimento bem sucedidos, eles acabam por aceitar
redução de salários para não perder emprego. Foi o que aconteceu, por exemplo, na Alemanha,
desde o início dos anos 2000. E foi essa decisão corporativista dos alemães que deu origem à grave
crise financeira da Zona do Euro do início dos anos 2010. Nação, nacionalismo e pensamento
Antes da nação se formar, há um povo que vive em um território e tem um número suficiente de
traços comuns e de interesses compartilhados para que se constitua em nação, domine um território
e construa um Estado, formando, assim, o Estado-nação. Para que um povo se transforme em
nação não é necessário que seja homogêneo do ponto de vista étnico, como mostra a nação
brasileira, nem que tenha a mesma língua, como mostra a nação suíça, mas é necessário que tenha
ou construa uma história comum, um destino comum, e tenha um território e um Estado ou tenha
perspectivas de vir a tê-los. A nação é a sociedade politicamente organizada voltada para a
autonomia nacional e o desenvolvimento; é a sociedade que partilha uma história, valores, e

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objetivos comuns, e que conta (ou luta por contar) com um Estado e um território para, assim,
formar um Estado-nação. A nação é essencialmente um fenômeno político moderno, que começa a
surgir no quadro do capitalismo mercantilista e da formação dos primeiros Estado-nação
modernos. A nação, como a sociedade civil, é o aspecto vivo, dinâmico e político da sociedade.
Enquanto a nação está voltada para a autonomia nacional, a segurança e o desenvolvimento
econômico, a sociedade civil está voltada principalmente para a liberdade, a justiça social e a
proteção da natureza. O nacionalismo é a ideologia da nação, é o conjunto de valores e crenças
políticas que preside a formação do Estado-nação; é a ideologia que afirma que um povo que
compartilha história e interesses, sem prejuízo dos conflitos internos, da luta 8 de classes, ter um
destino comum; é a ideologia que une um povo na sua relação com os vizinhos e com os impérios.
O nacionalismo e a construção da nação foram, geralmente, o resultado da ação política de elites
intelectuais e burguesas que lograram definir uma aliança com seus respectivo povo
suficientemente forte para que juntos lograssem defender e ampliar o território nacional e se
industrializar. A partir da contribuição de Ernest Gellner (1983), sabemos que em um primeiro
momento não é a nação que define o nacionalismo, mas é o nacionalismo de uma elite política que
forma a nação. Em outras palavras, a nação não é um dado “natural”, mas uma construção social, é
um artefato que uma sociedade usa para afirmar seus interesses e seus valores. Quando Renan
falou em plebiscito diário, ele estava assinalando que a nação é uma construção sempre inacabada,
sempre ameaçada de ser interrompida. Norberto Elias (1968) viu com clareza que o
desenvolvimento ou o “processo civilizatório” combina de forma dialética dois processos
contraditórios: a diferenciação e a integração. A diferenciação é fruto da divisão do trabalho. Já a
integração é alcançada através da formação do Estado-nação. Uma elite aristocrática ligada ao
monarca se associa a uma elite burguesa em torno de duas ideologias igualmente contraditórias – o
nacionalismo e o liberalismo – e, a partir desse pacto – principalmente a burguesia ascendente
busca fazer um acordo nacional com o povo. Para Elias (1968: 210) o desenvolvimento implica “a
marcha da integração ao longo de vários séculos complementado por um processo de diferenciação
crescente”. Sabemos, desde Ernest Renan (1882), que o nacionalismo é um fenômeno da
modernidade e que é “um plebiscito repetido todos os dias”. O nacionalismo pode ser econômico –
orientado para a afirmação do interesse econômico nacional em uma economia global na qual cada
Estado-nação faz o mesmo – ou pode ser étnico, e, em consequência, racista e belicista. No
primeiro caso – que é o que nos interessa aqui – o nacionalismo se define pela convicção que o
papel de cada governo é defender os interesses do trabalho, do conhecimento e do capital
nacionais, e pela exigência que essa defesa seja feita de acordo com critérios nacionais, ao invés da
subordinação a países mais ricos e poderosos, e, por isso, supostamente mais competentes. O
nacionalismo não é a mesma coisa que identidade cultural ainda que ambos tenham muito em
comum. Um país pode ter forte identidade cultural, mas se subordinar no plano econômico e
político. O Brasil, como o México, são países com forte identidade cultural. Mas o Brasil teve
mais sorte do que o México porque está mais longe da potência imperial do século XX – os
Estados Unidos. O México, com sua origem nas grandes civilizações asteca e maia possuem
provavelmente uma identidade cultural mais forte do que o Brasil, mas a partir do momento em

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que passou a fazer parte da NAFTA, no quadro da onda neoliberal e globalista dos anos 1990, sua
ideia de nação ou seu nacionalismo perderam força, e o país se tornou dependente dos seus dois
vizinhos mais ricos do Norte. Mas também os brasileiros enfrentaram problemas nesse período.
Eles se orgulham de sua identidade cultural, que talvez seja forte do que a de países desenvolvidos.
A identidade cultural do Canadá, por exemplo, me parece mais esgarçada, mas, em compensação,
seu povo tem uma clara consciência da sua nação, tem uma forte 9 identidade nacional, já que
ninguém tem dúvidas que é dever do seu governo defender o trabalho, o capital, e o conhecimento
nacionais. O nacionalismo está presente em todo Estado-nação, mas hoje é mais aparente nos
países retardatários que precisam ainda realizar sua revolução nacional e capitalista. Álvaro Vieira
Pinto (1960b: 387, 394), o principal filósofo do ISEB, opôs a “consciência ingênua” à
“consciência crítica”, relacionou esta última com o nacionalismo, e viu este último como uma
condição do pensamento. Para ele “o nacionalismo revela-se como o único recurso para superar e
suprimir a alienação do país subdesenvolvido”. E acrescenta: “A capacidade de pensar por si a
verdade a seu próprio respeito e a respeito da exisência circundante decorre da plena coincidência
do ser e da essência, condição que define o estado não alienado”. Embora pertencendo a uma
tradição filosófica diversa, Paulo Arantes (2004: 80) caminha na mesma direção quando afirma
que “o nacionalismo é fundamentalmente a consequência da tensão gerada pelo desenvolvimento
desigual numa economia mundial unificada.” Para compreender o nacionalismo existente no Brasil
e na América Latina e suas fraquezas, Arantes faz uma ampla resenha do conceito de Benedict
Anderson (1991) de nação como “comunidade imaginada” que não nasce apenas de interesses
comuns; nasce também da convivência de elites “criollas” marginalizadas pela metrópole, da
leitura dos jornais por essa elite que as permite se ver ou se identificar como sociedade nacional, e
da leitura dos romances onde essa sociedade é retratada como um todo.2 Depois de fazer esta
análise, Arantes se reporta à distinção de Hannah Arendt de pensamento e conhecimento. Enquanto
o conhecimento está apenas comprometido com a “verdade”, o pensamento, reporta-se
permanentemente à opinião dos outros, e, nesse movimento, ao levar essa opinião em consideração
na formação de seu próprio julgamento, ele logra restabelecer a unidade entre a verdade, a moral, e
gosto que a modernidade perdeu. A partir daí, Arantes tira uma conclusão instigante e provocativa.
Referindo-se ao Brasil, e à nação brasileira como comunidade imaginada, diz-nos ele, “foi
precisamente tal imaginação nacional que nos permitiu começar a pensar – e quando ela se apagar,
é possível que a extinção do pensamento a siga de perto” (p.83). O grifo é meu. Para pensarmos,
temos que nos pensar, precisamos usar nossa imaginação e considerar a complexidade e
diversidade de nossa sociedade, precisamos descobrir nela a unidade, a sociedade nacional.
Compreendemos, então – continua Arantes – “a afinidade sugerida entre comunidade imaginada
nacional e a forma mesma de pensamento... Quem sabe não é essa comunidade de ‘outros’
imaginados na formação de uma ‘nação’ (que já sabemos não ter uma realidade substantiva) que
simplesmente torna possível essa autorregulação silenciosa na cabeça de cada um que chamamos
pensamento” (p.100-102). Para muitos autores inclusive Ernest Gellner, nação e nacionalismo
possuem um caráter étnico. Isto foi verdade em relação à maioria das nações que formaram seus
Estados na Europa Central de onde Gellner se originou, mas não foi verdade mesmo em países

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europeus como a França e a Espanha, e definitivamente não é verdade em países como os Estados
Unidos e o Brasil. Alguns analistas distinguem o nacionalismo “cívico” do nacionalismo étnico,
aceitando o primeiro e negando o segundo. Eu prefiro distinguir o nacionalismo étnico do
nacionalismo econômico. O 10 critério étnico não é necessário para o nacionalismo – e sabemos
quão injustos e desumanos podem ser os nacionalismos étnicos – mas o nacionalismo é sempre
econômico: está sempre voltado para a acumulação de capital e o aumento da riqueza das nações.
Estado Desenvolvimentista Quando falamos em Estado Desenvolvimentista estamos pensando em
países em desenvolvimento. Ou, mais precisamente, estamos nos referindo ao Estado nos países de
desenvolvimento retardatário, a começar pelo Japão. No momento em que realizam sua revolução
capitalista e iniciaram o processo de catching up ou alcançamento, o nacionalismo econômico
assumiu a forma do desenvolvimentismo, e ao invés de termos, no período de revolução capitalista
e sua consolidação, um Estado absoluto e um Estado liberal, tivemos em cada um dos países que
teve êxito em se industrializar e desenvolver o Estado desenvolvimentista. E essa perspectiva é
natural, já que o conceito de desenvolvimentismo surgiu apenas no século XX para identificar os
países retardatários. Entretanto, se pensarmos mais detidamente, verificaremos que também os
países de desenvolvimento original também tiveram seu Estado desenvolvimentista: o Estado
mercantilista. O Estado mercantilista ou absoluto é um Estado capitalista que celebra e legitima o
surgimento das economias de mercado, mas defende a intervenção do Estado nesse mercado para
promover o desenvolvimento nacional. Além disso, está baseado em uma coalizão de classes
formada pelo monarca, sua nobreza, e a grande burguesia nascente. Sua estratégia maior de
desenvolvimento é a de aumentar o mercado interno, através da definição das fronteiras de um
Estado-nação o maior possível. Para isto, não hesita em realizar guerras e mais guerras com seus
vizinhos. E, não obstante esteja constituindo uma economia capitalista, não hesita em intervir na
economia e organizar monopólios nos quais essa associação entre o monarca absoluto e a
burguesia se expressa. Na história do pensamento econômico o mercantilismo é visto como uma
escola de pensamento contra a qual a escola clássica e liberal fundada por Adam Smith lançou um
violento e bem sucedido ataque. Assim, não obstante os grandes economistas mercantilistas terem
fundado a ciência econômica, e não obstante tenha sido no quadro do Estado mercantilista – e não
no quadro do Estado liberal – que a revolução nacional e industrial foi realizada, os economistas
liberais do passado e os neoliberais de hoje lograram tornar pejorativa a palavra mercantilismo. O
mesmo que fariam, mais tarde, com o desenvolvimentismo. O Estado desenvolvimentista é a
alternativa ao Estado liberal. A ideia de que o desenvolvimento na Inglaterra e depois nos Estados
Unidos ocorreu no quadro de uma economia liberal de mercado está longe de ser verdadeira. A
Revolução Industrial – o momento dramático e decisivo do desenvolvimento de um país – ocorreu
na quadro do Estado mercantilista. A Inglaterra praticou tarifas elevadas até 1834. Só a partir de
então pode-se falar em um Estado liberal nesse país. Os Estados Unidos tiveram tarifas
alfandegárias altíssimas até 1939. Países centrais que se desenvolveram com atraso como a
Alemanha (mas não podem ser 11 considerados retardatários porque não tiveram que enfrentar o
imperialismo industrial) tiveram no momento decisivo de sua industrialização um Estado
desenvolvimentista que, nesse país, recebeu o nome de bismarquiano. Mas na periferia do

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capitalismo o caráter desenvolvimentista do Estado é ainda mais claro. Creio que há duas
explicações para esse fato.. Em primeiro lugar, o quadro no qual os países retardatários devem
fazer sua revolução nacional e industrial é muito diferente daquele que enfrentaram os países hoje
ricos. Para esses países bastou uma revolução nacional enquanto que para os retardatários foi
necessária uma revolução nacionalista. O modelo de Estado desenvolvimentista foi estabelecido
pelo Japão, quando, depois de haver sido vítima da dominação imperial em 1853 e ter sido então
obrigado a abrir seu país ao comércio internacional, realizou a primeira revolução nacionalista da
história, a Restauração Meiji, de 1868, e, assim, iniciou sua revolução industrial e capitalista.
Enquanto os países que realizaram sua revolução capitalista originariamente, como a Inglaterra, a
França, os Estados Unidos e ainda a Alemanha, realizaram apenas uma “revolução nacional” – ou
seja, a formação de um Estado-nação –, os países retardatários tiveram que enfrentar o
imperialismo industrial desses países. Como assinalou Barbosa Lima Sobrinho (1981), seu
nacionalismo econômico precisou conter um elemento “anti”: antiimperialista, porque esses
países, para poderem afirmar seus interesses, tiveram enfrentar o Império, suas pressões e suas
recomendações liberais – algo que os países que se desenvolveram originalmente não precisaram
enfrentar. Para isso – para definirem seus interesses – precisaram dar ao desenvolvimento
econômico um caráter deliberado, o que envolveu a formulação consensual de uma estratégia
nacional de desenvolvimento. Uma estratégia na qual a nação se tornou o grande agente do
desenvolvimento econômico, o Estado, o instrumento para esse objetivo, e os empresários
industriais, associados politicamente à tecnoburocracia pública e aos trabalhadores, os
responsáveis pelo investimento. E, assim, se definia o Estado desenvolvimentista: um Estado
voltado para o desenvolvimento econômico; um Estado cuja nação compartilha uma estratégia
nacional de desenvolvimento – um conjunto de objetivos, de leis, de políticas, de acordos e de
entendimentos voltados para criar oportunidades de investimento lucrativo e a melhoria dos
padrões de vida; um Estado que vê o mercado como uma excelente instituição para coordenar a
ação de setores competitivos, mas perigoso senão prejudicial quando busca coordenar setores
econômicos monopolistas; um Estado que rejeita o laissez-faire liberal em relação à regulação dos
mercados e aos investimentos na infraestrutura e nas indústrias de base, e defende o planejamento
nessas áreas; um Estado que é incialmente responsável por uma parte considerável dos
investimentos, ficando o restante para o setor privado. Mas há uma segunda razão pela qual o
Estado que dos países retardatários é um precisa ser um Estado desenvolvimentista: espera-se que
ele promova uma taxa de crescimento muito superior àquela que prevaleceu no século XIX,
quando os países hoje desenvolvidos se industrializaram. Nessa época, no quadro do Estado
liberal, a taxa de crescimento do PIB por habitante esteve em torno de 1% ao ano. Não mais. No
século XX, nos países ricos, essa taxa dobrou, de forma que para os países em desenvolvimento
realizarem o alcançamento precisam a ter um crescimento per capita de 3 a 4%. Ora, para terem
êxito em alcançar taxas de crescimento desse 12 nível, não podem ficar sujeitos às crises
financeiras recorrentes que a que estão sujeitos os países em desenvolvimento. A necessidade da
condução não apenas de uma política industrial mas também de uma política macroeconômica
desenvolvimentista é especialmente verdade porque conforme afirma a macroeconomia

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estruturalista do desenvolvimento – o sistema teórico que vem sendo desenvolvido desse o início
dos anos 2000 para explicar o novo desenvolvimentismo – existe uma tendência à sobreapreciação
cíclica da taxa de câmbio, de forma que neles a taxa de câmbio real se torna cronicamente
sobrevalorizada. Se isto é verdade, se esses países não têm sua taxa de câmbio apenas altamente
volátil – mais do que isto, se sua sobreapreciação cíclica e crônica leva o país de crise em crise de
balanço de pagamentos, é essencial que o governo neutralize essa tendência, intervindo
firmemente no mercado com uma política macroeconômica e industrial adequada.3. Quem faz isto
é o Estado desenvolvimentista, não o Estado liberal.Antigo e novo desenvolvimentismo Enquanto
no plano econômico o fundamento teórico do Estado liberal encontra-se na teoria econômica
clássica e, depois, na teoria neoclássica, o fundamento do Estado desenvolvimentista deve ser
buscado na Escola Histórica Alemã (de Max Weber), na macroeconomia de Keynes e Kalecki, na
Escola Estruturalista do Desenvolvimento Econômico. O desenvolvimentismo nasceu na América
Latina nos anos 1930 e na Ásia, nos anos 1950. Entrou em crise nos anos 1980. Nos anos 2000,
depois da hegemonia ideológica neoclássica e neoliberal dos anos 1990, e renasceu com o nome de
“novo desenvolvimentismo”. Trata-se de um desenvolvimentismo novo, porque referido a um
momento histórico cinquenta anos mais tarde – um momento histórico que é novo no plano
internacional (a globalização) e é novo no plano de cada país, já que muitos dos países que então
iniciavam sua revolução industrial, nacional e capitalista são hoje países desenvolvidos (Coreia do
Sul, por exemplo), ou são países de renda média (Brasil e China, por exemplo). E mesmo aqueles
que são ainda países retardatários pré- industriais, não havendo ainda logrado realizar sua
revolução nacional e industrial, conhecem teorias, como a da doença holandesa e a da crítica do
política de crescimento com endividamento externo, e experiências, como as experiências bem
sucedidas dos países asiáticos dinâmicos que abrem novas perspectivas para eles. Quando opomos
novo desenvolvimentismo a velho desenvolvimentismo devemos pensá-los não apenas como
ideologias, mas também como estratégias nacionais de desenvolvimento. Enquanto o
desenvolvimentismo dos anos 1950 buscava realizar uma revolução nacional e industrial, o desafio
do novo desenvolvimentismo é conservar a autonomia nacional e promover o crescimento com
mais rapidez do que os países ricos a partir de uma base industrial já conquistada; enquanto o
nacional-desenvolvimentismo pressupunha a indústria infante e a protegia com tarifas elevadas, o
novo desenvolvimentismo considera a indústria madura e pronta para competir
internacionalmente; enquanto o velho desenvolvimentismo era substituidor de importações, o novo
defende uma estratégia equilibrada de 13 crescimento do PIB e das exportações, e enfatiza que as
exportações devem ser preferencialmente de bens manufaturados; enquanto o antigo
desenvolvimentismo reconhecia a falta de capacidade do setor privado de realizar os grandes
investimentos na infraestrutura e na indústria de base e encarregava o Estado de fazê-los; o novo
desenvolvimentismo abre mais espaço para o setor privado, embora continue a investir nos setores
que são monopólios naturais; enquanto o velho desenvolvimentismo foi em certos momentos
vítima de um keynesianismo vulgar ou de um populismo fiscal, especialmente nos anos 1980, o
novo desenvolvimentismo afirma e defende a responsabilidade fiscal. O novo desenvolvimentismo
é um fenômeno que começa a se tornar historicamente identificável no início dos anos 2000,

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quando a hegemonia neoliberal e neoclássica era total e a ortodoxia liberalal era o receituário de
liberais que haviam se tornado reacionários radicais. Tanto um quanto o outro defendem a
responsabilidade fiscal, mas divergem no mais. Enquanto a ortodoxia convencional ignora a nação,
o novo desenvolvimentismo vê a nação como o agente do desenvolvimento; enquanto a ortodoxia
convencional defende o crescimento com poupança externa ou seja, com déficit em conta corrente
e endividamento externo, o novo desenvolvimentismo afirma que o capital se faz em casa, rejeita
os déficits em conta corrente, e, portanto, é responsável do ponto de vista cambial; enquanto a
ortodoxia convencional desconsidera as flutuações cambiais, o novo desenvolvimentismo vê na
taxa de câmbio uma tendência à sobreapreciação devido à doença holandesa e a entradas
excessivas de capitais, e recomenda a administração da taxa de câmbio, a ortodoxia convencional
considera que o mercado regula a taxa de câmbio de forma satisfatória; enquanto que a ortodoxia
convencional entende que o banco central deve ter um único objetivo, controlar a inflação, e usar
um único instrumento, a taxa de juros, o novo desenvolvimentismo entende que o banco central
deve também buscar uma taxa de câmbio competitiva e o pleno emprego.4 A coalizão de classes
por trás da estratégia novo desenvolvimentista continua a estar baseada em uma coalizão de
classes formada por empresários industriais (e agora também pelos empresários dos serviços
modernos e criativos), pela tecnoburocracia pública, por parte da tecnoburocracia privada, e pelos
trabalhadores, enquanto que a coalizão dependente é formada não mais por capitalistas mercantis,
mas por capitalistas rentistas interessados em juros elevados e baixa inflação, pelos financistas
locais que recebem comissões dos primeiros para administrar sua riqueza, e pelos interesses
estrangeiros em ocupar o mercado interno nacional com suas exportações ou a produção de suas
empresas multinacionais. A preocupação da coalizão desenvolvimentista é produzir e distribuir
riqueza, a da coalizão rentista, capturar renda. O conflito entre coalizões desenvolvimentistas e
coalizões liberais não é exclusividade do Brasil ou da América Latina. Os melhores exemplos de
coalizões desenvolvimentistas bem sucedidas sãos os países asiáticos dinâmicos. E mesmo nos
Estados Unidos esse conflito esteve presente. O “fordismo” – o nome que a teoria da regulação
francesa deu ao “modo de regulação” que foi dominante nesse país desde os anos 1930 até os anos
1970 era uma coalizão desenvolvimentista. A coalizão que presidiu os 30 Anos Neoliberais do
Capitalismo terminados 14 sombriamente pela crise financeira global de 2008, como foram uma
coalizão liberal aquela que terminou com o crash da bolsa de 1929. O desenvolvimentismo como o
nacionalismo implica uma associação básica mas sempre contraditória da elite é com seu povo,
com o qual ela vive uma relação permanente de amor e ódio, de conflito e cooperação. Uma
cooperação que nasce dos interesses comuns em torno da nação que a todos congrega, em torno do
Estado que é seu instrumento por excelência de ação coletiva, em torno do mercado interno que é
seu maior ativo econômico, em torno da moeda nacional que é sua garantia de autonomia nacional.
Um conflito que reflete a luta legítima dos trabalhadores e das classes médias na partilha do
excedente econômico gerado pelo desenvolvimento. Estado desenvolvimentista e democracia Mas
o Estado desenvolvimentista não seria autoritário, enquanto que o liberal, democrático? Para
responder a esta questão é preciso distinguir tanto um quanto o outro tipo de Estado antes e depois
da revolução nacional e industrial de cada país, mas nos dois casos a resposta é negativa. Antes da

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revolução capitalista, antes, portanto, do tempo em que a apropriação do excedente econômico


passa a ser realizada através do mercado ao invés de através do controle direto do Estado, tanto a
coalizão liberal, quanto a desenvolvimentista serão autoritárias. A coalizão liberal não é apenas
autoritária porque o liberalismo clássico é autoritário, recusando o sufrágio universal com o
argumento do risco da ditadura da maioria. Ela é autoritária porque está baseada em uma coalizão
oligárquica de senhores de terra associados aos interesses estrangeiros. Tem sempre a seu serviço
um conjunto de intelectuais liberais, formado principalmente de advogados, que reafirmam os
princípios liberais do Estado de direito, mas não há sufrágio universal e ou as eleições são
fraudadas. No Brasil, são clássicas as críticas a respeito de Guerreiro Ramos (1954) e de
Wanderley Guilherme dos Santos (1978). Os dois partidos em que geralmente se divide a
oligarquia, geralmente chamados ou identificados como “liberal” e de “conservador” são, na
verdade, partidos oligárquicos e autoritários. Quando uma revolução desenvolvimentista ou
nacionalista interrompe a dominação oligárquica, o novo regime continua autoritário. Mas a
coalizão política é outra, e o projeto é o da revolução capitalista ou do desenvolvimento
econômico. Foi, por exemplo, o que aconteceu, no México depois da grande revolução dos anos
1910, e o que aconteceu no Brasil a partir da revolução de 1930; foi o que aconteceu na Turquia de
Kemal Atatürk e no Egito de Gamal Abdel Nasser. Mas não há garantia que a revolução seja bem
sucedida, como vimos no Egito e em outros países. No caso do liberalismo oligárquico e
dependente não haverá certamente revolução nacional e industrial, no caso de revoluções
nacionalistas ou desenvolvimentistas, talvez. O quadro muda a partir da industrialização. Agora,
quando existe um regime democrático, a democracia não é frágil, geralmente fruto de pressão dos
países ricos ou dos países vizinhos mais poderosos, mas será uma democracia razoavelmente
consolidada, será o resultado de uma estrutura econômica na qual o excedente é apropriado através
do mercado e da existência de uma grande classe 15 trabalhadora e de uma respeitável camada
média tanto burguesa quanto tecnoburocrática. Nesse caso, tanto desenvolvimentistas quanto
liberais serão democráticos, mas continuarão distintos, porque as elites liberais continuarão a se
identificar com as elites dos países ricos, enquanto que as elites desenvolvimentistas insistirão na
autonomia nacional e em dar um papel estratégico para o Estado no desenvolvimento econômico,
social e ambiental. Conforme Bresser-Pereira (2011) procurou demonstrar teórica e
historicamente, nenhum país realizou sua revolução nacional e industrial no quadro da democracia
– em um regime político onde se garantem de forma razoável os direitos civis e o sufrágio
universal. Não é surpreendente, portanto, que o Estado desenvolvimentista seja originariamente
autoritário. Mas na medida em que o país completa sua revolução capitalista, ele tende a se
democratizar e a nova democracia se consolidar. Foi ocorreu nos países hoje de renda média como
o Brasil, a Índia, a Indonésia, a Turquia e a África do Sul desde os anos 1980. Mas o
desenvolvimentismo enquanto estratégia nacional de desenvolvimento continuou essencial para
eles. Mas que necessitava ser um novo desenvolvimentismo, porque suas condições econômicas e
sociais haviam mudado, e também senão principalmente porque esse desenvolvimentismo devia
ser democrático. Por isso, o desenvolvimentismo, que aconteceu em todas as revoluções
industriais, foi acompanhado de aumento da desigualdade econômica ao mesmo tempo que

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aumentavam os padrões de vida. Por isso o novo desenvolvimentismo além de democrático teve
que ser social, não pode apenas contar com o aumento dos salários reais que acompanha com
algum atraso o desenvolvimento econômico, e teve que se preocupar mais diretamente com a
redução das desigualdades. Conclusão Em síntese, o desenvolvimento econômico é parte de um
fenômeno histórico maior que é o desenvolvimento sem adjetivos, ou do desenvolvimento
sustentável no plano econômico, social e ambiental, ou do desenvolvimento humano. Grandes
teóricos do desenvolvimento como Celso Furtado, Raul Prebisch e Ignacy Sachs sempre
enfatizaram que o desenvolvimento implica mudanças estruturais em toda a sociedade, de forma
que o desenvolvimento econômico é historicamente acompanhado por desenvolvimento político,
por desenvolvimento social, e por desenvolvimento ambiental. A partir daí poderíamos concluir
que o desenvolvimentismo é a ideologia e é a estratégia desse desenvolvimento econômico que, na
medida em que avança, se quer também ser social e ambiental. Entretanto, conceituar o
desenvolvimentismo como a ideologia e a estratégia nacional de desenvolvimento que dá
prioridade ao desenvolvimento econômico sobre a estabilidade de preços está mais de acordo com
o uso que foi feito dessa palavra por aqueles que o utilizaram inicialmente, em particular os
intelectuais nacionalistas do ISEB dos anos 19505 O desenvolvimentismo é sempre nacionalista,
mas é apenas econômico, e, portanto, jamais é étnico. O desenvolvimentista que os países
retardatários adotam para realizar o alcançamento nada tem a ver com o nacionalismo xenófobo
que caracteriza os partidos de extrema direita e os extremistas envolvidos em limpeza étnica. É um
nacionalismo que pressupõe um grau crescente de cooperação entre 16 as nações, mas que parte de
um pressuposto fundamental: a lógica fundamental do capitalismo foi sempre a da competição não
apenas entre as empresas, mas também entre os Estados-nação, e para enfrentar essa competição é
necessário ser nacionalista – é necessário ser capaz de defender o trabalho, o conhecimento e o
capital nacionais. No tempo do capitalismo global e tecnoburocrático, essa competição é ainda
mais forte do que foi no capitalismo clássico do XIX. Os países ricos praticam com a maior
naturalidade seu nacionalismo e não hesitam em agir de forma imperialista; não resta alternativa
aos países em desenvolvimento senão se defender e promover seu desenvolvimento através de seu
próprio nacionalismo desenvolvimentista. Em segundo lugar, o desenvolvimentismo envolve
sempre a formação de uma coalizão de classes nacional. Não há Estado desenvolvimentista se não
houver um pacto político associando as principais frações de classe interessadas no
desenvolvimento: os empresários, os trabalhadores e a tecnoburocracia pública. Porque neles há
sempre uma coalizão de classes contrária ao desenvolvimento, dependente, liberal, que associa
capitalistas rentistas, financistas e interesses estrangeiros. A coalizão liberal alternativa não
existiria se não houvesse entre as elites dos países retardatários um elevado grau de dependência
ou de colonialismo. Se uma parte considerável dessas elites não sofresse de complexo de
inferioridade em relação ao Norte. Essa dependência é maior na América Latina do que nos países
asiáticos dinâmicos. Na América Latina uma parte importante de suas elites (a) rejeita a existência
de conflito de interesses com os países ricos, (b) acredita que “precisa” de seu capital esquecendo-
se que o capital se faz em casa e que entradas de capital apreciam o câmbio e causam elevada
substituição da poupança interna pela externa, (c) aceita e adota em suas universidades teorias

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econômicas liberais; (d) supõe que seus conselhos e pressões são boas porque são “mais
competentes”. Na verdade, as elites latino-americanas são nacional-dependentes. Vivem essa
permanente contradição, e, em alguns momentos se tornam nacionalistas, em outros, aceitam a
subordinação ao Norte – especialmente quando há medo do comunismo (anos 1960) ou quando a
hegemonia ideológica neoliberal é total (anos 1990). Quando uma elite é colonial ou dependente, a
probabilidade que o país se desenvolva é muito pequena. No Brasil, por exemplo, as elites
econômicas e políticas alcançaram razoável autonomia entre os anos 1930 e os anos 1950 e
durante os anos 1970, e por isso cresceram muito. Depois que perderam essa autonomia, com a
crise da dívida externa dos anos 1980, e abrirem sua economia e principalmente sua conta
financeira no início dos anos 1990, suas taxas de crescimento foram muito menores. 17
Referências Anderson, Benedict (1991) Imagined Communities, segunda edição, Londres: Verso.
Arantes, Paulo Eduardo (2004) Zero à Esquerda, São Paulo: Conrad Livros. Balakrishnan, Gopal
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Contraponto. Barbosa Lima Sobrinho, Alexandre (1981) Estudos Nacionalistas, Rio de Janeiro:
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Rio de Janeiro: Elsevier-Campus. Bresser-Pereira, Luiz Carlos (2011) “Transição, consolidação
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Pereira, Luiz Carlos (2012) “Structuralist macroeconomics and new developmentalism”, Revista
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Originalmente publicada em W. G. Santos (1978) Ordem Burguesa e Liberalismo Político. Woo-
Cumings, Meredith, org. (1999) The Developmental State. Ithaca: Cornell University Press. 1 Para
um conjunto de trabalhos sobre as ideias de Johnson ver Meredith WooCumings, org. (1999). 2
Hoje, no Brasil, deveríamos acrescentar que o nacionalismo também se alimenta da assistência às
novelas de televisão brasileiras> 18 3 Sobre a macroeconomia estruturalista do desenvolvimento
ver Bresser-Pereira (2010, 2012). 4 Nestas comparações que fazemos do novo
desenvolvimentismo com o velho desenvolvimentismo e com a ortodoxia convencional ou
Consenso de Washington faço uso de diversos conceitos que estão desenvolvidos principalmente
em Bresser-Pereira (2010). 5 O ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) foi formado por
um conjunto de intelectuais que, nos anos 1950, analisou o desenvolvimento do Brasil de um
ponto de vista histórico e político amplo, a partir de uma perspectiva nacionalista e

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desenvolvimentista. O grupo contou com historiadores, economistas, sociólogos, cientistas


políticos e filósofos. Enquanto nessa época, no Chile, surgiu a teoria estruturalista do
desenvolvimento econômico latino-americana, no Brasil fundava o pensamento
desenvolvimentista.
In: http://www.bresserpereira.org.br/papers/2012/372-Estado-Desenvovimentista-
Nacionalismo-Liberalismo-exLilian.pdf (Acesso em 17 de dezembro de 2017 às 00 h 35 min)

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BRASIL PÓS 64: A DITADURA MILITAR E A NOVA REPÚBLICA.;

DA REPÚBLICA MILITAR À NOVA REPÚBLICA (1964 - 1985)


• Redação Mundo Vestibular
O golpe militar de 1964 foi efetivado com o objetivo de evitar a ameaça comunista. O regime
militar foi marcado pelas restrições aos direitos e garantias individuais e pelo uso da violência aos
opositores do regime.
O modelo político do regime militar foi caracterizado pelo fortalecimento do Executivo que
marginalizou o Legislativo (através da cassação de mandatos) e interferiu nas decisões do
Judiciário (como por exemplo a publicação dos atos institucionais); pela centralização do poder,
tornando o princípio federativa letra morta constitucional; controle da estrutura partidária, dos
sindicatos e demais representações; pela censura aos meios de comunicação e intensa repressão
política – os casos de tortura eram sistemáticos.
O modelo econômico do regime militar foi marcado pelo processo de concentração de rendas e
abertura externa da economia brasileira.

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Governo do marechal Castello Branco ( 1964/67)


Foi eleito por vias indiretas, através do ato institucional n 1, em 10 de abril de 1964.
Em seu governo foi criado o Serviço Nacional de Informação (SNI). Seu governo é marcado por
uma enorme reforma administrativa, eleitoral, bancária, tributária, habitacional e agrária. Criou-se
o Cruzeiro Novo, o Banco Central, Banco Nacional da Habitação e o Instituto Nacional da
Previdência Social (INPS). Criou-se também o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
Em outubro de 1965 foi assinado o ato institucional n2, ampliando o controle do Executivo sobre o
Legislativo, extinguindo os partidos políticos – inaugurando o bipartidarismo no Brasil. De um
lado o partido governista a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e, de outro lado, a oposição,
reunida no MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Este mesmo ato determinou que as eleições
para presidente seriam diretas.
Em fevereiro de 1966 foi decretado o ato institucional n 3 estabelecendo eleições indiretas para
governador e para os municípios considerados de “segurança nacional”, incluindo todas as capitais.
Em 1967, mediante o ato institucional n4, foi promulgada uma nova Constituição. Nela mantinha-
se o princípio federativo e os princípios dos atos institucionais – eleições indiretas para presidente e
governadores.
A Constituição fortalecia os poderes presidenciais, permitindo ao presidente decretar estado de
sítio, efetivar intervenção federal nos Estados, decretar recesso no Congresso Nacional, legislar por
decretos e cassar ou suspender os direitos políticos. Antes de deixar a presidência, Castello Branco
instituiu a Lei de Segurança Nacional, sendo um conjunto de normas que regulamentava todas as
atividades sociais, estabelecendo severa punições aos transgressores.

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Governo do marechal Costa e Silva ( 1967/1969)

Fazia parte da chamada “linha dura” – setor do Exército que exigia medidas mais enérgicas e
repressivas para manter a ordem social e política.
Em seu governo, no ano de 1967, formou-se a Frente Ampla, grupo de oposição ao regime militar –
liderada por Carlos Lacerda e JK. A Frente exigia a anistia política, eleições diretas em todos os
níveis e a convocação de uma Assembléia Constituinte.
As agitações internacionais de 1968 tornou a esquerda mais radical, defendendo a luta armada para
a redemocratização do país. O movimento estudantil crescia e exigia democracia.
Da mesma forma, os grupos de direita também se radicalizavam. O assassinato do estudante Edson
Luís pela polícia, na Guanabara, provocou um enorme ato de protesto – a passeata dos cem mil.
Em dezembro de 1968, o deputado pelo MDB, Márcio Moreira Alves fez um pesado discurso e
atacando as Forças Armadas.
O ministro da Justiça, Gama e Silva, procurou processar o deputado; porém o Congresso garantiu a
imunidade do parlamentar. Como resposta, Costa e Silva decretou o ato institucional n5 – o mais
violento de todos. Pelo AI-5 estabeleceu-se, entre outros: o fechamento do Legislativo pelo
presidente da República, a suspensão dos direitos políticos e garantias constitucionais, inclusive a
do habeas-corpus; intervenção federal nos estados e municípios.
Através do AI-5 as manifestações foram duramente reprimidas, provocando o fechamento total do
regime militar. Segundo o historiador Boris Fausto: “Um dos muitos aspectos trágicos do AI-5
consistiu no fato de que reforçou a tese dos grupos de luta armada.” Semelhante tese transformou-
se em realidade com a eleição (indireta) de um novo presidente – Emílio Garrastazu Médici –pois
Costa e Silva sofreu um derrame cerebral.
Governo do general Médici ( 1969/1974)

Período mais repressivo de todo regime militar, onde a tortura e repressão atingiram os extremos,
bem como a censura aos meios de comunicação. O pretexto foi a intensificação da luta armada
contra o regime.
A luta armada no Brasil assumiu a forma de guerra de guerrilha (influenciada pela revolução
cubana, pela guerra do Vietnã e a revolução chinesa). Os focos de guerrilha no Brasil foram: na
serra do Caparaó, em Minas Gerais – destruído pela rápida ação do governo federal; um outro foco
foi no vale do Ribeira, em São Paulo, chefiado pelo ex-capitão Carlos Lamarca – foco também
reprimido pelo governo rapidamente.
O principal foco guerrilheiro foi no Araguaia, no Pará. Seus participantes eram ligados ao Partido
Comunista do Brasil e conseguiram apoio da população local. O modelo teórico dos guerrilheiros
seguia as propostas de Mao Tsé-tung. O foco, descoberto em 1972, foi destruído em 1975. Ao lado
da guerrilha rural, desenvolveu-se também a guerrilha urbana.
Seu principal organizador foi Carlos Marighella, líder da Aliança de Libertação Nacional. Para
combater a guerrilha urbana o governo federal sofisticou seu sistema de informação com os DOI-
CODI (Destacamento de Operação e Informações-Centro de Operações de Defesa Interna), que

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destruíram os grupos de guerrilha da extrema esquerda. Os DOIs-CODIs tinham na tortura uma


prática corriqueira.

O MILAGRE ECONÔMICO
Período do governo Médici de grande crescimento econômico e dos projetos de grandes impactos
(como a Transamazônica e o Movimento Brasileiro de Alfabetização-MOBRAL), em razão do
ingresso maciço de capital estrangeiro.
Houve uma expansão do crédito, ampliando o padrão de consumo do país e gerando uma onda de
ufanismo, como no slogan “este é um país que vai prá frente”. O regime utiliza este período de
otimismo para ocultar a repressão política – aproveita-se inclusive das conquistas esportivas da
década de 70, como o tricampeonato de futebol.
O ideólogo do “milagre” foi o economista Delfim Netto usando como atrativo ao capital
estrangeiro as baixas taxas de juros utilizadas no mercado internacional. No entanto, a
modernização e o crescimento econômico brasileiro não beneficiou as camadas pobres. No período
do “milagre” as taxas de mortalidade infantil subiram e, segundo estimativas do Banco Mundial, no
ano de 1975 70 milhões de brasileiros eram desnutridos.

O governo do general Ernesto Geisel (1974/79)

O presidente Geisel tomou posse sob a promessa do retorno ‘a democracia de forma “lenta, gradual
e segura”. Seu governo marca o início do processo de abertura política.
Em novembro de 1974 houve eleições parlamentares e o resultado foi uma expressiva vitória do
MDB. Preocupado com as eleições municipais, no dia 1 de julho de 1976 foi aprovada a Lei
Falcão, que estabelecia normas gerias para a campanha eleitoral através do sistema de radiodifusão:
exibição da fotografia do candidato, sua legenda e seu número. Apresentação do nome e seu
currículo. Semelhantes regras forçava o candidato a conquistar o voto no contato direto com o
eleitor.
No dia 1 de abril de 1977, o presidente – utilizando o AI-5 – decretou o recesso do Congresso
Nacional. Foi promulgando, então, o pacote de abril, estabelecendo mandato de seis anos para
presidente da República, manutenção das eleições indiretas para governador, diminuição da
representação dos estados mais populosos no Congresso Nacional e criada a reserva de um terço
das vagas do Senado para nomes indicados pelo governo (senador biônico).
Embora a censura aos meios de comunicação tenha diminuído o regime continuava fechada e a
repressão existia. Como exemplo, a morte do jornalista da TV Cultura, Vladimir Herzog, nas
dependências do DOI-CODI paulista (1975) e o “suicídio” do operário Manuel Fiel Filho em 1976.
O ano de 1977 foi muito agitado politicamente – em razão da crise mundial do petróleo –
resultando em cassações de mandatos e diversas manifestações estudantis em todo o país. No ano
de 1978 houve uma greve de metalúrgicos no ABC paulista, sob a liderança de Luís Inácio da
Silva, o Lula. No final de seu governo, Geisel revogou o AI-5.

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O governo do general Figueiredo ( 1979/1985)

Durante o governo de João Baptista Figueiredo houve fortes pressões, da sociedade civil, que
exigiam o retorno ao estado de direito, uma anistia política, justiça social e a convocação de uma
Assembléia Constituinte.
Em março de 1979, uma greve de metalúrgicos no ABC paulista mobilizou cerca de 180 mil
manifestantes; em abril de 1981, uma nova greve, que mobilizou 330 mil operários, por 41 dias.
Neste contexto é que se destaca o líder sindical Luís Inácio da Silva – Lula. A UNE reorganizou-se
no ano de 1979 e, neste mesmo ano, o presidente Figueiredo aprovou a Lei da Anistia – que
beneficiava exclusivamente os presos políticos. Alguns exilados puderam voltar ao país.
Ainda em 1979 foi extinto o bipartidarismo, forçando uma reforma partidária. Desta reforma
surgiram o PSD (Partido Social Democrático), herdeiro da antiga Arena; o PMDB (Partido do
Movimento Democrático Brasileiro), composto por políticos do antigo MDB; o PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro), controlado por Ivete Vargas e formado por setores da antiga ARENA; PDT
(Partido Democrático Trabalhista), fundado por Leonel Brizola e PT (Partido dos Trabalhadores),
com propostas socialistas. Em 1983 a sociedade civil participou intensamente do movimento das
Diretas-já.
Em 1984 foi apresentada a Emenda Dante de Oliveira, que propunha o restabelecimento das
eleições diretas para presidente da República. A emenda foi rejeitada pelo Congresso Nacional.
No ano de 1985, em eleições pelo Colégio Eleitoral, o candidato da oposição- Tancredo Neves
derrotou o candidato da situação – Paulo Maluf. Tancredo Neves não chegou a tomar posse –
devido a problemas de saúde veio a falecer em 21 de abril de 1985. O vicepresidente, José Sarney
assumiu a presidência, iniciando um período conhecido como Nova República.

A Nova República
Governo de José Sarney (1985/1990)
O mandato de José Sarney foi marcado pelos altos índices inflacionários e pela existência de vários
planos econômicos: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987) e Plano Verão (1989).
O plano de maior repercussão foi o Plano Cruzado, que, procurando conter a inflação determinou:
congelamento de todos os preços por um ano; abono salarial de 8%, e reajustados após um ano, ou
quando a inflação atingisse 20%; extinção da correção monetária e o cruzeiro perdia três zeros e
passava ser chamado de cruzado.
Por ser um governo de transição democrática, importantes avanços políticos ocorreram, como a
convocação de uma Assembléia Constituinte que elaborou e promulgou a Constituição de 1988 –
“Constituição Cidadã”- que estabeleceu as eleições diretas em todos os níveis; a legalização dos
partidos políticos de qualquer tendência; instituição do voto facultativo aos analfabetos, jovens
entre 16 e 18 anos e pessoas acima de 70 anos; fim da censura; garantido o direito de greve e a
liberdade sindical; ampliação dos direitos trabalhistas; intervenção do Estado nos assuntos
econômicos e nacionalismo econômico ao reservar algumas atividades às empresas estatais.
As eleições presidenciais de 1989

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Em dezembro de 1989 foram realizadas as primeiras eleições diretas para a Presidência da


República desde 1960. Três candidatos destacaram-se na disputa: Fernando Collor de Mello, do
pequeno Partido da Renovação Nacional (PRN); Leonel Brizola do Partido Democrático Brasileiro
(PDT) e Luís Inácio “Lula” da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).
A disputa foi para o segundo turno entre Fernando Collor e Lula, cabendo ao primeiro a vitória nas
eleições – graças à imagem de “caçador de marajás”, e de uma plataforma de luta contra a
corrupção, na modernização do Brasil e de representar os pobres e marginalizados – os
“descamisados”.
O governo de Fernando Collor de Mello (1990/92)

Aplicou o plano econômico denominado de Plano Brasil Novo, o qual extinguiu o cruzado novo e
retornou o cruzeiro; congelou preços e salários; bloqueio boa parte do dinheiro de aplicações
financeiras e de poupanças por 18 meses. Houve grande número de demissões no setor público,
redução nas tarifas de importação e um tumultuado processo de privatizações.
No entanto, as denúncias de corrupção envolvendo o alto escalão do governo levou o Congresso a
formar uma Comissão Parlamentar de Inquérito. O relatório final da CPI apontou ligações do
presidente com Paulo César Farias – amigo pessoal e tesoureiro da campanha presidencial.

O envolvimento de Collor no chamado “esquema PC”, que envolvia troca de favores


governamentais por dinheiro, gerou o processo de impeachment – ou seja, o afastamento do
Presidente da República. Fernando Collor procurou bloquear o processo, porém a população foi às
ruas exigindo seu afastamento (“os caras-pintadas”).
O presidente renunciou em 30 de dezembro de 1992, após decisão histórica do Congresso Nacional
no dia anterior pelo seu afastamento. O vice-presidente Itamar Franco assumiu o cargo.
O governo de Itamar Franco ( 1992/1995)

Realização de um plebiscito em 1993 que deveria estabelecer qual o regime político (monarquia ou
república) e qual a forma de governo (presidencialismo ou parlamentarismo). No dia 21 de abril o
resultado do plebiscito confirmou a manutenção da república presidencialista. No aspecto
econômico o mais importante foi a aplicação do Plano Real, que buscava combater a inflação e
estabilizar a economia nacional. O Plano pregava a contenção dos gastos públicos, a privatização
de empresas estatais, a redução do consumo mediante o aumento da taxa de juros e maior abertura
do mercado aos produtos estrangeiros.
O Plano contribuiu para a queda da inflação e aumento do poder aquisitivo e da capacidade de
consumo – em razão da queda dos preços dos produtos face à concorrência estrangeira. A
popularidade do Plano Real auxiliou o ministro da Fazenda de Itamar Franco, Fernando Henrique
Cardoso, a vencer as eleições em outubro de 1994.
O governo de Fernando Henrique Cardoso (1995/2002)

Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro presidente do Brasil a conseguir uma reeleição
– através de uma mudança constitucional. Seus dois mandatos são caracterizados pela aceleração

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do processo de globalização: a criação do Mercosul e a eliminação das barreiras alfandegárias entre


Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai ( a formação do bloco obedece várias etapas).
Em termo de organização social destaque para a questão fundiária do país e a atuação do MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que, através da ocupação de terras procura
agilizar o processo de reforma agrária no país.
Os anos de FHC como presidente foram marcados pela hegemonia do neoliberalismo e antigos e
urgente problemas nâo foram solucionados, tais como a exclusão social, a imensa concentração
fundiária e empresarial, a corrupção e os descasos administrativos, ausência de uma política
educacional, desfaçatez na área da saúde e previdência social, a violência urbana, o desemprego,
crescimento do subemprego, concentração de rendas e injustiça social...
Somente através do conhecimento histórico podemos analisar, entender e transformar a nossa
história. Somente ela (a História) pode conscientizar a todos nós, para que juntos – ou
individualmente – possamos transformar nossa dura, triste e fascinante realidade...
Exercícios
1) (UFRS)- Considere o modelo econômico brasileiro e suas características intensificadas a partir
de 1964:
I) internacionalização da economia brasileira.
II) Maior presença das multinacionais no sistema produtivo local.
III) Exportação de bens manufaturados baratos e importação de equipamento e tecnologia.
Quais estâo corretas?
a) apenas I
b) apenas II
c) apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III
2) (FUVEST-SP) Sobre o fim do período militar no Brasil (1964/1985), pode-se afirmar que
ocorreu de forma:
a) conflituosa, resultando em um rompimento entre as Forças Armadas e os partidos políticos;
b) abrupta e inesperada, como na Argentina do general Galtieri;
c) negociada, como no Chile, entre o ditador e os partidos na ilegalidade;
d) lenta e gradual, como desejavam setores das Forças Armadas;
e) sigilosa, entre o presidente Geisel e Tancredo Neves, à revelia do exército e dos partidos.
3) (MOGI-SP) – Assinale a alternativa certa:
a) a crise energética da década de 70 não afetou o Brasil com intensidade maior em razão da
produção maciça de eletricidade, como também porque o petróleo descoberto na época foi
suficiente para cobrir a maior parte de consumo dos derivados do produto;
b) a abertura política iniciada no governo Geisel permitiu que se evidenciassem problemas graves
no campo social, o que foi demonstrado pelas inúmeras greves de caráter reivindicatório salarial
ocorridas a partir daquele governo;
c) o governo Figueiredo, dando seqüência à abertura iniciada na gestão presidencial anterior,
estabeleceu eleições diretas para preenchimento de todos os cargos do poder executivo a partir de

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1982;
d) a censura à imprensa foi totalmente abolida a partir do início do governo do general Emílio
Garrastazu Médici;
e) a extinção do AI-5 colaborou para que a democracia plena fosse adiada indeterminadamente no
Brasil.
4) (FGV-SP) – Dos fatos abaixo, qual não teve relação com o movimento das “Diretas-já!” de
1984:
a) a eleição direta de José Sarney para a presidência da República;
b) a mobilização política da juventude de classe média, que se repetiria com os “carapintadas” anti-
Collor alguns anos depois;
c) o fortalecimento da candidatura de Tancredo Neves a presidente, ainda que escolhido
indiretamente;
d) a transformação de uma parte dos políticos que apoiavam a ditadura militar em membros da
Frente Liberal, pela cisão dentro do PDS;
e) a ampliação da participação político-partidária, inclusive com a formação de partidos novos e o
enfraquecimento do regime militar.
5) (UFMS) – No governo de Ernesto Geisel, a chamada abertura democrática iniciou-se com:
a) a introdução do voto vinculado;
b) o término da intervenção nos sindicatos;
c) a revogação do ato institucional n5;
d) a concessão do direito de voto aos analfabetos; e) a volta dos exilados políticos de 1964.
6) (FATEC) – Sobre o governo do presidente Itamar Franco, considere as seguintes afirmações:
I-Embora os graves problemas sociais e econômicos continuassem a exigir providências, o grande
debate político dava-se em torno da definição das futuras candidaturas para presidente da
República;
II- Após a realização do plebiscito que decidiu sobre o regime e a forma de governo que deveriam
vigorar no País, a revisão constitucional (questão de fundamental importância) não foi adiante;
III- A culminância da atuação do Ministério da Fazenda deu-se com a implantação de um novo
plano econômico: o Plano Real. Tratava-se de um conjunto de medidas que deveriam estabilizar a
moeda e promover a estabilidade da economia.

Destas afirmações.
a) apenas a II é a III são corretas;
b) apenas a I é a II são corretas;
c) apenas I é III são corretas;
d) apenas I é correta;
e) todas são corretas.

Respostas
1) E
2) D

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3) B
4) A
5) C
6) E
in: https://www.mundovestibular.com.br/articles/4373/1/DA-REPUBLICA-MILITAR-
A-NOVA-REPUBLICA-1964---1985/Paacutegina1.html (acesso em 17 de dezembro de 2017).

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BRASIL NO MUNDO GLOBALIZADO

O Brasil no Mundo Globalizado - Inserção Brasileira na Produção Técnico-Científica -


Produtos de Valor Agregado

O Brasil no Mundo Globalizado : a Integração do Brasil à Economia Mundial

Política Externa Brasileira

O que é geopolítica ? Segundo alguns pesquisadores, o conceito de geopolítica foi


criado com base no trabalho do geógrafo alemão Friedrich Ratzel no final do século XIX. Para
ele, a geopolítica é um instrumento da política externa de um país, baseado na valorização do
espaço ou território como forma de exercer a hegemonia mundial. A geopolítica pode ser
definida como a ciência que estuda estratégias do Estado para melhor administrar seu território
com vistas à sobrevivência de seu povo e sua melhor inserção no plano internacional.

A geopolítica brasileira

A geopolítica brasileira intensificou-se após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945),


quando a política externa se voltou para o fortalecimento da liderança do Brasil na América do
Sul e para uma participação mais ativa no mundo. A fim de atingir os objetivos dessa política, o
governo brasileiro passou a investir na formação de profissionais qualificados para representar o
país no exterior. Em 1945 foi criado o Instituto Rio Branco, importante formador de diplomatas
que representam e defendem os interesses brasileiros em outros países. A geopolítica brasileira

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tem um enfoque contemporâneo, isto é, fundamenta-se na cooperação e no estabelecimento de


parcerias que ofereçam vantagens comerciais ao país.
A política externa praticada pelos representantes do Brasil não pretende impor seus interesses
por meio da força. Também não aceita coação ou pressão por parte de qualquer outro país ou
organização internacional. Assim, para os diplomatas brasileiros não há inimigos ou desafetos.
Todos os países são potenciais parceiros comerciais. Desde o início da década de 1990, essa
estratégia fez com que importantes parcerias fossem estabelecidas com vários países do mundo.

Os Anos 1990 e o Modelo Neoliberal

A partir da década de 1990, com a intensificação dos fluxos de capitais estrangeiros,


resultado do processo de globalização, ocorreu uma nova mudança no modelo econômico
brasileiro. Para atrair investimentos, o governo promoveu a abertura da economia ao capital
estrangeiro e colocou à venda várias empresas estatais, num processo conhecido como
privatização. O governo brasileiro deixou então de ser proprietário para tornar-se fiscalizador
das empresas que foram privatizadas. Várias agências de fiscalização foram criadas para
estabelecer regras de funcionamento e de controle sobre a qualidade dos serviços prestados
pelas empresas. Esse processo de privatizações – ocorrido principalmente na década de 1990
como parte do modelo econômico neoliberal e globalizado – foi acompanhado por
manifestações públicas contrárias à venda das estatais. Muitos defendiam a idéia de que o
governo estava entregando à iniciativa privada, a preços muito baixos, empresas consideradas
patrimônio do povo brasileiro, como foi o caso da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em
1997 . A abertura da economia foi marcada por uma grande redução das taxas de importação,
principalmente de bens de consumo. O aumento das importações tinha como objetivo ampliar a
concorrência e incentivar as inovações tecnológicas na indústria brasileira.

O Mercosul

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é o bloco econômico mais importante da América


Latina. A sua implantação começou com acordos entre o Brasil e Argentina, a partir de 1985.
Em 26 de março de 1991 o Brasil, a Argentina , Uruguai e o Paraguai assinaram o Tratado de
Assunção, que formalizou o Mercosul . A principal finalidade do Mercosul é fortalecer a
inserção e a participação de cada um dos países-membros no mercado globalizado, constituindo
um bloco econômico a fim de aumentar a capacidade de negociação dos países-membros com
outros países ou blocos, como os Estados Unidos ou a União Européia .

Economia Globalizada – Economia Mundial

O que é economia ? Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e


consumo de bens e serviços. Ela estuda as formas de comportamento humano resultantes da

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relação entre as necessidades dos homens e os recursos disponíveis para satisfazê-las. A ciência
econômica está sempre analisando os principais problemas econômicos: o que produzir, quando
produzir, em que quantidade produzir e para quem produzir. Além dos resultados da atuação
desta ciência em questões diretamente a ela ligadas, como dinheiro ou produção ou mercado
financeiro, a economia influencia diretamente e indiretamente outras áreas da sociedade, seja a
política, que está a ela intimamente ligada, ou seja a qualidade de vida das pessoas.
A partir da década de 1990, após o fim do bloco socialista, a circulação mundial de bens e
serviços tornou-se muito mais ampla, pois muitos países socialistas que somente faziam
comércio entre si passaram a integrar o mercado global. Hoje, várias pessoas do mundo
mantém hábitos de consumo semelhantes ( Exemplos disso : 1- comer hambúrguer da rede
MacDonald’s , o hambúrguer da China é igual ao do Brasil , 2- Vestir-se com calça jeans 3-
assistir aos últimos lançamentos do cinema 4 – comprar dvd’s de artistas mundialmente famosos
: Justin Bieber, Michael Jackson, Byonce, Lady Gaga) . O século XX (século vinte tem início
em 1901 e vai até o ano 2.000) marcou o momento em que hábitos culturais, como o modo de se
vestir e o padrão alimentar das pessoas, passaram a ser ditados pelas grandes potências
econômicas do mundo e adotados em escala mundial .

Mundo Globalizado

Os avanços tecnológicos nas telecomunicações e nos transportes possibilitam o


intercâmbio político, econômico e cultural entre os países. Podemos dizer que
atualmenteinternet, e sistemas de telecomunicações, que com mais de trezentos satélites
artificiais em órbita em volta da Terra permitem a transmissão de imagens e informações em
tempo real. Profissionais, altamente qualificados, são capazes de oferecer serviços de dentro do
conforto de suas casas para outros países, através do computador.

A Recente Estabilização Econômica e os Desafios para o Brasil

Nas últimas décadas, as reformas implantadas pelo novo modelo econômico brasileiro
promoveram o controle da inflação e dos gastos públicos, ampliaram os investimentos externos
e internos no país e iniciaram um novo ciclo de modernização econômica. O Brasil enfrentou
em 2008 uma crise econômica mundial. Essa crise de 2008 retrata uma característica da
economia global. Como existe uma rede integrada das economias das empresas e países, basta
um problema num ponto dessa rede (num país ou numa empresa ou banco) que o problema é
propagado para todo a economia globalizada. Em 2008, houve uma crise econômica iniciada
nos Estados Unidos, chamada Sub-prime com hipotecas (empréstimos para aquisição de casa
própria) e essa crise de espalhou pelo mundo, mas no Brasil ela foi bem menor. Porque o Brasil
adotou como grande parceiro comercial a China, além dos Estados Unidos , essa estratégia
funcionou, a China continuou comprando as produtos primários (comodities) brasileiros
(carnes, minério de ferro, petróleo e soja) . Outra decisão importante que manteve o crescimento
econômico brasileiro foi o fortalecimento do mercado interno, isso fez com que renda das
pessoas aumentasse. O Brasil fez isso pela a transferência de renda para os mais carentes (seja
pelo aumento do salário mínimo, do programa bolsa família, do BPC, benefício da prestação

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

continuada para pessoas que possuem alguma deficiência, projeto Minha Casa Minha Vida que
dá subsídio para a construção da casa própria). Dessa forma a economia se manteve em
crescimento.
A população brasileira é de cerca de 190 milhões, a 5ª maior do mundo . Atualmente PIB do
Brasil é de cerca de US $ 2 trilhões, o PIB é a soma de toda a riqueza produzida no país em um
ano. Portanto o Brasil é a sétima maior economia do mundo hoje. Para comparação o maior
PIB do mundo é dos Estados Unidos de US $ 14 trilhões .
Mas o PIB per capita do Brasil é ainda baixo de cerca de U$ 10 mil por brasileiro por ano ,
dividindo a riqueza produzida por todos os brasileiros , devido à grande população. Para
comparação, um dos maiores PIB per capita do mundo é o dos EUA com cerca de U$ 50 mil
por ano, da Noruega é maior ainda de cerca de US$ 90 mil dólares, e o maior de todos é de
Luxemburgo de pouco mais de US$ 100 mil.
O Brasil está fazendo parte dessa economia globalizada mundial, participando ativamente no
cenário econômico mundial, destacando o Bloco econômico que ajudou a fundar o Mercosul. A
taxa de desemprego brasileira é bem baixa de uns 5% (de cada cem trabalhadores brasileiros
apenas 5 estão desempregados) . Para comparação, a Espanha, país desenvolvido da Europa, a
taxa de desemprego é de cerca de 20 % . O Brasil tem que fortalecer o conhecimento técnico e
o desenvolvimento tecnológico, para tornar-se mais competitivo no mundo globalizado. Hoje a
economia mundial necessita de criatividade e conhecimento, portanto um desafio para o Brasil é
formar pessoas que dominem as novas tecnologias.
O desafio é combater a desigualdade social e investir em educação de qualidade,
desenvolvendo tecnologias de ponta !

Bons Exemplos da Inserção Brasileira na Produção Técnico-Científica / Produtos


de Valor Agregado

Agora , eu vou citar (Newton Almeida) exemplos positivos da integração do Brasil na


economia mundial globalizada como a empresa EMBRAER, que é a 3ª maior fabricante de
aviões do mundo. A EMBRAER é das maiores empresas exportadoras brasileiras em termos de
valor absoluto. A sede fica em São José dos Campos e tem quase 20.000 funcionários. Foi
fundada em 1969, era empresa estatal e foi privatizada em 1994. Outro exemplo de integração
brasileira na economia globalizada é que recentemente o governo brasileiro incentivou
fabricação de tablets, através de uma empresa pioneira sediada no Paraná (leadership). O Tablet
é uma espécie de computador de mão, um produto que necessitou de desenvolvimento técnico
e científico para ser fabricado. Dessa maneira o Brasil, vai aos poucos desenvolvendo produtos
que tem altíssimo valor no mercado mundial, produtos que são uma conquista do
desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica nacional, deixando aos poucos de ser um
mero exportador de produtos primários para exportar produtos industrializados de alta
tecnologia. A realização da Copa do Mundo de 2014 e olimpíadas de 2016 afirma o potencial
turístico brasileiro, ampliando a participação do setor terciário brasileiro (setor de serviços) na
economia globalizada mundial.
Por fim lembro que o Brasil já desenvolveu sua tecnologia própria de biocombustíveis, o
etanol, combustível renovável e menos poluente. A utilização do etanol (álcool proveniente de
cana-de-açúcar) só foi possível devido :

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

- ao desenvolvimento genético de melhores espécies de cana-de-áçúcar, pela EMBRAPA,


empresa brasileira de biotecnologia agrícola ;
- também pela contribuição da Petrobrás, com o CEMPES, seu centro de pesquisa que
desenvolveu a qualidade do biocombustível etanol ;
- e finalmente a invenção dos motores flex, que funcionam tanto com gasolina quanto com
etanol, que são uma grande inovação brasileira, outra invenção de engenheiros brasileiros que
desenvolveram um software (programa de computador) próprio .

Fonte : DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 8º ano. Editora
Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 .

Geografia Newton Almeida


In: http://geografianewtonalmeida.blogspot.com.br/2011/11/o-brasil-no-mundo-
globalizado.html (acesso em 17 de dezembro de 2017)

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RIO GRANDE DO NORTE:


CONQUISTA E COLONIZAÇÃO;
A PRESENÇA PORTUGUESA;
MARCO DE TOUROS;
PRESENÇA FRANCESA E HOLANDESA;
FORTALEZA DOS REIS MAGOS;
FUNDAÇÃO DA CIDADE DE NATAL;
PRINCIPAIS MONUMENTOS HISTÓRICOS;
MOVIMENTOS SOCIAIS;
O CANGAÇO E AS OLIGARQUIAS; ECONOMIA DO RN;
PARTICIPAÇÃO DO RN NA II GUERRA MUNDIAL.

Apostila anexa.

Blog do Professor Janildo nos seguintes links:


In: https://professorjanildoarantes.blogspot.com.br/2016/02/professor-janildo-arantes-
desde-16-de_12.html(Acesso em 17 de dezembro de 2017).
In: https://professorjanildoarantes.blogspot.com.br/2009/09/rio-grande-do-
norte.html(Acesso em 17 de dezembro de 2017)
In: https://professorjanildoarantes.blogspot.com.br/2010/01/historia-do-rio-grande-do-
norte-i.html (Acesso em 17 de dezembro de 2017).
In: https://professorjanildoarantes.blogspot.com.br/2010/01/historia-do-rio-grande-do-
norte-ii.html (Acesso em 17 de dezembro de 2017)
In: https://professorjanildoarantes.blogspot.com.br/search?q=Hist
%C3%B3ria+do+Rio+Grande+do+Norte(Acesso em 17 de dezembro de 2017)
In: https://professorjanildoarantes.blogspot.com.br/2010/01/historia-do-rio-grande-do-
norte-iv.html?spref=bl (Acesso em 17 de dezembro de 2017)

2. PROGRAMA DE GEOGRAFIA
REGIÕES DO BRASIL: NORTE; NORDESTE; SUDESTE; SUL; CENTRO-OESTE,
ANALISANDO O RELEVO, CLIMA, VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA, TRANSPORTE,
POPULAÇÃO, AGRICULTURA, INDÚSTRIA E EXTRATIVISMO;

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

ESTUDOS REGIONAIS

Construção que marcou a História de Goiânia e que não é conhecida por


alguns alunos que moram na cidade.
A maioria dos livros didáticos de Geografia não traz consigo informações
acerca da realidade local dos diferentes Estados e Municípios do Brasil.
Geralmente no 6°ano do ensino fundamental, na disciplina de Geografia,
o tema de estudo é o Brasil, no entanto, o que se percebe é uma
abordagem superficial, pois as informações se dirigirem aos complexos
regionais, às regiões brasileiras e também à realidade nacional. Isso
provoca um prejuízo de conhecimento local, ou seja, o aluno tem acesso a
informações gerais e é desprovido de informações locais. O ideal seria
estudar sistematicamente os aspectos de seu estado ou município
(história, cultura, clima, relevo, hidrografia, população, economia e muitas
outras informações).

As informações acerca dos Estados e municípios brasileiros são


encontradas, em geral, em museus, bibliotecas municipais e também no
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No entanto, tais
fontes nem sempre são acessíveis aos alunos. Por isso, o melhor seria que
houvesse, em uma determinada série, o estudo dos aspectos regionais,
de modo que o aluno saiba como formou a população de seu Estado e de
sua cidade, além da economia, da história, incluindo ainda conhecimentos
de caráter natural, como clima, vegetação, relevo e hidrografia.

Sem dúvida, a criação de conteúdos escolares direcionados às


características estaduais e municipais contribuiria significativamente para
a compreensão do espaço geográfico local, uma vez que o conhecimento

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

deve partir primeiramente do particular, e, posteriormente, para o geral.


Em suma, a elaboração de livros didáticos contendo informações
específicas estaduais e municipais daria ao aluno uma visão mais
abrangente da realidade local.

Por Eduardo de Freitas

Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola
in: http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/estudos-regionais.htm 17
02:09

NORTE;

Região Norte
Informações, dados geográficos, cultura, clima, estados, rios, cidades, turismo, mapa, agricultura e
economia

Informações e
dados da região
Norte do Brasil

-
Área: 3.853.676,
9Mapa da Região Norte km²

- População: 17,92 milhões de habitantes


(estimativa 2017 - IBGE)

- Densidade demográfica (estimativa 2017):


4,65 hab./km²
Object 1

- Mortalidade infantil (por mil): 19,2


(estimativa 2013)

- Analfabetismo: 9,5% (2013)

- Número de municípios: 450 (em 2013)

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

- Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia,Roraima e Tocantins.

- Vegetação: Floresta Amazônica (quase todo território da região norte), vegetação de mangue (litoral do Amapá
e Pará) e Cerrado (extremo sul do Amazonas, Pará, Tocantins e Rondônia).

- Relevo: presença Planícies e Terras Baixas Amazônicas, Planalto Central e Planalto da Guianas.

- Clima: prevalece na região o clima equatorial, com temperaturas elevadas e índice pluviométrico (de chuvas)
elevado.

- Rios Principais: rio Amazonas, rio Negro, rio Solimões, rio Xingu, rio Tocantins, rio Madeira, rio Juruá, rio
branco, rio Tapajós, rio Paru e rio Uamutã.

- Usinas Hidrelétricas: Usina Hidrelétrica de Balbinos, de Samuel, Santarém, Tucuruí e São Felix.

- Agricultura (principais produtos agrícolas): soja (crescimento expressivo nos últimos anos), guaraná, arroz,
mandioca, cacau, maracujá e cupuaçu.

- Economia: Baseada no extrativismo vegetal e na agricultura. Pecuária bufalina em Roraima e na Ilha de


Marajó. No setor industrial destaca-se o Polo Industrial de Manaus, na cidade de Manaus-AM. Nesta região há
grande produção de eletrônicos, relógios, eletrodomésticos e suprimentos de informática.

- Turismo: A beleza natural da Floresta Amazônica (fauna, flora, cachoeiras, corredeiras, rios) tem atraído cada
vez mais turistas do Brasil e de vários países do mundo. Além do ecoturismo, existem festas e pontos turísticos
importantes: Mercado Ver-o-Peso (Belém), Museu Paraense Emilio Goeldi, Teatro da Paz (Belém), Teatro
Amazonas (Manaus).

- Cultura: Danças típicas (marujada, carimbó, cirandas), Festival Folclórico de Parintins, festa religiosa do Círio
de Nazaré (Belém). Na culinária é forte a influência indígena. Os pratos típicos que se destacam são: pirarucu de
casaca, tacaca, açaí, pato no tucupi e maniçoba.

- Principais Cidades da Região Norte:

- Estado do Amazonas: Manaus (capital), Coari, Manacapuru, Tefé, Parintins, Tabatinga e Itacoatiara.

- Estado do Pará: Belém (capital), Santarém, Altamira, Marabá e Bragantina.

- Estado de Tocantins: Palmas (capital), Araguaína, Porto Nacional, Gurupi e Paraíso do Tocantins.

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

- Estado de Rondônia: Porto Velho (capital), Ji-Paraná, Ariquemes, Vilhena e Cacoal.

- Estado de Roraima: Boa Vista (capital), Amajari, Alto Alegre, Rorainópolis, Mucajaí e Caracaraí.

- Estado do Acre: Rio Branco (capital), Cruzeiro do Sul, Feijó, Sena Madureira, Tarauacá.

- Estado do Amapá: Macapá (capital) e Santana.


https://www.suapesquisa.com/geografia/regiao_norte.htm 17 02:11

NORDESTE;

Região Nordeste
Informações, dados geográficos, cultura, estados, rios, cidades, turismo, mapa, agricultura, relevo,
clima e economia

Informações e
dados da região
Nordeste do
Brasil

-
Mapa da região Nordeste Área: 1.554.291,
6 km² (corresponde
a 18,2% do território brasileiro)

- População: 57,36 milhões de habitantes


(estimativa 2017 - IBGE)

- Densidade demográfica (estimativa 2017):


Object 2

36,90 hab./km²

- Mortalidade infantil (por mil): 19,4 (estimativa 2013)

- Analfabetismo: 16,9% (2013)

- Número de municípios: 1794 (em 2014)

- Estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

- Vegetação: Mata Atlântica (em pequenas áreas da região próxima ao litoral); Cerrado (oeste da Bahia e sul do
Maranhão), Caatinga (no sertão nordestino, interior), Mata dos Cocais (em áreas do Maranhão, Piauí, Rio Grande
do Norte e Ceará).

- Clima: semiárido (interior); tropical (sul da Bahia e centro do Maranhão); litorâneo úmido (região litorânea) e
equatorial úmido (oeste do Maranhão).

- Rios Principais: rio São Francisco, rio Parnaíba, rio Jaguaribe, rio Capibaribe, rio Piranhas-Açu e rio Una.

- Usinas Hidrelétricas: Sobradinho, Paulo Afonso, Três Marias e Xingó.

- Agricultura (principais produtos agrícolas): cana-de-açúcar (principal produto), tabaco, algodão, caju, manga,
uva, acerola e cacau. A cana-de-açúcar é cultivada, principalmente, na região litorânea, onde encontramos o
massapé, solo escuro, argiloso e muito fértil.

- Economia: bem diversificada. Nas cidades litorâneas destacam-se os serviços voltados para o turismo. Na
pecuária, existe uma importante criação de bovinos nos estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Pernambuco.
Presença de indústrias, nas grandes cidades, de calçados, produtos elétricos e eletrônicos, petroquímica (Polo
Petroquímico de Camaçari) e tecelagem. Destaque para o Distrito Industrial de Ilhéus (Bahia), Complexo
Industrial de Suape (Pernambuco), Distrito Industrial de Maracanaú (Ceará). Na área de tecnologia, podemos
destacar o Porto Digital do Recife (maior polo tecnológico do país), com ênfase na produção de softwares.

- Turismo: as cidades litorâneas possuem uma ótima infraestrutura turística (aeroportos, hotéis, pousadas,
parques, etc). As praias se destacam pelas belezas naturais. Há também o turismo histórico-cultural, com cidades
de arquitetura da época colonial (Recife, Olinda, Salvador, entre outras).

- Cultura Nordestina: a cultura é bem diversificada e representa a união cultural de brancos (principalmente
portugueses), índios e negros africanos. Na culinária, podemos destacar pratos típicos como, por exemplo,
acarajé, vatapá, sarapatel, sururu e carne-de-sol. No campo da música, existem vários ritmos populares
(axé, samba, xote, forró, xaxado, samba-de-roda, frevo e baião). Não podemos deixar de mencionar também a
beleza da literatura de cordel nordestina, tendo como principal representante Patativa de Assaré. Nas festas típicas
nordestinas, destaca-se o bumba-meu-boi e as micaretas.

Problemas Sociais: o principal é a seca do Nordeste que atinge extensas áreas do sertão (região do polígono das
secas), levando pobreza e fome para os habitantes.

- Principais Cidades da Região Nordeste:

- Estado de Alagoas: Maceió (capital), Arapiraca, Palmeira dos Índios, Rio Largo, Penedo, União dos Palmares e

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

Santana do Ipanema.

- Estado da Bahia: Salvador (capital), Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus, Itabuna, Juazeiro, Porto
Seguro, Camaçari e Jequié.

- Estado do Ceará: Fortaleza (capital), Juazeiro do Norte, Canindé, Crato, Sobral, Barbalha.

- Estado do Maranhão: São Luís (capital), Açailândia, Imperatriz, Timon, Caxias, Bacabal, Balsas, Codó e
Santa Inês.
- Estado da Paraíba: João Pessoa (capital), Campina Grande, Santa Rita, Patos, Souza, Cajazeiras e Cabedelo.
- Estado do Piauí: Teresina (capital), São Raimundo Nonato, Picos, Canindé.
- Estado de Pernambuco: Recife (capital), Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Caruaru.
- Estado do Rio Grande do Norte: Natal (capital), Mossoró, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim, Ceará-
Mirim, Macaíba e Caicó.
- Estado de Sergipe: Aracaju (capital), Lagarto, Estância e Itabaiana.

Você sabia?

- É comemorado em 8 de outubro o Dia do Nordestino.

https://www.suapesquisa.com/geografia/regiao_nordeste.htm 17 02:12

SUDESTE;

Região Sudeste
Informações, dados geográficos, desenvolvimento, mapa, urbanização e economia

Informações e dados da região Sudeste do Brasil:

- Área: 924.620,7 km²

- População: 86,93 milhões de habitantes (estimativa IBGE 2017)

Sudeste: região mais populosa do - Densidade demográfica: 94,01 hab./km² (estimativa 2017)
Brasil

- Mortalidade infantil (por mil): 11,1 (IBGE 2015 - Índice de Indicadores


Sociais)

- Analfabetismo: 4,8% (em 2014) - pessoas com 15 anos ou mais.

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

- Número de municípios: 1.668 (2013)

- Estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

- Vegetação: em função do desenvolvimento urbano e agrícola, grande parte da vegetação nativa desapareceu.
Destaca-se a Mata Atlântica na região litorânea.

- Rios Principais: rio Tietê, Paraná, São Francisco e Rio Grande.

- Agricultura: destaque para o plantio de cana-de-açúcar, café, algodão e soja.

- Economia: região com intenso desenvolvimento das indústrias de automóveis, metalúrgicas, alimentícia,
tecnológica, etc. As áreas de serviço e comércio também se destacam. A região Sudeste é a mais industrializada
do Brasil. O principal porto do Brasil localiza-se na cidade de Santos-SP.

- Urbanização: na região Sudeste concentra-se grande parte da população brasileira. As cidades mais populosas
do Brasil estão no Sudeste. São elas: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O crescimento desordenado
destas cidades gerou, nos últimos anos, sérios problemas urbanos como, por exemplo, desemprego, poluição,
trânsito, falta de moradia, violência urbana e desigualdade social.

- Principais Cidades da região Sudeste:

- Estado de São Paulo: São Paulo (capital), Guarulhos, Santo André, São Bernardo do Campo, Santos, Jundiaí,
Campinas e São Caetano do Sul.

- Estado do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro (capital), Niterói, Volta Redonda, Campos, Nova Friburgo.

- Estado de Minas Gerais: Belo Horizonte (capital), Uberlândia, Uberaba, Juiz de Fora e Governador Valadares.

- Estado do Espírito Santo: Vitória (capital), Colatina, Cachoeiro do Itapemirim.

https://www.suapesquisa.com/geografia/regiao_sudeste.htm 17 02:13

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SUL;

Região Sul do Brasil


Informações, dados geográficos, cultura, estados, rios, cidades, turismo, mapa, agricultura, clima e
economia

Informações e dados da região Sul do Brasil:

- Área: 576.774,3 km²

- População: 29,64 milhões de habitantes (estimativa 2017 - IBGE)

Mapa da Região Sul - Densidade demográfica (em 2017): 51,38 hab./km²

- Mortalidade infantil (por mil): 10,4 (em 2013 - estimativa)

- Analfabetismo: 4,6% (em 2014) - brasileiros com 15 anos ou mais

- Número de municípios: 1.191 (2013)

- Estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

- Vegetação: Mata dos Pinhais ou de Araucárias (regiões de planalto); Mata Atlântica (região da Serra do Mar);
Campos (na região da Campanha Gaúcha ou Pampa no Rio Grande do Sul).

- Relevo: presença dos Planaltos do Leste e do Sudeste, Serras e Planalto Meridional.

- Rios Principais: rio Paraná, rio Uruguai, rio Itajaí, rio Jacuí e rio Pelotas.

- Usinas Hidrelétricas: Usina Hidrelétrica de Itaipu (no rio Paraná), Machadinho (rio Pelotas) e Itá (no rio
Uruguai).

- Agricultura (principais produtos agrícolas): soja, trigo, arroz, algodão, cana-de-açúcar, laranja, uva, café, erva-
mate.

- Economia: bem diversificada e desenvolvida. Destacam-se as indústrias de transformação, automobilística,


têxtil, alimentícia, produtos eletrônicos e tecnológicos. A área de serviços também é muito importante,

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

destacando-se o turismo nas cidades litorâneas, principalmente, de Santa Catarina. O comércio também é bem
movimentado em toda região Sul.

- Social: Grande parte das cidades da região sul apresenta ótimos índices sociais e de qualidade de vida.

- Turismo: as cidades litorâneas possuem uma excelente infraestrutura turística (aeroportos, pousadas, hotéis,
parques, etc). As praias se destacam pelas belezas naturais, principalmente no litoral catarinense. Há também o
turismo histórico-cultural, com cidades de arquitetura do período da colonização italiana e alemã (final do século
XIX e início do XX).

- Cultura: muitas cidades do sul do país foram fundadas por colonos alemães e italianos. Portanto, a cultura
desta região é fortemente marcada pela influência cultural destes países europeus. Festas típicas, danças, músicas
e a culinária são marcadas por traços alemães e italianos.

Na culinária podemos destacar o arroz carreteiro, chimarrão e churrasco (típicos do Rio Grande do Sul). Em
Santa Catarina destacam-se os pratos a base de camarão, o marreco com repolho roxo e a bijajica. No Paraná, os
pratos mais típicos são arroz com pinhão, barreado e o carneiro no buraco.

- Principais Cidades da Região Sul:

- Estado do Paraná: Curitiba (capital), Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos
Pinhais, Colombo, Guarapuava.

- Estado de Santa Catarina: Florianópolis (capital), Joinville, Blumenau, São José, Criciúma, Lages, Itajaí,
Chapecó e Jaraguá do Sul.

- Estado do Rio Grande do Sul: Porto Alegre (capital), Canoas, Gravataí, Viamão, Novo Hamburgo, Alvorada,
São Leopoldo e Sapucaia do Sul.

Você sabia?

- A região Sul é a única região do Brasil localizada abaixo da zona tropical.

https://www.suapesquisa.com/geografia/regiao_sul.htm 17 02:14

CENTRO-OESTE

Curso de Habilitação de Oficiais – Página 86 de 245


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Região Centro-Oeste

Mapa da Região Centro-Oeste

Informações, dados geográficos, cultura,


estados, rios, cidades, turismo, mapa,
agricultura, clima e economia

Object 3

Informações e dados sobre a região Centro-Oeste do Brasil

- Área: 1.606.403,5 km²

- População: 15,85 milhões de habitantes (estimativa 2017 - IBGE)

- Densidade demográfica (em 2017): 9,86 hab./km²

- Mortalidade infantil (por mil): 15,6 (em 2013 - estimativa)

- Analfabetismo: 6,5% (em 2014 - Pnad) - brasileiros com 15 anos ou mais.

- Número de municípios: 467 (2013)

- Estados: Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

- Vegetação: Floresta Amazônica (norte e oeste), Cerrado (região central) e Complexo do Pantanal (Mato Grosso
e Mato Grosso do Sul).

- Clima: tropical semiúmido e úmido (com chuvas de verão).

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

- Rios Principais: rio Xingu, rio Juruena, rio Teles Pires, rio Paraguai, rio Araguaia, rio Paraná, rio Tocantins.

- Usinas Hidrelétricas: Complexo de Urubupungá, São Simão e Cachoeira Dourada.

- Agricultura (principais produtos agrícolas): milho, soja, mandioca, arroz, feijão, café, abóbora, trigo e
amendoim.

- Economia: baseada na agricultura e na pecuária (bovinos, equinos e bufalinos). Indústrias nas capitais: Campo
Grande, Goiânia e Cuiabá. Destaque para as indústrias de alimentos, mecânica, química e têxtil.

- Turismo: o Complexo do Pantanal, em função de suas belezas naturais, é um dos destaques turísticos da região.
Oferece boa infraestrutura (hotéis, pousadas, serviços). Destaca-se também a região de Caldas Novas em Goiás
(estância hidrotermal). Encontra-se também em Goiás, cidades com arquitetura colonial.

- Cultura: Podemos destacar as cavalhadas (folguedos que simulam batalhas medievais entre cristãos e mouros)
e outras festas folclóricas. Na culinária, os pratos típicos são: arroz com pequi, curau, capivara de caçarola, peixe
na telha, quentão, pudim de banana da terra, galinhada entre outros.

Principais Cidades da Região Centro-Oeste:

- Estado do Mato Grosso: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Sinop, Tangará da Serra, Barra do
Garças, Alta Floresta.

- Estado do Mato Grosso do Sul: Campo Grande (capital), Corumbá, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã,
Aquidauana e Naviraí

- Estado de Goiás: Goiânia (capital), Luziânia, Cristalina, Valparaíso de Goiás, Trindade.

- Distrito Federal - regiões administrativas de: Brasília, Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina,
Paranoá, Ceilândia.

https://www.suapesquisa.com/geografia/regiao_centro_oeste.htm 17 02:17

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PRINCIPAIS RIQUEZAS MINERAIS, VEGETAIS E PESCA;

Extrativismo Mineral, Vegetal e Animal


O extrativismo consiste na coleta de produtos naturais, que pode ser
de origem mineral (pedras preciosas, petróleo, ouro, prata, carvão, bauxita,
entre outros), vegetal (madeira, folhas e frutos) e animal (pesca,
aquicultura). Deve ter o uso racional e sustentável dos recursos renováveis
que se destinam à indústria e ao comércio.
Extrativismo Mineral
A região Norte do Brasil possui uma das maiores biodiversidades do mundo
e também é um local de intenso extrativismo. Muitas vezes acontece
a exploração predatória, ameaçando vários espécimes em extinção.
Desde a década de 1960, são explorados, na região, ouro (Serra Pelada) ferro
e bauxita (Carajás e Rio Trombetas, no Pará) manganês (Amapá) e cassiterita
(Porto Velho).

Na região Sudeste, Minas Gerais apresenta a maior produção de minério de


ferro, além do nióbio, metal e outros compostos, que atendem praticamente os
níveis da demanda mundial.

Além disso, o maior manancial de água subterrânea (Aquífero Guarani) se dá


em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os Estados de Goiás,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul, que corresponde a 12% da água doce do mundo. Grande parte
do petróleo brasileiro está na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro,
responsável pela maior parte de petróleo nacional.
Extrativismo Vegetal
Atualmente, no extrativismo vegetal, o País é o grande produtor e exportador
de celulose de madeira de eucalipto. Além disso, são cultivadas
inúmeras frutas e sementes como a castanha do Pará e o babaçu, a
carnaúba, a mamona, o látex, entre outros, que têm seu aproveitamento em
manufaturas da indústria farmacêutica, alimentícia e de combustíveis.

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Extrativismo Animal
O extrativismo animal está concentrado principalmente na pesca e
na aquicultura, que é o cultivo de animais aquáticos. Por ser uma atividade
sustentável, requer o respeito à época do Defeso, quando a pesca é proibida
por ocasião da reprodução desses animais.
In: http://www.clickescolar.com.br/extrativismo-mineral-vegetal-e-animal.htm
17 02:20

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PRINCIPAIS RIOS E ELEVAÇÕES;

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ASPECTOS GEOGRÁFICOS DO RN: RELEVO; RIOS; PRINCIPAIS RIQUEZAS


MINERAIS; PRINCIPAIS AÇUDES; BARRAGENS; ASPECTOS LITORÂNEOS,
REGIÕES GEOECONÔMICAS.
GEOGRAFIA DO RIO GRANDE DO NORTE

Vide: www.sistemas.ufrn.br/shared/verArquivo?idArquivo=1605562&key...

Apostila em Anexo.

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3. PROGRAMA DE MATEMÁTICA
ÁLGEBRA:
. CONJUNTOS NUMÉRICOS;
Conjuntos numéricos
Podemos caracterizar um conjunto como sendo uma reunião de
elementos que possuem características semelhantes. Caso esses
elementos sejam números, temos então a representação dos
conjuntos numéricos. Quando esse conjunto é representado por
extenso, escrevemos os números entre chaves { }, se o conjunto for
infinito irá possuir incontáveis números.
Para representar essa situação devemos utilizar reticências, ou seja,
três pontinhos. Existem cinco conjuntos numéricos que são
considerados fundamentais, por serem os mais utilizados em
problemas e questões relacionados à matemática. Acompanhem a
seguir a representação desses conjuntos:
Conjunto dos Números Naturais

Esse conjunto é representado pela letra maiúscula N, sendo formado


por todos os números inteiros positivos incluindo o zero. A seguir
acompanhe a notação da representação simbólica e um exemplo
numérico.

• Representação simbólica: N = {x є N/ x > 0}

• Exemplo: N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, …}

Caso esse conjunto não possua o elemento zero, será chamado de


conjunto dos números naturais não nulos, sendo representado
por N*. Veja a sua representação simbólica e um exemplo numérico:

• Representação simbólica: N* = {x є N/ x ≠ 0}

• Exemplo: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, …}

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Conjunto dos Números Inteiros

Representamos esse conjunto com a letra maiúscula Z, ele é formado


pelos números inteiros negativos, positivos e o zero. Logo a seguir
temos um exemplo numérico.
Exemplo: Z = {… -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, …}
O conjunto dos números Inteiros possui alguns subconjuntos, os quais
estão listados a seguir:
Inteiros não negativos: Representado por Z+, pertencem a esse
subconjunto todos os números inteiros que não são negativos,
podemos considera-lo como sendo igual ao conjunto dos números
naturais.
Exemplo: Z+ ={0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ,8, …}
Inteiros não positivos: Esse subconjunto é representado por Z-, sendo
composto por números inteiros negativos.
Exemplo: Z- ={…, – 4, – 3, – 2, – 1, 0}
Inteiros não negativos e não nulos: Representado por Z*+, todos os
elementos desse subconjunto são números positivos. À exclusão do
número zero é representada pelo asterisco, com isso o zero não faz
parte do subconjunto.
Exemplo: Z*+= {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 …}
Inteiros não positivos e não nulos: Esse conjunto é representado pela
notação Z*- , sendo formado pelos número inteiros negativos,
possuindo a exclusão do zero.
Exemplo: Z*–= {… – 5,- 4, – 3, – 2, – 1}
Conjunto dos Números Racionais

Esse conjunto é representado pela letra maiúscula Q, sendo formado


pela reunião dos conjuntos referentes aos números naturais e inteiros,
portanto o conjunto N (naturais) e o Z (inteiros) estão inclusos no
conjunto Q (racionais). Os termos numéricos que compõem o conjunto
dos números racionais são: os números inteiros positivos e negativos,
números decimais, números fracionários e dízima periódica.
Acompanhe a seguir a representação simbólica desse conjunto e um
exemplo numérico.
Representação simbólica: Q = {x = , com a є Z e b є z*}

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Descrição: A representação simbólica indica que todo o número


racional é obtido de uma divisão com números inteiros, em que o
denominador no caso b deve ser diferente de zero.
Exemplo: Q = {… – 2; – 1; 0; + ; + 1; +2, 14; + 4; + 4,555…}
Classificando os elementos do conjunto Q:

• {+ 1, + 4} à Números naturais.

• {- 2, -1, 0, + 1, + 4} à Números inteiros.

• {+ } à Fração.

• {+ 2,14) à Número decimal.

• {+ 4,555…} à Dízima periódica.

O conjunto dos números racionais também possuem subconjuntos,


são eles:
Racionais não negativos: Representado por Q +, esse conjunto possui
o número zero e todos os termos numéricos racionais positivos.
Exemplo: Q += { 0, + , + 1, +2, 14, + 4, 3, 4,555…}
Racionais não negativos não nulos: Esse conjunto é representado por
Q *+. É formado por todos os números racionais positivos, sendo que
o zero não pertence ao conjunto.
Exemplo: Q *+. = { + , + 1, +2, 14, + 4, 3, 4,555…}
Racionais não positivos: Representamos esse conjunto pelo símbolo Q
-, pertencem a esse conjunto todos os números racionais negativos e
o zero.
Exemplo: Q – = {…- 2, – 1, 0}
Racionais não positivos não nulo: Para representar esse conjunto
utilizamos a notação Z*– . Esse conjunto é composto por todos os
números racionais negativos, sendo que o zero não pertence ao
conjunto.
Exemplo: Q – = {…- 2, – 1}

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Conjunto dos Números Irracionais

Esse conjunto é representado pela letra maiúscula I, é formado pelos


números decimais infinitos não periódicos, ou seja, números que
possui muitas casas decimais, mas que não tem um período. Entenda
período como sendo a repetição de uma mesma sequencia de
números infinitamente.
Exemplos:
O número PI que é igual a 3,14159265…,
Raízes não exatas como: = 1,4142135…
Conjunto dos Números Reais

Representado pela letra maiúscula R, compõem esse conjunto os


números: naturais, inteiros, racionais e irracionais. Acompanhe o
exemplo numérico a seguir:
Exemplo: R = {… – 3,5679…; – 2; – 1; 0; + + 1; +2, 14; + 4; 4,555…;
+ 5; 6,12398…}
Classificando os elementos do conjunto Q:

• {0, + 1, + 4} à números naturais.

• {- 2, -1, 0, + 1, + 4, + 5} à Números inteiros.

• {+ } à fração.

• {+ 2,14) à número decimal.

• {+ 4,555…} à dízima periódica.

• {– 3,5679…; 6,12398…} à números irracionais.

O conjunto dos números reais pode ser representado por diagramas,


nele fica claro a relação de inclusão em relação aos conjuntos dos
números: naturais, inteiros, racionais e irracionais. Acompanhe a
seguir a representação do diagrama de inclusão dos números reais.

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*Revisado por Naysa Oliveira, graduada em matemática

https://www.estudopratico.com.br/conjuntos-numericos/ 17 02:38

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. FUNÇÃO AFIM;
.

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. FUNÇÃO LOGARÍTMICA;

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. PROGRESSÕES
.

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. DETERMINANTES;

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. ANÁLISE COMBINATÓRIA;

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. NÚMEROS COMPLEXOS,

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. POLINÔMIOS;

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. EQUAÇÕES POLINOMIAIS;

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. NOÇÕES DE MATEMÁTICA FINANCEIRA:

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. RAZÃO E PROPORÇÃO; PORCENTAGEM;

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. JUROS SIMPLES;

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. DESCONTO SIMPLES;

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TRIGONOMETRIA:

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TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO;

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FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS;

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EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES; RESOLUÇÃO DE TRIÂNGULOS;

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GEOMETRIA PLANA:

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SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS;

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CIRCUNFERÊNCIA; ÁREA DAS FIGURAS PLANAS;

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GEOMETRIA MÉTRICA ESPECIAL:

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PRISMA;

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PIRÂMIDE;

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CILINDRO;

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CONE;

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ESFERA.

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GEOMETRIA ANALÍTICA:
O PONTO,
A RETA;
O PLANO.

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4. PROGRAMA DE PORTUGUÊS
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO;

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ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS;

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DÍGRAFOS; CONCEITO DE FONEMAS E LETRAS;

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REGRAS DE ACENTUAÇÃO,

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ORTOGRAFIA;

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USO DE INICIAIS MAIÚSCULAS;

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ANÁLISE MORFOLÓGICA DOS VOCÁBULOS;

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ESTRUTURA, FORMAÇÃO E SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS; VALOR


ESTILÍSTICO DE CERTAS CLASSES,

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ANÁLISE SINTÁTICA DOS TERMOS DA ORAÇÃO; SINTAXE DA


CONCORDÂNCIA;

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REGÊNCIA E COLOCAÇÃO;

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DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO;

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FLEXÃO DOS VOCÁBULOS;

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CLASSES DE PALAVRAS;

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SUBSTANTIVOS; ADJETIVOS;

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PRONOME;

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NUMERAIS;

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VERBO;

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ADVÉRBIO E PREPOSIÇÕES;

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A CRASE;

Crase (Regras)

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Conceito: é a fusão de duas vogais da mesma natureza. No português assinalamos a crase com o acento grave (`).

Observe:

Obedecemos ao regulamento. Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01
(a+o)

Não há crase, pois o encontro ocorreu entre duas vogais diferentes. Mas:

Obedecemos à norma.

(a+a)

Há crase pois temos a união de duas vogais iguais ( a + a = à )

Regra Geral:

Haverá crase sempre que:

I. o termo antecedente exija a preposição a;


II. o termo consequente aceite o artigo a.

Fui à cidade.

( a + a = preposição + artigo )

( substantivo feminino )

Conheço a cidade.

( verbo transitivo direto – não exige preposição )

( artigo )

( substantivo feminino )

Vou a Brasília.

( verbo que exige preposição a )

( preposição )

( palavra que não aceita artigo )

Observação:

Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte artifício:

I. se pudermos empregar a combinaçãoda antes da palavra, é sinal de que ela aceitao artigo
II. se pudermos empregar apenas a preposição de, é sinal de que não aceita.

Ex: Vimda Bahia. (aceita)


Vim de Brasília (não aceita) Curso de Habilitação de Oficiais – Página 143 de 245

Vim da Itália. (aceita)

Vim de Roma. (não aceita)


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http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/crase-regras
17 03:11

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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.


SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
Concordância Verbal e Nominal
Observe:

As crianças estão
animadas.

Crianças animadas.

No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o
seu sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está concordando em gênero
(feminino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as
flexões de pessoa, número e gênero se correspondem.
Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.
CONCORDÂNCIA VERBAL
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.
a) Sujeito Simples
Regra Geral
O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos:
A orquestra tocou uma valsa longa.
3ª p. Singular 3ª p. Singular
Os pares que rodeavam a nós dançavam bem.
3ª p. Plural 3ª p. Plural

Casos Particulares
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no
momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente
gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural,
apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a
seguir.
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de,
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou
pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.
Por Exemplo:

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A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.


Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados:
Por Exemplo:
Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento.
Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a
forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto.

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Object 4

2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de,
mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o
substantivo. Observe:

Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.


Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.

Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade,
o plural é obrigatório:

Por Exemplo:

Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um


ao outro)

3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-
se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular.
Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar o plural.

Exemplos:

Os Estados Unidos possuem grandes universidades.


Alagoas impressiona pela beleza das praias.
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns,


poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar
com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:

Quais de nós são / somos capazes?


Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.
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5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de
substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo.

Exemplos:

25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.


85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.

Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve
concordar com o número. Veja:

25% querem a mudança.


1% conhece o assunto.

6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita


com o antecedente do pronome.

Exemplos:

Fui eu que paguei a conta.


Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.

7) Com a expressão "um dos que", embora alguns gramáticos considerem a concordância
facultativa, a preferência é pelo uso verbo no plural, para concordar com a palavra que
antecede o pronome relativo “que”.

Por Exemplo:

Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas.


Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance.

Atenção:

Na linguagem corrente, o que se ouve, efetivamente, são construções como:

"Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da emenda".

Ao compararmos com um caso em que se use um adjetivo, temos:

"Ela é uma das alunas mais brilhante da sala."

Ao invertermos as frases, fica claro que o emprego das formas no plural está adequado:
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8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do
singular ou em concordância com o antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei a conta.
Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.
9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
Por Exemplo:
Vossa Excelência é diabético?
Vossas Excelências vão renunciar?
10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral.
Por Exemplo:
Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com
esse sujeito.
Por Exemplo:
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do
singular. São verbos impessoais:
Haver no sentido de existir;
Fazer indicando tempo;
Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.

8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do
singular ou em concordância com o antecedente do pronome.
Exemplos:

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Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei a conta.


Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.
9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
Por Exemplo:
Vossa Excelência é diabético?
Vossas Excelências vão renunciar?
10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral.
Por Exemplo:
Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com
esse sujeito.
Por Exemplo:
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do
singular. São verbos impessoais:
Haver no sentido de existir;
Fazer indicando tempo;
Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.
b) Sujeito Composto
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural:
Exemplos:
Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
Pais e filhos devem conversar com frequência.
Sujeito

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2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância ocorre da
seguinte maneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez,
prevalece sobre a terceira. Veja:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)

Tu e teus irmãos tomareis a decisão.


Segunda Pessoa do Plural (Vós)

Pais e filhos precisam respeitar-se.


Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Obs.: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa e um da
terceira, é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural. Aceita-se, pois, a frase:
"Tu e teus irmãos tomarão a decisão."
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova possibilidade de
concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer
concordância com o núcleo do sujeito mais próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e não
uma obrigação.
Por Exemplo:
Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência.
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita obrigatoriamente
no plural. Observe:
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Casos Particulares
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode
ficar no plural ou no singular.
Por Exemplo:
Descaso e desprezo marcam / marca seu comportamento.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo pode ficar
no plural ou concordar com o último núcleo do sujeito.
Por Exemplo:

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Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.
No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade de sentido que há na combinação. No
segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último elemento da série gradativa.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar
no plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos.
Por Exemplo:
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Quando a declaração contida no predicado só puder ser atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou
seja, se os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular.
Por Exemplo:
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)
4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma ser feita
no singular, embora o plural também seja praticado.
Por Exemplo:
Um e outro compareceu / compareceram à festa.
Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo pode ficar no plural. Nesse caso,
os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido muito próximo
ao de "e". Veja:
O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.
Obs.: com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples,
uma vez que as expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de
companhia. Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja:
"O pai montou o brinquedo com o filho."
"O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado."

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6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não
só...mas ainda", "não somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo
concorda de preferência no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a
concordância é feita com esse termo resumidor.
Por Exemplo:
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.
Outros Casos
1) O Verbo e a Palavra "SE"
Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há duas de particular interesse para a concordância
verbal:
a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
b) quando é partícula apassivadora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha os
verbos intransitivos, transitivos indiretose de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
Quando pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos diretos
(VTD) e transitivos diretos e indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso,
o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
Exemplos:
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.

2) O Verbo "Ser"

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A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa
concordância pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito.
O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito:
a) Quando o sujeito for representado pelos pronomes - isto, isso, aquilo, tudo, o - e
o predicativo estiver no plural.
Exemplos:
Isso são lembranças inesquecíveis.
Aquilo eram problemas gravíssimos.
O que eu admiro em você são os seus cabelos compridos.
b) Quando o sujeito estiver no singular e se referir a coisas, e o predicativo for um substantivo
no plural.
Exemplos:
Nosso piquenique foram só guloseimas.
Sujeito Predicativo do Sujeito

Sua rotina eram só alegrias.


Sujeito Predicativo do Sujeito
Se o sujeito indicar pessoa, o verbo concorda com esse sujeito.
Por Exemplo:
Gustavo era só decepções.
Minhas alegrias é esta criança.
Obs.: admite-se a concordância no singular quando se deseja fazer prevalecer um elemento
sobre o outro.
Por Exemplo:
A vida é ilusões.
c) Quando o sujeito for pronome interrogativo que ou quem.
Por Exemplo:
Que são esses papéis?
Quem são aquelas crianças?
d) Como impessoal na indicação de horas, dias e distâncias, o verbo ser concorda com o numeral.
Exemplos:

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É uma hora.
São três da manhã.
Eram 25 de julho quando partimos.
Daqui até a padaria são dois quarteirões.

Saiba que:

Na indicação de dia, o verbo ser admite as seguintes concordâncias:

1) No singular: Concorda com a palavra explícita dia.

Por Exemplo: Hoje é dia quatro de março.

2) No plural: Concorda com o numeral, sem a palavra explícita dia.

Por Exemplo: Hoje são quatro de março.

3) No singular: Concorda com a ideia implícita de dia.

Por Exemplo: Hoje é quatro de março.

e) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões
como pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo ser fica no singular.
Exemplos:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Duas semanas de férias é muito para mim.
f) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal do caso reto, com este
concordará o verbo.
Por Exemplo: No meu setor, eu sou a única mulher.
Aqui os adultos somos nós.
Obs.: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) representados por pronomes pessoais, o
verbo concorda com o pronome sujeito.
Por Exemplo:
Eu não sou ela.
Ela não é eu.
g) Quando o sujeito for uma expressão de sentido partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no
plural, o verbo ser concordará com o predicativo.
Por Exemplo:

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A grande maioria no protesto eram jovens.


O resto foram atitudes imaturas.

3) O Verbo "Parecer"
O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:
a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo.
Por Exemplo:
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.
b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão.
Por Exemplo:
Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.
Obs.: a primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária.
Atenção:
Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.
Por Exemplo:
As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)

4) A Expressão "Haja Vista"


A expressão haja vista admite as seguintes construções:
a) A expressão fica invariável (seguida ou não de preposição).
Por Exemplo:
Haja vista as lições dadas por ele. ( = por exemplo)
Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. ( = atente-se)
b) O verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo
seguinte como sujeito.
Por Exemplo:
Hajam vista os exemplos de sua dedicação. ( = vejam-se)
3) O Verbo "Parecer"
O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:
a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo.

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Por Exemplo:
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.
b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão.
Por Exemplo:
Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.
Obs.: a primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária.
Atenção:
Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.
Por Exemplo:
As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)

4) A Expressão "Haja Vista"


A expressão haja vista admite as seguintes construções:
a) A expressão fica invariável (seguida ou não de preposição).
Por Exemplo:
Haja vista as lições dadas por ele. ( = por exemplo)
Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. ( = atente-se)
b) O verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo
seguinte como sujeito.
Por Exemplo:
Hajam vista os exemplos de sua dedicação. ( = vejam-se)
Casos Particulares

É proibido - É necessário - É bom - É preciso -


É permitido
a) Essas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a
que se referem possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
Exemplos:
É proibido entrada de crianças.
Em certos momentos, é necessário atenção.
No verão, melancia é bom.

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É preciso cidadania.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
b) Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos,
tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.
Exemplos:
É proibida a entrada de crianças.
Esta salada é ótima.
A educação é necessária.
São precisas várias medidas na educação.

Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio -


Incluso - Quite
Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se
referem. Observe:
Seguem anexas as documentações requeridas.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso.
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.

Bastante - Caro - Barato -


Longe
Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que
se referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais.
Exemplos:
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome adjetivo)
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
As casas estão caras. (adjetivo)
Achei barato este casaco.(advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
"Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas." (Cecília Meireles) (advérbio)
"Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!" (Cecília Meireles). (adjetivo)

Meio -
Meia
a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo, concorda normalmente com o nome a que
se refere.
Por Exemplo:

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Pedi meia cerveja e meia porção de polentas.


b) Quando empregada como advérbio (modificando um adjetivo) permanece invariável.
Por Exemplo:
A noiva está meio nervosa.

Alerta -
Menos

Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis.


Por Exemplo:
Os escoteiros estão sempre alerta.
Carolina tem menos bonecas que sua amiga.

http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint60.php (acesso em 16 de dezembro de 2017 às 22 h


52 min)

TIPOLOGIA TEXTUAL:
Tipologia Textual: Conheça Os 5 Tipos Textuais e as Principais Características e Regras
Gramaticais de Cada Tipo
Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente
confunde com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos).
Querem dizer a mesma coisa?

Não.

Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, seja na
forma oral ou escrita.

Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, seguem
regras gramaticais, algo mais formal.

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Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em consideração
a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. São inúmeros os
gêneros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, noticia, biografia,
seminário, palestras, etc.

O Que É Tipologia Textual?

Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras
gramaticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um texto:
A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a injunção. Ao
todo são 5 (cinco) tipos textuais.

NARRAÇÃO
Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu com
outros, pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja na
forma escrita ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das
cavernas quando o homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.

Regra gramatical para este tipo de texto (NARRAÇÃO):

Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas ações e
personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.

Segue a seguinte estrutura:

Personagens (com quem/ quem vive a história – reais ou


NARRAÇÃO/NARRAR imaginários)
(CONTAR) Enredo (o que/ como – fatos reais ou imaginários)
Espaço (onde? /quando? )

Exemplo:

Minha vida de menina


Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como está,
coitadinha e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de
sua avozinha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei dos
braços dela e vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.

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Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim e de
meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta hora,
que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer tanto.

Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas lições? Então
vá se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus". Helena Morley

DESCRIÇÃO
a intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que
está sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:

A-) A enumeração:

Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma ideia de
ausência de ações dentro do texto.

B-) A comparação:

Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que percebemos,
podemos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o leitor associe a
imagem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor. Utilizamos
comparações do tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um gosto que lembra ..., o
cheiro parece com ..., etc.

C-) Os cinco sentidos:

Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos utilizando
também os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para criação desta
imagem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o local ou a pessoa
descrita.

Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O que
você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pessoas à sua
volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pelas pessoas ao
redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente estes dois, você pode utilizar
também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer descrever.

Regra Gramatical para este tipo de texto (Descrição):

Descrever é apresentar as características principais de um objeto, lugar ou alguém.

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Pode ser:

Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo de descrição
não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o que é visto,
em detrimento do sujeito que vê.

Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de quem


descreve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi descrito.

Características do texto descritivo

•- É um retrato verbal
•- Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
•- As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas
•- Como na narração há a utilização da enumeração e comparação
•- Presença de verbos de ligação
•- Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado)
•- Emprego de orações coordenadas justapostas

A estrutura do texto descritivo

A descrição apresenta três passos básicos:

1.1- Introdução: apresentação do que se pretende descrever.


2.2- Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
3.3- Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.
Exemplo:

Alguns dados sobre Rudy Steiner

“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado, olhos azuis
esbugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com
fome. Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”

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DISSERTAÇÃO
Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é debater. Este
tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a apresentação
detalhada de determinados temas e conhecimentos.

Para construção deste tipo de texto há a necessidade de conhecimentos prévios do assunto/tema


tratado.

Regra gramatical para esse tipo de texto (Dissertação):

Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto de vista
sobre um tema, por meio de argumentos.

Estrutura da dissertação

ARGUMENTATIVA
EXPOSITIVA
Predomínio do uso de argumentos,
Predomínio da exposição,
visando o convencimento, à adesão do
explicação
leitor.

Apresentação do assunto sobre o qual se


Apresentação do assunto sobre
escreve (apresentação da tese) e do
Introdução o qual se escreve
ponto de vista assumido em relação a
(Apresentação da tese).
ele.

Exposição das informações e


A fundamentação do ponto de vista e
conhecimentos a respeito do
Desenvolvimento sua defesa com argumentos. (Defende-
assunto (é o momento da
se a tese proposta)
discussão da tese)

Finalização do texto, com o Retomada do ponto de vista para fechar


Conclusão
encerramento do que foi dito o texto de modo mais persuasivo

Exemplo:

Redução da maioridade penal, grande falácia

O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança na maioridade
penal.

Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um
adolescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do ECA

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e 228 da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade penal,
mas logo descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão, para
reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17%
adotam idade menor de 18 anos como definição legal de adulto.

Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos
admitindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu a
proteção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo
infrator da sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo.
Com a redução da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.

Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por
atuarem no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida.
Afirmar que os adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tantas
vezes dita, transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a falta de
ação do Estado. Ao contrário do que muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são
punidos com muito mais rigor do que os adultos.

Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a modificação do


disposto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois o artigo 60, §
4º, inciso IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de deliberação de emenda à
Constituição os direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula pétrea.

A prevenção à criminalidade está diretamente associada à existência de políticas sociais básicas e


não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas sim a certeza
de sua aplicação e sua capacidade de inclusão social.
Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013
Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013

EXPOSIÇÃO
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e esclarece
sem a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.

Regras gramaticas para este tipo textual (Exposição):

Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe ideias;
explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que haja sua opinião a
respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está no presente
do indicativo.

Exemplos: Notícias Jornalísticas

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INJUNÇÃO
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como por exemplo
quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar manual de instruções para o
funcionamento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando lemos a
bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. Os textos injuntivos são aqueles
textos que nos orientam, nos ditam normas, nos instruem.

Regras gramaticais para este tipo de texto (Injunção):

Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica principal a
utilização de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:

-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.

-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.

Exemplo:

BOLO DE CENOURA

Ingredientes
Massa
3 unidades de cenoura picadas
3 unidades de ovo
1 xícaras (chá) de óleo de soja
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
1 colheres (sopa) de fermento químico em pó
Cobertura
1/2 xícara (chá) de leite
5 colheres (sopa) de achocolatado em pó
4 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de Margarina
Como fazer
Massa
Coloque os ingredientes no liquidificador, e acrescente aos poucos a farinha.
Leve para assar em uma forma untada.
Depois de assado cubra com a cobertura.
Cobertura
Misture todos os ingredientes e leve ao fogo e deixe ferver até engrossar.

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Breve Resumo Para Fixação

Narração: Personagens, Enredo, Espaço...

Descrição: Enumeração, Comparação, Retrato Verbal...

Dissertação: Expositiva, Argumentativa, Debater...

Injunção: Instrucional (Manuais, Receitas, Bulas...)

Exposição: Fatos, Impessoal (Notícias Jornalísticas)

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http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/tipologia-textual (acesso em
16 de dezembro de 2016 às 22 h 39 min)

* NARRAÇÃO;
Narrativa

O texto narrativo baseia-se na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Conheça a
estrutura e os elementos da narrativa

Postado por Débora Silva

A narração é um tipo de texto que conta uma sequência de fatos, sejam eles reais ou
imaginários, nos quais as personagens atuam em um determinado espaço e no decorrer do tempo.
O texto narrativo baseia-se na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Apresenta
uma determinada estrutura e os seus elementos incluem o narrador, enredo, espaço, personagens,
espaço e tempo.
Na narrativa, o narrador é o responsável por contar a história, criando um texto que flui no
imaginário do leitor, com a composição de tramas e a elaboração de personagens mais ou menos
complexas. O texto narrativo também pode ser perpassado pelo tom poético, e as personagens
podem ser conhecidas através de seus elementos físicos e por suas características psicológicas.

Curso de Habilitação de Oficiais – Página 167 de 245


Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

https://www.estudopratico.com.br/narrativa/ (Acesso em 16 de dezembro de 2017 às 22 h 37 min).


Texto Descritivo

O texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de um objeto,
pessoa, animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo, transmitir para o leitor as
impressões e as qualidades de algo.
Em outras palavras, o texto descritivo capta as impressões, de forma a representar a elaboração de
um retrato, como uma fotografia revelada por meio das palavras.
Para tanto, alguns aspectos são de suma importância para a elaboração desse tipo textual,
desde as características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, a saber: cor, textura,
altura, comprimento, peso, dimensões, função, clima, tempo, vegetação, localização, sensação,
localização, dentre outros.
Descubra aqui como escrever um bom texto descritivo.

Características
• Retrato verbal

• Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases

• Predomínio de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas

• Utilização da enumeração e comparação

• Presença de verbos de ligação

• Verbos flexionados no presente ou no pretérito (passado)

• Emprego de orações coordenadas justapostas

Estrutura Descritiva
A descrição apresenta três passos para a construção:
1. Introdução: apresentação do que se pretende descrever.
2. Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
3. Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Tipos de Descrição
Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em:

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões


pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de impressões
dos autores.
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as
características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas do
emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções, verbetes
de dicionários e enciclopédias.

https://www.todamateria.com.br/texto-descritivo/ 12:38

Dissertação
A Dissertação é um tipo de texto em prosa, estruturado em introdução, desenvolvimento
e conclusão, e tem o objetivo de informar e/ou argumentar a respeito de um assunto.

A Dissertação é um tipo de texto cuja finalidade é refletir e informar os leitores a respeito de


determinado assunto

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

De modo geral, dissertar significa falar, discutir, debater, refletir, informar alguém a respeito
de um assunto. A Dissertação (do latim disertatio ou dissertatione) é um tipo de
texto verbal em prosa, ou seja, é estruturado por períodos e por parágrafos. Com relação aos
aspectos qualitativos, a Dissertação pressupõe a capacidade do autor em expor, refletir, analisar e
interpretar fatos, informações e opiniões a respeito de um determinado tema. Existem algumas
maneiras de dissertar sobre um tema. Vejamos algumas:
Dissertação expositiva
Nessa modalidade textual, o objetivo do texto, como o próprio nome suscita, é expor
informações que possam informar o leitor a respeito do que é aquele assunto. Dessa forma,
o objetivo do autor da dissertação expositiva não é convencer o leitor do seu posicionamento,
contestar posições diferentes, debater ou problematizar/polemizar, mas, sim, expor informações a
partir das quais o leitor poderá saber um pouco mais a respeito de determinado assunto.
Dissertação argumentativa
Nessa modalidade textual, o objetivo do texto é convencer/persuadir o leitor a acatar os
pontos de vista do autor a respeito de determinado assunto. Nesse sentido, o autor deve selecionar,
organizar e relacionar argumentos em defesa de seu ponto de vista. A qualidade dessas escolhas é o
que determinará a persuasão por parte do leitor.
Object 5

Quanto ao ponto de vista do autor na dissertação argumentativa, ele pode ser manifestado
em primeira pessoa do singular ou plural. É possível também utilizar os verbos na terceira para
defender conceitos conhecidos ou universais, já expressos anteriormente por outros. É o tipo de
dissertação comumente sugerido em provas de concursos e/ou processos de avaliação de larga
escala, como o Enem.

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Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01

A Dissertação deve ter, pelo menos, três parágrafos


Assim como os textos do tipo narrativo possuem início, meio e fim, os textos
dissertativos também devem ser estruturados a partir de uma introdução, desenvolvimento e
conclusão. É preciso ficar atento a essa estrutura, pois ela é que garante a progressão textual.
Antes de iniciar a escrita de uma Dissertação, o autor deve construir um projeto de texto para
que possa selecionar as informações, fatos, dados, argumentos e relações de causa e consequência,
os quais constituirão a base do texto. Cada parte do texto cumpre uma função distinta e bastante
importante para a coesão do texto e também para a produção de sentidos por parte do leitor.
Veja a função de cada uma das partes estruturais da Dissertação:
• Introdução: Logo no parágrafo de introdução, o tema/assunto a ser discutido deve ser
apresentado de forma clara e objetiva. Essa apresentação pode ser feita por meio de
contextualização histórica ou a partir de um repertório sociocultural produtivo a respeito do tema
na atualidade.
• Desenvolvimento: A partir do segundo parágrafo em diante, o autor deve apresentar as
informações, fatos e opiniões anteriormente selecionados durante o projeto de texto. Caso seja uma
dissertação argumentativa, é nessa parte do texto que o autor deve apresentar informações e seus
pontos de vista com o objetivo de convencer o leitor a acatá-los. Geralmente é no desenvolvimento
que o autor problematiza o tema e aponta suas causas.

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• Conclusão: É necessário compreender que a conclusão não deve ser uma síntese/resumo do
texto. Ela cumpre uma função muito mais ampla e importante do que resumir e repetir tudo aquilo
que já foi dito ao longo da introdução e do desenvolvimento. Para dar mais unidade ao texto, o
autor retoma algumas informações expostas na introdução e, em seguida, revela as consequências
daquilo que problematizou a respeito do tema e apontou como causa no desenvolvimento.
Geralmente, para concluir suas reflexões, o autor sugere ações que possam amenizar e/ou
solucionar os problemas apontados nos parágrafos anteriores.
*Não se esqueça de que, ao concluir um texto, antes de entregá-lo a alguém ou publicá-lo, o
autor deve reler e revisar o próprio texto, fazendo os ajustes necessários.

A partir de nossas dicas, que tal iniciar agora mesmo sua produção escrita? Bons estudos!

Disponível em: http://portugues.uol.com.br/redacao/dissertacao.html acesso em 16 de


dezembro de 2017 às 12 h 20 min.
5. Conhecimentos profissionais: Para este item, os candidatos terão por base as fontes
de consultas abaixo:

Constituição Federal: Título II, Cap. I; Título III, Cap. VII;


TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;

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VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

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XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade


pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,
não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de
suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

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XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem; (Regulamento)
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;

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c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do
delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

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LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença;

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LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº
7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

TÍTULO III
Da Organização do Estado
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores

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do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

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XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e


alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. (Regulamento)
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma
da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição
da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e
indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a
manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da
qualidade dos serviços;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego
ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

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§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI
do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e
ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios
dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47,
de 2005)
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício
de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;

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II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe


facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.
Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de
política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos
respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide
ADIN nº 2.135-4)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema
remuneratório observará: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada
carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e
o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos
entre os entes federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII,
IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os
Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em

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parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37,
X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a
relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do
subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação
de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão,
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos
termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e
17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos
de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 15/12/98)
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou
que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 15/12/98)
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes
de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos
definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)
I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em
relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência
previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido
para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta
por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

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II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o


falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,
o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
41, 19.12.2003)
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição
fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade,
inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de
cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares
de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o
regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de
previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão
fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no
que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza
pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade
de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de

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instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no §
3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo
regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para
aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará
jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até
completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em
cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 41, 19.12.2003)
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para
os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição,
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo
de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que
vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º,
cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se
o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Seção IV
DAS REGIÕES
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo
complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades
regionais.
§ 1º - Lei complementar disporá sobre:
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos
regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados
juntamente com estes.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:

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I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade


do Poder Público;
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas
físicas ou jurídicas;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água
represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas
e cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas,
de fontes de água e de pequena irrigação.

• CONSTITUIÇÃO ESTADUAL: ARTIGOS 8º, 10º, DO 18º AO 20º, 31º, 46º, 71º, 90º E
154º;

Art. 8° São direitos sociais a educação, a saúde, a habitação, o trabalho, o lazer, a segurança,
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
consoante definidos no art. 6°. da Constituição Federal e assegurados pelo Estado.
CAPÍTULO III Dos Direitos Políticos Art. 10 A soberania popular é exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I
- plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1°. São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o
pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta (30) anos para Governador e Vice-Governador do Estado;
b) vinte e um (21) anos para Deputado Estadual, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz;
c) dezoito (18) anos para Vereador.
§ 2°. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 3°. São inelegíveis, para os mesmos cargos, no período subseqüente, o Governador do
Estado, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído, nos seis (6) meses anteriores ao
pleito.

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§ 4°. Para concorrerem a outros cargos, o Governador do Estado e os Prefeitos devem


renunciar aos respectivos mandatos até seis (6) meses antes do pleito.
§ 5°. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau, ou por adoção, do Governador do Estado ou do
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis (6) meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
CAPÍTULO III
Da Competência do Estado
Art. 18 O Estado exerce em seu território todo o poder que lhe não seja vedado pela
Constituição Federal, competindo-lhe, especialmente:
I - explorar, diretamente ou mediante concessão a empresa estatal, com exclusividade de
distribuição, os serviços locais de gás canalizado;
II - explorar, diretamente ou mediante concessão, permissão ou autorização, os serviços de
transporte rodoviário de passageiros, ferroviário e aquaviário de qualquer espécie, que não
ultrapassem os limites do território estadual.
III - instituir, mediante lei complementar, regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum;
IV - celebrar convênios com a União, outros Estados ou Municípios, para execução de leis,
serviços ou decisões, por servidores federais, estaduais ou municipais; V - cooperar com a União,
Estados e Municípios para o desenvolvimento nacional equilibrado e o fomento de bem-estar de
todo o povo brasileiro.
Art. 19 É competência comum do Estado e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição Federal, desta Constituição, das leis e das instituições
democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e da assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de
valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à
ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora:
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico, inclusive no meio rural;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração
social dos setores desfavorecidos;

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XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de


recursos hídricos e minerais em seu território;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Art. 20 Compete ao Estado, concorrentemente com a União, legislar sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - junta comercial;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino e desporto;
X - criação, funcionamento e processo dos Juizados Especiais;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência judiciária e defensoria publica;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; Página: 4 de 59 XV
- proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres da polícia civil.
§ 1°. Compete ao Estado legislar, suplementarmente, sobre normas gerais acerca das
matérias elencadas neste artigo.
§ 2º. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, o Estado exerce a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 3°. A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrária.
Seção III Dos Servidores Públicos Militares Art. 31 São servidores militares do Estado os
integrantes da Polícia Militar.
§ 1°. O acesso ao Quadro de Oficiais da Polícia Militar é privativo de brasileiro nato e tem,
entre outros requisitos, o da conclusão, com aproveitamento, de curso de formação de oficiais. §
2º. As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são asseguradas, em
plenitude, aos oficiais da ativa, da reserva ou aos reformados, da Polícia Militar do Estado,
sendolhes privativos os títulos, postos e uniformes militares.
§ 3°. As patentes dos oficiais da Polícia Militar do Estado são conferidas pelo Governador do
Estado.
§ 4°. O militar, em atividade, que aceitar cargo público civil permanente, é transferido para a
reserva, exceto os oficiais do Quadro de Saúde, nos termos de inciso XVI, do art. 26.

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§ 5°. O militar da ativa que aceitar cargo, emprego ou função pública temporária, não
eletiva, ainda que da administração indireta, fica agregado ao respectivo quadro e somente pode,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antigüidade, contando-se-lhe o tempo de
serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo, depois de dois (2) anos
de afastamento, contínuos ou não, transferido para a inatividade.
§ 6º. Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
§ 7°. Ao aluno-soldado é garantido soldo nunca inferior ao salário mínimo vigente.
§ 8°. O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a partido político.
§ 9°. O oficial da Polícia Militar do Estado só perde o posto e a patente se for julgado
indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão do tribunal competente, em tempo de
paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra.
§ 10. O oficial condenado, na justiça comum ou militar, a pena privativa de liberdade
superior a dois (2) anos, por sentença transitada em julgado, é submetido ao julgamento previsto
no parágrafo anterior.
§ 11. A lei dispõe sobre os limites de idade, estabilidade e outras condições de transferência
do servidor militar para a inatividade.
§ 12. Aplica-se aos servidores a que se refere este artigo, e a seus pensionistas, o disposto no
art. 40, §§ 4°. e 5°, da Constituição Federal.

§ 13. O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, é computado,


integralmente, para os efeitos de transferência para a inatividade . § 14. Aplica-se aos servidores a
que se refere este artigo o disposto no art. 7º, VII, VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXIII, da
Constituição Federal.
Seção III
Das Leis
Art. 46 A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer Deputado ou
Comissão da Assembléia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça e de
Contas, ao Procurador-Geral de Justiça e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 1°. São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que:
I - fixem ou modifiquem o efetivo da Polícia Militar;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica, ou
aumentem a sua remuneração;
b) servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade;
c) criação, estruturação e atribuições das Secretarias, Polícia Militar, Polícia Civil e órgãos
da administração pública.
§ 2º. A lei dispõe sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

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Art. 71 O Tribunal de Justiça tem sede na Capital e Jurisdição em todo o território estadual,
competindo-lhe, precipuamente, a guarda desta Constituição, com observância da Constituição
Federal, e: I - processar e julgar, originariamente:
a) a argüição de descumprimento de preceito fundamental decorrente desta Constituição, na
forma de lei;
b) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, estadual ou municipal, em
face desta Constituição, bem como medida cautelar para suspensão imediata dos efeitos de lei ou
ato;
c) nas infrações penais comuns, o Vice-Governador e os Deputados, e os Secretários de
Estado nestas e nos crimes de responsabilidade, ressalvada a competência do Tribunal Especial
previsto no art. 65, e a da Justiça Eleitoral;
d) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Juízes de Primeiro
Grau, os membros do Ministério Público, o Procurador Geral do Estado, os Auditores do Tribunal
de Contas e os Prefeitos Municipais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
e) os mandados de segurança e os “habeas-data” contra atos do Governador, da Assembléia
Legislativa, seu Presidente, Mesa ou Comissão, do próprio Tribunal, suas Câmaras ou Turmas, e
respectivos Presidentes, bem como de qualquer de seus membros, do Tribunal de Contas, suas
Câmaras, e respectivos Presidentes, dos Juízes de Primeiro Grau, ressalvada a competência dos
Colegiados Regionais de Recursos, do Conselho de Justiça Militar, dos Secretários de Estado,
Procuradores - Gerais e Comandantes da Polícia Militar;
f) os “habeas-corpus”, sendo coator ou paciente qualquer dos órgãos ou autoridades referidos
na alínea anterior, ou funcionários cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do próprio
Tribunal, ressalvada a competência dos Tribunais Superiores da União;
g) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora competir à
Assembléia Legislativa, sua Mesa ou Comissão, ao Governador do Estado, ao próprio Tribunal, ao
Tribunal de Contas, ou a órgãos, entidade ou autoridade estadual, da administração direta ou
indireta;
h) as revisões criminais e ações rescisórias de julgados seus e dos Juízos que lhe são
vinculados;
i) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
j) a representação para assegurar, pela intervenção em Município, a observância dos
princípios indicados nesta Constituição, ou para prover a execução de lei, ordem ou decisão
judicial;
l) a execução de sentença nas causa de sua competência originária, facultada a delegação de
atribuições a Juízo de Primeiro Grau, para a prática de atos processuais;
m) os conflitos de competência entre suas Câmaras e Turmas ou entre Juízos de Primeiro
Grau a ele vinculados;
n) nos conflitos de atribuições entre autoridades administrativas estaduais ou municipais e
autoridades judiciárias do Estado;

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o) as causas e os conflitos entre Estado e os Municípios, bem como entre estes, inclusive as
respectivas entidades da administração indireta;
p) os processos relativos à perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação dos
praças da Polícia Militar;
II - representar ao Supremo Tribunal Federal para a decretação de intervenção no Estado;
III - julgar, em grau de recurso, ou para observância de obrigatório duplo grau de jurisdição,
as causas decididas pelos Juizes de Primeiro Grau, ressalvado o disposto no art. 77,
§ 2º., I; IV - as demais questões sujeitas, por lei, à sua competência.
§ 1º. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros, pode o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
§ 2º. Podem propor a ação de inconstitucionalidade:
I - o Governador do Estado;
II - a Mesa da Assembléia Legislativa;
do II vai para o IV sem passar pelo III
IV - o Procurador-Geral de Justiça;
V - Prefeito Municipal;
VI - Mesa de Câmara Municipal;
VII - o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação na Assembléia Legislativa;
IX - partido político com representação em Câmara Municipal, desde que a lei ou ato
normativo seja do respectivo Município;
X - federação sindical ou entidade de classe de âmbito estadual.
§ 3º. O Procurador-Geral de Justiça é previamente ouvido na ação direta de
inconstitucionalidade e demais causas em que, no Tribunal de Justiça, se discuta matéria
constitucional.
§ 4º. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, o Tribunal de Justiça dá ciência ao Poder competente para a adoção das
providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta (30)
dias.
§ 5º. Quando o Tribunal de Justiça apreciar, em tese, a inconstitucionalidade de norma legal
ou ato normativo, estadual ou municipal, em face desta Constituição, cita, previamente, o
ProcuradorGeral do Estado ou, conforme o caso, o Prefeito ou Câmara Municipal, que defendem a
norma ou ato impugnado.
§ 6º. O Tribunal de Justiça comunica à Assembléia Legislativa suas decisões definitivas que
declarem a inconstitucionalidade de lei estadual ou municipal, para que suspenda sua execução, no
todo ou em parte.
Art. 90 A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:

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I - Polícia Civil; II - Polícia Militar. § 1°. A Polícia Civil, dirigida por Delegado de Polícia de
carreira, escolhido e nomeado pelo Governador do Estado, dentre os integrantes da última classe,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares .
§ 2º. Os vencimentos dos Delegados de Polícia são fixados com diferença não superior a dez
por cento (10%) de uma para outra classe da carreira, não podendo os da classe mais alta ser
inferiores aos de Procurador de Justiça.
§ 3º. A Polícia Militar é comandada por oficial da ativa, do último posto da Corporação.
§ 4°. À Polícia Militar cabe o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública.
§ 5°. A polícia militar, força auxiliar e reserva do Exército, subordina-se, juntamente com a
Polícia Civil, ao Governador do Estado.
§ 6°. A lei disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 7°. O Delegado de Polícia reside no Município de sua lotação. § 8º. Os Municípios podem
constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
dispuser a lei complementar.
Art. 154 A gestão ambiental é executada pelo Poder Público, na forma da lei.
§ 1º. Cabe ao Estado o exercício do poder de polícia ambiental.
§ 2º. A Polícia Militar do Estado participa, através de organismos especializados, da defesa
do meio ambiente.

• MANUAL BÁSICO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO: CAPÍTULOS I E II;

• LEI DE ORGANIZAÇÃO BÁSICA. LEI COMPLEMENTAR Nº 090, DE 04 DE


JANEIRO DE 1991;
(ANEXO EM PDF)

• Regulamento Disciplinar da PMRN. Decreto nº 8.336 de 12 de fevereiro de 1982.


RDPM DECRETO Nº 8.336, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1982 Aprova o Regulamento
Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no uso das atribuições
que lhe são conferidas pelo art. 41, inciso IV, da Constituição do Estado, DECRETA:

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Art. 1º. Fica aprovado o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio
Grande do Norte, que com este baixa.
Art. 2º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário. Palácio Potengi, em Natal, 12 de fevereiro de 1982, 94º da República. (as) LAVOISIER
MAIA João José Pinheiro Veiga Diário Oficial de 13 de fevereiro de 1982, Edição nº 5.262.
SEPARATA DO BI Nº 044/82 2
REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO RIO GRANDE DO
NORTE
TÍTULO I - das Disposições Gerais
CAPÍTULO I - Generalidades
Art. 1. O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte tem
por finalidade especificar e classificar as transgressões disciplinares, estabelecer normas relativas à
amplitude e à aplicação das punições disciplinares, à classificação do comportamento policial-
militar das praças e à interposição de recursos contra a aplicação das punições Parágrafo Único:
São também disciplinadas, em parte, neste regulamento, as recompensas especificadas no
Estatutos dos Policiais Militares.
Art. 2 - A camaradagem torna-se indispensável à formação e ao convívio da família policial-
militar, devendo existir as melhores relações sociais, entre os policiais-militares. Parágrafo Único:
Incumbe aos superiores incentivar e manter a harmonia e a amizade entre seus subordinados.
Art. 3 - A civilidade é a parte da educação Policial-Militar, situando-se como um interesse
vital para a disciplina consciente. É dever do superior tratar os subordinados em geral, e os
recrutas, em particular, com urbanidade e justiça, interessando-se pelos seus problemas. Em
contrapartida, o subordinado é obrigado a todas as provas de respeito e deferência para com seus
superiores, de conformidade com os regulamentos policiais-militares.
Parágrafo Único: As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias
entre policiais-militares devem ser dispensadas aos militares das Forças Armadas e aos Policiais
Militares de outras Corporações.
Art. 4 - Para efeito deste Regulamento, todas as Organizações Policiais Militares, tais como:
Quartel do Comando Geral, Comandos de Policiamento, Diretorias, Estabelecimento, Repartições,
Escolas, Campos de Instrução, Centro de Formação e Aperfeiçoamento, Unidades Operacionais e
outras, serão denominadas “OPM”.
Parágrafo Único: Para efeito deste regulamento, os Comandantes, Diretores ou Chefes de
OPM, serão denominados “comandantes”.
CAPÍTULO II
Dos Princípios Gerais da Hierarquia e da Disciplina
Art. 5 - A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes. dentro da
estrutura das Forças Armadas e das Forças Auxiliares por postos e graduações. Parágrafo Único: A
ordenação dos postos e graduações na Polícia Militar obedece ao disposto no Estatuto dos
Policiais-Militares.

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Art. 6 - A disciplina policial-militar rege-se pela rigorosa observância e acatamento integral


das leis, regulamento, normas e disposições, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por
parte de todos e de cada um dos componentes do organismo policial militar.
§ 1º - São manifestações essenciais de disciplina:
1) a correção de atitude;
2) a obediência pronta às ordens dos superiores hierárquicos;
3) a dedicação integral ao serviço;
4) a colaboração espontânea à disciplina coletiva e à eficiência da instituição;
5) a consciência da responsabilidade; 6
) a rigorosa observância das prescrições regulamentares.
§ 2º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos permanentemente pelos
policiais-militares na ativa e na inatividade.
Art. 7 - As ordens devem ser prontamente obedecidas.
§ 1º - Cabe ao Policial-Militar a inteira responsabilidade pelas ordens que der e pelas
conseqüências que delas advierem.
§ 2º - Cabe ao subordinado, ao receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos necessários
ao seu total entendimento e compreensão.
§ 3º - Quando a ordem importar em responsabilidade criminal para o executante, poderá o
mesmo solicitar sua confirmação por escrito, cumprindo à autoridade que a emitiu, atender à
solicitação.
§ 4º - Cabe ao executante, que exorbitar no cumprimento de ordem recebida, a
responsabilidade pelos excessos e abusos que cometer.
CAPÍTULO III Do Âmbito de Incidência do Regulamento Disciplinar e da Competência
para a sua Aplicação
Art. 8 - Estão sujeitos a este Regulamento os policiais-militares na ativa e os na inatividade.
§ 1º - Os alunos de órgãos específicos de formação de policiaismilitares também estão
sujeitos aos regulamentos, normas e prescrições das OPM em que estejam matriculados.
§ 2º - Os coronéis nomeados Juizes dos Tribunais de Justiça Militar-Estadual (de acordo com
o art. 192, da Constituição Federal), são regidos por legislação específica.
Art. 9 - As disposições deste Regulamento aplicam-se aos policiais-militares na inatividade
quando, ainda no meio civil, se conduzam, inclusive por manifestações através da imprensa, de
modo a prejudicar os princípios da hierarquia, da disciplina, do respeito e do decoro policial-
militar.
Art. 10 - A competência para aplicar as prescrições contidas neste regulamento é conferida
ao cargo e não ao grau hierárquico.
§ 1º - São competentes para aplicá-las
1 - O governador do Estado, a todos os integrantes da Polícia-Militar.
2 - O comandante Geral, aos que estiverem sob o seu comando.

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3 - O chefe do EMG, comandante do Policiamento da Capital, Comandante do Policiamento


do Interior, Comandantes de Policiamento de Área e Comandante Corpo de Bombeiros e Diretores
de Órgãos de Direção Setorial, aos que servirem sob suas ordens.
4 - O Sub-Chefe do EMG, Ajudante-Geral e Comandantes de OPM, aos que estiverem sob
suas ordens.
5 - Os Sub-Comandantes de OPM, Chefes de Seção, de Serviços e de Assessorias, cujos
cargos sejam privativos de Oficiais Superiores, aos que servirem sob suas ordens.
6 - Os demais Chefes de Seção até o nível de Batalhão, inclusive, Comandantes de Sub-
Unidades incorporadas e de Pelotões destacados, aos que estiverem sob suas ordens.
§ 2º - A competência conferida aos Chefes de Seção, de Serviços e de Assessorias, limitar-
se-á ocorrências relacionadas às atividades inerentes ao serviço de suas repartições.
§ 3º - Organização Policial-Militar, é a denominação genérica dada ao corpo de tropa,
repartição, estabelecimento ou a qualquer outra unidade administrativa ou operativa da Polícia-
Militar.
Art. 11 - Todo policial militar que tiver conhecimento de um fato contrário à disciplina
deverá participar ao seu Chefe imediato por escrito ou verbalmente. Neste último caso, deve
confirmar a participação por escrito, no prazo máximo de 48 horas.
§ 1º - A parte deve ser clara, concisa e precisa, devendo conter os dados capazes de
identificar as pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data e a hora da ocorrência e caracterizar as
circunstâncias que a envolverem, sem tecer comentários ou opiniões pessoais.
§ 2º - Quando, para preservação da disciplina e do decoro da Corporação, a ocorrência exigir
uma pronta intervenção mesmo sem possuir ascendência funcional sobre o transgressor, a
autoridade Policial Militar de maior antigüidade que presenciar ou tiver conhecimento do fato
deverá tomar imediatas e enérgicas providências, inclusive prendê- lo “em nome da autoridade
competente”, dando ciência a esta, pelo meio mais rápido, da ocorrência e das procedências em
seu nome tomadas.
§ 3º - Nos casos de participação de ocorrências com policiaismilitares de OPM diversas
daquela a que pertence o signatário da parte, deve este, direta ou indiretamente, ser notificado da
solução dada, no prazo máximo de seis dias úteis. Expirando este prazo, deve o signatário da parte
informar a ocorrência referida à autoridade que estiver subordinado.
§ 4º - A autoridade, a quem a parte disciplinar é dirigida, deve dar a solução no prazo
máximo de quatro dias úteis, podendo, se necessário, ouvir as pessoas envolvidas, obedecidas as
demais 6 prescrições regulamentares. Na impossibilidade de solucioná-la neste prazo, o seu
motivo deverá ser necessariamente publicada em boletim, e , neste caso, o prazo poderá ser
prorrogado até 20 dias.
§ 5º - A autoridade que receber a parte, não sendo competente para solucioná-la, deve
encaminhá-la a seu superior imediato.
Art. 12 - No caso de ocorrência disciplinar envolvendo policiaismilitares de mais de uma
OPM, caberá ao Comandante imediatamente superior da linha de subordinação apurar ou
determinar a apuração dos fatos, procedendo a seguir de conformidade com o artigo 11 e seus

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parágrafos deste Regulamento, com os que não sirvam sob a sua linha de subordinação funcional.
Parágrafo Único: No caso de ocorrência disciplinar envolvendo militares (FA) e policiais-
militares, a autoridade policial-militar competente deverá tomar as medidas disciplinares referente
aos elementos a ela subordinados, informando o escalão superior sobre a ocorrência, as medidas
tomadas e o que foi por ela apurado, dando ciência também do fato do Comandante Militar
interessado.
TÍTULO II Das Transgressões Disciplinares
CAPÍTULO I Da Especificação das Transgressões
Art. 13 - Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da ética, dos deveres e
das obrigações policiais-militares, na sua manifestação elementar e simples, e qualquer omissão ou
ação contrária aos preceitos estatuídos em leis, regulamentos, normas ou disposições, desde que
não constituam crime.
Art. 14 - São transgressões disciplinares:
I - Todas as ações ou omissões contrárias à disciplinas policial-militar especificadas no
Anexo I deste Regulamento.
II - Todas as ações, omissões ou atos não especificados na relação de transgressões do Anexo
a que se refere o inciso anterior, que afetem a honra pessoal, o pundonor policial-militar, o decoro
da classe ou o sentimento do 7 dever e outras prescrições contidas no Estatuto dos Policiais-
Militares, leis e regulamentos, bem como aquelas praticadas contra regras e ordens de serviço
estabelecidas por autoridade competente.
CAPÍTULO II Do Julgamento das Transgressões
Art. 15 - O julgamento das transgressões deve ser precedido de um exame e de uma análise
que considerem:
I - Os antecedentes do transgressor.
II - As causas que a determinaram.
III- A natureza dos fatos ou os atos que a envolveram.
IV - As conseqüência que dela possam advir.
Art. 16 - No julgamento das transgressões podem ser levantadas causas que justifiquem a
falta ou circunstâncias que a atenuem e/ou agravem.
Art. 17 - São causas de justificação:
I - Ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no interesse do serviço ou
da ordem pública.
II - Ter cometida a transgressão em legítima defesa, própria ou de outrem.
III- Ter sido cometida a transgressão em obediência à ordem superior.
IV- Ter sido cometida a transgressão pelo uso imperativo de meios violentos a fim de
compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever, no caso de perigo, necessidade
urgente, calamidade pública, manutenção da ordem e da disciplina.
V - Ter havido motivo de força maior plenamente comprovado e justificado.
VI - Nos casos de ignorância, devidamente comprovada, desde que não atente contra os
sentimentos normais de patriotismo, humanidade e probidade

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Parágrafo Único: Não havendo punição quando for reconhecida qualquer causa de
justificação.
Art. 18 - São circunstâncias atenuantes:
I - Bom comportamento.
II - Relevância de serviços prestados.
III - Ter sido cometida a transgressão para evitar o mal maior.
IV - Ter sido cometida a transgressão em defesa própria, de seus direitos ou de outrem, desde
que não constitua causa de justificação
V - Falta de prática do serviço.
Art. 19 - São circunstâncias agravantes:
I - Mau comportamento.
II- Prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões.
III- Reincidência de transgressão mesmo punida verbalmente.
IV - Conluio de duas mais pessoas.
V - Ser praticada a transgressão durante a execução de serviço.
VI - Ser cometida a falta em presença de subordinado. VII - Ter abusado o transgressor de
sua autoridade hierárquica.
VIII- Ser praticada a transgressão com premeditação.
IX - Ter sido praticada a transgressão em presença de tropa. X - Ter sido praticada a
transgressão em presença de público.
CAPÍTULO III Da classificação das Transgressões
Art. 20 - A transgressão da disciplina deve ser classificada, desde que não hajam causas de
justificação em:
I - Leve.
II - Média.
III - Grave. Parágrafo Único: A classificação da transgressão compete a quem couber aplicar
a punição, respeitadas as disposições do artigo 15.
Art. 21 - A transgressão da disciplina dever ser classificada como “GRAVE” quando, não
chegando a constituir crime, constitua o mesmo ato que afete o sentimento de dever, a honra
pessoal, o pundonor1 policial-militar ou o decoro da classe.
TÍTULO III
Das punições e Execução das Punições
CAPÍTULO I
Da Graduação e Execução das Punições

1pundonor
ô/ substantivo masculino
1. matéria ou ponto de honra, aquilo de que não se pode abrir mão, sob a ameaça de ser ou sentir-se desonrado.
2. p.ext. sentimento da própria honra, do próprio valor; amor-próprio, brio, altivez.
"foi ferido no seu p."

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Art. 22 - A punição disciplinar objetiva o fortalecimento da disciplina. Parágrafo Único: A


punição deve ter em vista o benefício educativo ao punido e à coletividade a que ele pertence.
Art. 23 - As punições disciplinares a que estão sujeitos os policiasmilitares, segundo a
classificação resultantes do julgamento da transgressão, são as seguintes, em ordem de gravidade
crescente:
I - Advertência.
II - Repreensão.
III - Detenção.
IV - Prisão e prisão em separado.
V - Licenciamento e exclusão a bem da disciplina.
Parágrafo Único: As punições disciplinares de detenção e prisão não podem ultrapassar de
30 (trinta) dias.
Art. 24 - Advertência é a forma mais branda de punir e consiste numa admoestação feita
verbalmente ao transgressor, podendo ser em caráter particular ou ostensivamente.
§ 1º - Quando ostensivamente poderá ser na presença de superiores, no círculo de seus pares
ou na presença de toda ou parte da OPM.
§ 2º - Advertência, por ser verbal, não deve constar das alterações do punido, devendo,
entretanto, ser registrada em sua ficha disciplinar.
Art. 25 - Repreensão é a punição que, publicada em Boletim, não priva o punido da
liberdade.
Art. 26 - Detenção consiste no cerceamento da liberdade do punido, o qual deve permanecer
no local que lhe for determinado, normalmente o quartel, sem que fique, no entanto, confinado.
§ 1º - O detido comparece a todos os atos de instrução e serviços.
§ 2º - Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicou a punição, o Oficial ou
Aspirante-a-Oficial pode ficar detido em sua residência.
Art. 27 - Prisão consiste no confinamento do punido em local próprio e designado para tal.
§ 1º - Os policiais-militares dos diferentes círculos de Oficiais e Praças estabelecidos no
Estatuto dos Policiais-Militares não poderão ficar presos no mesmo compartimento.
§ 2º - São lugares de prisão:
a - Para Oficial e Aspirante-a-Oficial - o determinado pelo Comandante no Aquartelamento.
b - Para Sub-Tenente e Sargentos o compartimento denominado “Prisão de Subtenentes e
Sargentos”.
c - Para as demais Praças - o compartimento fechado denominado de “Xadrez”.
§ 3º - Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicou a punição, o Oficial ou
Aspirante-a-Oficial pode ter sua residência como local de cumprimento da prisão, quando esta não
for superior a 48 horas.
§ 4º - Quando a OPM não dispuser de instalações apropriadas, cabe à autoridade que aplicou
a punição solicitar ao escalão superior local para servir de prisão em outra OPM.
§ 5º - Os presos disciplinares devem ficar separados dos presos à disposição da Justiça.

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§ 6º - Compete à autoridade que aplicar a primeira punição de prisão à praça ajuizar da


conveniência e necessidade de não confinar o punido, tendo em vista os altos interesses da ação
educativa da coletividade e a elevação da moral da tropa. Neste caso, esta circunstância será
fundamentadamente publicada em Boletim da OPM, e o punido terá o quartel por menagem. Art.
28 - A prisão deve ser cumprida sem prejuízo da instrução e dos serviços internos. Quando
for com prejuízo esta condição deve ser declarada em Boletim. Parágrafo Único: o punido fará
suas refeições no refeitório da OPM, salvo se o Comandante determinar o contrário.
Art. 29 - Em casos especiais, a prisão pode ser agravada para “Prisão em Separado”,
devendo o punido permanecer confinado e isolado, fazendo suas refeições no local da prisão. Este
agravamento não pode exceder à metade da punição aplicada.
Parágrafo Único: A prisão em separado deve constituir em princípio a parte inicial do
cumprimento da punição e não deve exceder à metade da punição aplicada.
Art. 30 - O recolhimento de qualquer transgressor à prisão, sem nota de punição publicada
em Boletim Interno da OPM, só poderá ocorrer por ordem das autoridades referidas no itens 1, 2, 3
e 4 do artigo 10.
Parágrafo Único: o disposto neste artigo não se aplica no caso previsto no § 2º do artigo 11,
ou quando houver:
1) - Presunção ou indício de crime.
2) - Embriaguez.
3) - Ação do psicotrópicos.
4) - Necessidade de averiguação.
5) - Necessidade de incomunicabilidade.
Art. 31 - Licenciamento e Exclusão a bem da disciplina consiste no afastamento “ex-offício”
do policial-militar das fileiras da Corporação, conforme o disposto no Estatuto dos Policiais
Militares.
§ 1º - O licenciamento a bem da disciplina deve ser aplicado à praça sem estabilidade
assegurada, mediante e análise de suas alterações, por iniciativa do Comandante, ou por ordem
das autoridades relacionadas nos itens 1, 2 e 3 do artigo 10, quando:
1) - a transgressão afetar o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o
devoro, e como repressão imediata assim se tornar absolutamente necessária à disciplina.
2) - no comportamento MAU, verifica-se a impossibilidade de melhoria de comportamento,
como está prescrito neste regulamento.
3) - houver condenação por crime militar, excluídos os culposos.
4) - houver prática de crime comum, apurado em inquérito excluídos os culposos.
§ 2º - A exclusão a bem da disciplina deve ser aplicada “ex-offício” ao Aspirante-a-Oficial e
à Praça com estabilidade assegurada, de acordo com o prescrito no Estatuto dos Policiais Militares.
§ 3º - O licenciamento a bem da disciplina poderá ser aplicado às praças sem estabilidade
assegurada em virtude de condenação por crime militar ou prática de crime comum, de natureza
culposa, a critério das autoridades indicadas nos itens 1, 2 e 3 do artigo 10.
CAPÍTULO II

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Das Normas para Aplicação e Cumprimento das Punições


Art. 32 - A aplicação da punição compreende uma descrição sumária clara e precisa dos fatos
e circunstâncias que determinaram a transgressão, o enquadramento da punição e a decorrente
publicação em Boletim da OPM.
§ 1º - Enquadramento é a caracterização da transgressão acrescida de outros detalhes
relacionados com o comportamento do transgressor, cumprimento da punição ou justificação. No
enquadramento são necessariamente mencionados:
1) - a transgressão cometida, em termos precisos e sintéticos e a especificação em que
mesma incida pelos números constantes do Anexo I ou pelo Inciso II do artigo 14. Não devem ser
emitidos comentários deprimentes e/ou ofensivos, sendo porém permitidos os ensinamentos
decorrentes, desde que não contenham alusões pessoais.
2) - os artigos, parágrafos, incisos, itens e alíneas das circunstâncias atenuantes e/ou
agravantes ou causas de justificação.
3) - a classificação da transgressão
4) - a punição imposta.
5) - o local de cumprimento da punição, se for o caso.
6) - a classificação do comportamento militar em que a praça punida permaneça ou ingresse.
7) - a data do início do cumprimento da prisão, se o punido tiver sido recolhido de acordo
com o § 2º do artigo 11.
8) - a determinação para posterior cumprimento, se o punido estiver baixado, afastado do
serviço ou à disposição de outra autoridade.
§ 2º Publicação em Boletim é o ato administrativo que formaliza a aplicação da punição ou a
sua justificação.
§ 3º - Quando ocorrer causa de justificação, no enquadramento e na publicação em Boletim,
menciona-se a justificação da falta em lugar da punição imposta.
§ 4º - Quando a autoridade que aplica a punição não dispuser de Boletim para a publicação,
esta deve ser feita, mediante solicitação escrita na autoridade imediatamente superior.
Art. 33 - A aplicação da punição deve ser feita com justiça, serenidade e imparcialidade, para
que o punido fique consciente e convicto de que a mesma se inspira no cumprimento exclusivo de
um dever.
Art. 34 - A publicação da punição imposta a Oficial ou Aspirante-aOficial, em princípio,
deve ser feita em Boletim Reservado, podendo ser em Boletim Ostensivo, se as circunstâncias ou a
natureza da transgressão assim o recomendarem.
Art. 35 - A aplicação da punição deve obedecer às seguintes normas:
I - a punição deve ser proporcional à gravidade da transgressão, dentro dos seguintes limites:
a) de advertência até 10 dias de detenção para a transgressão “leve”;
b) de detenção até 10 dias de prisão para a transgressão “média”;
c) de prisão à punição prevista no artigo 31 deste regulamento, para a transgressão “grave”.
II - A punição não pode atingir até o máximo previsto no inciso anterior, quando ocorrem
apenas circunstâncias atenuantes.

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III - A punição deve ser dosada quando ocorrem circunstâncias atenuantes e agravantes.
IV - Por uma única transgressão não deve ser aplicada mais de uma punição.
V - A punição disciplinar, no entanto, não exime o punido da responsabilidade civil que lhe
couber.
VI - Na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre si, a cada uma deve ser
imposta a punição correspondente. Em caso contrário, as de menor gravidade serão consideradas
como circunstâncias agravantes da transgressão principal.
Art. 36 - A aplicação da primeira punição classificada como “prisão” é da competência do
Comandante.
Art. 37 - Nenhum Policial Militar deve ser interrogado ou punido em estado de embriaguez
ou sob a ação de psicotrópicos.
Art. 38 - O início do cumprimento da punição disciplinar deve ocorrer com a distribuição do
Boletim da OPM que publica a aplicação da punição.
§ 1º - O tempo de detenção ou prisão, antes da respectiva publicação em BI, não deve
ultrapassar de 72 horas.
§ 2º - A contagem do tempo de cumprimento da punição vai do momento em que o punido
for recolhido até aquele em que for posto em liberdade.
Art. 39 - A autoridade que necessitar punir seu subordinado, à disposição ou a serviço de
outra autoridade, deve a ele requisitar a apresentação do transgressor para esse fim.
Parágrafo Único: Quando o local determinado para o cumprimento da punição não for a sua
OPM, pode solicitar aquela autoridade que determine o recolhimento do punido diretamente ao
local designado.
Art. 40 - O cumprimento da punição disciplinar, por policial-militar afastado do serviço deve
ocorrer após a sua apresentação, pronto na OPM, salvo em caso de preservação da disciplina e do
decoro da Corporação. Parágrafo Único: a interrupção de licença-especial, licença para tratar de
interesse particular ou licença para tratamento de saúde de pessoas da família, para cumprimento
de punição disciplinar, somente ocorrerá quando autorizada pelas autoridades mencionadas nos
itens 1 e 2 do artigo 10.
Art. 41 - As punições disciplinares, de que trata este Regulamento, devem ser aplicadas de
acordo com as prescrições no mesmo estabelecidas.
A punição máxima que cada autoridade referida no artigo 10 pode aplicar, acha-se
especificada no Quadro de Punição Máxima que constitui o Anexo II deste regulamento.
§1º - Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes ambas com ação disciplinar
sobre o transgressor, conhecerem da transgressão, a de nível mais elevado competirá punir, salvo
se entender que a punição está dentro dos limites da competência do menor nível, caso em que esta
comunicará ao superior a sanção disciplinar que aplicou.
§ 2º - Quando uma autoridade, ao julgar uma transgressão, concluir que a punição a aplicar
está além do limite máximo que lhe é autorizado, cabe a esta solicitar à autoridade superior, com
ação disciplinar sobre o transgressor, a aplicação da punição devida.

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Art. 42 - A interrupção da contagem do tempo da punição, nos casos em baixa ao hospital ou


enfermaria e outros, vai do momento em que o punido for retirado do local de cumprimento da
punição até o seu retorno. Parágrafo Único: o afastamento e o retorno do punido ao local de
cumprimento da punição devem ser aplicados em Boletim.
CAPÍTULO III Das Modificações na Aplicação das Punições
Art. 43 - A modificação da aplicação de punição pode ser realizada pela autoridade que a
aplicou ou por outro, superior e competente, quando tiver conhecimento de fatos que recomendem
esse procedimento. Parágrafo Único: as modificações da aplicação de punição são:
1) - anulação.
2) - relevação.
3) - atenuação.
4) - agravação.
Art. 44 - A anulação da punição consiste em tornar sem efeito a aplicação da mesma.
§ 1º - A anulação deve ser concedida quando for comprovado ter ocorrido injustiça ou
ilegalidade na sua aplicação.
§ 2º - Faz-se a anulação em obediência aos prazos seguintes:
1) - em qualquer tempo e em qualquer circunstância, pelas autoridades indicadas nos itens 1
e 2 do artigo 10.
2) - no prazo de 60 dias, pelas demais autoridades.
§ 3º - A anulação sendo concedida ainda durante o cumprimento da punição, importa na
liberação imediata do punido. Art. 45 - A anulação da punição deve eliminar toda e qualquer
anotação e/ou registro nas alterações do militar relativos à sua aplicação.
Art. 46 - A autoridade que tome conhecimento de comprovada ilegalidade ou injustiça na
aplicação da punição e não tenha competência para anulá-la ou não disponha dos prazos referidos
no § 2º do artigo 44, deve propor, fundamentadamente, a sua anulação à autoridade competente.
Art. 47 - A relevação de punição consiste na suspensão de cumprimento da punição imposta.
Parágrafo Único: a relevação da punição pode ser concedida:
1) - quando ficar comprovado que foram atingidos os objetivos visados com sua aplicação,
independentemente do tempo de punição a cumprir.
2) - por motivo de passagem de comando, data de aniversário da PM, ou data nacional,
quando já tiver sido cumprida pelo menos metade da punição.
Art. 48 - A atenuação de punição consiste na transformação de punição proposta ou aplicada
em uma menos rigorosa, se assim o exigir o interesse da disciplina e da ação educativa do punido.
Art. 49 - A agravação de punição consiste na transformação da punição proposta ou aplicada
em uma mais rigorosa, se assim o exigir o interesse da disciplina e da ação educativa do punido.
Parágrafo Único: a “prisão em separado” é considerada como uma das formas de agravação
de punição de prisão para o Soldado.
Art. 50 - São competentes para anular, relevar, atenuar e agravar as punições impostas por si
ou por seus subordinados as autoridades discriminadas no artigo 10, devendo esta decisão ser
justificada em Boletim.

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TÍTULO IV
Do Comportamento Policial-Militar
CAPÍTULO I
Da Classificação, da Reclassificação e Melhoria de Comportamento
Art. 51 - O comportamento policial-militar das praças espelha o seu procedimento civil e
policial-militar sob o ponto de vista disciplinar.
§ 1º - A classificação, a Reclassificação e a melhoria de comportamento são de competência
do Comando Geral e dos Comandantes de OPM, obedecido o disposto neste Capítulo e
necessariamente publicada em Boletim.
§ 2º - Ao ser incluída na Polícia Militar, a praça será classificada no comportamento “BOM”.
Art. 52 - O comportamento policial-militar das praças deve ser classificado em:
I - Excepcional, quando no período de 08 (oito) anos de efetivo serviço não tenha sofrido
qualquer punição disciplinar.
II - Ótimo, quando no período de 04 (quatro) anos de efetivo serviço tenha sido punida com
até uma detenção.
III - Bom, quando no período de 02 (dois) anos de efetivo serviço tenha sido punida com até
duas prisões.
IV - Insuficiente, quando no período de 01 (um) ano de efetivo serviço tenha sido punida
com até duas prisões. V - Mau, quando no período de 01 (um) ano de efetivo serviço tenha sido
punida com mais de 02 (duas) prisões.
Art. 53 - A Reclassificação de comportamento de Soldado, com punição de prisão de mais de
20 dias agravadas para “prisão em separado”, é feita automaticamente para o comportamento
MAU, qualquer que seja o seu comportamento anterior.
Art. 54 - A contagem de tempo para melhoria de comportamento é automático, decorridos os
prazos estabelecidos no artigo 52, começa a partir da data em que se encerra o cumprimento de
punição.
Art. 55 - para efeito de classificação, Reclassificação e melhoria de comportamento, tão
somente no caso deste Capítulo:
I - Duas repreensões eqüivalem a uma detenção.
II - Quatro repreensões eqüivalem a uma prisão. III - Duas detenções eqüivalem a uma
prisão.
TÍTULO V
Dos Direitos e Recompensas
CAPÍTULO I
Da Apreensão de Recursos
Art. 56 - Interpor recursos disciplinares é o direito concebido ao policial-militar que se
julgue, ou julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou injustiçado por superior hierárquico,
na esfera disciplinar. Parágrafo Único: São recursos disciplinares:
1 - o pedido de reconsideração de ato.
2 - a queixa

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3 - a representação
Art. 57 - A reconsideração de ato é o recurso interposto mediante requerimento, por meio do
qual o policial-militar, que se julgue ou julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou
injustiçado, solicita à autoridade que o praticou que reexamine a sua decisão e a reconsidere.
§ 1º - O pedido de reconsideração deve ser encaminhado através da autoridade a quem o
requerente estiver diretamente subordinado.
§ 2º - O pedido de reconsideração deve ser apresentado no prazo máximo de dois dias úteis,
a contar da data em que o policial-militar tomar conhecimento oficialmente dos fatos que o
motivaram.
§ 3º - A autoridade, a quem é dirigido o pedido de reconsideração deve dar-lhe despacho no
prazo máximo de quatro dias úteis.
Art. 58 - Queixa é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob forma de ofício ou parte,
interposto pelo policial-militar que se julgue injustiçado, dirigido diretamente ao superior imediato
da autoridade contra quem é apresentada a queixa.
§ 1º - A apresentação da queixa só é cabível após o pedido de reconsideração ter sido
solucionado e publicado em Boletim da OPM onde serve o queixoso.
§ 2º - A apresentação da queixa deve ser feita dentro de um prazo do cinco dias úteis, a
contar da publicação em Boletim da solução de que trata o parágrafo anterior.
§ 3º - O queixoso deve informar, por inscrito, à autoridade de quem vai se queixar do objeto
do recurso disciplinar que irá apresentar.
§ 4º - O queixoso deve ser afastado da subordinação direta da autoridade contra quem
formulou o recurso, até que o mesmo seja julgado. Deve, no entanto, permanecer na localidade
onde serve, salvo a existência de fato que contra-indiquem a sua permanência na mesma.
Art. 59 - Representação é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob forma de ofício ou
parte, interposto por autoridade superior. Parágrafo Único: A apresentação deste recurso deve
obedecer aos mesmos procedimentos prescritos no artigo 58 e seus parágrafos.
Art. 60 - A apresentação dos recursos disciplinares previstos no parágrafo único do artigo 56,
deve ser feita individualmente; tratar de caso específico; cingir-se aos fatos que o motivaram;
fundamentar-se em novos argumentos, provas ou documentos comprobatórios e elucidativos e não
apresentar comentários.
§ 1º - O prazo para a apresentação de recurso disciplinar pelo policial-militar que se encontre
cumprindo punição disciplinar ou executando serviço ou ordem que motive a apresentação do
mesmo começa a ser contado quando cessadas as situações citadas.
§ 2º - O recurso disciplinar que contrarie o prescrito neste Capítulo é considerado
prejudicado pela autoridade a quem foi destinado cabendo a esta mandar arquiva-lo e publicar sua
decisão em Boletim, fundamentadamente.
§ 3º - A tramitação de recurso deve ter tratamento de urgência em todos os escalões.
CAPÍTULO II
Do Cancelamento de Punições

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Art. 61 - Cancelamento de Punição é o direito concebido ao policial-militar de ter cancelada


a averbação de punições e outras notas a elas relacionadas, em suas alterações.
Art. 62 - O cancelamento da punição pode ser conferido ao policialmilitar que requerer,
dentro das seguintes condições:
I - Não ser a transgressão, objeto da punição, atentatória ao sentimento do dever, à honra
pessoal, ao pundonor policial-militar ou ao decoro da classe.
II - Ter bons serviços prestados, comprovados pela análise de suas alterações.
III - Ter conceito favorável de seu Comandante.
IV - Ter completado, sem qualquer punição:
a) 09 (nove) anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de repreensão ou
detenção.
b) 05 (cinco) anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de repreensão ou
detenção.
Art. 63 - A entrada de requerimento solicitando cancelamento de punição, bem como a
solução dada ao mesmo, devem constar em Boletim. Parágrafo Único: a solução do requerimento
de cancelamento de punição é da competência do Comandante-Geral.
Art. 64 - O Comandante-Geral pode cancelar uma ou todas as punições de policial-militar
que tenha prestado comprovadamente relevantes serviços independentemente das condições
enunciadas no artigo 62, deste regulamento e do requerimento do interessado.
Art. 65 - Todas as anotações relacionadas com as punições canceladas devem ser tingidas de
maneira que não seja possível a sua leitura. Na margem onde for feito o cancelamento, deve ser
anotado o número e a data do Boletim da autoridade que concedeu o cancelamento, sendo esta
anotação rubricada pela autoridade competente para assinar as folhas de alterações.
CAPÍTULO III
Das Recompensas
Art. 66 - Recompensas constituem dos bons serviços prestados por Policiais-Militares.
Art. 67 - Além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são recompensas
policiais-militares:
I - O elogio
II - As dispensas do serviço
III - A dispensa da revista do recolher e do pernoite, nos centros de formação, para alunos
dos cursos de formação.
Art. 68 - O elogio pode ser individual ou coletivo.
§ 1º - O elogio individual, que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais,
somente poderá ser formulado a policial-militar que se haja destacado do resto da coletividade no
desempenho de ato de serviço ou ação meritória. Os aspectos principais que devem ser abordados
são os referentes ao caráter, à coragem e ao desprendimento, à inteligência, às condutas civil e
policial-militar, às culturas profissional e geral, à capacidade como instrutor, à capacidade como
comandante e como administrador e à capacidade física.

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§ 2º - Não serão registrados nos assentamentos dos policiaismilitares os elogios individuais


obtidos no desempenho de funções próprias à Polícia Militar e concedidos por autoridades com
atribuição para fazê-lo.
§ 3º - O elogio coletivo visa a reconhecer e a ressaltar um grupo do policiais militares ou
fração de tropa ao cumprir destacadamente uma determinada missão.
§ 4º - Quando a autoridade que elogiar não dispuser de Boletim para a publicação, esta deve
ser feita, mediante solicitação escrita, no da autoridade imediatamente superior.
Art. 69 - As dispensas do serviço, como recompensas, podem ser:
I - Dispensa total do serviço, que isenta de todos os trabalhos da OPM, inclusive os de
instrução.
II - Dispensa parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos, que dever ser
especificados na concessão.
§ 1º - A dispensa total do serviço é concedida pelo máximo de 08 (oito) dias e não deve
ultrapassar o total de 16 (dezesseis) dias, no decorrer de uma no civil. Esta dispensa não invalida o
direito de férias
§ 2º - A dispensa total do serviço para ser gozada fora da sede fica subordinada às mesmas
regras da concessão de férias.
§ 3º - A dispensa total do serviço é regulada por períodos de 24 (vinte e quatro) horas,
contados de boletim a boletim. A sua publicação deve ser feita, no mínimo, 24 (vinte e quatro)
horas antes do seu início, salvo motivo de força maior.
Art. 70 - As dispensas da revista do recolher e de pernoitar no quartel podem ser incluídas
em uma mesma concessão e não justifica, a ausência do serviço para o qual o aluno está ou for
escalado e nem da instrução a que deva comparecer.
Art. 71 - são competentes para conceder as recompensas de que trata este capítulo as
autoridades especificadas no artigo 10 deste Regulamento.
Art. 72 São competentes para anular, restringir ou ampliar as recompensas concedidas por si
ou por seus subordinados as autoridades especificadas no artigo 10, devendo essa decisão ser
justificada em Boletim.
TÍTULO VI
Das Disposições Finais
Art. 73 - Os julgamentos a que forem submetidos os policiais militares, perante o Conselho
de Justificação ou Conselho de Disciplina serão conduzir segundo normas ao funcionamento dos
referidos conselhos. Parágrafo Único: as causas determinantes que levem o policialmilitar a ser
submetido a um destes conselhos “ex-offício” ou a pedido, e as condições para sua instauração,
funcionamento e providências decorrentes são as estabelecidas na legislação que dispõe sobre os
citados Conselhos.
Art. 74 - O Comandante-Geral baixará instruções complementares necessárias à
interpretação, orientação e aplicação deste Regulamento, às circunstâncias e casos não previsto no
mesmo.
REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RN

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ANEXO I
Relações das Transgressões
1 - Faltar à verdade.
2 - Utilizar-se do anonimato.
3 - Concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar inimizade entre camaradas.
4 - Freqüentar ou fazer parte de sindicatos, associações profissionais com caráter de
sindicatos ou similares.
5 - Deixar de punir transgressor da disciplina.
6 - Não levar falta ou irregularidade que presenciar, ou de que tiver ciência e não lhe couber
reprimir, ao conhecimento de autoridades competente, no mais curto prazo.
7 - Deixar de cumprir ou de fazer cumprir normas regulamentares na esfera de suas
atribuições.
8 - Deixar de comunicar, a tempo, ao superior imediato ocorrência no âmbito de suas
atribuições quando se julgar suspeito ou impedido de providenciar a respeito.
9 - Deixar de comunicar ao superior imediato ou na ausência deste a qualquer autoridade
superior toda informação que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública ou grave
alteração de serviço, logo o que disto tenha conhecimento.
10 - Deixar de informar processo que lhe for encaminhado, exceto nos casos de suspeição ou
impedimento ou absoluta falta de elemento, hipótese em que estas circunstâncias serão
fundamentadas.
11 - Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no mais
curto prazo, recursos ou documentos que receber, desde que elaborado de acordo com os preceitos
regulamentares, se não estiver na sua alçada da solução.
12 - Retardar ou prejudicar medidas ou ações de ordem judicial ou policial de que esteja
investido ou que deva promover.
13 - Apresentar parte ou recurso sem seguir as normas e preceitos regulamentes ou em
termos desrespeitosos ou com argumentos falsos ou de má fé, ou mesmo sem justa causa ou razão.
14 - Dificultar ao subordinado a apresentação de recursos.
15 - Deixar de comunicar ao superior a execução de ordem recebida tão logo seja possível.
16 - Retardar a execução de qualquer ordem.
17 - Aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de autoridade
competente ou para retarda a sua execução.
18 - Não cumprir ordem recebida.
19 - Simular doença para esquivar-se ao cumprimento de qualquer dever policial-militar.
20 - Trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção, em qualquer serviço ou
instrução.
21 - Deixar de participar, a tempo, à autoridade imediatamente superior a impossibilidade de
comparecer à OPM ou a qualquer ato de serviço.
22 - Faltar ou chegar atrasado a qualquer ato de serviço em que deva tomar parte ou assistir.

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23 - Permutar serviço sem permissão de autoridade competente. 24 - Comparecer o policial-


militar a qualquer solenidade, festividade ou reunião social com uniforme diferente do marcado.
25 - Abandonar serviço para o qual tenha sido designado.
26 - Afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por força de disposição legal ou ordem.
27 - Deixar apresentar-se, nos prazos regulamentares, à OPM para que tenha sido transferido
ou classificado e às autoridades competentes 25 nos casos de comissão ou serviço extraordinário
para os quais tenha sido designado. 28 - Não se apresentar ao fim de qualquer afastamento do
serviço, ou ainda, logo que souber que o mesmo foi interrompido.
29 - Representar a OPM e mesmo a Corporação, em que qualquer ato, sem estar
devidamente autorizado.
30 - Tomar compromisso pela OPM que comanda ou em que serve, sem estar autorizado.
31 - Contrair dívidas ou assumir compromisso superior às suas possibilidades,
comprometendo o bom nome da classe.
32 - Esquivar-se a satisfazer compromissos de ordem moral ou pecuniária que houver
assumido.
33 - Não atender a observação de autoridade competente para satisfazer débito já reclamado.
34 - Não atender à obrigação de dar assistência a sua família ou dependentes legalmente
constituídos.
35 - Fazer diretamente ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias envolvendo
assunto de serviço, bens da Administração Pública ou o material proibido, quando isso não
configurar crime.
36 - Realizar ou propor transações pecuniárias envolvendo superior, igual ou subordinado.
Não são considerados transações pecuniárias ou empréstimos em dinheiro sem auferir lucro.
37 - Deixar de providenciar, a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência ou
incúria, medidas contra qualquer irregularidade que venha a tomar conhecimento.
38 - Recorrer ao judiciário sem antes esgotar todos os recursos administrativos.
39 - Retirar ou tentar retirar de qualquer lugar sob jurisdição policialmilitar material, viatura
ou animal ou mesmo deles servir-se sem ordem do responsável ou proprietário.
40 - Não zelar devidamente, danificar ou extraviar, por negligência ou desobediência as
regras ou normas de serviço, material da Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal que esteja ou
não sob sua responsabilidade direta.
41 - Ter pouco cuidado com o asseio próprio ou coletivo, em qualquer circunstância.
42 - Portar-se sem compostura em lugar público.
43 - Freqüentar lugares incompatíveis com seu nível social e o decoro da classe.
44 - Permanecer a praça em dependência da OPM, desde que seja estranho ao serviço, ou
sem consentimento ou ordem de autoridade competente.
45 - Portar a praça arma regulamentar sem estar de serviço ou sem ordem para isso. 46 -
Portar a praça arma não regulamentar sem permissão por escrito.
47 - Disparar arma por imprudência ou negligência.
48 - Içar ou arriar Bandeira ou insígnia, sem ordem.

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49 - Dar toques ou fazer sinais, sem ordem.


50 - Conversar ou fazer ruído em ocasiões, lugares ou horas impróprias.
51 - Espalhar boatos ou notícias tendenciosas.
52 - Provocar ou fazer-se causa, voluntariamente, de origem de alarme injustificável.
53 - Usar violência desnecessária no ato de efetuar prisão.
54 - Maltratar preso sob guarda. 5
5 - Deixar alguém conversar ou entender-se com preso incomunicável sem autorização de
autoridade competente.
56 - Conversar com sentinela ou preso incomunicável.
57 - Deixar que presos conservem em seu poder instrumentos ou objetos não permitidos.
58 - Conversar, sentar-se ou fumar a sentinela ou plantão da hora, ou ainda, consentir na
formação ou permanência de grupo ou de pessoas junto a seu posto de serviço.
59 - Fumar em lugar ou ocasiões onde isso seja vedado, ou quando se dirigir a superior.
60 - Tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro os permitidos, em área policial-
militar ou sob jurisdição policial-militar .
61 - Tomar parte em área policial-militar ou sob jurisdição policial-militar em discussões a
respeito de política ou religião ou mesmo provocá- las.
62 - Manifestar-se, publicamente, a respeito de assuntos políticos ou tomar parte, fardado,
em manifestações da mesma natureza.
63 - Deixar o superior de determinar a saída imediata de solenidade policial-militar ou civil
de subordinado que a ela compareça com o uniforme diferente do marcado.
64 - Apresentar-se desuniformizado, mal uniformizado ou com o uniforme alterado.
65 - Sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, bem como indevidamente
distintivo ou condecoração.
66 - Andar o policial-militar a pé ou em coletivos públicos com uniforme inadequado
contrariando o RUMPM/CB ou normas a respeito.
67 - Usar traje civil, o cabo ou soldado, quando isso contrariar ordem de autoridade
competente.
68 - Ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial cuja divulgação possa ser
prejudicial à disciplina ou à boa ordem do serviço.
69 - Dar conhecimento de fatos, documentos ou assuntos policiaismilitares a quem deles não
deva ter conhecimento, e não tenha atribuições para neles intervir.
70 - Publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos, documentos ou assuntos
policiais-militares que possam concorrer para o desprestígio da Corporação ou firam a disciplina
ou segurança.
71 - Entrar ou sair de qualquer OPM, o cabo ou soldado, com objetos ou embrulho, sem
autorização do Comandante-da-Guarda ou autorização similar.
72 - Deixar o Oficial ou Aspirante-a-Oficial, ao entrar em OPM onde não sirva, de dar
ciência de sua presença ao Oficial de Dia, e, em seguida, de procurar o Comandante ou mais
graduado dos Oficiais presentes para cumprimentá-lo.

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73 - Deixar o Sub-Tenente, Sargento , Cabo ou Soldado, ao entrar em OPM onde não sirva,
de apresentar-se ao Oficial-de-Dia ou a seu substituto legal.
74 - Deixar o Comandante da Guarda ou Agente de Segurança correspondente de cumprir as
prescrições regulamentares com respeito à entrada ou à permanência na OPM de civis, militares ou
policiais-militares estranhos à mesma.
75 - Penetrar o policial-militar sem permissão ou ordem em aposentos em aposentos
destinados a superior ou onde esse se ache, bem como em qualquer lugar onde a entrada lhe seja
vedada.
76 - Penetrar ou tentar penetrar o policial-militar em alojamento de outra Sub-unidade,
depois de revista do recolher, salvo os Oficiais ou Sargentos que, pelas suas funções, sejam a isto
obrigados.
77 - Entrar ou sair de OPM com força armada sem prévio conhecimento ou ordem de
autoridade competente.
78 - Abrir ou tentar abrir qualquer dependência da OPM fora das horas de expediente, desde
que não seja o respectivo chefe ou sem sua ordem escrita com a expressa declaração de motivo,
salvo situação de emergência.
79 - Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou
administrativa.
80 - Deixar de portar, o Policial-Militar, o seu documento de identidade, estando ou não
fardado ou de exibi-lo quando solicitado.
81 - Maltratar ou não ter o devido cuidado no trato com animais.
82 - Despeitar em público as convenções sociais.
83 - Desconsiderar ou desrespeitar a autoridade civil. 84 - Desrespeitar o Poder Judiciário ou
qualquer de seus membros, bem como criticar, em público ou pela imprensa, seus atos ou decisões.
85 - Não se apresentar a superior hierárquico ou de sua presença retirarse sem obediência às
normas regulamentares.
86 - Deixar, quando estiver sentado, de oferecer seu lugar a superior, ressalvadas as exceções
previstas no Regulamento de Continência, Honra e Sinais de Respeito das Forças Armadas.
87 - Sentar-se a praça, em público, à mesa em que estiver Oficial ou vice-versa, salvo em
solenidade, festividade ou reuniões sociais.
88 - Deixar deliberadamente de corresponder a cumprimento de subordinado.
89 - Deixar o subordinado, quer uniformizado, quer em traje civil, de cumprimentar superior
uniformizado ou não, neste caso desde que o conheça ou prestar-lhe as homenagens e sinais
regulamentares de consideração e respeito.
90 - Deixar ou negar-se a recebe vencimentos, alimentação, fardamento, equipamento ou
material que lhe seja destinado ou deva ficar em sem poder ou sob sua responsabilidade.
91 - Deixar o policial-militar presente a solenidade internas ou externas onde se encontrarem
superiores hierárquicos, de saudá-los de acordo com as normas regulamentares.

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92 - Deixar o Oficial ou Aspirante-a-Oficial, tão logo seus afazeres o permitam, de


apresenta-se ao de maior posto e ao substituo legal imediato da OPM onde serve para
cumprimentá-lo, salvo ordem ou instrução a respeito.
93 - Deixar o Sub-Tenente ou Sargento, tão logo seus afazeres o permitam, de apresentar-se
ao seu Comandante ou chefe imediato.
94 - Dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a superior. 95 - Censurar ato
de superior ou procurar desconsiderá-lo. 96 - Procurar desacreditar seu igual ou subordinado.
97 - Ofender, provocar ou desafiar superior.
98 - Ofender, provocar ou desafiar sue igual ou subordinado.
99 - Ofender a moral por atos, gestos ou palavras.
100 - Travar discussão, rixa ou luta corporal com seu igual ou subordinado.
101 - Discutir ou provocar discussões, por qualquer veículo de comunicação, sobre assusto
políticos, militares ou policiais-militares, executando-se os de natureza exclusivamente técnicos,
quando devidamente autorizados.
102 - Autorizar, promover ou tomar parte em qualquer manifestação coletiva, seja de caráter
reivindicatório, seja de crítica ou de apoio a atos de superior, com exceção das demonstrações
íntimas de boa e sã camaradagem e com reconhecimento do homenageado. 103 - Aceitar o
policial-militar qualquer manifestação coletiva de seus subordinados, salvo as referidas no número
anterior.
104 - Autorizar, promover ou assinar petições coletivas dirigidas a qualquer autoridade civil
ou policial-militar .
105 - Dirigir memoriais ou petições, a qualquer autoridade, sobre assuntos de alçada do
Comandante-Geral da PM, salvo em grau de recurso na forma prevista neste Regulamento.
106 - Ter em seu poder, introduzir ou distribuir em área policial-militar ou sob a jurisdição
policial-militar publicações, estampas ou jornais que atentem contra a disciplina ou a moral. 107 -
Ter em seu poder ou introduzir em áreas policial-militar ou sob a jurisdição policial-militar
inflamável ou explosivos sem permissão da autoridade competente.
108 - Ter em seu poder, introduzir ou distribuir em área policial-militar tóxicos ou
entorpecentes, a não ser mediante prescrição de autoridade competente.
109 - Ter em seu poder, introduzir em área policial-militar bebidas alcoólicas, salvo quando
devidamente autorizado.
110 - Fazer uso, estar sob ação ou induzir outrem ao uso de tóxico, entorpecentes ou
produtos alucinógenos.
111 - Embriagar-se ou induzir outro à embriaguez, embora tal estado não tenha sido
constatado por médico.
112 - Usar o uniforme, quando de folga, se isso contrariar ordem de autoridade competente.
113 - Usar, quando uniformizado, barba, cabelos, bigode ou costeletas excessivamente
compridos ou exagerados, contrariando disposições a respeito.
114 - Utilizar ou autorizar a utilização de subordinados para serviços não previstos em
regulamento.

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115 - Dar por escrito ou verbalmente, ordem ilegal ou claramente inexeqüível, que possa
acarretar ao subordinado responsabilidade ainda que não chegue a ser cumprida.
116 - Prestar informação a superior induzindo-o a erro deliberada ou intencionalmente.
117 - Omitir, em nota de ocorrência, relatório ou qualquer documento, dados indispensáveis
ao esclarecimento dos fatos.
118 - Violar ou deixar de preservar local de crime.
119 - Soltar preso ou detido ou dispensar parte de ocorrência sem ordem de autoridade
competente.
120 - Participar o policial-militar da ativa de firma comercial, de emprego industrial de
qualquer natureza ou nelas exercer função ou emprego remunerado.
121 - Usar, quando uniformizado, cabelos excessivamente compridos, penteados exagerados,
maquilagem excessiva, unhas excessivamente longas ou com esmalte extravagante.
122 - Usar, quando uniformizado, cabelos de cor diferente da natural ou peruca, sem
permissão da autoridade competente.
123 - Andar descoberto, exceto nos postos de serviços atendidos nestes como as salas
designadas para o trabalho dos policiais.
124 - Freqüentar uniformizado cafés e bares.
125 - Receber visitas nos postos de serviço ou distrair-se com assuntos estranhos ao trabalho.
126 - Não observar as ordens em vigor relativas ao tráfego nas saídas e regressos de
incêndios, bem como nos deslocamentos de viaturas nas imediações e interior das quartéis,
hospitais e escolas, quando não estiverem em serviço de socorro.
127 - Executar exercícios profissionais que envolvam acentuados perigos sem autorização
superior, salvo nos casos de competições, em que haverá um responsável.
128 - Afastar-se do local de incêndio, desabamento, inundação ou qualquer serviço de
socorro, sem estar autorizado.
129 - Afastar-se o motorista da viatura sob sua responsabilidade nos serviços de incêndio e
outros misteres da profissão. 130 - Faltar à corrida para incêndio ou outros socorros.
131 - Receber ou permitir que seu subordinado receba, em local de socorro, quaisquer
objetos ou valores, mesmo quando doados pelo proprietário ou responsável pelo local do sinistro.
OBSERVAÇÃO: As transgressões disciplinas, a que se refere o inciso I do artigo 14 deste
Regulamento, são neste Anexo enumeradas e especificadas. A numeração deve servir de referência
para o enquadramento e publicação em Boletim da punição ou justificação da transgressão.
As transgressões dos números 121 a 125 referem-se aos integrantes Polícia Militar Feminina.
As transgressões dos números 126 a 131, referem-se aos integrantes do Corpo de Bombeiros.
Nos casos das transgressões de que trata o inciso II do artigo 14 deste Regulamento, quando
do enquadramento e publicação em Boletim da punição ou justificação da transgressão, tanto
quanto possível, deve ser feita alusão aos artigos, parágrafos, incisos, itens e alíneas e número das
leis, regulamentos, normas ou ordens que contrariaram ou contra os quais tenha havido omissão. A
classificação da transgressão LEVE, MÉDIA ou GRAVE, é competência de quem a julga, levando
em consideração o que estabelece os Capítulos II e III do Título II deste Regulamento.

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•REGULAMENTO DE CONTINÊNCIAS, HONRAS, SINAIS DE RESPEITO, E


CERIMONIAL MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS. CAPÍTULOS I, II, III E IV.

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO No 2.243, DE 3 DE JUNHO DE 1997.

Dispõe sobre o Regulamento de Continências,


Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar
Vide Decreto nº 6.806, de 2009 Vigência
das Forças Armadas.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
IV, da Constituição,
DECRETA:
Art . 1º Fica aprovado o Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e
Cerimonial Militar das Forças Armadas, que a este acompanha.
Art . 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art . 3º Revogam-se os Decretos nºs 88.513, de 13 de julho de 1983, 91.205, de 29 de abril de
1985, 91.653, de 16 de setembro de 1985, 95.909, de 11 de abril de 1988, 96.037, de 12 de maio de
1988, 338, de 11 de novembro de 1991, 209, de 1 O de setembro de 1991, e 818, de 7 de maio de
1993.
Brasília, 3 de junho de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Benedito Onofre Bezerra Leonel
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 4.6.1997

REGULARMENTO DE CONTINÊNCIAS, HONRAS, SINAIS DE RESPEITO E CERIMONIAL


MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS

TÍTULO I

Da Finalidade
Art . 1º Este Regulamento tem por finalidade:

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I - estabelecer as honras, as continências e os sinais de respeito que os militares prestam a


determinados símbolos nacionais e às autoridades civis e militares;
Il - regular as normas de apresentação e de procedimento dos militares, bem como as formas
de tratamento e a precedência entre os mesmos;
III - fixar as honras que constituem o Cerimonial Militar no que for comum às Forças
Armadas.
Parágrafo único. As prescrições deste Regulamento aplicam-se às situações diárias da vida
castrense, estando o militar de serviço ou não, em área militar ou em sociedade, nas cerimônias e
solenidades de natureza militar ou cívica.

TÍTULO II

Dos Sinais de Respeito o da Continência

CAPITULO I

Generalidades
Art . 2º Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações, deveres, direitos e
prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar sempre:
I - com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como tributo à autoridade de
que se acham investidos por lei;
II - com afeição e camaradagem os seus pares;
III - com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados.
§ 1º Todas as formas de saudação militar, os sinais de respeito e a correção de atitudes
caracterizam, em todas as circunstâncias de tempo e lugar, o espírito de disciplina e de apreço
existentes entre os integrantes das Forças Armadas.
§ 2º As demonstrações de respeito, cordialidade e consideração, devidas entre os membros das
Forças Armadas, também o são aos integrantes das Polícias Militares, dos Corpos de Bombeiros
Militares e aos Militares das Nações Estrangeiras.
Art . 3º O militar manifesta respeito e apreço aos seus superiores, pares e subordinados:
I - pela continência;
II - dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado;
III - observando a precedência hierárquica;
IV - por outras demonstrações de deferência.

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§ 1º Os sinais regulamentares de respeito e de apreço entre os militares constituem reflexos


adquiridos mediante cuidadosa instrução e continuada exigência.
§ 2º A espontaneidade e a correção dos sinais de respeito são índices seguros do grau de
disciplina das corporações militares e da educação moral e profissional dos seus componentes.
§ 3º Os sinais de respeito e apreço são obrigatórios em todas as situações, inclusive nos
exercícios no terreno e em campanha.

CAPÍTULO II

Dos Sinais de Respeito


Art . 4º Quando dois militares se deslocam juntos, o de menor antigüidade dá a direita ao
superior.
Parágrafo único. Se o deslocamento se fizer em via que tenha lado interno e lado externo, o de
menor antigüidade dá o lado interno ao superior.
Art . 5º Quando os militares se deslocam em grupo, o mais antigo fica no centro, distribuindo-
se os demais, segundo suas precedências, alternadamente à direita e à esquerda do mais antigo.
Art . 6º Quando encontrar um superior num local de circulação, o militar saúda-o e cede-lhe o
melhor lugar.
§ 1º Se o local de circulação for estreito e o militar for praça, franqueia a passagem ao
superior, faz alto e permanece de frente para ele.
§ 2º Na entrada de uma porta, o militar franqueia-a ao superior; se estiver fechada, abre-a,
dando passagem ao superior e torna a fechá-la depois.
Art . 7º Em local público onde não estiver sendo realizada solenidade cívico-militar, bem
como em reuniões sociais, o militar cumprimenta, tão logo lhe seja possível, seus superiores
hierárquicos.
Parágrafo único. Havendo dificuldade para aproximar-se dos superiores hierárquicos, o
cumprimento deve ser feito mediante um movimento de cabeça.
Art . 8º Para falar a um superior, o militar emprega sempre o tratamento "Senhor" ou
"Senhora".
§ 1º Para falar, formalmente, a um oficial-general, o tratamento é "Vossa Excelência", "Senhor
Almirante", "Senhor General" ou "Senhor Brigadeiro", conforme o caso. Nas relações correntes de
serviço, no entanto, é admitido o tratamento de "Senhor".
§ 2º Para falar, formalmente, ao Comandante, Diretor ou Chefe de Organização Militar, o
tratamento é "Senhor Comandante", "Senhor Diretor", "Senhor Chefe", conforme o caso; nas
relações correntes de serviço, é admitido o tratamento de "Comandante", "Diretor" ou "Chefe".

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§ 3º No mesmo posto ou graduação, poderá ser empregado o tratamento "você", respeitadas as


tradições e peculiaridades de cada Força Armada.
Art . 9º Para falar a um mais moderno, o superior emprega o tratamento "você".
Art . 10. Todo militar, quando for chamado por um superior, deve atendê-lo o mais rápido
possível, apressando o passo quando em deslocamento.
Art . 11. Nos refeitórios, os oficiais observam, em princípio, as seguintes prescrições:
I - aguardam, para se sentarem à mesa, a chegada do Comandante, Diretor ou Chefe, ou da
mais alta autoridade prevista para a refeição;
II - caso a referida autoridade não possa comparecer à hora marcada para o início da refeição,
esta é iniciada sem a sua presença; à sua chegada, a refeição não é interrompida, levantando-se
apenas os oficiais que tenham assento à mesa daquela autoridade;
III - ao terminar a refeição, cada oficial levanta-se e pede permissão ao mais antigo para
retirar-se do recinto, podendo ser delegada ao mais antigo de cada mesa a autorização para
concedê-la;
IV - o oficial que se atrasar para a refeição deve apresentar-se à maior autoridade presente e
pedir permissão para sentar-se;
V - caso a maior autoridade presente se retire antes que os demais oficiais tenham terminado a
refeição, apenas se levantam os que tenham assento à sua mesa.
§ 1º os refeitórios de grande freqüência e os utilizados por oficiais de diversas Organizações
Militares podem ser regidos por disposições específicas.
§ 2º Nos refeitórios de suboficiais, subtenentes e sargentos, deve ser observado procedimento
análogo ao dos oficiais.
Art . 12. Nos ranchos de praças, ao neles entrar o Comandante, Diretor ou Chefe da
Organização Militar ou outra autoridade superior, a praça de serviço, o militar mais antigo presente
ou o que primeiro avistar aquela autoridade comanda: "Rancho Atenção!" e anuncia a função de
quem chega; as praças, sem se levantarem e sem interromperem a refeição, suspendem toda a
conversação, até que seja dado o comando de "A vontade".
Art . 13. Sempre que um militar precisar sentar-se ao lado de um superior, deve solicitar-lhe a
permissão.

CAPITULO III

Da Continência
Art . 14. A continência é a saudação prestada pelo militar e pode ser individual ou da tropa.

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§ 1º A continência é impessoal; visa a autoridade e não a pessoa.


§ 2º A continência parte sempre do militar de menor precedência hierárquica; em igualdade de
posto ou graduação, quando ocorrer dúvida sobre qual seja o de menor precedência, deve ser
executada simultaneamente.
§ 3º Todo militar deve, obrigatoriamente, retribuir a continência que lhe é prestada; se
uniformizado, presta a continência individual; se em trajes civis, responde-a com um movimento de
cabeça, com um cumprimento verbal ou descobrindo-se, caso esteja de chapéu.
Art . 15. Têm direito à continência:
I - a Bandeira Nacional:
a) ao ser hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica;
b) por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorporarão, nas formaturas;
c) quando conduzida por tropa ou por contingente de Organização Militar;
d) quando conduzida em marcha, desfile ou cortejo, acompanhada por guarda ou por
organização civil, em cerimônia cívica;
e) quando, no período compreendido entre 08:00 horas e o pôr-do-sol, um militar entra a
bordo de um navio de guerra ou dele sai, ou, quando na situação de "embarcado", avista-a ao entrar
a bordo pela primeira vez, ou ao sair pela última vez;
II - o Hino Nacional, quando executado em solenidade militar ou cívica;
III - o Presidente da República;
IV - o Vice-Presidente da República;
V - o Presidente do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal
Federal;
VI - os Ministros de Estado;
VII - os Governadores de Estado, de Territórios Federais, e do Distrito Federal, nos
respectivos territórios, ou em qualquer parte do País em visita de caráter oficial;
VIII - os Ministros do Superior Tribunal Militar;
IX - os militares da ativa das Forças Armadas, mesmo em traje civil; neste último caso,
quando for obrigatório o seu reconhecimento em função do cargo que exerce ou, para os demais
militares, quando reconhecidos ou identificados;
X - os militares da reserva ou reformados, quando reconhecidos ou identificados;
XI - a tropa quando formada;

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XII - as Bandeiras e os Hinos das Nações Estrangeiras, nos casos dos incisos I e II deste
artigo;
XIII - as autoridades civis estrangeiras, correspondentes às constantes dos incisos III a VIII
deste artigo, quando em visita de caráter oficial;
XIV - os militares das Forças Armadas estrangeiras, quando uniformizados e, se em trajes
civis, quando reconhecidos ou identificados;
XV - os integrantes das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, Corporações
consideradas forças auxiliares e reserva do Exército.
Art . 16. O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior pode conceder ao mais
moderno.
Parágrafo único. O militar não deve tomar a iniciativa de estender a mão para cumprimentar o
superior, mas se este o fizer, não pode se recusar ao cumprimento.
Art . 17. O militar deve responder com saudação análoga quando, ao cumprimentar o superior,
este, além de retribuir a continência, fizer uma saudação verbal.

SEÇÃO I

Do Procedimento Normal
Art . 18. A continência individual é a forma de saudação que o militar isolado, quando
uniformizado, com ou sem cobertura, deve aos símbolos, às autoridades e à tropa formada,
conforme estabelecido no Art. 15.
§ 1º A continência individual é, ainda, a forma pela qual os militares se saúdam mutuamente,
ou pela qual o superior responde à saudação de um mais moderno.
§ 2º A continência individual é devida a qualquer hora do dia ou da noite, só podendo ser
dispensada nas situações especiais regulamentadas por cada Força Armada.
§ 3º Quando em trajes civis, o militar assume as seguintes atitudes:
I - nas cerimônias de hasteamento ou arriação da Bandeira, nas ocasiões em que esta se
apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, o militar deve
tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, com a cabeça descoberta;
II - nas demais situações, se estiver de cobertura, descobre-se e assume atitude respeitosa;
III - ao encontrar um superior fora de organização Militar, o subordinado faz a saudação com
um cumprimento verbal, de acordo com as convenções sociais.
Art . 19. São elementos essenciais da continência individual: a atitude, o gesto e a duração,
variáveis conforme a situação dos executantes:

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I - atitude - postura marcial e comportamento respeitoso e adequado às circunstâncias e ao


ambiente;
II - gesto - conjunto de movimento do corpo, braços e mãos, com ou sem armas;
III - duração - o tempo durante o qual o militar assume a atitude e executa o gesto acima
referido.
Art . 20. O militar, desarmado, ou armado de revólver ou pistola, de sabre-baioneta ou espada
embainhada, faz a continência individual de acordo com as seguintes regras:
I - mais moderno parado e superior deslocando-se:
a) posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do
superior;
b) com cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da cobertura, tocando
com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco adiante do botão da jugular, ou lugar
correspondente, se a cobertura não tiver pala ou jugular; a mão no prolongamento do antebraço,
com a palma voltada para o rosto e com os dedos unidos e distendidos; o braço sensivelmente
horizontal, formando um ângulo de 45º com a linha dos ombros; olhar franco e naturalmente
voltado para o superior. Para desfazer a continência, baixa a mão em movimento enérgico, voltando
à posição de sentido;
c) sem cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado direito da fronte,
procedendo similarmente ao descrito na alínea "b" , no que couber;
d) a continência é feita quando o superior atinge a distância de três passos do mais moderno e
desfeita quando o superior ultrapassa o mais moderno de um passo;
Il - mais moderno deslocando-se e superior parado, ou deslocando-se em sentido contrário:
- se está se deslocando em passo normal, o mais moderno mantém o passo e a direção do
deslocamento; se em acelerado ou correndo, toma o passo normal, não cessa o movimento normal
do braço esquerdo; a continência é feita a três passos do superior, como prescrito no inciso I,
alíneas "b" e "c" , encarando-o com movimento vivo de cabeça; ao passar por este, o mais moderno
volta a olhar em frente e desfaz a continência;
III - mais moderno e superior deslocando-se em direções convergentes:
- o mais moderno dá precedência de passagem ao superior e faz a continência como prescreve
o inciso I, alíneas "b" e "c" , sem tomar a posição de sentido;
IV - mais moderno, deslocando-se, alcança e ultrapassa o superior que se desloca no mesmo
sentido:

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- o mais moderno, ao chegar ao lado do superior, faz-lhe a continência como prescrito no


inciso I, alíneas "b" e "c" , e o encara com vivo movimento de cabeça; após três passos, volta a
olhar em frente e desfaz a continência;
V - mais moderno deslocando-se, é alcançado e ultrapassado por superior que se desloca no
mesmo sentido:
- o mais moderno, ao ser alcançado pelo superior, faz-lhe a continência, como prescrito no
inciso I, alíneas "b" e "c" , desfazendo-a depois que o superior tiver se afastado um passo;
VI - em igualdade de posto ou graduação, a continência é feita no momento em que os
militares passam um pelo outro ou se defrontam.
Art . 21. O militar armado de espada desembainhada faz a continência individual, tomando a
posição de sentido e em seguida perfilando a espada.
Parágrafo único. Na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I a VIII
e XII do Art. 15 e a oficiais-generais, abate a espada.
Art . 22. o militar, quando tiver as duas mãos ocupadas, faz a continência individual tomando
a posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do superior.
§ 1º Quando apenas uma das mãos estiver ocupada, a mão direita deve estar livre para
executar a continência.
§ 2º O militar em deslocamento, quando não puder corresponder à continência por estar com
as mãos ocupadas, faz vivo movimento de cabeça.
Art . 23. O militar, isolado, armado de metralhadora de mão, fuzil ou arma semelhante faz
continência da seguinte forma:
I - quando estiver se deslocando:
a) leva a arma à posição de "Ombro Arma", à passagem do superior hierárquico;
b) à passagem de tropa formada, faz alto, volta-se para a tropa e leva a arma à posição de
"Ombro Arma";
c) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma a posição de sentido, com sua frente voltada
para a direção perpendicular à do deslocamento do superior.
II - quando estiver parado:
a) na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I a VIII do Art. 15 e a
oficiais-generais, faz "Apresentar Arma";
b) para os demais militares, faz "Ombro Arma";
c) à passagem da tropa formada, leva a arma à posição de "Ombro Arma";
d) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma apenas a posição de sentido.

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Art . 24. Todo militar faz alto para a continência à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional e ao
Presidente da República.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia religiosa, o militar participante da
cerimônia não faz a continência individual, permanecendo em atitude de respeito.
§ 2º Quando o Hino Nacional for cantado, a tropa ou militar presente não faz a continência,
nem durante a sua introdução, permanecendo na posição de "Sentido" até o final de sua execução.
Art . 25. Ao fazer a continência ao Hino Nacional, o militar volta-se para a direção de onde
vem a música, conservando-se nessa atitude enquanto durar sua execução.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia à Bandeira ou ao Presidente da
República, o militar volta-se para a Bandeira ou para o Presidente da República.
§ 2º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia militar ou cívica, realizada em
ambiente fechado, o militar volta-se para o principal local da cerimônia e faz a continência como
estipulado no inciso I do Art. 20 ou nos Arts. 21, 22 ou 23, conforme o caso.
Art . 26. Ao fazer a continência para a Bandeira Nacional integrante de tropa formada e
parada, todo militar que se desloca, faz alto, vira-se para ela e faz a continência individual,
retomando, em seguida, o seu deslocamento; a autoridade passando em revista à tropa observa o
mesmo procedimento.
Art . 27. No interior das Organizações Militares, a praça faz alto para a continência a oficial-
general e às autoridades enumeradas nos incisos III a VIII, inclusive, do Art. 15.
Art . 28. O Comandante, Chefe ou Diretor de Organização Militar tem, diariamente, direito à
continência prevista no artigo anterior, na primeira vez que for encontrado pelas suas praças
subordinadas, no interior de sua organização.
Art . 29. Os militares em serviço policial ou de segurança poderão ser dispensados dos
procedimentos sobre continência individual constantes deste Regulamento.

SEÇÃO II

Do Procedimento em Outras Situações


Art . 30. O militar em um veículo, exceto bicicleta, motocicleta ou similar, procede da
seguinte forma:
I - com o veículo parado, tanto o condutor como o passageiro fazem a continência individual
sem se levantarem;
II - com o veículo em movimento, somente o passageiro faz a continência individual.

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§ 1º Por ocasião da cerimônia da Bandeira ou da execução do Hino Nacional, se no interior de


uma Organização Militar, tanto o condutor como o passageiro saltam do veículo e fazem a
continência individual; se em via pública, procedem do mesmo modo, sempre que viável.
§ 2º Nos deslocamentos de elementos transportados por viaturas, só o Comandante e o Chefe
de cada viatura fazem a continência individual. Os militares transportados tomam postura correta e
imóvel enquanto durar a continência do Chefe da viatura.
Art . 31. O militar isolado presta continência à tropa da seguinte forma:
I - tropa em deslocamento e militar parado:
a) militar a pé - qualquer que seja seu posto ou graduação, volta-se para a tropa, toma posição
de "Sentido" e permanece nessa atitude durante a passagem da tropa, fazendo a continência
individual para a Bandeira Nacional e, se for mais antigo do que o Comandante da tropa,
corresponde à continência que lhe é prestada; caso contrário, faz a continência individual ao
Comandante da tropa e a todos os militares em comando de frações constituídas que lhe sejam
hierarquicamente iguais ou superiores;
b) militar em viatura estacionada - desembarca e procede de acordo com o estipulado na alínea
anterior;
II - tropa em deslocamento e militar em movimento, a pé ou em veículo:
- o militar, sendo superior hierárquico ao Comandante da tropa, pára, volta-se para esta e
responde à continência que lhe é prestada; caso contrário, pára, volta-se para aquela e faz a
continência individual ao Comandante da tropa e a todos os militares em comando de frações
constituídas que lhe sejam hierarquicamente iguais ou superiores; para o cumprimento à Bandeira
Nacional, o militar a pé pára e faz a continência individual; se no interior de veículo, faz a
continência individual sem desembarcar;
III - tropa em forma e parada, e militar em movimento:
- procede como descrito no inciso anterior, parando apenas para a cumprimento à Bandeira
Nacional.
Art . 32. O oficial ao entrar em uma Organização Militar, em princípio, deve ser conduzido ao
seu Comandante, Chefe ou Diretor, ou, conforme as peculiaridades e os procedimentos específicos
de cada Força Armada, à autoridade militar da Organização para isso designada, a fim de participar
os motivos de sua ida àquele estabelecimento. Terminada a missão ou o fim que ali o levou, deve,
antes de se retirar, despedir-se daquela autoridade.
§ 1º Nos estabelecimentos ou repartições militares onde essa apresentação não seja possível,
deve o militar apresentar-se ou dirigir-se ao de maior posto ou graduação presente, ao qual
participará o motivo de sua presença.

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§ 2º Quando o visitante for do mesmo posto ou de posto superior ao do Comandante, Diretor


ou Chefe, é conduzido ao Gabinete ou Câmara do mesmo, que o recebe e o ouve sobre o motivo de
sua presença.
§ 3º A praça, em situação idêntica, apresenta-se ao Oficial-de-Dia ou de Serviço, ou a quem
lhe corresponder, tanto na chegada quanto na saída.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos não se aplica às organizações médico-militares,
exceto se o militar estiver em visita de serviço.
Art . 33. Procedimento do militar em outras situações:
I - o mais moderno, quando a cavalo, se o superior estiver a pé, deve passar por este ao passo;
se ambos estiverem a cavalo, não pode cruzar com aquele em andadura superior; marchando no
mesmo sentido, ultrapassa o superior depois de lhe pedir autorização; em todos os casos, a
continência é feita como prescrita no inciso II do Art. 20 deste regulamento.
II - O militar a cavalo apeia para falar com o superior a pé, salvo se este estiver em nível mais
elevado (palanque, arquibancada, picadeiro, ou similar) ou ordem em contrário;
III - se o militar está em bicicleta ou motocicleta, deverá passar pelo superior em marcha
moderada, concentrando a atenção na condução do veículo;
IV - o portador de uma mensagem, qualquer que seja o meio de transporte empregado, não
modifica a sua velocidade de marcha ao cruzar ou passar por um superior e informa em voz alta:
"serviço urgente";
V - a pé, conduzindo ou segurando cavalo, o militar faz a continência como prescrito no Art.
22.
VI - quando um militar entra em um recinto público, percorre com o olhar o local para
verificar se há algum superior presente; se houver, o militar, do lugar em que está, faz-lhe a
continência;
VII - quando um superior entra em um recinto público, o mais moderno que aí está levanta-se
ao avistá-lo e faz-lhe a continência;
VIII - quando militares se encontrarem em reuniões sociais, festas militares, competições
desportivas ou em viagens, devem apresentar-se mutuamente, declinando posto e nome, partindo
essa apresentação do de menor hierarquia;
IX - seja qual for o caráter - oficial ou particular da solenidade ou reunião, deve o militar,
obrigatoriamente, apresentar-se ao superior de maior hierarquia presente, e ao de maior posto entre
os oficiais presentes de sua Organização Militar;
X - quando dois ou mais militares, em grupo, encontram-se com outros militares, todos fazem
a continência individual como se estivessem isolados.

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Art . 34. Todo militar é obrigado a reconhecer o Presidente e o Vice-Presidente da República,


o Ministro da sua Força, os Comandantes, Chefes ou Diretores da cadeia de comando a que
pertencer a sua organização e os oficiais de sua Organização Militar.
§ 1º Os oficiais são obrigados a reconhecer também os Ministros Militares, assim como os
Chefes dos Estados-Maiores de suas respectivas Forças.
§ 2º Todo militar deve saber identificar as insíqnias dos postos e graduações das Forças
Armadas.
Art . 35. O militar fardado descobre-se ao entrar em um recinto coberto.
§ 1º O militar fardado descobre-se, ainda, nas reuniões sociais, nos funerais, nos cultos
religiosos e ao entrar em templos ou participar de atos em que este procedimento seja pertinente,
sendo-lhe dispensada, nestes casos, a obrigatoriedade da prestação da continência.
§ 2º A prescrição do " caput " deste artigo não se aplica aos militares armados de metralhadora
de mão, fuzil ou arma semelhante ou aos militares em serviço de policiamento, escolta ou guarda.
Art . 36. Para saudar os civis de suas relações, o militar fardado não se descobre,
cumprimentando-os pela continência, pelo aperto de mão ou com aceno de cabeça.
Parágrafo único. Ao se dirigir a uma senhora para cumprimentá-la, o militar fardado, exceto se
do sexo feminino, descobre-se, colocando a cobertura sob o braço esquerdo; se estiver desarmado e
de luvas, descalça a luva da mão direita e aguarda que a senhora lhe estenda a mão.
Art . 37. O militar armado de espada, durante solenidade militar, não descalça as luvas, salvo
ordem em contrário.
Art . 38. Nos refeitórios das Organizações Militares, a maior autoridade presente ocupa o
lugar de honra.
Art . 39. Nos banquetes, o lugar de honra situa-se, geralmente, no centro, do lado maior da
mesa principal.
§ 1º Se o banquete é oferecido a determinada autoridade, deve sentar-se ao seu lado direito o
Comandante da Organização Militar responsável pela homenagem; os outros lugares são ocupados
pelos demais participantes, segundo esquema previamente dado a conhecer aos mesmos.
§ 2º Em banquetes onde haja mesa plena, o homenageante deve sentar-se em frente ao
homenageado.
Art . 40. Em embarcação, viatura ou aeronave militar, o mais antigo é o último a embarcar e o
primeiro a desembarcar.
§ 1º Em se tratando de transporte de pessoal, a licença para início do deslocamento é
prerrogativa do mais antigo presente.

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§ 2º Tais disposições não se aplicam a situações operacionais, quando devem ser obedecidos
os Planos e Ordens a elas ligados.

CAPÍTULO IV

Da Apresentação
Art . 41. O militar, para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até a distância do
aperto de mão; toma a posição de "Sentido", faz a continência individual como prescrita neste
Regulamento e diz, em voz claramente audível, seu grau hierárquico, nome de guerra e
Organização Militar a que pertence, ou função que exerce, se estiver no interior da sua Organização
Militar; desfaz a continência, diz o motivo da apresentação, permanecendo na posição de "Sentido"
até que lhe seja autorizado tomar a posição de "Descansar’ ou de "À Vontade".
§ 1º Se a superior estiver em seu Gabinete de trabalho ou outro local coberto, o militar sem
arma ou armado de revólver, pistola ou espada embainhada tira a cobertura com a mão direita. Em
se tratando de boné ou capacete, coloca-o debaixo do braço esquerdo com o interior voltado para o
corpo e a jugular para a frente; se de boina ou gorro com pala, empunha-o com a mão esquerda, de
tal modo que sua copa fique para fora e a sua parte anterior voltada para a frente. Em seguida, faz a
continência individual e procede à apresentação.
§ 2º Caso esteja armado de espada desembainhada, fuzil ou metralhadora de mão, o militar faz
alto à distância de dois passos do superior e executa o "Perfilar Espada" ou "Ombro Arma",
conforme o caso, permanecendo nessa posição mesmo após correspondida a saudação; se o
superior for Oficial-General ou autoridade superior, o militar executa o manejo de "Apresentar
Arma", passando, em seguida, à posição de "Perfilar Espada" ou "Ombro Arma", conforme o
caso, logo após correspondida a saudação.
§ 3º Em locais cobertos, o militar armado nas condições previstas no parágrafo anterior, para
se apresentar ao superior, apenas toma a posição de "Sentido".
Art . 42. Para se retirar da presença de um superior, o militar faz-lhe a continência individual,
idêntica à da apresentação, e pede permissão para se retirar; concedida a permissão, o oficial retira-
se normalmente, e a praça, depois de fazer "Meia Volta", rompe a marcha com o pé esquerdo.

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Vídeos e sites sugeridos:

https://www.youtube.com/watch?v=ouq9tU5DUOc (História - Aula 01 - Período Colonial


Brasileiro).
https://www.youtube.com/watch?v=CQ5xMLoqCIA (O Brasil no Mundo Globalizado)

Referências
Anderson, Benedict (1991) Imagined Communities, segunda edição, Londres: Verso.
Arantes, Paulo Eduardo (2004) Zero à Esquerda, São Paulo: Conrad Livros.
Balakrishnan, Gopal e Benedict Anderson, orgs. (1996 [2000]) Um Mapa da Questão
Nacional. Rio de Janeiro: Editora Contraponto.
Barbosa Lima Sobrinho, Alexandre (1981) Estudos Nacionalistas, Rio de Janeiro: Editora
Civilização Brasileira.
Bresser-Pereira, Luiz Carlos (2010) Globalização e Competição, Rio de Janeiro: Elsevier-
Campus.
Bresser-Pereira, Luiz Carlos (2011) “Transição, consolidação democrática e revolução
capitalista”, Dados Revista de Ciências Sociais, 54 (2): 223-258.
Bresser-Pereira, Luiz Carlos (2012) “Structuralist macroeconomics and new
developmentalism”, Revista de Economia Politica 32 (3) 2012: 347-366. Gellner, Ernest (1983)
Nations and Nationalism. Ithaca: Cornell University Press.
Gellner, Ernest (1993 [2000]) “O advento do nacionalismo e sua interpretação: Os mitos da
nação e da classe”, in Gopal Balakrishnan e B. Anderson, orgs. (1996): 107-134.
Guerreiro Ramos, Alberto (1955) “A ideologia da ‘jeunesse dorée’”.Cadernos do Nosso
Tempo, n°.4, abril-agosto 1955: 101-112. Jaguaribe, Hélio (1962) Desenvolvimento Econômico e
Desenvolvimento Político, Rio de Janeiro: Fundo de Cultura.
Johnson, Chalmers (1982) MITI and the Japanese Miracle, Stanford: Stanford University
Press.
Pinto, Álvaro Vieira (1960b) Consciência e Realidade Nacional, 2o. Volume, A Consciência
Crítica. Rio de Janeiro: Instituto Superior de Estudos Brasileiros. Renan, Ernest (1882 [1993])
Qu’est-ce qu’une Nation? Paris: Pocket/Agora.
Santos, Wanderley Guilherme dos (1978 [1998]) “A práxis liberal no Brasil”, in W. G. Santos
Décadas de Espanto e uma Apologia Democrática, Rio de Janeiro: Rocco: 9-61. Originalmente
publicada em W. G. Santos (1978) Ordem Burguesa e Liberalismo Político.
Woo-Cumings, Meredith, org. (1999) The Developmental State. Ithaca: Cornell University
Press.

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