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3. DO PROCESSO SELETIVO:
– Os candidatos inscritos serão submetidos Exame Intelectual;
aos seguintes exames: Exame Médico;
Exame de suficiência técnica da Teste de Avaliação do Condicionamento
qualificação, se praça especialista; Físico (TACF)
11.1. O concurso de que trata esta Portaria será específico para provimento de 28 (vinte e
oito) vagas, sendo 25 (vinte e cinco) para cargos de 2º Tenente do Quadro de Oficiais Auxiliares e
03 (três) para cargos de 2º Tenente do Quadro de Oficiais Especialistas da Polícia Militar do Rio
Grande do Norte e a sua validade, será única e exclusiva para o preenchimento dos cargos de que
trata esta Portaria.
11.2. O prazo de validade deste concurso expirar-se-á na data do início do Curso de Habilitação de
Oficiais.
11.3. Assegurar-se-á a convocação e matrícula no Curso de Habilitação de Oficiais da turma
2001, ao candidato aprovado e classificado dentro do número de vagas, de acordo com a ordem de
merecimento intelectual.
12. DO RESULTADO FINAL DO CONCURSO
12.1. Serão considerados aprovados no concurso de que trata esta Portaria, os candidatos que
atenderem as condições abaixo:
I. no exame intelectual obtiver aproveitamento igual ou superior a média 5,00 (cinco);
II. no Exame Médico e TACF forem considerados “ APTOS “;
III. forem classificados dentro do número de vagas fixado, considerando a ordem
decrescente de suas Médias Finais e os critérios de desempate.
13.DA PRÉ-MATRÍCULA
13.1. A pré-matrícula dos candidatos aprovados em todas as fases do concurso, será realizada
no período compreendido entre 26 à 30 de março de 2001.
13.2. No período de que trata o artigo anterior, os candidatos aprovados deverão comparecer
a Diretoria de Pessoal, munidos dos documentos originais, para confrontação, e 1 (uma) cópia
xerox dos documentos abaixo relacionados, sendo dispensada a autenticação em cartório,
consoante previsto na Lei estadual nº 6.563 de 17.01.94:
I. Certificado de conclusão do 2º grau ou equivalente e o respectivo Histórico Escolar,
contendo carimbos legíveis e a numeração dos Decretos e/ou das Portarias do Ministério da
Educação e Cultura ou Secretaria Estadual de Educação, que reconheceram o curso e a instituição
de ensino;
II. Certidão Negativa de Antecedentes Criminais emitida pelo Cartório Distribuidor do
município onde reside nos últimos cinco anos;
III. Certificado de Conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos;
13.3. O não comparecimento do candidato no período de que trata o caput deste artigo
munido com os documentos exigidos, por qualquer motivo, implicará na sua incontinente
eliminação, sendo convocado aquele imediatamente classificado, observada a ordem de
merecimento intelectual.
13.4. Os candidatos aprovados e classificados dentro do número de vagas estabelecido,
observada rigorosamente, a ordem de merecimento intelectual, serão matriculados no Curso de
Habilitação de Oficiais;
13.5. a matrícula definitiva dos candidatos que passarem pela pré-matrícula será feita pelo
Cmt da APM.
14.PRESCRIÇÕES DIVERSAS
12.1. Os candidatos deverão, ainda, observar o seguinte:
comparecer a todos os locais de exames munidos do Cartão de Inscrição;
II. para os exames Intelectuais, os candidatos deverão comparecer aos locais das provas,
munidos de caneta azul ou preta, lápis e borracha;
III. chegar ao local dos exames, no mínimo, com uma hora de antecedência ao horário
marcado para o início das provas.
IV. não será permitido o uso de telefone celular , máquina calculadora ou quaisquer outros
objetos eletrônicos, por ocasião do exame intelectual;
Os casos omissões e situações não previstas na presente portaria serão decididos pela
Comissão do Concurso.
14.2. Caberá recurso do exame intelectual ao presidente da comissão de prova, até 72
(setenta e duas) horas após a divulgação do resultado;
14.3. A inscrição no Concurso implicará o acatamento de todas as disposições constantes
nesta Portaria;
14.4. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas todas as
disposições em contrário.
Quartel em Natal-RN, 15 de janeiro de 2.001
ANEXO A
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PARA AS AVALIAÇÕES DE ESCOLARIDADE DO
CONCURSO AO CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS – QOA E QOE
1. Programa de História
A descoberta e ocupação do espaço geográfico brasileiro;
ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILEIRO: Origens históricas
NOÇÕES PRELIMINARES:
Normalmente dizemos que o desenvolvimento do território brasileiro se deu em forma de
arquipélagos (ilhas). Pois a medida que se mudavam as atividades econômicas algumas cidades
surgiram, associadas as atividades econômicas em si e de forma isoladas. Eram atividades
econômicas que tinha sua existência na necessidade do mercado europeu, e quase sempre eram
áreas distintas e muito distantes umas das outras. O que impediam uma ligação econômica entre
elas. Isso fez com que aconstrução de nosso território ocorre de forma desigual, onde não existia
uma articulação entre as áreas das diversas áreas econômicas o que favorecia o isolamento
econômico entre elas e consequentemente a inexistência de um mercado interno integrado, isto
é, faltava uma atividade que servisse de motor dinamizador que servissepara que ocorresse essa
integração na economia nacional e, que possibilitasse uma ligação econômica entre as varias áreas
das diversas atividades econômicas que existiam no Brasil colonial.
A ideia chave sobre esse assunto, é saber que a construção bem como a expansão do
território brasileiro, está alicerçada entre vertentes:
- a primeira foi a exploração econômica do território brasileiro pela da
corroaportuguesa através de atividades econômicas nos vários e distintos períodos da nossa
história colonial: extração do pau brasil e de especiarias; cultivo da cana-de-açúcar, do café; na
criação de gado bovino etc.
- o segundo foi o papel desempenhada pelos padres jesuítas frente aos indígenas -com suas
missões jesuíticas ou reduções - tanto no que se refere ao aldeamento que se transformaram em
povoados (cidades) como também na contribuição desses para a dominação dos indígenas com a
realização da catequização dos indígenas onde os padres lhes ensinavam a rezar mas também
língua do colonizador como também sua cultura (ocorre aí genocídio cultural da cultura indígena)
tendo dessa forma, desempenhado um papel importante para a soberania portuguesa sobre o
território.
- e o terceiro e ultimo as bandeiras ou entradas(os bandeirantes= bandeirismo) que foram
grupos de homens que partiram de São Paulo em direção ao interior do território com o objetivo de
capturar índios para o trabalho escravo nas lavouras de cana-de-açúcar do litoral. Eles dominaram
os povos indígenas e abriram caminhos para o interior, consolidando o controle da Coroa
portuguesa sobre o território. A partir do final do século XVIII, os bandeirantes passaram
a explorar ouro e pedras preciosasem áreas dos atuais estados de Minas Gerais e de Mato Grosso.
a)Atividades econômicas do período colonial.
Galera!! a exploração econômica do território teve grande importância para a ocupação
realizada pelos colonizadores. O território brasileiro possui uma formação baseada em vários
contrastes históricos, que na sua maioria determinaram a configuração espacial, econômica, social
e cultural do Brasil. Esses fatos se devem muito a forma como foi colonizado por Portugal (colônia
de exploração).
Nas primeiras décadas de ocupação das terras americanas, não foram encontrados metais
preciosos;assim, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil olongo de uma extensa área do
território para comercializá-lo na Europa.
Século XVI
No século XVI, além da exploração do pau-brasil a produçãode cana de açúcar,
principalmente no Nordeste, começou a ganhar importância. Nesse período a ocupação se
concentrava no litoral.
Nesse processo de colonização as atividades econômicas foram fator essencial para a
expansão territorial brasileira. Nossa economia colonial ( 1500- 1822) girava em torno da produção
de gêneros primários voltados, em sua maior parte, á exportação e ás necessidades da metrópole
portuguesa.
Durante o período colonial, Portugal inseriu o Brasil no típico modelo colonialista, de
enriquecimento da metrópole, baseado na produção em larga escala, ligado principalmente à área
litorânea; esse fato foi um forte determinante para a configuração atual da população no espaço
litorâneo brasileiro.
Em meados de 1530 os portugueses passaram a explorar o Pau-Brasil no litoral brasileiro. A
ocupação ocorreu no século XVI pela implementação da cana-de-açúcar também na região
litorânea, principalmente na região nordeste do Brasil, devido a qualidade do solo (massapé) e pelo
clima favorável ao desenvolvimento do produto. Com o desenvolvimento da cana-de-açúcar, o
Brasil colônia foi integrado definitivamente ao sistema econômico mundial baseado no pacto
colonial.
No século XVI, uma das formas utilizadas pela Coroa portuguesa, para colonizar e garantir a
posse das terras da três forma uma delas fora a espada (pela ação militar das entradas e bandeiras)
uma outra foi pela cruz (pela ação evangelizadora através de ordens religiosas), a principal ordem
nesse processo de catequização dos novos povos conquistados foram os jesuítas.
Missões jesuíticas ou reduções eram aldeamentos indígenas organizados e dirigidos pelos
padres jesuítas.
A partir do final do século XVII, como decorrência da corrida do ouro, a porção mais interior
do espaço do sudeste brasileiro começou a ser ocupada e organizada, já que a área povoada do
território brasileiro restringia a área litorânea (Vitória - ES à São Vicente – SP).
IMPORTANTE:
As entradas(expedições oficiais) e as bandeiras (expedições não oficiais), tinham como
objetivo descobrir ouro e recuperar a economia abalada com a crise do açúcar.
Tipos de bandeirismo:
- Apresador: capturavam índios e os vendiam como escravos financiando assim a busca do
ouro. O alvo preferido destes bandeirantes eram as missões onde encontravam índios já pacificados
pelos jesuítas.
- Prospector: busca por metais e pedras preciosas;
- Sertanismo de contrato: eram bandeirantes contratados para combater índios, capturar
escravos fugitivos, destruir quilombos, etc. Foram responsáveis pela destruição de palmares e o
assassinato de Zumbi sob o comando de Domingos Jorge Velho. Também queriam descobrir ouro.
- A pecuária nesse período a corroa portuguesa incentivou essa atividade no sul do país com
o objetivo de povoar e manter o domínio sobre a região. Há que se destacar que era a única
atividade que favorecia a mobilidade social, uma vez que utilizava mão-de-obra livre que eram os
vaqueiros normalmente mestiços de negros com indígenas.
Bem pessoal! a pecuária no sul do país foram criadas as estâncias que eram grandes
fazendas nos pampas.
- Objetivo: povoar a região, estabelecer o domínio português e garantir a posse sobre o rio da
Prata.
- economia: voltado para produção de charque e passou a ser fonte de abastecimento para a
região mineradora.
b) Período imperial:
Foi o CAFÉ!!!!
Quando: No final do século XVIII e inicio do século XIX, expandindo-se para São Paulo,
Minas Gerais e Espírito Santo.
IMPORTANTE SABER:
A nova atividade proporcionou vários benefícios a região Sudeste em particular à São Paulo.
- Com o fim da escravidão veio para o Sudeste quase 5 milhões de imigrantes(trabalhar nas
fazendas de café);
- Os Barões do café conseguiram acumular capital(que mais tarde será usado na implantação
da atividade industrial no Brasil).
CAUSAS (FATORES):
- Crise de 1929: que afeto de cheio a economia brasileira. Porquê?
Dependência da venda exclusiva de produto agrícola e de minérios para o exterior;
Necessidade da compra de produtos industrializados.
Esses dois fatores dentro da crise de 1929 obrigou o governo brasileiro e os ricos
comerciantes do SUDESTE a investirem seus capitais na atividade industrial.
ATIVIDADE INDUSTRIAL:
POR QUE?
FATORES (MOTIVOS)
- O acúmulo de capital, proporcionado pelo cultivo do café;
- A rede ferroviária existente usada para o escoamento da produção do café, no caso serviria
para o escoamento da produção industrial;
- A modernização dos pontos de Santos e do Rio de Janeiro;
- Mão de obra qualificada dos imigrantes(trabalhadores usados na cafeicultura já conheciam
o trabalho operário nas indústria europeias)
- Crescimento do mercado consumidor local(urbano);
OBSERVAÇÃO:
Questão 1 (PUC-RS)
Entre os fatores que contribuíram, a partir do século XVII, para a expansão territorial da
colonização portuguesa no Brasil, ultrapassando os limites do Tratado de Tordesilhas, é correto
apontar
a) a pecuária, a extração das “drogas do sertão” e as expedições bandeirantes.
b) as capitanias hereditárias, as expedições bandeirantes e a extração de ouro no Nordeste.
c) os engenhos de açúcar, a extração das “drogas do sertão” e a produção de soja.
d) a pecuária, a produção de cana e laranja.
e) a pecuária, os engenhos de açúcar e criação de caprinos.
Questão 2 (Fuvest-SP)
Questão 3 - (UFPR)
São ações resultantes da conquista e ocupação do território brasileiro, exceto
Questão 4 (Cesgranrio-RJ)
a) somente 1, 2 e 4.
b) somente 1, 2 e 5.
c) somente 1, 3 e 4.
d) somente 2, 3 e 4.
e) somente 2, 3 e 5.
GEOGRAFALANDO COMENTA:
Analisando cada uma das alternativas disponíveis, vemos que outras atividades econômicas
se desenvolveram na medida em que a ocupação do território se desdobrava. No caso dessa
questão, vemos o correto destaque dado às atividades extrativistas na região Norte do país; à
ocupação das regiões de Minas e Centro-Oeste (Goiás e Mato Grosso) ligada à exploração aurífera;
e aos entraves que marcaram a ocupação do Sul na medida em que os missionários combatiam a
escravização dos nativos.
Questão 5 (Cesgranrio-RJ)
c) o bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu as áreas
mineradoras do planalto central.
d) a expansão da lavoura da cana para o interior, incentivada pela alta dos preços no mercado
internacional.
e) as alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para conter o
expansionismo espanhol.
Questão 6
(Fuvest-SP) Os fatores que levaram ao desenvolvimento e à ampliação das atividades
econômicas periféricas da colônia, tais como, a pecuária, o tabaco, as drogas do sertão e mesmo o
pau-brasil, em detrimento da lavoura de cana-de-açúcar, após a expulsão dos holandeses, em 1654,
foram:
GEOGRAFALANDO COMENTA:
Questão 7 (Unesp)
Analise o mapa.
I. Imensa colônia de um pequeno Estado europeu, o território do Brasil colonial foi resultado
da partilha de 1494 entre as duas potências ibéricas.
II. O Brasil colonial não era uma construção contínua, uma vez que as capitanias,
relativamente independentes umas das outras, mantinham um laço direto com a metrópole.
III. A localização de quatro áreas de evangelização de indígenas pelos jesuítas estavam
distribuídas na fronteira dos territórios portugueses e espanhóis.
IV. A característica do relevo sul-americano possibilitou o rápido avanço populacional tanto
do lado Atlântico como do Pacífico, o que evitou, na região central do continente, vazios
demográficos desde 1650.
a) I e II, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
Questão 8 (Ufpr)
a) Mesmo após cinco séculos de ocupação e povoamento, a divisão dos estados brasileiros e
sua configuração atual resultam da implantação das capitanias hereditárias.
b) As motivações para o povoamento do território estiveram ligadas à existência dos estados
federados e à desigualdade de desenvolvimento existente entre eles.
c) Alguns estados brasileiros têm maior população e são considerados mais desenvolvidos
pela forma como ocorreu sua divisão.
d) A divisão do território brasileiro e suas características podem ser compreendidas pela
forma histórica como ocorreu a ocupação e o povoamento do espaço.
e) A forma como foram criados os estados federados gerou um país com distribuição
populacional e desenvolvimento desiguais.
Questão 9 FUVEST
GEOGRAFALANDO COMENTA:
Questão 10
No mapa, verifica-se que a ocupação do Brasil, no Período Colonial, privilegiou o litoral face
à sua posição em relação ao Oceano Atlântico, que funcionava como via de comunicação com
Portugal. Posteriormente, esse movimento de ocupação estendeu-se para o interior do continente,
sendo reconhecido pelos Tratados de Madri e de Santo Ildefonso, com base nos princípios do 'Uti
Possidetis' (quem tem a posse tem o domínio).
a) O Vale do São Francisco serviu de rota para a penetração dos bandeirantes, devido à
existência de recursos minerais, principalmente o manganês.
b) O movimento das bandeiras, mesmo penetrando o interior de São Paulo, conseguiu
despovoar outras áreas como o Rio de Janeiro, situado na região Centro-Sul.
c) Algumas áreas, durante o movimento de interiorização no Brasil, no século XIX,
esvaziaram-se logo após o esgotamento dos recursos naturais, a exemplo das jazidas minerais.
d) O negro teve grande importância no movimento de penetração no território brasileiro
quando da ocupação em direção à Amazônia.
e) O litoral foi a região mais densamente povoada devido, principalmente, ao clima ameno e
à existência de portos para o escoamento da produção da pecuária.
Questão 11 (FGV)
As secas e o apelo econômico da borracha — produto que no final do século XIX alcançava
preços altos nos mercados internacionais — motivaram a movimentação de massas humanas
oriundas do Nordeste do Brasil para o Acre. Entretanto, até o início do século XX, essa região
pertencia à Bolívia, embora a maioria da sua população fosse brasileira e não obedecesse à
autoridade boliviana. Para reagir à presença de brasileiros, o governo de La Paz negociou o
a) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o Brasil pela sua anexação.
b) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes brasileiros na região.
c) devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os seringais.
d) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na região.
e) pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à Bolívia.
Questão 12 (Upe)
Questão 13 (Feevale)
Foi a partir de 1530 que Portugal resolveu reforçar a sua presença no Brasil. O domínio
português avançou para além das águas costeiras, com o objetivo de definir os seus limites em
terras americanas.
Sobre o Brasil Colônia, considere verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações que seguem.
Questão 14 (Espm)
As primeiras atividades econômicas praticadas pela colonização portuguesa no Brasil tiveram
por cenário apenas o litoral do leste-nordeste brasileiros, sem que de modo sensível penetrassem no
vago e misterioso sertão, ainda ocupado por tribos selvagens. Determinava essa situação o
desinteresse econômico por qualquer tentativa de fixação de povoadores em regiões mais afastadas
do mar. Assim enquanto sob os Reis Filipes penetravam os Vicentinos pelo sul na caça ao índio, ao
mesmo tempo em que se sucediam as conquistas litorâneas em todo o nordeste, a solução
encontrada para o povoamento do sertão forneceu-a (.......), atividade econômica essencialmente
fixadora de população, mesmo escassas.
a) criação de gado;
b) busca de drogas do sertão;
c) produção de algodão;
d) extração de borracha;
e) cultivo de tabaco.
Questão 16 (Pucrs)
Entre 1500 e 1530, os interesses da coroa portuguesa, no Brasil, focavam o pau-brasil,
madeira abundante na Mata Atlântica e existente em quase todo o litoral brasileiro, do Rio Grande
do Norte ao Rio de Janeiro. A extração era feita de maneira predatória e assistemática, com o
objetivo de abastecer o mercado europeu, especialmente as manufaturas de tecido, pois a tinta
avermelhada da seiva dessa madeira era utilizada para tingir tecidos.
A marcha do povoamento
(Adaptado de José William Vesentini. "Geografia: série Brasil". São Paulo: Ática, 2003. p.
181)
A área hachurada no mapa foi incorporada ao território brasileiro em 1903. Pode-se associar
a essa incorporação o fato de que
e) a descoberta do ouro em locais vizinhos a essa área pertencente à Bolívia deu origem a um
deslocamento maciço de habitantes de vários lugares do Brasil para a região.
No que se refere à faixa escura à leste, é correto afirmar que a ocupação e povoamento dessa
faixa
Questão 19 (Cesgranrio)
Questão 20 (Fuvest)
Questão 22 (Ufv)
Comparando a atividade cafeeira com a atividade açucareira, no Brasil na primeira metade do
século XIX , pode-se afirmar que:
(F) O trabalho indígena, sempre foi respeitado e altamente valorizado pela coroa, que
mandava pagar com salários os serviços prestados.
(V) O trabalho de guarda, defesa, manutenção de prédio e obras públicas e de abertura de
novas áreas de colonização coube aos trabalhadores livres.
(V) Escravos libertos, brancos e mulatos pobres podiam desempenhar atividades ligadas ao
artesanato, à agricultura de subsistência e ao comércio.
(V) Eram classificados como "homens bons " os senhores de engenho, altos funcionários da
colônia e os grandes mineradores que participavam da vereança das câmaras.
(V) Os escravos de origem indígena e os de origem africana, apesar de excluídos da vida
política colonial, representaram a base da economia de exportação.
Fonte: NIZZA da SILVA, Maria Beatriz. "Nova História da Expansão Portuguesa". Lisboa,
Ed. Estampa, 1986.
a) XVI, que apresenta exploração de pau-brasil, no litoral, e das drogas do sertão, na região
amazônica, assim como a ocupação do interior brasileiro pelas atividades de mineração e pecuária.
b) XVIII, que já demonstra atividades de mineração, no Centro-Oeste brasileiro, e de
pecuária, na zona nordeste do Rio Grande do Sul. Não pode ser de século posterior, por não indicar
atividade cafeicultora.
c) XVII, que apresenta importações/exportações, antes proibidas na colônia, devido ao
monopólio comercial.
d) XIX, em que, no Brasil Império, a economia tinha por base a cafeicultura voltada para a
exportação.
e) XX, no qual a exportação de pau-brasil é preponderante na economia brasileira e se
verifica a existência de áreas industriais, destacadas no mapa.
GEOGRAFALANDO COMENTA:
Não tendo um controle específico na criação de gado, a pecuária colonial permitiu que outras
áreas do interior fossem economicamente exploradas e alvo de ocupação humana. Além disso,
devemos salientar que o uso exclusivo das terras litorâneas para a economia açucareira também foi
outro fator de peso para que a pecuária acabasse se atrelando ao processo de interiorização
experimentado na época.
In: http://geografalando.blogspot.com.br/2013/03/espaco-geografico-brasileiro-origens.html
(Acesso em 16 de dezembro de 2017 às 09 h 43 min)
Para que fosse economicamente viável, o plantio de cana deveria ser feito em grandes
extensões de terra e com grande volume de mão-de-obra. Assim, a produção foi organizada em
sistema de plantation: latifúndios (engenhos), escravidão (inicialmente indígena e posteriormente
africana), monocultura para exportação. Para dar suporte ao empreendimento, desenvolveu-se uma
modesta agricultura de subsistência (mandioca, feijão, algodão, etc).
O cultivo de cana foi iniciado em 1532, na Vila de São Vicente, por Martim Afonso de Sousa,
mas foi na Zona da Mata nordestina que a produção se expandiu. Em 1570, já existiam no Brasil
cerca de 60 engenhos e, em fins do século XVI, esse número já havia sido duplicado, dos quais 62
estavam localizados em Pernambuco, 36 na Bahia e os restantes nas demais capitanias. A
decadência se iniciou na segunda metade do século XVII, devido à concorrência do açúcar
holandês. É bom destacar que nenhuma atividade superou a riqueza de açúcar no Período Colonial.
OBS. Apesar dos escravos serem a imensa maioria da mão-de-obra, existiam trabalhadores
brancos remunerados, que ocupavam funções de destaque, mas por trabalharem junto aos negros,
sofriam preconceito.
SOCIEDADE AÇUCAREIRA
A sociedade açucareira nordestina do Período Colonial possuía as seguintes características:
- Latifundiária.
- Rural.
- Horizontal.
- Escravista.
- Patriarcal
OBS. Os mascates, comerciantes itinerantes, constituíam um pequeno grupo social.
MINERAÇÃO
A mineração ocorreu, principalmente, nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato
Grosso, entre o final do século XVII e a segunda metade do século XVIII.
OURO
Havia dois tipos de exploração aurífera: ouro de faiscação (realizada nas areias dos rios e
riachos, em pequena quantidade, por homens livres ou escravos no dia da folga); e ouro de lavra
ou de mina (extração em grandes jazidas feita por grande quantidade de escravos).
A Intendência das Minas era o órgão, independente de qualquer autoridade colonial,
encarregado da exploração das jazidas, bem como, do policiamento, da fiscalização e da tributação.
Tributação
A Coroa exigia 20% dos metais preciosos (o Quinto) e a Capitação (imposto pago de acordo
com o número de escravos). Mas como era muito fácil contrabandear ouro em pó ou em pepita, em
1718 foram criadas as Casas de Fundição e todo ouro encontrado deveria ser fundido em barras.
Em 1750, foi criada uma taxa anual de 100 arrobas por ano (1500 quilos). Sempre que a taxa
fixada não era alcançada, o governo poderia decretar a Derrama (cobrança forçada dos impostos
atrasados). A partir de 1762, a taxa jamais foi alcançada e as “derramas” se sucederam, geralmente
usando de violência. Em 1789, a Derrama foi suspensa devido à revolta conhecida como
Inconfidência Mineira.
DIAMANTES
No início a exploração era livre, desde que se pagasse o Quinto. A fiscalização ficava por
conta do Distrito Diamantino, cujo centro era o Arraial do Tijuco. Mas, a partir de 1740, só poderia
ser realizada pelo Contratador Real dos Diamantes, destacando-se João Fernandes de Oliveira. Em
1771 foi criada, pelo Marquês de Pombal, a Intendência Real dos Diamantes, com o objetivo de
controlar a atividade.
SOCIEDADE MINERADORA
A sociedade mineira ou mineradora possuía as seguintes características:
- Urbana.
- Escravista.
- Maior Mobilidade Social
OBS. 1- Surgem novos grupos sociais, como, tropeiros, garimpeiros e mascates.
2- Alguns escravos, como Xica da Silva e Chico Rei, tornaram-se muito ricos e
obtiveram ascensão social.
3- É um erro achar que a população da região mineradora era abastada, pois a maioria
era muito pobre e apenas um pequeno grupo era muito rico. Além disso, os preços dos produtos
eram mais elevados do que no restante do Brasil.
4- A mineração contribuiu para interiorizar a colonização e para criar um mercado
interno na colônia.
PECUÁRIA
A criação de gado foi introduzida na época de Tomé de Sousa, como uma atividade
subsidiária à cana-de-açúcar, mas como o gado destruía o canavial, sua criação foi sendo
empurrada para o sertão, tornando-se responsável pela interiorização da colonização do Nordeste,
com grandes fazendas e oficinas de charque, utilizando a mão-de-obra local e livre, pois o vaqueiro
era pago através da “quartiação”. Mais tarde, devido às secas devastadoras no sertão nordestino, a
região Sul passou a ser a grande produtora de carne de charque, utilizando negros escravos.
ALGODÃO
A plantação de algodão se desenvolveu no Nordeste, principalmente no Maranhão e tinha
uma importância econômica de caráter interno, pois era utilizado para fazer roupas para a
população mais pobre e para os escravos.
TABACO
Desenvolveu-se no Nordeste como uma atividade comercial, escravista e exportadora, pois
era utilizado, juntamente com a rapadura e a aguardente, como moeda para adquirir escravos na
África.
DROGAS DO SERTÃO
Desde o século XVI, as Drogas do Sertão (guaraná, pimentas, ervas, raízes, cascas de
árvores, cacau, etc.) eram coletadas pelos índios na Amazônia e exportadas para a Europa, tanto por
contrabandistas, quanto por padres jesuítas. Como o acesso à região era muito difícil, a floresta foi
preservada.
O pioneirismo das plantações cariocas alcançou toda a região do Vale do Paraíba, sendo o
principal espaço de produção até a década de 1870. Reproduzindo a mesma dinâmica produtiva do
período colonial, essas plantações foram sustentadas por meio de latifúndios monocultores
dominados pela mão-de-obra escrava. As propriedades contavam com uma pequena roça de
gêneros alimentícios destinados ao consumo interno, sendo as demais terras inteiramente voltadas
para a produção do café.
A produção fluminense, dependente de uma exploração sistemática das terras, logo
começaria a sentir seus primeiros sinais de crise. Ao mesmo tempo, a proibição do tráfico de
escravos, em 1850, inviabilizou os moldes produtivos que inauguraram a produção cafeeira do
Brasil. No entanto, nesse meio tempo, a região do Oeste Paulista ofereceu condições para que a
produção do café continuasse a crescer significativamente.
Os cafeicultores paulistas deram uma outra dinâmica à produção do café incorporando
diferentes parcelas da economia capitalista. A mentalidade fortemente empresarial desses
fazendeiros introduziu novas tecnologias e formas de plantio favoráveis a uma nova expansão
cafeeira. Muitos deles investiam no mercado de ações, dedicavam-se a atividades comerciais
urbanas e na indústria. Para suprir a falta de escravos atraíram mão-de-obra de imigrantes europeus
e recorriam a empréstimos bancários para financiar as futuras plantações.
O curto espaço de tempo em que a produção cafeeira se estabeleceu foi suficiente para
encerrar as constantes crises econômicas observadas desde o Primeiro Reinado. Depois de se fixar
nos mercados da Europa, o café brasileiro também conquistou o paladar dos norte-americanos,
fazendo com que os Estados Unidos se tornassem nosso principal mercado consumidor. Ao longo
dessa trajetória de ascensão, o café, nos finais do século XIX, representou mais da metade dos
ganhos com exportação.
A adoção da mão-de-obra assalariada, na principal atividade econômica do período, trouxe
uma nova dinâmica à nossa economia interna. Ao mesmo tempo, o grande acúmulo de capitais
obtido com a venda do café possibilitou o investimento em infra-estrutura (estradas, ferrovias...) e
o nascimento de novos setores de investimento econômico no comércio e nas indústrias. Nesse
sentido, o café contribuiu para o processo de urbanização do Brasil.
A predominância desse produto na economia nacional ainda apresenta resultados
significativos no cenário econômico contemporâneo. Somente nas primeiras décadas do século XX
que o café perdeu espaço para outros ramos da economia nacional. Mesmo assinalando um período
de crescimento da nossa economia, o café concentrou um grande contingente de capitais,
preservando os traços excessivamente agrários e excludentes da economia nacional.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/economia-cafeeira.htm (acesso
em 16 de dezembro de 2017 às 23 h 15 min)
BRASIL IMPÉRIO;
Brasil Império
HISTÓRIA DO BRASIL
O período do Brasil Império estendeu-se de 1822 até 1889 e reuniu uma série de acontecimentos
decisivos para a História do Brasil.
• 34
A fase do Brasil Império exige uma gama de textos que abordem os conteúdos específicos desse
momento da história do país, contemplando, assim, o período que vai do ano de 1822 (quando o
Brasil tornou-se independente) ao ano de 1889 (quando foi proclamada a República). Para tanto,
esse arco temporal é convencionalmente dividido em três partes: Primeiro Reinado, Período
Regencial e Segundo Reinado, que serão esmiuçados a seguir.
Primeiro Reinado: Momento em que o Brasil deixou a condição de colônia, quando
a família real portuguesa saiu de Portugal após o avanço das tropas napoleônicas sobre a Península
Ibérica, entre os anos de 1807 e 1808. Nesse contexto, o Brasil foi alçado à condição
de Reino Unido de Portugal e Algarves. A partir de 1808, portanto, teve início no Brasil uma
intensa eferverscência política que foi pautada, sobretudo, pelas divergências entre portugueses
(vindos com a Corte) e brasileiros, bem como entre liberais e conservadores (disputa interna entre
os próprios brasileiros).
A situação política do Brasil só foi resolvida com a articulação e a instituição do Império. No início
de 1820, quando começaram essas articulações, a América Latina e a Europa estavam passando por
grandes reviravoltas. O modelo republicano era paulatinamente adotado pelos países vizinhos do
Brasil. Ao longo do ano de 1821, os chamados “arquitetos” do império,
como José Bonifácio deAndrada e Silva, passaram a tramar a adoção do modelo imperial no Brasil.
Em 1822, D. Pedro, filho de D. João VI, optou por permanecer no Brasil e declarou o país
independente de Portugal, tornando-se o primeiro imperador, sob o título de D. Pedro I.
As instituições do Império, entretanto, só foram efetivamente estabelecidas e regularizadas com a
Carta Constitucional de 1824, ou, em outros termos, a Constituição de 1824. Uma das principais
características do Império Brasileiro foi tecida nessa Constituição, isto é, o Poder Moderador, que
consistia em um quarto poder que dava ao imperador a autoridade de apreciar a decisão dos outros
poderes.
Período Regencial: D. Pedro I abdicou do trono, na década de 1830, em favor de seu filho, então
com cinco anos de idade. Como a menoridade impedia o então herdeiro do trono de assumir o
cargo de imperador, o governo do Brasil ficou sob a responsabilidade de regentes. A regências
tiveram de articular uma nova configuração política para o Império, além de terem que enfrentar
várias revoltas que eclodiram após a abdicação de D. Pedro I. Uma das manobras políticas mais
ousadas da História do Brasil também foi efetuada no período da regência: o Golpe da Maioridade,
em 1839, que tornou D. Pedro II imperador com apenas 14 anos de idade.
Segundo Reinado: foi o período mais longo da História Imperial, indo de 1839 a 1889. Nesse
período, o Brasil passou por transformações de grande porte em todos os setores, desde o
econômico até o cultural. Revoltas também ocorreram e exigiram uma habilidade de integração
nacional muito forte por parte do imperador.
Além disso, os ânimos políticos também tomaram uma configuração intensa, sobretudo entre
conservadores e liberais. Os movimentos republicano e abolicionista, associados às posições do
exército, que também passaram a ser refratárias às do império, acabaram por gerar pressões
múltiplas que culminaram no exílio de D. Pedro II e na consequente Proclamação da República.
Não deixe de conferir logo mais abaixo textos que oferecem explicações mais detalhadas e
completas sobre os principais acontecimentos que marcaram o Brasil Império.
BRASIL REPÚBLICA;
Brasil República
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Brasil República é o período da História do Brasil, que teve início com a Proclamação da
República. A República foi proclamada em 15 de novembro de 1889 e vigora até os dias atuais.
A República brasileira é dividida em República Velha ou Primeira República, Era Vargas ou Nova
República, República Populista, Ditadura Militar e Nova República.
República Velha ou Primeira República (1889-1930)
Após a Proclamação da República no Brasil, instituiu-se imediatamente um governo provisório. O
governo provisório era chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que deveria dirigir o País
até que fosse elaborada uma nova Constituição.
No dia 24 de fevereiro de 1891 foi promulgada a segunda Constituição brasileira e a primeira da
República. No dia seguinte à promulgação da Constituição, foram eleitos pelo Congresso Nacional,
o primeiro presidente e o vice.
A República Velha foi dividida em dois períodos:
• República da Espada (1889-1894), em virtude da condição militar dos dois primeiros presidentes
do Brasil: Deodoro da Fonseca (1891) e Floriano Peixoto (1891-1894)
• República das Oligarquias (1894-1930), período em que as oligarquias agrárias dominavam o
país, conhecido popularmente como a “política do café com leite”, em razão da dominação
paulista e mineira no governo federal, que só terminou com a Revolução de 1930. Durante o
período apenas três presidentes não procediam dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais. A
supremacia politica das grandes oligarquias foi aniquilada com a Revolução de 1930.
A partir de 1930, as massas populares foram incorporadas ao processo político, sempre sobre
controle. Uma das reações contra a nova ordem política instalada pela Revolução de 1930, foi
o Movimento Constitucionalista de 1932. O movimento ocorreu em São Paulo, onde as elites
políticas tentaram retomar o controle político.
Em 1933, Getúlio Vargas promoveu eleições para a Assembleia Constituinte. A instalação ocorreu
em 10 de novembro, quando foi promulgada a nova Constituição em 1934.
O período do governo constitucionalista de Getúlio Vargas foi uma fase marcada pelo choque de
duas correntes ideológicas. Era a "Ação Integralista Brasileira", ideologia de métodos fascistas e
a "Aliança Nacional Libertadora", movimento da frente popular.
Durante a "radicalização comunista" Getúlio conseguiu do Congresso o decreto de Estado de
Guerra. No dia 10 de novembro de 1937, Getúlio fazia uma proclamação ao povo, justificando a
necessidade de um governo autoritário: nascia assim o Estado Novo.
No mesmo dia do golpe, foi outorgada a nova Constituição Brasileira, baseada na constituição
polonesa. A aproximação de Getúlio com os comunistas alarmou os meio políticos. No dia 29 de
outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto pondo fim à ditadura no Brasil.
Para saber mais:
• Getúlio Vargas
• Era Vargas
• Estado Novo
• Revolução de 1932
Foram Presidentes: Eurico Gaspar Dutra (1946-1951); Getúlio Vargas (1951-1954); Café Filho
(1954-1955); Carlos Luz (1955); Nereu Ramos (1955-1956); Juscelino Kubitschek (1956-1960);
Jânio Quadros (1961); João Goulart (1961-1964).
Getúlio Vargas venceu as eleições de 1950, cinco anos após ser derrubado do poder. A Nova Era
Vargas, com sua política nacionalista recebeu o apoio das classes populares, de setores da
burguesia, dos grupos políticos de esquerda e de parte do Exército.
Vargas enfrentou forte oposição da União Democrática Nacional (UDN), que tinha Carlos
Lacerda (1914-1977) como seu principal porta-voz, e pregava a destituição do presidente.
A ala extremista da oposição liderada por Carlos Lacerda acusava as pessoas ligadas ao governo de
revolucionário promulgou o Ato Institucional nº 1, que dava amplos poderes ao Alto Comando
Militar.
Ditadura Militar (1964-1985)
O período que vai de 1964 a 1985 foi marcado pela presença de militares na vida política
brasileira. Durante duas décadas, foi estabelecido um regime autoritário e centralizador.
Os presidentes desse período formam: Marechal Castelo Branco (1964-1967); General Costa e
Silva (1967-1969); General Médici (1969-1974); General Ernesto Geisel (1974-1979); General
Figueiredo (1979-1985).
Em agosto de 1979, foi assinada a Lei de Anistia. A lei suspendendo as penalidades impostas aos
opositores do regime militar.
Em 1982, a sociedade brasileira começou a organizar a campanha das Diretas-já, para realização
de eleições para a Presidência da República. Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo foi eleito
Presidente pelo Congresso Nacional.
Para saber mais: Ditadura Militar no Brasil e Diretas Já.
Foi nesse cenário dos grandes lucros da economia cafeeira que surgiram empresários como Irineu
Evangelista de Souza (o Barão de Mauá), preocupados com o desenvolvimento das estradas de
ferro, das cidades e de toda infraestrutura necessária para o crescimento do país. Contudo, as
primeiras indústrias foram surgindo de maneira paulatina, no final do século XIX e início do XX,
elas representavam ainda uma baixa participação na economia nacional.
Mediante a isso, o Brasil importava praticamente todos os produtos industrializados, pois suas
indústrias não haviam desenvolvido o suficiente. A Europa, como a região do globo que mais se
industrializava, não queria o desenvolvimento industrial brasileiro, pois perderia mercado
consumidor. O Brasil, portanto, dependeu exclusivamente da economia agrícola até a metade do
século XX e, por isso, enfrentou sérios problemas econômicos e políticos.
A crise de 1929 foi um exemplo da fragilidade da economia brasileira e também um aviso de que o
país necessitava diversificar sua produção. Foi com a entrada de Getúlio Vargas em 1930 que o
processo de industrialização tornou-se o eixo norteador das discussões e medidas políticas. Foi
também na Era Vargas que importantes medidas aconteceram para o desenvolvimento industrial
brasileiro.
SANTOS, Fabrício Barroso dos. "O início da industrialização brasileira"; Brasil Escola. Disponível
em <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/industrializacao-brasileira.htm>. Acesso em 17 de
dezembro de 2017 às 00 h 00 min.
INTRODUÇÃO
O período de 1930 até 1964 foi um período muito conturbado da política brasileira. O que se pode
perceber é a constante presença das forças militares nacionais na política, ora apoiando golpes de
estado, ora apoiando governos democráticos. Na economia, ocorreu uma intensa participação do
Estado, que com o auxílio do capital estrangeiro e nacional provocou a industrialização do país.
Porém, a má distribuição de renda não foi resolvida, ao que tudo indica, todos os governos
sofreram com fortes pressões inflacionárias e com um desequilíbrio quase que constante no balanço
diferenças ideológicas dentro das forças armadas. Neste contexto, o Brasil passou por diferentes
Desta forma, para que se possa compreender melhor os problemas econômicos e sociais e políticos
de nossa atualidade, é imprescindível elucidar este importante período da vida política brasileira.
A superprodução cafeeira e a política de valorização do café levam a uma crise econômica. A queda
da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, acentua a crise. Surgem brechas nos acordos políticos
entre as oligarquias que controlam o Estado desde o início da República. Nas eleições de 1930 os
governo central, quando a vez seria dos mineiros. O presidente Washington Luís, um paulista,
Aliança Liberal – Minas Gerais passa para a oposição e alia-se ao Rio Grande do Sul e à Paraíba.
Os três Estados formam a Aliança Liberal que, além das elites agrárias, também aglutina militares e
setores das classes médias urbanas. O gaúcho Getúlio Vargas é escolhido para concorrer à
Presidência, tendo como vice o paraibano João Pessoa. A campanha eleitoral mobiliza todo o país.
Júlio Prestes é eleito presidente em 1o de março de 1930, mas não chega a assumir o cargo. Em
Alegre, sob a liderança civil de Getúlio Vargas. O comando militar fica com o coronel Góis
Monteiro, o mesmo que em 1922 e 1924 lutara contra o Tenentismo. Os revolucionários dominam
rapidamente o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e o Nordeste. Os legalistas tentam organizar a
resistência em São Paulo, Bahia, Pará e Rio de Janeiro, sem resultados. Na madrugada de 24 de
outubro os chefes militares rebeldes intimam Washington Luís a deixar a Presidência e o poder é
assumido por uma junta militar. Dez dias depois, em 3 de novembro de 1930, a junta transfere o
Getúlio Dornelles Vargas (1883-1954) nasce em São Borja, Rio Grande do Sul, e torna-se um dos
políticos e estadistas mais marcantes do século. Inicia carreira militar e a abandona em 1902.
Ingressa na faculdade de direito, em Porto Alegre, e é eleito deputado estadual em 1909, 1913 e
1917. Integra a Câmara Federal de 1922 a 1926. Procura conciliar o presidente eleito Artur
Bernardes com o situacionismo gaúcho representado por Borges de Medeiros, que apoiara o
Luís de 1926 até 1928, ano em que elege-se presidente do Rio Grande do Sul. Candidato pela
Aliança Liberal à Presidência é derrotado, lidera a Revolução de 30 e assume o poder por 15 anos.
Derrubado pelos militares em outubro de 1945, em dezembro elege-se senador por São Paulo e Rio
Grande do Sul, e consegue fazer seu sucessor, o general Eurico Gaspar Dutra. Em 1950 vence as
eleições para a Presidência pelo PTB. Seu mandato é marcado pela criação da Petrobrás, pela
de agosto de 1954, diante da opção de renunciar ou ser deposto, suicida-se com um tiro no peito.
A chamada "Era Vargas" começa com a Revolução de 30 e termina com a deposição de Getúlio
Governo Provisório – Getúlio Vargas é conduzido ao poder em 3 de novembro de 1930 pela Junta
Militar que depôs o presidente Washington Luís. Governa como chefe revolucionário até julho de
1934, quando é eleito presidente pela Assembléia Constituinte. O governo provisório é marcado
por conflitos entre os grupos oligárquicos e os chamados tenentes que apóiam a Revolução de 30.
Getúlio Vargas equilibra as duas forças: atende a algumas reivindicações das oligarquias regionais e
nomeia representantes dos tenentes para as interventorias estaduais. O interventor em São Paulo é
um veterano do movimento tenentista, João Alberto. Para o Rio Grande do Sul, nomeia Flores da
Agitações sociais – Em 1931 o PCB organiza no Rio de Janeiro uma manifestação contra a
carestia, a Marcha contra a Fome, violentamente reprimida. Em vários Estados também pipocam
exigem a convocação de uma Assembléia Constituinte e o fim do governo provisório. São Paulo,
Uma frente entre o Partido Republicano Paulista, derrotado pela Revolução de 30, e o Partido
Democrático lança a campanha pela imediata convocação de uma Assembléia Constituinte e o fim
das intervenções nos Estados. O movimento tem o apoio das classes médias. Manifestações e
entram em conflito com o chefe de polícia Miguel Costa e quatro estudantes são mortos: Euclides
Bueno Miragaia, Mário Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo
Camargo de Andrade. Com as iniciais de seus nomes é composta a sigla MMDC (Miragaia,
1932 estoura a rebelião armada. As forças paulistas comandadas pelo general Isidoro Dias Lopes
ficam isoladas: não recebem ajuda dos outros Estados e a Marinha bloqueia o porto de Santos
Constituinte é instalada em 15 de novembro. Pela primeira vez uma mulher é eleita deputada no
secreto. Amplia os poderes do Estado, que passa a ter autonomia para estabelecer monopólios e
dos três poderes federais. Institui o Conselho de Segurança Nacional e prevê a criação das justiças
Congresso e determina que o próximo presidente seja eleito indiretamente por um período de 4
anos.
1.5) Governo Constitucional
Getúlio Vargas é eleito presidente pelo Congresso em julho de 1934 e exerce o mandato
constitucional até o golpe do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937. Os três anos de legalidade
são marcados por intensa agitação política, greves e o aprofundamento da crise econômica. Nesse
quadro, ganham importância movimentos como a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança
Ação Integralista Brasileira – As idéias fascistas chegam ao Brasil nos anos 20, propagam-se a
partir do sul do país e dão origem a pequenos núcleos de militantes. Em 1928 é fundado o Partido
Fascista Brasileiro. A organização mais representativa dos fascistas, porém, é a Ação Integralista
Brasileira (AIB), fundada em 1932 pelo escritores Plínio Salgado e Gustavo Barroso. O movimento
é apoiado por setores direitistas das classes médias, dos latifundiários e dos industriais. Recebe a
adesão de representantes do clero católico, da polícia e das Forças Armadas. Defende um Estado
autoritário e nacionalista que promova a "regeneração nacional", com base no lema "Deus, Pátria e
Família".
Plínio Salgado (1895-1975) nasce em São Bento do Sapucaí, São Paulo, e estuda ciências humanas
em Minas Gerais. Desde jovem dedica-se ao jornalismo. Elege-se deputado estadual em 1928 e, em
1932, funda a Ação Integralista Brasileira (AIB). Em menos de quatro anos, o movimento reúne
mais de 300 mil adeptos em todo o país. De inspiração nazi-fascista, adota uma simbologia
nacionalista, uma camisa verde como uniforme e, como saudação, a palavra anauê, uma interjeição
da língua tupi. Apontado como líder do levante integralista de 1938, Plínio Salgado é preso na
fortaleza de Santa Cruz, e depois exilado em Portugal. Volta ao Brasil em 1945, com o fim do
Estado Novo, e funda o Partido da Representação Popular (PRP). Em 1955, concorre à Presidência
da República e chega em último lugar. Elege-se deputado federal em 1958 e 1962 pelo PRP, e em
1966 e 1970 pela Arena. Membro da Academia Paulista de Letras, escreve romances, ensaios e
obras políticas.
Aliança Nacional Libertadora– O agravamento das condições de vida das massas urbanas e rurais,
Libertadora (ANL), em março de 1935. A ANL é uma grande frente política formada por ex-
Marinha Hercolino Cascardo, líder da revolta do couraçado São Paulo na Revolução Paulista de
1924, é escolhido para dirigi-la. Luís Carlos Prestes, ex-chefe da Coluna Prestes e já militante do
Partido Comunista, é indicado seu presidente de honra. A ANL defende a suspensão definitiva do
pagamento da dívida externa, ampliação das liberdades civis, proteção aos pequenos e médios
proprietários de terra, reforma agrária nos latifúndios improdutivos, nacionalização das empresas
forma 1.600 núcleos, principalmente nas grandes cidades. Só no Rio de Janeiro inscrevem-se mais
de 50 mil pessoas. Congrega operários, estudantes, militares de baixa patente e membros da classe
média. Seu rápido crescimento assusta as classes dominantes. Surgem campanhas contra a "ameaça
Intentona Comunista – Após o fechamento da ANL, o Partido Comunista começa a preparar uma
ao partido. No dia seguinte, o mesmo ocorre no Recife e, no dia 27, no Rio de Janeiro. A rebelião
fica restrita aos muros dos quartéis, mas serve de argumento para o Congresso decretar estado de
sítio. A polícia, dirigida por Filinto Müller, desencadeia violenta repressão aos comunistas.
1.6) Golpe de Estado
O estado de sítio aumenta o poder de Vargas e de alguns altos oficiais do Exército e da própria
polícia. Crescem a repressão aos movimentos sociais e a conspiração para instaurar uma ditadura
no país. É nesse clima que se inicia a campanha para as eleições presidenciais, previstas para
janeiro de 1938.
Campanha eleitoral – Três candidatos são lançados à Presidência. O paulista Armando de Sales
Republicano Mineiro, pelo governador gaúcho, José Antônio Flores da Cunha, e por facções
liberais de outros Estados. O paraibano José Américo de Almeida é apoiado pelo Partido Libertador
do Rio Grande do Sul, pelo governo de Minas e pela maioria das oligarquias nordestinas. O
terceiro candidato é o integralista Plínio Salgado. Vargas declara seu apoio a José Américo, mas, ao
futuro Ministro da Justiça, uma nova Constituição para o Estado autoritário que pretende
estabelecer.
Exército, divulga à nação o "tenebroso" Plano Cohen: uma suposta manobra comunista para a
tomada do poder através da luta armada, assassinatos e invasão de lares. O Plano não passa de uma
fraude forjada por membros da Ação Integralista para justificar o golpe de estado. Frente à "ameaça
O golpe – Com o golpe já em andamento, Getúlio reforça suas alianças com o governador de
Forças Armadas cercam o Congresso Nacional e, à noite, Vargas anuncia em cadeia de rádio a
outorga da nova Constituição da República, elaborada pelo jurista Francisco Campos. A quarta
Constituição do país e terceira da República, conhecida como "a polaca" por inspirar-se na
nomeia interventores para governá-los. Os partidos políticos são extintos e instala-se o regime
corporativista, sob autoridade direta do presidente. A "polaca" institui a pena de morte e o estado de
A ditadura Vargas, ou Estado Novo, dura oito anos. Começa com o golpe de 10 de novembro de
1937 e se estende até 29 de outubro de 1945, quando Getúlio é deposto pelos militares. O poder é
https://www.zemoleza.com.br/trabalho-academico/sociais-aplicadas/ciencias-
sociais/politica-e-economia-no-brasil-no-periodo-de-1930-a-1964/ (Acesso em 17 de dezembro
de 2017 às 00 h 30 min)
nem liberal, mas um Estado oligárquico. Quando, a partir dos anos 1930, lograram realizar sua
revolução capitalista, esta ocorreu no quadro de um Estado Desenvolvimentista, com base em uma
coalizão política de classes desenvolvimentista. Em cada país ou Estado-nação sua sociedade e as
diversas classes e grupos sociais que a compõem encontram meios de influenciar e controlar o
Estado. Em momentos de crise interna as classes sociais podem apresentar um caráter unitário e o
conflito entre elas se tornar determinante; em momentos de crise externa e de guerra, é a nação que
se torna una. Nas situações normais, as sociedades se dividem em frações de classe e se organizam
e coalizões – por exemplo, capitalistas mercantis e capitalistas industriais, ou capitalistas rentistas
x empresários, ou tecnoburocracia pública e tecnoburocracia privada, ou trabalhadores urbanos e
rurais – e se organizam politicamente sob a forma de coalizões de classe ou pactos políticos. Os
quais podem ser progressistas ou conservadores, ou, do ponto de vista econômico,
desenvolvimentistas ou liberais. O processo de construção política e social do Estado e da própria
sociedade acontece, assim, através de um complexo sistema de lutas políticas através das quais se
definem os grandes valores e objetivos nacionais, os direitos de cidadania (civis, políticos, sociais
e republicanos), e a organização do Estado. Além de se expressar nas classes e nas coalizões de
classe, a relação entre sociedade e Estado nas sociedades complexas e plurais do nosso tempo se
expressa nas ideologias, nas coalizões partidárias, nos lobbies das diversas organizações
corporativas da sociedade, na advocacia política das organizações de responsabilização social, e no
debate público. Formas históricas do Estado O nacionalismo é a ideologia da formação do Estado-
nação, o liberalismo, a ideologia da construção do mercado. Para a burguesia nacionalista o Estado
foi originalmente instrumento fundamental do processo de acumulação de capital, 4 mas, ao
mesmo tempo, essa burguesia era também liberal no plano politico, e se organizava para enfrentar
e estabelecer limites necessários ao poder do Estado, e liberal no plano político, buscando a
liberdade de comércio, não obstante a alta burguesia houvesse sido beneficiada pelo Estado
mercantilista. Um pouco mais adiante, quando o problema é colocado pela Revolução Francesa, a
classe capitalista se oporá à democracia ou ao sufrágio universal que os trabalhadores e as classes
médias demandavam com o argumento da “ditadura da maioria” – a suposição que no momento
em que todos os pobres ou todos os trabalhadores tivessem direito de votar eles a expropriariam.
Foi necessário um século de luta ideológica pela democracia e de experiência de que os pobres não
se propunham a implantar o socialismo assim que fossem maioria para que esse temor perdesse
significação política e a democracia pudesse ser implantada: na virada do século XIX para o XX,
bem depois de completada a revolução nacional e industrial de cada país hoje desenvolvido, os
pobres, os trabalhadores e os intelectuais de classe média republicanos afinal venceram a luta pelo
sufrágio universal, e os regimes políticos puderam ser chamados de democráticos. Surgia, assim, o
Estado democrático, que, no século XX se transformará também em valor universal. Mas em cada
país implantou-se uma democracia de elites ou liberal: uma democracia schumpeteriana porque
semelhante àquela propota por Joseph Schumpeter (1940): uma democracia na qual as elites
políticas e econômicas são eleitas pelo povo mas não precisam lhe prestar contas. Uma democracia
que garantia o direito universal de votar e ser votado, mas limitava o papel do Estado na garantia
da propriedade e dos contratos, e o papel dos cidadãos de votar periodicamente. Entretanto, na
medida em que o Estado se tornava democrático ao garantir o sufrágio universal, o Estado não
podia parar aí. O Estado tornou-se democráticoliberal. E é ainda assim nos Estados Unidos.
Apenas depois da Segunda Guerra Mundial, despesas em amplos serviços sociais passaram a ser
condição da legitimidade popular do Estado, e formou-se, assim, o Estado do bem-estar social. Foi
esse um avanço significativo do ponto de vista da afirmação dos direitos sociais. Enquanto o
Estado Liberal garantia apenas os direitos civis, e o Estado semocrático liberal garantia apenas os
direitos políticos de votar e ser votado, o Estado do bem-estar social garantirá os direitos aos
cuidados de saúde, à educação fundamental, a uma velhice segura, e à assistência social. Este
extraordinário desenvolvimento da sociedade e do Estado não aconteceu pacificamente. Desde o
século XVII até o XX os países hoje ricos estiveram empenhados em guerras para definir suas
fronteiras, porque a ampliação do território nacional fazia parte da formação do Estado-nação e era
uma condição necessária para a industrialização. Tiveram êxito nessa extraordinária mudança
histórica e se desenvolveram porque suas elites além de liberais foram nacionalistas e puderam,
assim, construir seu Estado-nação. Em seguida, no século XIX – agora muito mais fortes porque
industrializados ou capitalistas – construíram seus impérios – um tipo de unidade político-
territorial muito diferente dos impérios antigos. O sistema imperial industrial ou moderno
terminou formalmente após a Segunda Guerra Mundial, mas continuou presente na realidade dos
povos da periferia do capitalismo. O mundo atual está coberto de Estados-nação, que são as
unidades político-territoriais específicas do capitalismo. Em muitos deles, nos mais pobres, a
nação é uma ficção, é um ser sem alma, porque suas elites são alienadas ou 5 dependentes, e
procuram se associar antes às elites dos países ricos do que a seu povo. Mas alguns países
retardatários lograram, afinal, realizar revoluções nacionalistas e se industrializaram. Foi o caso da
Turquia, do México, do Brasil, da Coréia do Sul, da China, da Índia, entre outros. Nesses países,
antes de ser liberal e democrático, o Estado foi desenvolvimentista – foi um Estado que além de
nacionalista porque diretamente envolvido na revolução industrial e capitalista da nação, foi um
Estado que passou a promover o desenvolvimento econômico de uma maneira deliberada ou mais
planejada do que o fizeram os países que se desenvolveram originariamente para, assim, poderem
realizar o alcançamento: realizarem em um período mais curto uma revolução capitalista que
durou séculos nos países de desenvolvimento original Do Império eo Estado-Nação Só
compreenderemos o Estado-nação e o nacionalismo se, acompanhando o raciocínio de Ernest
Gellner (1993), o opusermos ao império clássico ou pré- industrial. O império é a unidade político-
territorial que caracterizou as sociedades antigas mais desenvolvidas, aquelas que Gellner chama
de “sociedades agrárias letradas”, enquanto que o Estado-nação é a unidade político-territorial
própria do capitalismo. O fato de que hoje, no quadro do capitalismo global, toda a superfície da
terra seja coberta por Estados-nação não é acidental. O Estado-nação é a maneira de organizar
politicamente o território que melhor realiza a lógica do capitalismo: a acumulação de capital
como busca do lucro e como instrumento do desenvolvimento econômico. Para Gellner, o império
clássico é essencialmente diferente do Estado-nação. Enquanto no tempo dos impérios, o problema
fundamental é o de acumular poder, no tempo dos Estados-nação é acumular riqueza. A lógica da
dominação imperial supõe a existência de uma cultura superior no centro do império e de uma elite
imperial que a monopoliza. Mas, ao contrário do que acontecerá com os Estadosnação, os impérios
não têm qualquer interesse em transferir sua cultura superior para as colônias. Para ele está bem
que a colônia conserve sua língua, suas tradições, sua religião. O que lhe interessa é apenas a
subordinação e a coleta de impostos. Como para que esses dois objetivos se realizem é preciso que
a dominação tenha legitimidade, o império se associa a parte da elite local, que já havia construído
sua legitimidade, e com ela partilha a apropriação do excedente econômico. O quadro é diferente
no caso do Estado-nação. Agora a lógica da acumulação de capital e do desenvolvimento exige a
integração de toda a sociedade na mesma cultura. Antes disso, a burguesia se associa ao monarca
para construir o Estadonação, porque precisa de um mercado interno amplo e seguro para
viabilizar a revolução industrial. As burguesias mercantis partiam de cidades-Estado e faziam o
comércio de longa distância cujo objeto eram especiarias – eram mercadorias caras e poucas. A
industrialização vai exigir um mercado amplo para mercadorias industriais baratas e muitas – um
mercado interno que só o Estado-nação pode assegurar. 6 Assim, quando o Estado-nação se forma,
sua lógica é a do capitalismo – é a da acumulação de capital e do desenvolvimento econômico. É o
aumento da produtividade. São coisas que absolutamente não existiam nas sociedades antigas, mas
que agora se tornam conformadoras das instituições e das ideologias. Agora não há impérios em
permanente guerra uns com os outros. A guerra ainda subsistiu por três séculos, entre os Tratados
de Vestefália (1648) e a Segunda Guerra Mundial, porque nesse período estavam sendo definidas
fronteiras que deviam ser claras e razoavelmente indisputadas para o Estado-nação. Mas, desde o
início a lógica dos Estados-nação não era mais a da guerra, mas a do desenvolvimento econômico
e da competição econômica entre eles. Para isso, agora, a racionalização da produção e a o
aumento da produtividade. Por isso, todos passaram a desenvolver grandes sistemas de educação
pública – o que era impensável na lógica dos impérios. Por isso, a cultura superior passou ser
partilhada com o povo. Por isso, quando os Estados-nações mais ricos passaram a ser o destino de
um número crescente de imigrantes dos países pobres, exigiu-se deles a integração na cultura do
país. Surgiu um espaço para o multiculturalismo, mas este é limitado porque a lógica da
competição e do desenvolvimento econômico exige a integração nacional, exige o
compartilhamento de uma mesma ideia de nação, exige o nacionalismo compartilhado pelos
cidadãos. Colocado o conceito de Estado-nação nesta perspectiva histórica, fica clara sua
vinculação com o capitalismo, com o nacionalismo e com o desenvolvimento econômico. Na
medida em que o desenvolvimento é um processo histórico que surgiu com a revolução capitalista
e a formação dos Estados nacionais, a nação enquanto sociedade política, e o nacionalismo
enquanto sua ideologia desempenham um papel estratégico nesse desenvolvimento econômico.
Conforme percebeu Adam Smith, o desenvolvimento é um processo de aumento da riqueza das
nações. Assim, ele pressupunha que o ator principal nesse processo de desenvolvimento
econômico ou de aumento da riqueza nacional é a nação. O desenvolvimento econômico decorre,
sem dúvida, do esforço e da capacidade de concorrência dos indivíduos e das empresas operando
no mercado, mas depende também da capacidade da nação utilizar seu instrumento de ação
coletiva por excelência – o Estado – para criar as condições necessárias para que as empresas
invistam incorporando progresso técnico. O nacionalismo foi necessário para que os países hoje
objetivos comuns, e que conta (ou luta por contar) com um Estado e um território para, assim,
formar um Estado-nação. A nação é essencialmente um fenômeno político moderno, que começa a
surgir no quadro do capitalismo mercantilista e da formação dos primeiros Estado-nação
modernos. A nação, como a sociedade civil, é o aspecto vivo, dinâmico e político da sociedade.
Enquanto a nação está voltada para a autonomia nacional, a segurança e o desenvolvimento
econômico, a sociedade civil está voltada principalmente para a liberdade, a justiça social e a
proteção da natureza. O nacionalismo é a ideologia da nação, é o conjunto de valores e crenças
políticas que preside a formação do Estado-nação; é a ideologia que afirma que um povo que
compartilha história e interesses, sem prejuízo dos conflitos internos, da luta 8 de classes, ter um
destino comum; é a ideologia que une um povo na sua relação com os vizinhos e com os impérios.
O nacionalismo e a construção da nação foram, geralmente, o resultado da ação política de elites
intelectuais e burguesas que lograram definir uma aliança com seus respectivo povo
suficientemente forte para que juntos lograssem defender e ampliar o território nacional e se
industrializar. A partir da contribuição de Ernest Gellner (1983), sabemos que em um primeiro
momento não é a nação que define o nacionalismo, mas é o nacionalismo de uma elite política que
forma a nação. Em outras palavras, a nação não é um dado “natural”, mas uma construção social, é
um artefato que uma sociedade usa para afirmar seus interesses e seus valores. Quando Renan
falou em plebiscito diário, ele estava assinalando que a nação é uma construção sempre inacabada,
sempre ameaçada de ser interrompida. Norberto Elias (1968) viu com clareza que o
desenvolvimento ou o “processo civilizatório” combina de forma dialética dois processos
contraditórios: a diferenciação e a integração. A diferenciação é fruto da divisão do trabalho. Já a
integração é alcançada através da formação do Estado-nação. Uma elite aristocrática ligada ao
monarca se associa a uma elite burguesa em torno de duas ideologias igualmente contraditórias – o
nacionalismo e o liberalismo – e, a partir desse pacto – principalmente a burguesia ascendente
busca fazer um acordo nacional com o povo. Para Elias (1968: 210) o desenvolvimento implica “a
marcha da integração ao longo de vários séculos complementado por um processo de diferenciação
crescente”. Sabemos, desde Ernest Renan (1882), que o nacionalismo é um fenômeno da
modernidade e que é “um plebiscito repetido todos os dias”. O nacionalismo pode ser econômico –
orientado para a afirmação do interesse econômico nacional em uma economia global na qual cada
Estado-nação faz o mesmo – ou pode ser étnico, e, em consequência, racista e belicista. No
primeiro caso – que é o que nos interessa aqui – o nacionalismo se define pela convicção que o
papel de cada governo é defender os interesses do trabalho, do conhecimento e do capital
nacionais, e pela exigência que essa defesa seja feita de acordo com critérios nacionais, ao invés da
subordinação a países mais ricos e poderosos, e, por isso, supostamente mais competentes. O
nacionalismo não é a mesma coisa que identidade cultural ainda que ambos tenham muito em
comum. Um país pode ter forte identidade cultural, mas se subordinar no plano econômico e
político. O Brasil, como o México, são países com forte identidade cultural. Mas o Brasil teve
mais sorte do que o México porque está mais longe da potência imperial do século XX – os
Estados Unidos. O México, com sua origem nas grandes civilizações asteca e maia possuem
provavelmente uma identidade cultural mais forte do que o Brasil, mas a partir do momento em
que passou a fazer parte da NAFTA, no quadro da onda neoliberal e globalista dos anos 1990, sua
ideia de nação ou seu nacionalismo perderam força, e o país se tornou dependente dos seus dois
vizinhos mais ricos do Norte. Mas também os brasileiros enfrentaram problemas nesse período.
Eles se orgulham de sua identidade cultural, que talvez seja forte do que a de países desenvolvidos.
A identidade cultural do Canadá, por exemplo, me parece mais esgarçada, mas, em compensação,
seu povo tem uma clara consciência da sua nação, tem uma forte 9 identidade nacional, já que
ninguém tem dúvidas que é dever do seu governo defender o trabalho, o capital, e o conhecimento
nacionais. O nacionalismo está presente em todo Estado-nação, mas hoje é mais aparente nos
países retardatários que precisam ainda realizar sua revolução nacional e capitalista. Álvaro Vieira
Pinto (1960b: 387, 394), o principal filósofo do ISEB, opôs a “consciência ingênua” à
“consciência crítica”, relacionou esta última com o nacionalismo, e viu este último como uma
condição do pensamento. Para ele “o nacionalismo revela-se como o único recurso para superar e
suprimir a alienação do país subdesenvolvido”. E acrescenta: “A capacidade de pensar por si a
verdade a seu próprio respeito e a respeito da exisência circundante decorre da plena coincidência
do ser e da essência, condição que define o estado não alienado”. Embora pertencendo a uma
tradição filosófica diversa, Paulo Arantes (2004: 80) caminha na mesma direção quando afirma
que “o nacionalismo é fundamentalmente a consequência da tensão gerada pelo desenvolvimento
desigual numa economia mundial unificada.” Para compreender o nacionalismo existente no Brasil
e na América Latina e suas fraquezas, Arantes faz uma ampla resenha do conceito de Benedict
Anderson (1991) de nação como “comunidade imaginada” que não nasce apenas de interesses
comuns; nasce também da convivência de elites “criollas” marginalizadas pela metrópole, da
leitura dos jornais por essa elite que as permite se ver ou se identificar como sociedade nacional, e
da leitura dos romances onde essa sociedade é retratada como um todo.2 Depois de fazer esta
análise, Arantes se reporta à distinção de Hannah Arendt de pensamento e conhecimento. Enquanto
o conhecimento está apenas comprometido com a “verdade”, o pensamento, reporta-se
permanentemente à opinião dos outros, e, nesse movimento, ao levar essa opinião em consideração
na formação de seu próprio julgamento, ele logra restabelecer a unidade entre a verdade, a moral, e
gosto que a modernidade perdeu. A partir daí, Arantes tira uma conclusão instigante e provocativa.
Referindo-se ao Brasil, e à nação brasileira como comunidade imaginada, diz-nos ele, “foi
precisamente tal imaginação nacional que nos permitiu começar a pensar – e quando ela se apagar,
é possível que a extinção do pensamento a siga de perto” (p.83). O grifo é meu. Para pensarmos,
temos que nos pensar, precisamos usar nossa imaginação e considerar a complexidade e
diversidade de nossa sociedade, precisamos descobrir nela a unidade, a sociedade nacional.
Compreendemos, então – continua Arantes – “a afinidade sugerida entre comunidade imaginada
nacional e a forma mesma de pensamento... Quem sabe não é essa comunidade de ‘outros’
imaginados na formação de uma ‘nação’ (que já sabemos não ter uma realidade substantiva) que
simplesmente torna possível essa autorregulação silenciosa na cabeça de cada um que chamamos
pensamento” (p.100-102). Para muitos autores inclusive Ernest Gellner, nação e nacionalismo
possuem um caráter étnico. Isto foi verdade em relação à maioria das nações que formaram seus
Estados na Europa Central de onde Gellner se originou, mas não foi verdade mesmo em países
europeus como a França e a Espanha, e definitivamente não é verdade em países como os Estados
Unidos e o Brasil. Alguns analistas distinguem o nacionalismo “cívico” do nacionalismo étnico,
aceitando o primeiro e negando o segundo. Eu prefiro distinguir o nacionalismo étnico do
nacionalismo econômico. O 10 critério étnico não é necessário para o nacionalismo – e sabemos
quão injustos e desumanos podem ser os nacionalismos étnicos – mas o nacionalismo é sempre
econômico: está sempre voltado para a acumulação de capital e o aumento da riqueza das nações.
Estado Desenvolvimentista Quando falamos em Estado Desenvolvimentista estamos pensando em
países em desenvolvimento. Ou, mais precisamente, estamos nos referindo ao Estado nos países de
desenvolvimento retardatário, a começar pelo Japão. No momento em que realizam sua revolução
capitalista e iniciaram o processo de catching up ou alcançamento, o nacionalismo econômico
assumiu a forma do desenvolvimentismo, e ao invés de termos, no período de revolução capitalista
e sua consolidação, um Estado absoluto e um Estado liberal, tivemos em cada um dos países que
teve êxito em se industrializar e desenvolver o Estado desenvolvimentista. E essa perspectiva é
natural, já que o conceito de desenvolvimentismo surgiu apenas no século XX para identificar os
países retardatários. Entretanto, se pensarmos mais detidamente, verificaremos que também os
países de desenvolvimento original também tiveram seu Estado desenvolvimentista: o Estado
mercantilista. O Estado mercantilista ou absoluto é um Estado capitalista que celebra e legitima o
surgimento das economias de mercado, mas defende a intervenção do Estado nesse mercado para
promover o desenvolvimento nacional. Além disso, está baseado em uma coalizão de classes
formada pelo monarca, sua nobreza, e a grande burguesia nascente. Sua estratégia maior de
desenvolvimento é a de aumentar o mercado interno, através da definição das fronteiras de um
Estado-nação o maior possível. Para isto, não hesita em realizar guerras e mais guerras com seus
vizinhos. E, não obstante esteja constituindo uma economia capitalista, não hesita em intervir na
economia e organizar monopólios nos quais essa associação entre o monarca absoluto e a
burguesia se expressa. Na história do pensamento econômico o mercantilismo é visto como uma
escola de pensamento contra a qual a escola clássica e liberal fundada por Adam Smith lançou um
violento e bem sucedido ataque. Assim, não obstante os grandes economistas mercantilistas terem
fundado a ciência econômica, e não obstante tenha sido no quadro do Estado mercantilista – e não
no quadro do Estado liberal – que a revolução nacional e industrial foi realizada, os economistas
liberais do passado e os neoliberais de hoje lograram tornar pejorativa a palavra mercantilismo. O
mesmo que fariam, mais tarde, com o desenvolvimentismo. O Estado desenvolvimentista é a
alternativa ao Estado liberal. A ideia de que o desenvolvimento na Inglaterra e depois nos Estados
Unidos ocorreu no quadro de uma economia liberal de mercado está longe de ser verdadeira. A
Revolução Industrial – o momento dramático e decisivo do desenvolvimento de um país – ocorreu
na quadro do Estado mercantilista. A Inglaterra praticou tarifas elevadas até 1834. Só a partir de
então pode-se falar em um Estado liberal nesse país. Os Estados Unidos tiveram tarifas
alfandegárias altíssimas até 1939. Países centrais que se desenvolveram com atraso como a
Alemanha (mas não podem ser 11 considerados retardatários porque não tiveram que enfrentar o
imperialismo industrial) tiveram no momento decisivo de sua industrialização um Estado
desenvolvimentista que, nesse país, recebeu o nome de bismarquiano. Mas na periferia do
capitalismo o caráter desenvolvimentista do Estado é ainda mais claro. Creio que há duas
explicações para esse fato.. Em primeiro lugar, o quadro no qual os países retardatários devem
fazer sua revolução nacional e industrial é muito diferente daquele que enfrentaram os países hoje
ricos. Para esses países bastou uma revolução nacional enquanto que para os retardatários foi
necessária uma revolução nacionalista. O modelo de Estado desenvolvimentista foi estabelecido
pelo Japão, quando, depois de haver sido vítima da dominação imperial em 1853 e ter sido então
obrigado a abrir seu país ao comércio internacional, realizou a primeira revolução nacionalista da
história, a Restauração Meiji, de 1868, e, assim, iniciou sua revolução industrial e capitalista.
Enquanto os países que realizaram sua revolução capitalista originariamente, como a Inglaterra, a
França, os Estados Unidos e ainda a Alemanha, realizaram apenas uma “revolução nacional” – ou
seja, a formação de um Estado-nação –, os países retardatários tiveram que enfrentar o
imperialismo industrial desses países. Como assinalou Barbosa Lima Sobrinho (1981), seu
nacionalismo econômico precisou conter um elemento “anti”: antiimperialista, porque esses
países, para poderem afirmar seus interesses, tiveram enfrentar o Império, suas pressões e suas
recomendações liberais – algo que os países que se desenvolveram originalmente não precisaram
enfrentar. Para isso – para definirem seus interesses – precisaram dar ao desenvolvimento
econômico um caráter deliberado, o que envolveu a formulação consensual de uma estratégia
nacional de desenvolvimento. Uma estratégia na qual a nação se tornou o grande agente do
desenvolvimento econômico, o Estado, o instrumento para esse objetivo, e os empresários
industriais, associados politicamente à tecnoburocracia pública e aos trabalhadores, os
responsáveis pelo investimento. E, assim, se definia o Estado desenvolvimentista: um Estado
voltado para o desenvolvimento econômico; um Estado cuja nação compartilha uma estratégia
nacional de desenvolvimento – um conjunto de objetivos, de leis, de políticas, de acordos e de
entendimentos voltados para criar oportunidades de investimento lucrativo e a melhoria dos
padrões de vida; um Estado que vê o mercado como uma excelente instituição para coordenar a
ação de setores competitivos, mas perigoso senão prejudicial quando busca coordenar setores
econômicos monopolistas; um Estado que rejeita o laissez-faire liberal em relação à regulação dos
mercados e aos investimentos na infraestrutura e nas indústrias de base, e defende o planejamento
nessas áreas; um Estado que é incialmente responsável por uma parte considerável dos
investimentos, ficando o restante para o setor privado. Mas há uma segunda razão pela qual o
Estado que dos países retardatários é um precisa ser um Estado desenvolvimentista: espera-se que
ele promova uma taxa de crescimento muito superior àquela que prevaleceu no século XIX,
quando os países hoje desenvolvidos se industrializaram. Nessa época, no quadro do Estado
liberal, a taxa de crescimento do PIB por habitante esteve em torno de 1% ao ano. Não mais. No
século XX, nos países ricos, essa taxa dobrou, de forma que para os países em desenvolvimento
realizarem o alcançamento precisam a ter um crescimento per capita de 3 a 4%. Ora, para terem
êxito em alcançar taxas de crescimento desse 12 nível, não podem ficar sujeitos às crises
financeiras recorrentes que a que estão sujeitos os países em desenvolvimento. A necessidade da
condução não apenas de uma política industrial mas também de uma política macroeconômica
desenvolvimentista é especialmente verdade porque conforme afirma a macroeconomia
estruturalista do desenvolvimento – o sistema teórico que vem sendo desenvolvido desse o início
dos anos 2000 para explicar o novo desenvolvimentismo – existe uma tendência à sobreapreciação
cíclica da taxa de câmbio, de forma que neles a taxa de câmbio real se torna cronicamente
sobrevalorizada. Se isto é verdade, se esses países não têm sua taxa de câmbio apenas altamente
volátil – mais do que isto, se sua sobreapreciação cíclica e crônica leva o país de crise em crise de
balanço de pagamentos, é essencial que o governo neutralize essa tendência, intervindo
firmemente no mercado com uma política macroeconômica e industrial adequada.3. Quem faz isto
é o Estado desenvolvimentista, não o Estado liberal.Antigo e novo desenvolvimentismo Enquanto
no plano econômico o fundamento teórico do Estado liberal encontra-se na teoria econômica
clássica e, depois, na teoria neoclássica, o fundamento do Estado desenvolvimentista deve ser
buscado na Escola Histórica Alemã (de Max Weber), na macroeconomia de Keynes e Kalecki, na
Escola Estruturalista do Desenvolvimento Econômico. O desenvolvimentismo nasceu na América
Latina nos anos 1930 e na Ásia, nos anos 1950. Entrou em crise nos anos 1980. Nos anos 2000,
depois da hegemonia ideológica neoclássica e neoliberal dos anos 1990, e renasceu com o nome de
“novo desenvolvimentismo”. Trata-se de um desenvolvimentismo novo, porque referido a um
momento histórico cinquenta anos mais tarde – um momento histórico que é novo no plano
internacional (a globalização) e é novo no plano de cada país, já que muitos dos países que então
iniciavam sua revolução industrial, nacional e capitalista são hoje países desenvolvidos (Coreia do
Sul, por exemplo), ou são países de renda média (Brasil e China, por exemplo). E mesmo aqueles
que são ainda países retardatários pré- industriais, não havendo ainda logrado realizar sua
revolução nacional e industrial, conhecem teorias, como a da doença holandesa e a da crítica do
política de crescimento com endividamento externo, e experiências, como as experiências bem
sucedidas dos países asiáticos dinâmicos que abrem novas perspectivas para eles. Quando opomos
novo desenvolvimentismo a velho desenvolvimentismo devemos pensá-los não apenas como
ideologias, mas também como estratégias nacionais de desenvolvimento. Enquanto o
desenvolvimentismo dos anos 1950 buscava realizar uma revolução nacional e industrial, o desafio
do novo desenvolvimentismo é conservar a autonomia nacional e promover o crescimento com
mais rapidez do que os países ricos a partir de uma base industrial já conquistada; enquanto o
nacional-desenvolvimentismo pressupunha a indústria infante e a protegia com tarifas elevadas, o
novo desenvolvimentismo considera a indústria madura e pronta para competir
internacionalmente; enquanto o velho desenvolvimentismo era substituidor de importações, o novo
defende uma estratégia equilibrada de 13 crescimento do PIB e das exportações, e enfatiza que as
exportações devem ser preferencialmente de bens manufaturados; enquanto o antigo
desenvolvimentismo reconhecia a falta de capacidade do setor privado de realizar os grandes
investimentos na infraestrutura e na indústria de base e encarregava o Estado de fazê-los; o novo
desenvolvimentismo abre mais espaço para o setor privado, embora continue a investir nos setores
que são monopólios naturais; enquanto o velho desenvolvimentismo foi em certos momentos
vítima de um keynesianismo vulgar ou de um populismo fiscal, especialmente nos anos 1980, o
novo desenvolvimentismo afirma e defende a responsabilidade fiscal. O novo desenvolvimentismo
é um fenômeno que começa a se tornar historicamente identificável no início dos anos 2000,
quando a hegemonia neoliberal e neoclássica era total e a ortodoxia liberalal era o receituário de
liberais que haviam se tornado reacionários radicais. Tanto um quanto o outro defendem a
responsabilidade fiscal, mas divergem no mais. Enquanto a ortodoxia convencional ignora a nação,
o novo desenvolvimentismo vê a nação como o agente do desenvolvimento; enquanto a ortodoxia
convencional defende o crescimento com poupança externa ou seja, com déficit em conta corrente
e endividamento externo, o novo desenvolvimentismo afirma que o capital se faz em casa, rejeita
os déficits em conta corrente, e, portanto, é responsável do ponto de vista cambial; enquanto a
ortodoxia convencional desconsidera as flutuações cambiais, o novo desenvolvimentismo vê na
taxa de câmbio uma tendência à sobreapreciação devido à doença holandesa e a entradas
excessivas de capitais, e recomenda a administração da taxa de câmbio, a ortodoxia convencional
considera que o mercado regula a taxa de câmbio de forma satisfatória; enquanto que a ortodoxia
convencional entende que o banco central deve ter um único objetivo, controlar a inflação, e usar
um único instrumento, a taxa de juros, o novo desenvolvimentismo entende que o banco central
deve também buscar uma taxa de câmbio competitiva e o pleno emprego.4 A coalizão de classes
por trás da estratégia novo desenvolvimentista continua a estar baseada em uma coalizão de
classes formada por empresários industriais (e agora também pelos empresários dos serviços
modernos e criativos), pela tecnoburocracia pública, por parte da tecnoburocracia privada, e pelos
trabalhadores, enquanto que a coalizão dependente é formada não mais por capitalistas mercantis,
mas por capitalistas rentistas interessados em juros elevados e baixa inflação, pelos financistas
locais que recebem comissões dos primeiros para administrar sua riqueza, e pelos interesses
estrangeiros em ocupar o mercado interno nacional com suas exportações ou a produção de suas
empresas multinacionais. A preocupação da coalizão desenvolvimentista é produzir e distribuir
riqueza, a da coalizão rentista, capturar renda. O conflito entre coalizões desenvolvimentistas e
coalizões liberais não é exclusividade do Brasil ou da América Latina. Os melhores exemplos de
coalizões desenvolvimentistas bem sucedidas sãos os países asiáticos dinâmicos. E mesmo nos
Estados Unidos esse conflito esteve presente. O “fordismo” – o nome que a teoria da regulação
francesa deu ao “modo de regulação” que foi dominante nesse país desde os anos 1930 até os anos
1970 era uma coalizão desenvolvimentista. A coalizão que presidiu os 30 Anos Neoliberais do
Capitalismo terminados 14 sombriamente pela crise financeira global de 2008, como foram uma
coalizão liberal aquela que terminou com o crash da bolsa de 1929. O desenvolvimentismo como o
nacionalismo implica uma associação básica mas sempre contraditória da elite é com seu povo,
com o qual ela vive uma relação permanente de amor e ódio, de conflito e cooperação. Uma
cooperação que nasce dos interesses comuns em torno da nação que a todos congrega, em torno do
Estado que é seu instrumento por excelência de ação coletiva, em torno do mercado interno que é
seu maior ativo econômico, em torno da moeda nacional que é sua garantia de autonomia nacional.
Um conflito que reflete a luta legítima dos trabalhadores e das classes médias na partilha do
excedente econômico gerado pelo desenvolvimento. Estado desenvolvimentista e democracia Mas
o Estado desenvolvimentista não seria autoritário, enquanto que o liberal, democrático? Para
responder a esta questão é preciso distinguir tanto um quanto o outro tipo de Estado antes e depois
da revolução nacional e industrial de cada país, mas nos dois casos a resposta é negativa. Antes da
aumentavam os padrões de vida. Por isso o novo desenvolvimentismo além de democrático teve
que ser social, não pode apenas contar com o aumento dos salários reais que acompanha com
algum atraso o desenvolvimento econômico, e teve que se preocupar mais diretamente com a
redução das desigualdades. Conclusão Em síntese, o desenvolvimento econômico é parte de um
fenômeno histórico maior que é o desenvolvimento sem adjetivos, ou do desenvolvimento
sustentável no plano econômico, social e ambiental, ou do desenvolvimento humano. Grandes
teóricos do desenvolvimento como Celso Furtado, Raul Prebisch e Ignacy Sachs sempre
enfatizaram que o desenvolvimento implica mudanças estruturais em toda a sociedade, de forma
que o desenvolvimento econômico é historicamente acompanhado por desenvolvimento político,
por desenvolvimento social, e por desenvolvimento ambiental. A partir daí poderíamos concluir
que o desenvolvimentismo é a ideologia e é a estratégia desse desenvolvimento econômico que, na
medida em que avança, se quer também ser social e ambiental. Entretanto, conceituar o
desenvolvimentismo como a ideologia e a estratégia nacional de desenvolvimento que dá
prioridade ao desenvolvimento econômico sobre a estabilidade de preços está mais de acordo com
o uso que foi feito dessa palavra por aqueles que o utilizaram inicialmente, em particular os
intelectuais nacionalistas do ISEB dos anos 19505 O desenvolvimentismo é sempre nacionalista,
mas é apenas econômico, e, portanto, jamais é étnico. O desenvolvimentista que os países
retardatários adotam para realizar o alcançamento nada tem a ver com o nacionalismo xenófobo
que caracteriza os partidos de extrema direita e os extremistas envolvidos em limpeza étnica. É um
nacionalismo que pressupõe um grau crescente de cooperação entre 16 as nações, mas que parte de
um pressuposto fundamental: a lógica fundamental do capitalismo foi sempre a da competição não
apenas entre as empresas, mas também entre os Estados-nação, e para enfrentar essa competição é
necessário ser nacionalista – é necessário ser capaz de defender o trabalho, o conhecimento e o
capital nacionais. No tempo do capitalismo global e tecnoburocrático, essa competição é ainda
mais forte do que foi no capitalismo clássico do XIX. Os países ricos praticam com a maior
naturalidade seu nacionalismo e não hesitam em agir de forma imperialista; não resta alternativa
aos países em desenvolvimento senão se defender e promover seu desenvolvimento através de seu
próprio nacionalismo desenvolvimentista. Em segundo lugar, o desenvolvimentismo envolve
sempre a formação de uma coalizão de classes nacional. Não há Estado desenvolvimentista se não
houver um pacto político associando as principais frações de classe interessadas no
desenvolvimento: os empresários, os trabalhadores e a tecnoburocracia pública. Porque neles há
sempre uma coalizão de classes contrária ao desenvolvimento, dependente, liberal, que associa
capitalistas rentistas, financistas e interesses estrangeiros. A coalizão liberal alternativa não
existiria se não houvesse entre as elites dos países retardatários um elevado grau de dependência
ou de colonialismo. Se uma parte considerável dessas elites não sofresse de complexo de
inferioridade em relação ao Norte. Essa dependência é maior na América Latina do que nos países
asiáticos dinâmicos. Na América Latina uma parte importante de suas elites (a) rejeita a existência
de conflito de interesses com os países ricos, (b) acredita que “precisa” de seu capital esquecendo-
se que o capital se faz em casa e que entradas de capital apreciam o câmbio e causam elevada
substituição da poupança interna pela externa, (c) aceita e adota em suas universidades teorias
econômicas liberais; (d) supõe que seus conselhos e pressões são boas porque são “mais
competentes”. Na verdade, as elites latino-americanas são nacional-dependentes. Vivem essa
permanente contradição, e, em alguns momentos se tornam nacionalistas, em outros, aceitam a
subordinação ao Norte – especialmente quando há medo do comunismo (anos 1960) ou quando a
hegemonia ideológica neoliberal é total (anos 1990). Quando uma elite é colonial ou dependente, a
probabilidade que o país se desenvolva é muito pequena. No Brasil, por exemplo, as elites
econômicas e políticas alcançaram razoável autonomia entre os anos 1930 e os anos 1950 e
durante os anos 1970, e por isso cresceram muito. Depois que perderam essa autonomia, com a
crise da dívida externa dos anos 1980, e abrirem sua economia e principalmente sua conta
financeira no início dos anos 1990, suas taxas de crescimento foram muito menores. 17
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Originalmente publicada em W. G. Santos (1978) Ordem Burguesa e Liberalismo Político. Woo-
Cumings, Meredith, org. (1999) The Developmental State. Ithaca: Cornell University Press. 1 Para
um conjunto de trabalhos sobre as ideias de Johnson ver Meredith WooCumings, org. (1999). 2
Hoje, no Brasil, deveríamos acrescentar que o nacionalismo também se alimenta da assistência às
novelas de televisão brasileiras> 18 3 Sobre a macroeconomia estruturalista do desenvolvimento
ver Bresser-Pereira (2010, 2012). 4 Nestas comparações que fazemos do novo
desenvolvimentismo com o velho desenvolvimentismo e com a ortodoxia convencional ou
Consenso de Washington faço uso de diversos conceitos que estão desenvolvidos principalmente
em Bresser-Pereira (2010). 5 O ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) foi formado por
um conjunto de intelectuais que, nos anos 1950, analisou o desenvolvimento do Brasil de um
ponto de vista histórico e político amplo, a partir de uma perspectiva nacionalista e
Fazia parte da chamada “linha dura” – setor do Exército que exigia medidas mais enérgicas e
repressivas para manter a ordem social e política.
Em seu governo, no ano de 1967, formou-se a Frente Ampla, grupo de oposição ao regime militar –
liderada por Carlos Lacerda e JK. A Frente exigia a anistia política, eleições diretas em todos os
níveis e a convocação de uma Assembléia Constituinte.
As agitações internacionais de 1968 tornou a esquerda mais radical, defendendo a luta armada para
a redemocratização do país. O movimento estudantil crescia e exigia democracia.
Da mesma forma, os grupos de direita também se radicalizavam. O assassinato do estudante Edson
Luís pela polícia, na Guanabara, provocou um enorme ato de protesto – a passeata dos cem mil.
Em dezembro de 1968, o deputado pelo MDB, Márcio Moreira Alves fez um pesado discurso e
atacando as Forças Armadas.
O ministro da Justiça, Gama e Silva, procurou processar o deputado; porém o Congresso garantiu a
imunidade do parlamentar. Como resposta, Costa e Silva decretou o ato institucional n5 – o mais
violento de todos. Pelo AI-5 estabeleceu-se, entre outros: o fechamento do Legislativo pelo
presidente da República, a suspensão dos direitos políticos e garantias constitucionais, inclusive a
do habeas-corpus; intervenção federal nos estados e municípios.
Através do AI-5 as manifestações foram duramente reprimidas, provocando o fechamento total do
regime militar. Segundo o historiador Boris Fausto: “Um dos muitos aspectos trágicos do AI-5
consistiu no fato de que reforçou a tese dos grupos de luta armada.” Semelhante tese transformou-
se em realidade com a eleição (indireta) de um novo presidente – Emílio Garrastazu Médici –pois
Costa e Silva sofreu um derrame cerebral.
Governo do general Médici ( 1969/1974)
Período mais repressivo de todo regime militar, onde a tortura e repressão atingiram os extremos,
bem como a censura aos meios de comunicação. O pretexto foi a intensificação da luta armada
contra o regime.
A luta armada no Brasil assumiu a forma de guerra de guerrilha (influenciada pela revolução
cubana, pela guerra do Vietnã e a revolução chinesa). Os focos de guerrilha no Brasil foram: na
serra do Caparaó, em Minas Gerais – destruído pela rápida ação do governo federal; um outro foco
foi no vale do Ribeira, em São Paulo, chefiado pelo ex-capitão Carlos Lamarca – foco também
reprimido pelo governo rapidamente.
O principal foco guerrilheiro foi no Araguaia, no Pará. Seus participantes eram ligados ao Partido
Comunista do Brasil e conseguiram apoio da população local. O modelo teórico dos guerrilheiros
seguia as propostas de Mao Tsé-tung. O foco, descoberto em 1972, foi destruído em 1975. Ao lado
da guerrilha rural, desenvolveu-se também a guerrilha urbana.
Seu principal organizador foi Carlos Marighella, líder da Aliança de Libertação Nacional. Para
combater a guerrilha urbana o governo federal sofisticou seu sistema de informação com os DOI-
CODI (Destacamento de Operação e Informações-Centro de Operações de Defesa Interna), que
O MILAGRE ECONÔMICO
Período do governo Médici de grande crescimento econômico e dos projetos de grandes impactos
(como a Transamazônica e o Movimento Brasileiro de Alfabetização-MOBRAL), em razão do
ingresso maciço de capital estrangeiro.
Houve uma expansão do crédito, ampliando o padrão de consumo do país e gerando uma onda de
ufanismo, como no slogan “este é um país que vai prá frente”. O regime utiliza este período de
otimismo para ocultar a repressão política – aproveita-se inclusive das conquistas esportivas da
década de 70, como o tricampeonato de futebol.
O ideólogo do “milagre” foi o economista Delfim Netto usando como atrativo ao capital
estrangeiro as baixas taxas de juros utilizadas no mercado internacional. No entanto, a
modernização e o crescimento econômico brasileiro não beneficiou as camadas pobres. No período
do “milagre” as taxas de mortalidade infantil subiram e, segundo estimativas do Banco Mundial, no
ano de 1975 70 milhões de brasileiros eram desnutridos.
O presidente Geisel tomou posse sob a promessa do retorno ‘a democracia de forma “lenta, gradual
e segura”. Seu governo marca o início do processo de abertura política.
Em novembro de 1974 houve eleições parlamentares e o resultado foi uma expressiva vitória do
MDB. Preocupado com as eleições municipais, no dia 1 de julho de 1976 foi aprovada a Lei
Falcão, que estabelecia normas gerias para a campanha eleitoral através do sistema de radiodifusão:
exibição da fotografia do candidato, sua legenda e seu número. Apresentação do nome e seu
currículo. Semelhantes regras forçava o candidato a conquistar o voto no contato direto com o
eleitor.
No dia 1 de abril de 1977, o presidente – utilizando o AI-5 – decretou o recesso do Congresso
Nacional. Foi promulgando, então, o pacote de abril, estabelecendo mandato de seis anos para
presidente da República, manutenção das eleições indiretas para governador, diminuição da
representação dos estados mais populosos no Congresso Nacional e criada a reserva de um terço
das vagas do Senado para nomes indicados pelo governo (senador biônico).
Embora a censura aos meios de comunicação tenha diminuído o regime continuava fechada e a
repressão existia. Como exemplo, a morte do jornalista da TV Cultura, Vladimir Herzog, nas
dependências do DOI-CODI paulista (1975) e o “suicídio” do operário Manuel Fiel Filho em 1976.
O ano de 1977 foi muito agitado politicamente – em razão da crise mundial do petróleo –
resultando em cassações de mandatos e diversas manifestações estudantis em todo o país. No ano
de 1978 houve uma greve de metalúrgicos no ABC paulista, sob a liderança de Luís Inácio da
Silva, o Lula. No final de seu governo, Geisel revogou o AI-5.
Durante o governo de João Baptista Figueiredo houve fortes pressões, da sociedade civil, que
exigiam o retorno ao estado de direito, uma anistia política, justiça social e a convocação de uma
Assembléia Constituinte.
Em março de 1979, uma greve de metalúrgicos no ABC paulista mobilizou cerca de 180 mil
manifestantes; em abril de 1981, uma nova greve, que mobilizou 330 mil operários, por 41 dias.
Neste contexto é que se destaca o líder sindical Luís Inácio da Silva – Lula. A UNE reorganizou-se
no ano de 1979 e, neste mesmo ano, o presidente Figueiredo aprovou a Lei da Anistia – que
beneficiava exclusivamente os presos políticos. Alguns exilados puderam voltar ao país.
Ainda em 1979 foi extinto o bipartidarismo, forçando uma reforma partidária. Desta reforma
surgiram o PSD (Partido Social Democrático), herdeiro da antiga Arena; o PMDB (Partido do
Movimento Democrático Brasileiro), composto por políticos do antigo MDB; o PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro), controlado por Ivete Vargas e formado por setores da antiga ARENA; PDT
(Partido Democrático Trabalhista), fundado por Leonel Brizola e PT (Partido dos Trabalhadores),
com propostas socialistas. Em 1983 a sociedade civil participou intensamente do movimento das
Diretas-já.
Em 1984 foi apresentada a Emenda Dante de Oliveira, que propunha o restabelecimento das
eleições diretas para presidente da República. A emenda foi rejeitada pelo Congresso Nacional.
No ano de 1985, em eleições pelo Colégio Eleitoral, o candidato da oposição- Tancredo Neves
derrotou o candidato da situação – Paulo Maluf. Tancredo Neves não chegou a tomar posse –
devido a problemas de saúde veio a falecer em 21 de abril de 1985. O vicepresidente, José Sarney
assumiu a presidência, iniciando um período conhecido como Nova República.
A Nova República
Governo de José Sarney (1985/1990)
O mandato de José Sarney foi marcado pelos altos índices inflacionários e pela existência de vários
planos econômicos: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987) e Plano Verão (1989).
O plano de maior repercussão foi o Plano Cruzado, que, procurando conter a inflação determinou:
congelamento de todos os preços por um ano; abono salarial de 8%, e reajustados após um ano, ou
quando a inflação atingisse 20%; extinção da correção monetária e o cruzeiro perdia três zeros e
passava ser chamado de cruzado.
Por ser um governo de transição democrática, importantes avanços políticos ocorreram, como a
convocação de uma Assembléia Constituinte que elaborou e promulgou a Constituição de 1988 –
“Constituição Cidadã”- que estabeleceu as eleições diretas em todos os níveis; a legalização dos
partidos políticos de qualquer tendência; instituição do voto facultativo aos analfabetos, jovens
entre 16 e 18 anos e pessoas acima de 70 anos; fim da censura; garantido o direito de greve e a
liberdade sindical; ampliação dos direitos trabalhistas; intervenção do Estado nos assuntos
econômicos e nacionalismo econômico ao reservar algumas atividades às empresas estatais.
As eleições presidenciais de 1989
Aplicou o plano econômico denominado de Plano Brasil Novo, o qual extinguiu o cruzado novo e
retornou o cruzeiro; congelou preços e salários; bloqueio boa parte do dinheiro de aplicações
financeiras e de poupanças por 18 meses. Houve grande número de demissões no setor público,
redução nas tarifas de importação e um tumultuado processo de privatizações.
No entanto, as denúncias de corrupção envolvendo o alto escalão do governo levou o Congresso a
formar uma Comissão Parlamentar de Inquérito. O relatório final da CPI apontou ligações do
presidente com Paulo César Farias – amigo pessoal e tesoureiro da campanha presidencial.
Realização de um plebiscito em 1993 que deveria estabelecer qual o regime político (monarquia ou
república) e qual a forma de governo (presidencialismo ou parlamentarismo). No dia 21 de abril o
resultado do plebiscito confirmou a manutenção da república presidencialista. No aspecto
econômico o mais importante foi a aplicação do Plano Real, que buscava combater a inflação e
estabilizar a economia nacional. O Plano pregava a contenção dos gastos públicos, a privatização
de empresas estatais, a redução do consumo mediante o aumento da taxa de juros e maior abertura
do mercado aos produtos estrangeiros.
O Plano contribuiu para a queda da inflação e aumento do poder aquisitivo e da capacidade de
consumo – em razão da queda dos preços dos produtos face à concorrência estrangeira. A
popularidade do Plano Real auxiliou o ministro da Fazenda de Itamar Franco, Fernando Henrique
Cardoso, a vencer as eleições em outubro de 1994.
O governo de Fernando Henrique Cardoso (1995/2002)
Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro presidente do Brasil a conseguir uma reeleição
– através de uma mudança constitucional. Seus dois mandatos são caracterizados pela aceleração
1982;
d) a censura à imprensa foi totalmente abolida a partir do início do governo do general Emílio
Garrastazu Médici;
e) a extinção do AI-5 colaborou para que a democracia plena fosse adiada indeterminadamente no
Brasil.
4) (FGV-SP) – Dos fatos abaixo, qual não teve relação com o movimento das “Diretas-já!” de
1984:
a) a eleição direta de José Sarney para a presidência da República;
b) a mobilização política da juventude de classe média, que se repetiria com os “carapintadas” anti-
Collor alguns anos depois;
c) o fortalecimento da candidatura de Tancredo Neves a presidente, ainda que escolhido
indiretamente;
d) a transformação de uma parte dos políticos que apoiavam a ditadura militar em membros da
Frente Liberal, pela cisão dentro do PDS;
e) a ampliação da participação político-partidária, inclusive com a formação de partidos novos e o
enfraquecimento do regime militar.
5) (UFMS) – No governo de Ernesto Geisel, a chamada abertura democrática iniciou-se com:
a) a introdução do voto vinculado;
b) o término da intervenção nos sindicatos;
c) a revogação do ato institucional n5;
d) a concessão do direito de voto aos analfabetos; e) a volta dos exilados políticos de 1964.
6) (FATEC) – Sobre o governo do presidente Itamar Franco, considere as seguintes afirmações:
I-Embora os graves problemas sociais e econômicos continuassem a exigir providências, o grande
debate político dava-se em torno da definição das futuras candidaturas para presidente da
República;
II- Após a realização do plebiscito que decidiu sobre o regime e a forma de governo que deveriam
vigorar no País, a revisão constitucional (questão de fundamental importância) não foi adiante;
III- A culminância da atuação do Ministério da Fazenda deu-se com a implantação de um novo
plano econômico: o Plano Real. Tratava-se de um conjunto de medidas que deveriam estabilizar a
moeda e promover a estabilidade da economia.
Destas afirmações.
a) apenas a II é a III são corretas;
b) apenas a I é a II são corretas;
c) apenas I é III são corretas;
d) apenas I é correta;
e) todas são corretas.
Respostas
1) E
2) D
3) B
4) A
5) C
6) E
in: https://www.mundovestibular.com.br/articles/4373/1/DA-REPUBLICA-MILITAR-
A-NOVA-REPUBLICA-1964---1985/Paacutegina1.html (acesso em 17 de dezembro de 2017).
A geopolítica brasileira
O Mercosul
relação entre as necessidades dos homens e os recursos disponíveis para satisfazê-las. A ciência
econômica está sempre analisando os principais problemas econômicos: o que produzir, quando
produzir, em que quantidade produzir e para quem produzir. Além dos resultados da atuação
desta ciência em questões diretamente a ela ligadas, como dinheiro ou produção ou mercado
financeiro, a economia influencia diretamente e indiretamente outras áreas da sociedade, seja a
política, que está a ela intimamente ligada, ou seja a qualidade de vida das pessoas.
A partir da década de 1990, após o fim do bloco socialista, a circulação mundial de bens e
serviços tornou-se muito mais ampla, pois muitos países socialistas que somente faziam
comércio entre si passaram a integrar o mercado global. Hoje, várias pessoas do mundo
mantém hábitos de consumo semelhantes ( Exemplos disso : 1- comer hambúrguer da rede
MacDonald’s , o hambúrguer da China é igual ao do Brasil , 2- Vestir-se com calça jeans 3-
assistir aos últimos lançamentos do cinema 4 – comprar dvd’s de artistas mundialmente famosos
: Justin Bieber, Michael Jackson, Byonce, Lady Gaga) . O século XX (século vinte tem início
em 1901 e vai até o ano 2.000) marcou o momento em que hábitos culturais, como o modo de se
vestir e o padrão alimentar das pessoas, passaram a ser ditados pelas grandes potências
econômicas do mundo e adotados em escala mundial .
Mundo Globalizado
Nas últimas décadas, as reformas implantadas pelo novo modelo econômico brasileiro
promoveram o controle da inflação e dos gastos públicos, ampliaram os investimentos externos
e internos no país e iniciaram um novo ciclo de modernização econômica. O Brasil enfrentou
em 2008 uma crise econômica mundial. Essa crise de 2008 retrata uma característica da
economia global. Como existe uma rede integrada das economias das empresas e países, basta
um problema num ponto dessa rede (num país ou numa empresa ou banco) que o problema é
propagado para todo a economia globalizada. Em 2008, houve uma crise econômica iniciada
nos Estados Unidos, chamada Sub-prime com hipotecas (empréstimos para aquisição de casa
própria) e essa crise de espalhou pelo mundo, mas no Brasil ela foi bem menor. Porque o Brasil
adotou como grande parceiro comercial a China, além dos Estados Unidos , essa estratégia
funcionou, a China continuou comprando as produtos primários (comodities) brasileiros
(carnes, minério de ferro, petróleo e soja) . Outra decisão importante que manteve o crescimento
econômico brasileiro foi o fortalecimento do mercado interno, isso fez com que renda das
pessoas aumentasse. O Brasil fez isso pela a transferência de renda para os mais carentes (seja
pelo aumento do salário mínimo, do programa bolsa família, do BPC, benefício da prestação
continuada para pessoas que possuem alguma deficiência, projeto Minha Casa Minha Vida que
dá subsídio para a construção da casa própria). Dessa forma a economia se manteve em
crescimento.
A população brasileira é de cerca de 190 milhões, a 5ª maior do mundo . Atualmente PIB do
Brasil é de cerca de US $ 2 trilhões, o PIB é a soma de toda a riqueza produzida no país em um
ano. Portanto o Brasil é a sétima maior economia do mundo hoje. Para comparação o maior
PIB do mundo é dos Estados Unidos de US $ 14 trilhões .
Mas o PIB per capita do Brasil é ainda baixo de cerca de U$ 10 mil por brasileiro por ano ,
dividindo a riqueza produzida por todos os brasileiros , devido à grande população. Para
comparação, um dos maiores PIB per capita do mundo é o dos EUA com cerca de U$ 50 mil
por ano, da Noruega é maior ainda de cerca de US$ 90 mil dólares, e o maior de todos é de
Luxemburgo de pouco mais de US$ 100 mil.
O Brasil está fazendo parte dessa economia globalizada mundial, participando ativamente no
cenário econômico mundial, destacando o Bloco econômico que ajudou a fundar o Mercosul. A
taxa de desemprego brasileira é bem baixa de uns 5% (de cada cem trabalhadores brasileiros
apenas 5 estão desempregados) . Para comparação, a Espanha, país desenvolvido da Europa, a
taxa de desemprego é de cerca de 20 % . O Brasil tem que fortalecer o conhecimento técnico e
o desenvolvimento tecnológico, para tornar-se mais competitivo no mundo globalizado. Hoje a
economia mundial necessita de criatividade e conhecimento, portanto um desafio para o Brasil é
formar pessoas que dominem as novas tecnologias.
O desafio é combater a desigualdade social e investir em educação de qualidade,
desenvolvendo tecnologias de ponta !
Fonte : DANELLI, Sonia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia 8º ano. Editora
Moderna. 2ª edição. São Paulo : 2007 .
Apostila anexa.
2. PROGRAMA DE GEOGRAFIA
REGIÕES DO BRASIL: NORTE; NORDESTE; SUDESTE; SUL; CENTRO-OESTE,
ANALISANDO O RELEVO, CLIMA, VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA, TRANSPORTE,
POPULAÇÃO, AGRICULTURA, INDÚSTRIA E EXTRATIVISMO;
ESTUDOS REGIONAIS
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola
in: http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/estudos-regionais.htm 17
02:09
NORTE;
Região Norte
Informações, dados geográficos, cultura, clima, estados, rios, cidades, turismo, mapa, agricultura e
economia
Informações e
dados da região
Norte do Brasil
-
Área: 3.853.676,
9Mapa da Região Norte km²
- Vegetação: Floresta Amazônica (quase todo território da região norte), vegetação de mangue (litoral do Amapá
e Pará) e Cerrado (extremo sul do Amazonas, Pará, Tocantins e Rondônia).
- Relevo: presença Planícies e Terras Baixas Amazônicas, Planalto Central e Planalto da Guianas.
- Clima: prevalece na região o clima equatorial, com temperaturas elevadas e índice pluviométrico (de chuvas)
elevado.
- Rios Principais: rio Amazonas, rio Negro, rio Solimões, rio Xingu, rio Tocantins, rio Madeira, rio Juruá, rio
branco, rio Tapajós, rio Paru e rio Uamutã.
- Usinas Hidrelétricas: Usina Hidrelétrica de Balbinos, de Samuel, Santarém, Tucuruí e São Felix.
- Agricultura (principais produtos agrícolas): soja (crescimento expressivo nos últimos anos), guaraná, arroz,
mandioca, cacau, maracujá e cupuaçu.
- Turismo: A beleza natural da Floresta Amazônica (fauna, flora, cachoeiras, corredeiras, rios) tem atraído cada
vez mais turistas do Brasil e de vários países do mundo. Além do ecoturismo, existem festas e pontos turísticos
importantes: Mercado Ver-o-Peso (Belém), Museu Paraense Emilio Goeldi, Teatro da Paz (Belém), Teatro
Amazonas (Manaus).
- Cultura: Danças típicas (marujada, carimbó, cirandas), Festival Folclórico de Parintins, festa religiosa do Círio
de Nazaré (Belém). Na culinária é forte a influência indígena. Os pratos típicos que se destacam são: pirarucu de
casaca, tacaca, açaí, pato no tucupi e maniçoba.
- Estado do Amazonas: Manaus (capital), Coari, Manacapuru, Tefé, Parintins, Tabatinga e Itacoatiara.
- Estado de Tocantins: Palmas (capital), Araguaína, Porto Nacional, Gurupi e Paraíso do Tocantins.
- Estado de Roraima: Boa Vista (capital), Amajari, Alto Alegre, Rorainópolis, Mucajaí e Caracaraí.
- Estado do Acre: Rio Branco (capital), Cruzeiro do Sul, Feijó, Sena Madureira, Tarauacá.
NORDESTE;
Região Nordeste
Informações, dados geográficos, cultura, estados, rios, cidades, turismo, mapa, agricultura, relevo,
clima e economia
Informações e
dados da região
Nordeste do
Brasil
-
Mapa da região Nordeste Área: 1.554.291,
6 km² (corresponde
a 18,2% do território brasileiro)
36,90 hab./km²
- Estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
- Vegetação: Mata Atlântica (em pequenas áreas da região próxima ao litoral); Cerrado (oeste da Bahia e sul do
Maranhão), Caatinga (no sertão nordestino, interior), Mata dos Cocais (em áreas do Maranhão, Piauí, Rio Grande
do Norte e Ceará).
- Clima: semiárido (interior); tropical (sul da Bahia e centro do Maranhão); litorâneo úmido (região litorânea) e
equatorial úmido (oeste do Maranhão).
- Rios Principais: rio São Francisco, rio Parnaíba, rio Jaguaribe, rio Capibaribe, rio Piranhas-Açu e rio Una.
- Agricultura (principais produtos agrícolas): cana-de-açúcar (principal produto), tabaco, algodão, caju, manga,
uva, acerola e cacau. A cana-de-açúcar é cultivada, principalmente, na região litorânea, onde encontramos o
massapé, solo escuro, argiloso e muito fértil.
- Economia: bem diversificada. Nas cidades litorâneas destacam-se os serviços voltados para o turismo. Na
pecuária, existe uma importante criação de bovinos nos estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Pernambuco.
Presença de indústrias, nas grandes cidades, de calçados, produtos elétricos e eletrônicos, petroquímica (Polo
Petroquímico de Camaçari) e tecelagem. Destaque para o Distrito Industrial de Ilhéus (Bahia), Complexo
Industrial de Suape (Pernambuco), Distrito Industrial de Maracanaú (Ceará). Na área de tecnologia, podemos
destacar o Porto Digital do Recife (maior polo tecnológico do país), com ênfase na produção de softwares.
- Turismo: as cidades litorâneas possuem uma ótima infraestrutura turística (aeroportos, hotéis, pousadas,
parques, etc). As praias se destacam pelas belezas naturais. Há também o turismo histórico-cultural, com cidades
de arquitetura da época colonial (Recife, Olinda, Salvador, entre outras).
- Cultura Nordestina: a cultura é bem diversificada e representa a união cultural de brancos (principalmente
portugueses), índios e negros africanos. Na culinária, podemos destacar pratos típicos como, por exemplo,
acarajé, vatapá, sarapatel, sururu e carne-de-sol. No campo da música, existem vários ritmos populares
(axé, samba, xote, forró, xaxado, samba-de-roda, frevo e baião). Não podemos deixar de mencionar também a
beleza da literatura de cordel nordestina, tendo como principal representante Patativa de Assaré. Nas festas típicas
nordestinas, destaca-se o bumba-meu-boi e as micaretas.
Problemas Sociais: o principal é a seca do Nordeste que atinge extensas áreas do sertão (região do polígono das
secas), levando pobreza e fome para os habitantes.
- Estado de Alagoas: Maceió (capital), Arapiraca, Palmeira dos Índios, Rio Largo, Penedo, União dos Palmares e
Santana do Ipanema.
- Estado da Bahia: Salvador (capital), Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus, Itabuna, Juazeiro, Porto
Seguro, Camaçari e Jequié.
- Estado do Ceará: Fortaleza (capital), Juazeiro do Norte, Canindé, Crato, Sobral, Barbalha.
- Estado do Maranhão: São Luís (capital), Açailândia, Imperatriz, Timon, Caxias, Bacabal, Balsas, Codó e
Santa Inês.
- Estado da Paraíba: João Pessoa (capital), Campina Grande, Santa Rita, Patos, Souza, Cajazeiras e Cabedelo.
- Estado do Piauí: Teresina (capital), São Raimundo Nonato, Picos, Canindé.
- Estado de Pernambuco: Recife (capital), Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Caruaru.
- Estado do Rio Grande do Norte: Natal (capital), Mossoró, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim, Ceará-
Mirim, Macaíba e Caicó.
- Estado de Sergipe: Aracaju (capital), Lagarto, Estância e Itabaiana.
Você sabia?
https://www.suapesquisa.com/geografia/regiao_nordeste.htm 17 02:12
SUDESTE;
Região Sudeste
Informações, dados geográficos, desenvolvimento, mapa, urbanização e economia
Sudeste: região mais populosa do - Densidade demográfica: 94,01 hab./km² (estimativa 2017)
Brasil
- Vegetação: em função do desenvolvimento urbano e agrícola, grande parte da vegetação nativa desapareceu.
Destaca-se a Mata Atlântica na região litorânea.
- Economia: região com intenso desenvolvimento das indústrias de automóveis, metalúrgicas, alimentícia,
tecnológica, etc. As áreas de serviço e comércio também se destacam. A região Sudeste é a mais industrializada
do Brasil. O principal porto do Brasil localiza-se na cidade de Santos-SP.
- Urbanização: na região Sudeste concentra-se grande parte da população brasileira. As cidades mais populosas
do Brasil estão no Sudeste. São elas: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O crescimento desordenado
destas cidades gerou, nos últimos anos, sérios problemas urbanos como, por exemplo, desemprego, poluição,
trânsito, falta de moradia, violência urbana e desigualdade social.
- Estado de São Paulo: São Paulo (capital), Guarulhos, Santo André, São Bernardo do Campo, Santos, Jundiaí,
Campinas e São Caetano do Sul.
- Estado do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro (capital), Niterói, Volta Redonda, Campos, Nova Friburgo.
- Estado de Minas Gerais: Belo Horizonte (capital), Uberlândia, Uberaba, Juiz de Fora e Governador Valadares.
https://www.suapesquisa.com/geografia/regiao_sudeste.htm 17 02:13
SUL;
- Vegetação: Mata dos Pinhais ou de Araucárias (regiões de planalto); Mata Atlântica (região da Serra do Mar);
Campos (na região da Campanha Gaúcha ou Pampa no Rio Grande do Sul).
- Rios Principais: rio Paraná, rio Uruguai, rio Itajaí, rio Jacuí e rio Pelotas.
- Usinas Hidrelétricas: Usina Hidrelétrica de Itaipu (no rio Paraná), Machadinho (rio Pelotas) e Itá (no rio
Uruguai).
- Agricultura (principais produtos agrícolas): soja, trigo, arroz, algodão, cana-de-açúcar, laranja, uva, café, erva-
mate.
destacando-se o turismo nas cidades litorâneas, principalmente, de Santa Catarina. O comércio também é bem
movimentado em toda região Sul.
- Social: Grande parte das cidades da região sul apresenta ótimos índices sociais e de qualidade de vida.
- Turismo: as cidades litorâneas possuem uma excelente infraestrutura turística (aeroportos, pousadas, hotéis,
parques, etc). As praias se destacam pelas belezas naturais, principalmente no litoral catarinense. Há também o
turismo histórico-cultural, com cidades de arquitetura do período da colonização italiana e alemã (final do século
XIX e início do XX).
- Cultura: muitas cidades do sul do país foram fundadas por colonos alemães e italianos. Portanto, a cultura
desta região é fortemente marcada pela influência cultural destes países europeus. Festas típicas, danças, músicas
e a culinária são marcadas por traços alemães e italianos.
Na culinária podemos destacar o arroz carreteiro, chimarrão e churrasco (típicos do Rio Grande do Sul). Em
Santa Catarina destacam-se os pratos a base de camarão, o marreco com repolho roxo e a bijajica. No Paraná, os
pratos mais típicos são arroz com pinhão, barreado e o carneiro no buraco.
- Estado do Paraná: Curitiba (capital), Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos
Pinhais, Colombo, Guarapuava.
- Estado de Santa Catarina: Florianópolis (capital), Joinville, Blumenau, São José, Criciúma, Lages, Itajaí,
Chapecó e Jaraguá do Sul.
- Estado do Rio Grande do Sul: Porto Alegre (capital), Canoas, Gravataí, Viamão, Novo Hamburgo, Alvorada,
São Leopoldo e Sapucaia do Sul.
Você sabia?
https://www.suapesquisa.com/geografia/regiao_sul.htm 17 02:14
CENTRO-OESTE
Região Centro-Oeste
Object 3
- Vegetação: Floresta Amazônica (norte e oeste), Cerrado (região central) e Complexo do Pantanal (Mato Grosso
e Mato Grosso do Sul).
- Rios Principais: rio Xingu, rio Juruena, rio Teles Pires, rio Paraguai, rio Araguaia, rio Paraná, rio Tocantins.
- Agricultura (principais produtos agrícolas): milho, soja, mandioca, arroz, feijão, café, abóbora, trigo e
amendoim.
- Economia: baseada na agricultura e na pecuária (bovinos, equinos e bufalinos). Indústrias nas capitais: Campo
Grande, Goiânia e Cuiabá. Destaque para as indústrias de alimentos, mecânica, química e têxtil.
- Turismo: o Complexo do Pantanal, em função de suas belezas naturais, é um dos destaques turísticos da região.
Oferece boa infraestrutura (hotéis, pousadas, serviços). Destaca-se também a região de Caldas Novas em Goiás
(estância hidrotermal). Encontra-se também em Goiás, cidades com arquitetura colonial.
- Cultura: Podemos destacar as cavalhadas (folguedos que simulam batalhas medievais entre cristãos e mouros)
e outras festas folclóricas. Na culinária, os pratos típicos são: arroz com pequi, curau, capivara de caçarola, peixe
na telha, quentão, pudim de banana da terra, galinhada entre outros.
- Estado do Mato Grosso: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Sinop, Tangará da Serra, Barra do
Garças, Alta Floresta.
- Estado do Mato Grosso do Sul: Campo Grande (capital), Corumbá, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã,
Aquidauana e Naviraí
- Distrito Federal - regiões administrativas de: Brasília, Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina,
Paranoá, Ceilândia.
https://www.suapesquisa.com/geografia/regiao_centro_oeste.htm 17 02:17
Extrativismo Animal
O extrativismo animal está concentrado principalmente na pesca e
na aquicultura, que é o cultivo de animais aquáticos. Por ser uma atividade
sustentável, requer o respeito à época do Defeso, quando a pesca é proibida
por ocasião da reprodução desses animais.
In: http://www.clickescolar.com.br/extrativismo-mineral-vegetal-e-animal.htm
17 02:20
Vide: www.sistemas.ufrn.br/shared/verArquivo?idArquivo=1605562&key...
Apostila em Anexo.
3. PROGRAMA DE MATEMÁTICA
ÁLGEBRA:
. CONJUNTOS NUMÉRICOS;
Conjuntos numéricos
Podemos caracterizar um conjunto como sendo uma reunião de
elementos que possuem características semelhantes. Caso esses
elementos sejam números, temos então a representação dos
conjuntos numéricos. Quando esse conjunto é representado por
extenso, escrevemos os números entre chaves { }, se o conjunto for
infinito irá possuir incontáveis números.
Para representar essa situação devemos utilizar reticências, ou seja,
três pontinhos. Existem cinco conjuntos numéricos que são
considerados fundamentais, por serem os mais utilizados em
problemas e questões relacionados à matemática. Acompanhem a
seguir a representação desses conjuntos:
Conjunto dos Números Naturais
• Representação simbólica: N* = {x є N/ x ≠ 0}
• {+ 1, + 4} à Números naturais.
• {+ } à Fração.
• {+ } à fração.
https://www.estudopratico.com.br/conjuntos-numericos/ 17 02:38
. FUNÇÃO AFIM;
.
. FUNÇÃO LOGARÍTMICA;
. PROGRESSÕES
.
. DETERMINANTES;
. ANÁLISE COMBINATÓRIA;
. NÚMEROS COMPLEXOS,
. POLINÔMIOS;
. EQUAÇÕES POLINOMIAIS;
. JUROS SIMPLES;
. DESCONTO SIMPLES;
TRIGONOMETRIA:
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS;
GEOMETRIA PLANA:
SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS;
PRISMA;
PIRÂMIDE;
CILINDRO;
CONE;
ESFERA.
GEOMETRIA ANALÍTICA:
O PONTO,
A RETA;
O PLANO.
4. PROGRAMA DE PORTUGUÊS
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO;
REGRAS DE ACENTUAÇÃO,
ORTOGRAFIA;
REGÊNCIA E COLOCAÇÃO;
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO;
CLASSES DE PALAVRAS;
SUBSTANTIVOS; ADJETIVOS;
PRONOME;
NUMERAIS;
VERBO;
ADVÉRBIO E PREPOSIÇÕES;
A CRASE;
Crase (Regras)
Observe:
Obedecemos ao regulamento. Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01
(a+o)
Não há crase, pois o encontro ocorreu entre duas vogais diferentes. Mas:
Obedecemos à norma.
(a+a)
Regra Geral:
Fui à cidade.
( a + a = preposição + artigo )
( substantivo feminino )
Conheço a cidade.
( artigo )
( substantivo feminino )
Vou a Brasília.
( preposição )
Observação:
Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte artifício:
I. se pudermos empregar a combinaçãoda antes da palavra, é sinal de que ela aceitao artigo
II. se pudermos empregar apenas a preposição de, é sinal de que não aceita.
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/crase-regras
17 03:11
As crianças estão
animadas.
Crianças animadas.
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o
seu sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está concordando em gênero
(feminino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as
flexões de pessoa, número e gênero se correspondem.
Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.
CONCORDÂNCIA VERBAL
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.
a) Sujeito Simples
Regra Geral
O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos:
A orquestra tocou uma valsa longa.
3ª p. Singular 3ª p. Singular
Os pares que rodeavam a nós dançavam bem.
3ª p. Plural 3ª p. Plural
Casos Particulares
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no
momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente
gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural,
apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a
seguir.
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de,
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou
pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.
Por Exemplo:
Object 4
2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de,
mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o
substantivo. Observe:
Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade,
o plural é obrigatório:
Por Exemplo:
3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-
se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular.
Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar o plural.
Exemplos:
5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de
substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo.
Exemplos:
Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve
concordar com o número. Veja:
Exemplos:
7) Com a expressão "um dos que", embora alguns gramáticos considerem a concordância
facultativa, a preferência é pelo uso verbo no plural, para concordar com a palavra que
antecede o pronome relativo “que”.
Por Exemplo:
Atenção:
"Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da emenda".
Ao invertermos as frases, fica claro que o emprego das formas no plural está adequado:
Curso de Habilitação de Oficiais – Página 149 de 245
Compilado por Janildo da Silva Arante com base no BG nº 013, de 18 jan 01
8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do
singular ou em concordância com o antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei a conta.
Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.
9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
Por Exemplo:
Vossa Excelência é diabético?
Vossas Excelências vão renunciar?
10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral.
Por Exemplo:
Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com
esse sujeito.
Por Exemplo:
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do
singular. São verbos impessoais:
Haver no sentido de existir;
Fazer indicando tempo;
Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.
8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do
singular ou em concordância com o antecedente do pronome.
Exemplos:
2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância ocorre da
seguinte maneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez,
prevalece sobre a terceira. Veja:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)
Casos Particulares
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode
ficar no plural ou no singular.
Por Exemplo:
Descaso e desprezo marcam / marca seu comportamento.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo pode ficar
no plural ou concordar com o último núcleo do sujeito.
Por Exemplo:
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.
No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade de sentido que há na combinação. No
segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último elemento da série gradativa.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar
no plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos.
Por Exemplo:
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Quando a declaração contida no predicado só puder ser atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou
seja, se os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular.
Por Exemplo:
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)
4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma ser feita
no singular, embora o plural também seja praticado.
Por Exemplo:
Um e outro compareceu / compareceram à festa.
Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo pode ficar no plural. Nesse caso,
os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido muito próximo
ao de "e". Veja:
O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.
Obs.: com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples,
uma vez que as expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de
companhia. Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja:
"O pai montou o brinquedo com o filho."
"O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado."
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não
só...mas ainda", "não somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo
concorda de preferência no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a
concordância é feita com esse termo resumidor.
Por Exemplo:
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.
Outros Casos
1) O Verbo e a Palavra "SE"
Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há duas de particular interesse para a concordância
verbal:
a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
b) quando é partícula apassivadora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha os
verbos intransitivos, transitivos indiretose de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
Quando pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos diretos
(VTD) e transitivos diretos e indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso,
o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
Exemplos:
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.
2) O Verbo "Ser"
A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa
concordância pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito.
O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito:
a) Quando o sujeito for representado pelos pronomes - isto, isso, aquilo, tudo, o - e
o predicativo estiver no plural.
Exemplos:
Isso são lembranças inesquecíveis.
Aquilo eram problemas gravíssimos.
O que eu admiro em você são os seus cabelos compridos.
b) Quando o sujeito estiver no singular e se referir a coisas, e o predicativo for um substantivo
no plural.
Exemplos:
Nosso piquenique foram só guloseimas.
Sujeito Predicativo do Sujeito
É uma hora.
São três da manhã.
Eram 25 de julho quando partimos.
Daqui até a padaria são dois quarteirões.
Saiba que:
e) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões
como pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo ser fica no singular.
Exemplos:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Duas semanas de férias é muito para mim.
f) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal do caso reto, com este
concordará o verbo.
Por Exemplo: No meu setor, eu sou a única mulher.
Aqui os adultos somos nós.
Obs.: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) representados por pronomes pessoais, o
verbo concorda com o pronome sujeito.
Por Exemplo:
Eu não sou ela.
Ela não é eu.
g) Quando o sujeito for uma expressão de sentido partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no
plural, o verbo ser concordará com o predicativo.
Por Exemplo:
3) O Verbo "Parecer"
O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:
a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo.
Por Exemplo:
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.
b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão.
Por Exemplo:
Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.
Obs.: a primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária.
Atenção:
Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.
Por Exemplo:
As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)
Por Exemplo:
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.
b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão.
Por Exemplo:
Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.
Obs.: a primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária.
Atenção:
Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.
Por Exemplo:
As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)
É preciso cidadania.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
b) Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos,
tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.
Exemplos:
É proibida a entrada de crianças.
Esta salada é ótima.
A educação é necessária.
São precisas várias medidas na educação.
Meio -
Meia
a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo, concorda normalmente com o nome a que
se refere.
Por Exemplo:
Alerta -
Menos
TIPOLOGIA TEXTUAL:
Tipologia Textual: Conheça Os 5 Tipos Textuais e as Principais Características e Regras
Gramaticais de Cada Tipo
Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente
confunde com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos).
Querem dizer a mesma coisa?
Não.
Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, seja na
forma oral ou escrita.
Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, seguem
regras gramaticais, algo mais formal.
Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em consideração
a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. São inúmeros os
gêneros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, noticia, biografia,
seminário, palestras, etc.
Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras
gramaticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um texto:
A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a injunção. Ao
todo são 5 (cinco) tipos textuais.
NARRAÇÃO
Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu com
outros, pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja na
forma escrita ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das
cavernas quando o homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.
Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas ações e
personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.
Exemplo:
Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim e de
meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta hora,
que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer tanto.
Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas lições? Então
vá se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus". Helena Morley
DESCRIÇÃO
a intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que
está sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:
A-) A enumeração:
Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma ideia de
ausência de ações dentro do texto.
B-) A comparação:
Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que percebemos,
podemos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o leitor associe a
imagem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor. Utilizamos
comparações do tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um gosto que lembra ..., o
cheiro parece com ..., etc.
Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos utilizando
também os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para criação desta
imagem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o local ou a pessoa
descrita.
Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O que
você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pessoas à sua
volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pelas pessoas ao
redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente estes dois, você pode utilizar
também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer descrever.
Pode ser:
Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo de descrição
não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o que é visto,
em detrimento do sujeito que vê.
•- É um retrato verbal
•- Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
•- As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas
•- Como na narração há a utilização da enumeração e comparação
•- Presença de verbos de ligação
•- Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado)
•- Emprego de orações coordenadas justapostas
“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado, olhos azuis
esbugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com
fome. Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”
DISSERTAÇÃO
Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é debater. Este
tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a apresentação
detalhada de determinados temas e conhecimentos.
Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto de vista
sobre um tema, por meio de argumentos.
Estrutura da dissertação
ARGUMENTATIVA
EXPOSITIVA
Predomínio do uso de argumentos,
Predomínio da exposição,
visando o convencimento, à adesão do
explicação
leitor.
Exemplo:
O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança na maioridade
penal.
Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um
adolescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do ECA
e 228 da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade penal,
mas logo descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão, para
reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17%
adotam idade menor de 18 anos como definição legal de adulto.
Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos
admitindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu a
proteção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo
infrator da sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo.
Com a redução da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.
Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por
atuarem no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida.
Afirmar que os adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tantas
vezes dita, transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a falta de
ação do Estado. Ao contrário do que muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são
punidos com muito mais rigor do que os adultos.
EXPOSIÇÃO
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e esclarece
sem a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.
Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe ideias;
explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que haja sua opinião a
respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está no presente
do indicativo.
INJUNÇÃO
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como por exemplo
quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar manual de instruções para o
funcionamento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando lemos a
bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. Os textos injuntivos são aqueles
textos que nos orientam, nos ditam normas, nos instruem.
Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica principal a
utilização de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:
-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.
-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.
Exemplo:
BOLO DE CENOURA
Ingredientes
Massa
3 unidades de cenoura picadas
3 unidades de ovo
1 xícaras (chá) de óleo de soja
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
1 colheres (sopa) de fermento químico em pó
Cobertura
1/2 xícara (chá) de leite
5 colheres (sopa) de achocolatado em pó
4 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de Margarina
Como fazer
Massa
Coloque os ingredientes no liquidificador, e acrescente aos poucos a farinha.
Leve para assar em uma forma untada.
Depois de assado cubra com a cobertura.
Cobertura
Misture todos os ingredientes e leve ao fogo e deixe ferver até engrossar.
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16 de dezembro de 2016 às 22 h 39 min)
* NARRAÇÃO;
Narrativa
O texto narrativo baseia-se na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Conheça a
estrutura e os elementos da narrativa
A narração é um tipo de texto que conta uma sequência de fatos, sejam eles reais ou
imaginários, nos quais as personagens atuam em um determinado espaço e no decorrer do tempo.
O texto narrativo baseia-se na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Apresenta
uma determinada estrutura e os seus elementos incluem o narrador, enredo, espaço, personagens,
espaço e tempo.
Na narrativa, o narrador é o responsável por contar a história, criando um texto que flui no
imaginário do leitor, com a composição de tramas e a elaboração de personagens mais ou menos
complexas. O texto narrativo também pode ser perpassado pelo tom poético, e as personagens
podem ser conhecidas através de seus elementos físicos e por suas características psicológicas.
O texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de um objeto,
pessoa, animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo, transmitir para o leitor as
impressões e as qualidades de algo.
Em outras palavras, o texto descritivo capta as impressões, de forma a representar a elaboração de
um retrato, como uma fotografia revelada por meio das palavras.
Para tanto, alguns aspectos são de suma importância para a elaboração desse tipo textual,
desde as características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, a saber: cor, textura,
altura, comprimento, peso, dimensões, função, clima, tempo, vegetação, localização, sensação,
localização, dentre outros.
Descubra aqui como escrever um bom texto descritivo.
Características
• Retrato verbal
Estrutura Descritiva
A descrição apresenta três passos para a construção:
1. Introdução: apresentação do que se pretende descrever.
2. Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
3. Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.
Tipos de Descrição
Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em:
https://www.todamateria.com.br/texto-descritivo/ 12:38
Dissertação
A Dissertação é um tipo de texto em prosa, estruturado em introdução, desenvolvimento
e conclusão, e tem o objetivo de informar e/ou argumentar a respeito de um assunto.
De modo geral, dissertar significa falar, discutir, debater, refletir, informar alguém a respeito
de um assunto. A Dissertação (do latim disertatio ou dissertatione) é um tipo de
texto verbal em prosa, ou seja, é estruturado por períodos e por parágrafos. Com relação aos
aspectos qualitativos, a Dissertação pressupõe a capacidade do autor em expor, refletir, analisar e
interpretar fatos, informações e opiniões a respeito de um determinado tema. Existem algumas
maneiras de dissertar sobre um tema. Vejamos algumas:
Dissertação expositiva
Nessa modalidade textual, o objetivo do texto, como o próprio nome suscita, é expor
informações que possam informar o leitor a respeito do que é aquele assunto. Dessa forma,
o objetivo do autor da dissertação expositiva não é convencer o leitor do seu posicionamento,
contestar posições diferentes, debater ou problematizar/polemizar, mas, sim, expor informações a
partir das quais o leitor poderá saber um pouco mais a respeito de determinado assunto.
Dissertação argumentativa
Nessa modalidade textual, o objetivo do texto é convencer/persuadir o leitor a acatar os
pontos de vista do autor a respeito de determinado assunto. Nesse sentido, o autor deve selecionar,
organizar e relacionar argumentos em defesa de seu ponto de vista. A qualidade dessas escolhas é o
que determinará a persuasão por parte do leitor.
Object 5
Quanto ao ponto de vista do autor na dissertação argumentativa, ele pode ser manifestado
em primeira pessoa do singular ou plural. É possível também utilizar os verbos na terceira para
defender conceitos conhecidos ou universais, já expressos anteriormente por outros. É o tipo de
dissertação comumente sugerido em provas de concursos e/ou processos de avaliação de larga
escala, como o Enem.
• Conclusão: É necessário compreender que a conclusão não deve ser uma síntese/resumo do
texto. Ela cumpre uma função muito mais ampla e importante do que resumir e repetir tudo aquilo
que já foi dito ao longo da introdução e do desenvolvimento. Para dar mais unidade ao texto, o
autor retoma algumas informações expostas na introdução e, em seguida, revela as consequências
daquilo que problematizou a respeito do tema e apontou como causa no desenvolvimento.
Geralmente, para concluir suas reflexões, o autor sugere ações que possam amenizar e/ou
solucionar os problemas apontados nos parágrafos anteriores.
*Não se esqueça de que, ao concluir um texto, antes de entregá-lo a alguém ou publicá-lo, o
autor deve reler e revisar o próprio texto, fazendo os ajustes necessários.
A partir de nossas dicas, que tal iniciar agora mesmo sua produção escrita? Bons estudos!
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem; (Regulamento)
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do
delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº
7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
TÍTULO III
Da Organização do Estado
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37,
X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a
relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do
subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação
de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão,
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos
termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e
17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos
de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 15/12/98)
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou
que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 15/12/98)
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes
de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos
definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)
I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em
relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência
previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido
para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta
por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo
de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que
vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º,
cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se
o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Seção IV
DAS REGIÕES
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo
complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades
regionais.
§ 1º - Lei complementar disporá sobre:
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos
regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados
juntamente com estes.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:
• CONSTITUIÇÃO ESTADUAL: ARTIGOS 8º, 10º, DO 18º AO 20º, 31º, 46º, 71º, 90º E
154º;
Art. 8° São direitos sociais a educação, a saúde, a habitação, o trabalho, o lazer, a segurança,
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
consoante definidos no art. 6°. da Constituição Federal e assegurados pelo Estado.
CAPÍTULO III Dos Direitos Políticos Art. 10 A soberania popular é exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I
- plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1°. São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o
pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta (30) anos para Governador e Vice-Governador do Estado;
b) vinte e um (21) anos para Deputado Estadual, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz;
c) dezoito (18) anos para Vereador.
§ 2°. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 3°. São inelegíveis, para os mesmos cargos, no período subseqüente, o Governador do
Estado, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído, nos seis (6) meses anteriores ao
pleito.
§ 5°. O militar da ativa que aceitar cargo, emprego ou função pública temporária, não
eletiva, ainda que da administração indireta, fica agregado ao respectivo quadro e somente pode,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antigüidade, contando-se-lhe o tempo de
serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo, depois de dois (2) anos
de afastamento, contínuos ou não, transferido para a inatividade.
§ 6º. Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
§ 7°. Ao aluno-soldado é garantido soldo nunca inferior ao salário mínimo vigente.
§ 8°. O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a partido político.
§ 9°. O oficial da Polícia Militar do Estado só perde o posto e a patente se for julgado
indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão do tribunal competente, em tempo de
paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra.
§ 10. O oficial condenado, na justiça comum ou militar, a pena privativa de liberdade
superior a dois (2) anos, por sentença transitada em julgado, é submetido ao julgamento previsto
no parágrafo anterior.
§ 11. A lei dispõe sobre os limites de idade, estabilidade e outras condições de transferência
do servidor militar para a inatividade.
§ 12. Aplica-se aos servidores a que se refere este artigo, e a seus pensionistas, o disposto no
art. 40, §§ 4°. e 5°, da Constituição Federal.
Art. 71 O Tribunal de Justiça tem sede na Capital e Jurisdição em todo o território estadual,
competindo-lhe, precipuamente, a guarda desta Constituição, com observância da Constituição
Federal, e: I - processar e julgar, originariamente:
a) a argüição de descumprimento de preceito fundamental decorrente desta Constituição, na
forma de lei;
b) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, estadual ou municipal, em
face desta Constituição, bem como medida cautelar para suspensão imediata dos efeitos de lei ou
ato;
c) nas infrações penais comuns, o Vice-Governador e os Deputados, e os Secretários de
Estado nestas e nos crimes de responsabilidade, ressalvada a competência do Tribunal Especial
previsto no art. 65, e a da Justiça Eleitoral;
d) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Juízes de Primeiro
Grau, os membros do Ministério Público, o Procurador Geral do Estado, os Auditores do Tribunal
de Contas e os Prefeitos Municipais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
e) os mandados de segurança e os “habeas-data” contra atos do Governador, da Assembléia
Legislativa, seu Presidente, Mesa ou Comissão, do próprio Tribunal, suas Câmaras ou Turmas, e
respectivos Presidentes, bem como de qualquer de seus membros, do Tribunal de Contas, suas
Câmaras, e respectivos Presidentes, dos Juízes de Primeiro Grau, ressalvada a competência dos
Colegiados Regionais de Recursos, do Conselho de Justiça Militar, dos Secretários de Estado,
Procuradores - Gerais e Comandantes da Polícia Militar;
f) os “habeas-corpus”, sendo coator ou paciente qualquer dos órgãos ou autoridades referidos
na alínea anterior, ou funcionários cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do próprio
Tribunal, ressalvada a competência dos Tribunais Superiores da União;
g) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora competir à
Assembléia Legislativa, sua Mesa ou Comissão, ao Governador do Estado, ao próprio Tribunal, ao
Tribunal de Contas, ou a órgãos, entidade ou autoridade estadual, da administração direta ou
indireta;
h) as revisões criminais e ações rescisórias de julgados seus e dos Juízos que lhe são
vinculados;
i) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
j) a representação para assegurar, pela intervenção em Município, a observância dos
princípios indicados nesta Constituição, ou para prover a execução de lei, ordem ou decisão
judicial;
l) a execução de sentença nas causa de sua competência originária, facultada a delegação de
atribuições a Juízo de Primeiro Grau, para a prática de atos processuais;
m) os conflitos de competência entre suas Câmaras e Turmas ou entre Juízos de Primeiro
Grau a ele vinculados;
n) nos conflitos de atribuições entre autoridades administrativas estaduais ou municipais e
autoridades judiciárias do Estado;
o) as causas e os conflitos entre Estado e os Municípios, bem como entre estes, inclusive as
respectivas entidades da administração indireta;
p) os processos relativos à perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação dos
praças da Polícia Militar;
II - representar ao Supremo Tribunal Federal para a decretação de intervenção no Estado;
III - julgar, em grau de recurso, ou para observância de obrigatório duplo grau de jurisdição,
as causas decididas pelos Juizes de Primeiro Grau, ressalvado o disposto no art. 77,
§ 2º., I; IV - as demais questões sujeitas, por lei, à sua competência.
§ 1º. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros, pode o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
§ 2º. Podem propor a ação de inconstitucionalidade:
I - o Governador do Estado;
II - a Mesa da Assembléia Legislativa;
do II vai para o IV sem passar pelo III
IV - o Procurador-Geral de Justiça;
V - Prefeito Municipal;
VI - Mesa de Câmara Municipal;
VII - o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação na Assembléia Legislativa;
IX - partido político com representação em Câmara Municipal, desde que a lei ou ato
normativo seja do respectivo Município;
X - federação sindical ou entidade de classe de âmbito estadual.
§ 3º. O Procurador-Geral de Justiça é previamente ouvido na ação direta de
inconstitucionalidade e demais causas em que, no Tribunal de Justiça, se discuta matéria
constitucional.
§ 4º. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, o Tribunal de Justiça dá ciência ao Poder competente para a adoção das
providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta (30)
dias.
§ 5º. Quando o Tribunal de Justiça apreciar, em tese, a inconstitucionalidade de norma legal
ou ato normativo, estadual ou municipal, em face desta Constituição, cita, previamente, o
ProcuradorGeral do Estado ou, conforme o caso, o Prefeito ou Câmara Municipal, que defendem a
norma ou ato impugnado.
§ 6º. O Tribunal de Justiça comunica à Assembléia Legislativa suas decisões definitivas que
declarem a inconstitucionalidade de lei estadual ou municipal, para que suspenda sua execução, no
todo ou em parte.
Art. 90 A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I - Polícia Civil; II - Polícia Militar. § 1°. A Polícia Civil, dirigida por Delegado de Polícia de
carreira, escolhido e nomeado pelo Governador do Estado, dentre os integrantes da última classe,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares .
§ 2º. Os vencimentos dos Delegados de Polícia são fixados com diferença não superior a dez
por cento (10%) de uma para outra classe da carreira, não podendo os da classe mais alta ser
inferiores aos de Procurador de Justiça.
§ 3º. A Polícia Militar é comandada por oficial da ativa, do último posto da Corporação.
§ 4°. À Polícia Militar cabe o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública.
§ 5°. A polícia militar, força auxiliar e reserva do Exército, subordina-se, juntamente com a
Polícia Civil, ao Governador do Estado.
§ 6°. A lei disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 7°. O Delegado de Polícia reside no Município de sua lotação. § 8º. Os Municípios podem
constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
dispuser a lei complementar.
Art. 154 A gestão ambiental é executada pelo Poder Público, na forma da lei.
§ 1º. Cabe ao Estado o exercício do poder de polícia ambiental.
§ 2º. A Polícia Militar do Estado participa, através de organismos especializados, da defesa
do meio ambiente.
Art. 1º. Fica aprovado o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio
Grande do Norte, que com este baixa.
Art. 2º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário. Palácio Potengi, em Natal, 12 de fevereiro de 1982, 94º da República. (as) LAVOISIER
MAIA João José Pinheiro Veiga Diário Oficial de 13 de fevereiro de 1982, Edição nº 5.262.
SEPARATA DO BI Nº 044/82 2
REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO RIO GRANDE DO
NORTE
TÍTULO I - das Disposições Gerais
CAPÍTULO I - Generalidades
Art. 1. O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte tem
por finalidade especificar e classificar as transgressões disciplinares, estabelecer normas relativas à
amplitude e à aplicação das punições disciplinares, à classificação do comportamento policial-
militar das praças e à interposição de recursos contra a aplicação das punições Parágrafo Único:
São também disciplinadas, em parte, neste regulamento, as recompensas especificadas no
Estatutos dos Policiais Militares.
Art. 2 - A camaradagem torna-se indispensável à formação e ao convívio da família policial-
militar, devendo existir as melhores relações sociais, entre os policiais-militares. Parágrafo Único:
Incumbe aos superiores incentivar e manter a harmonia e a amizade entre seus subordinados.
Art. 3 - A civilidade é a parte da educação Policial-Militar, situando-se como um interesse
vital para a disciplina consciente. É dever do superior tratar os subordinados em geral, e os
recrutas, em particular, com urbanidade e justiça, interessando-se pelos seus problemas. Em
contrapartida, o subordinado é obrigado a todas as provas de respeito e deferência para com seus
superiores, de conformidade com os regulamentos policiais-militares.
Parágrafo Único: As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias
entre policiais-militares devem ser dispensadas aos militares das Forças Armadas e aos Policiais
Militares de outras Corporações.
Art. 4 - Para efeito deste Regulamento, todas as Organizações Policiais Militares, tais como:
Quartel do Comando Geral, Comandos de Policiamento, Diretorias, Estabelecimento, Repartições,
Escolas, Campos de Instrução, Centro de Formação e Aperfeiçoamento, Unidades Operacionais e
outras, serão denominadas “OPM”.
Parágrafo Único: Para efeito deste regulamento, os Comandantes, Diretores ou Chefes de
OPM, serão denominados “comandantes”.
CAPÍTULO II
Dos Princípios Gerais da Hierarquia e da Disciplina
Art. 5 - A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes. dentro da
estrutura das Forças Armadas e das Forças Auxiliares por postos e graduações. Parágrafo Único: A
ordenação dos postos e graduações na Polícia Militar obedece ao disposto no Estatuto dos
Policiais-Militares.
parágrafos deste Regulamento, com os que não sirvam sob a sua linha de subordinação funcional.
Parágrafo Único: No caso de ocorrência disciplinar envolvendo militares (FA) e policiais-
militares, a autoridade policial-militar competente deverá tomar as medidas disciplinares referente
aos elementos a ela subordinados, informando o escalão superior sobre a ocorrência, as medidas
tomadas e o que foi por ela apurado, dando ciência também do fato do Comandante Militar
interessado.
TÍTULO II Das Transgressões Disciplinares
CAPÍTULO I Da Especificação das Transgressões
Art. 13 - Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da ética, dos deveres e
das obrigações policiais-militares, na sua manifestação elementar e simples, e qualquer omissão ou
ação contrária aos preceitos estatuídos em leis, regulamentos, normas ou disposições, desde que
não constituam crime.
Art. 14 - São transgressões disciplinares:
I - Todas as ações ou omissões contrárias à disciplinas policial-militar especificadas no
Anexo I deste Regulamento.
II - Todas as ações, omissões ou atos não especificados na relação de transgressões do Anexo
a que se refere o inciso anterior, que afetem a honra pessoal, o pundonor policial-militar, o decoro
da classe ou o sentimento do 7 dever e outras prescrições contidas no Estatuto dos Policiais-
Militares, leis e regulamentos, bem como aquelas praticadas contra regras e ordens de serviço
estabelecidas por autoridade competente.
CAPÍTULO II Do Julgamento das Transgressões
Art. 15 - O julgamento das transgressões deve ser precedido de um exame e de uma análise
que considerem:
I - Os antecedentes do transgressor.
II - As causas que a determinaram.
III- A natureza dos fatos ou os atos que a envolveram.
IV - As conseqüência que dela possam advir.
Art. 16 - No julgamento das transgressões podem ser levantadas causas que justifiquem a
falta ou circunstâncias que a atenuem e/ou agravem.
Art. 17 - São causas de justificação:
I - Ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no interesse do serviço ou
da ordem pública.
II - Ter cometida a transgressão em legítima defesa, própria ou de outrem.
III- Ter sido cometida a transgressão em obediência à ordem superior.
IV- Ter sido cometida a transgressão pelo uso imperativo de meios violentos a fim de
compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever, no caso de perigo, necessidade
urgente, calamidade pública, manutenção da ordem e da disciplina.
V - Ter havido motivo de força maior plenamente comprovado e justificado.
VI - Nos casos de ignorância, devidamente comprovada, desde que não atente contra os
sentimentos normais de patriotismo, humanidade e probidade
Parágrafo Único: Não havendo punição quando for reconhecida qualquer causa de
justificação.
Art. 18 - São circunstâncias atenuantes:
I - Bom comportamento.
II - Relevância de serviços prestados.
III - Ter sido cometida a transgressão para evitar o mal maior.
IV - Ter sido cometida a transgressão em defesa própria, de seus direitos ou de outrem, desde
que não constitua causa de justificação
V - Falta de prática do serviço.
Art. 19 - São circunstâncias agravantes:
I - Mau comportamento.
II- Prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões.
III- Reincidência de transgressão mesmo punida verbalmente.
IV - Conluio de duas mais pessoas.
V - Ser praticada a transgressão durante a execução de serviço.
VI - Ser cometida a falta em presença de subordinado. VII - Ter abusado o transgressor de
sua autoridade hierárquica.
VIII- Ser praticada a transgressão com premeditação.
IX - Ter sido praticada a transgressão em presença de tropa. X - Ter sido praticada a
transgressão em presença de público.
CAPÍTULO III Da classificação das Transgressões
Art. 20 - A transgressão da disciplina deve ser classificada, desde que não hajam causas de
justificação em:
I - Leve.
II - Média.
III - Grave. Parágrafo Único: A classificação da transgressão compete a quem couber aplicar
a punição, respeitadas as disposições do artigo 15.
Art. 21 - A transgressão da disciplina dever ser classificada como “GRAVE” quando, não
chegando a constituir crime, constitua o mesmo ato que afete o sentimento de dever, a honra
pessoal, o pundonor1 policial-militar ou o decoro da classe.
TÍTULO III
Das punições e Execução das Punições
CAPÍTULO I
Da Graduação e Execução das Punições
1pundonor
ô/ substantivo masculino
1. matéria ou ponto de honra, aquilo de que não se pode abrir mão, sob a ameaça de ser ou sentir-se desonrado.
2. p.ext. sentimento da própria honra, do próprio valor; amor-próprio, brio, altivez.
"foi ferido no seu p."
III - A punição deve ser dosada quando ocorrem circunstâncias atenuantes e agravantes.
IV - Por uma única transgressão não deve ser aplicada mais de uma punição.
V - A punição disciplinar, no entanto, não exime o punido da responsabilidade civil que lhe
couber.
VI - Na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre si, a cada uma deve ser
imposta a punição correspondente. Em caso contrário, as de menor gravidade serão consideradas
como circunstâncias agravantes da transgressão principal.
Art. 36 - A aplicação da primeira punição classificada como “prisão” é da competência do
Comandante.
Art. 37 - Nenhum Policial Militar deve ser interrogado ou punido em estado de embriaguez
ou sob a ação de psicotrópicos.
Art. 38 - O início do cumprimento da punição disciplinar deve ocorrer com a distribuição do
Boletim da OPM que publica a aplicação da punição.
§ 1º - O tempo de detenção ou prisão, antes da respectiva publicação em BI, não deve
ultrapassar de 72 horas.
§ 2º - A contagem do tempo de cumprimento da punição vai do momento em que o punido
for recolhido até aquele em que for posto em liberdade.
Art. 39 - A autoridade que necessitar punir seu subordinado, à disposição ou a serviço de
outra autoridade, deve a ele requisitar a apresentação do transgressor para esse fim.
Parágrafo Único: Quando o local determinado para o cumprimento da punição não for a sua
OPM, pode solicitar aquela autoridade que determine o recolhimento do punido diretamente ao
local designado.
Art. 40 - O cumprimento da punição disciplinar, por policial-militar afastado do serviço deve
ocorrer após a sua apresentação, pronto na OPM, salvo em caso de preservação da disciplina e do
decoro da Corporação. Parágrafo Único: a interrupção de licença-especial, licença para tratar de
interesse particular ou licença para tratamento de saúde de pessoas da família, para cumprimento
de punição disciplinar, somente ocorrerá quando autorizada pelas autoridades mencionadas nos
itens 1 e 2 do artigo 10.
Art. 41 - As punições disciplinares, de que trata este Regulamento, devem ser aplicadas de
acordo com as prescrições no mesmo estabelecidas.
A punição máxima que cada autoridade referida no artigo 10 pode aplicar, acha-se
especificada no Quadro de Punição Máxima que constitui o Anexo II deste regulamento.
§1º - Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes ambas com ação disciplinar
sobre o transgressor, conhecerem da transgressão, a de nível mais elevado competirá punir, salvo
se entender que a punição está dentro dos limites da competência do menor nível, caso em que esta
comunicará ao superior a sanção disciplinar que aplicou.
§ 2º - Quando uma autoridade, ao julgar uma transgressão, concluir que a punição a aplicar
está além do limite máximo que lhe é autorizado, cabe a esta solicitar à autoridade superior, com
ação disciplinar sobre o transgressor, a aplicação da punição devida.
TÍTULO IV
Do Comportamento Policial-Militar
CAPÍTULO I
Da Classificação, da Reclassificação e Melhoria de Comportamento
Art. 51 - O comportamento policial-militar das praças espelha o seu procedimento civil e
policial-militar sob o ponto de vista disciplinar.
§ 1º - A classificação, a Reclassificação e a melhoria de comportamento são de competência
do Comando Geral e dos Comandantes de OPM, obedecido o disposto neste Capítulo e
necessariamente publicada em Boletim.
§ 2º - Ao ser incluída na Polícia Militar, a praça será classificada no comportamento “BOM”.
Art. 52 - O comportamento policial-militar das praças deve ser classificado em:
I - Excepcional, quando no período de 08 (oito) anos de efetivo serviço não tenha sofrido
qualquer punição disciplinar.
II - Ótimo, quando no período de 04 (quatro) anos de efetivo serviço tenha sido punida com
até uma detenção.
III - Bom, quando no período de 02 (dois) anos de efetivo serviço tenha sido punida com até
duas prisões.
IV - Insuficiente, quando no período de 01 (um) ano de efetivo serviço tenha sido punida
com até duas prisões. V - Mau, quando no período de 01 (um) ano de efetivo serviço tenha sido
punida com mais de 02 (duas) prisões.
Art. 53 - A Reclassificação de comportamento de Soldado, com punição de prisão de mais de
20 dias agravadas para “prisão em separado”, é feita automaticamente para o comportamento
MAU, qualquer que seja o seu comportamento anterior.
Art. 54 - A contagem de tempo para melhoria de comportamento é automático, decorridos os
prazos estabelecidos no artigo 52, começa a partir da data em que se encerra o cumprimento de
punição.
Art. 55 - para efeito de classificação, Reclassificação e melhoria de comportamento, tão
somente no caso deste Capítulo:
I - Duas repreensões eqüivalem a uma detenção.
II - Quatro repreensões eqüivalem a uma prisão. III - Duas detenções eqüivalem a uma
prisão.
TÍTULO V
Dos Direitos e Recompensas
CAPÍTULO I
Da Apreensão de Recursos
Art. 56 - Interpor recursos disciplinares é o direito concebido ao policial-militar que se
julgue, ou julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou injustiçado por superior hierárquico,
na esfera disciplinar. Parágrafo Único: São recursos disciplinares:
1 - o pedido de reconsideração de ato.
2 - a queixa
3 - a representação
Art. 57 - A reconsideração de ato é o recurso interposto mediante requerimento, por meio do
qual o policial-militar, que se julgue ou julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou
injustiçado, solicita à autoridade que o praticou que reexamine a sua decisão e a reconsidere.
§ 1º - O pedido de reconsideração deve ser encaminhado através da autoridade a quem o
requerente estiver diretamente subordinado.
§ 2º - O pedido de reconsideração deve ser apresentado no prazo máximo de dois dias úteis,
a contar da data em que o policial-militar tomar conhecimento oficialmente dos fatos que o
motivaram.
§ 3º - A autoridade, a quem é dirigido o pedido de reconsideração deve dar-lhe despacho no
prazo máximo de quatro dias úteis.
Art. 58 - Queixa é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob forma de ofício ou parte,
interposto pelo policial-militar que se julgue injustiçado, dirigido diretamente ao superior imediato
da autoridade contra quem é apresentada a queixa.
§ 1º - A apresentação da queixa só é cabível após o pedido de reconsideração ter sido
solucionado e publicado em Boletim da OPM onde serve o queixoso.
§ 2º - A apresentação da queixa deve ser feita dentro de um prazo do cinco dias úteis, a
contar da publicação em Boletim da solução de que trata o parágrafo anterior.
§ 3º - O queixoso deve informar, por inscrito, à autoridade de quem vai se queixar do objeto
do recurso disciplinar que irá apresentar.
§ 4º - O queixoso deve ser afastado da subordinação direta da autoridade contra quem
formulou o recurso, até que o mesmo seja julgado. Deve, no entanto, permanecer na localidade
onde serve, salvo a existência de fato que contra-indiquem a sua permanência na mesma.
Art. 59 - Representação é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob forma de ofício ou
parte, interposto por autoridade superior. Parágrafo Único: A apresentação deste recurso deve
obedecer aos mesmos procedimentos prescritos no artigo 58 e seus parágrafos.
Art. 60 - A apresentação dos recursos disciplinares previstos no parágrafo único do artigo 56,
deve ser feita individualmente; tratar de caso específico; cingir-se aos fatos que o motivaram;
fundamentar-se em novos argumentos, provas ou documentos comprobatórios e elucidativos e não
apresentar comentários.
§ 1º - O prazo para a apresentação de recurso disciplinar pelo policial-militar que se encontre
cumprindo punição disciplinar ou executando serviço ou ordem que motive a apresentação do
mesmo começa a ser contado quando cessadas as situações citadas.
§ 2º - O recurso disciplinar que contrarie o prescrito neste Capítulo é considerado
prejudicado pela autoridade a quem foi destinado cabendo a esta mandar arquiva-lo e publicar sua
decisão em Boletim, fundamentadamente.
§ 3º - A tramitação de recurso deve ter tratamento de urgência em todos os escalões.
CAPÍTULO II
Do Cancelamento de Punições
ANEXO I
Relações das Transgressões
1 - Faltar à verdade.
2 - Utilizar-se do anonimato.
3 - Concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar inimizade entre camaradas.
4 - Freqüentar ou fazer parte de sindicatos, associações profissionais com caráter de
sindicatos ou similares.
5 - Deixar de punir transgressor da disciplina.
6 - Não levar falta ou irregularidade que presenciar, ou de que tiver ciência e não lhe couber
reprimir, ao conhecimento de autoridades competente, no mais curto prazo.
7 - Deixar de cumprir ou de fazer cumprir normas regulamentares na esfera de suas
atribuições.
8 - Deixar de comunicar, a tempo, ao superior imediato ocorrência no âmbito de suas
atribuições quando se julgar suspeito ou impedido de providenciar a respeito.
9 - Deixar de comunicar ao superior imediato ou na ausência deste a qualquer autoridade
superior toda informação que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública ou grave
alteração de serviço, logo o que disto tenha conhecimento.
10 - Deixar de informar processo que lhe for encaminhado, exceto nos casos de suspeição ou
impedimento ou absoluta falta de elemento, hipótese em que estas circunstâncias serão
fundamentadas.
11 - Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no mais
curto prazo, recursos ou documentos que receber, desde que elaborado de acordo com os preceitos
regulamentares, se não estiver na sua alçada da solução.
12 - Retardar ou prejudicar medidas ou ações de ordem judicial ou policial de que esteja
investido ou que deva promover.
13 - Apresentar parte ou recurso sem seguir as normas e preceitos regulamentes ou em
termos desrespeitosos ou com argumentos falsos ou de má fé, ou mesmo sem justa causa ou razão.
14 - Dificultar ao subordinado a apresentação de recursos.
15 - Deixar de comunicar ao superior a execução de ordem recebida tão logo seja possível.
16 - Retardar a execução de qualquer ordem.
17 - Aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de autoridade
competente ou para retarda a sua execução.
18 - Não cumprir ordem recebida.
19 - Simular doença para esquivar-se ao cumprimento de qualquer dever policial-militar.
20 - Trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção, em qualquer serviço ou
instrução.
21 - Deixar de participar, a tempo, à autoridade imediatamente superior a impossibilidade de
comparecer à OPM ou a qualquer ato de serviço.
22 - Faltar ou chegar atrasado a qualquer ato de serviço em que deva tomar parte ou assistir.
73 - Deixar o Sub-Tenente, Sargento , Cabo ou Soldado, ao entrar em OPM onde não sirva,
de apresentar-se ao Oficial-de-Dia ou a seu substituto legal.
74 - Deixar o Comandante da Guarda ou Agente de Segurança correspondente de cumprir as
prescrições regulamentares com respeito à entrada ou à permanência na OPM de civis, militares ou
policiais-militares estranhos à mesma.
75 - Penetrar o policial-militar sem permissão ou ordem em aposentos em aposentos
destinados a superior ou onde esse se ache, bem como em qualquer lugar onde a entrada lhe seja
vedada.
76 - Penetrar ou tentar penetrar o policial-militar em alojamento de outra Sub-unidade,
depois de revista do recolher, salvo os Oficiais ou Sargentos que, pelas suas funções, sejam a isto
obrigados.
77 - Entrar ou sair de OPM com força armada sem prévio conhecimento ou ordem de
autoridade competente.
78 - Abrir ou tentar abrir qualquer dependência da OPM fora das horas de expediente, desde
que não seja o respectivo chefe ou sem sua ordem escrita com a expressa declaração de motivo,
salvo situação de emergência.
79 - Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou
administrativa.
80 - Deixar de portar, o Policial-Militar, o seu documento de identidade, estando ou não
fardado ou de exibi-lo quando solicitado.
81 - Maltratar ou não ter o devido cuidado no trato com animais.
82 - Despeitar em público as convenções sociais.
83 - Desconsiderar ou desrespeitar a autoridade civil. 84 - Desrespeitar o Poder Judiciário ou
qualquer de seus membros, bem como criticar, em público ou pela imprensa, seus atos ou decisões.
85 - Não se apresentar a superior hierárquico ou de sua presença retirarse sem obediência às
normas regulamentares.
86 - Deixar, quando estiver sentado, de oferecer seu lugar a superior, ressalvadas as exceções
previstas no Regulamento de Continência, Honra e Sinais de Respeito das Forças Armadas.
87 - Sentar-se a praça, em público, à mesa em que estiver Oficial ou vice-versa, salvo em
solenidade, festividade ou reuniões sociais.
88 - Deixar deliberadamente de corresponder a cumprimento de subordinado.
89 - Deixar o subordinado, quer uniformizado, quer em traje civil, de cumprimentar superior
uniformizado ou não, neste caso desde que o conheça ou prestar-lhe as homenagens e sinais
regulamentares de consideração e respeito.
90 - Deixar ou negar-se a recebe vencimentos, alimentação, fardamento, equipamento ou
material que lhe seja destinado ou deva ficar em sem poder ou sob sua responsabilidade.
91 - Deixar o policial-militar presente a solenidade internas ou externas onde se encontrarem
superiores hierárquicos, de saudá-los de acordo com as normas regulamentares.
115 - Dar por escrito ou verbalmente, ordem ilegal ou claramente inexeqüível, que possa
acarretar ao subordinado responsabilidade ainda que não chegue a ser cumprida.
116 - Prestar informação a superior induzindo-o a erro deliberada ou intencionalmente.
117 - Omitir, em nota de ocorrência, relatório ou qualquer documento, dados indispensáveis
ao esclarecimento dos fatos.
118 - Violar ou deixar de preservar local de crime.
119 - Soltar preso ou detido ou dispensar parte de ocorrência sem ordem de autoridade
competente.
120 - Participar o policial-militar da ativa de firma comercial, de emprego industrial de
qualquer natureza ou nelas exercer função ou emprego remunerado.
121 - Usar, quando uniformizado, cabelos excessivamente compridos, penteados exagerados,
maquilagem excessiva, unhas excessivamente longas ou com esmalte extravagante.
122 - Usar, quando uniformizado, cabelos de cor diferente da natural ou peruca, sem
permissão da autoridade competente.
123 - Andar descoberto, exceto nos postos de serviços atendidos nestes como as salas
designadas para o trabalho dos policiais.
124 - Freqüentar uniformizado cafés e bares.
125 - Receber visitas nos postos de serviço ou distrair-se com assuntos estranhos ao trabalho.
126 - Não observar as ordens em vigor relativas ao tráfego nas saídas e regressos de
incêndios, bem como nos deslocamentos de viaturas nas imediações e interior das quartéis,
hospitais e escolas, quando não estiverem em serviço de socorro.
127 - Executar exercícios profissionais que envolvam acentuados perigos sem autorização
superior, salvo nos casos de competições, em que haverá um responsável.
128 - Afastar-se do local de incêndio, desabamento, inundação ou qualquer serviço de
socorro, sem estar autorizado.
129 - Afastar-se o motorista da viatura sob sua responsabilidade nos serviços de incêndio e
outros misteres da profissão. 130 - Faltar à corrida para incêndio ou outros socorros.
131 - Receber ou permitir que seu subordinado receba, em local de socorro, quaisquer
objetos ou valores, mesmo quando doados pelo proprietário ou responsável pelo local do sinistro.
OBSERVAÇÃO: As transgressões disciplinas, a que se refere o inciso I do artigo 14 deste
Regulamento, são neste Anexo enumeradas e especificadas. A numeração deve servir de referência
para o enquadramento e publicação em Boletim da punição ou justificação da transgressão.
As transgressões dos números 121 a 125 referem-se aos integrantes Polícia Militar Feminina.
As transgressões dos números 126 a 131, referem-se aos integrantes do Corpo de Bombeiros.
Nos casos das transgressões de que trata o inciso II do artigo 14 deste Regulamento, quando
do enquadramento e publicação em Boletim da punição ou justificação da transgressão, tanto
quanto possível, deve ser feita alusão aos artigos, parágrafos, incisos, itens e alíneas e número das
leis, regulamentos, normas ou ordens que contrariaram ou contra os quais tenha havido omissão. A
classificação da transgressão LEVE, MÉDIA ou GRAVE, é competência de quem a julga, levando
em consideração o que estabelece os Capítulos II e III do Título II deste Regulamento.
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
IV, da Constituição,
DECRETA:
Art . 1º Fica aprovado o Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e
Cerimonial Militar das Forças Armadas, que a este acompanha.
Art . 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art . 3º Revogam-se os Decretos nºs 88.513, de 13 de julho de 1983, 91.205, de 29 de abril de
1985, 91.653, de 16 de setembro de 1985, 95.909, de 11 de abril de 1988, 96.037, de 12 de maio de
1988, 338, de 11 de novembro de 1991, 209, de 1 O de setembro de 1991, e 818, de 7 de maio de
1993.
Brasília, 3 de junho de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Benedito Onofre Bezerra Leonel
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 4.6.1997
TÍTULO I
Da Finalidade
Art . 1º Este Regulamento tem por finalidade:
TÍTULO II
CAPITULO I
Generalidades
Art . 2º Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações, deveres, direitos e
prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar sempre:
I - com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como tributo à autoridade de
que se acham investidos por lei;
II - com afeição e camaradagem os seus pares;
III - com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados.
§ 1º Todas as formas de saudação militar, os sinais de respeito e a correção de atitudes
caracterizam, em todas as circunstâncias de tempo e lugar, o espírito de disciplina e de apreço
existentes entre os integrantes das Forças Armadas.
§ 2º As demonstrações de respeito, cordialidade e consideração, devidas entre os membros das
Forças Armadas, também o são aos integrantes das Polícias Militares, dos Corpos de Bombeiros
Militares e aos Militares das Nações Estrangeiras.
Art . 3º O militar manifesta respeito e apreço aos seus superiores, pares e subordinados:
I - pela continência;
II - dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado;
III - observando a precedência hierárquica;
IV - por outras demonstrações de deferência.
CAPÍTULO II
CAPITULO III
Da Continência
Art . 14. A continência é a saudação prestada pelo militar e pode ser individual ou da tropa.
XII - as Bandeiras e os Hinos das Nações Estrangeiras, nos casos dos incisos I e II deste
artigo;
XIII - as autoridades civis estrangeiras, correspondentes às constantes dos incisos III a VIII
deste artigo, quando em visita de caráter oficial;
XIV - os militares das Forças Armadas estrangeiras, quando uniformizados e, se em trajes
civis, quando reconhecidos ou identificados;
XV - os integrantes das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, Corporações
consideradas forças auxiliares e reserva do Exército.
Art . 16. O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior pode conceder ao mais
moderno.
Parágrafo único. O militar não deve tomar a iniciativa de estender a mão para cumprimentar o
superior, mas se este o fizer, não pode se recusar ao cumprimento.
Art . 17. O militar deve responder com saudação análoga quando, ao cumprimentar o superior,
este, além de retribuir a continência, fizer uma saudação verbal.
SEÇÃO I
Do Procedimento Normal
Art . 18. A continência individual é a forma de saudação que o militar isolado, quando
uniformizado, com ou sem cobertura, deve aos símbolos, às autoridades e à tropa formada,
conforme estabelecido no Art. 15.
§ 1º A continência individual é, ainda, a forma pela qual os militares se saúdam mutuamente,
ou pela qual o superior responde à saudação de um mais moderno.
§ 2º A continência individual é devida a qualquer hora do dia ou da noite, só podendo ser
dispensada nas situações especiais regulamentadas por cada Força Armada.
§ 3º Quando em trajes civis, o militar assume as seguintes atitudes:
I - nas cerimônias de hasteamento ou arriação da Bandeira, nas ocasiões em que esta se
apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, o militar deve
tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, com a cabeça descoberta;
II - nas demais situações, se estiver de cobertura, descobre-se e assume atitude respeitosa;
III - ao encontrar um superior fora de organização Militar, o subordinado faz a saudação com
um cumprimento verbal, de acordo com as convenções sociais.
Art . 19. São elementos essenciais da continência individual: a atitude, o gesto e a duração,
variáveis conforme a situação dos executantes:
Art . 24. Todo militar faz alto para a continência à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional e ao
Presidente da República.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia religiosa, o militar participante da
cerimônia não faz a continência individual, permanecendo em atitude de respeito.
§ 2º Quando o Hino Nacional for cantado, a tropa ou militar presente não faz a continência,
nem durante a sua introdução, permanecendo na posição de "Sentido" até o final de sua execução.
Art . 25. Ao fazer a continência ao Hino Nacional, o militar volta-se para a direção de onde
vem a música, conservando-se nessa atitude enquanto durar sua execução.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia à Bandeira ou ao Presidente da
República, o militar volta-se para a Bandeira ou para o Presidente da República.
§ 2º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia militar ou cívica, realizada em
ambiente fechado, o militar volta-se para o principal local da cerimônia e faz a continência como
estipulado no inciso I do Art. 20 ou nos Arts. 21, 22 ou 23, conforme o caso.
Art . 26. Ao fazer a continência para a Bandeira Nacional integrante de tropa formada e
parada, todo militar que se desloca, faz alto, vira-se para ela e faz a continência individual,
retomando, em seguida, o seu deslocamento; a autoridade passando em revista à tropa observa o
mesmo procedimento.
Art . 27. No interior das Organizações Militares, a praça faz alto para a continência a oficial-
general e às autoridades enumeradas nos incisos III a VIII, inclusive, do Art. 15.
Art . 28. O Comandante, Chefe ou Diretor de Organização Militar tem, diariamente, direito à
continência prevista no artigo anterior, na primeira vez que for encontrado pelas suas praças
subordinadas, no interior de sua organização.
Art . 29. Os militares em serviço policial ou de segurança poderão ser dispensados dos
procedimentos sobre continência individual constantes deste Regulamento.
SEÇÃO II
§ 2º Tais disposições não se aplicam a situações operacionais, quando devem ser obedecidos
os Planos e Ordens a elas ligados.
CAPÍTULO IV
Da Apresentação
Art . 41. O militar, para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até a distância do
aperto de mão; toma a posição de "Sentido", faz a continência individual como prescrita neste
Regulamento e diz, em voz claramente audível, seu grau hierárquico, nome de guerra e
Organização Militar a que pertence, ou função que exerce, se estiver no interior da sua Organização
Militar; desfaz a continência, diz o motivo da apresentação, permanecendo na posição de "Sentido"
até que lhe seja autorizado tomar a posição de "Descansar’ ou de "À Vontade".
§ 1º Se a superior estiver em seu Gabinete de trabalho ou outro local coberto, o militar sem
arma ou armado de revólver, pistola ou espada embainhada tira a cobertura com a mão direita. Em
se tratando de boné ou capacete, coloca-o debaixo do braço esquerdo com o interior voltado para o
corpo e a jugular para a frente; se de boina ou gorro com pala, empunha-o com a mão esquerda, de
tal modo que sua copa fique para fora e a sua parte anterior voltada para a frente. Em seguida, faz a
continência individual e procede à apresentação.
§ 2º Caso esteja armado de espada desembainhada, fuzil ou metralhadora de mão, o militar faz
alto à distância de dois passos do superior e executa o "Perfilar Espada" ou "Ombro Arma",
conforme o caso, permanecendo nessa posição mesmo após correspondida a saudação; se o
superior for Oficial-General ou autoridade superior, o militar executa o manejo de "Apresentar
Arma", passando, em seguida, à posição de "Perfilar Espada" ou "Ombro Arma", conforme o
caso, logo após correspondida a saudação.
§ 3º Em locais cobertos, o militar armado nas condições previstas no parágrafo anterior, para
se apresentar ao superior, apenas toma a posição de "Sentido".
Art . 42. Para se retirar da presença de um superior, o militar faz-lhe a continência individual,
idêntica à da apresentação, e pede permissão para se retirar; concedida a permissão, o oficial retira-
se normalmente, e a praça, depois de fazer "Meia Volta", rompe a marcha com o pé esquerdo.
Referências
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