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Resumo
A partir do trabalho de Burrel e Morgan (1979) no qual foi jogada luz sobre a importância da
discussão epistemológica sobre os paradigmas existentes nos estudos organizacionais,
sobretudo, a predominância do funcionalismo, surgiu muita discussão sobre o tema para o
desenvolvimento de pesquisas no âmbito das organizações que implicam em como enxergar a
organização e os métodos de pesquisas utilizados para o avanço científico da área. Os debates
sobre a epistemologia para estudos organizacionais caminharam para uma polarização entre o
realismo-objetivista em uma visão moderna com a predominância do funcionalismo
positivista como defendido por autores como Donaldson (1997, 2003) e o neo-idealismo
subjetivista com uma visão pós-moderna como é discutido no trabalho de Hatch e Yanow
(2003). O presente ensaio tem como objetivo investigar pontos convergentes e divergentes
entre os paradigmas da teoria crítica e o interpretativista à luz do conceito epistêmico-
normativo de práticas como uma forma de utilizar uma abordagem multiparadigmática nos
estudos organizacionais. O conceito epistêmico-normativo de prática tem uma base
sociológica construtivista com o foco nas formas de construção e reprodução social de
maneira situada a partir de processos de aprendizagem e geração de conhecimento gerado a
partir de negociação. Ao adotar abordagens multiparadigmáticas, em virtude das
possibilidades de enxergar os fenômenos nas organizações por múltiplas visões, pode ser para
o pesquisador, um caminho de melhor compreender e se aproximar dos fenômenos estudados.
Apoiando-se no referencial teórico de Gioia e Pitre (1990), Lewis e Grimes (2007), Geiger
(2009) e Gherardi (2009) o ensaio se propõe a identificar teoricamente elementos que seriam
componentes da zona de transição entre os dois paradigmas e que possibilitariam estudos
empíricos que envolvessem teoria crítica e interpretativismo. Uma das principais premissas
para propor o diálogo entre os paradigmas é que eles não são abordagens teóricas
necessariamente conflitantes, mas dão ênfases diferentes para os fenômenos acessados por
meio das práticas. Ao invés de considerar as estruturas como esta zona de transição entre os
paradigmas como propõem Gioia e Pitre (1990), o ensaio sugere utilizar as práticas como
lente para esta zona de transição considerando como elementos a própria estrutura, a
interpretação, o sentido e o indivíduo. Como principais reflexões, o ensaio traz a provocação
de iniciativas de estudos empíricos que a partir das práticas possam contemplar os principais
fundamentos pressupostos da teoria crítica e do interpretativismo.
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1. Introdução
A partir do trabalho de Burrel e Morgan (1979) no qual foi jogada luz sobre a
importância da discussão epistemológica sobre os paradigmas existentes nos estudos
organizacionais, sobretudo, a predominância do funcionalismo, surgiu muita discussão sobre
o tema para o desenvolvimento de pesquisas no âmbito das organizações que implicam em
como enxergar a organização e os métodos de pesquisas utilizados para o avanço científico da
área.
Os debates sobre a epistemologia para estudos organizacionais caminharam para uma
polarização entre o realismo-objetivista em uma visão moderna com a predominância do
funcionalismo positivista como defendido por autores como Donaldson (1997, 2003) e o neo-
idealismo subjetivista com uma visão pós-moderna como é discutido no trabalho de Hatch e
Yanow (2003).
Tal polarização fez com que os estudos organizacionais fossem divididos entre
positivistas e interpretativistas, contudo, esta simplificação das possibilidades epistemológicas
existentes, esconde que há outras formas de entendimento dentro destes paradigmas e até
entre eles, ou seja, em uma abordagem multiparadigmática para estudar as organizações.
Ainda sobre a discussão da polarização entre positivismo e interpretativismo, há que
se considerar também a corrente dos estudos críticos que não se encaixa em nenhum dos
paradigmas anteriores. Paes de Paula e Alcadipani (2004) colocam a importância e o avanço
de estudos com a utilização da teoria crítica para pesquisa em organizações.
A partir destas colocações sobre a existência de multiparadigmas para o estudo e
pesquisa em organizações, este ensaio se propõe a investigar pontos convergentes e
divergentes entre os paradigmas da teoria crítica e o interpretativista à luz do conceito de
prática como uma forma de utilizar uma abordagem multiparadigmática nos estudos
organizacionais.
Contudo, o que são estudos multiparadigmáticos? Lewis e Grimes (2007) dizem que
os estudos desta natureza são aqueles que buscam combinar paradigmas distintos para ter uma
visão mais holística do que se quer investigar, isto possibilita revelar disparidade e
complementaridade entre os paradigmas adotados. Gioia e Pitre (1990, p.585) dizem que o
paradigma “é uma perspectiva geral ou forma de pensar que reflete fundamentalmente
crenças e pressupostos sobre a natureza das organizações”.
Abordagens multiparadigmáticas já são encontradas em pesquisas na área de
administração como os estudos realizados por Meirelles e Gonçalves (2005) no campo de
estratégia, assim como Antonello e Godoy (2007) em aprendizagem.
Ao adotar abordagens multiparadigmáticas, em virtude das possibilidades de enxergar
os fenômenos nas organizações por múltiplas visões, pode ser para o pesquisador, um
caminho de melhor entender e se aproximar dos objetos de estudo.
O ensaio está dividido em cinco partes que além desta introdução, apresenta as idéias
gerais sobre os paradigmas da teoria crítica e interpretativista, uma discussão teórica sobre as
aproximações e distanciamentos entre as duas abordagens com uma sugestão de diálogo entre
elas que engloba uma proposta metodológica para investigação empírica a partir dos estudos
baseados em prática e as considerações finais.
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idéias que vão de encontro ao modernismo. Para este ensaio, a referência para buscar as
proximidades e distanciamentos em relação ao paradigma interpretativista será com base na
teoria crítica.
A origem dos estudos da teoria crítica é da Escola de Frankfurt, Horkheimer, foi o
primeiro a utilizar o termo “teoria crítica” no livro teoria tradicional e teoria crítica em
1937 (VIEIRA; CALDAS, 2006). A tradição dos estudos críticos da Escola de Frankfurt
também teve como protagonistas Adorno, Marcuse, Benjamin e mais recentemente Habermas
(PAES DE PAULA, 2008).
Do ponto de vista epistemológico, a teoria crítica é entendida por autores
organizacionais como sendo do paradigma humanista radical no modelo de Burrell e Morgan
(BURRELL; MORGAN, 1979; ALVESSON; DEETZ, 1999; PAES DE PAULA, 2008) em
virtude da subjetividade e do posicionamento radical em que se baseiam suas premissas.
Os estudos com base em teoria crítica são aqueles que buscam identificar formas de
exercício do poder sobre os indivíduos que causam dominação e alienação, o intuito dos
estudos críticos é possibilitar a emancipação das pessoas ao reconhecer as forças que agem
sobre elas (VIEIRA; CALDAS, 2006; PAES DE PAULA, 2008; ALVESSON; DEETZ,
1999).
Para Vieira e Caldas (2006) a base da teoria crítica é de colocar como as coisas
deveriam ser e não necessariamente como são; nas palavras dos autores “é impossível mostrar
as coisas como elas realmente são, senão a partir da perspectiva de como elas deveriam ser”
(p. 60). Os autores esclarecem que buscar discutir como as coisas deveriam ser, não é,
necessariamente, um pensamento utópico, mas uma maneira de identificar potencialidades
para entender como o mundo funciona. No campo da administração, como as organizações
funcionam.
A teoria crítica não busca neutralidade em seus posicionamentos teóricos, pelo
contrário, ela se posiciona em favor de práticas que possibilitam a emancipação do indivíduo,
isto implica em embates políticos e ideológicos que são centrais nesta abordagem (VIEIRA;
CALDAS, 2006).
Nesta perspectiva, os teóricos críticos entendem o projeto modernista como doente e
necessitado de uma nova configuração para o futuro a partir das partes consideradas boas do
próprio modernismo (ALVESSON; DEETZ, 1999). Este posicionamento sugere uma
reconstrução do projeto modernista.
Alvesson e Deetz (1999, p. 236) fazem uma síntese de qual é a essência da teoria
crítica ao dizer que
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2.1. Crítica Ideológica
A vertente da ideologia crítica tem origem nos estudos de Marx que envolvem a
exploração econômica por meio das relações de trabalho, os temas de dominação e exploração
por proprietários e gerentes de negócios são percebidos por trabalhadores como legítima
(ideologia), o que impossibilita o reconhecimento da exploração. Entretanto, não é apenas em
assuntos de classe que aparece a crítica ideológica, estudos buscam por meio da análise da
cultura, ações de controle sobre empregados e, inclusive, gerentes (ALVESSON; DEETZ,
1999).
A crítica ideológica possui quatro temas que são recorrentes nos estudos
organizacionais críticos que Alvesson e Deetz (1999, p. 238) descrevem como:
Esta abordagem dos estudos críticos é baseada nas idéias de Habermas que busca
equacionar as possibilidades de comunicação para uma ação política equilibrada entre os
indivíduos.
Habermas coloca duas formas de aprendizagem e racionalidade como maneira de
entender as possibilidades de crítica, elas são o tecnológico-científico-estratégico que possui
relações com o mundo do sistema e o comunicativo-político-ético que está associado ao
mundo vivido. Habermas defende o mundo vivido com a idéia de expansão da racionalidade
que possibilita a criação e recriação de padrões de significado (ALVESSON; DEETZ, 1999).
Habermas destaca que a ação comunicativa é importante aspecto da interação social na
vida diária e em instituições sociais, ela deve ser capaz de proporcionar oportunidades
equivalentes de fala entre as pessoas sem que haja algum tipo de constrangimento entre os
participantes. Esta abordagem de Habermas é criticada por valorizar em demasia a linguagem
e a interação como forma de racionalidade o que implica em uma visão benigna e benevolente
da espécie humana (ALVESSON; DEETZ, 1999).
A abordagem de Habermas remete a um entendimento de emancipação relacionado a
possibilidade igualitária de participação nas interações, ou seja, uma idéia de consenso, isto
descaracteriza, de alguma forma, a existência de poder assimétrico e a influência nas ações
comunicativas nos momentos de interação.
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premissas de emancipação do indivíduo. Nesta discussão surgem duas posições dentro dos
estudos críticos, a critical management studies e aqueles que podem ser considerados
humanistas organizacionais (PAES DE PAULA, 2008).
Na perspectiva da critical management studies, não há uma ruptura entre a
administração e o modelo capitalista dominante, seu posicionamento é de conciliação entre a
emancipação e as formas de gestão organizacional (PAES DE PAULA, 2008).
Por outro lado, os humanistas organizacionais sugerem modelos alternativos de
sobrevivência humana que rompem com o capitalismo e as formas de gestão atuais. Guerreiro
Ramos sugere isonomias e fenonomias em contraposição as economias, por outro lado,
Maurício Tragtenberg aponta os modelos de autogestão, ou seja, formas alternativas de
compreensão e ação humana que implicam em uma nova maneira de entender negócios
(PAES DE PAULA, 2008).
Estas tensões dentro da abordagem de estudos organizacionais críticos representam a
dificuldade de um consenso nas maneiras de enxergar e entender gestão, tal situação se repete
dentro de outros paradigmas, inclusive o interpretativista que é discutido a seguir. Desta
maneira, a pluralidade dentro dos paradigmas pode sugerir que a abordagem
multiparadigmática seja mesmo uma forma de compreender melhor os fenômenos estudados
nas organizações, por assumir o caráter complexo e complementar entre as várias visões
apresentadas dentro dos paradigmas e entre eles.
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A fenomenologia possui várias abordagens a partir do trabalho de Edmund Husserl,
contudo, duas correntes se destacam nesta abordagem, o transcendentalismo e o
existencialismo. No transcendentalismo a transcendência é vista como um potencial para a
libertação do cotidiano, já no existencialismo o ser é visto como real e constitutivo
(VERGARA; CALDAS, 2007).
Na hermenêutica, a preocupação é compreender e interpretar os produtos da mente
humana. São estes produtos que constroem o mundo social e cultural. As duas escolas de
pensamento que mais orientam os pressupostos metodológicos do paradigma interpretativista
são a etnometodologia e o interacionismo simbólico (VERGARA; CALDAS, 2007).
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No entendimento do autor, apesar das diferenças entre os estudiosos citados, existe
algo comum em suas pesquisas que justamente como eles viam e estudavam a vida humana
em grupo. O conceito de interacionismo simbólico foi construído em meio esta similaridade.
Blumer (1986) coloca que o movimento do interacionismo simbólico está alicerçado
em três premissas:
- Os seres humanos agem em relação as coisas baseando-se no significado que estas
coisas têm para eles. Elas incluem tudo que os seres humanos podem notar como objetos
físicos, outros seres humanos, categorias de seres humanos como amigos ou inimigos,
instituições, ideais, atividades dos outros e situações que os indivíduos encontram no seu
cotidiano;
- O significado das coisas é derivado ou surge da interação social que um membro tem
com o outro;
- Os significados das coisas são apropriados e modificados por um processo
interpretativo usado pela pessoa para lidar com as coisas que ele defronta.
Daft e Weick (2007) colocam que apesar das interpretações serem realizadas no nível
individual, as organizações também possuem memória em relação as interpretações, isto
porque nas organizações são construídos modelos mentais compartilhados que fazem com que
a organização permaneça com as interpretações e significações assumidas mesmo com a
mudança de membros da organização ao longo do tempo.
Como meio de buscar o diálogo entre os paradigmas da teoria crítica e o
interpretativista, nossa posição é esta conciliação deve ser feita à luz do conceito epistêmico-
normativo de prática. Para facilitar o entendimento dos argumentos desta construção teórica,
faz-se necessário uma apresentação do conceito de prática.
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Para Geiger (2009) o conceito de práticas pode ser classificado em duas perspectivas
dentro dos estudos organizacionais, uma delas de caráter mais processual com discussões
entorno de rotinas, em que as práticas são vistas como maneira de unir estrutura e agência, o
termo “prática” é entendido de maneira mais coloquial em que processos simples tem um fim
em si mesmos, as principais contribuições são oriundas dos estudos da área de estratégia e
utilizam a idéia de “strategy-as-practice”. A segunda perspectiva apontada pelo autor é
entendida como epistêmico-normativa na qual o entendimento do termo “prática” é ampliado
a partir de uma base sociológica construtivista com o foco nas formas de construção e
reprodução social de maneira situada a partir de processos de aprendizagem e geração de
conhecimento.
Geiger (2009) coloca que a perspectiva processual das práticas que está associada a
rotinas e possui um posicionamento com orientação positivista a partir de observações
empíricas do micro-funcionamento das rotinas. Por outro lado, a perspectiva epistêmico-
normativa é crítica no contexto dos estudos organizacionais ao positivismo, cognitivismo e a
concepção racionalista das organizações, defendendo que as organizações, os processos de
aprendizagem e geração de conhecimento são construídos socialmente.
Segundo Nicolini, Gherardi e Yanow (2003) a noção de prática está baseada em três
grandes áreas do saber, a tradição marxista, a fenomenologia e o interacionismo simbólico,
além do legado de Wittgenstein. Entretanto, é preciso ressaltar que não há uma visão
unificada sobre os estudos baseados em prática, o que existe é apenas um grupo de pesquisas
e pesquisadores aproximados por um legado histórico e um conjunto de referencial teórico
comum. Fenômenos como o conhecimento, significado, a atividade humana, poder,
linguagem, organizações, transformações históricas e tecnológicas assumem lugar e são
componentes do campo das práticas para os que compartilham desta abordagem.
Nicolini, Gherardi e Yanow (2003) sugerem uma classificação com quatro tradições
dentro dos estudos baseados em prática. Os autores colocam que esta é apenas uma maneira
de enxergar as perspectivas existentes no campo que utilizam as práticas como lentes,
contudo, ela contribui para que seja possível um melhor entendimento e uma ampliação dos
estudos nesta área. Para facilitar e resumir as principais características de cada uma das
tradições foi elaborado o quadro 1.
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Nesta abordagem as atividades são
culturalmente situadas e mediadas pela
Psicologia cultural de
linguagem e artefatos tecnológicos. As
Teoria da Vygostsky / Praxis Engeström, Puonti e
atividades são sempre desenvolvidas
atividade cultural de Marx / elementos Seppänen, Blackler,
em comunidades e implica em divisão
e histórica do interacionismo Crump e McDonald
do trabalho entre os membros. O
simbólico
trabalho orienta as práticas e a
mudanças destas.
Fonte: elaborado pelos autores com base em Nicolini, Gherardi e Yanow (2003).
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processos de construção simbólica, para ela, o surgimento das práticas nas organizações é
resultado das interações sociais em processos de aprendizagem que são sempre negociados e
que as assimetrias de poder estão presentes.
Tanto no paradigma interpretativista quanto na teoria crítica, a idéia de realidade não é
entendida a priori, mas a posteriori, ou seja, a realidade não existe por si só, ela é construída
por meio dos processos de interação entre os indivíduos (BERGER; LUCKMANN, 2001).
Entretanto, é preciso pontuar que a forma e o resultado desta construção da realidade possuem
focos distintos nas duas abordagens.
O quadro 2 com base em Alvesson e Deetz (1999) apresenta os dois paradigmas
enquanto características de discurso.
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A idéia de utilizar as práticas como referência é uma maneira de acessar o fenômeno
que possui um caráter altamente subjetivo, ou seja, as práticas é a forma de tangibilizar o
objeto de estudo (GHERARDI, 2001).
Gherardi (2009) sugere que as práticas sejam não apenas uma forma de entender como
as pessoas atribuem significado para seus processos de aprendizagem, a autora acrescenta que
por meio delas é possível também acessar estruturas mais profundas destas práticas que
podem sinalizar ações de exercício de poder e dominação.
Assim, ao mesmo tempo em que as práticas possuem uma representação simbólica
dotadas de sentido e significado, elas também externalizam ações de dominação e poder sobre
os indivíduos (GHERARDI, 2009).
Ao entender que as práticas podem ser um referencial metodológico de cunho crítico-
interpretativista, é possível apontar como técnicas de pesquisa a observação participante,
entrevistas em profundidade individuais e em grupos, além da análise de documentos. Todas
estas técnicas de pesquisa se enquadram em métodos qualitativos de pesquisa que segundo
Godoy (1995) busca entender em profundidade um determinado fenômeno sem preocupações
com generalizações.
Desta maneira os estudos crítico-interpretativistas podem ser baseados em técnicas da
metodologia qualitativa utilizando como referência as práticas organizacionais que
possibilitam acessar significados e ações de poder e dominação sobre os indivíduos.
6. Considerações Finais
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interpretativistas existentes na literatura de estudos organizacionais em virtude do seu grande
número e elevado grau de complexidade para serem tratados em apenas um ensaio. A partir
disso, sugere-se que além de discussões que envolvam outras abordagens dos dois paradigmas
eleitos neste trabalho, seja testada empiricamente a proposta de pontos comuns entre os
paradigmas da teoria crítica e interpretativista a partir das práticas para verificar se eles dão
conta de sustentar um estudo multiparadigmático que envolva as duas abordagens.
Referências
BERGER, P.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade. 20ª ed.. Rio de Janeiro:
Editora Vozes, [1967] 2001.
____. Organization theory as a positive science. IN: TSOUKAS, H.; KNUDSEN, C. (Eds.)
The Oxford Handbook of Organization Theory. Oxford: Oxford University Press, p.39-62,
2003.
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____. Introduction: the critical power of the “practice lens”. Management Learning, v. 40, n.
2, 2009.
PAES DE PAULA, A. P. Teoria Crítica nas Organizações. São Paulo: Thomson Learning,
2008.
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