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Santo Irineu (130 — 203):

“Como por uma virgem desobediente foi o homem ferido,


caiu e morreu, assim também por meio de uma virgem
obediente à palavra de Deus, o homem recobrou a vida.
Era justo e necessário que Adão fosse restaurado em
Cristo, e que Eva fosse restaurada em Maria, a fim de que
uma virgem feita advogada de uma virgem, apagasse e
abolisse por sua obediência virginal a desobediência de
uma virgem.” (Contra Heresias L. 5, 19.1)

Santo Hipólito de Roma (170 — 236):

“…corpo de Maria toda santa, sempre virgem, por uma


concepção imaculada, sem conversão, e se fez homem na
natureza, mas em separado da maldade: o mesmo era
Deus perfeito, e o mesmo era o homem perfeito, o mesmo
foi na natureza em Deus, uma vez perfeito e homem.” (As
obras e fragmentos. Fragmento VII)

Orígenes de Alexandria (185 — 253):

“Mas, seguindo a tradição que está registrado no


Evangelho segundo São Pedro ou no livro de Tiago, eles
dizem que há alguns irmãos de Jesus, os filhos de José
por uma ex-mulher, que vivia com ele antes de Maria.
Agora aqueles que dizem por assim desejarem preservar a
honra de Maria na virgindade até o fim, de modo que o
organismo dela, que foi designada para ministrar a
Palavra que diz: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o
poder do altíssimo deve ofuscar a ti “, pode não ter tido
relação sexual com um homem depois que o Espírito
Santo veio ela e o poder do alto a tivesse ofuscado. E eu
acho que em harmonia com a razão que Jesus era o fruto
primeiro entre os homens da pureza, que consiste na
castidade, e Maria entre as mulheres, pois não foram
piedosos atribuir a qualquer outro do que o seu fruto
primeiro da virgindade.”(Comentário ao Evangelho de
Mateus x. 17)

“Pois, se Maria, como aqueles que declaram, com exaltar


sua mente sã, não tinha outro filho, mas Jesus, e ainda
Jesus diz para sua mãe, ‘Mulher, eis aí teu filho’, e não
‘Eis que você tem esse filho também'” (Comentário ao
Evangelho de João, Livro 1, 6)

“Sobre este assunto, eu encontrei uma observação muito


bem em uma carta do mártir Inácio, segundo bispo de
Antioquia depois de Pedro, que lutou com as feras,
durante a perseguição em Roma. A virgindade de Maria
estava escondida do príncipe deste mundo, graças a José
e escondido seu casamento com ele. Sua virgindade foi
mantida escondida porque ela foi pensada para ser
casada.” (Homilias sobre Lucas, 6, 3-4.)

São Gregório de Neucaesarea (213 — 270):

“Para a santa Virgem guardado cuidadosamente a tocha


da virgindade, e deu ouvidos diligentemente que não
deveria ser extinta ou contaminada.” (The Second
Homily. On the Annunciation to the Holy Virgin Mary)
São Pedro de Alexandria (+ 311):

“…que tem o nome de Leucado, eles vieram para a igreja


da mãe mais abençoada de Deus e sempre Virgem Maria,
que, como se começou a dizer, ele tinha construído no
oeste…” (Episolæ)

Santo Atanásio de Alexandria (295 — 373)

“Portanto, que aqueles que negam que o Filho do Pai, por


natureza, e é adequado a esta essência, negam também
que Ele se tornou verdadeiro humano da Sempre Virgem
Maria…” (Contra Arianos, cap 21)

Hilário de Poitiers (300 — 368):

“Se eles [os irmãos do Senhor] foram filhos de Maria e


não tomados de casamento anterior de José, ele nunca
teria sido entregue no momento da paixão [crucificação]
para o apóstolo João, sua mãe, o Senhor dizendo: a cada
um, ‘Mulher, eis aí teu filho’, e João, “Eis a tua mãe ‘[João
19:26-27), como ele legou o amor filial a um discípulo
como um consolo para a desolação” (Comentário sobre
Mateus 1 : 4 )

Santo Efrem da Síria (306 — 373):

“Em sua virgindade Eva colocou as folhas de vergonha:


Sua mãe colocou na sua virgindade a roupa da Glória que
é suficiente para todos.” (Hino da Natividade, hino 12)
“O que teria sido possível que aquela que foi a residência
do Espírito, que foi ofuscada pelo poder de Deus, tornou-
se uma mulher mortal, e ela suportou a dor, de acordo
com a maldição em primeiro lugar? […] A mulher que dá
à luz na dor não poderia ser chamado abençoado. O
Senhor, que veio com as portas fechadas, e fora do seio
virginal, porque isso realmente virgem deu à luz sem
sentir dor ” (Efren, Diatessaron, 2,6: SC 121,69-70, cf. .
ID, Hímni de Nativitate, 19,6-9: CSCO 187,59)

Santo Epifânio (310 — 403):

“De onde vem esta perversidade? De onde é que irrompeu


tamanha audácia? Porventura o próprio nome não é
suficiente atestado? Quem jamais houve, em tempo
algum, que ousasse proferir o nome de Maria e
espontaneamente não lhe acrescentasse a palavra
virgem? O nome de Virgem foi dado a Santa Maria, nem
se mudará nunca, ela sempre permaneceu ilibada”
(Panarion, Contra os hereges).

Dídimo, o cego (313 — 398):

“Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima de todas


as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais
foi Mãe de qualquer outro filho; mas, mesmo após o
nascimento do seu filho [único], ela permaneceu sempre
e para sempre uma virgem imaculada”. (A Trindade 3,4)

São Cirilo de Jerusalém (315 — 386):


“o Unigênito do Único, Jesus Cristo, nosso Senhor, a
produção, segundo a carne, do ventre da Santa Maria,
Virgem perpétua, em cuja santa casa somos nós reunidos
neste dia para comemorar o dia de sua morte. ” (Homilias
sobre a Dormição)

São Basílio de Cesareia (329 — 379):

“Os amigos de Cristo não toleram ouvir que a Mãe de


Deus deixou de ser virgem num determinado momento”
(Homilia Em Sanctum Christigenerationem, 5)

São Gregório de Nissa (330 — 395):

“Pois se José a tomou como sua esposa com o proposito


de ter filhos, por que ela ficou pensando sobre o anuncio
de sua maternidade, se ela mesma aceitou o fato de se
tornar mãe de acordo com a lei da natureza? Mas assim
como era necessário Guardar o corpo da consagrada a
Deus como oferenda intocada e Espírito Santo, por esta
mesma razão, ela afirma, mesmo se você é um anjo que
desceu do céu e mesmo que este fenômeno está além da
capacidade dos homens, no entanto, impossível para mim
conhecer homem. Como devo tornar-me mãe sem
conhecer homem? Pois, embora considere um José para
ser meu marido, ainda assim não conhecerei homem”
(Sobre a Geração de Santo Cristo, 5)

Santo Ambrósio de Milão (340 — 397):

“Hove quem negasse que Maria tivesse permanecido


virgem. Desde muito temos preferido não falar sobre este
tão grande sacrilégio. Maria (…) que é mestra da
virgindade, (…) não podia acontecer que aquela que em si
tinha trazido Deus , resolvesse andar às voltas com um
homem. Nem José, varão justo, cairia nessa loucura de
querer misturar-se com a mãe do Senhor, em relação
carnal”.( De Inst. Virg. I , 3).

Rufino de Aquileia (340 — 410):

“A porta que estava fechada (Ezech. 44,2) foi a sua


virgindade, través dela o Senhor Deus de Israel entrou,
por isso Ele avançou a este mundo através do ventre da
virgem. E, porque a sua virgindade foi preservada intacta,
portão da Virgem permaneceu fechado para sempre “.
(Comentário do Credo dos Apóstolos, 9)

Santo Agostinho (354 — 430):

“Virgem que concebe, virgem que dá à luz, virgem


grávida, virgem que traz o feto, Virgem perpétua”(Sermão
CLXXXVI, 1, 1)

“Concebeu-O [a Cristo Jesus] sem concupiscência, uma


Virgem; como Virgem deu-lhe à luz, Virgem permaneceu”
(Sermão sobre a Ressurreição de Cristo, segundo São
Marcos, PL XXXVIII, 1104-1107).

São Jerônimo (347 — 420):

“Rogo também a Deus Pai para que demonstre que a mãe


de Seu Filho – que se tornou mãe antes de se casar –
permaneceu Virgem ainda após o nascimento de seu
Filho.” (Contra Helvídeo, sobre a virgindade perpétua de
Maria, cap II)

São João Cassiano (360 — 435):

“Por isso, confesso que o nosso Deus e Senhor Jesus


Cristo, o Filho Unigênito de Deus, que por sua própria
causa foi gerado do Pai antes de todos os mundos,
quando ao tempo ele por nossa causa se fez homem
através do Espírito Santo e da sempre Virgem Maria, era
Deus em Seu nascimento, e enquanto confessamos as
duas substâncias, da carne e da Palavra.” (Sobre a
Encarnação de Cristo contra Nestório, L. VII, 5)

São Cirilo de Alexandria (375 — 444):

“Salve, vaso puríssimo da temperança, a ti virgem,


confiou, na cruz, nosso Senhor Jesus Cristo a Mãe de
Deus, sempre virgem!” (Discurso em Concílio de Éfeso)

São Máximo, o Confessor (580 — 662):

“O nascimento e a adolescência daquela que concebeu e


deu à luz – evento impensável, incompreensível, inefável!
– ao Filho de Deus, o Verbo, Rei e Deus do Universo, já
haviam sido mais maravilhosos que tudo o que se pode
ver na natureza. Desde então, todos os dias de sua inteira
existência, mostrou um estilo de vida superior à natureza
[…] Logo, no caminho de sua fatigosa tarefa, sofreu e
suportou muitas tribulações, provas, aflições e lamentos
durante a Crucifixão do Senhor, alcançando uma
completa vitória e obtendo coroas de triunfo, até ao ponto
de ser constituída a Rainha de todas as criaturas[…] A
Virgem não só animava e ensinava aos santos apóstolos e
aos demais fiéis a ser pacientes e suportar as provas,
senão que era solidária com eles em suas fadigas, lhes
sustentava na pregação, estava em união espiritual com
os discípulos do Senhor em suas privações e suplícios, em
suas prisões[…] Depois da partida de João, o Evangelista,
São Tiago, o filho de José, também chamado «irmão do
Senhor», tomou a seu cuidado a santa Mãe de Cristo […]”
(Vida da Virgem)

Santo Ildefonso de Toledo (606 — 667):

“Tua pureza fica salva no anúncio sobre tua prole; tua


virgindade encontra segurança no nome de teu filho, e
assim permaneces honesta e íntegra depois do parto” (A
virgindade perpétua de Santa Maria)

São João Damasceno (676 — 749):

“Tendo levado uma vida casta e santa, engendrastes a jóia


da virgindade, aquela que deveria permanecer Virgem
antes, durante e depois do parto, a única sempre Virgem
de espírito, de alma e de corpo.” (Homilia sobre a
Natividade de Maria, 5)

Poderia acrescer com os santos Papas que defenderam o


mesmo nesse período, mas não o farei, dando esse
gostinho aos protestantes, evito que venham com mais
desculpas.
Os protestantes também têm sua própria lista, é melhor
chamá-la de pretensa lista, de citações de Pais da Igreja.
Os citados quando não têm seus textos falseados são os
hereges que só, por isso, não merecem nenhuma atenção.
Os mencionados são: Santo Irineu, Tertuliano, Santo
Eusébio, Santo Epifânio, Hegesipo, Helvídeo, Vigilâncio,
Joviniano e Nestório. Conheçamos cada um deles.

Comecemos com Sto Irineu. Sua citação que encabeça os


Pais citados por mim derruba qualquer interpretação
contrária a sua virgindade.

Tertuliano é um caso particular, primeiramente defensor


assíduo da fé cristã, depois no fim da vida acaba por se
tornar um herege montanista. Santo Agostinho nos
informa que Tertuliano, por fim, acaba por fundar uma
seita própria, o próprio Santo Agostinho diz ter trazido de
volta ao seio da Igreja seus últimos adeptos. [Os Padres
da Igreja (séc I – IV) Jacques Liébaert]

Leiamos, antes, algumas de suas afirmações claramente


hereges:

“O conhecimento e a defesa do Paráclito nos (nós


montanistas) separam dos psíquicos (isto é, dos membros
da Igreja Oficial)”

“A Igreja é propriamente e sobretudo o Espírito mesmo,


em que reside a Trindade da única divindade, Pai, Filho e
Espírito Santo. É ele que reúne essa Igreja que o Senhor
estabeleceu nos três. Por isso, desde então, todo grupo de
pessoas reunidas nessa fé constitui uma Igreja para o
Autor e Consagrador” (Sobre a Castidade XXI,17)

Agora, sobre a virgindade o texto em questão é o


seguinte:

“Uma Virgem deu à luz Cristo, e casou-se unicamente


depois do nascimento deste. Para que fosse possível
louvar no nascimento de Cristo os dois tipos de castidade:
ser filho de uma mãe virgem que apenas conheceu um
homem” (De Monogamia 8)

Mas pasmem! O mesmo acreditava que Maria perdeu a


virgindade ao dar a luz, o que destrói a fé cristã e não
passa de uma repetição da desculpa dos judeus para não
aceitarem Jesus Cristo:

“Pariu porque deu à luz um descendente da própria


carne; não o deu enquanto não o fez por intervenção
humana. Foi virgem com respeito ao marido, mas não
com relação ao parto. (…) A mesma que deu à luz o fez
verdadeiramente. Foi virgem quanto à concepção, não
quanto ao parto. (…) O seio da Virgem abriu-se de modo
especial, porque de modo especial havia sido selado” (De
Carne Christi 23)

Definitivamente Tertuliano não é uma boa fonte contra a


Igreja e chega ser desonesto usá-lo. Sobre ele São
Jerônimo nem perdeu tempo, apenas disse: “De
Tertuliano não direi senão que não pertenceu à Igreja.”
(A Virgindade Perpétua virgindade de Maria IV, 19)
Com relação a Santo Eusébio não passa de uma falta de
atenção de seus leitores. Não leram sua obra
completamente, pegaram trechos isolados e já tiraram a
conclusão. Citam as partes onde ele chama Tiago, primo
de Jesus ou um dos filhos de José, de irmão do Senhor.
Ora, isto não é novo, assim é chamado na própria Bíblia.
Na verdade os Pais da Igreja continuaram a identificá-lo
como irmão do Senhor, mesmo sabendo que não eram
filhos de Maria, preservaram o semitismo que remonta as
próprias traduções dos apóstolos. São vários os concílios
da Igreja que continuaram a identificar Tiago assim,
mesmo já promulgado o dogma da virgindade de Maria.
No próprio Concílio de Trento isso é feito. (Cf. 14ª sessão
– unção dos enfermos, cap 1). E como prova do que estou
falando vejamos o que em outros capítulos de Santo
Eusébio é explicado:

“Então Tiago, a quem os antigos sobrenome o Justo por


conta da excelência da sua virtude, é lembrado por ter
sido o primeiro a ser feito bispo da igreja de Jerusalém.
Este Tiago foi chamado de irmão do Senhor, porque ele
era conhecido como um filho de José, e José era suposto
ser o pai de Cristo, porque a Virgem, sendo prometida a
ele, foi encontrada com o filho pelo Espírito Santo antes
de chegarem juntos, Mateus 1:18 como a conta dos shows
santos Evangelhos”. (HE III 1,2)

Vemos aí que Sto. Eusébio relata que Tiago era conhecido


como um filho de José, só José. Se achasse que fosse filho
de Maria seria inútil sua explicação. Ele segue uma antiga
tradição que encontramos, inclusive, no Proto-Evangelho
de Tiago do ano 150.

Eusébio citando Clemente escreve:

“Clemente, no livro VI das Hypotyposeis, adiciona o


seguinte: “Porque -dizem – depois da ascensão do
Salvador, Pedro, Tiago e João, mesmo tendo sido os
preferidos do Salvador, não tomaram para si esta honra,
mas elegeram como bispo de Jerusalém Tiago o Justo.”

E o mesmo autor, no livro VII da mesma obra, diz ainda


sobre ele o que segue:

“O Senhor, depois de sua ascensão, fez entrega do


conhecimento a Tiago o Justo, a João e a Pedro, e estes o
transmitiram aos demais apóstolos, e os apóstolos aos
setenta, um dos quais era Barnabé.

Houve dois Tiagos: um, o Justo, que foi lançado do


pináculo do templo e morto a golpes com um bastão; e o
outro, o que foi decapitado.” Também Paulo menciona
Tiago o Justo quando escreve: Outro apóstolo não vi além
de Tiago, o irmão do Senhor.” (HE II, 1)

Nesta, cita um Pai da Igreja, que identifica Tiago como


irmão do Senhor, mesmo deixando claro que esse é um
dos apóstolos. Os dois apóstolos chamados Tiago na
Bíblia não são filhos de Maria, mãe de Jesus, um é filho
de Zebedeu, o Tiago maior, enquanto o outro de Alfeu, o
Tiago menor, que provavelmente era filho de Maria de
Cléofas.
Então, ao contrário do que uma leitura superficial e
isolada de seus escritos pode deixar parecer, ele
acreditava na virgindade perpétua de Maria.

Santo Epifânio, é mais um em que as citações acima não


deixam dúvidas.

Seguindo para Hegésipo, o trecho em questão é este:

“Da família do Senhor ainda estão vivos os netos de


Judas, que acredita-se que tenha sido irmão do Senhor
pela carne..”

Podemos tirar disso apenas que Judas era dito irmão do


Senhor pela carne, nada mais.

Ao trecho as seguintes formas de respostas seriam


satisfatórias:

1. Os que acreditavam nisso eram os acusadores. Nada


impede que os acusadores de Judas, que pelo o que
parece não eram cristãos, acreditassem que Jesus era
filho de José e de Maria, pois se não eram cristãos não
tinham porque crer em sua virgindade mesmo no parto.

2. É dito irmão do Senhor pela carne não de Maria, mas


de Davi. Eusébio, realmente, diz que acusavam Judas
“com base em sua linhagem vinda de Davi e sua relação
com o próprio Cristo” (HE III, 19) E Hegésipo no mesmo
registro acrescenta: “Foram passadas informações de que
eles seriam da família de Davi e eles foram levados até o
imperador Domiciano pelo Evocatus…”
3. O uso de irmão deve ser levado em conta segundo o
semitismo usado, e a ênfase “em carne”, para mostrar que
não era irmão do Senhor segundo o espírito apenas.
Como foi dito: “E se deve ver um estranho, que o levou
sob o seu teto e se alegram por ele como mais um irmão
de verdade, porque lhes chamar irmãos, não segundo a
carne, mas segundo a alma.” (Aristides, desculpa 15,6,
escrevendo aos cristãos). Um exemplo do uso é quando
Jesus é dito filho de Davi ou descendente segundo a
carne, isto não quer dizer que seja direto, mas segundo a
carne de Maria. Assim como nos explica Tertuliano:

“Sed et Paulus, eiusdem utpote evangelii et discipulus et


al magister testículo quia apostolus eiusdem Christi,
confirmat Christum ex Semine secundum carnem David,
ipsius Utique. ergo ex Semine David caro Christi. sed
secundum carnem Mariae ex Semine David, ergo est
Mariae ex carne dum est Semine ex Davi.” (Na carne de
Cristo 22,3)

O fato do acréscimo “da carne” não significa muito. O


próprio Concílio Quinissexto de 692 identifica Tiago,
outro irmão apontado pelos protestantes, de forma
parecida: “Pois também Tiago, o irmão, segundo a carne,
de Cristo nosso Deus, a quem o trono da igreja de
Jerusalém primeira foi confiada, e Basílio, o arcebispo da
Igreja de Cesaréia, cuja glória se espalhou por todo o
mundo, quando nos deu instruções para o sacrifício
místico, por escrito, declarou que o Santo Cálice está
consagrado na Divina Liturgia com água e vinho.”
(CÂNON XXXII) Só como curiosidade, esta é a mais
antiga referência explícita à liturgia de Tiago que diz:
“Fazemos memória de nossa Santíssima, Imaculada, e
gloriosíssima Senhora Maria, Mãe de Deus e sempre
Virgem”. A terceira alternativa me parece mais óbvia.

O próximo é Helvídeo, que fundamentado num herege,


Tertuliano, numa interpretação literal da Bíblia e por mal
interpretar outro Pai da Igreja, negou a virgindade de
Maria. São Jerônimo fez uma bela refutação às suas
tentativas frustradas. Vale a pena a leitura, que dispensa
meus comentários.

Sigo para Vigilâncio, que também não tinha um bom


currículo. É outro que foi refutado por S. Jerônimo. Entre
suas heresias, além da de negar a virgindade perpétua de
Maria, cita-se:

1. Era contra o culto aos mortos.

2. Pensava que os mortos dormiam ao que levou S.


Jerônimo a chamá-lo de “Dormilâncio” (cF. Contra
Vigilâncio CAP II)

3. Chamava as velas de insignificantes.

4. Sobre as relíquias dos mártires diz: “um pouco de pó


miserável, envolto em panos caros”

5. Usava como fonte doutrinal um livro apócrifo, que não


era recebido, obviamente, pela Igreja.

Enfim, é outro que não merece nenhuma consideração.


O Outro é Joviniano, que não por coincidência era outro
herege. Entre suas crenças podemos trazer:

1. Uma virgem não é melhor aos olhos de Deus do que


uma mulher casada.

2. Uma pessoa batizada com o Espírito Santo não pode


cair no pecado. Sobre isso diz: “os que com plena certeza
de fé que nasceram de novo no batismo, não pode ser
derrubado pelo diabo.”

3. Todos os pecados são iguais.

4. Há apenas um grau de punição e recompensa no futuro


estado.

Esse herege foi condenado pelo sínodo de Roma, sob


Papa Sirício e pelo sínodo de Milão, convocado por Santo
Ambrósio.

Tempos depois ele ainda é lembrado por Santo Ildefonso


de Toledo: “Não quero ver-te [Joviniano] questionar
sobre o pudor de nossa Virgem no parto, não quero ver-te
corromper a sua integridade na geração; não quero saber
violada sua virgindade no momento em que deu à luz.
Não lhe negues a maternidade porque foi virgem; não a
prives da plena glória da virgindade, porque foi mãe. Se
uma dessas coisas tu confundes, em tudo erraste.
Desconhecer a harmonia que as une é ignorar por
completa a verdade que encerram. Se não pensas assim
estas errado, pecas contra a justiça. Se negas à Virgem
sua maternidade ou sua virgindade, injurias grandemente
a Deus.” (Patrologia Latina 96,58, 617-667 d. C.).

O próximo é Bonoso, herege, que teve suas obras


condenadas pelo Decreto Gelasiano e foi condenado por
um sínodo de Sto. Ambrósio. Suspeita-se ainda que o
mesmo negava a divindade de Cristo, pois seus
seguidores negavam esse dogma. Sobre ele, Anísio, bispo
de Tessalônica, escreve ao Papa Sirício, indignado por sua
descrença na virgindade de Maria, ao que o Papa
responde:

“É natural que tenha sentido horror ao ouvir dizer que do


ventre de Maria, do qual nasceu Cristo segundo a carne,
tenham nascido outros filhos. Jesus Cristo não teria
escolhido nascer de uma virgem se soubesse que ela se
contaminaria por meio da união com um homem,
manchando o lugar onde Ele havia repousado, a corte do
Rei Eterno. Esta afirmação nada mais é do que a
aceitação da falsa doutrina judia, segundo a qual Cristo
não nasceu de uma virgem”.

Resta-nos Nestório. Ele além de negar sua virgindade


perpétua, negava sua maternidade divina. Acreditava que
em Cristo havia duas pessoas distintas, uma humana e
outra divina, completamente independentes uma da
outra. Ele foi condenado como herege pelo concílio de
Éfeso em 431. O primeiro a acusá-lo de heresia foi um
leigo, Eusébio de Doriléia, mas seu combatente mais
assíduo foi São Cirilo.
Vemos que os apontados pelos protestantes dos
ortodoxos tira-se todos, obviamente, sobrando os hereges
condenados pela santa Igreja pela negação da virgindade
de Maria e por outras heresias. Notamos que quando
esses se pronunciaram foram duramente repreendidos
pelos bispos em sua época e condenados. Nenhum deles
diz estar falando o que os antigos Pais criam, ao
contrário, do que Sto. Ambrósio, Sto. Agostinho, etc.
faziam como referência. E não há de se comparar o
número de Pais da Igreja que defendiam sua virgindade
com algumas vozes hereges que de tempos em tempos
foram aparecendo de forma isolada. Os hereges que
faziam tal injúria sabiam que eram vozes a ermo na
Igreja. Fundamentavam-se apenas numa leitura
fundamentalista da Bíblia e, por vezes, por outros
hereges. Essa cadeia de acusações nunca terá fim com a
existência de heresias, mas nunca poderá ser embasada
pela Sagrada Tradição. Lembrem-se os protestantes que
todas essas seitas com suas heresias foram aos poucos
caindo, só quem ficou foi a Igreja Católica e a integridade
de sua doutrina, a que ficará “até o fim dos tempos.” (Mt
28, 20)

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