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QUESTÃO 1
Leia o texto a seguir:
“Diferentemente do Carnaval, quando quem dá o tom são aristocratas como o Rei Momo e as rainhas
das baterias das escolas de samba, nos tempos sem folia o Brasil é uma república.
A forma de governo criada pelos romanos deve garantir que os interesses da comunidade prevaleçam
sobre os individuais. Concretamente, isso significa acabar com o nepotismo e elaborar processos
políticos de decisão de forma transparente e respeitando o bem comum. Os romanos chamavam isso
de Res Publica, ou "coisa pública" – ou, melhor ainda, "bem público". Quando cheguei ao Brasil, há
20 anos, ficou claro rapidamente que, por aqui, o conceito de "coisa pública" é entendido de outra
forma. Se alguma coisa é "pública", as pessoas podem fazer o que quiserem com ela. Locais públicos,
como parques, ruas e praias, podem ser usados como cada um bem entende, sonorizados com música
no último volume ou servir de lixão para os próprios detritos. (...) O princípio de que todos são iguais
perante a lei se dissolve diante de tais privilégios. Enquanto 40% dos detentos nas prisões brasileiras
esperam por seus processos, os poderosos e influentes escapam de suas perseguições e penas.
Normalmente, privilégios não combinam com uma república. Quando são usados para desviar a lei,
eles matam o espírito republicano. (...) No Carnaval, pelo menos, as coisas são claramente
organizadas. Todos sabem que quem manda é o Rei Momo e que tudo e todos são subordinados a
ele. O problema começa quando, na Quarta-Feira de Cinzas, ele devolve as chaves da cidade.” (MILZ,
Thomas. República sem republicanos. In: Deutsche Welle, 07/02/2018. Disponível em
https://www.dw.com/pt-br/rep%C3%BAblica-sem-republicanos/a-42490574. Acesso 03 jul.
2018.)
QUESTÃO 2
“A natureza racional existe como fim em si. É assim que o homem se representa necessariamente a
sua própria existência; e, neste sentido, este princípio é um princípio subjectivo das acções humanas.
Mas é também assim que qualquer outro ser racional se representa a sua existência, em virtude
exactamente do mesmo princípio racional que é válido também para mim; é portanto
simultaneamente um princípio objectivo, do qual como princípio prático supremo se têm de poder
derivar todas as leis da vontade. O imperativo prático será pois o seguinte: Age de tal maneira que uses
a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca //
simplesmente como meio.” (KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Paulo
Quintela. Lisboa: Edições 70, 1995, p. 69.)
QUESTÃO 3
Considerando o dispositivo legal citado, aponte as novas relações entre validade e justificação
da decisão judicial segundo a teoria da argumentação jurídica contemporânea e como essa
perspectiva se coaduna com a perspectiva democrática da proposta comunicativa de
Habermas.