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UERJ 2018 Eletrônica 4

1
Capítulo

NOTAS DE AULA, REV 7.0 – UERJ 2018 – FLÁVIO ALENCAR DO RÊGO BARROS

Eletrônica 4

Realimentação

 Flávio Alencar do Rego Barros


Universidade do Estado do Rio de Janeiro
E-mail: falencarrb@gmail.com
UERJ 2018 Eletrônica 4

Cap. 1 – Realimentação
Eletrônica 4
Flávio Alencar

O curso de Eletrônica 4 está organizado de forma a cobrir na sua primeira parte


(Realimentação) os conceitos mais gerais e ferramentas de análise e descrição de
circuitos realimentados, cabendo à segunda parte (Estabilidade e Compensação) o
estudo mais detalhado das técnicas, métodos e procedimentos para analisar e garantir
estabilidade aos circuitos realimentados. A terceira parte (Osciladores) é dedicada ao
estudo de osciladores senoidais usando malhas de realimentação, num certo sentido,
buscando exatamente o inverso do que se buscou no capítulo anterior.
Estas notas de aulas se destinam a reduzir o trabalho de cópia do aluno durante
as aulas, mas também oferecer material de apoio na forma de exercícios propostos
(sempre em anexo ao final de cada capítulo teremos a lista de exercícios) e referências
onde o aluno poderá complementar seu estudo. É importante perceber que este material
NÃO esgota o que o aluno deve ler durante o curso (ao longo do texto são feitas
referências bibliográficas onde o aluno poderá aprofundar os conceitos), nem mesmo
substitui a participação em sala de aula, devendo ser encarado apenas como material de
apoio. Neste sentido, é fortemente indicado que cada aluno mantenha sua cópia em
papel do assunto que se abordará em cada aula. Outro aspecto que se deve observar é
que o Anexo B (Quadripolos) foi inserida para subsidiar as técnicas de análise de
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circuitos realimentados, mas não constitui, ele próprio, assunto desta cadeira, mas um
ferramental necessário. Outro aspecto relevante deste texto é o suporte a determinações
mais detalhadas em assuntos que, na prática, precisaremos apenas seus resultados finais.
É o caso neste capítulo 1, por exemplo, de deduções de: larguras de banda, efeitos de
realimentação sobre ruídos, demonstrações de impedâncias, demonstrações sobre
topologias, etc. A idéia é colocar no texto a origem dos resultados úteis.
Neste capítulo 1 estão incluídos textos e figuras sobre: primeiros fundamentos de
realimentação; implementações básicas com amplificador operacional, desvantagens e
vantagens da realimentação, topologias básicas de amplificadores realimentados,
alterações nas impedâncias, método de identificação de topologia, procedimento
padrão para análise de circuitos realimentados, análise de cada uma das quatro
topologias.
Por fim, o aluno deve estar consciente que existirá ao longo do curso alguma
variação de notação, por exemplo, o fator de realimentação no capítulo 1
(Fundamentos de Realimentação) chamaremos de r (para diferenciá-lo de ganho de
corrente do transistor, , muito utilizado aqui), enquanto nos capítulos 2 e 3
(Estabilidade e Compensação; Osciladores Senoidais) chamaremos a mesma
grandeza de , mais ainda, para manter compatibilidade com a literatura em inglês
poderemos ainda chamar esta grandeza de f (feedback). Muitas vezes trataremos a
grandeza impedância de entrada de Zin, outras vezes de Ri, acontecendo de forma
similar com a impedância de saída.
A estas notas de aula se somam os guias de laboratório, estes fornecidos em
arquivos à parte, disponibilizados também no sítio da cadeira
http://servidor02.lee.eng.uerj.br/~falencar ou www.lee.uerj.br/~falencar no link
Eletrônica 4.

Índice do capítulo 1:
1. Primeiros Fundamentos de Realimentação .................................................................. 4
2. Implementações Básicas com Amplificador Operacional (AMP OP) ......................... 7
Circuitos Básicos a AMP-OP ....................................................................................... 7
Características e Pinagem do AMP-OP ........................................................................ 9
3. Desvantagens e Vantagens da Realimentação ............................................................ 10
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Conclusões .................................................................................................................. 22
4. Topologias Básicas de Amplificadores Realimentados.............................................. 23
5. Alterações nas Impedâncias (entrada e saída) ............................................................ 25
Impedância de Entrada ............................................................................................... 25
Impedância de Saída ................................................................................................... 26
Conclusões .................................................................................................................. 30
6. Método de Identificação de Topologia ....................................................................... 32
7. Procedimento Padrão para Análise de Circuitos Realimentados................................ 39
8. Topologia Derivação - Derivação............................................................................... 39
9. Topologia Derivação - Série ....................................................................................... 43
10. Topologia Série - Derivação ..................................................................................... 45
11. Topologia Série - Série ............................................................................................. 48
Anexo A - 1a. LISTA ......................................................................................................... i
Anexo B - Revisão de Quadripolos (após Schubert) ....................................................... vi
Parâmetros Impedância (parâmetros – z) ................................................................... vii
Parâmetros Admitância (parâmetros – y) .................................................................... ix
Parâmetros Híbridos (parâmetros – h) ......................................................................... xi
Parâmetros Híbridos (parâmetros – g) ......................................................................... xi
Resumo de Quadripolos ............................................................................................ xiii

1. Primeiros Fundamentos de Realimentação


Algumas referências para este capítulo são (em ordem alfabética):
BOYLESTAD-NASHELSKY cap 17 – Realimentação e Circuitos Osciladores
CUTLER cap 3 – Princípios de Realimentação, etc.
GRAY-SEARLE vol 3 cap 18 – Realimentação
MALVINO vol 2 cap 16 – Realimentação Negativa
MILLMAN-HALKIAS vol 2 cap 13 – Amplificadores Realimentados
PEDRONI cap 8 – Amplificadores Realimentados
SCHUBERT-KIM cap 8 – Feedback Amplifiers Principles
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.5

O amplificador realimentado básico (Fig. 1) é formado pelo amplificador direto


e pela rede de realimentação. Observe que a realimentação da saída para a entrada é
necessariamente negativa (Por quê? Pense !...), de modo que a entrada é subtraída da
realimentação antes de ser amplificada pelo canal direto.

Realimentação – Topologia Básica


mistura amostra

Xi X X0
 a

Xf
r(w)
ganho do
canal direto

X0 a
A 
ganho total
X i 1  ra

redução da
realimentação

DdB  20 log1  ra (Dessensibilidade)

Figura 1: Topologia básica


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.6

O modelo básico de realimentação é como ilustrado na Figura 1. Vamos usar a


seguinte nomenclatura:
Xf – variável de realimentação (tensão ou corrente, o símbolo “f” vem de feedback)
Xi, Xo – variáveis de entrada e de saída, respectivamente (“i” de input, “o” de output)

r – rede de realimentação ou fator de realimentação (chamaremos algumas vezes de  ,


outras de f – feedback, pois assim você poderá encontrar na literatura específica). De
forma mais genérica chamamos r(w), pois a realimentação pode depender da
freqüência se nela contiver capacitores ou indutores.
a - ganho do canal direto (ou ganho sem realimentação). Como o anterior, e pelas
mesmas razões, genericamente chamamos a(w).
A – ganho com o canal realimentado ou ganho total (chamaremos também Af).
Conforme o tipo de variáveis de entrada e saída envolvidas (tensão, corrente,
impedância, admitância) o ganho do canal direto poderá ainda ser designado por AV, AI,
RM, GM. Os ganhos totais (ou realimentados) respectivos serão: AVf, AIf, RMf, GMf.
Observe na Figura 1 onde é apresentado o modelo:
X o  aX 

X  X i  X f

X f  rX o

Então: X   X i  rX o  X o  a X i  rX o  de onde segue a relação de ganho total

Xo a
Af   (Relação fundamental da realimentação)
X i 1  ra

A quantidade D = 1 + ra (ou 1 + a) é a redução de realimentação ou


dessensibilidade, ou ainda diferença de retorno. D tem magnitude maior que 1 (região
de freqüências médias).
Para este modelo de realimentação são assumidos:
1. A transmissão reversa através do amplificador é desprezível se comparada à
transmissão reversa através de r.
2. A transmissão direta através da rede r é desprezível se comparada à transmissão
direta através de a.
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.7

Observe que se a é muito grande (ar >>1), Af  1/r. Significa que o ganho total
dependerá quase que só dos elementos passivos que compõem o circuito, não será muito
afetado pelas variações do amplificador de canal direto!!!!

2. Implementações Básicas com Amplificador


Operacional (AMP OP)
Um elemento privilegiado para aplicações realimentadas em eletrônica é o
Amplificador Operacional (AMP OP) que apresenta as características e a simbologia
mostrada na Figura 2:

Av  
Zin  

Figura 2: Amplificador Operacional

Realimentação permite obter os benefícios do AMP OP (Zin  ) “evitando” os


seus “malefícios” (Av  ).
Vejamos alguns exemplos práticos de aplicações de realimentação usando AMP
OP.

Circuitos Básicos a AMP-OP

Inversor:
v s  vo v  R2
  o  AV f 
R1 R2 vs R1

o ganho só depende do circuito envolvente


(ou seja, “livrou-se” do problema Av  )

Figura 3: AMP OP - Inversor


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.8

Não-Inversor:

Figura 4: AMP OP – Não Inversor

v s vo  v s v R  R2
  R2 v s  R1vo  R1v s  o  AV f  1
R1 R2 vs R1

Seguidor de entrada:
R 0
No circuito anterior, se R2 = 0: AV f  1  1  vo  v s
R1
(perceba que o circuito apresenta uma alta impedância de entrada, que é um “benefício”
se considerarmos que ela desacopla o “fornecedor” – sinal de entrada – do
“consumidor” – carga na saída)

Circuito:

Figura 5: AMP OP – Seguidor de Entrada

Somador:
R  R2 R  R2 RB
Superposição: Vo1  1 VA  1 . V1
R1 R1 R A  RB

R  R2 R  R2 RA
Vo2  1 VA  1 . V2
R1 R1 R A  RB
então:

Vo  Vo  Vo 
1 2
 R  R2  
V1RB  V2 R A 
1
  1 
 R1  R A  RB 
Figura 6: AMP OP - Somador
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.9

se R = R1 = R2 = RA = RB: V0 = V1 + V2

Subtrador:

Vo 
RB
V2  V1 
RA
se RA = RB: Vo = V2 – V1

Figura 7: AMP OP- Subtrador

Vejamos agora um cuidado a tomar e a pinagem do AMP OP.

Características e Pinagem do AMP-OP

Nas montagens práticas de circuitos a AMP-OP muitas vezes vale a pena providenciar
um bom balanço de correntes de polarização:

Corrente de polarização:

Resistência vista pela entrada +


deve ser igual à resistência vista

-
pela entrada :

Figura 8: AMP OP – Corrente de Polarização R = R1//R2


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.10

Pinagem:

1. Zero offset (compensação)


2. Entrada inversora
3. Entrada não-inversora
4. -V
5. Zero offset
6. Saída
7. +V
8. NC

Figura 9: Pinagem do 741


OBS: Faremos em laboratório várias experiências usando este componente, assim, eu
recomendo fortemente ter em mãos a sua pinagem.

3. Desvantagens e Vantagens da Realimentação

O assunto “realimentação – vantagens e desvantagens” me parece ser visto melhor em


PEDRONI e GRAY-SEARLE.

As características dos elementos ativos (amplificadores) tendem a ser bastante


variáveis. Por isto, fica difícil projetar equipamentos cujo desempenho pudessem ser
previstos com precisão. Realimentação negativa permite ao projetista ultrapassar esta
desvantagem e, adicionalmente, acrescentar outros benefícios. A idéia inicial é transferir
o resultado final de ganhos de voltagens (ou correntes) para elementos passivos, estes
mais independentes de temperatura, envelhecimento, etc. Começamos esta seção
discutindo duas desvantagens do uso de realimentação negativa, para, a seguir, discutir
uma série de vantagens. O balanço final é que vale a pena projetar circuitos com
realimentação, desde que tomemos alguns cuidados.

1. O ganho do circuito realimentado é reduzido quando comparado com o caso


sem realimentação.
Isto é decorrência do fato que D > 1. Um simples pré-amplificador resolve a questão.
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.11

2. É possível ocorrer oscilações.

Se |ra| = 1 quando a fase de ra é 180, então 1 + ra = 0. A divisão por zero indica


instabilidade, que é realizada eletronicamente como oscilação. Portanto, devemos tomar
os cuidados que trataremos no capítulo 2. Isto que aqui é uma desvantagem será
deliberadamente usado no capítulo 3 para produzir osciladores senoidais.

3. O ganho do amplificador é estabilizado contra variações de parâmetros dos


dispositivos ativos.
O ganho do amplificador direto (a) depende pelo menos de: polarização, temperatura e
tolerâncias. Fazendo uma análise de sensibilidade do amplificador realimentado:
1
dA f  da (derivando a relação fundamental de realimentação)
1  ra2
Af da dA f 1 da
então: dA f    
1  ra a Af 1  ra a

dA f 1 da
que é geralmente expresso em módulo:   (1)
Af 1  ra a

portanto, amplificador estável com realimentação negativa requer: (1 + ra) > 1 (2)

EXEMPLO: Um amplificador realimentado é construído com um amplificador canal


direto sujeito a 3% de variação no ganho. Deseja-se que o amplificador
não tenha mais que 0.1% de variação no ganho total devido a variações
neste elemento. Determine a diferença de retorno necessária.
Solução: Possivelmente em sala de aula. Resposta: 29.54 dB.

A equação (1) anterior é válida para pequenos sinais. Estendendo o conceito para sinais
maiores:
a2 a1
A f  A2 f  A1 f   
1  ra2 1  ra1
A f a2 (1  ra1 )
  1 ou ainda:
A1 f (1  ra2 ) a1
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.12

A f a 2  a1 A f 1 a
  
A1 f (1  ra2 )a1 A1 f 1  ra2 a1

Conclusão:

A f 1 a
 (3)
A1 f 1  r (a1  a) a1

EXEMPLO: Um amplificador realimentado é construído com um amplificador com


ganho nominal a = 100 que é sujeito a variações de 30% no ganho. É desejável
que o amplificador realimentado não tenha mais que 1% de variação no seu ganho
total devido a variações deste elemento. Determine o retorno de diferença
necessário para isto. SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula. Resposta: 29.54
dB.

4. Distorção de sinal não linear é reduzida.

Outros efeitos também afetam o ganho. Um deles é a distorção de sinal não linear, que é
uma variação do ganho com respeito à amplitude do sinal de entrada, como
exemplificado abaixo. Neste exemplo (acompanhe na Figura 10 a seguir), a1 = 3 e a2
= 1, portanto:
a1 3
A1 f  
1  a1 r 1  3r

a2 1
A2 f   , então:
1  a2 r 1  r
A1 f 31  r 
 Na Figura 10 são mostrados os resultados para uma variação de 5x em
A2 1  3r
f

r. Observe que nestes termos a relação entre os ganhos totais varia menos, o que
significa maior linearidade.

Uma visão alternativa também é mostrada na mesma figura. Perceba que com a
imposição que ra >> 1 fica claro que o ganho total é dominado pela realimentação (1/r).
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.13

Figura 10: Distorção de Sinal Não Linear

5. A faixa de freqüências médias aumenta.

Algumas observações práticas quanto a amplificadores eletrônicos: para freqüências


altas os parâmetros de desempenho do amplificador tendem a se degradar. Para
freqüências baixas, os capacitores de desacoplamento e de by-pass degradam o
desempenho. Com a realimentação reduzimos estes efeitos, significa que ela aumenta a
banda de freqüências médias. Caso combinemos dois efeitos podemos concluir uma
regra de ouro da realimentação:
“Realimentação reduz o ganho (aproximadamente) na mesma proporção do
aumento da banda”, vale dizer, o produto ganho-banda é
(aproximadamente) constante (ver Figura 11).
Nossos objetivos a demonstrar são:
1) Valem as relações:

w´S  wS 1  ao   aumenta a freqüência de corte superior!

wI
w´I  diminui a freqüência de corte inferior!
1  ao 
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2) Traçar graficamente |a|dB; |1 + ra|dB; |Af|dB

3) Mostrar que GBWMF  ao(wS – wI) = GBWMA


(malha fechada) (malha aberta)
§§§
Prova:
1) Seja o amplificador básico com a seguinte função de transferência:
ao wS s
a( s)  zeros: 0, ; pólos: wI, wS , então:
s  wI s  wS 
a( s) ao wS s
A f ( s)   (1) que é da forma:
1  ra( s) s  wI s  wS   rao wS s

Ao w´S s
f
A f ( s)  (2) onde w´I é o corte inferior de Af e w´S é o corte
 s  w´  s  w´ 
 I  S

superior de Af. Comparando (1) com (2):

ao wS s Ao f w´S s


( s  wI )(s  wS )  rao wS s s 2  s w´I  w´S  w´I w´S 
Dividindo o termo da esquerda por aowSs e o da direita por A0fw´Ss:

1 1

s w  wS 1  ao r  wI
 I 
 1  ao r 
  s



w´I  w´S 1  ao r  w´I 1  ao r 

ao wS ao wS ao s  a w´  ao w´S
 o S  ao s

Comparando os termos assinalados (e desconsiderando o termo intermediário):


1  ao r 
 w´S  wS 1  ao r 
1

ao wS ao w´S

wI w´I 1  ao r  wI
  w´I 
ao ao 1  ao r
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.15

2)

Figura 11: Aumento de Banda

 8s
EXEMPLO: Se a( s)  e se r = ¼ , ache wI, wS, w´I e w´S.
s  1s  4
SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula. Respostas: 1; 4; 0.67 e 6.

3) GBWMF  Ao f ( w´S  w´I )

w´S  wS (1  ao r )
como:  wI e como (pag. 11): ao wS s  Ao f w´S s
w´I 
1  ao r
(numeradores de (1) e (2) são iguais):
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.16

wS wS ao
Ao f  ao   ao   Ao f  
´
wS wS (1  ao r ) 1  ao r

ao  wI   wI 
GBWMF   w (1  a r )    a  w  
1  ao r 
S o
1  ao r 
o

S
1  ao r 2 
Ao
f

mas como wS 1  ao r   wI , por muito mais razão teremos:

wI wI
wS 1  ao r    o termo retira de wS um valor cujo limite superior
1  ao r 1  ao r 2
pode ser wI:

GBWMF  ao wS  wI   GBWMA

Conclusão: O produto LARGURA-BANDA não se altera!

EXEMPLO: Seja o amplificador com a característica de transferência não linear dada na


Figura 12 a seguir.
a1
a) Calcule sua razão de linearidade
a2
b) Introduza um elo de realimentação com r = 0.1 e recalcule sua razão de
linearidade.
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.17

Exemplo 3: razão de linearidade v0


6

4
a2
3

vi
0.02 0.04
a1

Figura 12: Realimentação e Linearidade


SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula. Respostas: 0.2 e 0.87

EXEMPLO: Suponha que um estágio amplificador direto introduz sinal levemente


distorcido por 2 harmônico B2 (na saída). Coloque uma malha de realimentação e
derive B2MF, o 2 harmônico com malha fechada.
a B
SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula. Resposta: vo  vi  2
1  ra 1  ra
parcela ideal distorção reduzida

6. Efeito sobre ruídos

A realimentação não melhora a relação sinal/ruído (S/R) quando os ruídos são externos
a ele, tanto se o ruído for introduzido na entrada do amplificador, quanto em pontos
intermediários. No entanto, o ruído de intermodulação pode ser diminuído pela
realimentação, bem como podemos fazer outras modificações que forçam uma melhoria
na relação S/R. Vejamos por partes:
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.18

6.1) Ruídos presentes na entrada do amplificador:

Figura 13: Ruídos – Na Entrada/Sem Realimentação

vo  voi  vor  vo  avi  avr , então:

vo S avi v
i
   i
vo R avr vr
r

Figura 14: Ruídos – Na Entrada/Com Realimentação

vd  vi  vr  rvo  vo  avd  avi  vr  rvo  

a a voi S v
vo  avi  avr  ravo  vo  vi  vr    i
1  ra 1  ra v or R v r

vo vo
i r

ou seja, a relação S/R não se altera!

6.2) Ruídos na entrada ou intermediário em estágios em cascata:


Vamos dividir os amplificadores em dois estágios em cascata (a1 e a2):
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.19

(a) Ruídos no início:

Figura 15: Ruídos – Em Cascata, Início/Sem Realimentação

vo  a1  a2 vi  vr 

S vi
voi  avi vor  avr  
R vr

Figura 16: Ruídos – Em Cascata, Início/Com Realimentação

vo  vd  vr a

vi
vd  vi  rvo  vd  vi  vd  vr ra  vd 
ra
 vr
1  ra 1  ra

 ra 
então: vo  vd  vr a 
a a a
vi  a 1   vr  vi  vr
1  ra  1  ra  1  ra 1  ra
vo vo
i r

voi S vi
   , ou seja, a relação S/R não se altera, mas...
vo R vr
r

se quisermos manter o mesmo ganho, ou seja,


a1* a 2*
a*   a1  a 2 , então:
1  ra1* a 2*


a1*  a2*  a1  a2 1  ra1* a2* 
neste caso, a relação S/R continuaria inalterada.
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.20

Conclusão: não melhoraria a relação S/R!

(b) Ruídos no meio (entre os dois estágios):

Figura 17: Ruídos – Intermediário, Cascata Sem Realimentação

vo  a1vi  vr a2  a1a2vi  a2vr

vo vo
i r

vo av S
 1 i 
i
ganho total: a1.a2
vo vr R
r

Figura 18: Ruídos – Intermediário, Cascata Com Realimentação

vo  vd a1  vr a2

vd  vi  rvo  vi  r vd a1  vr a2

vi  a 2 rvr  v  ra2 vr 
vd   v0  a1a 2  i   a2 vr 
1  a1a 2 r  1  a1a 2 
a1a 2 a2
vo  vi  vr
1  a1a 2 r 1  a1a 2 r

vo vo
i r

vo S a1vi
i
   relação S/R continua inalterada
vo R vr
r
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.21

a1 a 2
Ganho total =  A* , então, se quisermos manter o ganho total a1 x a2, ou seja,
1  a1 a 2 r

A´  a1 xa 2  A*  1 a1a2 r  , então:

a1´ a 2´
1  a1a 2 r
´ ´

 a1 xa 2  a1´  a 2´  a1 a 2 1  a1´ a 2´ r 
Para um mesmo ganho do amplificador sem realimentação se fizéssemos:


a1´  a1 1  a1´ a 2´ r   a1´  a1

a´2  a2
então, a relação S/R na saída para um mesmo ganho seria:

que seria 1 a1a2 r  vezes maior que a anterior.


S v
 a1´ i
R vr
Conclusão: MELHORA A RELAÇÃO S/R!

Assim, se for possível construir um amplificador a1´ sem o mesmo problema

inerente de sinais espúrios (ruídos) do amplificador a´2 , será viável melhorar a relação
S/R. Observe o ruído vr não pode ser ruído térmico associado com a entrada do
amplificador, pois senão os dois estágios estariam sujeitos ao mesmo problema.

EXEMPLO: Este é um exemplo prático da redução do zumbido da fonte de alimentação


(ver Figura 19).
Analise a saída quando a chave está na posição (1) – sem realimentação, e na posição
(2) – com realimentação.
OBS: Por simplicidade, considere vr aplicado na entrada do amplificador, como
ilustrado na Figura 19.
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.22

Exemplo 5: Redução de ruído

vr
5v
60 Hz ~
amplificador de alto amplificador de
ganho, baixo nível 4K7 potência
50
A1´ A2´
+ + v1 470
v0
vi
-
_
f >> 60 Hz 100
2K2
4K7
2K2 1
2
- 5v

Figura 19: Realimentação –Redução de Zumbido

v
SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula. v1  vi  r (reduz o zumbido!)
2

Conclusões

De tudo que foi visto nesta seção fica claro que é realmente vantajoso se usar
realimentação. As duas únicas desvantagens (redução de ganho e possibilidade de
oscilação) são facilmente contornáveis, enquanto as vantagens são numerosas e
importantes. A estas vantagens apontadas vamos adicionar outra possibilidade positiva
que analisaremos na próxima seção: a adequação de impedâncias de entrada (esta
idealmente deveria aumentar, é importante você saber a razão!) e de saída (esta
idealmente deveria diminuir, também é importante você saber a razão!).
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.23

4. Topologias Básicas de Amplificadores


Realimentados
Este assunto me parece melhor em:
GRAY-SEARLE vol 3 cap 18 – Realimentação
MILLMAN-HALKIAS vol 2 cap 13 – Amplificadores Realimentados
PEDRONI cap 8 – Amplificadores Realimentados

Em circuitos realimentados processos de amostragem (na saída) e de mistura (na


entrada) podem utilizar, ambos, voltagens e correntes.
Mistura de tensão (subtração) implica conexões em série de
voltagens na entrada do amplificador (malha). Mistura de
corrente implica uma conexão em derivação (nó).
Amostragem de tensão implica uma conexão em derivação de
voltagem de saída (nó/paralelo). Amostragem de corrente
implica conexão em série, tal que a corrente de saída flui
também pela rede de amostragem (malha/série).

As diversas combinações (mistura/amostragem) formam as topologias básicas de


realimentação (acompanhe também na Figura 20 a seguir):

DERIVAÇÃO-DERIVAÇÃO (mistura de corrente e amostragem de voltagem)


 Transresistência (RM)
 Configuração NÓ/PARALELO – NÓ/PARALELO
(corrente) (voltagem)
If
 Quantidade de realimentação: r  (é uma condutância)
Vo

DERIVAÇÃO-SÉRIE (mistura de corrente e amostragem de corrente)


 Ganho de Corrente (AI)
 Configuração NÓ/PARALELO – MALHA/SÉRIE
(corrente) (corrente)
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.24

If
 Quantidade de realimentação: r  (é adimensional)
Io

SÉRIE-DERIVAÇÃO (mistura de voltagem e amostragem de voltagem)


 Ganho de Tensão (AV)
 Configuração MALHA/SÉRIE – NÓ/PARALELO
(voltagem) (voltagem)
Vf
 Quantidade de realimentação: r  (é adimensional)
Vo

SÉRIE-SÉRIE (mistura de voltagem e amostragem de corrente)


 Transcondutância (GM)
 Configuração MALHA/SÉRIE – MALHA/SÉRIE
(corrente) (voltagem)
Vf
 Quantidade de realimentação: r  (é uma resistência)
Io

Figura 20: Topologias de Realimentação


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.25

5. Alterações nas Impedâncias (entrada e saída)

Impedância de Entrada

V V
Z IN A  i Z IN a  d
f Ii Ii

Figura 21: Entrada - Mistura por Malha;Amostragem por Nó

Vd 1  ra
Vi  Vd  V f  Vd  raVd  Z IN A f  
Ii

Z IN A  Z IN a 1  ra
f

Figura 22: Entrada - Mistura por Nó

V Vi V
Z IN A  i  Z IN a  d
f Ii I d  I f Ii
Vi
I i  I d  I f  I d  raI d  1  raI d como Z IN A f  
I d (1  ra)
Z IN a
Z IN A 
f
1  ra
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.26

Impedância de Saída

AMOSTRAGEM POR MALHA (de corrente):


(a) MISTURA POR MALHA (de tensão)
O amplificador será de TRANSADMITÂNCIA
Io Io Vf
Af  a r
Vi Vd Io
podemos representá-lo da seguinte forma:

Figura 23: Saída- Mistura por Malha

Para calcularmos Z OUT devemos aplicar uma fonte V nos terminais de saída
Af

V
(V = Vo) com uma corrente I entrando e calcular Z OUT  , “matando” a fonte
Af I
independente de entrada (Vi = 0).

Figura 24: “Matando” a Fonte de Entrada

V
vd  rI o I  avd  , então :
ro

 I 1  ra   Z OUTA f  ro 1  ra


V V V
I  arI  
ro ro I
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.27

Agora, para calcular Z OUT , devemos “matar” também a realimentação:


A

rI o  0  vd  0  avd  0 
V
 Z OUTA  ro
I

Conclusão: Z OUTA f  Z OUTA 1  ra

(b) MISTURA POR NÓ (de corrente)


O amplificador será de CORRENTE
Io Io If
Af  a r
Ii id Io

Figura 25: Saída – Mistura por Nó

“Matando” Ii (Ii = 0) e aplicando a fonte V nos terminais de saída (V = Vo; I = -Io),


temos:

Figura 26: “Matando” Corrente de Entrada

V
I  aid
ro

 raI  I 1  ra  
V V
id   I f  rI o   rI  I 
ro ro

 ro 1  ra
V
Z OUTA 
f
I

Agora, sem realimentação, devemos fazer:


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.28

V
rI o  0  id  0   ro  Z OUTA 
I
Z OUTA f  Z OUTA 1  ra

Conclusão final: Se AMOSTRAGEM POR MALHA (corrente):


Z OUTA f  Z OUTA 1  ra

AMOSTRAGEM POR NÓ (de tensão):


(a) COMPARAÇÃO POR MALHA (de tensão)
O amplificador será de TENSÃO
Vo Vo Vf
Af  a r
Vi vd Vo

Figura 27: Saída – Amostragem por Nó,


Comparação por Malha

“Matando” a fonte independente de entrada (Vi = 0), teremos:

Figura 28: “Matando” Entrada

V  Iro  avd

vd  rVo  rV

 V  Iro  a  rV  

V 1  ra  Iro  Z OUTA f 


ro
1  ra
sem realimentação, “mata-se” rVo : rVo  0  vd 0
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.29

V
 Z OUTA   ro , então:
f I
Z OUTA
Z OUTA 
f
1  ra

(b) COMPARAÇÃO POR NÓ (de corrente)


O amplificador será de TRANSIMPEDÂNCIA
Vo vo If
Af  a r
Ii id Io

Figura 29: Saída – Amostragem por Nó, Comparação por Nó

“Matando” Ii (Ii = 0): id   I f  rVo  rV

V 1  ra  ro I  a rV  

V 1  ra  ro I
V r
 Z OUTA   o
f
I 1  ra

sem realimentação, If = 0:
V
 id  0   ro  Z OUTA  ro 
I
Z OUTA
Z OUTA 
f
1  ra

Conclusão final: Se AMOSTRAGEM POR NÓ (de tensão):


Z OUTA
Z OUTA 
f
1  ra
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.30

OBS (para todos os casos): Nos cálculos NÃO estão incluídos os efeitos de RS (fonte) e
RL (carga)!

Olhando-se estritamente em termos de impedâncias de entrada e de saída, o efeito


da realimentação pode ser resumido como na Figura 30:

Figura 30: Realimentação e Impedância

Conclusões

De tudo que analisamos nesta seção fica claro que a topologia de realimentação mais
conveniente é a SÉRIE-DERIVAÇÃO (Amplificador de Tensão), pois ela reduz a
impedância de saída e aumenta a impedância de entrada, ambas relativas ao
amplificador original de canal direto. É importante, no entanto, ter em mente que outros
critérios poderão ser valorados em um projeto, de modo que quaisquer das topologias
apresentadas poderão ser usadas.
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.31

Com as topologias básicas de realimentação, muitas vezes se torna necessário


V
definir impedâncias de entrada e de saída em termos da transresistência ( RM  o );
id

I V
ganho de corrente ( AI  o ); ganho de tensão ( AV  o ); ou transcondutância (ou
id vd

v
transadmitância) ( GM  d ). Vejamos como fazê-lo, via exemplos.
Io

EXEMPLO: Derive a expressão da impedância de entrada para o amplificador


realimentado em função da transresistência RM.
Z in
SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula. Resposta: Z in f 
1  RM r

EXEMPLO: Derive a expressão da impedância de saída para o amplificador


realimentado em função da transcondutância GM.
SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula. Resposta: Z outf  ro 1  GM r 

EXEMPLO: Na nossa análise de AMOSTRAGEM POR NÓ e POR MALHA de tensão


concluímos que:
Z out
Z outf 
1  ra

Use agora a topologia SÉRIE-DERIVAÇÃO e considere a  AV ; Z out  ro para

provar esta relação.


SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula.
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.32

6. Método de Identificação de Topologia


Para mim, as melhores visões de identificação de topologias estão em PEDRONI e
SCHUBERT.

Amplificadores eletrônicos realimentados podem apenas se aproximar do


comportamento idealizado da seção anterior, pois existe sempre alguma interação entre
o amplificador de ganho direto e a rede de realimentação.

A identificação da topologia de realimentação é feita através da observação da


natureza da interconexão entre a e r. Em termos práticos:

a) MISTURA
a.1) MISTURA DERIVAÇÃO (shunt): as possíveis conexões da rede de
realimentação no terminal de entrada do primeiro dispositivo ativo no
amplificador (em suma, se o elemento de realimentação está em paralelo com a
entrada):
- na base do BJT para o 1 estágio EC ou CC;
- no emissor do BJT para o 1 estágio CC;
- no gate do FET para SC ou DC, 1 estágio;
- no source do FET para GC,1 estágio.

a.2) MISTURA SÉRIE: se realimentação em série com vbe (ou vgs para o FET) e
com o sinal de entrada. Em suma, se o elemento de realimentação está em série
com a entrada.

b) AMOSTRAGEM
b.1) AMOSTRAGEM DERIVAÇÃO: se a quantidade de realimentação cessa
para carga em curto  voltagem deve ser amostrada.

b.2) AMOSTRAGEM SÉRIE: Se a quantidade de realimentação cessa para


coletor (ou dreno) em aberto  corrente deve ser amostrada.
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.33

Para tornar prática a visualização vamos identificar as topologias para 5


diferentes circuitos.

EXEMPLO: Identifique a topologia para cada um dos 5 circuitos a seguir (Figura 31 até
Figura 35):

Exemplo 9: Identificação de Topologias (1)


cessa
realimentação
I=0

+ +
resistor na base
vi do BJT em EC
vi
- - AMOSTRAGEM
MISTURA DERIVAÇÃO
DERIVAÇÃO

não cessa
realimentação

+
vi
-

Figura 31: Identificação de Topologias (1)


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.34

Exemplo 9: Identificação de Topologias (2)

vo
vo

+ i
+
vi
vi
-
- se curtar
não cessa
realimentação

conexão direta à base do BJT, AMOSTRAGEM SÉRIE


1º. estágio, em EC
elimina
MISTURA realimentação
DERIVAÇÃO vo

+ i=0
vi
-

Figura 32: Identificação de Topologias (2)


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.35

Exemplo 9: Identificação de Topologias (3)

vo
vo

+
+ vbe - +
+ vbe -
vi + + +
vi vi +
- vf vi
- - vf
- -
- i=0

se curtar cessa
vf em série com
realimentação
entrada e vbe

MISTURA vo AMOSTRAGEM
SÉRIE DERIVAÇÃO
ou +
+ vbe - não elimina
emissor BJT, +
1o. estágio, EC vi vi + realimentação
- vf
- i
-

Figura 33: Identificação de Topologias (3)


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.36

Exemplo 9: Identificação de Topologias (4)

vo
vo

- +
+ vbe
+ vi
vi se curtar
+ -
não cessa
- vf
realimentação
-

vf em série com AMOSTRAGEM


entrada e vbe SÉRIE

MISTURA cessa
SÉRIE realimentação
i
vo

0 0
+
vi
-

Figura 34: Identificação de Topologias (4)


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.37

Exemplo 9: Identificação de Topologias (5)

vo
vo

+ +
vgs
+ - 0
+ +
vs vi
vf vs
-
- - -

se curtar cessa realimentação


vf em série com
entrada e vgs
AMOSTRAGEM
MISTURA DERIVAÇÃO
SÉRIE
não cessa
realimentação
vo

+
vs
-

Figura 35: Identificação de Topologias (5)


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.38

EXEMPLO: Identifique a topologia e avalie o valor de r (fator de realimentação).

Figura 36: Identificação de Topologias (6)


SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula.
Vf R2 1
Resposta: r   
Vo R1  R2 1  sC( R1 // R2 )

A seguir, vamos analisar cada uma das topologias usando o método dos
quadripolos (é fortemente indicado que você faça agora uma boa revisão de quadripolos
– vide Anexo B). É importante observar que existe um procedimento padrão para
qualquer uma das quatro topologias, mas sempre será possível em cada uma delas
explorar especificidades.
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.39

7. Procedimento Padrão para Análise de Circuitos


Realimentados
O procedimento padrão para análise de circuitos eletrônicos realimentados que
usaremos inclui as etapas:

Procedimento padrão (circuitos realimentados)

1 - Análise DC
obter parâmetros dos elementos ativos (hie, hfe)

2 - Equivalente AC/Particionamento topológico


separar em módulos funcionais
identificar topologia

3 - Amplificador direto básico simplificado


determinando r

4 - Desempenho do circuito simplificado


Ri, Ro, a (modelo convencional)

5 - Desempenho do amplificador total


XMf, Rin, Rout (relações de realimentação)

6 - (opcional)
transforma parâmetros de desempenho achados em parâmetros especificados

Figura 37: Procedimento Padrão de Análise

8. Topologia Derivação - Derivação


As melhores visões de análise por quadripolos das topologias de realimentação em
eletrônica, para mim, estão em PEDRONI.

Usando o modelo de quadripolos, o procedimento geral inclui:


- depois de identificada a topologia;
- operar para tornar o modelo mais simplificado a partir da relação básica
de realimentação:
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.40

a
A , onde: A é o ganho total (circuito realimentado), a é o ganho do canal direto
1  ar
e r é a quantidade de realimentação (também, às vezes, simbolizado por ).

Topologia Derivação-Derivação
Parâmetros y – Amplificador de TRANSRESISTÊNCIA I0 If
yer 
+ + Vi V0 0
ydaVi
GS yiaV0 GL
IS Vi V0 I2
ysa
yea I2 ysr 
- - V0 V 0
i
RM
f

If
ydrVi yir 
yirV0 V0 V 0
i
yer ysr
Circuito a I0

Equivalente Simplificado +
id ydaVi
GS yiaV0 GL
IS V0
yer yea ysa ysr
 yda
a r  yir -
YeYs
If

yirV0
Circuito r

Figura 38: Modelo Derivação-Derivação (modelo y)

Os resultados obtidos vêm de:

I s  Gs  yea  yer Vi   yia  yir Vo (entrada )


Ye
0   yda  ydr Vi  GL  y sa  y sr Vo (saída)
Ys
Ye  yia  yir 
  YeYs   yia  yir  y da  y dr 
 yda  ydr  Ys

V
Como queremos A f  o , então:
Is

Ye 1
V    y da  y dr 
 yda  ydr  0
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.41

V   y da  y dr  a
 Af  o
  formato 
I YeYs  ( yia  yir  y da  y dr  1  ar
s

  y da  y dr 
  y da  y dr 
YeYs a
 
  yia  yir  y da  y dr 
YeYs
1 r   yia  yir 
YeYs
Podemos empregar algumas aproximações do modelo (a alternativa, exaustiva, é
achar os 8 parâmetros de quadripolos!):
- realimentação é pela rede r: yia  yir
- a amplificação é pela via direta: y da  y dr
- o amplificador básico é unilateral, ou seja, sua admitância de carga não
afeta sua admitância de entrada: yda yia  YeYs
Prova:
1  yia  yir 
I s   Ys
I 0 Ys
Yent  s 
Ye Yia  yir 
 YeYs   yia  yir  y da  y dr  
Vi
Vi 
 y da  ydr  Ys

 YeYs  yia yda  yia ydr  yir yda  yir ydr 

 YeYs  yia yda  yir yda  yir ydr


só rede de realimentação
1 1
 Y Y  yia y da  yir y da   y y y y 
Yent   e s   Ye  ia da  ir da  
 Ys   Ys Ys 

y y
como Ye  ia da  YeYs  yia y da CQD
Ys

 y da
V YeYs a
Com estas simplificações: o  A  que no formato fornece:
Is  y da 1  ar
1
YeYs

 y da
a ; r  yir Estes valores nos levam ao modelo simplificado mostrado na
YeYs
Figura 38. A idéia clara embutida nestes resultados é carregar o efeito da rede de
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.42

realimentação no amplificador básico direto; calcular os parâmetros para o amplificador


direto simplificado e aplicar as relações gerais para o amplificador realimentado.
OBS: Todas estas simplificações do modelo serão também consideradas nas próximas
análises de topologias.

Resumo da Topologia Derivação - Derivação


Chamando: A – ganho do canal direto; f = fator de realimentação:
Amplificador de Transresistência (RMf)
A 1
Ganho total:  Modelo Equivalente
1  Af f
Ri
Imp. Entrada:
1  Af
Ro
Imp. Saída:
1  Af

Figura 40: Circuito Derivação-Derivação


EXEMPLO: Determine r , Ri , Ro , D, AV , R in , Rout
f
 se  = 150 (do transistor).
Exemplo 10: Derivação - Derivação

Determine
r, Ri, Ro, D, RMf, Avf, Rin, Rout

16 v

3.9
3.3
v0
0.5

Rout
+  = 150
vS
- 0.027
Rin

Figura 41: Circuito Derivação-Derivação


SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula.
1
Respostas:  ; 0.4 K; 1.788K; 7.485;  2.86 K;  5.71; 60; 238.88
3300
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.43

9. Topologia Derivação - Série


Usando o modelo por quadripolos- parâmetros g (AI, amplificador de CORRENTE)
Os resultados indicados na Figura 49 a seguir vêm de:
a I
AI f   o
1  ra I s
Obtendo do circuito original:

Figura 42: Modelo Derivação-Série (modelo g)

I s  Gs  g ea  g er Vi  gia  gir I o (entrada )


Ye
0  g da  g dr Vi  g sa  g sr  RL I o (saída)
Rs
I s  YeVi  g ir I o

0  g daVi  Rs I o
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.44

Ye g ir Ye 1
I   Ye Rs  yia  g ir g da I    g da
s g da Rs o g da 0

 g da
Io  g da Ye Rs
 Af    Af  , onde o numerador (a)
I Ye Rs  g ir g da   g da 
s 1    g ir
 Ye Rs 
incorpora parâmetros resistivos mais a fonte de sinal (observe que a carga fica FORA
V
para fazer Rof  o ). O modelo simplificado também é mostrado na Figura 42.
Io
Observe ainda que ger é obtido com a realimentação aberta na saída; gsr a realimentação
com entrada em curto, o mesmo para gir .

Resumo da Topologia Derivação - Série


Chamando: A – ganho do canal direto; f = fator de realimentação:
Amplificador de Corrente (IMf)
io A 1
Ganho total:   Modelo Equivalente
ii 1  Af f

Ri
Imp. Entrada:
1  Af
Imp. Saída: Ro (1  Af )

Figura 43: Circuito Derivação-Série

EXEMPLO: Determine h fe , hie1, hie 2 , r, Ri , Ro , D, AI f


, R in , Rout  se  = 150.

Considere os transistores iguais.


UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.45

Exemplo 11: Derivação - Série

Determine
hfe, hie1, hie2, r, Ri, Ro, D, Avf, Rin, Rout

12 v

R2 RC1 RC2
82 4.4 1 vo
RS
0.5
 = 150
RL
+ R1  = 150 2.2
vi 10
- RE2
0.1
RE1 Rout
0.47
Rin
R R3
1.2 1.2

Figura 44: Circuito Derivação-Série


SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula.

Respostas: 150; 3.3K; 500; 0.0774; 0.314 K; ; 11.093; 11.56; 30; 1K

10. Topologia Série - Derivação


Usando o modelo por quadripolos - parâmetros h (AV, amplificador de TENSÃO)
Os resultados indicados na Figura 45 a seguir vêm de:
a V
AV f   o
1  ra Vs
Obtendo do circuito original:
Vs  Rs  hea  her I i  hia  hir Vo (entrada )
Re
0  hda  hdr I i  GL  hsa  hsr Vo (saída)
Ys
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.46

Figura 45: Modelo Série-Derivação (modelo h)

R 1 R hir
V  e  hda V  e  ReYs  hir hda
s hda 0 o hda Ys

 hda
Vo  hda ReYs
A  
Vs ReYs  hir hda  hda 
1  hir
ReYs
Neste caso, a é o termo no numerador e r só mantém hir. “Somem” hia e hdr,
absorvem hsr e her na saída e entrada, respectivamente; incorpora RL.
O modelo simplificado também é mostrado na Figura 45. Observe ainda que her
é obtido com a realimentação em curto na saída; hsr a realimentação aberta na entrada e,
finalmente, hir é o próprio valor de r.

Resumo da Topologia Série - Derivação


Chamando: A – ganho do canal direto; f = fator de realimentação:
Amplificador de Tensão (AIMf)
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.47

A 1
Ganho total:  Modelo Equivalente
1  Af f
Imp. Entrada: Ri (1  Af )

Ro
Imp. Saída:
1  Af

Figura 46: Circuito Série-Derivação

EXEMPLO: Determine r, Ri , Ro , AV , D, Rif , Rof ,Rin , Rout , AV  f


se  = 150.

Observe que se trata do mesmo circuito do exemplo anterior, muda apenas a malha de
realimentação.

Exemplo 12: Série - Derivação

Determine
r, Ri, Ro, Av, D, Rif, Rof, Rin, Rout, Avf
Compare com resultados do Exemplo 11
12 v

RC2 Rout
RC1 1
R2 vo
4.4
RS 82
0.5
 = 150 RL
+  = 150 2.2
vi R1 RE1 R3
10 1.2
- 0.47
RE2
0.1
Rin
R
1.2

Figura 47: Circuito Série-Derivação


SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula.
Respostas:

0.281; 54.3K; 0.487 K; 131; 37.811; 2.053M; 0.013K; 8.86 K; 0.013K; 3.46
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.48

Para fins de ilustração, comparemos os resultados o mesmo circuito nas duas


últimas topologias:

AVf Ri Ro D Rif Rof

SHUNT-
420 11.1 28 1K
SÉRIE
SÉRIE-
3.46 54.3K 0.487K 37.811 8.86K 0.013K
SHUNT

Ganho: SHUNT-SÉRIE 1200% melhor


Impedância de entrada: SÉRIE-SHUNT 31000% melhor
Impedância de saída: SÉRIE-SHUNT 7500% melhor
Dessensibilidade: SHUNT-SÉRIE 240% melhor
Ambos insensíveis à carga
SÉRIE-SHUNT mais sensível à fonte (compensado pela impedância maior)

11. Topologia Série - Série


Usando o modelo por quadripolos - parâmetros z (GM, amplificador de
TRANSCONDUTÂNCIA)
Os resultados indicados na Figura 48 vêm de:
a I
GM f  A   o
1  ra Vs
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.49

Figura 48: Modelo Série-Série (modelo z)


Obtendo do circuito original:
Vs  Rs  zea  zer I i  zia  zir I o (entrada )
Re
0  z da  z dr I i  RL  z sa  z sr I o (saída)
Rs
R 1 Re zir
V  e   z da I   Re Rs  zir z da
s z da 0 o z da Rs

 z da
Vs  z da Re Rs
A   , ou seja, só mantém zir na
I s Re Rs  zir z da  z da 
1  zir
Re Rs
realimentação, incorpora zer na entrada (série), incorpora zsa na saída (série), como
também mostrado na Figura 48.
O parâmetro zer é obtido com realimentação aberta na saída, o parâmetro zsa é
obtido com a realimentação aberta na entrada.
UERJ 2018 Eletrônica 4 Pg.50

Resumo da Topologia Série - Série


Chamando: A – ganho do canal direto; f = fator de realimentação:
Amplificador de Transcondutância (GMf)
A 1
Ganho total:  Modelo Equivalente
1  Af f
Imp. Entrada: Ri (1  Af )

Imp. Saída: Ro (1  Af )

Figura 49: Circuito Derivação-Derivação


EXEMPLO: Determine hie1, hie 2 , r , Ri , Ro , GM , AV f , D, Rif , Rof se  = 150. 
Exemplo 13: Série - Série

Determine
hie1, hie2, r, Ri, Ro, GM, Avf, D, Rif, Rof

12 v

R11 R22 RC2


82 4.4 1
vo
RS
0.5  = 150
 = 150 RL
2.2
+ R21
vS 1.2 RE2
- R12 0.1
10

R
1.2

Figura 50: Circuito Série-Série


SOLUÇÃO: Possivelmente em sala de aula.

Respostas: 3.5K; 0.046 K; 0.087; 0.03K; ; 0.287; 4.73; 25 0.75K; 


UERJ 2018 Eletrônica 4 i

Anexo A - 1a. LISTA


(Assunto: Realimentação)

1.1) (Estabilidade quanto a variações de parâmetros) Um amplificador realimentado é


construído com um amplificador canal direto sujeito a 3% de variação de ganho.
Deseja-se que o amplificador não tenha mais que 0.1% de variação no ganho total
devido a variações neste elemento. Determine o retorno de diferença
(dessensibilidade) necessária.

1.2) (Estabilidade quanto a variações de parâmetros) Se a = 100, r = 0.09, calcule a


variação no ganho do amplificador realimentado se o amplificador de canal direto
variar 10% considerando:
a) Variações para pequenos sinais
b) Considere agora variações para sinais grandes e compare

1.3) (Estabilidade quanto a variações de parâmetros) Um amplificador realimentado é


construído com um amplificador com ganho nominal a = 100 que é sujeito a
variações de 30% no ganho. É desejável que o amplificador realimentado não tenha
mais que 1% de variação no seu ganho total devido a variações deste elemento.
Determine a retorno de diferença necessário para isto.

1.4) (Aumento das faixas médias) Se wI e wS são respectivamente as freqüências de


corte inferior e superior do amplificador de canal direto, e se wI´ e wS´ são
respectivamente as freqüências de corte inferior e superior do amplificador
realimentado, prove que:
wI
w´S  ws (1  a0 r ) e w´I 
(1  a0 r )

1.5) (Aumento das faixas médias) Se r = ¼, ache wI, wS, wI´, wS´ considerando:
UERJ 2018 Eletrônica 4 ii

 8s
a( s) 
( s  1)( s  4)

1.6) (Distorção de sinal não linear) Seja um amplificador realimentado com a


característica de transferência não linear dada na figura abaixo.
a) Calcule sua razão de linearidade a1/a2
b) Introduza um elo de realimentação puramente passivo com r = 0.1 e recalcule
sua razão de linearidade.

Exemplo 3: razão de linearidade v0


6

4
a2
3

vi
0.02 0.04
a1

1.7) (Distorção do sinal não linear) Suponha que um estágio amplificador direto
introduz sinal levemente distorcido por 2o. harmônico que se apresenta como B2 na
saída. Coloque uma malha de realimentação e derive B2MF, o 2o. harmônico com
malha fechada.

1.8) (Exemplo prático da redução do zumbido da fonte de realimentação) Analise a


saída quando a chave está na posição (1) – sem realimentação, e na posição (2) –
com realimentação.
UERJ 2018 Eletrônica 4 iii

Exemplo 5: Redução de ruído

vr
5v
60 Hz ~
amplificador de alto amplificador de
ganho, baixo nível 4K7 potência
50
A1´ A2´
+ + v1 470
v0
vi
-
_
f >> 60 Hz 100
2K2
4K7
2K2 1
2
- 5v

Obs: Por simplicidade, considere vr (o ruído!) aplicado na entrada do amplificador.

1.9) (Alteração nas impedâncias de entrada e de saída) Demonstre o efeito da


realimentação nas impedâncias de entrada e de saída para configurações de mistura
por nó e por malha (derivação e série), e para configurações de amostragem por nó
e por malha (derivação e série). Na sua demonstração não inclua os efeitos da fonte
(RS) e da carga (RL).

1.10) (Topologias de realimentação) Caracterize as topologias de realimentação:


amplificador de transresistência, amplificador de corrente, amplificador de tensão
e amplificador de transcondutância.

1.11) (Topologias de realimentação) Derive a expressão da impedância de entrada para


o amplificador realimentado em função da transresistência RM do canal direto.

1.12) (Topologias de realimentação) Derive a expressão da impedância de saída para o


amplificador realimentado em função da transcondutância GM do canal direto.
UERJ 2018 Eletrônica 4 iv

1.13) (Topologias de realimentação) Na nossa análise de AMOSTRAGEM POR NÓ e


AMOSTRAGEM POR MALHA DE TENSÃO, concluímos que:
Ro
Rof 
1  a
Use agora a topologia SÉRIE-DERIVAÇÃO e considere a = AV; Ro = ro para
provar aquela relação.

1.14) (Alteração nas impedâncias de entrada e de saída e Topologias de realimentação)


Determine o ganho de tensão e as impedâncias de entrada e de saída de um circuito
com realimentação de tensão em série, tendo a = -100, Ri = 10 K, R0 = 20 K
para realimentação de:
a) r = -0,1
b) r = -0,5

1.15) (Estabilidade quanto a variações de parâmetros) Se um amplificador com ganho


de –1000 e realimentação r = -0,1, apresentar uma variação no ganho de 20% devido à
temperatura, calcule a variação no ganho dele com realimentação.

1.16) (Circuitos de realimentação) Calcule o ganho com e sem realimentação para o


amplificador FET do circuito abaixo e com os seguintes componentes: R1 = 80 K, R2
= 20 K, R0 = 10 K e gm = 4000 S.

1.17) (Circuitos de realimentação) Calcule o ganho do amplificador da figura a seguir


para um ganho do AMP-OP de a = 100000 e resistências R1 = 1.8 K, R2 = 200 K.
UERJ 2018 Eletrônica 4 v

1.18) (Circuitos de realimentação) Calcule o ganho de tensão do circuito da figura a


seguir.

1.19) (Circuitos de realimentação) Calcule o ganho de tensão com e sem realimentação


do circuito da figura a seguir com . RD = 5.1 K, RS = 1 K, Rf = 20 K e gm = 5 mS.
UERJ 2018 Eletrônica 4 vi

Anexo B - Revisão de Quadripolos (após Schubert)


Amplificadores eletrônicos são um subconjunto da classe de sistemas
comumente identificados como REDES DE DUAS PORTAS. Em redes de duas portas,
sinais são alimentados em um par de terminais, amplificados e/ou modificados pelo
sistema, e finalmente extraídos em outro par de terminais. Cada par de terminais é
identificado como uma porta: sinais são alimentados em uma porta de entrada e
extraídos de uma porta de saída. O modelo e análise de amplificadores baseados em
transistor, tanto quanto sistemas de realimentação, são bastante simplificados através do
uso dos princípios de redes de duas portas.

Figura B-1: Rede de Duas Portas

Os itens de interesse numa rede eletrônica de duas portas são as relações entre
voltagens e correntes de portas de entrada e porta de saída. Existem algumas restrições:

 A rede deve ser linear e invariante no tempo.

 Conexões externas podem ser feitas apenas às portas terminais, nenhuma


conexão pode ser feita a qualquer nó interno da porta.

 Toda corrente entrando em um terminal de uma porta deve sair por outro
terminal daquela porta.

 Fontes e cargas devem ser conectadas diretamente através dos dois terminais de
uma porta.

Dado o comportamento altamente não linear dos transistores, pode parecer pouco
usual tentar usar análise de rede de duas portas para descrever sistemas a transistor. É
possível, todavia, sob condições de pequenos sinais, modelar sistemas não lineares
adequadamente como sistemas incrementalmente lineares. É dentro das regiões de
operação linear que a análise de duas portas oferece uma técnica particularmente útil
para modelagem de sistemas eletrônicos.
UERJ 2018 Eletrônica 4 vii

Dispositivos de três terminais, como o transistor, também podem ser modelados


usando técnicas de duas portas. Um terminal é selecionado como um terminal comum:
este terminal é estendido a ambas portas e torna-se a referência (negativo) para cada
porta.

Existem seis conjuntos básicos de parâmetros descritivos equivalentes a toda rede de


duas portas:
1. Parâmetros IMPEDÂNCIA (parâmetros – z): voltagens de porta em termos de
correntes de porta;
2. Parâmetros ADMITÂNCIA (parâmetros – y): correntes de porta em termos de
voltagens de porta;
3. Parâmetros HÍBRIDOS (parâmetros – h): voltagem de entrada e corrente de
saída em termos de corrente de entrada e voltagem de saída;
4. Parâmetros HÍBRIDOS (parâmetros – g): corrente de entrada e voltagem de
saída em termos de voltagem de entrada e corrente de saída;
5. Parâmetros de TRANSMISSÃO (parâmetros – ABCD): corrente de entrada e
voltagem de entrada em termos de corrente e voltagem de saída;
6. Parâmetros de TRANSMISSÃO (parâmetros – ABCD): corrente de saída e
voltagem de saída em termos de corrente e voltagem de entrada.
Os quatros primeiros destes conjuntos são de particular interesse no estudo de
sistemas de realimentação eletrônico, conjuntos 3 e 4. (parâmetros híbridos) são usados
na descrição de transistores, os dois últimos conjuntos (5 e 6) são particularmente úteis
no estudo de sistemas de transmissão em comunicações. Segue uma breve descrição dos
quatro primeiros conjuntos de parâmetros de duas portas.

Parâmetros Impedância (parâmetros – z)


As variáveis independentes para este conjunto de parâmetros são as correntes de
porta e as variáveis dependentes são as voltagens de portas. Observe que voltagem
como função de corrente é uma impedância. É mais comum escrever as equações na
forma matricial:
V1   z11 z12   I1 
V    z z 22   I 2 
 2   21
UERJ 2018 Eletrônica 4 viii

Os parâmetros {zij} são chamados parâmetros impedância (ou z) da rede. Para


uma rede linear e tempo invariante, os parâmetros z podem ser obtidos fazendo os testes
V
simples na rede: zij  i
Ij
I k  j 0

Para um sistema não linear que está operando em uma região de linearidade, a
Vi
definição é: zij 
I j
I k  j cte

onde o valor constante Ik é tomado perto do ponto médio da linearidade. Se o ponto


quiescente (entrada zero) existe, a constante Ik é escolhida como o valor quiescente.

EXEMPLO: Determine os parâmetros para a rede de duas portas:

Figura B-2: Quadripolos - resistivo


SOLUÇÃO:
Os parâmetros Z são definidos para este sistema linear como
parâmetros de circuito aberto: uma das correntes é sempre
zero. Corrente zero implica um circuito aberto no caminho
apropriado. Assim:

z11 = 1 + 4 = 5  (corrente zero no resistor 6 )

z12 = 4  (nenhuma queda de voltagem no resistor 1 )

z21 = 4  (nenhuma queda de voltagem no resistor 6 )

z22 = 6 + 4 = 10  (corrente zero no resistor 1 )


UERJ 2018 Eletrônica 4 ix

Parâmetros Admitância (parâmetros – y)


Parâmetros admitância são definidos com as variáveis independentes voltagens
de porta e as variáveis dependentes correntes de portas: corrente como função de
voltagem é unidade de admitância. As equações dos parâmetros-y são:
 I1   y11 y12  V1 
I    y y 22  V2 
 2   21

Os parâmetros podem ser determinados pelos testes:


I I
yij  i ou yij  i
Vj V j
I k  j 0
Vk  j cte

Em um sistema linear o teste para achar parâmetros-y indica que uma voltagem
deve ser zero, assim, os parâmetros são geralmente chamados parâmetros de admitância
em curto circuito.

EXEMPLO: Determine os parâmetros-y para a rede mostrada usando técnicas padrão de


fasor, i. e., ache Y(s).

Figura B-3: Quadripolos - reativo

SOLUÇÃO:
Pode ser visto que esta rede é um sistema linear. Ambas
técnicas - duas portas e fasor - são apropriadas para tal
sistema. O fasor impedância equivalente do indutor e do
capacitor são:

1000
Z L  0.018 s ZC 
s

Os testes dos parâmetros-y para um sistema linear são


dados por:
I
yij  i
Vi
V k  j 0
UERJ 2018 Eletrônica 4 x

Portanto, para resolver y11 e y21, os terminais de saída


devem ser curto-circuitados (V2 = 0). Uma equação de loop
pode ser escrita no loop esquerdo remanescente:

V1 – 22 I1 – 0.018s I1 – 5 I1 = 0 ,

o que leva a:
I 1
y11  1 
V1 27  0.018s
V2  0

Como o capacitor foi curto-circuitado ao fazer V2 = 0,


uma equação de malha pode ser escrita na malha remanescente
da direita:

5 I1 + 47 I2 = 0  I2 = -0.1064 I1

e
I 1
y 21  2 
V1 253  0.1692s
V2  0

Os outros dois parâmetros, y12 e y22, são obtidos


curtando o terminal de entrada (V1 = 0). Um loop na malha
esquerda desta configuração produz:

22 I1 + 0.018 s I1 + 5 I1 = 0  I1 = 0

Obviamente:

I
y12  1 0
V2
V10

Com I1 = 0, a corrente I2 é a soma de correntes em 47 


e no capacitor (a fonte de voltagem independente tem valor
zero).

I
y 22  2  y 47  y 1mF  0.02128  0.001s
V2
V10

A matriz de parâmetros-y é dada então por:


UERJ 2018 Eletrônica 4 xi

 1 
 0 
Y ( s)   27  0.018s 
1
 0.02128  0.001s 
 253  0.1692s 

Parâmetros Híbridos (parâmetros – h)


As variáveis independentes são voltagem de entrada e corrente de saída; as
variáveis dependentes são corrente de entrada e voltagem de saída:
V1   h11 h12   I1 
 I   h  
 2   21 h22  V2 

Note que estes parâmetros, diferente de parâmetros z e y, não tem todos as


mesmas dimensões. h11 é a impedância da porta de entrada; h12 é uma razão de
voltagens (entrada sobre saída) adimensional; h21 é uma razão adimensional de
correntes (saída sobre entrada); h22 é admitância da porta de saída.

Os parâmetros podem ser determinados pelos seguintes testes:

V V I I
h11  1 h12  1 h21  2 h22  2
I1 V2 I1 V2
V2  0 I10 V2  0 I10

V1 V1 I 2 I 2
h11  h12  h21  h22 
I1 V2 I1 V2
V2cte I1cte V2cte I1cte

Parâmetros Híbridos (parâmetros – g)


As variáveis independentes são a corrente de entrada e a voltagem de saída; as
variáveis dependentes são a voltagem de entrada e a corrente de saída.

 I1   g11 g12  V1 


V    g g 22   I 2 
 2   21

Note que estes parâmetros, como os parâmetros h, não têm todos as mesmas
dimensões. Cada um deles é diferente: g11 é a admitância da porta de entrada; g12 é uma
UERJ 2018 Eletrônica 4 xii

razão de correntes adimensional (entrada sobre saída); g21 é uma razão de voltagens
adimensional (saída sobre entrada); e g22 é a impedância da porta de saída.

Os parâmetros podem ser determinados pelos testes:

I I V V
g11  1 g12  1 g 21  2 g 22  2
V1 I2 V1 I2
I 20 V10 I 20 V10

I1 I1 V2 V2


g11  g12  g 21  g 22 
V1 I 2 V1 I 2
I 2cte V1cte I 2cte V1cte

EXEMPLO: Uma rede de duas portas tem os seguintes parâmetros-g:

g11 = 0.025 mho g12 = 47 mA/A

g21 = 14 V/V g22 = 270 

Determine uma representação circuito equivalente da rede duas portas.

SOLUÇÃO:
A matriz de equações para a representação parâmetros-g
de uma rede duas portas pode ser escrita como duas equações
separadas:

I1 = g11 V1 + g12 I2 V2 = g21 I1 + g22 I2

A equação para I1 revela que duas correntes devem ser


somadas juntas para fazer a corrente da porta de entrada.
Ela emana de uma admitância e uma fonte de corrente
controlada a corrente: elas devem ser conectadas como fonte
Norton. A equação para V2 implica que duas voltagens devem
ser somadas juntas. Os elementos são uma impedância e uma
fonte de voltagem controlada a voltagem. Eles estão
conectados à maneira Thevenin.

Figura B-4: Circuito Equivalente


UERJ 2018 Eletrônica 4 xiii

Resumo de Quadripolos
(Com vistas à rede de realimentação)

Mapeamento (*):
p11 per parâmetro de entrada da realimentação
p12 pir parâmetro inverso de realimentação
p21 pdr parâmetro direto de realimentação
p22 psr parâmetro de saída da realimentação
(*) as letras “p” são substituídas pelas letras “z”, “y”, “h” e “g”, conforme o tipo de
parâmetros de realimentação (impedância, admitância, híbridos)

Figura B-5: Modelo para Quadripolos

1- Parâmetros z: Amplificador de TRANSCONDUTÂNCIA (GM)

V f   z er zir   I1 
V    z z sr   I o 
Vf = zer I1 + zir Io
 o   dr
Vo = zdr I1 + zsr Io
zer, zir, zdr, zsr = todos impedâncias

Figura B-6: Amplificador de Transcondutância

Vf
z er  (saída aberta)
I1
I o 0

Vf
zir  (entrada aberta)
Io
I1  0

V
z sr  o (entrada aberta)
Io
I1  0
UERJ 2018 Eletrônica 4 xiv

2- Parâmetros y: Amplificador de TRANSRESISTÊNCIA (RM)

 I f   yer yir  V1 


 I   y y sr  Vo 
If = yer V1 + yir Vo
 o   dr
Io = ydr V1 + ysr Vo
yer, yir, ydr, ysr = todos admitâncias

Figura B-7: Amplificador de Transresistência

If
yer  (saída em curto)
V1
Vo  0

If
yir  (entrada em curto)
Vo
V1  0

I
y sr  o (entrada em curto)
Vo
V1  0

3- Parâmetros h: Amplificador de TENSÃO (AV)

V f   her hir   I1 
 I   h hsr  Vo 
Vf = her I1 + hir Vo
 o   dr
Io = hdr I1 + hsr Vo
her = impedância
hir , hdr = adimensionais
hsr = admitância

Figura B-8: Amplificador de Tensão


UERJ 2018 Eletrônica 4 xv

Vf
her  (saída em curto)
I1
Vo  0

Vf
hir  (entrada em aberto)
Vo
I1  0

I
hsr  o (entrada em aberto)
Vo
I1  0

4- Parâmetros g: Amplificador deCORRENTE (AI)

 I f   g er g ir  V1 
V    g g sr   I o 
If = ger V1 + gir Io
 o   dr
Vo = gdr V1 + gsr Io onde:
ger = admitância
gir , gdr = adimensionais
gsr = impedância

Figura B-9: Amplificador de Corrente

If
g er  (saída em aberto)
V1
I o 0

If
g ir  (entrada em curto)
Io
V1  0

V
g sr  o (entrada em curto)
Io
V1  0

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