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O quinto numero, lançado em Outubro de 2013, marcou a efetiva participação daquela que era
desde o principio considerada a madrinha e musa da PI², Joanna Franko. Já nessa edição, Joanna
arrebanhou uma série enorme de grandes artistas internacionais, fazendo com que chegássemos a, no
momento em que escrevo este texto, menos de dois meses depois, 10.000 downloads e visualizações.
O trabalho, até então concentrado apenas em minhas mãos tomou ares de uma espécie de
superprodução, pois com seu carisma e elegância, Joanna contatou dezenas de artistas ao redor do
mundo e trouxe às nossas páginas, matérias exclusivas e inéditas de artistas do Brasil, Portugal,
Espanha, Moçambique, México e até mesmo da Indonésia. Aliás, desse país localizado entre o
Sudeste Asiático e a Austrália e composto pelo maior arquipélago do mundo, Joanna nos trouxe,
além de poemas, uma matéria sobre o estado de pobreza de seus habitantes.
Aliás, falando em ilha, nossa Diretora de Comunicação e Idéias (espero que em sua simplicidade e
desejo de se manter longe de holofotes, ela aceite o "cargo" que lhe propus) trouxe a história de Vinicius
Samios, um brasileiro que foi o único aceito numa das mais tradicionais escolas de artes marciais do
Japão. A história e as fotos trazidas por Joanna são inéditas e exclusivas em todo o mundo.
E a irrequieta Joanna não parou: trouxe a criadora dos personagens "Lilica Ripilica e Tigor T.
Tigre", Giulia Moon, e uma série enorme de artistas plásticos e poetas dos países de língua
portuguesa: Moçambique e Portugal, além do México.
Entretanto, a maior surpresa, que posso admitir como o maior prêmio que poderia receber até agora,
foi o pedido para que o grande mestre das artes de Portugal Alcídio Marques criasse a capa do numero
6 da revista. Alcídio é um artista de renome em seu país e é dono de um carinho tanto para com suas
obras quanto para seu publico inigualáveis. Uma pessoa humilde, simples, cujo sorriso mesmo nas
fotos exalta uma alegria imensa no viver. E Alcídio fez mais do que apenas criar uma arte digital,
algo assim: pintou uma tela, que tem por motivo central a PI². Confesso que precisei de muito tempo
olhando a imagem para acreditar.
E então, os apresento com muito orgulho, humildade e prazer, mais uma edição de PI², onde sessenta
e nove artistas de várias partes do mundo desfilam suas obras numa galeria digital. E respondendo da
mesma forma a um amigo de Joanna que lhe perguntou onde pretendíamos chegar: a PI² pretende
chegar a todas as partes do mundo onde existam pessoas interessadas em ARTE, sob todas as formas
que pudermos levar, a todas as pessoas do mundo que buscam a arte independente dos critérios das
galerias de arte e de qualquer forma de controle. E isso gratuitamente, pois a revista é nua, livre e
desimpedida. Sem limites, sem fronteiras, sem bandeiras. "Pernas do Mundo".
Compartilhem, mostrem, leiam, vejam as 150 páginas desta edição. Porque o sucesso é sonhar e
fazer... E portanto estamos fazendo nosso sucesso! Grande abraço a todos e ... Vamos em frente.
Artista plástico Português, Viseense, nascido no ano de 1961, mestre no seu estilo pictórico,
possui um vasto espólio de obras, muitas das quais premiadas.
A sua crença na arte supera cada fronteira e cada barreira de correntes e modas, do presente
e do passado, afirmando-se em virtude de uma força criadora particularmente fértil e singular.
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www.alcidiomarques.com
Leveza da Música - 100 X 81
Viseu Histórico 46x55
De uma extrema sensibilidade com uma riqueza profundamente espiritual e sincera, vivendo profissionalmente
num mundo pictório rico de imagens vivas e fortes., delineando uma estrutura de composição complexa. Com
uma criação própria de estilos e sinais, de cores particulares e únicas, Mestre no seu estilo próprio com uma
pintura abstrata e informal com uma notável força de imaginação real no espectro do expressionismo,
conseguindo imprimir nas suas obras um sentimento entre o sonho e a realidade.
a obra de alcídio Marques por joanna.franko
NÚ
vejo a beleza
de um corpo nu
como sinto a leveza
dos raios de sol
que descortinam a noite
expondo a pele singela
ainda
nos tremores dos desejos
da madrugada..
VENTRE NUCLEAR
Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
A BELEZA DA MÚSICA
VISEU HISTÓRICO
Portugal
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sumesest@hotmail.com
ALEXANDRE MOREIRA
Max Alexandre Moreira ou simplesmente Alexandre Moreira, tenho 38 anos, sou
Consultor de Empresas e Artista Plástico, moro em Santarém - Para, pinto desde
adolescência, inspirados por muitos artistas da região e muitos gênios do mundo, com
isso acabei criando técnicas que misturam vários estilo, criam minhas próprias tintas,
com resinas e misturas orgânicas, criei uma forma de pigmentar minhas telas, onde as
tintas não misturam-se, mas sombreiam dando vida a obra, um amigo em relato me
definiu, que de modo tinha que conhecer meus pinceis e minhas tintas, e tenho certeza
que não decepcionei, hoje eu as conheço muito bem. Tenho um estilo desafiador,
inconstante, futurista, moderno, contemporâneo que difere de algumas e que me
colocaram entre as grandes obras.
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moreira_contabil.contabil@hotmail.com
reboco caído
Cracolândia Disneylândia
INOMINÁVEL SER
Sombras Vingadoras
ANTONIO PORTO
(A longa carreira de Antonio Porto tomou um curso amplo sobre temas e estilos. Esta
evolução contínua marcada por suas preocupações e busca constante de sua própria
identidade, após ter viajado até a Australia e passando uns tempos na Asia levou o para
o mundo da espiritualidade, o caminho para o ser humano que busca a paz e
tranquilidade da alma, o equilíbrio entre o mundo físico e a comunhão espiritual entre o
homem e o meio ambiente. (Elena Ojea)
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antonioporto1988@hotmail.com
PAULO REIS
Quadro: Cassandra Barney
Brasil
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rosana.raven@gmail.com
5 ideias (incômodas) sobre a
RENATO KRESS
resiliência
Você se considera "resiliente"? Se você anda atento à literatura de psicologia do trabalho
ou mesmo à literatura "motivacional" que abarrota as frentes das livrarias de grife,
provavelmente a sua resposta será um sonoro "sim", e é mesmo provável que esse "sim"
venha acompanhado de um sentimento quase heróico de orgulho da sua auto-imagem,
certo? Bem, vamos mostrar aqui cinco pontos de vista incomuns e provavelmente
incômodos sobre o "fenômeno" da resiliência, vamos mostrar o que ela é do ponto de vista
da sociologia do trabalho e da liderança estratégica. Um aviso aos mais sensíveis: Não
será nada "heróico".
Uma boa definição de assédio moral está na wikipédia: "Assédio moral é a exposição do
trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante
a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. São mais comuns em relações
hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações
desumanas e antiéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigidas a um ou mais
subordinados, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a
organização."
Eis que então surge a "resiliência", adaptada de um conceito que pertence à física diretamente
para o comportamento humano. Aos olhos das relações de poderes entre empregados e
empregadores a "resiliência" veio salvar o empregador que assedia moralmente seu
empregado operando uma reversão da culpa! Agora, o empregado que não suportar a carga
desumana de cobranças, trabalhos, prazos, humilhações e constrangimentos diários não é
"resiliente" o suficiente para trabalhar naquela empresa. Percebe a reversão perversa?
Talvez alguém, acostumado aos meus textos e íntimo dos meus estudos, vá citar Jung e seu
extenso e incrível trabalho correlacionando a alquimia ao processo de individuação. É um
desafio interessante e adianto desde já que a alquimia tanto na sua raiz chinesa quanto na
sua raiz muçulmana, falava de transformações da matéria, de reestruturação íntima dos metais
e correlacionava diversas fases com as fases de maturação da psique do ser humano. É um
estudo mais profundo e mais delicado do que simplesmente forçar a resignação e a covardia
sob um rótulo de "resiliência" e vender isso como uma grande qualidade, um "santo remédio"
para as pressões psicológicas do mundo: "Seja "resiliente", suporte mais! Do contrário você é
um fraco, um inútil, um inepto para as exigências do mundo do trabalho!" Percebe a
perversidade do pensamento?
Ideia número 3: Você sabe o que é "resilir"?
O interessante das pesquisas em dicionário é que vamos descobrindo novas questões. Logo
abaixo do verbete "resiliência", temos o verbete "resilir" que é o verbo que, teoricamente, ligaria
o conceito à ação. Pois bem, mais uma vez o Aurélio não deu nenhum respaldo às teorias da
"resiliência heróica", aquela que vemos como uma grande qualidade nos best-sellers de
recursos humanos e relações de trabalho.
No dicionário o verbete "resilir" significa: "saltar para trás, retirar-se, desdizer-se". Não se parece
muito com a leitura positiva que se faz da resiliência, como uma forma heróica de resistência a
toda e qualquer pressão seja ela física, psicológica, emocional ou existencial oriunda das
relações de trabalho. Me parece mais com covardia e resignação mesmo.
O que me leva a pensar: A quem interessa funcionários covardes demais para processar
empresas com políticas internas de assédio moral constante e institucionalizado? A quem
interessa que os empregados sejam vítimas de uma tripla perversidade que primeiro os
humilha diariamente, depois justifica a humilhação como uma forma de "treinamento da
resiliência" dos seus funcionários e, para completar o quadro, chantageia o funcionário que
queira lutar pelo seu direito de condições humanas no trabalho com ameaças de que ele será
visto como "persona non grata" entre as demais empresas do Mercado caso ele reivindique
administrativa ou judicialmente o seu direito de assegurar a sua dignidade pessoal?
Brasil
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toni.stardust@gmail.com
VICTOR DE OLIVEIRA MARCELO
A verdade é que somos ilhotas de vida cercadas de morte por todos os lados. Há quem
pense que a vida é um acidente. Ou uma concessão divina. E, quem sabe, vinda do
espaço sideral. Não tem jeito, eu e você seremos abraçados por ela um dia. Batamos na
madeira três vezes; que ela não tenha pressa. Enquanto a dita cuja não vem, o melhor a
fazer é viver e deixar viver.
Em 1992, já dono de biograa e discograa respeitáveis, Lou Reed lançou Magic And Loss, o
álbum conceitual cujo tema central é, claro, a morte. O álbum é dedicado a duas pessoas do
círculo íntimo do rock star: o compositor de R&B Doc Pomus (1) e uma certa Rita (2).
Também há um terceiro homenageado, não creditado no disco: Lincoln Swados (3) [irmão
da escritora Elizabeth Swados], amigo de Lou desde os tempos da Universidade de
Syracuse. Lincoln era portador de esquizofrenia, cuja morte violenta em 1989 sensibilizou
bastante o autor. No entanto, ao contrário do que o tema sugere, Reed não faz no álbum o
uso da morbidez, tampouco fez uso de lugares comuns típicos do Heavy Metal. Por outro
lado, pelo que se pode depreender, a morte não é nem tratada de forma reverente, mas sim
como uma certeza, um fato, que afeta qualquer pessoa que tenha perdido pessoas queridas,
não necessariamente apenas parentes.
As quatro primeiras canções de Magic and Loss deixam claro o propósito da fazer pensar,
considerar possibilidades óbvias, comparar situações nas quais nossos queridos & queridas -
- e até mesmo nossos desafetos -- pereceram. Ao longo de todo álbum, como é da natureza
de Lou Reed, há espaço para algum sarcasmo e pitadas de humor negro à moda do Velvet
Underground, o que torna o álbum um dos melhores lançamentos da década de 90.
Na faixa de abertura, "What's good -- The Thesis" [O que tem de bom -- A tese], Lou
questiona o sentida da vida: "A vida é como um refrigerante de maionese / E a vida é como o
cosmos sem espaço / E a vida é como bacon com sorvete / Isso é a vida sem você". Após
alguns versos, nos quais faz comparações absurdas, Reed conclui: "O que tem de bom? / O
que tem de bom? / Não muito mesmo / A vida é boa -- / Mas nem um pouco justa". Isto
resume na pergunta que fazemos, sempre que um dos nossos parte: Por quê logo ele, e não
aquele ditador lho da puta, que matou cinquenta mil de fome no ano passado?
Mais adiante, em "Power and glory -- The Situation" [Poder e glória -- A Situação], uma
constatação angustiante, cruel: "Vi um homem virar uma criança pequena / O câncer reduzi-
lo a pó / Sua voz enfraquecendo enquanto lutava pela vida / Com uma bravura que poucos
homens conhecem / Vi isótopos serem introduzidos em seus pulmões / Tentando deter o
avanço canceroso". É evidente o declínio do corpo ante a doença e a quimioterapia(?), que
vão minando dolorosamente as forças que ainda lhe restam. Impotência e irreversibilidade
da morte, juntas.
Em "Magician" [Mago], um homem lamenta-se em desespero ao mago [Deus? Um espírito?
Um anjo?] da sua condição: "Quero um pouco de magia que me mantenha vivo / Quero um
milagre, não quero morrer / Tenho medo de dormir e nunca mais acordar / De não mais
existir / (...) Por dentro sou jovem e lindo / Tanta coisa inacabada / (...) Doutor, o senhor não
é mago -- e eu não tenho fé / Preciso de mais do que a crença pode me dar agora / Quero
acreditar em milagres -- não apenas nos números / Preciso de um pouco da magia que me
leve daqui".
Nas faixas seguintes nada se perde. A narrativa ganha contornos elegíacos e constantes
convites à reexão, sob a forma de algum humor & alguma poesia. Não há mentira. Aos
poucos o título do álbum vai fazendo sentido. E, após todas as revelações, o ouvinte conclui
que a vida pode até ser boa, mas nem um pouco justa.
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(1) Doc Pomus (1925-1991): compositor norte-americano. Autor de muitos hits nos anos 50 e
60, gravados por Elvis Presley, The Drifters, entre outros.
(2) Rotten Rita [Kenneth Rapp] (? - 1991): transexual frequentador da Factory de Andy
Warhol.
(3) Lincoln Swados (? - 1991): Lou dedicou ao amigo as músicas Home of The Brave, do álbum
Legendary Hearts; My Friend George, de New Sensations; e Harry's Circumcision - Reverie
Gone Astray, presente em Magic and Loss.
O cara nasceu há 49 anos, num bairro paupérrimo de Manaus. É um despossuído. Não tem
diploma superior. Como estudou em péssimas escolas, quase tudo o que sabe foi adquirido de
modo empírico, e por conta própria. Trabalha pra caralho desde os 15 anos. Já foi office-boy,
soldado, gerente de loja, vendedor, comprador. Só profissões pobres. Caiu na besteira querer
tornar-se empresário de ramo de discos. Abriu loja. Além de se foder, ganhou uma deprê, meia
dúzia de desafetos e um longo período de desemprego. Também não tem (nem quer) um carro,
no entanto, mora em casa própria (pelo menos isso). Ficou órfão de mãe aos 37 anos. Não tem
relacionamento fixo com ninguém. Seus romances duram menos que o tempo de vida de uma
borboleta. Prefere assim. No entanto, se dá bem com 95% das mulheres. Abomina as frescas.
Atualmente trabalha no ramo contábil (mas não é contador), e por lá pretende ficar. Cansou de
aventuras e de se meter em roubadas.
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genecysouza@yahoo.com.br
MARCOS SAMUEL COSTA
Marcos Samuel Costa nasceu no dia 07/12/1994 na ilha do Marajó, Ponta de Pedras – Pará.
Poeta, escritor, musico, blogueiro, evangélico, sonhado. Ganhou seu primeiro concurso literário
(local) aos 15 anos. Publicou seu primeiro texto (em antologia) aos 16 anos. Aos 17 publicou o
livro “Pés no chão e sonhos no ar” poesia, pela Sant’mel Editora. E aos 18 foi aceito como
membro correspondente da academia de letras do sul e sudeste Paraense. Já participou de
mais de 15 antologias, e tem mais de 5 livros inéditos. E é estudante do ensino médio.
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samuelcostaspds@hotmail.com.br
(English)
(Indonesian)
INDONESIA
de uma iIha na Indonésia
By Joanna.Franko
Via Hans Frederict Siahann and Lovelly.Hanna
Petani yang termarjinalkan
Manusia sering memandang rendah profesi sebagi petani. Padahal kenyataannya, petanilah yang memberi
kehidupan untuk mereka. Bila petani tidak ada ,dapat berarti juga ketidak adanya sumber pangan. Petani
menanam, memanen, menyediakan pangan sebagai kebutuhan dasar manusia. Jasa yang sangat besar ini,
bahkan tidak disadari oleh petaninya sendiri. Mereka justru merasa rendah diri dengan profesi sebagi
petani. Mereka tidak bangga terhadap apa yang dilakukannya sebagai penyedia pangan umat manusia.
Hal ini terjadi karena pengaruh dari pengalaman-pengalaman masa lalu yang pernah dialami petani.
Kekejaman kolonial yang memerintah semena-mena, berhasil membentuk kondisi mental petani. Membuat
petani identik sebagai kaum rendahan, kaum tindasan. Keadaan petani seperti ini pun berlanjut ketika
pemerintah telah merdeka. Petani masih dimarjinalkan dari kehidupannya.
Kejadian-kejadian masa lalu, pengalaman-pengalaman yang dialami oleh petani, berpengaruh pada
bagaimana petani mengambil keputusan untuk bertindak. Kemudian tindakan ini membentuk bagaimana
petani bersikap. Pengalaman-pengalaman pahit yang terasa membuat petani tidak merasa dihargai. Ia
memandang rendah diri mereka sendiri. Tidak timbul rasa bangga dalam diri petani.
Dengan kenyataan seperti ini, kita sebagai penikmat hasil produksi tani, perlu menghormati petani,
menghargai apa yang telah mereka usahakan dalam menjamin ketersediaan pangan. Hal ini penting
dilakukan untuk menaikkan harga diri petani. Ketika harga diri petani naik, maka petani akan lebih percaya
dan berbangga diri dalam menekuni bidangnya. Ketika petani bangga menjalani profesinya, maka ia akan
berusaha sekuat mungkin untuk hasil yang terbaik bagi usaha taninya. Sehingga ketersediaan pangan
untuk kita pun tetap terjamin keberadaannya.
Tindakan-tindakan yang lebih lanjut oleh pemerintah yang berkuasa dapat dilakukan adalah dengan
memberikan motivasi-motivasi pada petani itu sendiri. Mengalokasikan dana yang cukup, infrastruktur,
pembelian hasil pertanian yang logis.Selain masyarakat juga harus disadarkan tentang pentingnya
kedudukan petani, petani pun perlu diberi kepercayaan diri,. Kegiatan operasional yang mungkin dilakukan
adalah dengan melalui penyadaran-penyadaran yang dapat diwujudkan dalam pemotivasian,
pembentukan kelompok tani, koperasi tani dan lain sebagainya yang mampu menunjang perubahan sikap
petani agar lebih positif dan mau mempertahankan serta meningkatkan hasil kerjanya.
Marginalized farmers
People often look down on the profession as a farmer . In reality, the peasants who gave life to them . If
farmers do not exist , it can also mean a lack of food sources . Farmers to plant , harvest , providing food as a
basic human need . These services are very large , even unconsciously by farmers themselves . They
actually feel inferior to the profession as a farmer . They are not proud of what he did as a human food
providers .
This occurs because of the inuence of past experiences I have ever experienced farmers . Cruelty of
colonial rule arbitrarily , managed to form a mental condition of farmers . Creating identical as the lowly
peasants , the oppression . Circumstances such as this farmer was continued when the government has
been independent . Farmers are still marginalized from life .
The events of the past , the experiences suffered by farmers , inuence how farmers make decisions to act .
Then the action established how farmers behave . Bitter experiences that seem to make the farmers do not
feel appreciated . He looked down on themselves. Not arise a sense of pride in themselves farmers .
With this reality , we as an audience of farm production , farmers need to respect , appreciate what they
have earned in ensuring food availability . It is important to raise the self-esteem of farmers . When self-
esteem rose growers , the farmers will have more condence and pride themselves in their eld to pursue .
When farmers underwent proud profession , then he will try as hard as possible for the best results for their
farm . So the availability of food for us was still assured of its existence .
Actions further by the ruling government can do is to provide the motivations of farmers themselves.
Allocate sufcient funds , infrastructure , purchase of agricultural products logis.Selain people should also
be made aware of the importance of the position of farmers , farmers also need to be given condence , .
Operations that may be done is through awareness - awareness that can be realized in a motivating ,
formation of farmers 'groups , cooperatives and other farmer who is able to support changes in farmers'
attitudes to be more positive and willing to maintain and improve their work .
Street Children
From: lovelly.hanna@gmail.com
To: Joanna.franko@hotmail.com
Issues of street children is a classic problem that has never been discussed.
Denition of Street Children itself is a group of school-aged children who are still living
without having the identity and residence or obvious. Their life moving from one place to
another without anyone knowing who their family Stigma attached about street children are
social problems, crime, sex-free. It is not entirely to blame, because the majority of street
children are a reection of poverty and failure to increase awareness about healthy living
and its Minimal attention of the competent authorities.
Similarly, the problem of crime. Many street children who undergo this profession as a
shortcut get their wish. Such as blackmail, stealing, or robbing. Although not all street
children have behavior like this, but the criminal case involving street children, street
children makes the stigma that is so synonymous with criminality etched.
Promiscuity was widely used as a part of the conversation when discussing these street
children. Free life, without septum and does not comply with the norms prevailing in the
society, the children in the streets was thinking in doing something. One is sex, which it may
very occur because in their social lives as the opposite sex has no limits. Street children
requires exemplary gure, not money.
They requires it to be used as an example of the gure, so that they can have a dream.
"From the dream, they'll discover who to turn dreams into something real. Our duty is to give
them the motivation to learn about himself.
Interpret in real life that they are useful for other.
PÁGINAS DE SABOR CLÁSSICO (?)
MANOEL FERREIRA
Tudo isto borrifado de uma inveja, um despeitozinho acre. Bem-aventurados os jegues que
zurram da estirpe em grande estilo e depois dão coices na própria, porque no Reino de Deus
receberão as graças da laia. Bem-aventurados aqueles que ostentam suas vaidades falsas,
rebolam pelas ruas e avenidas da cidade, olham de esguelha para os de condutas idôneas, de
baixo para cima para os pobres de espírito e miseráveis de alma, porque serão esquecidos por
sempre, poderão curtir o além sem interferências dos comentários dos vivos. Bem-
aventurados os medíocres e mesquinhos, porque, no além, cairão na gargalhada altissonante
de suas empáas de dignos e sérios; verão com primor que foram objetos de chacota de todos,
inclusive dos entes mais que queridos e amados, serviram de palhaços para as risadas e risos.
Bem-aventurados os limpos de algibeiras, porque, além de andarem mais leves no paraíso,
não as sujou na terra com as merdas do poder, do orgulho. Bem-aventurados os que nascem
nos, prolongam-se níssimos e morrem de uma nura sem precedentes, recebendo epitáo
na lápide de mármore mais do que digno dos amigos, inimigos, íntimos e conhecidos “Nasceu
no, prolongou-se níssimo, morreu de nura sem precedentes, um exemplo de dignidade e
honra”, porque gozarão no jardim do éden dos mais nos prazeres e felicidades. Bem-
aventurados os de nesse pura e inocente, porque além do bem e do mal irão derramar
lágrimas pujantes por haverem engolido tanto sapo seco, beijando e abraçando a todos com
agradecimentos os mais reais e verdadeiros, presenteando-lhes em todas as ocasiões de sua
vida, aniversário, conquistas, realizações, natal. Bem-aventurados os que nascem grossos,
porque morrerão nos, criança lhes carregarão o esquife na cabeça. Bem-aventurados os
canalhas que palitam os dentes sempre que comem o moral alheio com azeite e sal, porque no
inferno vão conhecer outros pratos mais deliciosos. Bem-aventurados os vencedores, porque
receberão dos contemporâneos e conterrâneos as digníssimas batatas com que se
alimentarão por sempre, e ainda no paraíso celestial conhecerão outros cardápios com as
mesmas. Bem-aventurados os vencidos, porque serão objetos de felicidades dos inimigos,
pena e dó dos amigos e íntimos, orações dos homens pedindo a Deus graças para se
libertarem, porque na terra despertou todos para os ensinamentos de Jesus. Bem-
aventurados os analfas de mãe e betos, porque no Juízo Final não saberão usar única palavra,
e São Pedro irá abrir-lhe as portas, porque não foram maculados com o sentido e poder das
palavras, nasceram puros, morreram puríssimos. Bem-aventurados os súcias que viveram de
prazer e felicidades numa sociedade de dúvidas e angústias, porque na morte degustarão a
angústia e desesperos por só o inferno lhes ser o destino inevitável. Bem-aventurados os
pobres de espírito, porque no céu serão conscientes da riqueza da alma. Bem-aventurados os
imbecis de alma e espírito, porque nas algibeiras do além saberão os efeitos, resultados da
imbecilidade sem precedentes em toda a história do mundo e da humanidade. Bem-
aventurados os bêbados de cachaça e outras bebidas, porque na paz indevassável dos
túmulos se sentirão sóbrios e lúcidos com o odor fétido do cadáver. Bem-aventurados os
mentirosos, porque de por baixo da árvore do conhecimento, no paraíso celestial, curtindo a
sabedoria da verdade, a verdade da sabedoria, saberão que a verdade no mundo era só farsa e
interesses escusos múltiplos. Bem-aventurados os políticos corruptos, os militares cafajestes,
autoridades escusas, porque no Reino do Céu receberão o troco dos espíritos que foram
lesados por eles. Bem-aventurados os juízes safados e caguinchos que condenaram e
enjaularam os inocentes, libertaram os criminosos e culpados, porque receberá de Ferluci
sursis por que os inocentes teriam de conhecer a animalidade da raça humana para serem
merecedores do inferno. Bem-aventurados os fracassados, porque na outra vida conhecerão o
sentido da vitória máxima do fracasso da vida na terra. Bem-aventurados os “oportunistas da
imortalidade”, porque a ausência de suas letras verdadeiras e dignas não corrompeu os
leitores que tinham sede e fome de conhecimento e verdade, de quem lhes indicassem
caminhos outros que não os que sempre trilharam na vida, e muito os deixaram perdidos,
confusos, os desvirtuaram das esperanças de ressurreição, redenção, da fé na vida, no mundo, na
existência, em Deus. Bem-aventurados os cínicos, porque não serão vítimas de contos-do-vigário
da verdade absoluta e perene; ela será objeto de mofa e que nela crê impiamente será considerado
por eles bobos da corte. Bem-aventurados os irônicos, porque duvidarão das boas intenções de que
o inferno está cheio, das más intenções de que o céu está entupigaitado, e quem acredita na
redenção será por eles olhados através do pincenez e com a ajuda de lupa. Bem-aventurados os
sarcásticos, porque rirão a bandeiras soltas de todas as morais sociais e religiosas, de salão e
relações íntimas; de todos os princípios que edicam, gloricam o ser humano. Bem-aventurados
os sátiros, porque em suas penas não passarão batidas as hipocrisias das crenças e esperanças na
conversão das mazelas e pitis dos homens e gerações desde agora até a consumação dos tempos.
Bem-aventurados os hipócritas, porque descansarão em leitos de ores no regaço suave e terno
dos túmulos de mármore branco com direito a um epitáo retirado do Evangelho de Judas. Bem-
aventurados o povo que erguer em praça pública bustos de bronze de todos os que desonraram
seus princípios e dignidades, pois que em breve, brevissamente, conhecerá os prazeres que
viveram os homens de Sodoma e Gomorra. Bem-aventurados os secretários de cultura que
mostrarem às comunidades o caminho irreversível para a insanidade ou para a perda do senso de
vida e relação entre os homens é assimilá-la a critério, e também que a cultura é prejudicial aos
interesses de uma comunidade digna de reconhecimento. Bem-aventurados os escritores que
defendem a unhas e dentes as ideologias dos poderosos, e condenam as esperanças de
conhecimento e verdade, porque suas letras serão húmus da mesmidade ideológica em todos os
tempos. Bem-aventurados os tablóides sensacionalistas, porque eles não deixam as merdas da
sociedade sejam esquecidas, os leitores precisam saber das sensacionalidades para cantarem no
puleiro de conhecedores da história de seu tempo. Bem-aventurados os tracantes de drogas,
porque contribuem para a concretização do Apocalipse. Bem-aventurados sois todos estes, quando
vos injuriarem e disserem todo o mal que re-presentam no mundo, são na vida e existência, por
meu respeito, por minha consideração e reconhecimento. Folgai e exultai todos vós identicados
nestas páginas de sabor clássico (?) com amor e carinho sem limites e precedências, não por ser
humano e compreensivo, entendo e bem a natureza e condição dos homens de todos os séculos e
milênios, desde os primórdios até a presente data, não sei o dia de amanhã, peço a Deus que não
mo re-vele, compreendo os instintos, mas porque sei a vida mesma, em sua plenitude terrena e
contingente, é deles, é o bom senso da modernidade; além disso, porque o vosso galardão é
engenhoso e copioso na terra; não haverá único homem que conteste, duvide, descone, que em
cima do muro sem saber se desça ou permaneça nele, todos em uníssono e em vozes altissonantes
irão endossar com caligraa nunca dantes vista ou imaginada. Não julgueis que venho acabar com
raça da ralé da humanidade, mostrar-lhe o que lhe espera no além, no inferno ou no céu, venho
para lhe gloricar, enar-lhe na cabeça a tiara de que são merecedores, enm “a posteridade é a
vingança dos que sofrem os desdéns do seu tempo”, porque o que seria do mundo sem eles, enm
precisamos todos de diversão e entretenimento, precisamos de matéria viva para as fofocas e
censuras, para nos justicar de nossas condutas espúrias, sentirmo-nos os supra-sumos das
criaturas de Deus. Não acrediteis em comunidades depravadas. Em verdades vos digo que todas
têm condições de remendo, e se não for com remendo com o mesmo tecido, será com outro que se
lhe assemelhe. Jesus pediu a todos os homens que amassem uns aos outros como Deus os ama a
todos. Pois eu vos digo com empáa: Comei-vos uns aos outros; mais interessante e esplendoroso é
comer do que ser comido; o fígado alheio é muito mais apetitoso que o próprio; o rabo alheio é
muito delicioso que o rabo mesmo; o bofe alheio é mais nutritivo que o próprio bofe. Também foi
dito aos homens: Não matareis a vosso irmão, nem a vosso maior inimigo, capital ou congênito,
para que não sejais castigados nem sejais encontrados mortos nalgum terreno baldio da periferia
da cidade pelo seu maior amigo ou ente mais que querido. Digo-vos que não é preciso matar a vosso
irmão para ganhardes o reino da terra; basta tirar-lhe o último tostão que lhe permitiria um “prato
feito” num botequim copo-sujo. Nunca jureis a verdade plena e absoluta, porque esta verdade,
além de imoral e indecente, é carne de pescoço ou músculo, duras de mastigar e serem digeridas
com facilidade; jurai sempre e a propósito de todas as coisas, porque os homens foram criados para
crer antes nos que juram falso, do que nos que nada juram. Políticos, se vós estiverdes fazendo as
contas do que conseguistes tirar dos vossos leitores em toda a vossa gestão, e vos lembrardes que o
povo anda meio desconado de vossas altas nanças, interrompei vossas contas, saís de casa, ides
ao encontro de vossos eleitores na rua, restituis-lhes a conança, e tirai-lhes o que eles ainda
levarem consigo para construirdes a vossa mansãozinha na Soares do Santos, de preferência bem
próximo do Hospital Imaculada Conceição. Não roubeis na cara da comunidade porque ela pode ir
contar à polícia, e aí as conseqüências serão funestas, além de não mais poderdes candidatar em
outras eleições, sereis sempre lembrados como ladrão cara-de-pau. Se tiverdes de roubar para
ostentar a tradição dos políticos, roubai às escondidas, e muito, para que não passeis para a história
como ladrãozinho barato. Quando quiserdes tapar um buraco, entendei-vos com um sujeito
engenhoso, um verdadeiro artista, que faça dez de três e quatro. Não quereis jamais guardar
vossos bens materiais na terra, onde a ferrugem e as traças, baratas, ratos os consomem, e donde
os ladrões os tiram e levam. Levai-os dentro do caixão, enm ninguém nunca os levou para a
sepultura, só o caixão os levou para lá. Jamais eis em ninguém. Em verdade vos digo, que cada um
de vós é capaz de comer o seu vizinho num prato de louça bem chic, de garfo e faca de prata, com
todas as etiquetas, e boa cara não quer dizer necessariamente bom negócio. Vendei sempre gatos
por lebres, as lebres estão em extinção, os gatos soltos pelas ruas, e ações ordinárias por
excelentes, a m que a terra se não despovoe das lebres, nem as péssimas ações pereçam nas
vossas mãos. Não julgais para não serdes julgados; não examineis as nanças dos outros para que
as vossas não sejais examinadas com maior perspicácia e acuidade, e não resulte os dois irem ver o
sol nascer quadrado, quando é melhor ninguém o ver assim, o esplendoroso é que ele seja bem
redondinho e emita os seus raios com transparência e nitidez. Podeis excepcionalmente amar a um
homem que vos tirastes da sarjeta e vos destes uma cadeira giratória nalguma repartição pública,
uma mesa cheia de deveres, responsabilidades, compromissos os mais diversos; não até o ponto de
o não deixar com as cartas na mão, se jogardes juntos o pôquer dos poderosos. Todos aqueles que
ouvem e lêem estas minhas palavras, nestas páginas de sabor clássico (?), e as observam com
perspicácia, vêem-lhes as entrelinhas com transparência e inteligência jamais imaginadas em todos
os livros da humanidade, serão comparados e reconhecidos, considerados e respeitados como
homens sábios, que edicaram sobre a rocha e resistiu aos ventos e tempestades, tsunamis; ao
avesso do homem sem consideração, que edicou sobre a areia, e ca a ver navios por toda a
eternidade até a consumação dos tempos...
Aqui acaba a minha mensagem que inventei especialmente para declamar, discursar em eventos
públicos, recitar nalguma tribuna, antes de dormir o meu sono de homem justo, de quem sempre se
preocupou com o destino da ralé da humanidade. Apesar de tudo, irmãos e irmãs em Cristo, não
res-pondo pelo papel, nem pelas doutrinas e teses que nas entre-linhas estão re-presentadas, nem
pelos equívocos de linguagem e estilo que porventura haja cometido, enm nada pensei e senti
enquanto estive a elaborar esta mensagem para a salvação e ressurreição da ralé da humanidade,
não signicando o meu desejo seja de se converterem, mas que tenham certeza e convicção de que
merecem consideração e respeito dos homens idôneos de caráter e personalidade, em primeira
instância manuscrito numa mesa de botequim, depois em caráter ocial os dedos de ambas as
mãos deslizaram rápidos nas teclas do computador. Só agora é que vou ler, ver e sentir o que está
registrado nestas quase duas páginas de sabor clássico (?).
Graduado em Letras e Filosofia pela UCMG, mestrado em Filosofia pela UFMG. Publicado três
livros por Editoras: Con.Tando (contos), Fumarc, Belo Horizonte, 1979, Ópera do Silêncio
(romance), Editora Armazém de Idéias, 2000, Alteridade do outro em Sartre, Grafica de
Diamantina, 2003. Escrevi nos seguintes jornais em Curvelo, Centro de Minas e E Agora? por
três anos. Publiquei em cadernos, feitos em copiadora, RAZÃO IN-VERSA, todas as edições
comercializadas em Curvelo.
DAVID COELHO
Assim eu quero mostrar como a vida é fugaz, que as coisas mas também as pessoas se mudam
durante a sua trajetória; que as coisas, mas também as pessoas tem várias camadas que são
colocadas sobre velhas camadas. Mas você sempre pode ver os rastros das camadas do
passado, nada fica esquecendo.
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fabricio-photoartist@hotmail.de
MARCO CREMASCO
Brasil
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marcocremasco@gmail.com
EDDY KHAOS
Eddy Khaos nasceu em Santana de Parnaíba, São Paulo, em 1980. Graduado em Artes
plasticas e Logística, e capista e quadrinista faz vários freelances para varias editoras em
território nacional. Tem seus textos e ilustrações espalhados pela internet em diversas páginas,
seus poemas e contos, publicados em várias antologias. Recentemente criou uma editora que
lança livros em formato E-book para ajudar novos escritores.
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http://eddy-khaos.blogspot.com.br
eddykhaos@r7.com
RODRIGO MOTTA
Brasil
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rodrigomottas@hotmail.com
MONIQUE BRAGHIROLLI
Brasil
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moniquebraghirolli@hotmail.com
JOÃO PEDRO MARQUES
Portugal
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www.facebook.com/JPMArts
jpm.arts.pt@gmail.com
MENELAW SETE
Brasil. Jorge do Nascimento Ramos, nome artístico Menelaw Sete, 1964.
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menelaw7arte@gmail.com
LUÍS ROBERTO PEROSSI
Comecei fazendo fanzines ainda nos anos 90. Sempre tive a escrita como uma extensão da
minha própria alma. Escrevi um livro ainda inédito denominado Caos Sentimental Metropolitano,
sou professor, formado em letras, trabalho também como redator, tenho alguns projetos
musicais como o Cannibal Coffee, Lado Leste Alerta e The (fuck) Coffee makers is inta House,
além de ser editor chefe e redator do fanzine/blog/podcast Meus Amigos Bebem Muito Café.
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xcafeinadox@hotmail.com
A Estória do Sonho de
RENATO PITTAS
Raimundo Nonato!
Renato Pittas - Brasil
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renatopittas@gmail.com
ALEXANDRE PEDRO
Alexandre Pedro é nascido em Itanhaém no ano de 1977, estudou em escolas públicas, vindo
a descobrir a Literatura somente na universidade: formou-se em Letras, em 2012, na cidade de
São Paulo, onde vive atualmente. Amante não envolvido da Literatura resolveu criar um blog,
Cárcere do Ser, que mantém até hoje, para dissertar sobre trabalhos de outros autores, até que,
ainda no curso de Letras, fora convidado pela faculdade a participar de um concurso de poesia,
no qual foi vencedor com três poemas de estreia, e então resolveu mergulhar na escrita,
escrevendo textos e publicando-os no Cárcere, que tem hoje 32.000 acessos. Sua escrita tenta
uma busca incessante de preencher com palavras o vazio da insatisfação, da exaltação, da
Loucura, da Morte, do Amor e até mesmo da Poesia, mas, quase sempre, é na omissão das
palavras que está a razão de seus textos.
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carceredoser@gmail.com
SAMIRA HADARA
AIRTON SOUZA
Bom dia Nega, aqui quem te escreves é o Negu. Tô te escreviando esta missiva, que
tens o destino de ti alcançar antes mesmo de mim (pelo menos é o que espero), a custa
de dois motivos importantes. O primeiro tu já deve de ter consentimento. É isso mesmo
que estais a imaginar neste teu íntimo aorado e bem conhecedor das regras do amor. É
que bateu uma imensa e desmedida sordade de ti. O outro motivo é porque eu não
poderia car parado vendo toda esta multidão de todos os tipos de gente nas ruas, car
acomodado naquela cabana a esperar dias melhores.
Hoje, já faz dois dias que saíste de casa. Saiu só pra comprar alguns tumates e um
punhado de farinha pro armoço e, só agora me manda um bilhete dizendo “vemprarua,
vê se traz uma dúzia de ores brancas e um litro de vinagre, assinado, tua Nega”. Eu
sem nada saber, liguei o rádio para ouvir as notícias do que estava a se suceder e, não
deu outra. Só ai, comecei a entender o porquê de tua ausência.
Já tô aqui, meio ao povo. Feliz viu em ver todos na rua. As cores diversas enfeitam
minhas pupilas quase incrédulas.
Em minhas mãos trago o que me pediu o vinagre e uma dúzia de ores brancas. Só te
peço que que tranquila, pois, deixei a cadela jurema e as crias todas bem
resguardadas, molhei as prantas e tranquei a porta e a janela de nosso recito direitinho
igual tu gosta.
Ando a perguntar por ti. Recebo notícias vagas que esta meio a multidão. A única coisa
que sei é que tu tá toda embrulhada em uma bandeira do Brasil. Mesmo assim, sinto o
teu cheiro e vou te encontrar sem demora.
Te trago boas novas, este grito de dor, deu no rádio, que já chegou a se espalhar por
todo o “brasilzão” de meu Deus. Até mesmo no exterior já nos dão as mãos a gritar
junto com nós outros brasileiros e povos diversos.
Além do vinagre e das ores brancas, tomei a liberdade de levar meu coração sem
cessar e sem cansar batucando em esperanças.
Espero logo-logo te encontrar meio aos nossos irmãos. Vê se te protege das balas de
borracha e dos lacrimogêneos que esses nossos outros irmãos, por instante abastardos,
estão a nos dar como consolo neste momento de sofrimento por dias melhores e, que
também servirão para eles as conquistas aqui alcançadas.
Um cheiro em teu cangonte. Aqui é teu Negu que muito tem orgulho de ti.
Airton Souza – Nasceu e vive em Marabá, no Pará. É licenciado em História e, formando em
Letras – pela UFPA – Universidade Federal do Pará. Atualmente é professor, escritor, contista,
articulista, poeta e artista visual. Já publicou 6 livros de poemas e pertence a ALSSP- Academia
de Letras do Sul e Sudeste Paraense é membro ainda da ALAF – Academia de Letras e Artes de
Fortaleza e da ALG – Academia de Letras de Goiás. Possui ainda 11 livros inéditos prontos
para ser publicados.
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JOSE LUIS BUSTAMANTE
Jose Luis Bustamante - Mexico
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Milhas de distância de teu coração
DIONES NETO
Algumas vezes apenas eu queria estar do lado de teu peito, apenas por um momento, se
houvesse uma estrela cadente que pudesse alcançar e segurá-la pela calda eu faria se
ela me levasse até você mesmo me queimando em suas fagulhas, mesmo que se me
surgisse uma longa estrada que me levasse até você, meus sonhos me alimentariam os
dias em que eu poderia passar necessidades, e minha esperança em te beijar me
simulariam o mel de teus lábios para matar minha sede deles, por mais que chegasse
exausto até você, e se por algum acaso houvesse outro caminho que me levasse a você
esse fosse chuvoso, esse eu tomaria sem dúvidas a chuva me banharia a alma, caindo
sobre mim e meu coração fraco que não consegue parar de sofrer por estar sangrando,
pois a outra metade você cruelmente levou de mim, e devo me completar, na sombra de
seu amor descansa meu eu, e esse amor é todo seu, sabes disso tão bem que não pensa
duas vezes antes de se despedir para que proves para mim mesmo e a ti que distâncias e
milhas são correntes que temos que quebrar, elas existem em nossa alma e em nossa
carne, nos prendendo e rasgando com ganhos juntos a elas, estou te ouvindo mas não
há som, estou perto, mas apenas em lembranças, estou vivo, mas apenas em
memórias, diga-me o que sente agora coração ferido, o que vê é o que sinto? E o que
sinto és o que quer? Então rumaremos nessa longa estrada de feridas expostas e choros
sem acalentos, e tudo isso me recompensa após uma longa jornada de milhas de
distância de teu coração, seu sorriso me paga toda dívida que tive contigo, me suaviza a
dureza com qual maltratei meu eu, mas você agora está aqui em meus braços onde
pertence e nunca deve sair, para todo e sempre, até que a morte... Nem mesmo ela, pois
nos repetiremos em outros corpos em outras mentes, você amor e eu sentimento,
somos eternos e outros nos louvarão com o calor da paixão.
Brasil
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anakarolineft@gmail.com
Isso foi no distante ano de 1989...Faculdade de Letras da UFPA - Encontro
GIGIO FERREIRA
Nacional dos Estudantes de Letras (ENEL) ... palestras ...debates
...seminários ...pois bem, 60% da patota estava emaconhada ...quando
acabou o ENEL esses 60% descobriram que 60% das avaliações do
semestre seriam 60% do que foi exposto no encontro ...resultado: 60% da
patota se fodeu ...ao nal do curso 60% não se formaram ...e hoje 60 %
desses caras, encontro diariamente dirigindo táxis ...desse universo, 60 %
bebe prakaralho e fuma pra porra ...nessa louca estatística 60% já morreram
de cirrose hepática ....e outros estão na cadeia !!! Só eu Gigio Ferreira
continuo escreVENDO ...mas por ainda não ter publicado porra nenhuma
...60 % não acreditam que falo a verdade !!!! Vai saber ...os números são
mais carnavalizantes que a realidade .....
***
Abriu um dos sinos, lá fora o vento passeava ...a ermida berrava de dor de
dente ...foi pelo cheiro chamado a adentrá-la ...a música era dentro de um
tubo magro ...o coração ouvia os sons da lagartixa enrugada ...havia dois
crânios se beijando no altar ...era uma melodia árabe ...os olhos apenas se
olhavam ...estavam murchos dentro do cálice de vinho tinto ...todo sangue
estava sentado espiando as cadeiras vazias do templo coberto de ores
amarelas ... acres assobios das gaivotas fedendo...postou-se de joelhos
...recebeu a coroa de louro ...sua cabeça livre dos cabelos aceitou a
comenda vinda do espaço, ele passou parte da vida esperando a sua vez
...não sentiu medo, somente arrepios !!! a língua da mesa se alojou em sua
garganta ...era um beijo de despedida...apanhou o anel de prata e colocou a
adaga aada no peito ...girou no ar gelado de outono várias vezes a fumaça
dos vitoriosos ...as sombras se multiplicaram ...houve princípio de
murmúrios ...quando o cavalo risonho bem penteado se curvou diante
daquele homem alto ...relinchou agradecido ...e saíram lentamente da
cerimônia ...pisando os ossos rápidos ...folhas secas ...passarinhos mortos
...e no entanto , apesar dos avisos poéticos ...ele disparou ...incentivado
pelos raios solares ....a rosa se livrou dos espinhos ...a grama cresceu para os
lados ...o leite virou suco ...as árvores ..sementes, o amor ...palavras de
sorte , os lhos ...continuadores, os livros .... queimaduras ....e o que sumiu
transformou-se num rio ...com canoas que fecundam novas cidades !!!!!!
Gigio Ferreira
Ilha do Mosqueiro - Belém - Pará -Brasil.
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BETI TIMM
Brasil
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pedagogia das ratoeiras
JORGE MENDES
estou aprendendo a ser líquido, viscoso, a andar debaixo d´água entre ratos de
cavanhaque e nuvens de enxofre. aprendendo a morrer todos os dias por 45 minutos
sentado no último banco da van. aprendendo a mover meu corpo no tráco sem deixar
resquícios, fósseis, ruínas. estou aprendendo a viver na invisibilidade. rasgando planos,
apagando vôos, indo dormir mais cedo com os fantasmas do controle-remoto. estou
aprendendo a cortar cabeças, puxar tapetes, queimar lmes pra car bonito na foto da
diretoria. estou aprendendo palavras que apodrecem sonhos. aprendendo a mentir e a
usar olhos de vidro que hipnotizam. estou aprendendo a sorri pru assassino, a tomar
banho de sol na varanda com as plantinhas. aprendendo a usar da dissimulação e do
pensamento positivo das redes sociais. aprendendo a ter heróis embalsamados e a
copular com cadáveres. aprendendo a fazer uso de comprimidos, arco-iris, armas letais,
venenos nos que me deixem passivo diante do horror e da estupidez. estou
aprendendo a beber com canalhas, a ter o coração de plástico impermeável e o coração
embalado à vácuo. estou aprendendo a ser hipócrita quando digo obrigado ou eu te
amo. aprendendo a roubar no jogo sujo dos católicos. aprendendo a contabilizar e a
acumular moedas. aprendendo a passar o m de semana na piscina com a família.
aprendendo a castrar e a domesticar sentimentos e bichinhos de estimação.
aprendendo a ter amigos com ns lucrativos. aprendendo a ter próteses e espelhos e
estratégias que me fazem sentir o senhor dos artifícios. estou aprendendo a ser de gelo,
dissimulado, e a ngir como todos ngem.
balada do inimigo
o inimigo aparece no espelho do banheiro todo dia pela manhã. o
inimigo tem os olhos de vidro que hipnotizam. o inimigo faz cálculos
mentais, arma esquemas, lustra o revólver, escreve poesias. o inimigo
só ganha por nocaute. o inimigo passeia pelo shopping de óculos
escuros. o inimigo faz uso do obscuro. o inimigo acredita
exclusivamente no medo. o inimigo seduz assassinos. o inimigo pratica
canibalismo, cultiva orquídeas lingüísticas. o inimigo cita os grandes de
frankfurt e passeia pelos bairros da periferia. o inimigo tem um alvo, um
álibi e um refrão de bolero pra casos de emergência e incêndios. o
inimigo é algoz, júri e juiz. o inimigo sentencia, aprisiona. o inimigo
liberta os demônios. o inimigo tem dentes de diamantes. o inimigo
inventa alquimias, corrompe o azul dos dias. o inimigo nunca esquece. o
inimigo sou eu e cada um de vocês.
hipócritas!
os hipócritas chegam sorrindo próteses dentárias, regurgitando arco-íris radioativos e orais
de bach. os hipócritas tomaram a cidade de assalto, estabeleceram o poder da mentira e da
falsidade calculada e depois foram pru bar comemorar a carnicina. os hipócritas são agora
os donos do mundo, os magnatas da impostura e aparecem todos os dias nas tvs com suas
caras católicas de iogurte desnatado. os hipócritas aprenderam a mentir sem desviar os
olhos e são bons na arte que praticam. os hipócritas passam os dias contabilizando moedas e
assassinatos e antes de dormir apagam as luzes das casas, beijam suas cruzes, rezam o pai
nosso e adormecem indiferentes e pétreos como bons lhos da puta que são.
FERNANDO FIORESE
AO SOL
Neste mundo tem filhos de muitas mães, de muitas maldades. Na minha gente, então, pode-se contar
nos dedos da direita os que prestam. Isso não me causa espécie. Por favor dos céus, tenho uma régua
de filhos pra criar, esta dor nos quartos que não me larga e um tanque de roupa esperando. Tantos
afazeres afastam a gente das sombras.
DIAS DE NOJO
Você é impossível, moleque. O pai, três dias de morto, e vai pular carniça! Devia guardar luto. Ao
menos pros vizinhos. Ele era um estrupício, gente ruim mesmo. Mas pai é pai. Respeito merece,
mesmo que não faça as vezes. Só por umas semanas... Depois pode exibir essa alegria sem peias, esse
contentamento de quem esconjurou o diabo da casa do terço.
VIZINHANÇA
De primeiro, eu aborrecia muito com o olho esconso desse povo. Com o tempo a gente acostuma. E até
compreende: ninguém gosta de se avizinhar da morte.
À DIREITA
O diabo já fui eu. Tinha mesmo o pé do outro, mas nunca deixei faltar um nada dentro de casa.
Afundei no vício, me voltei pro fim e andava ruinhega das pernas. Imaculada foi muito positiva,
soube esperar nas dores. Nunca esmoreceu. Deus sabe onde colocar esta mulher.
AMIGO
Preto, maçom e espírita. Seus predicados afastam qualquer um. Até um santo atravessava a rua pra
não pisar na sua sombra. Eu não. Tenho cá minhas práticas.
LÍNGUA
A dona da pensão me contou. Era um homem sozinho, mas trazia as coisas no maior cuidado.
Desvelos de moça. O povo começou a falar... Até que ele deu na cara do Zé Maquinista. Agora
ninguém mais tem língua.
TIA
Chegou no noturno. Duas malas e uma valise. Ficou encostada lá em casa, cuidando de ninharias.
A gente mal reparava. Parecia uma cristaleira sem bibelôs. Um dia morreu, mas ninguém quis
mudar pro quarto dela, não.
SOLIDÃO
Esqueci de mim. A vida inteira só tive mãos pra marido, filho, cozinha. Olha o que eu ganhei: uma
casa vazia e essas agulhas de crochê.
OCORRÊNCIA
Relevei o mais que pude, doutor. E olha que eu já fui buscar o traste na zona, briguei com uma
vizinha de anos por causa dele – e até dei minha cama pra outra. Agora, eu só queria ver se a minha
mãe podia olhar as crianças e cuidar do enterro dele.
SONO
Morreu nada. Foi só visitar as almas. Voltou no meio do velório. A família não sabia o que dizer. A
infeliz foi dormir, como se nada tivesse acontecido.
TRAVESSIA
Em antes, eu olhava nos fundos do chão. Depois fui morar nas distâncias. Andei as léguas que Deus
deu pra me avizinhar das almas. Na Bíblia aprendi bonitas palavras, palavras que a boca não suja.
APARIÇÃO
Seja o que fosse, não é mais. Procura dormir. Coisa assim a gente deixa sossegada, até virar sonho.
UM OLHAR
Família, quando há, é assim. Primeiro, os batizados, as festas de um ano e primeira comunhão.
Depois, bailes de debutantes, casamentos, bodas. Por fim, os velórios. Aí, melhor é colocar distância.
Na idade em que estou, um olhar basta.
HONORINA
De tanto espichar o cabelo com ferro em brasa, ficou de miolo mole. Ao menos agora não se incomoda
mais com o pixaim. Nem aos vizinhos com aquela fedentina.
DO MAL
Começou cegando formiga com binga de cigarro. Todo mundo achava uma gracinha. Ninguém pra
botar freio. Deu no que deu.
Fernando Fiorese, poeta, escritor e ensaísta, reside Juiz de Fora (MG), onde exerce o magistério
superior na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Dentre outros
livros, publicou Corpo portátil: 1986-2000 (reunião poética, 2002), Dicionário mínimo: poemas
em prosa (2003), Murilo na cidade: os horizontes portáteis do mito (ensaio, 2003), Um dia, o
trem (poemas, 2008) e Aconselho-te crueldade (contos, 2010).
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CAYMAN MOREIRA
CELSO MORAES FARIA
Brasil
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IAN ROCHA
Brasil
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Solilóquio da Noite
EVERTON J. CORAÇA
Mais uma noite sentado na varanda de
minha casa. A vizinhança encontra-se
silenciosa, sem mesmo os pássaros da noite
passarem rápidos como vultos, assim como
manda o cotidiano. O vento nos deixou. O
clima está quente e a tensão torna-se
predominante sobre a calmaria que agora
veste a roupa cinza do marasmo.
Não tenho saudades de minha juventude. O agora me preenche aos poucos. Sou
viciado nos instantes que passam. Não mais nas lembranças, mas em coisas que ainda
conseguem me surpreender. Não pergunto mais quais os motivos. Procuro coisas que
possam me surpreender, nem sempre as encontro. Desde imagens, até odores, sabores
e sensações.
Olho para a rua e a paisagem não se modica. Não há inteiração do cenário. Sinto-me
como uma peça que não se encaixa. Apenas passam guras de pessoas guardadas em
minhas lembranças. São tão estranhos quanto eu. Tem a busca e a procura de
signicados confortantes.
Neste exato momento um carro com um estranho cruzou minha frente. Não sei que
estava dentro dele e com certeza ele apenas me viu como mais um objeto assim como
as árvores ou as lixeiras na frente das casas que compõem o cenário, se é que me viu.
Não sei até que ponto esta pessoa tem sensibilidade para isso. Não a conheço.
O passado e o cotidiano dizem mais de uma pessoa que a sua própria aparência. As
palavras constroem lentamente o formato do rosto de todos nós.
É o imprevisível destino daquele que não mais tem corpo, onde tudo se confunde sobre os
sentimentos, sobre o passado, sobre o mundo e o futuro. Até parece que estou vivo.
Anderson Ferreira Lemes nascido na cidade de Assis, leva o nome artístico de Ander Lemes. É
formado em Educação Artística e Habilidades em Artes Plasticas, professor, desenvolve o
graffiti e as artes plásticas desde 2004.
Seu início escolar foi inexpressivo devido a uma dislexia descoberta mais tarde. Sua falta de
atenção que o fazia passar o maior tempo das aulas desenhando nas carteiras e fazendo
“artes” nem um pouco apreciadas, quase resultou em sua expulsão aos 16 anos de idade.
Graças a um dos professores, que sugeriu autorizá-lo a pintar os muros do colégio, como
alternativa para estimular seu interesse pelos estudos, Alemão despertou-se para sua grande
missão, as artes plásticas e o grafite.
Como todo grande artista, seu início foi cheio de problemas adversos. Assis demorou para
reconhecer que aquele jovem não era um vândalo pichador de paredes, principalmente pelas
autoridades policiais, que o encaminharam por diversas vezes à delegacia, apreendendo os
sprays, câmera de fotografia e outros materiais usados para o trabalho, até mesmo quando
autorizado pelo proprietário.
Através de seu talento, a arte marginal em grafite se tornou conhecida e admirada pela
população assisense. Com isso, veio o reconhecimento que pode ser observado pela mídia
impressa e televisiva. Hoje, suas habilidades artísticas com o grafite estouraram em mais de 85
cidades no Brasil e estão impressionando até mesmo os europeus.
KAROLINE FERRIRA
Eu tinha uma vida como todas as outras. Tinha meus altos e baixos como qualquer um.
Mas em um dia, eu perdi o chão, a força e minha vida foram ceifadas de mim, por três
dias eu sobrevivi, entretanto eu não consegui ir além, eu perdi o resto da minha vida.
Levei duas facadas em meu peito e ambas estão cravadas pulsando junto do meu
coração, enquanto meu coração sangre vou tento uma hemorragia lenta e dolorosa.
O ar está rarefeito e o coração pesado. Respiro com diculdade, porém ainda resisto.
Não por muito tempo mais ainda posso car de joelhos, de pé, já cai faz tempo. Antes
uma traição amorosa que seria mais fácil de lidar, mas essa...
Anseio a verdade, mas a temo também. Depois de saber quem é quem, quem será eu?
Eu vou sobreviver? Como tirar as facas sem jorrar sangue? Como olhar para trás e vê
uma escuridão, como sair da caverna sem queimar os olhos na luz, diga-me Platão?
Como continuar a viver sem poder olhar para o lado e não sentir o vazio? E se não for
assim? E se eu tiver que olhar para outra pessoa? Se ela que me decepcionou? Será
mais fácil?
Para meu desespero tenho que esperar... Esconder... Guardar... Sofrer... Ser forte por
ela (Você prometeu de joelhos diante de seus pés olhando em seus olhos) ... A maior
provação em toda a minha vida. O grande sacrifício, a pregação da sua cruz, mas não
vai ter ressuscitação... Por que não haverá mais força, não haverá mais amor. E não
haverá vitórias, só me resta a derrota dos dois lados. E a dor será minha eterna
companhia forever and ever até que a morte leve meu corpo, pois minha alma já partiu.
Brasil
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www.karolineferreira.blogspot.com.br
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IVAN SILVA
Brasil - Ivan Silva, o poeta, cartunista, artista plástico e músico. Tantos talentos só caberiam em
um interior criativo e sensível onde a barreira entre o subjetivo e o lúdico, dialogam entre si,
unindo os opostos entre o interior e o exterior do ser inquieto e guerreiro. (Nua Estrela)
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betitimm@gmail.com
CARLOS SARAMAGO
Portugal. Carlos Saramago Nasceu em Abrantes em 972. Autodidacta, começa a pintar desde
muito cedo.
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saramagoartes@hotmail.com
VICTOR HUGO SOUZA
Nascido em São Bernardo do Campo, SP 1988, Paulista, reside atualmente em Corumbá,MS .
Pedagogo, Arte Educador e artista plástico autodidata, criador da Ghost Flowers camisas,
micro empresa que divulga e vende para varias partes do Brasil camisas com ilustrações feitas
a mão livre. Atua como curador em exposições de arte pela cidade, Participa de um coletivo de
artistas chamado Outros Olhares e grupo FALA ( Fabrica Artística Latino Americana).
Premiações:
2° Colocação no 2° J’ Fest’ Concurso de Painéis em 2003
1° Colocação no 3° J’ Fest’ Concurso de Painéis em 2004
2° Lugar no logo tipo: Soy Loco Por ti América Festival América do Sul
1° Lugar na Categoria Pintura no 4° Salão de Artes ‘’Horizontes das Artes’’ – Premio Cidade
Morena Homenagem a Masahiro Fujita em 2012
Artista selecionado para representar o Estado de Mato Grosso do Sul em um intercambio Rede
Brasis no estado de Rio Grande do Sul na cidade de Rio Grande, projeto FUNART.
Sobre os Trabalhos:
Os trabalhos ilustrativos envolvem técnicas de aquarela, grafite e mistura de óleo, decifrando
poéticas em cores e texturas, tem como referencia Alyssa Monks, Lucian Freud, Ghostco entre
outros artistas e fotógrafos contemporâneos.
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vitor.hugo.cure@gmail.com
DIEGO EL KHOURI
ESCRIVÃO TRAFICANTE
Pessoas pensantes pensam
no lar expulso do ventre
na paisagem que nunca se desnuda
no calor intenso dos trópicos
na cara banhada de sangue
dos indigentes na sala nobre do inferno.
Reconhecemos diamantes
e pedras preciosas
pois, anjos encarnados,
somos diamantes e pedras preciosas
queiram ou não queiram.
elkhouriartes@hotmail.com
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AYAM UBRAIS BARCO
Ayam Ubrais Barco, nascido em 01 de maio na cidade de Salvador e criado em Ipiaú, Ayam
Ubráis Barco fez-se gente e cantautor escutando canções indígenas, pregações espirituais,
cantador@s de movimentos populares e expoentes do roquenrol mundial trancafiado no quarto
e em naveganças pelas estradas do país.
Trabalhador da arte, além de cantautor, é artista plástico, trilheiro de filme e escrevedor de
poemas de encontro e despedida.
Começou a tocar e compor sabe-se lá quando não soube o que fazer com uma dor insuportável
alojada em seu peito por assuntos de amor e quando seu avô o perguntou se já havia feito o
pacto:
- ¿Que pacto, vô? ¿Aquele lá do diabo?
- ¡Não, seu bestaiado... ¡Aquele lá do Gongolô!
E assim fez e assim foi e assim é e assim será...
¡Partir O Mar Em Banda! é o fruto desse pacto e influências. Traz 11 canções autorais
intermediadas por ‘ligas’ que dão o caráter conceitual do disco.
Amar e lutar são os temas fundamentais das músicas: “¡O amor ainda vale o risco de se ir
buscar!” “¡É preciso lutar, é possível vencer!”...
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mocaba16@hotmail.com
ELENA OJEA CAMPELO
O DECORRER DO TEMPO
O tempo passa,
Não se detém,
O relógio avança,
Incansável, impassível
Seguindo em frente.
Elena Ojea Campelo (Mondariz, Espanha), 1980. A concepção da poesia como um meio de
comunicação, como um grito de aquilo que vivemos, que criticamos e que amamos, uma
maneira de expressar ideias, conhecimentos, denuncias… uma maneira, ao fim e ao cabo de
contas historias, reais ou fictícias, vividas ou não, que nos marcam e precisamos fazer sair á luz
através da palavra.
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leniojea@yahoo.es
GIULIA MOON
GIULIA MOON é escritora e ilustradora paulistana. Rabiscou contos e desenhou mangás que
ficaram nas gavetas de sua adolescência até se tornar diretora de arte, ilustradora e redatora
em agências de propaganda. Veterana, já obteve vários prêmios na área, onde se tornou
conhecida pela criação dos personagens Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre.
Desde 2000, Giulia publicou várias coletâneas de contos, mas hoje é mais conhecida como a
autora da série de horror & fantasia da vampira japonesa Kaori. O primeiro volume, Kaori:
Perfume de Vampira, foi publicado em 2009 pela Giz Editorial. Em 2011, lançou Kaori 2:
Coração de Vampira. Em 2012, publicou uma aventura spin off da sua personagem no livro
Kaori e o Samurai Sem Braço, em edição especial totalmente ilustrada. Na concepção das artes
desse volume, onde mistura as suas ilustrações em estilo mangá com influências de gravuras
Ukyo-e e estampas tradicionais japonesas, aliou-se à amiga e designer Natalli Tami. O livro
Kaori e o Samurai Sem Braço venceu o Prêmio Argos, concedido pelos sócios do Clube de
Leitores de Ficção Científica do Brasil, como o melhor romance de Literatura Fantástica de
2012.
Para saber mais sobre Giulia: Site: http://www.giuliamoon.com.br
O ENCONTRO
Roberto sentou na beira da calçada. Na esquina trabalhadores dos Correios protestavam.
Suas contas nunca chegavam, Roberto e suas contas atrasadas, seus amores atrasados, sua
taras atrasadas. Sol a pino, sapato descolando. Ah! Se suas decepções lhe trouxessem
dinheiro. Trocados contados, desceu a Eduardo. Sua vida e a cidade torrando sob os
trópicos. Deu adeus para a cidade e foi namorar seus outros "eus" no mormaço.
amanhã...
Escrita
(im)perfeita
Assombro
palmilho léguas
o inferno derradeiro
invado as sensações
consumidas neste outono de prazer
o túnel interdito
abandonado à fúria possuída
desde a véspera do cio
que se prepara para romper
na madrugada fúnebre
onde os fantasmas despertam
num doce pecado
e a ti
te mascaram o desejo...
Portugal
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http://inovnegrao.blogspot.pt/
pássaros da
DENISE ÁVILA
morte
pássaros vomitam
chumbo deglutido
em ácido atordoo
"polvorizam" mentes
desencarnam povos
reencarnam líderes
não dão chance
aos novos
aram seus sulcos
na terra sem pão
só prestam ouvidos
à voz sem razão
sujam de sangue
o manche com as mãos
atropelam as vidas
ceifadas por elas
e as almas que
veem nas suas janelas
Pergunta arfada
não lhes dizem mais nada "Será a água potável,
estão sem coração uoretada ao extremo,
vendida por água tratada,
responsável pela dormência,
fraqueza e subserviência,
das mentes em decadência
trazendo tanta demência e
fazendo com que esta gente
renegue a própria consciência,
negligenciando suas vidas,
abrindo tantas feridas,
reverenciando aparências?"
Eu, Denise Ávila, nascida em Pelotas, Rio Grande do Sul, residindo em Porto Alegre desde o ano
de 1979, sou estilista-modelista da área têxtil, professora de design e desenvolvimento de
peças do vestuário no sistema CAD - Informatizado Consultora de Moda. Embora todos os
cursos realizados, formações, onde me encontro mesmo é na poesia, na escrita. Com a minha
"poesia", participo de blogs e evento, tenho um grupo voltado à Literatura e Filosofia, Escritores
e Poetas Pensantes, onde divulgo e incentivo escritores novos e já consagrados, crio projetos
voltados para a cultura, conhecimento da vida e obra de poetas e poetisas consagrados
nacionalmente.
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deniseavila.poetisadocotidiano@gmail.com
JOVENAL MALOA
Saber escrever e saber viver sem ter vivido.
A maior tortura de não ter vivido e escrever como se tivesse.
Há um olhar feito de letras sabiamente vivas –
Nesta minha morta caligraa que respira tamanhã cegues, enxergo
Para além destes papeis sem vida, pois sim claramente enxergo a noção
de viver sem ter, de escrever defuntos versos sem ter neles morrido e
mal me odeio por isso e nem por aquilo –
Com isto espero ser vitalício.
1.
Apalpei escassos sorrisos em minha face
Havia lá tintas disfarçadas de maquiagem
Sim! Uma beleza articial assim pode-se dizer
E antes que a minha alma e consciência –
Ao degredo do meu desconhecimento me arrastasse
Despenhei, naufraguei a propósito –
de interromper essa viagem
Pois essa falsidade em mim já começava a me enlouquecer
2.
Quando me vejo a morrer
Para além da tristeza falsa que vou deixar
Alegro-me por abrir o abismo em mim
Para este complexo caótico e vazio em meu ser
Festejando o caos sobre minha vida cheia de azar
Zelada morta deitada sobre o capim
3.
A pressa é inimiga da arte
Deus não construi-o o mundo em um dia!
Ser paciente a construi do caracter artístico faz parte
E assíduo a leitura do caracter dos leitores fazia.
As pirâmides não eram projectos do m-de-semana
A andrómeda e a via láctea não nasceram do nada
A paz deve ser praticada não é do nada que se emana
Sonhar e forçar ter o sonho é alterar a natureza da fada –
Sem pressa de fazer-te crer que vive-se dos sonhos mana.
4.
Substantivo feminino me transporta para o além
E neste acto de me ir um outro lugar relativamente afastado
Daquilo que em espirito desconheço e mal sou
Experimento esta ingestão cerebral que faz de mim –
Trilha de alucinação ou alucinações que fumo quando me convém
Ouvir o meu cérebro nestas ilusórias travessias pensando
5.
Há um ingrediente qualquer que tintura o meu cérebro,
E esta acção farmacêutica que em mim se emprega,
Com nalidade de diagnóstico, trata de aumentar (des)sanidade
Ou de prolaxia de doença deste verso loucamente tenebro.
6.
Vómito orgasmos neste meu cio
Latidos agora não armam minha satisfação
Esta caligraa digital tornou-se motivo do meu delírio
E este vindouro soneto será o da tua ejaculação
Ao longo da minha vida, tenho vindo a desenvolver um espírito artístico muito próprio baseado no constante
admirar de tudo o que me rodeia. E arredores!
Assim, apaixono-me por vários conceitos artísticos e crio diversas linhas estéticas a fim de expor os múltiplos
caminhos dos meus “EUS”
Seguir o instinto da Arte como linguagem universal é o que me interessa em cada peça.
Mário Fresco, nasceu em Toronto a 16 de Maio de 1976, ainda criança, veio para Portugal,
passando grande parte da sua vida no distrito de Coimbra, onde se tem inspirado para a
concretização da sua vasta obra, já referenciada em vários livros de Arte, com representações
em várias colecções particulares, nacionais e internacionais (França, Alemanha, Grécia, Itália,
Espanha, Estados Unidos da América, Canadá, Japão e China).
Na pingudice de todas as horas, nada de me perguntar o que seria da pinga não fossem os
pinguços ou o que seriam dos pinguços não fosse a pinga... Nem me lembra que sou pinguço,
para me embebedar, encher o rabo todo, tenho de tomar todas e mais algumas de gorjeta,
gorjeta que escorre pelo queixo, molha a camisa, os olhos reviram-se, chamo urubu de meu
louro, dou nó em pingo dágua, isso para não dizer que me esbarrando na calçada, catando
cavaco, atolando a cara na merda dos cavalos puxadores de carroça, arrasto-me no terreno
baldio sem cerca de arame farpado, encosto-me no muro, e começo aquela velha ladainha que
me acompanha desde o primeiro pileque homérico: "Vou com Deus e Nossa Senhora pelos
mata-burros de estradas, o capeta atrás tocando viola, a cachaça minha de todos os dias soma
os noves fora do nada de mim, o nada dos noves fora de mim que nasceu sem razão,
prolonguei no mundo com a boca escancarada, um bafo de escorraçar todas as criaturas,
esperando a morte que até agora não chegou...", ouvindo os velhos aposentados parados,
olhando-me de olhos arregalados, assustados da silva e silveiras, como pode alguém beber
tanto, viver de pinga e nada mais, dizendo palavras que ninguém disse desde que a vida
começou a existir no mundo - na verdade, na verdade, o homem nasceu mesmo sem razão,
passa toda a vida sonhando, fantasiando uma verdade que nunca chega, felicidade que nunca
houve, alegria então que nunca mostrou a sua cara, são todos os homens idiotas, imbecis,
conversa pra boi dormir antes de o coveiro abrir a valeta de sete palmos, antes da morte, antes
de o caixão descer, amigos, parentes e conhecidos derramarem todas as lágrimas de crocodilo,
antes de pás de terra ser jogada por cima, e nada mais, nem mesmo existiu no mundo, a morte
leva até a vida que foi um dia...
Louco, doido, varrido, esquizofrênico, psicopata, esquizóide, escorregando no último gole que
o capeta deixou atrás, errando uma nota de sua viola, desanando todo o coro de diabos que
lhe seguia pela tarde de pálido crepúsculo, me deglutindo no clímax e êxtase do álcool,
sentando-me na cadeira do Olimpo qual Zeus que ria a bandeiras soltas de todos os normais e
sóbrios que acreditavam na redenção dos pecados, nos prazeres e felicidades do amor, na vida
eterna...
E vou seguindo bêbado, regurgitado, volatizando palavras sóbrias pelos becos sem saída, no
céu noturno estrelas e lua brilhando, inspirando amados e amantes a declinarem os versos
mais lindos, em nome do amor, amém nós tudo...
THIAGO GOMES
Assino meus trabalhos como Goma. Moro em São Paulo, em um bairro chamado Vila Joaniza,
fica na zona sul.
Sou Autodidata e no meu trabalho carrego muitas referencias da fauna e flora das ruas e das
pessoas que admiro, seja amigo, colega ou aquela/aquele artista fodão, alem do Grafiti, Skate,
Fanzines, quadrinho alternativo, Punk e tudo que tenha uma essência do D.I.Y!
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nanquinbeat@yahoo.com.br
http://cargocollective.com/gooooma
SOFIA RIBEIRO
Nasceu em Lisboa, no dia 24 de Dezembro de 1965. Filha de poeta, desde sempre cresceu
numa atmosfera artística através da Galeria e Livraria dos seus pais, lugar onde conheceu
artistas ligados aos mais variados quadrantes da arte, nomeadamente literatura, música, teatro,
artes plásticas e cinema. Concluiu os estudos secundários na área de humanidades e a sua
curiosidade levou-a a seguir um percurso onde o restauro de antiguidades ocupou doze anos
da sua experiência profissional.
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soapribeiro@hotmail.com
JOSÉ NOGUEIRA
São Paulo - Brazil - Mail Art, Um dos fundadores do Raul Rock Club, Zineiro, Artista Plástico,
Fundador do Clube do Rádio
JOANNA.FRANKO
você
que se acha rei
olhando de cima !!!
é triste figura
um pobre louco
uma sombra de "Nero»
com sua lira Amanhece
desafinada, Lua de outono
seus versos toscos, Céu azul
se exibindo Infinita beleza
para uma "Roma» Dos tons da natureza
incendiada Invejo os raios de sol
em cinzas Ondulando as gotas de orvalho
Montanhas no horizonte
Abraçam a luz
Rios correm pro mar.
Quero
Um instante de espera, e
Encontrar meu "eu»
Sou a manhã que desperta.
Vinícius Nikolaos Samios, 31 anos, brasileiro, nascido em Porto Alegre, vive em Tóquio.
Formado em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), especializado
em Medicina Interna pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Atualmente cursando doutorado
em neurociências pela Universidade Waseda em Tóquio.
Atualmente o mestre chefe dessa escola é Risuke Otake, e mais uma vez eu me sinto muito
afortunado por ter sido aceito por ele como um esudante de tal escola, sendo atualmente o único
brasileiro estudando em seu dojo.
Meu interesse pelas artes marciais surgiu quando ainda era criança, ao assistir lmes e programas
infantís que destacavam artes marciais e super-heróis. Foi aos 10 anos que meus pais me
inscreveram em uma academia de karate, sendo então que pela primeira vez tive de fato contato
com uma arte marcial de verdade. Talvez pela pouca maturidade, deixei de praticar esta arte alguns
meses depois. No decorrer dos anos que seguiram, tive a oportunidade de experimentar uma série
de outras artes marciais, também por um período curto. Entre elas, tae-kwon-do, full-contact,
kempo, vale-tudo e kung-fu, sendo que esta última pratiquei por cerca de 4 anos, abandonando-a
após entrar na faculdade de medicina, especialmente por conta da alta demanda deste curso. No
entanto, nunca me senti satisfeito com o que procurava através das artes marciais e, foi ainda
enquanto praticava kung-fu que descobri que as artes marciais podiam dividir-se em diversos
segmentos, tendo diversas bases losócas e objetivos. No sistema de artes marciais chinesas,
onde inclui-se o kung-fu, costuma-se fazer uma divisão entre dois grandes grupos: as artes
marciais externas e as internas. O primeiro grupo, chamado externo, leva este nome pois tende a
dar ênfase a técnicas que dependem primariamente da força física do indivíduo, sendo assim
geralmente de aprendizado mais rápido e mais apropriados a praticantes jovens, ainda com grande
vigor físico. Já o segundo grupo, chamado interno, leva este nome especialmente por dar ênfase ao
cultivo da mente, sendo que suas técnicas normalmente caracterizam-se por movimentos que
demandam pouca energia física do praticante e ainda fazendo proveito da energia física
despendida por parte do agressor. Eu costumava escutar que este segundo grupo, o interno, era
superior, mais sosticado que o primeiro grupo, mas muito mais trabalhoso para ser aprendido.
Para termos de comparação, costuma-se dizer que após 2 anos de treino, um praticante de um
estilo externo é superior a um praticante de estilo interno, mas que após 10 anos de treino, o
praticante do estilo interno torna-se superior. Tendo escutado isso, tinha a determinação de que
ainda queria estudar algum dia um estilo interno de artes marciais. Ainda enquanto cursava a
faculdade de medicina, certa vez em meio a um período de sedentarismo, tive a oportunidade de
fazer uma aula experimental de uma arte marcial chamada Aikido. Tal arte, se classicada no
sistema interno/externo, claramente se encaixaria no sistema interno de artes marciais, apesar de
não ser chinesa, mas sim japonesa em origem. O aikido, escrito em japonês 合気道, é composto por
três caracteres que, se literalmente traduzidos, signicam algo como "o caminho (do) da
harmonização (ai) da energia (ki)". Ou seja, é através da prática de tornar-se consciente desta
energia e unir-se a ela, em oposição a contrapor-se a ela, que um indivíduo tem sucesso quando os
conitos surgem. Assim, por basear-se neste princípio, diz-se também que o aikido é a arte marcial
da paz, pois jamais incita o conito. Talvez desnecessário dizer também, mas conceitos como
caminho, harmonia e energia estão sujeitos às mais diversas interpretações, com as quais o
praticante vai entrando em contato à medida que pratica, podendo estender os benefícios desta
arte aos mais diversos aspectos de sua vida, desde carreira até família. Assim, após tal aula
experimental de que falei antes, nunca mais parei de praticar o aikido. Tendo terminado minha
especialização em medicina interna e após trabalhar por cerca de um ano em emergências e
enfermarias de hospitais nos arredores de Porto Alegre, decidi que queria continuar meus estudos,
mas dessa vez procurando unir o estudo acadêmico com o estudo marcial. Foi então que surgiu a
possibilidade de fazer isso no Japão, através de uma bolsa de estudos oferecida pelo governo
japonês. Foi quando vim para Tóquio em meados de 2011. Desde lá, faço meu estudo de
neurociência numa prestigiosa universidade chamada Waseda e também tenho o privilégio de
praticar aikido diariamente no Hombu Dojo, a sede central do aikido no mundo. O aikido, tal qual o
karate e o judo, é uma arte marcial moderna, fundada na primeira metade do século 20 por um
famoso mestre chamado Morihei Ueshiba. Conta-se que Ueshiba estudou diversos sistemas de
artes marciais clássicas japonesas, tendo obtido maestria nelas.
Do apanhado de tais artes, ele fundou o que hoje é conhecido como aikido. Há várias histórias
envolvendo a gura de Ueshiba. Sendo muito espiritualizado, conta-se que em certo período de sua
vida, Ueshiba teria atingido um grau de iluminação espiritual que o faria invencível perante qualquer
adversário. Alguns dos alunos diretos de Ueshiba contam também que, no exato instante em que
pansavam em atacá-lo, Ueshiba já havia percebido tal intenção e os desarmava antes mesmo que
pudessem iniciar qualquer movimento. Hoje em dia, a gura mais alta na hierarquia do aikido é o
neto de Morihei Ueshiba, Moriteru Ueshiba, sendo que ele e seu lho são os atuais responsáveis
pela administração do Hombu Dojo em Tóquio, local também criado pelo próprio fundador em
pessoa. Para os praticantes de aikido no mundo, o Hombu Dojo é uma espécie de local sagrado que
todos gostariam visitar em algum momento de sua vida. E para mim, ter treinado diariamente nesse
local pelos últimos 2 anos tem sido uma fantástica experiência de aprendizado, tanto em termos
marciais e culturais, como em termos de autodesenvolvimento.
Lá tenho estudado com alguns dos mais respeitados mestres de aikido da atualidade, além de estar
tendo a oportunidade de conhecer pessoas de todos os cantos do mundo. E desta forma, parece
que o aikido consegue cumprir a sua principal meta, que é a de unir as pessoas na terra. Porque o
caminho das artes marciais não tem m, tal qual a busca de um indivíduo pela verdade,
recentemente tive a sorte de ser aceito como aluno em um outra prestigiosa escola clássica de artes
marciais japonesas, o Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu (天真正伝香取神道流). Esta escola é
considerada como a escola mais antiga de artes marciais do Japão, e assim como a mãe de todas as
outras escolas no país. O seu sistema abrange o estudo de diversas armas, dando ênfase entretanto
à espada. Devido a seu imensurável valor, o Katori Shinto Ryu é considerado como tesouro nacional
pelo governo japonês. Atualmente o mestre chefe dessa escola é Risuke Otake, e mais uma vez eu
me sinto muito afortunado por ter sido aceito por ele como um esudante de tal escola, sendo
atualmente o único brasileiro estudando em seu dojo.
Memento Mori
Memento mori é uma expressão latina que signica ao pé-da-letra, "lembre-se
da morte".
Seu ego não é maior nem menor que o seu desejo de vingança
E se não se perde se ganha, e não se dança conforme a dança
Uma guerra suja e desumana como são todas as lutas armadas
E mesmo que lutemos de mãos limpas são guerras desalmadas.
E então, querido poeta, que tem seu ego maior que a barriga
Aperte o seu gatilho antes, pois minha poesia é boa de briga
Ou morra em sua trincheira dourada antes do nascer da Lua
Que o dia é de Sol e à noite os gatos saem para andar na rua.
Poeta, Escritor, Webdesigner e Artesão. Criador e Editor da Revista Digital PI2. 15 Livros de
Poesia e 4 de crônicas e contos autoeditados pela Editor'A Barata Artesanal. 55 anos, casado
com Izabel Cristina Giraçol. 2 filhos.
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