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HISTÓRIA MUNDIAL

Unificação Italiana e Alemã


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UNIFICAÇÃO ITALIANA E ALEMÃ

UNIFICAÇÕES TARDIAS: ALEMANHA E ITÁLIA

Alterações nas Forças Profundas e Domésticas

• Em 1851, a carta de 1815 estava restabelecida, mas a força desestabili-


zadora e subversiva do nacionalismo – na perspectiva do Concerto Euro-
peu – todavia existia;
• Notavam-se alterações nas Forças Profundas. O período pós-1848 seria
intenso: nacionalismo obteve feições mais conservadoras e não cosmo-
politas, revolução industrial gerou milhões de marginalizados que foram
forçados à emigração. Acentuava-se a efervescência de ideias centrífu-
gas;
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• Nas relações internacionais, eclodem, nesse sistema, três Guerras de


Reajuste que afetariam o sistema de hegemonia coletiva derivado de
1815;
• A ascensão de Homens de Estado não comprometidos com a Ordem de
Viena acentuou a tendência de adaptação. Os nacionalismos italiano e
alemão atuariam na contramão da Carta de Viena;
• Por esta, cabia à Áustria, por exemplo, a posse de reinos na península
itálica e a proeminência no mundo germânico.

A Unificação Italiana

Conde de Cavour

• Na península itálica, em 1852, Cavour assumiu a Presidência do Con-


selho do Reino do Piemonte-Sardenha. Seu objetivo era a constituição
de Estado liberal (monárquico e constitucional) em toda a península,
objetivo partilhado pelo rei sardo-piemontês Vitor Emanuel II (Casa de
Saboia);
• Tratou-se da culminação do nacionalismo italiano que havia se manifes-
tado de forma romântica e internacionalista (carbonari nos anos 1820)
e ganhou feições pragmáticas e patrióticas (surgimento da republicana
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Jovem Itália em 1831, criada por Giuseppe Mazzini). O Risorgimento é o


termo amplo que abarcou o desejo dos nacionalistas italianos de consti-
tuírem seu país, ao longo do século XIX;
• A unidade italiana defrontou-se com a resistência papal, a clivagem entre
partidários da Monarquia (Cavour) e da República (Mazzini e Garibaldi);
• Mazzini contribuiu para o tratado secreto de 1859, entre a França e as
lideranças nacionalistas, por meio do qual Paris apoiaria o movimento de
unificação;
• Quando da erupção da guerra (1859), porém, Napoleão III recuou, pois
temia reações de Inglaterra, Rússia e Áustria. Ao dirigente francês, inte-
ressava uma federação italiana, não tão forte e sujeita à influência fran-
cesa.

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• Receando a conformação de área de influência francesa na Itália, Lon-


dres apoia a unidade monárquico-liberal costurada por Cavour;
• Domesticamente, Napoleão III ficou em situação complicada, pois os
ultramontanos franceses (católicos conservadores, de sua base política)
demandavam a defesa do Papa, sitiado em Roma (Estados Pontifícios) e
último baluarte que evitava a completa Unificação;
• Em 1870, os exércitos do Papa são derrotados após a queda de Napo-
leão III, perdedor da guerra Franco-Prussiana. Roma seria finalmente
anexada à Itália;
• Ao apoiar o nacionalismo italiano contra a Áustria, Napoleão III estimu-
lou o nacionalismo alemão. A vitória italiana fragilizou a Áustria, rival da
Prússia na Europa Central. O resultado foi o engrandecimento prussiano
que, em um primeiro momento, liquidaria a Áustria e, posteriormente, a
própria França;
• Tratado de Latrão (1929), entre Itália e Santa Sé, encerra a Questão
Romana. Surge o Estado do Vaticano, tendo o papa como soberano.

A Unificação Alemã
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• Em 1815, em linha com o pressuposto de evitar a constituição de “hege-


mon” na Europa Central, o Congresso de Viena criou a Confederação
Germânica, integrada por Áustria, Prússia e 32 Estados germanófilos
independentes;
• Em 1833, surge União Aduaneira e Econômica (Zollverein), liderada
pela Prússia e objetada pela Áustria (por protecionismo industrial e opo-
sição de Metternich);
• A Confederação foi desfeita após 1848, quando o malogrado movimento
liberal e nacionalista alemão buscou consumar a unidade, a partir da
liberal Assembleia de Frankfurt (o rei Frederico IV foi indicado Chefe de
Estado, mas recusou);
• A Confederação seria novamente estabelecida após a supressão da
revolução liberal e definitivamente desfeita com a vitória prussiana na
guerra austro-prussiana (Guerra das Sete Semanas);
• Bismarck tornou-se Presidente do Conselho Prussiano em 1862. Como
Cavour, filiava-se ao sentimento nacionalista alemão e buscava construir
Estado unificado.
• O objetivo de ocupar a primazia no mundo germânico enfrentaria a resis-
tência austríaca;
• Em 1864, Prússia e Áustria entraram em guerra contra a Dinamarca pelos
ducados germanófilos de Schleswig e Holstein. Em 1866, a ambição
territorial prussiana, desejosa de ocupar ambos os ducados, voltou-se
contra a Áustria;
• A Guerra transcorreu velozmente e resultou no estabelecimento da Confe-
deração Germânica do Norte;
• A conclusão da unificação viria com a anexação dos Estados na Alema-
nha do Sul. Para tal, Bismarck manipulou a rivalidade com a França e o
nacionalismo voluntarista de Napoleão III;
• Em 1870, o príncipe prussiano Leopoldo de Hohenzollern candidatou-se ao
trono espanhol. França exigiu retirada da candidatura. Após ser atendida,
exigiu que fosse perpétua;
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• Bismarck recusa e vaza documento secreto francês. Sentindo-se humi-


lhado, Napoleão III declara guerra à Prússia. A derrota francesa foi rápida
e inviabilizou até a reação do Concerto (incerta);
• Em 1871, funda-se, na Sala dos Espelhos de Versalhes, o Império
Alemão (II Reich), que, pelo tratado de Frankfurt, incorporou as ricas Alsá-
cia e Lorena. Consequência: revanchismo francês. Contorná-lo será o
epicentro da Realpolitik de Bismarck;
• Na França, o II Império colapsou e deu lugar à III República (1870-1940).
Em 1871, a Comuna de Paris (socialistas revolucionários) controlou a
cidade por três meses (ditadura do proletariado para Karl Marx);
• A Unidade alemã foi o game-changer da geopolítica europeia na segunda
metade do século XIX. Dramática industrialização, centrada nos segmen-
tos da Segunda Revolução Industrial, intenso programa naval e desen-
volvimento de ferrovias.

Liberalismo e Conservadorismo na Unidade Alemã

Otto von Bismarck

• A Unificação alemã é comumente associada ao predomínio do nacio-


nalismo pragmático sobre o liberalismo cosmopolita ou nacionalismo
libertário, que embasara movimentos liberais predecessores na região;

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• O processo de desenvolvimento econômico no país foi definido como “via


prussiana” (em oposição à via clássica) por Lenin, marcada pela transi-
ção direta da exploração feudal para a controle junker-burguês da terra,
sem jacobinismo ou Homestead Act;
• Kulturkampf (1871-1887): Bismarck, originário da dominante e protes-
tante Prússia, buscou submeter a Igreja Católica ao Estado na Alemanha
(separação entre Igreja e Estado, medida liberal, mas impôs, em 1875, o
casamento civil, medida autoritária). Bismarck pragmaticamente recuou
em 1874, quando o partido católico dobrou sua representação no Reichs-
tag,. Bismarck necessitava dos católicos para conter a Social-Democra-
cia;
• A modernização pelo alto se deu também na indústria, com o dirigismo
estatal e o predomínio de doutrinas protecionistas (Friedrich List);
• Após a queda de Bismarck, a elite conservadora (pactos de Trigo e Aço,
entre os junker – latifundiários prussianos – e os grande industriais);
assumiria o controle da política e pavimentaria o caminho para a Weltpo-
litik.

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Direto do concurso
52. (CACD/2013) No que concerne à unificação da Itália e suas consequências,
assinale a opção correta.
a. A questão romana e do pontificado somente seria resolvida em 1929, no Tra-
tado de Locarno, em que se estabeleceu a criação do Estado do Vaticano.
b. O Romantismo literário, o republicanismo revolucionário e o historicismo
que enfatizava a singularidade nacional inspiraram o processo de unifica-
ção da Itália.
c. O processo de unificação da Itália iniciou-se nos Condados de Nice e de
Savoia, que comandavam a guerra contra a Áustria e conseguiram amal-
gamar os movimentos secessionistas que começaram a eclodir em 1859.
d. A deposição de Napoleão III na França liquidou as garantias de que go-
zava o Papa, que assistiu à invasão dos Estados Pontificais pelas forças
unionistas e à conversão de Roma em capital da Itália unificada.
e. A unificação italiana teve consequências diretas no equilíbrio da política
europeia, em especial, na intensificação da política denominada isolamen-
to esplêndido (splendid isolation), implementada pela Inglaterra.

Comentário
a. A questão romana e do pontificado somente seria resolvida em 1929, no
Tratado de Latrão, em que se estabeleceu a criação do Estado do Vaticano.
b. O Romantismo literário, o republicanismo revolucionário e o historicismo que
enfatizava a singularidade nacional estão mais ligados aos carbonários.
e. A Inglaterra prestou o seu apoio à unificação italiana. Ela teve consequências
diretas no equilíbrio da política europeia, em especial na intensificação da
política denominada isolamento esplêndido (splendid isolation), implementada
pela Inglaterra.
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53. (CACD/2012) A ideia de uma União Europeia, de uma forma ou de outra, não
era nova. O século XIX havia experimentado na Europa Central uma varie-
dade de uniões alfandegárias, com diferentes graus de sucesso, e, mesmo
antes da Primeira Guerra Mundial, ocasionalmente, falava-se com idealismo
a respeito da noção de que o futuro da Europa estava na convergência das
diversas partes. A própria Primeira Guerra Mundial, longe de dissipar es-
sas visões otimistas, parece ter-lhes conferido mais vigor: conforme Aristide
Briand insistia, chegara o momento de superar rivalidades passadas e pen-
sar e falar como europeu, sentir-se europeu.
Tony Judt. Pós-guerra: uma história da Europa desde 1945.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 166 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a temática por
ele abordada, julgue (C ou E) o item que se segue:
1) Exemplo de êxito daquilo que o texto identifica como “variedade de uniões
alfandegárias”, o Zollverein foi o passo inicial e decisivo para o processo
de unificação política alemã. Liderada pela burguesia austríaca, a cres-
cente integração econômica dos Estados germânicos isolou a aristocracia
junker e deu suporte à estratégia bismarckiana.

Comentário
1) Exemplo de êxito daquilo que o texto identifica como “variedade de uniões
alfandegárias”, o Zollverein foi o passo inicial e decisivo para o processo de
unificação política alemã e foi liderado pela Prússia.

GABARITO

52. d
53. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Igor Goulart.
ANOTAÇÕES

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