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Perspectiva – 2010/1

Aula 01 – Introdução
Prof. Marcelo Gitirana
Classificação do Desenho
Quanto à sua Finalidade

(fonte: http://www.wetcanvas.com)
Classificação do Desenho
Quanto à sua Finalidade

Desenho

Desenho de
De Expressão Desenho de
Representação
(Artístico) Resolução
(Técnico)
Desenho de
Expressão ou Artístico
Finalidade: exprimir
sentimentos através formas, Expressão gráfica da
cores e da disposição relativa sensibilidade artística
dessas formas e cores. do desenhista.
Desenho de
Representação ou Técnico
Finalidade:
representar
objetos. Transmitir a
forma, as
dimensões e a
posição relativa
das coisas
representadas,
bem como o
aspecto e o
material de que
são feitas.

(fonte: PROTEC - Manual do Desenhista de Máquinas)


Tipos de Desenho Técnico
Desenho de Máquinas
Tipos de Desenho Técnico
Desenho Arquitetônico
Tipos de Desenho Técnico
Desenho de Estruturas
Tipos de Desenho Técnico
Desenho Naval
Tipos de Desenho Técnico
Desenho Aeronáutico
Tipos de Desenho Técnico
Desenho Cartográfico
Tipos de Desenho Técnico
Desenho Topográfico
Tipos de Desenho Técnico
Entre Outros

De Máquinas Arquitetônico De Estruturas Naval

De Gráficos e
Aeronáutico Cartográfico Topográfico
Diagramas

Desenhos De
Etc.
Esquemáticos Propaganda
Desenho de
Resolução ou de Precisão
Finalidade:
resolver
problemas.

Procura-se, através de
desenhos, obter respostas
tão precisas quanto possível.
Grafostática

(fonte: Ritter, W. 1906. Anwendungen der


Graphischen Statik. Vierter Teil. Der Bogen.)
Tipos de Desenho de Resolução

Desenho de
Resolução

Desenho Geometria
Perspectiva Outros
Geométrico Descritiva

Problemas de Problemas
Problemas de
geometria relacionados ao Não nos
geometria plana
espacial aspecto da interessam
elementar
elementar figura
Desenho
Geométrico

Geometria
Descritiva

Perspectiva
Pilares do Desenho Técnico
Importância do Desenho no
Design e na Engenharia
• Desenvolvimento de produtos de
Artístico aspecto agradável

Técnico • Linguagem gráfica universal

De • Desenvolvimento da capacidade de
resolver problemas e da visão espacial
Resolução
O Efeito Perspectivo
O Efeito Perspectivo
O Efeito Perspectivo
O Efeito Perspectivo
O Efeito Perspectivo
O Efeito Perspectivo
O Efeito Perspectivo
O Efeito Perspectivo
Efeito Perspectivo
Definição
Perspectiva
• Método de representação
num plano bidimensional,
de objetos num sistema
parecido como estes podem
ser visualizados pelo ser
humano a partir de um
determinado ponto de vista,
conferindo a ilusão de
proximidade e distância
desses objetos do
observador.
Perspectiva
• Na medida em que se afastam do observador (plano frontal),
os objetos aparecem se alterando em cor, tamanho e nitidez.
Perspectiva
• Uma diminuição constante
e graduada de objetos e
espaços intermitentes dão a
idéia de afastamento
progressivo para o fundo,
resultando numa visão
integrada da profundidade
do espaço na forma de uma
seqüência única, unificada e
causal.
Perspectiva
• A representação
perspectiva não serve para
observar fielmente as
características métricas de
um objeto ou espaço, mas
para visualizá-los de uma
forma semelhante à
captada pela nossa visão.
Histórico
Pré-História
O homem não configura um
espaço quando pinta sobre as
paredes das cavernas.

Simplesmente
coloca as figuras
como se estivesse
escrevendo.
Luta pela
sobrevivência.

Há um intento mágico de
poder possuir a figura
desenhada.
Egito
Murais Egípcios
Figuras são colocadas Inexiste a ilusão de profundidade.
paralelas ao plano pictórico.
Egito
Sobreposição das Figuras
Mas não diminuía de tamanho.
O espaço era
configurado sobrepondo
uma figura à outra.
Egito
Tamanho e Valor Social/Espiritual
Figuras
menores não
estavam
necessariame
nte mais ao
fundo, mas
tinham
importância
social (e/ou
espiritual)
inferior.

(Fragment of a wall painting from the tomb of Nebamun,


Thebes ca. 1450 B.C. British Museum de Arezzo)
Egito
Lei da Frontalidade
Usada na
representação da
figura humana para
facilitar o
reconhecimento.
Antiguidade
Planimetria
Todos os povos da
Antiguidade
construíram seus
espaços pictóricos
usando uma relação
com a planimetria.

(Pintura della casa degli aurigi - IIè AD)


Se a perspectiva foi
Grécia
plenamente desenvolvida
no Renascimento, já na Escorço
arte grega encontram-se
esforços de aproximação
à sua problemática.
Grécia
Escorço
• Os gregos (e os romanos, • Os gregos não conheciam o
em evolução à arte grega) ponto de fuga, mas o
em suas pinturas adotavam escorço produzia resultados
um método conhecido próximos do da perspectiva
como escorço (que poderia e com razoável ilusão de
ser definido como uma falsa profundidade.
perspectiva), ou perspectiva
a espinha-de-peixe.
Grécia - Escorço

(Pompeian mural of the pageant of Orestes, 2nd century AD, containing both central
convergence (black lines) and ‘fishbone’ parallel convergence for the peripheral
features such as the roof rafters - white lines)
Roma
Perspectiva Isométrica
Idade Média
Ausência da Perspectiva
• Na Arte Medieval não há
vestígios de existência de
perspectiva (linear ou
aérea).
– Não se pode, entretanto,
condenar os artistas da Idade
Média como se fossem
desconhecedores das leis da
natureza.
Idade Média
Imagens Religiosas e Simbolismo
Durante a Mesmo os
Idade Média, pintores mais
enfatizavam- talentosos
se as imagens pouco se
religiosas e o preocupavam
simbolismo. com o realismo
nas imagens,
com pintar
paisagens ou
com a criação
da
profundidade
nas suas
pinturas.
O homem medieval Idade Média
tem muitas obras de
arte que não nos
permite duvidar da sua
Resumindo Não poderiam ser
capacidade ou sujeitados a
habilidade. medidas racionais
segundo a
concepção do
Não se procurou homem e seu
organizar ponto de vista.
cientificamente uma
perspectiva com PFs.

O tempo e espaço
Predomina a eram algo divino.
planimetria,
seguindo a tradição
da Antiguidade.
O espaço medieval
Deus é a medida de não tem
Tudo é simultâneo,
todas as coisas. profundidade.
tempo e espaço.
Baixa Idade Média
Tentativas de Convergência
Ainda não
havia a
convergência
num único
ponto de fuga,
mas com base
na perspectiva
isométrica.

Séc. XIV e XV, pouco antes da persp. central


científica, já havia uma tentativa de
convergência nas pinturas européias.
Giotto e Cavallini
Baixa Idade Média A IM que iniciou
tinham outra
linguagem, desenho Trezento - Giotto com a planimetria
aos poucos começa
mais realista, a trabalhar com
buscando soluções projeções.
de projeções
tentando uma
convergência.

Giotto di Bondone
(1266-1337) (Expulsão dos demônios de Arezzo)
Giotto (1266-1337)

(O Beijos de Judas, da Capella degli Scovegni)


Giotto (1266-1337)

(Jesus ante Caifás)


Pietro Cavallini (1250 – 1330)

(A Anunciação, em Santa Maria in Trastevere)


Islã – Alhazen (965 – 1040)
Base Óptica da Perspectiva
Mas estava preocupado
apenas com a óptica,
não com representação.

No ano 1000, o matemático e filósofo


árabe Alhazen, na sua obra Perspectivade
demonstrou que a luz projeta-se em
forma cônica no olho humano.
Renascimento
Início do
Renascimento: Espaço Realista
intenção de criar um Já não há a idéia de que
espaço realista e Deus é o centro e a
estruturar as figuras razão das coisas, e sim
no espaço pictórico. o mundo é o centro do
universo e o homem é o
centro do mundo.

O homem ainda ama e respeita a


O homem é científico, capaz de Deus, mas o espaço tem outras
mensurar o seu mundo, investiga e características, o homem sente-
interroga para descobrir uma forma de se no direito de organizar o
colocar-se como o centro da cena. espaço segundo o que ele vê.
Renascimento
Realidade Imutável
• Partindo do princípio de
que a realidade é imutável,
então deveria ter uma
ordem pré-estabelecida,
uma relação de convenções
para a representação
pictórica dessa realidade,
assim nasce a perspectiva
central.
Perspectiva Científica
• Entre 1450 e 1480 a • O aperfeiçoamento da
perspectiva torna-se perspectiva central teve a
científica: contribuição de arquitetos
– É codificada e tem regras de como:
construção; – Brunelleschi (1377-1446);
– Fundamenta-se dados fixos e – Alberti (1404-1472);
geométricos, um ponto de – Vasari (1511-1574).
fuga ao centro do quadro
onde as linhas convergem.
• Alturas e intervalos diminuindo
proporcionalmente à medida
que convergem, dando a ilusão
de que o quadro tem
profundidade.
Renascimento
Perspectiva Central

(Afresco de Pietro Perugino, localizado na Capela Sistina, 1481–82)


Perspectiva Central
• A perspectiva central, muito • Nessa época, Renascimento,
mais elaborada ao o pensamento é
representar o espaço, foi antropocentrista, afinal
descoberta após longa com o ponto de fuga as
exploração e observação, pinturas são representadas
surgindo justo numa época como o homem enxerga o
onde a ideologia era de ser mundo, a perspectiva não
o homem o centro do se refere só à matéria e ao
universo, mas o principal espaço, o homem é o centro
objetivo da perspectiva do espaço, é a visão
central foi resolver o espaço egocêntrica.
pictórico.
Perspectiva Central
• O ponto de fuga central • Com a perspectiva central
pode ser entendido como a há uma representação
manifestação do realística do espaço físico,
individualismo da onde linhas verticais e
Renascença. horizontais frontais são
• No Renascimento o ponto combinadas com linhas
de fuga significava o infinito, convergentes a um único
não apenas Deus era ponto, criando um centro
infinito, mas o mundo focal.
também, e representa-se
esse mundo como o homem
o vê.
Renascimento
Santa Ceia
Contra-Reforma
Criam-se
obras
dramáticas,
Perspectiva Lateral
fortes,
emocionais,
que seduziam
o espectador,
davam
espetáculo.

("Auto de fé" da Inquisição Espanhola)


Pinturas com
Contra-Reforma
grandes contrastes
de claro-escuro, Expressividade
muitos pontos de
luz, expressividade
nas figuras,
predominando as
linhas diagonais e
curvas.
Início do Século XX
Invenção da Fotografia
Abandono da perspectiva
como forma expressiva.

(Pintura de Amadeo de Souza


Cardoso datada de cerca de 1917)
Início do Século XX

(Picasso : Guernica - 1937)


Resumo Histórico

Pré-História, Civilizações até o


Antiguidade e séc. XIV e arte
Idade Média oriental.
• Espaço idealizado • Perspectiva
bidimensional isométrica.

Renascimento e Início do séc. XX


Barroco • Abandono da
• Perspectiva linear e perspectiva como
aérea - busca da forma expressiva
perfeição na
representação da
realidade

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