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Por Cibelli Roberta Mendes

1º período- Publicidade e propaganda

Resenha do livro: DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico e outros ensaios. 3


ed. Campinas: Papirus, 1999.

A fotografia está muito além de ser apenas uma imagem, ela pode
possuir significado ou não, mas também não nos cabe julgar exatamente o que
está nela, pois não estávamos no momento da ação dela. Possui várias
maneiras de interpretá-la, ou o que ela está querendo expressar.

O livro de início já nos mostra uma fotografia, e o autor deixa explícito


que ela não é apenas isso, se tem todo o trabalho de descreve-la, explicar o
que ela representa, a forma que o fotógrafo tentou expressar, e como
observador iria pensar olhando para ela, seria um processo de uma obra e não
apenas uma foto, já que ela pode ser muito mais que isso. O interessante a se
considerar pela fotografia é que nela podemos ter muitas maneiras de visões
para ela: a nossa, a do fotógrafo e sua representação:

“quer se seja contra, quer a favor, a fotografia nelas é considerada como a


imitação mais perfeita da realidade. ” (DUBOIS, 1999, p.27)

O livro contém 8 capítulos cada um deles visando explicar cada etapa


das fotografias representadas, como os primeiros capítulos e suas histórias
sobre a fotografia como espelho do real, na qual achavam que esse efeito se
dava a semelhança da imagem real, porém há algumas contradições. O outro
seria a fotografia como transformação do real, seria mais como a impressão
que temos sobre a imagem, o efeito dela. O último é a fotografia como um traço
do real, que por si só já se explica. O autor falará sobre inúmeras histórias e
mitologias, achismos, e suas importâncias para o ato fotográfico (um capitulo
antes desse que trata sobre os efeitos da fotografia também). Questões de
corte e entre espaço e tempo também serão tratados, como podem ser tanto
temporais ou espaciais, o que aconteceu pode ficar ali marcado para sempre.

“os dois cortes têm pelo menos partes vinculadas e que se fazem
absolutamente no mesmo movimento- justamente do ato fotográfico. ”
(DUBOIS, 1999, p.162)

Observações e mais cultura histórica fotográfica que Dubois traz no


capitulo “O corpo e seus fantasmas’’, e principalmente a relação de arte com a
fotografia no 6º capitulo, a foto pode ser um material em que controlamos seja
o efeito ou o jeito em que queremos, e por isso nos dá muitas possibilidades de
ideias artísticas sobre ela. Philippe até mesmo trouxe a questão da fotografia
como aparelho psíquico citando Freud, falando como ele trata a vida psíquica
como um aparelho e de como quando pensamos em uma lembrança, logo vem
uma imagem visual a nossa cabeça. A memória é repleta de fotografias, até o
que poderíamos chamar de “arte da memória”. Ele dedica o seu ultimo capitulo
citando a obra de Denis Roche no qual apresenta e enaltece o seu trabalho.

O livro o ato fotográfico pode ser antigo, mas devemos levar em


consideração sua temática histórica sobre como era feito a fotografia, e suas
visões dela como arte e até mesmo sendo tratada com a psicologia. Philippe
Dubois a todo momento ressaltou como a foto não é só uma imagem, e sim um
ato icônico.

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