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Aula de direito penal – em 19.10.

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Aplicação da lei penal no espaço

No que tange a lei penal no espaço, dois institutos são analisados;

1- Instituto da Territorialidade.
2- Instituto da Extraterritorialidade.

Quando é aplicada a lei brasileira? Quando não é aplicada a lei brasileira?


Qual é o alcance de aplicação da lei penal brasileira? E quais as situações?

...Se o crime acontece no Brasil (território brasileiro e agente vai descobrir


o que é território brasileiro para o direito penal é aplicada a lei brasileira).
Se o crime é cometido fora do território brasileiro? Será que pode ser
aplicada a lei brasileira?

Dois institutos são analisados no que tange a aplicação da lei penal no


espaço

 Territorialidade
 Extraterritorialidade

Territorialidade corresponde ao fato cometido no território Nacional (e


dentro deste tema nós vamos descobrir o que é território Nacional.....)

Extraterritorialidade significa que o crime aconteceu fora do território


Nacional. Vamos aprender aqui se aconteceu fora.

O principio que rege a territorialidade para o nosso código penal no art. 5 é


o principio territorialidade temperada, aplica-se a lei penal brasileira aos
fatos cometidos no território Nacional sem prejuízo de tratados e
convenções dos quais o Brasil seja signatário.

O crime aconteceu no território brasileiro aplica-se a lei penal brasileira,


esta é a lei, pouco importa a cidadania do autor criminoso, ou o que fez.

De acordo com prof. Otavio Serra Negra, esse termo poderia ser ao invés
de aplicação da lei penal no espaço, poderia ser “Direito Penal
Internacional” por que esse tema todo é aplicado quase todos os países do
mundo, por que também, tudo se relaciona (vale para a Indonésia, Japão,
Itália etc, todos que mantem tratados e convenções). Exemplo um brasileiro
foi condenado na Indonésia, aplica-se a lei da Indonésia (QUESTÃO DE
SOBERANIA) e a reciproca também é verdadeira.

Crimes cometidos por embaixadores em território brasileiro, não pode ser


julgado em território brasileiro (e nem sequer ser preso) por que o Brasil
assinou e faz parte da convenção de Viena é a que rege as relações
diplomáticas entre países (1965) O Brasil é signatário e aderiu por isso
“tornou-se lei interna”. O tratado dispõe que os diplomatas no país onde
estão exercendo suas funções não respondem por crime cometido nesse
país (esta é uma exceção, pois a regra é “Se o crime aconteceu no Brasil
aplica-se a lei brasileira”). A questão que surge é “O que venha ser
BRASIL para o direito penal” precisamos entender o alcance do que venha
ser o TERRITÓRIO BRASILEIRO e por esse motivo temos que
entender que existe dois conceitos; o conceito geográfico e o conceito
jurídico. Esses dois conceitos é adotado pelo direito penal brasileiro.

Para o conceito Geográfico; quando se analisa o Território Nacional é


analisado sob o aspecto físico, marítimo e aéreo. Território Físico é a
área delimitada pelas fronteiras estabelecidas. As fronteiras brasileiras são
estabelecidas por meio de tratados bilaterais com os países com os quais o
Brasil faz fronteiras. Esses delineamentos são feitos por limites naturais
rios e outros marcos. E o Brasil tem suas fronteiras estabelecidas
reconhecidas delimitando corretamente onde começa um e termina outro
país, sem problemas de marcos (que gerem discussões). Mar Territorial é
a sua área de doze (12) milhas começa na costa em direção ao alto mar (já
foi de 200 milhas não é mais). O Brasil foi pressionado a aderir ao tratado
sobre as aguas, para uniformizar as aguas territoriais (aderiu reduziu para
12 milhas mas manteve a condição de direito de exploração exclusiva do
Brasil até as 200 milhas) e neste caso perde o direito sem não exercer o
direito de exploração.

Para o direito penal é território brasileiro até as doze (12) milhas.

Espaço Aéreo é a coluna atmosférica que se sobrepõem ao território


físico e marítimo.

Fora da coluna atmosférica é a estratosfera e significa “o espaço” (é igual


às aguas internacionais) não se rege pela territorialidade, não é espaço
brasileiro.
Conceito jurídico de território abarca as situações dos chamados território
por extensão. O CP brasileiro diz: Para efeitos penais porque veja bem em
qualquer área do território é só o geográfico para o direito penal e só para o
direito penal, é território também a hipótese, por extensão a embarcação ou
aeronave brasileira pública ou a serviços do governo ou privadas ou
mercantes.

Quando falamos em embarcações públicas ou a serviço do governo


sempre é território brasileiro. Não importa onde elas se encontrem é
sempre é território brasileiro, sendo a reciproca verdadeira para os outros
governos. Embarcação pública é aquela de propriedade do governo,
exemplo navio da marinha.

Embarcações a serviço do governo, não é publica, mas está a serviço do


governo brasileiro, exemplo aeronave da TAM que transporta o Presidente
da Republica. Se as embarcações e aeronaves forem publicas ou a serviço
do governo aplica-se a lei brasileira e o território é brasileiro. Se for
privada (de propriedade particular) ou mercante (quando é comercial), se
for privada ou mercante o território é brasileiro quando esteja
navegando ou sobrevoando território brasileiro, ou em aguas
internacionais.

Embaixadas. A convenção de Viena diz que a área onde é exercida a


representação diplomática é regida pela convenção que confere a esta área
uma especial proteção. A convenção diz que as autoridades dos países
para adentrar nas embaixadas precisam de autorização daquele país ali
representado. (e ali funcionam as leis daquele país). Se houver invasão as
áreas das embaixadas estariam violando a convenção de Viena, e neste
caso usa-se o principio da reciprocidade.

Importante à embaixada se está no Brasil é território brasileiro (ou seja


território geográfico)

Se o crime ocorre fora do território nacional, poderia ser aplicada a lei


brasileira? A resposta é... Como regra, NÃO. O Brasil como regra não pode
aplicar sua lei para fatos que ocorreram fora do território nacional salvo
oito (8) exceções, estas estão dispostas no artigo 7º, do Código Penal. Oito
hipóteses que estão dispostas nos incisos do art. 7º, estas oitos hipóteses são
regidas pelos quatros (4) princípios;
Principio da Nacionalidade

Principio da Defesa

Principio da Competência Universal

Principio da Representação

Principio da Nacionalidade, aplica-se a lei penal da nacionalidade do


agente.

Principio da Defesa, aplica-se a lei penal do bem jurídico atingido.

Principio da competência Universal, aplica-se a lei penal onde o agente


estiver detido.

Principio da Representação, aplica-se a lei penal brasileira quando houver


desinteresse ou a deficiência legislativa do país que era competente.

Estes quatro (4) princípios são aplicados as oito hipóteses.

REGRA

O Brasil só pode aplicar a sua lei para os crimes ocorridos no território


brasileiro.

EXCEÇÃO

Para o Brasil aplicar sua lei para crimes ocorridos fora do território
nacional, é exceção, mas elas existem.

Oito hipóteses divididas em:

Extraterritorialidade incondicionada quatro hipóteses (elas estão no art.


7ºinciso I)

Extraterritorialidade condicionada, também quatro hipóteses art.7º,


inciso II, §3º.

Extraterritorialidade incondicionada, “o Brasil não se submete a nenhuma


condição, (na verdade a condição é trazer o cara para o Brasil – não existe
julgamento á distancia) fora isto mais nenhuma condição”.

Hipótese art. 7º, I

Ficam sujeitos a lei brasileira embora cometidos no estrangeiro


Inciso I – os crimes contra a vida ou liberdade do Presidente da Republica.

 Questão importante, qual é o principio adotado no inciso I?

Resposta – Principio da Defesa. (no caso de tentativa de matar a


Presidenta Dilma). Defesa dos bens vida e liberdade da presidenta do
Brasil.

Alínea b´

Os crimes contra o patrimônio a fé pública da União, Distrito Federal,


Estados e Municípios, empresa publica, sociedade de economia mista,
autarquias e fundação instituída pelo poder publico - principio da
defesa.

Alínea c´

O crime contra a administração publica por quem está a seu serviços,


exemplo agencia do BB em Milão – administração indireta brasileira –
patrimônio do governo brasileiro, um funcionário se apropria de algo...

Crime contra a administração pública – o principio é o da defesa.

Alínea d´

Crimes de genocídio quando o agente for brasileiro ou domiciliado no


Brasil, - principio da nacionalidade. 1ª parte

(esta alínea refere-se somente para de pratica de crime de genocídio)

2ª parte – “ou domiciliado no Brasil” – para esta parte o principio é o


da Competência Universal.

Hipótese da extraterritorialidade condicionada quatro hipótese; três


hipóteses no inciso II e uma no § 3º.

Inciso II os crimes que por tratado ou convenção o Brasil se obriga a


reprimir. (hipótese da extraterritorialidade condicionada).

Condições que tem que serem preenchidas: § 2º - cinco (5) condições


precisam ser preenchidas todas elas na sua totalidade sem faltar
nenhuma a ser preenchida.

a) Entrar o agente no território nacional.


b) Ser fato punível também no país onde foi praticado (crime nos dois
países)
c) Estar o crime estre aqueles que a lei brasileira autoriza extradição.
d) Não ter o agente sido absolvido no estrangeiro e não ter cumprido a
pena.
e) Não ter sido agente perdoado no estrangeiro ou por outro não estar
extinta a punibilidade segundo a lei mais favorável.

(prescreveu o crime, foi perdoado não pode julgar)

Alínea a – principio da competência Universal

Alínea b – principio da Nacionalidade

Alínea c – principio da Representação

Paragrafo3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por


estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil se reunidas às condições do
paragrafo anterior e mais duas condições:

- não foi pedida ou negada a extradição.

- houver requisição do Ministro da justiça.

(hipótese quando o brasileiro é vitima – caso Jean Chaves)

O principio adotado é da Competência Universal.

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