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Centro Universitário da FEI

Manual de Laboratório
de Física I

versão: 01/08/2006

NOS TERMOS DA LEI, FICA TERMINANTEMENTE VEDADA A


REPRODUÇÃO DESTE TEXTO, PARA COMERCIALIZAÇÃO, SEM
AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DOS AUTORES.
Apresentação

Este manual contém uma série de materiais didáticos utilizados na disciplina


de Física I do Centro Universitário da FEI. Ele foi elaborado através das sugestões e
esforços de diversos professores do Departamento de Física, e colocado à disposição
dos alunos, sem nenhum custo para os mesmos. Gostaríamos de agradecer a todos
aqueles que direta ou indiretamente colaboraram para que este material pudesse ser
colocado à disposição dos alunos.

Na capa encontra-se a data da última versão, e na medida do possível


estaremos realizando revisões periódicas para tornar o material livre de erros (ou pelo
menos para minimizá-los) e sempre atualizado. Assim, recomenda-se ao aluno que
tenha sempre a versão mais recente deste Manual.

Embora tenhamos procurado discutir os principais aspectos enfocados pelo


laboratório da disciplina de Física I, este manual não deve ser visto pelo aluno
como fonte única de consulta. Ele deve ser encarado como um guia que permite
apresentar alguns pontos essenciais dos assuntos tratados nas aulas de laboratório.
Deste modo, acreditamos que seja fundamental que todos os alunos procurem sempre
complementar os assuntos tratados aqui com a pesquisa e leitura das referências
apresentadas ao final deste manual, ou com a leitura de outros livros da área de física
básica para um curso superior. Gostaríamos de insistir que este manual é apenas um
guia, e como tal não contém todos os aspectos dos assuntos propostos para
desenvolvimento pela disciplina de Física I, particularmente no que se refere às breves
revisões teóricas que são colocadas no início do roteiro de cada experimento.

Quaisquer dúvidas, sugestões e/ou erros encontrados neste manual, pedimos


para que entrem em contato pessoalmente ou via e-mail com qualquer um dos autores
indicados abaixo.

Prof. Augusto Martins dos Santos (Coordenador de Física I) – augsant@fei.edu.br


Prof. Issao Yamamoto – issaoyam@fei.edu.br
Prof. Dr. Vagner Bernal Barbeta – vbarbeta@fei.edu.br
Prof. José Maria Bechara – jbechara@fei.edu.br

1
Índice
I. Normas de funcionamento do Laboratório ...................................... 03
II. Instruções para elaboração dos relatórios de Física I...................... 04
Modelo de capa dos relatórios ........................................................ 05
1. Análise Dimensional ....................................................................... 06
1.1. Definições preliminares .............................................................. 06
Exercícios ........................................................................................ 10
1.2. Homogeneidade dimensional ..................................................... 11
Exercícios ........................................................................................ 14
1.3. Previsão de equações físicas ...................................................... 16
Exercícios ........................................................................................ 20
2. Teoria de erros ................................................................................. 21
Exercícios ........................................................................................ 29
3. Introdução à construção de gráficos ................................................ 31
Exercícios ........................................................................................ 35
4. Anamorfose ..................................................................................... 36
Exercícios ........................................................................................ 37
Experimento: Micrômetro ................................................................... 38
Experimento: Paquímetro .................................................................... 42
Experimento: Queda livre ................................................................... 46
Experimento: Lançamento de Projéteis ............................................... 53
Experimento: Leis de Newton ............................................................. 58
Experimento: Atrito de Escorregamento ............................................. 62
Experimento: Mesa de forças .............................................................. 68
Apêndice: O Sistema Internacional de Unidades (SI) ......................... 74
Referências complementares ............................................................... 82

2
I - NORMAS DE FUNCIONAMENTO DO LABORATÓRIO

1. O tempo máximo de atraso permitido para as aulas de laboratório é de 15 minutos.

2. Desligue sempre o telefone celular ao entrar no laboratório.

3. Qualquer material do laboratório que venha a ser danificado, será de


responsabilidade do aluno (ou do grupo). As gavetas contendo o material deverão ser
retiradas no almoxarifado e devolvidas ao término do experimento, onde serão
conferidas e verificadas.

4. Não serão admitidas brincadeiras de qualquer espécie dentro do laboratório, sob


pena do grupo perder os pontos relativos àquele experimento.

5. Os relatórios deverão ser sempre entregues na aula posterior àquela da realização


do experimento.

6. Os relatórios deverão ser manuscritos e elaborados conforme instruções


apresentadas adiante.

7. Os alunos sempre deverão ler com antecedência as instruções do experimento que


será realizado no laboratório.

8. Você pode colaborar com seus colegas para analisar os dados, bem como para
discuti-los. Porém, o relatório deverá ser feito individualmente e escrito com suas
próprias palavras. Relatórios copiados de outros alunos serão recusados.

9. Os detalhes a respeito dos critérios para aprovação ou não do relatório cabem ao


professor de laboratório. Informe-se com ele a respeito desses critérios.

10. Não é permitida a realização de experimentos fora da turma destinada pela escola.
Os casos excepcionais serão analisados pelo professor da turma.

11. Somente poderão entregar o relatório os alunos que fizeram o experimento.

12. Os alunos deverão realizar o experimento em grupos de até 3 pessoas, exceção


feita às aulas de simulação que deverão, quando possível, ser realizadas
individualmente.

13. A última aula de laboratório é reservada para a apresentação de fatores de


laboratório. Qualquer dúvida ou problema com o seu fator de laboratório deverá
ser resolvido nessa aula. Portanto, não falte, já que após a prova P2 não serão
aceitas, em nenhuma hipótese, reclamações relativas ao fator de laboratório.

3
II - INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DOS RELATÓRIOS DE FISICA I

Todos os relatórios (a não ser que seja especificado o contrário para algum
experimento) deverão ser manuscritos em papel sulfite ou almaço e à tinta (não serão
aceitos impressos de espécie alguma, exceção feita para a capa e folhas para gráficos).
Os relatórios deverão obrigatoriamente conter os seguintes elementos:

• CAPA contendo: (ver capa modelo adiante)


- Nome da Instituição;
- “Laboratório de Física I”;
- Nome da Experiência;
- Nome completo e o número de matrícula;
- Período;
- Turma;
- Número do grupo ou da bancada;
- Nome do professor;
- Data da realização da experiência e data da entrega.

• CORPO DO RELATÓRIO
Objetivos da experiência
Escrever qual é o objetivo do experimento que foi realizado.
1. Introdução teórica
Detalhar a teoria relacionada com o assunto abordado (ou pesquisa a ser
determinada pelo professor). Não copiar do roteiro do Manual de Laboratório.
2. Procedimento experimental
Descrição de todo o procedimento utilizado para a coleta de dados, com
material utilizado, esquemas e método de coleta dos dados. Não se esqueça de
anotar a precisão de todos os instrumentos utilizados.
3. Dados coletados
Dados fornecidos no roteiro e dados coletados na experiência, por exemplo:
temperatura ambiente, massa, volume, comprimento, peso, etc.
4. Análise dos resultados
Realizar a análise, com detalhamento dos cálculos (sempre indique as
equações utilizadas), gráficos, etc. Cálculos repetitivos não precisam ser escritos,
embora devam ser incluídos exemplos representativos de qualquer tipo de cálculo.
5. Conclusões
6. Bibliografia
Preferencialmente utilize a norma da ABNT para a colocação de referências
bibliográficas.

OBSERVAÇÕES FINAIS:
1. Prestar atenção no objetivo da experiência e no que é pedido no procedimento.
2. A introdução teórica NÃO deverá ser copiada do roteiro do experimento. Também
NÃO serão aceitas impressões de páginas da Internet como introdução teórica
(embora seja incentivada a sua utilização como fonte de pesquisa).
3. Tenha certeza de ter calculado TUDO o que foi pedido.
4. Sempre coloque UNIDADES nas grandezas medidas e nas calculadas.
5. Procure fazer uma conclusão clara e coerente da experiência, tendo como base o
objetivo da mesma.

4
Centro Universitário da FEI
Departamento de Física

Avaliação:
Laboratório de Física I

Experimento: _______________________________________________

Aluno: _____________________________________________________

No:

Período: _____________

Turma: Bancada: ______

Professor: ________________

Data de realização: ___ /___ /___

Data de entrega: ___/ ___ / ___


1. Análise Dimensional

1.1. Definições preliminares

As leis da física são expressas em termos de grandezas fundamentais, que


devem ser definidas de forma clara. Certas grandezas físicas, como força, velocidade,
aceleração, etc., podem ser definidas em termos de grandezas mais fundamentais. Na
verdade, qualquer grandeza física pode ser expressa em termos de 7 grandezas, quais
sejam, comprimento, tempo, massa, intensidade luminosa, intensidade de corrente
elétrica, quantidade de substância e temperatura. Estaremos ao longo destas aulas,
discutindo como podem ser expressas todas as grandezas físicas em termos destas 7
grandezas básicas, concentrando-nos particularmente nas grandezas mecânicas, que
podem ser expressas em termos das grandezas comprimento, massa e tempo. Estas
grandezas são definidas de forma a se estabelecer um padrão, de modo que uma
mesma grandeza, medida em diferentes locais, resulte no mesmo valor.
Vejamos a seguir algumas definições preliminares importantes para o estudo
da análise dimensional.

a) Grandeza física

É uma propriedade física que pode ser representada numericamente, pois


qualquer fenômeno físico só tem interesse científico quando a ele podemos associar
valores mensuráveis.

b) Medida de uma grandeza física

Medir uma grandeza é compará-la a outra de mesma espécie, chamada


"unidade de medida" ou padrão. É verificar quantas unidades de medida estão
contidas dentro da grandeza.

c) Unidades de medida

São padrões previamente estabelecidos de acordo com a conveniência.


Existem diversos sistemas de unidades, pois em sua criação foram levados em conta
as necessidades e fenômenos físicos observados na natureza, de tal maneira que a
unidade escolhida possibilite trabalhar com números razoáveis, não excessivamente
grandes nem pequenos. Existem também sistemas como o inglês, em que as medidas
foram criadas de maneira a agradar ao Rei.
Os sistemas de unidades mais conhecidos são: SI (Sistema Internacional – ver
apêndice), MKS, CGS, MK*S (ou Técnico) e o Sistema Inglês.

6
d) Medição

Denomina-se medição como sendo a verificação de quantas unidades de


medida estão contidas na grandeza. Logo,

G
M =
U

onde: M = medida
G = grandeza
U = unidade

Portanto, podemos escrever:

G = M ⋅U

Exemplo: Considere um intervalo de tempo ∆ t de 50 s.

Medida M = 50
Grandeza G = ∆ t (medida de intervalo de tempo)
Unidade U = s (segundo)

Observação 1: A razão entre as medidas de duas grandezas de mesma unidade é igual


à razão entre as suas medidas, isto é:

G1 m1
Se G1 = m1 . U e G2 = m2 . U , então =
G2 m2

Observação 2: A razão entre as medidas de mesma grandeza com unidades diferentes


é igual ao inverso da razão entre as suas unidades:

G G m1 U 2
Se m1 = e m2 = então =
U1 U2 m2 U1

Exemplo: O diâmetro externo de um tubo foi medido com dois instrumentos


diferentes. Foram obtidos os seguintes dados: D1 = 50,8 mm e D2 = 2'' (polegadas).

m1 U 2 50,8 polegadas
= isto é , = Æ 1 '' = 25,4 mm
m2 U1 2 mm

7
e) Grandezas fundamentais

São grandezas a partir das quais iremos escrever todas as outras grandezas.
As grandezas fundamentais são:

M (massa) θ (temperatura) N = quantidade de matéria


L (comprimento) I (intensidade de corrente elétrica)
T (tempo) Io (intensidade luminosa)

No Sistema Internacional de unidades, por exemplo, essas grandezas são


representadas pelas seguintes unidades:

MÆ kg (quilograma) θ Æ K (kelvin) N Æ mol


LÆ m (metro) I Æ A (ampère)
T Æ s (segundo) Io Æ cd (candela)

A mecânica dos fluidos, por questão de simplificação para os fenômenos por


ela estudados, utiliza como grandezas fundamentais:

F (força)
L (comprimento)
T (tempo)

f) Grandezas derivadas

São as grandezas escritas em função das grandezas fundamentais na forma de


produtos de potência, na qual as bases são as grandezas fundamentais e os expoentes
são chamados de dimensões, constituindo-se assim as equações dimensionais.

g) Símbolos dimensionais

É a maneira pela qual representamos a grandeza física dimensionalmente. Por


convenção, uma grandeza derivada qualquer é indicada por uma letra representativa
entre colchetes.

[massa] = M [temperatura] = θ
[comprimento] = L [corrente elétrica] = I
[tempo] = T [intensidade luminosa] = Io
[quantidade de matéria] = N

8
Exemplo 1: Determinar a equação dimensional da velocidade.

v = ∆ s ∆t , onde

∆ s = comprimento Æ [∆ s ] = L

∆ t = tempo Æ [∆ t ] = T

Æ [v ] =
L
= LT −1
T

Exemplo 2: Determinar a equação dimensional da força.

F = m.a, onde

m = massa Æ [m] = M

LT −1
a = aceleração Æ a = ∆ v ∆t Æ [a] = = LT − 2
T

Æ [ F ] = MLT −2

Exemplo 3: Determinar a equação dimensional da grandeza A, definida pela expressão


abaixo, sabendo-se que F = força, r = distância e ω = velocidade angular.

F .r
A=
ω

Æ [F] = MLT-2

Æ [r] = L

Æ [ω] = T-1

MLT −2 .L
Æ [ A] = = ML2T −1
T −1

9
EXERCÍCIOS

1) Determine as equações dimensionais para as grandezas abaixo relacionadas:

01. Área (S)


02. Volume (V)
03. Velocidade (v)
04. Aceleração (a)
05. Ângulo plano (θ)
06. Velocidade angular (ω)
07. Aceleração angular (α)
08. Força (peso, normal, atrito, etc.) (F)
09. Impulso e quantidade de movimento (I e p)
10. Massa específica ou densidade absoluta (ρ)
11. Peso específico (γ )
12. Pressão (p)
13. Tensão superficial em um líquido (σ)
14. Vazão em volume (Q)
15. Vazão em massa (Qm)
16. Vazão em peso (Q
17. Viscosidade dinâmica (µ)
18. Viscosidade cinemática (ν)
19. Trabalho (W)
20. Potência (P)
21. Torque ou Momento de uma força (M)
22. Constante elástica da mola (k)
23. Constante de gravitação universal (G)
24. Freqüência (f)
25. Quantidade de calor (Q)
26. Calor específico (c)
27. Capacidade térmica (C)
28. Densidade linear (µ)
29. Energia (cinética, potencial, mecânica) (E)
30. Momento angular (H)

2. Para as grandezas acima relacionadas, pesquisar as unidades de cada uma delas nos
seguintes sistemas de unidades:
a) Internacional
b) CGS

3) Determinar as equações dimensionais para as grandezas abaixo discriminadas, onde


l = comprimento, F = força, µ = densidade linear, H = momento angular e
ω = velocidade angular.

F 1 2 H xy
a) x = b) y = x c) z = d) u =
µ 2l ω 2
z

10
1.2. Homogeneidade dimensional
As equações que representam os fenômenos físicos são, em geral, polinômios
de um ou mais termos. Uma equação deste tipo é dita homogênea quando cada um de
seus monômios possuírem os mesmos símbolos dimensionais com os mesmos
expoentes.Vamos, por exemplo, considerar uma equação física qualquer, constituída
por grandezas mecânicas e representada pela expressão abaixo:

B.C
A= + E.H
D

Suponhamos que as fórmulas dimensionais dos termos sejam:

[A] = M α Lβ T γ
1 1 1

⎡ B.C ⎤ −1 α2 β2 γ 2
⎢⎣ D ⎥⎦ = B.C.D = M L T

[E.H ] = M α 3
Lβ 3 T γ 3

A equação é dimensionalmente homogênea se:

α1 = α2 = α3 e β1 = β2 = β3 e γ1 = γ2 = γ3

"UMA EQUAÇÃO FÍSICA SERÁ DIMENSIONALMENTE HOMOGÊNEA SE


TODAS AS PARCELAS DOS DOIS MEMBROS POSSUÍREM IGUAL
DIMENSÃO EM RELAÇÃO À MESMA GRANDEZA FUNDAMENTAL".

PRINCÍPIO DA HOMOGENEIDADE

"TODA EQUAÇÃO FÍSICA VERDADEIRA É DIMENSIONALMENTE


HOMOGÊNEA."

OBSERVAÇÃO.: uma equação pode ser dimensionalmente homogênea e não


verdadeira. Logo, a homogeneidade dimensional é necessária mas não é suficiente
para que a equação física seja verdadeira.

11
Exemplo: Verificar se as expressões abaixo são dimensionalmente homogêneas:

S 2.p
a) F = 3 , onde F = força; S = área; p = pressão; τ = trabalho; D = diâmetro
τ .D 4

[F] = MLT -2
[S] = L2
[p] = ML-1T -2
[τ ] = ML2T -2
[D] = L

1o. Membro: MLT -2

o
2 . Membro: 3
(L ) .ML T
2 2 −1 −2
=3
ML3T − 2 3 − 3
= L = L−1
ML2T − 2 .L4 6 −2
ML T

MLT -2 ≠ L-1

Logo, esta equação não é dimensionalmente homogênea.

mv 2
b) F = , onde: F = força; m = massa; v = velocidade e R = raio
R

1o. Membro: [F] = MLT -2

2o. Membro

[m] = M
[v] = LT -1
[R] = L

M .( LT −1 ) 2 ML2T −2
= = MLT − 2
L L

1o. Membro = 2o. Membro

MLT -2 = MLT -2

Logo, a equação é dimensionalmente homogênea.

12
c) Sabendo-se que a equação abaixo é dimensionalmente homogênea, determinar as
dimensões das grandezas A, B e D. Obs.: p = pressão; Q = quantidade de movimento
e π é adimensional.

D. p

A = p.Q.π Q
+B

[A] = [B] = [p.Q]


[ p] = ML−1T −2
[Q] = MLT -1
[π] = adimensional = 1
[p.Q] = ML-1T -2MLT -1 = M 2T -3

Logo,

[A] = [B] = M 2T -3

⎡ D. p ⎤
⎢ Q ⎥ =1= M LT
0 0 0

⎣ ⎦

[D].ML−1T −2 = M 0 L0T 0
−1
MLT

[D]⋅ L−2T −1 = M 0 L0T 0


⎧α = 0
[M α β γ
L T .L T ] −2 −1 ⎪
= M L T ⇒ ⎨β = 2
0 0 0

⎪γ =1

[D] = L2T 1

13
EXERCÍCIOS:

1) Verificar a homogeneidade dimensional das seguintes equações abaixo, onde: v =


velocidade, g = aceleração da gravidade, h = altura, Ec = energia cinética, m =
massa, F = força, W = trabalho, p = pressão e ρ = massa específica ou densidade
absoluta.

a) v = 2 gh

mv 2
b) Ec =
2

Fv
c) h = π
W

d) p = ρ g h

mv 2
e) W =
2

2) Seja d = distância percorrida, g = aceleração da gravidade, t = tempo e k é um


adimensional. Determinar as constantes A e B para a expressão abaixo, sabendo-se
que ela é verdadeira.

d = k.gA.tB

3) A equação do MHS (Movimento Harmônico Simples) é y = A cos( ω t + φ0 ) , onde


y é a ordenada (posição) e t é tempo. Determinar a equação dimensional das
grandezas (A, ω, φ0).

4) A equação abaixo fornece a velocidade média de escoamento v da água em um rio


onde RH é o raio hidráulico, que é a relação entre a área da secção e o perímetro
molhado, e k é adimensional. Determinar as equações dimensionais de A e B.

k .RH
v=
B
A+
RH

5) Na equação de Van der Waals para gases reais p = pressão, υ = volume específico,
que é a razão entre o volume e a massa, e t = temperatura. Determinar as equações
dimensionais das constantes a, b e k.

⎛ a⎞
⎜ p + 2 ⎟ (υ − b ) = k t
⎝ υ ⎠

14
6) Segundo a Teoria da Relatividade, um objeto que tem comprimento próprio Lo (Lo
é medido em relação a um referencial que tem velocidade zero em relação ao
objeto) possui um comprimento L = Lo /γ quando medido em relação a um
observador que se move com uma velocidade v em relação ao objeto (este efeito é
1
chamado de contração do espaço). Sabendo-se que γ = (fator de
1− β 2
v
Lorentz), onde β = (parâmetro de velocidade ou fator de dobra), determine as
c
equações dimensionais de c, β e γ.

7) Em um sistema mola-massa que oscila verticalmente sujeito a um amortecimento


(Movimento Harmônico Simples amortecido), a posição y da massa m em função
b
do tempo t é dada por y = A e − γ t cos ( ω t + φ ) . Sabendo-se que γ = ,
2m
determine as equações dimensionais de A, γ , b, ω e φ.

15
1.3. Previsão de equações físicas

a) Teorema de Bridgman:

“TODA GRANDEZA DERIVADA QUE SATISFAZ A CONDIÇÃO DE


SIGNIFICADO ABSOLUTO DO VALOR RELATIVO, PODE SER
EXPRESSA PELO PRODUTO DE UMA CONSTANTE PURAMENTE
NUMÉRICA, POR POTÊNCIAS CONVENIENTES DE GRANDEZAS
FUNDAMENTAIS.”

Exemplo:

G = K . Aα B β C γ

onde: A, B, C são grandezas fundamentais e K, α, β e γ são constantes numéricas, ou


seja, sem unidades.
Com base na homogeneidade dimensional e utilizando-se o Teorema de
Bridgman, podemos fazer previsões de equações físicas através de dados obtidos em
ensaios experimentais. Para se fazer a previsão de uma fórmula para um certo
fenômeno é necessário conhecer quais grandezas estão envolvidas no fenômeno.

Exemplo: A força de atração entre duas cargas elétricas depende das cargas Q1 e Q2 e
da distância entre elas.

F = f(Q1, Q2, d)

Sabemos quais são as grandezas envolvidas, mas não sabemos qual é a relação
entre elas.

b) Previsão de equações físicas:

Seja uma grandeza qualquer A. Sabemos através de experiências que ela


depende de outras grandezas B, D, E. Pelo Teorema de Bridgman, podemos escrever:

A = KBα D β E γ

Para se determinar a equação física, é necessário descobrir os valores das


constantes k, α, β e γ. Suponhamos que A, B, D e E são grandezas mecânicas. Logo,
vamos escrever suas equações dimensionais usando como grandezas fundamentais M,
L, T.

[A] = M x LyT z
[B] = M x Ly T z
1 1 1

[D] = M x Ly T z
2 2 2

16
[E ] = M x Ly T z
3 3 3

[A] = K[B]α[D]β[E]γ

Logo,
[
M x Ly T z = K M x1 Ly1 T z1 ] [M
α x2
Ly 2 T z 2 ] [M
β x3
L y3 T z 3 ]
γ

(M) Æ x = x1α + x2β + x3γ

(L) Æ y = y1α + y2β + y3γ

(T) Æ z = z1α + z2β + z3γ

Portanto, chegamos a um sistema com três equações e três incógnitas (α, β e


γ), pois x1, x2, x3, y1, y2, y3, z1, z2, z3 são conhecidos. Para que a equação fique
completa é necessário determinar o valor de K. Com α, β e γ conhecidos, basta fazer
uma experiência e determinar os valores de A, B, D e E. Substituindo-se todos os
valores na equação podemos calcular K.

Exemplo:
1) A potência P de uma hélice de avião depende da densidade absoluta do ar (ρ), da
velocidade angular da hélice (ω) e do raio da mesma (R). Determinar a equação
que dá esta dependência.

P = f ( ρ , ω , R)

[P] = ML2T -3

[ρ] = ML-3

[ω] = T-1

[R] = L

P = K [ρ ] [ω ] [R ]
α β γ

ML2T −3 = ML−3 [ ] [T ] [L]


α −1 β γ

(M) Æ α = 1

(L) Æ 2 = -3α + γ Æ 2 = -3 + γ Æ γ = 5

(T) Æ-3 = -β Æ β = 3

P = K ρ ω 3 R5

17
2) A velocidade de uma onda que se propaga em uma corda depende da densidade
linear da corda (µ) e da força que traciona a corda (F). Uma experiência foi
realizada em uma corda de comprimento l = 1 m e massa m = 10 g que estava
sujeita a uma força F = 4 N, e encontrou-se v = 20 m/s. Determinar a expressão da
velocidade.

v = KFα µβ

[v] = LT -1

[F] = MLT -2

[µ] = ML-1

[v] = K [F]α[µ]β

LT -1= K [MLT -2]α [ML-1]β

(M) Æ 0 = α + β

(L) Æ 1 = α – β Æ 1 = 0,5 – β Æ β = -0,5

(T) Æ -1 = -2α Æ α = 0,5

v = KF 0,5 µ −0,5

F
v=K
µ

Determinação de K

v = 20 m/s

F=4N

m 10.10 −3
µ= = = 10 −2 kg/m
l 1

4
20 = K
10 −2

F
K=1 ∴ v=
µ

18
3) A velocidade do som em um gás depende da constante dos gases R, da massa m,
do mol M do gás e da temperatura absoluta (t). Sabe-se que a velocidade do som
no ar à temperatura de 0 oC é de 332 m/s. Determinar a velocidade para t = 40 °C.

v = f (R, m, M, t) Æ v = K.RαmβMγ tδ

[v] = LT-1

[R] = ML2T −2θ −1 N −1


[m] = M

[M] = N

[t] = θ

LT -1 = K[ML2T -2θ -1N -1]α[M]β[N]γ[θ]δ

(L)Æ 1 = 2α Æ α = 0,5

(T)Æ -1 = -2α Æ α = 0,5

(M) Æ 0 = α + β Æ β = -0,5

(θ) Æ 0 = -α + δ Æ δ = 0,5

(N) Æ 0 = -α + γ Æ γ = 0,5

RM t
v = KR0,5m-0,5M0,5t0,5 Æ v = K
m

Para t = 0 oC (273 K) e v = 332 m/s:

RM .273
332 = K
m

RM
K'= K
m

332 = K’.16,523 Æ K’ = 20,093

Para t = 40 °C (313 K)

v = K ' 313 Æ v = 355,5 m/s

19
EXERCÍCIOS

1) Numa experiência sobre estados estacionários em uma corda tracionada, sabe-se


que a freqüência f é diretamente proporcional ao n° de ventres n e que é função do
comprimento l da corda, da força F que traciona a corda e da densidade linear µ.
Um aluno realizou esta experiência e encontrou os seguintes dados: f = 50 Hz, n =
2 ventres, l = 1 m, F = 25 N e µ = 10-2 kg/m. Determinar a expressão da
freqüência para o estado estacionário.

2) Sabe-se que o período de vibração (T) de uma gota é função da massa específica ρ
do fluido, da tensão superficial σ e do raio R da gota. Determinar a expressão do
período.

3) Uma partícula de massa m, movendo-se na direção horizontal com velocidade v0,


fica sujeita à ação de uma força vertical, de intensidade constante F, a partir de um
certo instante. Nestas condições a trajetória descrita é um arco de parábola. Seja θ
o ângulo que sua velocidade faz com a horizontal num instante qualquer t. A
tangente de θ é inversamente proporcional à massa e é função ainda de F, t, e v0.
Determinar o ângulo θ no instante t = 4 s, sabendo-se que no instante t = 6 s
temos que θ = 60°.

4) Sabe-se que o momento de inércia I de um cilindro depende de sua massa m e do


raio R de sua base, quando calculado em relação ao seu eixo de simetria. Sabendo-
se que o momento angular é H = Iω, que quando a massa vale m = 50 kg e o raio
R = 0,05 m, temos I = 0,09 kg.m2, determinar:
a) A equação dimensional do momento de inércia
b) A expressão do momento de inércia do corpo

5) A energia cinética de rotação Kr de um corpo depende do momento de inércia I e


da velocidade angular ω. Determine a expressão da energia cinética de rotação,
sabendo-se que quando I = 0,1 kg.m2 e ω = 10 rad/s, temos Kr = 5 joules.

20
2. Teoria de Erros

Qualquer medida física que se faça, implica na existência de um erro


associado a esta medida. Deste modo, para qualquer grandeza física que se meça,
existe um valor exato, ou verdadeiro, embora este seja normalmente desconhecido. Os
tipos de erros que ocorrem em uma medida podem ter várias fontes.
Um tipo possível de erro é o chamado erro grosseiro. Os erros grosseiros são
causados por engano do operador no manuseio ou leitura do instrumento. Estes erros
podem ser evitados, ou pelo menos minimizados, bastando para isso que o operador
tome os devidos cuidados quando for realizar uma medida, e portanto não nos
preocuparemos em discuti-los.
Outro tipo possível, é o chamado erro estatístico. Os erros estatísticos
ocorrem quando existe algum fator aleatório (ou que não pode ser controlado ou
repetido) que faz com que as medidas não se repitam, distribuindo-se em torno de
determinado valor.
Finalmente, os erros que não se enquadram na categoria anterior são chamados
de erros sistemáticos. Os erros sistemáticos surgem quando existe algum problema
com o equipamento (descalibração, por exemplo), vícios de leitura do operador ou
fatores ambientais externos, que fazem com que as medidas difiram de uma certa
quantidade do valor verdadeiro. A precisão limitada inerente a qualquer instrumento
de medida é uma fonte de erro sistemático. Note que em algumas situações, é difícil
saber se um determinado tipo de erro deve ser enquadrado em uma categoria ou outra.
Por exemplo, se tivermos uma régua de aço que se dilata com a temperatura, isto leva
à ocorrência de um erro sistemático, quando esta está sendo utilizada fora de sua
temperatura de calibração. Por outro lado, se a variação de temperatura do local onde
as medidas estão sendo realizadas for grande, aumentando e diminuindo durante o
processo de medida, o comprimento da régua irá mudar segundo essas variações de
temperatura, levando à ocorrência de um erro estatístico.
Numa terminologia mais moderna1, buscando-se evitar essas confusões de
classificação, algumas organizações internacionais costumam agrupar os erros em
duas grandes categorias: os erros do tipo A e do tipo B. Estes erros levam à presença
de incertezas nas medidas, sendo as do tipo A avaliadas a partir de métodos
estatísticos e as do tipo B avaliadas por outros métodos.
Discutiremos a seguir como representar uma grandeza física, levando-se em
conta que uma medida traz consigo uma incerteza. Antes disso, porém, iremos falar
sobre o conceito de algarismos significativos, já que isso é fundamental para que se
possa representar de forma conveniente uma grandeza.

Algarismos significativos

O número de dígitos que devem ser utilizados para representar a medida de


uma dada grandeza física, está intimamente ligado com a precisão do instrumento
utilizado para realizar a medida. Por exemplo, se utilizarmos uma régua com divisões
em milímetros para medir a largura de um bloco de metal, na melhor condição
poderíamos avaliar uma casa decimal extra além da menor medida que é de um

1
Ver, por exemplo, o site do NIST em http://physics.nist.gov/cuu/Uncertainty/bibliography.html
(Acessado em 29/04/2002)

21
milímetro. Assim, neste caso, as seguintes representações para a largura do corpo
seriam possíveis:

L = 12,3 mm
L = 12,0 mm
L = 12,7 mm

Note que embora a menor divisão seja de 1 mm, é possível para o operador,
neste caso, avaliar até uma casa extra. Assim, dizemos que o erro da medida devido à
precisão do instrumento, é de ± 0,5 mm (metade da menor divisão do instrumento).
Em alguns casos, a regra da metade da menor divisão não faz sentido. Um exemplo, é
no caso de uma escala com os valores de menor divisão excessivamente próximos, o
que inviabiliza a avaliação de uma casa a mais. Outro exemplo, é o caso de um
instrumento digital, onde o valor da medida é lido diretamente em um display, e não
há, portanto, como avaliar uma casa extra. Nesses casos, costuma-se utilizar a menor
divisão como sendo o erro da medida. Enfatizamos o fato de que o procedimento de
se utilizar metade da menor divisão visa apenas a definir um procedimento geral para
a estimativa do desvio devido à precisão do instrumento. Nada impede que um
instrumento mal fabricado faça com que o desvio seja maior até mesmo que a menor
divisão.2
No caso da régua apresentada anteriormente, a medida L = 12,35 mm não
estaria correta, pois a segunda casa decimal não faria sentido (não seria significativa)
para o instrumento utilizado. Existe, portanto, uma representação utilizada para
indicar o grau de precisão de nossas medidas. Nesta forma de representação, os
algarismos que são conhecidos com certeza são chamados de significativos. Após o
último algarismo significativo, temos os algarismos duvidosos. Por uma questão de
convenção, o primeiro algarismo duvidoso é também chamado de significativo.
Deste modo, se tomarmos as representações L = 12,0 mm e L = 12,00 mm, embora
estas sejam parecidas, possuem significados diferentes. A primeira indica que a
incerteza na medida realizada está na primeira casa decimal, e a segunda de que está
na segunda casa decimal. Isto indica que o instrumento utilizado para realizar a
segunda medida era mais preciso que o primeiro.
Para que seja uniformizado o processo de medida, adotaremos o seguinte
procedimento: A última casa representada somente poderá assumir valores múltiplos
da menor divisão, isto é, não iremos avaliar nenhuma casa extra*. Por exemplo,
uma régua graduada em milímetros (embora seja possível avaliar uma casa decimal,
não o faremos em nenhum caso) terá como representações possíveis para uma medida
12 , 15 , etc., porém não serão aceitos 12,5 , 15,75 , etc.
É importante neste momento esclarecermos os conceitos de precisão e de
acurácia (ou exatidão). Note que precisão tem a ver com a capacidade que um
instrumento tem de avaliar uma grandeza com menor flutuação estatística e com mais
casas significativas. Acurácia é a capacidade deste instrumento de chegar mais
próximo ao valor verdadeiro. É claro que para obter um valor próximo ao valor
verdadeiro, devemos utilizar um instrumento preciso, porém o uso de um instrumento
preciso não leva necessariamente a um valor acurado. Se o instrumento, por exemplo,
estiver descalibrado, o valor medido, embora preciso, pode diferir bastante do valor
verdadeiro.
2
Ver o artigo Helene, O. et al. , “O que é uma medida”, Revista Brasileira de Ensino de Física,
dezembro de 1991.

22
* OBS.: Este procedimento será adotado, pois, de forma geral, nos instrumentos que
permitem uma avaliação de uma casa extra, isto já é feito pelo próprio fabricante. Por
exemplo, um micrômetro que permita ler até 0,005 mm, tem essa possibilidade já
indicada no próprio instrumento.

Valor médio ou valor mais provável de uma grandeza

Como já dissemos, em alguns casos, existem fatores que podem introduzir


erros em nossas medidas, além daqueles devidos às limitações de nossos
equipamentos de medida. Por exemplo, suponha que o corpo tenha alguma
rugosidade, o que torna a avaliação de sua largura dependente da posição em que se
coloca a régua. Nestes casos, e no caso da ocorrência de outros erros associados a
fatores estatísticos, podemos realizar séries de medidas e calcular a médias dos
valores medidos, o que representaria a melhor estimativa para o valor verdadeiro. O
valor médio de uma série de n medidas de uma grandeza xi (que sejam
estatisticamente independentes) será portanto dado por:

∑x i
x= i =1
n

Para um conjunto de medidas serem consideradas estatisticamente


independentes, é necessário que a distribuição de probabilidade associada a
determinado dado seja independente dos outros dados. No caso, por exemplo, de uma
série de medidas de comprimento com o uso de régua, para garantir a independência
estatística, seria necessário que cada um dos dados fosse medido com uma régua de
origem diferente e realizado por diferentes operadores. Obviamente, não nos
preocuparemos com esse nível de detalhe e utilizaremos as expressões acima (e as
seguintes) de modo que os dados sejam considerados estatisticamente independentes.

Desvio padrão

O valor médio, embora seja fundamental numa série de medidas, não nos
oferece a possibilidade de analisar o quanto podemos confiar neste valor. O desvio
padrão é a grandeza que nos dá esta informação, caracterizando a dispersão em um
conjunto de medidas (quanto os dados individuais estão afastados do valor médio).
Quanto maior o desvio padrão, menor é a confiança no valor médio obtido. O desvio
padrão é definido como sendo:

∑ (x i − x )2
σ= i =1
(n − 1)

23
Assim, no caso de um conjunto de n medidas, o erro do instrumento pode não
ser a melhor representação do erro da medida. Na verdade, o que se costuma fazer é o
seguinte: Como existem erros provenientes do instrumento e erros provenientes de
oscilações estatísticas, o intervalo de confiança em uma medida é obtido através da
propagação destes erros, de modo que ambos contribuem para o erro final.
Uma grandeza importante para se realizar tal propagação é o chamado desvio
padrão da média.

Desvio padrão da média

O desvio padrão da média (σe) é obtido quando analisamos uma série de n


medidas repetidas sob as mesmas condições. É dado por:

σ
σe =
n

Na verdade o problema é probabilístico por natureza, e o desvio padrão da


média nos fornece apenas a informação de que existe aproximadamente 68% de
probabilidade do valor verdadeiro da grandeza se encontrar entre os limites dados por
x = ( x ± σ e ) . Se quisermos ser mais detalhistas, o intervalo de confiança de 68% seria
obtido com um conjunto infinito de medidas. Para, por exemplo, um conjunto de
apenas 10 medidas, o valor de σe deveria ser multiplicado por 1,06 para resgatar a
probabilidade de 68%.
É interessante observar que podemos a princípio ir diminuindo o valor de σe,
realizando mais e mais medidas. Na prática, no entanto, é mais fácil diminuir o valor
de σe diminuindo-se o valor de σ, isto é, tomando-se um instrumento mais preciso3. A
grandeza σe é comumente chamada de incerteza estatística.

Erros sistemáticos residuais

Uma vez que se tenha buscado eliminar as possíveis fontes de erros


sistemáticos (grosseiramente falando, erros do tipo B), existe ainda uma fonte de erro
sistemático que está ligado à própria limitação do instrumento. Como regra, dissemos
anteriormente que a precisão p de um instrumento está relacionada à menor divisão
que este pode representar, e que se utiliza como desvio metade da menor divisão.
Assim, os erros sistemáticos relacionados à precisão do instrumento de medida podem
ser representados por um desvio que chamaremos de incerteza sistemática residual σ r
(ou simplesmente incerteza residual), e que será dado em nosso caso por metade da
menor divisão (a menos que seja estabelecido o contrário). Isto é, σ r será dado por:

p
σr =
2

3
G. L. Squires, “Practical Physics”, Cambridge University Press, 3a edição, Cambridge, p. 18, 1998.

24
Incerteza Padrão

O desvio final (σp), chamado de incerteza padrão, será obtido propagando-se


a incerteza estatística (σe) e a incerteza residual (σr), isto é:

σ p = σ e2 + σ r2

Notação para representação de uma grandeza

Como forma de representação de uma grandeza estaremos utilizando aqui a


seguinte notação: a grandeza será representada pelo seu valor médio, seguido de “±” e
do valor da incerteza padrão (obtido pela propagação da incerteza estatística (σe) e da
incerteza residual (σr)). Assim o valor de uma grandeza será escrito como:

x = (x ± σ p )

Deve-se observar que a quantidade de algarismos significativos para se


representar a incerteza padrão não é estabelecida de forma unânime em todos os
textos. A forma mais usual, é de que se utilize a seguinte regra:
- quando o primeiro algarismo for 1 ou dois, deve-se utilizar 2 algarismos
significativos na incerteza padrão;
- quando o primeiro algarismo for 3 ou maior, pode-se utilizar um ou dois algarismos
significativos na incerteza padrão.

Obs. 1: Embora seja aceito pela regra acima 1 ou 2 algarismos significativos


quando o primeiro algarismo da incerteza padrão é 3 ou maior, iremos utilizar
aqui a incerteza padrão com 2 algarismos significativos em todos os casos.

Obs. 2: Quando o valor da incerteza padrão for maior do que 99, deverá ser
utilizada notação exponencial para representá-la.

Obs. 3: Não confundir algarismos significativos com casas decimais. Por


exemplo, o número 0,07 tem 2 casas decimais e apenas 1 significativo. Por outro
lado, o número 1,2 tem 1 casa decimal e 2 algarismos significativos.

Obs. 4: O número de casas decimais do valor mais provável deve coincidir com o
número de casas decimais da incerteza padrão.

Regras de arredondamento:

Existem diferentes regras de arredondamento. Estaremos adotando em nosso


curso, as regras de arredondamento estabelecidas pela norma NBR5891 de 1977 da
ABNT, segundo a qual:

25
a) se a parte a ser arredondada é menor ou igual a 499999, elimina-se o valor;
b) se a parte a ser arredondada é maior do que 500000, soma-se 1 à casa anterior;
c) se a parte a ser arredondada for 500000, verifica-se se o algarismo anterior, e caso
este seja par, mantém-se, e, caso seja ímpar, soma-se 1.

Exemplos de arredondamento para 2 casas decimais

3,213 Æ 3,21 3,23789 Æ 3,24


5,475 Æ 5,48 13,5512 Æ 13,55
4,6450Æ 4,64 546,6500 Æ 546,65
7,2 Æ 7,20 575 Æ 575,00

Exemplos de arredondamento para 2 algarismos significativos

0,02543 Æ 0,025 0,00475 Æ 0,0048


0,00445 Æ 0,0044 0,0557 Æ 0,056
1,475Æ 1,5 75,498 Æ 75
457,57Æ 4,6.102 9545 Æ 9,5.103

Exemplos de aplicação:

1. Um aluno de laboratório realizou uma série de 10 medidas do comprimento L de


uma barra, com uma régua com menor divisão igual a 0,5 mm. Os valores obtidos
pelo aluno estão colocados na tabela abaixo:

Medida L (mm)
1 12,5
2 12,0
3 12,0
4 11,0
5 12,0
6 12,0
7 13,0
8 12,5
9 13,0
10 12,5

Note que devido à proximidade visual entre uma divisão e outra, não faria
muito sentido em se avaliar uma medida de comprimento como sendo 12,3 mm,
embora formalmente isso não esteja incorreto. Isso até poderia ser feito se fosse por
exemplo utilizada uma lupa para ampliar a escala, a régua tivesse suas divisões bem
definidas, e o fabricante garantisse a qualidade de sua régua.
Conforme dito anteriormente, adotaremos para a representação valores
múltiplos da menor divisão.
Podemos calcular o valor médio desse conjunto de medidas, o que nos leva ao
valor:

L = 12,2500 mm

26
O desvio padrão é então dado por:

σ = 0,5892557 mm

O desvio padrão da média (σe), que nos fornece a incerteza estatística


associada ao conjunto de medidas é dado por:

σ e = 0,186339 mm

O valor da incerteza sistemática residual σr, tomando-se metade da menor


divisão, é então dado por:

σ r = 0,25 mm

Portanto, a incerteza padrão vale:

σ p = σ e2 + σ r2 = 0,3118 ⇒ σ p = 0,31 mm (com 2 alg. significativos)

Assim, o valor do comprimento L do corpo é melhor representado por:

L = (12,25 ± 0,31) mm

Observe o resultado final, e note que neste caso os desvios estatísticos e


sistemáticos se combinam para a apresentação do resultado final. Não estranhe se o
resultado final possuir mais algarismos significativos que as medidas individuais. Este
resultado provém de um conjunto de medidas, tratadas estatisticamente, portanto é
possível se chegar mais próximo ao valor verdadeiro do que em uma medida
individual.

2. Um aluno de laboratório realizou uma série de medidas do diâmetro d de um


cilindro, com um instrumento com menor divisão igual a 0,01 mm. Os valores
obtidos pelo aluno estão colocados na tabela abaixo:

Medida d (mm)
1 75,01
2 74,98
3 75,01
4 74,99
5 75,00
6 75,01
7 75,02

Podemos calcular o valor médio desse conjunto de medidas, o que nos leva ao
valor:

d = 75,002857 mm

27
A tabela seguinte será útil para obtermos o desvio padrão:

Medida d (mm) (d − d ) (mm) (d − d ) 2 (mm2)


1 75,01 0,007143 0,000051022
2 74,98 -0,022857 0,000522442
3 75,01 0,007143 0,000051022
4 74,99 -0,012857 0,000165302
5 75,00 -0,002857 0,000008162
6 75,01 0,007143 0,000051022
7 75,02 0,017143 0,000293882
∑ (d − d ) = 0,001142854
2

O desvio padrão é então dado por:

∑ (d − d ) 2
0,001142854
σ= i =1
= ⇒ σ = 0,013801 mm
(n − 1) 7 −1

O desvio padrão da média (σe), que nos fornece a incerteza estatística


associada ao conjunto de medidas é dado por:

σ 0,013801
σe = = ⇒ σ e = 0,005216 mm
n 7

A incerteza sistemática residual σr, tomando-se metade da menor divisão, é


então dada por:

p
σr = ⇒ σ r = 0,005 mm
2

Portanto, a incerteza padrão vale:

σ p = σ e2 + σ r2 = 0,007226 mm

Representando-a com 2 algarismos significativos, temos:

σ p = 0,0072 mm

Assim, o valor do diâmetro d do corpo é melhor representado por:

d = (75,0029 ± 0,0072) mm

28
EXERCÍCIOS

1. Usando a norma da ABNT de arredondamento descrita anteriormente, escreva os


seguintes números
(A) com 2 algarismos significativos e
(B) com duas casas decimais:

a) 0,002546
b) 0,03967
c) 0,000455
d) 0,0000753
e) 4,4798
f) 17,965
g) 0,00751
h) 0,00750
i) 0,000850
j) 0,000853
k) 278
l) 9413
m) 18975,47
n) 947,3
o) 254679,4

2. Foi realizada uma série de medidas de comprimento de uma peça metálica com
um instrumento de precisão p = 0,02 mm e foram encontrados os seguintes
resultados:

17,46 17,48 17,54 17,46 17,48 17,46 17,52 17,50

Determinar:
a) o valor médio
b) o desvio padrão
c) o desvio padrão da média (incerteza estatística)
d) a incerteza residual
e) a incerteza padrão
f) escrever o resultado da grandeza

3. Foi realizada uma série de medidas do diâmetro de uma peça metálica com um
instrumento de precisão p = 0,05 mm e foram encontrados os seguintes resultados:

25,25 24,95 25,85 25,10 25,55 24,90 24,95 25,15 25,65 25,85

Determinar:
a) o valor médio
b) o desvio padrão
c) o desvio padrão da média (incerteza estatística)
d) a incerteza residual
e) a incerteza padrão
f) escrever o valor da grandeza

29
4. A medida da largura de um corte em uma peça metálica feita com uma régua
graduada em milímetros, resultou na seguinte tabela:

56 54 54 52 52 52 52 53 53 53

Determinar:
a) o valor médio
b) o desvio padrão
c) o desvio padrão da média (incerteza estatística)
d) a incerteza residual
e) a incerteza padrão
f) escrever o valor da grandeza

30
3. Introdução à construção de gráficos

Embora o uso de gráficos seja uma linguagem utilizada com freqüência na


Física para se discutir e explorar conceitos, os procedimentos para a construção e
interpretação de gráficos são ainda desconhecidos por muitos. Para a utilização de
forma adequada desta “linguagem matemática”, é fundamental que se tenha
conhecimento de como construir gráficos “manualmente”, razão pela qual iremos
discutir com detalhe esse assunto.
Existem duas razões básicas para se construir gráficos. A primeira, é que em
diversas situações, utilizamos um método gráfico para realizar a estimativa de uma
determinada grandeza através do coeficiente angular de uma reta média, ou através do
seu coeficiente linear. No entanto, esta aplicação não é uma das mais importantes,
principalmente quando a reta média é feita de forma visual.
A segunda razão, é que os gráficos são um auxiliar importante para a
“visualização” de um determinado fenômeno, e que às vezes se torna difícil de ser
observado quando os resultados são dados na forma de tabelas.
A escala mais simples de se trabalhar é a escala linear. Uma escala linear é
aquela em que a coordenada de um ponto é proporcional à grandeza que ela
representa. Em uma escala linear, costumamos definir o chamado “Módulo de
Escala”, que é a razão entre a variação da grandeza que se quer representar e o
comprimento do papel disponível para um eixo.
Assim, por exemplo, se o comprimento do papel disponível para o eixo x é
L = 18 cm, e a grandeza varia de 0 a 29 s, o “Módulo de Escala” será dado por:

∆G (29 − 0) s s s
mX = = = 1,61 ≅ 2,0
L 18cm cm cm

ou seja, cada cm do eixo corresponde a 2 s.


No exemplo mostrado anteriormente, arredondou-se o módulo de escala para
um valor maior que o calculado. Esta prática é aconselhável, pois torna o módulo de
escala mais fácil de se trabalhar e permite utilizar todos os valores da grandeza. Se
tivéssemos arredondado o módulo para 1,6 s/cm, necessitaríamos mais do que 18 cm
para representar o último valor da grandeza (29 s), além de ser muito mais trabalhoso
para a construção do gráfico. Como procedimento geral, iremos adotar módulos de
escala fáceis de trabalhar, quais sejam: (1; 2; 5).10 ±n (sendo “n” um inteiro).
Quando se está construindo um gráfico cartesiano de uma grandeza y que varia
em função de uma grandeza x (escreve-se y vs x para falar sobre o gráfico com y na
vertical e x na horizontal), é importante a observação de uma série de cuidados,
mesmo quando se utiliza um programa de computador (e principalmente nesses
casos). Alguns desses cuidados são:

a) utilize módulos de escala fáceis de operar e interpretar ou indique claramente o


módulo de escala para cada eixo (ver comentário acima);

b) trace os eixos e indique as grandezas com as respectivas unidades entre


parênteses; no eixo horizontal é usual colocar essa informação abaixo do eixo e no
eixo vertical ao lado esquerdo;

31
c) segundo convenção, a variável independente deverá estar no eixo horizontal e a
dependente no eixo vertical, isto é, coloque a causa no eixo horizontal e o efeito
no eixo vertical;

d) coloque na parte superior do gráfico o título do gráfico;

e) gradue os eixos em espaços regulares, de cm em cm ou de 2cm em 2cm; evite


deixar muito espaçamento entre as graduações, ou acumular muitos números nos
eixos;

Sim
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t(s)
Sim
0 2 4 6 8 10 t(s)
Não
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 10
t(s)
Não
0 10 20 t(s)

f) Procure não escrever todos os dados da tabela, que, em geral, são “quebrados”;
localize-os, sem escrever os números; pior do que esse procedimento, é escrever
exatamente os números constantes nas tabelas, sem as graduações em espaços
regulares;

5,4 Não
0 1,3 3,1 8,9 t (s)

g) ao localizar os pontos, não utilize “tracejados” para todos os pontos; reserve os


“tracejados” para alguns pontos importantes, para determinar coeficientes
angulares, etc;

h) represente os pontos do gráfico por “cruz”, “retângulo” ou um outro símbolo que


torne os pontos visíveis (eles devem ser bem visíveis, porém não exagere); não
utilize apenas “pontinhos” para localizá-los. Quando tiver diferentes conjuntos de
dados no mesmo gráfico, use símbolos diferentes para cada conjunto. Nesse caso,
inclua uma legenda com o símbolo e o conjunto a que se refere;

32
x(cm)
45,0

40,0

35,0
30,0
25,0

20,0 Não!

15,0

10,0
5,0
0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t (s)

i) não ligue os pontos “dois a dois” através de segmentos de retas, nem passe uma
curva “lisa” por todos os pontos; lembre-se que, em Física, nenhuma medida é
“exata”;
x(cm)
45,0

40,0

35,0
30,0
25,0

20,0 Não!

15,0

10,0
5,0
0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t (s)

33
j) trace uma curva que melhor se ajuste aos pontos, ou seja, uma “curva média”, que
passe pela maioria dos pontos, de tal modo que o número de pontos situados
acima da curva seja aproximadamente igual ao número de pontos abaixo;

k) no caso em que a curva esperada é uma reta, trace uma reta média de modo que o
número de pontos que estejam acima da reta seja aproximadamente igual ao
número de pontos abaixo da reta;

l) quando for retirar o coeficiente angular de uma reta ajustada, utilize pontos do
gráfico e nunca pontos da tabela. Para tanto, monte preferencialmente um
triângulo grande, já que isso permite uma maior precisão;

m) quando se deseja representar também o erro da medida, coloque barras horizontais


e/ou verticais, de comprimento apropriado.
x(cm)
45,0 Gráfico x versus t
40,0
x=f(t)
35,0

30,0 Curva
25,0 Média

20,0
Sim
15,0

10,0

5,0

0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t (s)

OBSERVAÇÃO: Não é fundamental que cada escala gráfica tenha como ponto
inicial o 0 (zero), mas não é conveniente o uso de “números quebrados”. Por exemplo:
pode começar com 0,2 mas não é bom começar com 0,257. O bom senso é
fundamental para a construção de escalas legíveis.

34
EXERCÍCIOS:

1. Em um experimento de lançamento horizontal, foram obtidas as coordenadas x e y


do objeto e os respectivos instantes de tempo t, conforme mostrado na tabela
abaixo.

x(m) 0 6,2 12,2 18,1 24,0 30,5 36,2 42,0


y(m) 70 68 65 59 50,5 38,7 25,7 8,0
t(s) 0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

a) Faça o gráfico de y vs t
b) Faça o gráfico de y vs t2 , ajuste uma reta e determine o coeficiente angular
c) Faça o gráfico de y vs x

2. Em um experimento de molas, foi obtido o valor da força (F) para diferentes


valores de elongação da mola (x). Desenhe o gráfico de F vs x, ajuste uma reta e
determine o coeficiente angular da reta.

F(N) 3,6 7,8 11,2 15,2 18,4 22,5 28,7


x(m) 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35

35
4. Anamorfose
De forma geral, é conveniente trabalhar-se com gráficos de funções lineares.
Ao obtermos um conjunto de pontos experimentais, se quisermos comparar estes
resultados com algum modelo teórico, isso será mais fácil de ser feito se a função
teórica for linear. Obviamente, nem todos os sistemas físicos têm comportamento
linear, o que nos leva muitas vezes à necessidade de se proceder a linearização de uma
função, ou anamorfose.
Suponha, por exemplo, que estejamos trabalhando com um pêndulo simples,
cujo período (tempo que leva para completar uma oscilação) é dado por:

l
T = 2π
g

onde l é o comprimento do pêndulo e g a aceleração da gravidade. Se quisermos


utilizar esse sistema para determinar experimentalmente o valor da aceleração da
gravidade, poderíamos fazer um gráfico de T vs l. Este gráfico não é uma reta, e o que
sabemos fazer com certa qualidade é ajustar retas médias.
A expressão acima poderia ser reescrita, no entanto, como:


T= l ⇒ Y = aX
g


onde a = (uma constante durante o experimento) e X = l
g

Assim, se fizermos um gráfico de T vs l iremos obter uma reta cujo


coeficiente angular a será proporcional a g, isto é, a aceleração da gravidade será dada
por:

⎛ 2π ⎞
2

g =⎜ ⎟
⎝ a ⎠

36
EXERCÍCIOS:

1. Em um experimento de pêndulo simples, obteve-se o período de oscilação T do


pêndulo para diferentes comprimentos l, conforme tabela abaixo. Monte um
gráfico apropriado para que se obtenha a partir do mesmo o valor da aceleração da
gravidade para o local em que o ensaio foi realizado, sabendo-se que o período de
oscilação T é dado por:

l
T = 2π
g

l (m) 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0


T (s) 2,70 3,14 3,51 3,82 4,15 4,44 4,73 4,98

2. Em um experimento de Pêndulo de Mola, podemos calcular a constante elástica da


mola através do chamado método dinâmico. Neste método, o período de oscilação
T do pêndulo depende da massa m e da constante elástica k da mola, conforme
expressão abaixo:
m
T = 2π
k
Partindo da expressão acima, e dos dados da tabela abaixo, realize uma anamorfose
que seja conveniente, e obtenha a partir do gráfico construído o valor da constante
elástica k da mola.

m (kg) 0,020 0,080 0,200 0,500 0,800 1,500 2,000


T (s) 0,126 0,251 0,397 0,628 0,794 1,088 1,256

3. Em uma transformação adiabática de um gás ideal, temos que pV γ = K . Para uma


transformação adiabática, obteve-se a tabela abaixo para os valores de p e V. A
partir desta tabela, realizar a anamorfose e montar o gráfico correspondente e
obter os valores de γ e K. (Sugestão: calcule o logaritmo de ambos os lados da
equação)

V (m3) p (Pa)
0,01 199.000
0,02 80.800
0,03 47.700
0,04 32.830
0,05 24.500
0,06 19.380
0,07 15.800
0,08 13.300
0,09 11.400
0,10 10.000

37
Roteiro do Experimento de Micrômetro

Objetivos: Discutir o conceito de precisão do micrômetro, aprender a efetuar


medições com o micrômetro, estudar os conceitos relativos a representação do
resultado de uma série de medidas.

Materiais necessários: Micrômetro, esferas de vidro e de aço

I. Fundamentação Teórica

O micrômetro é um instrumento de precisão destinado a medir espessura de


objetos. A figura abaixo mostra um micrômetro típico com as principais partes que o
compõe.

ENCOSTO FIXO TRAVA TAMBOR

CATRACA

ESCALA DO TAMBOR

ENCOSTO MÓVEL ESCALA FIXA (BAINHA)

Quando se dá uma volta completa no tambor, este se desloca


“horizontalmente” de 0,5 mm Portanto, 50 divisões do tambor equivalem a 0,5 mm,
ou seja, 1 divisão do tambor equivale a 0,01 mm. Embora se possa estimar um valor
intermediário quando a escala do tambor cai entre duas divisões da escala fixa, não
iremos fazê-lo, pois o próprio fabricante não recomenda este procedimento (por
questões de precisão do instrumento). O valor será aproximado para a divisão que
mais se aproximar. Assim, adotaremos a precisão do micrômetro como sendo p = 0,01
mm.

38
45
5 10

40

0,5 mm
(passo)

45
5 10
L = 10,42 mm

40

20
5 10
L=

15

25
5 10
L=

20

30
5 10
L=

25

39
15
5 10
L=

10

0
5 10
L=

45

II. Procedimento experimental

1. Medir 8 vezes o diâmetro da esfera de vidro e da esfera de aço, preenchendo a


tabela abaixo.

Esfera de vidro Esfera de aço


n Di(mm) Di(mm)
1
2
3
4
5 D
6
7
8

2. Calcular o valor médio (ou valor mais provável), o desvio padrão, o desvio padrão
da média (incerteza estatística), a incerteza residual e a incerteza padrão dos diâmetros
das esferas de vidro.

3. Apresentar o resultado final do diâmetro da esfera de vidro, seguindo as regras


estabelecidas.

4. Repetir os itens (2) e (3) para a esfera de aço.

40
III. Exemplo de análise dos dados

n D i ( mm ) (D i − D )( mm ) (Di − D ) 2 (mm2 )
1 34,43 -0 , 1 1 4 0,012996
2 34,65 0,106 0,011236
3 34,95 0,406 0,164836
4 35,06 0,516 0,266256
5 34,03 -0 , 5 1 4 0,264196
6 34,74 0,196 0,038416
7 33,96 -0 , 5 8 4 0,341056
8 34,53 -0 , 0 1 4 0,000196
276,350 1,099188

∑D i
276,350
D= i =1
= = 34,544mm
8 8

1 1,099188
σ =
n −1
∑ ( D − D) 2 =
8 −1
= 0,3963mm

σ 0,3963
σe = = = 0,1401mm
n 8

p 0,01
σr = = = 0,005mm
2 2

σ p = σ e2 + σ r2 = 0,14012 + 0,0052 = 0,1402mm

D ± σ p = (34,54 ± 0,14)mm

41
Roteiro do Experimento de Paquímetro

Objetivos: Aprender a utilizar o paquímetro, bem como reforçar os conceitos de


teoria dos erros.

Materiais necessários: Chapa metálica e paquímetro

I. Fundamentação Teórica

O paquímetro é um instrumento de precisão utilizado para medir


comprimentos, diâmetros e ressaltos. Ele apresenta uma precisão menor do que o
micrômetro, sendo sua precisão dada por p = 1/n, onde n é o número de divisões do
nônio.
ORELHA

NÔNIO

ENCOSTO FIXO ESCALA PRINCIPAL

ENCOSTO MÓVEL
VARETA

Com o paquímetro podemos realizar diferentes tipos de medidas como, por


exemplo, medições externas (a), profundidades (b), ressaltos internos (c) e medições
internas (d).

(a) (b) (c) (d)

42
Para a leitura com o paquímetro, devemos verificar quando milímetros estão
sendo indicados pelo zero do nônio (milímetros anterior ao zero) e adicionar a
quantidade decimal, observando qual a divisão do nônio é coincidente com um traço
qualquer da escala principal. No caso da figura abaixo, teríamos:

0,26 mm (divisão coincidente)

14 mm

Esta leitura indicada pelo paquímetro seria, portanto, 14,26 mm, isto é, 14 mm
indicado pela escala principal, mais 0,26 mm indicado pela divisão do nônio
coincidente com um traço da escala principal.

OBS. 1: Em caso de dúvida sobre o traço coincidente, analisar o traço anterior e


o posterior àqueles sobre os quais recai a dúvida.

OBS. 2: O traço coincidente na escala principal serve apenas como referência,


não devendo ser lido em hipótese alguma.

43
II. Procedimento experimental

1. Utilize o paquímetro para medir o comprimento (C) e a largura (L) do corte da


peça mostrada abaixo, bem como o diâmetro (D) e a espessura (E) da chapa
metálica, preenchendo a tabela mostrada a seguir.

D C

Medida L (mm) C (mm) D (mm) E (mm)


01
02
03
04
05
06
07
08
09
10

2. Calcular o valor médio (valor mais provável), o desvio padrão, o desvio padrão da
média (incerteza estatística), a incerteza residual e a incerteza padrão da largura L.

3. Apresentar o resultado final da largura L, seguindo as regras estabelecidas.

4. Repetir os itens (2) e (3) para o comprimento C

5. Repetir os itens (2) e (3) para o diâmetro D

6. Idem, para a espessura E.

44
III. Exemplo de análise dos dados

L(mm) ( L − L )(mm) ( L − L ) 2 (mm 2 )


1 12,15 -0,38 0,1444
2 13,05 0,52 0,2704
3 12,35 -0,18 0,0324
4 12,40 -0,13 0,0169
5 11,95 -0,58 0,3364
6 12,05 -0,48 0,2304
7 13,15 0,62 0,3844
8 12,45 -0,08 0,0064
9 13,00 0,47 0,2209
10 12,75 0,22 0,0484
125,30 1,6910

L = 12,530mm ∑ ( L − L) 2
= 1,6910 mm 2

σ =
1
∑ ( L − L)2 σ = 0,43346 mm
n −1

σ 0,433
σe = = = 0,13707mm
n 10

p 0,05
σr = = = 0,025mm
2 2

σ p = σ e2 + σ r2 = 0,13707 2 + 0,0252 = 0,13933mm

L ± σ p = (12,53 ± 0,14) mm

45
Roteiro do Experimento de Queda Livre

Objetivos:
- estudar o movimento de um objeto em queda livre, obtendo a partir do mesmo
o valor da aceleração da gravidade;
- construir gráfico;
- entender o significado gráfico de derivada.

Materiais necessários:
- Computador
- Interface Pasco 750
- Suporte para barra
- Prendedor
- Barra com adaptador para photogate
- Photogate
- Acrílico zebrado

I. Fundamentação Teórica

Quando um objeto é solto sujeito somente à ação da força gravitacional, este


objeto é dito em queda livre. Este é um dos exemplos mais simples e familiar de
movimento com aceleração constante (aproximadamente constante, já que os efeitos
de resistência do ar podem não ser desprezíveis). Quando os efeitos de resistência do
ar são desprezíveis, vale a previsão de Galileu de que todos os corpos, independente
de suas formas ou pesos, caem com a mesma aceleração e, portanto, levam o mesmo
tempo para atingir o solo quando soltos de uma certa altura. Note que um corpo
lançado verticalmente para cima (em movimento de ascensão), também é dito em
queda livre.

Sistema de coleta de dados

Antes de ligar qualquer equipamento, verifique se o photogate está posicionado


corretamente e com o cabo conectado na Interface Pasco 750 como mostrado abaixo.

46
Para acessar o programa de aquisição de dados, siga os seguintes passos:

- Ligue a interface e a seguir ligue o computador.


- Caso o computador tenha sido ligado e a interface esteja desligada, ligue a
interface e reinicialize o computador selecionando a opção Iniciar Æ Desligar Æ
Reiniciar o computador
- Selecione Iniciar Æ Programas Æ ScienceWorkshop Æ Queda Livre

A tela mostrada abaixo deverá ser observada:

As duas tabelas mostradas na tela acima irão nos fornecer os dados da posição (x)
e do intervalo de tempo (∆t). Além disso é possível visualizar o gráfico da posição em
função do tempo. Note que as posições variam de 5 em 5 cm, que é a distância entre o
início de uma faixa escura e o início da faixa escura seguinte. O intervalo de tempo
(∆t) é o tempo necessário para o acrílico movimentar-se de 5 cm.

5 cm

47
Para a aquisição de dados, deve-se seguir a seguinte seqüência:
- clique inicialmente sobre o botão REC (note que ao clicar sobre o botão, se a
janela não estiver ativa, a aquisição não será iniciada e o botão não se
movimentará; nesse caso, clique novamente sobre o botão REC)
- Posicione cuidadosamente o acrílico zebrado em frente ao photogate, tomando o
cuidado para que não se interrompa o feixe de luz, conforme mostrado abaixo.:

- Solte o acrílico zebrado cuidando para que este se choque com uma superfície
macia quando atingir a bancada. Deverá ser observada na tela do computador uma
seqüência de nove valores.
- Clique sobre o botão STOP

Quando a primeira região escura do acrílico zebrado passar em frente ao


photogate, será iniciada efetivamente a aquisição. Será medido então o tempo entre o
início de uma região escura e o início da região escura seguinte. Isto é, o instante de
tempo para uma determinada posição é sempre dado pela soma de todos os ∆t
anteriores.

Se fizermos um gráfico da posição em função do tempo e ajustarmos uma


parábola, obteremos o gráfico abaixo.

Gráfico de X vs t
0.50
0.45
0.40
0.35
0.30
x (m)

0.25
0.20
0.15
0.10
0.05
0.00
0.000 0.050 0.100 0.150 0.200 0.250 0.300

t (s)
y = 4.899x2 + 0.7055x + 0.0001

48
Através da parábola ajustada, é possível obter o valor da aceleração da
gravidade, isto é:

1 2
y = y 0 + v0 t + gt
2

Portanto, temos que:

1
g = 4,899 ⇒ g = 9,8m / s 2
2

49
II. Procedimento experimental

1. Coletar os dados, conforme explicado anteriormente

t’ (s) s (m) t = t’-t’o


0,000

2. Montar em papel milimetrado o gráfico de x vs t


3. A partir do gráfico, escolher 5 pontos e traçar as retas tangentes.
4. Calcular o coeficiente angular de cada reta tangente, que será a velocidade
(instantânea) em cada instante escolhido.
Reúna as velocidades obtidas em uma tabela:

v (m/s) t (s)

5. Com base na tabela anterior, montar um gráfico de velocidade em função do


tempo em papel milimetrado, ajustando a este uma reta média.
6. Pelo coeficiente angular da reta anterior, determinar o valor da aceleração da
gravidade.
7. Comparar o valor obtido com o valor teórico de 9,78 m/s2.

g exp − 9,78
E% = .100
9,78

8. Caso deseje, experimente usar o Excel e ajustar uma parábola aos dados de x vs t,
obtendo assim o valor da aceleração da gravidade. Compare este valor com o
obtido pelo método anterior

50
III. Exemplo de análise de dados

1. Suponhamos que tenham sido coletados os seguintes dados:

x (m) t' (s)


0.05 4,0312
0.10 4,0665
0.15 4,0953
0.20 4,1209
0.25 4,1426
0.30 4,1630
0.35 4,1819
0.40 4,2000
0.45 4,2169

Podemos então montar a seguinte tabela da posição x em função do tempo t:

x (m) t’ (s) t (s)


0.05 4,0312 0
0.10 4,0665 0,0353
0.15 4,0953 0,0641
0.20 4,1209 0,0897
0.25 4,1426 0,1114
0.30 4,1630 0,1318
0.35 4,1819 0,1507
0.40 4,2000 0,1688
0.45 4,2169 0,1857

2. A partir da tabela anterior, podemos montar o gráfico de x vs t:

3. A partir do gráfico, escolhemos 5 pontos (instantes de tempo) e traçamos as


tangentes, conforme ilustrado no gráfico mostrado a seguir para o instante de
tempo ta;

51
Gráfico de X vs t

0,50

0,45

0,40

0,35

0,30
x (m)

0,25

0,20

0,15
∆x
0,10
∆t
0,05

0,00
0 0,05 0,1 0,15 0,2
ta tempo (s)

4. Com o coeficiente angular das retas tangentes, montamos um gráfico de


velocidade em função do tempo, ajustando a este uma reta média.

3,5

3,0

2,5
v (m/s)

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
t(s)

5. Pelo coeficiente angular da reta anterior, determinar o valor da aceleração da


gravidade.
gexp = 9,6 m/s2

6. Comparamos o valor obtido com o valor teórico de 9,78 m/s2.

9,6 − 9,78
E% = 100 = 1,8%
9,78

52
Roteiro do Experimento Lançamento de Projéteis

Objetivos: Estudar movimento parabólico; determinar velocidade de lançamento de


projéteis; determinar aceleração da gravidade.

Materiais necessários: Computador e programa lanc.exe

I. Fundamentação Teórica

Ao lançarmos um projétil na direção horizontal com uma velocidade inicial v0x


e de uma altura y0, sujeito a uma força vertical (devido à ação da força de gravidade),
este irá descrever uma trajetória curvilínea, no caso uma trajetória parabólica.
Podemos descrever o movimento desse corpo separando as componentes da
velocidade em duas direções perpendiculares: uma horizontal e outra vertical. Como a
força só age na direção vertical, o movimento ao longo da direção horizontal é
uniforme, com aceleração nula. Na direção vertical, devido à força da gravidade, o
movimento é uniformemente acelerado. Sendo a aceleração constante (desprezando-se
os efeitos de resistência do ar) e igual a g, e orientando o eixo vertical para baixo,
podemos obter a equação horária das velocidades integrando a aceleração. Assim,
temos:

t
v y (t ) = ∫ g .dt ⇒ v y (t ) = v0 y + gt
0

Da mesma forma, podemos obter a equação horária das posições y(t) do corpo
integrando a equação horária das velocidades, isto é:

t t
y (t ) = ∫ v y (t ).dt = ∫ (v0 y + gt ).dt
0 0

1 2
⇒ y (t ) = y0 + voyt + gt
2

Da mesma forma, podemos obter as componentes da velocidade da posição na


direção horizontal (x). Como não existe força atuando na direção x, a aceleração é
nula e, portanto, a velocidade vx é constante. Assim, equação horária das posições x(t)
será dada por:

t t
x(t ) = ∫ vx (t ).dt = ∫ v0 x .dt =x0 + v0 xt
0 0

53
Para o problema em questão, na posição inicial, v0y=0. Assim, podemos
escrever o vetor velocidade como sendo:
r r r
v = vx i + v y j

onde a velocidade vx , como dissemos, é constante, e a velocidade v y é dada por:

v y (t ) = gt

As posições x e y do corpo serão dadas, respectivamente, por:

x(t ) = x0 + voxt
1
y (t ) = y0 + gt 2
2

Considerando que corpo é lançado de uma certa altura y0 e da posição xo=0, se


eliminarmos o tempo das duas equações anteriores, podemos obter a equação da
trajetória, a qual é a equação de uma parábola:

1 g 2
y = y0 + x
2 Vx2

Funcionamento do Programa:

Vamos supor que desejamos estudar o lançamento de uma bola de uma altura de
100 m, no planeta A (Terra, g = 9.8 m/s2). Para tanto, realize as seguintes operações:

1. Inicie o programa
2. Entre com o valor da altura digitando 100 <enter>
3. Entre com o código do planeta digitando A
4. Aumente a compressão da mola digitando +
5. Para disparar o corpo digite D

Se tudo correu bem uma tela semelhante à mostrada na figura a seguir deverá
ser obtida. Caso não tenha conseguido, saia do programa e refaça todos os
procedimentos anteriores.

54
Caso deseje reposicionar o corpo em frente à mola, digite R

Comandos disponíveis

L - Limpa a área de gráficos, bem como a escala


R - Reposiciona o corpo em frente à mola
D - Dispara o corpo
F - Altera as características físicas do experimento
G - Liga e desliga a grade fina
O - Liga o localizador de ponto
+ - Aumenta a compressão da mola
- - Diminui a compressão da mola
T - Termina a simulação

55
II. Procedimento Experimental

1. Para uma altura h =10 m e para o caso do planeta A (Terra, g = 9.8 m/s2), lance a
bola para um dado valor de compressão da mola. Lembre-se de anotar o número de
vezes que você apertou a tecla +, pois precisará desta informação posteriormente.
Anote também o tempo t e o ∆x (distância horizontal percorrida pelo corpo desde o
ponto de lançamento até o ponto em que toca o solo) para este caso.

t= ∆x =

2. Obtenha a partir do gráfico da trajetória apresentado na tela, um conjunto de pares x


e y (utilize o localizador de ponto - comando “O”). Monte com estes pontos um
gráfico de y vs x2.

y (m) x (m) x2 (m2)

3. A partir do gráfico anterior obtenha o valor de Vxg para a compressão escolhida.


Isto pode ser feito sabendo-se que

1 x2 g
y= g e Vxg =
2 Vxg2 2k

∆y
onde: k = é o coeficiente angular obtido do gráfico.
∆x 2

4. Compare o valor obtido (Vxg) com aquele obtido dividindo-se o espaço percorrido
na horizontal pelo tempo total gasto pelo corpo para alcançar o solo (Vx).

∆x
Vxg = Vx = =
t

56
5. Repetir o item 1 para o caso de outro planeta, ou seja, h = 10m, código do
planeta = (B, C ou D) e compressão da mola igual à do item 1.

y (m) x (m) t (s) t2 (s2)

Obs.: Na tabela, t = x/Vx, onde Vx foi calculado no item 3.

6. A partir do gráfico de y vs t2, obtenha o valor da aceleração da gravidade (gp) para o


planeta escolhido. Identifique o planeta comparando o valor que obteve com o valor
mostrado na tabela abaixo:

gp= Planeta:

Planeta g (m/s2)
Júpiter 26.4
Vênus 8.8
Mercúrio 3.7

7. Obtenha o erro percentual no valor da aceleração da gravidade do planeta

g exp − gteor
E% = 100 E% =
gteor

57
Roteiro do Experimento de Leis de Newton

Objetivo:
- verificar as leis de Newton, através do uso de um trilho de ar, realizando aquisição
de dados por computador.

Materiais necessários:

- Trilho de Ar PASCO com acessórios


- 4 photogates
- Interface PASCO 750 com fonte de alimentação e cabo de dados
- Computador com software Science Workshop

I. Fundamentação Teórica

A dinâmica é a área da Física que estuda as causas do movimento. Para o


estudo da dinâmica, é fundamental o conhecimento das três leis de Newton. Embora
sejam de formulação relativamente simples, o seu entendimento é muitas vezes
deficiente. Vejamos como podemos enunciar estas três leis.

1ª Lei (Lei da Inércia): Se a resultante de forças sobre um ponto material for zero,
este tenderá a manter o seu estado de movimento, isto é, se estiver parado, continuará
parado. Se estiver em movimento retilíneo com uma velocidade v, continuará em seu
movimento com velocidade v.

Comentário: A 1ª lei de Newton, na verdade, já havia sido proposta há alguns anos


antes por Galileu. Contrariamente ao que se supunha até então (conforme as idéias
propostas por Aristóteles no século III a.C.), a 1a lei nos diz que o estado natural dos
objetos é o de manter o seu estado de movimento, e não o de parar. Esta lei é ainda
ignorada por muitas pessoas, pois a experiência diária parece indicar que os corpos na
ausência de forças, tendem a perder velocidade com o tempo e parar. Este tipo de
raciocínio simplista é impreciso, pois não se leva em conta a força de atrito. Caso esta
pudesse ser completamente eliminada, perceberíamos que a tendência natural dos
corpos é a de manter o seu estado de movimento e não a de parar. A 1ª lei é
importante, e não deve ser considerada apenas como um caso particular da 2a lei,
como veremos adiante. Ela é fundamental para definirmos os chamados referenciais
inerciais. Um referencial inercial pode ser definido como sendo aquele em que a 1ª lei
de Newton é válida. Como é possível mostrar, uma forma alternativa de se definir um
referencial inercial, é a de que um referencial inercial é aquele cuja aceleração é nula.

2ª Lei (R = m a): Se a resultante de forças sobre um corpo for diferente de zero,


existirá uma aceleração proporcional a esta resultante.

58
Comentário: A segunda lei nos fornece uma relação entre a resultante de forças sobre
um corpo, e a correspondente aceleração. Essa constante de proporcionalidade é
chamada de massa inercial (ou simplesmente massa). É importante ressaltar que existe
uma outra grandeza chamada de massa gravitacional, que surge na expressão da força
de atração gravitacional entre dois corpos. Todas as medidas realizadas até hoje
indicam que a massa inercial é numericamente igual à massa gravitacional, e por isso
costuma-se utilizar simplesmente o termo "massa". Deve-se notar ainda que a segunda
lei expressa uma relação vetorial, que pode ser reescrita em termos de suas projeções,
isto é Rx = m ax, Ry = m ay e Rz = m az.

3ª Lei (Ação e reação): Para cada força de ação, existe uma força de reação
correspondente, de mesmo módulo, mesma direção e sentido oposto.

Comentário: A lei da ação e reação nos diz basicamente que as forças na natureza
sempre surgem aos pares, nunca de forma isolada. É importante notar que as forças de
ação e reação atuam em corpos diferentes, o que é em geral fonte de confusão. A
aplicação incorreta da 3a lei juntamente com a 2ª lei, leva a confusões do tipo: "Aplico
uma força de 10 N em um carrinho e este reage aplicando uma força de 10 N em mim
com sentido oposto, e assim a resultante destas duas forças é nula. Como pode então o
carrinho se mover?" Este tipo de confusão é causada pelo descuido em se verificar
que as forças de ação e reação estão aplicadas a corpos distintos e, portanto, a
resultante de forças no carrinho, neste caso, não é zero!

59
II. Procedimento Experimental

1. Verifique se o trilho de ar está nivelado. Para tanto, solte o flutuador e observe se


este principia a se movimentar. Caso isto ocorra, ajuste o nível de forma conveniente
de modo a que permaneça parado.

2. Posicione os 4 photogates ao longo do trilho de ar, separados por uma distância de


20 cm. Coloque 2 massas de 50 gramas de cada lado do suporte para massas do
flutuador. Prenda também o gancho e o contrapeso nas laterais do flutuador, bem
como a bandeira sinalizadora em seu topo. Anote a massa total do flutuador (M).

Bandeira
sinalizadora Porta-
massas

gancho

flutuador

Suporte para
contrapeso massas

3. Carregue o arquivo "Newton", e clique sobre o botão REC. Empurre o carrinho


levemente com a mão e obtenha a velocidade em cada photogate, preenchendo a
tabela abaixo. Ao final clique sobre o botão STOP.

Photogate v (m/s)
1
2
3
4

4. Explique o que ocorre com o valor da velocidade quando a resultante de forças é


nula (resultado do item 3).

5. Prenda o barbante no gancho do flutuador, passe-o pela polia e coloque uma massa
de 15 g (os dois cilindros metálicos) no porta-massas, cuja massa própria vale 2 g.
Posicione o sistema antes do 1º photogate, clique sobre o botão REC e solte o
flutuador cuidadosamente. Anote na tabela abaixo os valores de velocidade e instantes
de tempo t' obtidos a partir da tabela (o tempo t' é o tempo decorrido desde o instante
em que o botão REC é acionado até o flutuador entrar no photogate, e é obtido
diretamente pelo computador). Monte a coluna t, subtraindo de todos os valores de
tempo t' o valor do tempo inicial. Anote o valor da massa pendente (m).

60
Photogate v (m/s) t' (s) t = t’ – t’o
1 t’o =
2
3
4

6. Monte um gráfico de v vs t (velocidade em função do tempo). Ajuste uma reta e


obtenha o valor da aceleração experimental (aexp) a partir do coeficiente angular da
reta.

7. Obtenha analiticamente o valor da aceleração (ateo). Os valores das massas dos


diversos elementos utilizados estão discriminados na tabela abaixo. Note que o atrito
neste sistema é desprezível. Adotar g = 9,78 m/s2.

Elemento Massa (g)


Flutuador 180
Gancho 10
Contrapeso 10
Porta-massas 2
Bandeira 10

8. Obtenha o erro percentual entre o valor da aceleração obtido experimentalmente


(aexp) e aquele calculado analiticamente (ateo).

aexp − ateo
E% = .100%
ateo

61
Roteiro do Experimento de Atrito de Escorregamento

Objetivos: Determinar os coeficientes de atrito estático e dinâmico entre duas


superfícies.

Materiais necessários: Computador e programa atrito.exe

I. Fundamentação Teórica

O programa atrito.exe permite que se estude o atrito estático e dinâmico entre


duas superfícies, através da simulação de um plano inclinado sobre o qual um objeto
desliza sem rolamento. A simulação é feita em tempo real, e o programa permite que
se escolha 4 tipos diferentes de material. É gerado um gráfico de velocidade versus
tempo, bem como é apresentada uma animação do deslocamento do objeto ao longo
do plano inclinado. Sabendo-se o ângulo onde começa a haver escorregamento e o
ângulo onde a velocidade passa a ser constante, é possível obter os coeficientes de
atrito estático e dinâmico do sistema.
Considere um plano inclinado sobre o qual se encontra apoiado um bloco de
um material com coeficiente de atrito estático µe e coeficiente de atrito dinâmico µd.
Se começarmos a levantar lentamente o plano inclinado, em um determinado ângulo
θc, estaremos na iminência de escorregamento do bloco. Nestas condições, temos que:

µ e N = mg sin(θ C ) ⇒ µ e mg cos(θ C ) = mg sin(θ C )

isto é,

µ e = tan(θ C ) (1)

Quando o corpo iniciar o movimento, teremos:

ma = mg sin(θ C ) − µ d mg cos(θ C ) (2)

A aceleração do corpo pode ser então escrita como:

a = g (sin(θ C ) − µ d cos(θ C )) (3)

Podemos escrever ainda a equação horária do corpo, isto é:

1
s − s0 = v0t + a∆t 2
2

onde vo = 0 e s - s0 = l . Assim, a aceleração do corpo pode ainda ser escrita como:

62
2l
a=
∆t 2 (4)

Substituindo a equação (4) na equação (3), temos que o atrito dinâmico µd,
pode ser escrito como:

2l
µ d = µe − (5)
g (∆t ) cos(θ c )
2

Podemos então, a partir do tempo total ∆t gasto pelo corpo para percorrer o
plano de comprimento l, obter o valor de µd.

Uma forma alternativa de se obter o coeficiente de atrito dinâmico, é após o


corpo iniciar o movimento, abaixarmos o plano até que a velocidade em um certo
ângulo θ C′ fique constante. Nesta condição, teremos que a aceleração será nula, e a
equação (3) se reduzirá a:

0 = sin (θ C′ ) − µ d cos (θ C′ )

ou reescrevendo, teremos que:

µ d = tan (θ C′ ) (6)

Funcionamento do programa

O programa atrito.exe simula basicamente um plano de comprimento l o qual


pode ser gradualmente levantado. Sobre este plano está apoiado um objeto de massa
M, sendo que há um coeficiente de atrito estático µ e e coeficiente de atrito dinâmico
µ d entre as duas superfícies. Acima de um certo ângulo crítico θ C o objeto passa a
se deslocar, descendo o plano inclinado. No instante em que o objeto começa a se
mover, um cronômetro é disparado, e este será desligado no instante em que o objeto
alcançar o final do plano, isto é, após percorrer a distância l. Através do ângulo crítico
θ C e do tempo necessário que o objeto levou para percorrer a distância l, é possível se
obter os coeficientes de atrito estático e dinâmico conforme mostrado no tópico
anterior. Alternativamente, o coeficiente de atrito dinâmico pode ser obtido
abaixando-se lentamente o plano até que a velocidade do corpo se torne constante, e
medindo-se o ângulo θ C′ correspondente. Na figura abaixo, temos um exemplo de uma
sessão típica, onde podemos observar o sistema após atingir velocidade constante e a
partir do qual podemos obter o coeficiente de atrito dinâmico.
Na figura a seguir podemos observar ainda as regiões onde a tela se encontra
dividida. As três áreas mais importantes são a área de entrada de dados, a área de
parâmetros da simulação, a área de animação e a área de gráficos.

63
As diversas áreas são respectivamente:

(1) Área de entrada de dados: Região da tela onde se procede a entrada das
características da simulação.

(2) Área de parâmetros da simulação: Região da tela onde se encontram as


informações necessárias para a obtenção dos coeficientes de atrito.

(3) Linha auxiliar: Utilizada para entrada ou saída auxiliar de dados e mensagens.

(4) Linha de status: Utilizada para informar a condição em que se encontra o


simulador. As possibilidades são:
- Entrando dados
- Aguardando comando
- Limpando a tela
- Calculando a escala
- Simulando experimento

(5) Área de animação: Região onde é feita em tempo real a animação do bloco sobre o
plano inclinado.

64
(6) Área de gráficos: Região da tela onde é colocado o gráfico de velocidade em
função do tempo. Este gráfico acompanha em tempo real o comportamento do bloco
sobre o plano. Na parte superior do gráfico encontra-se a escala do eixo y (valor
máximo de y). Lembre-se que o valor mínimo de y é zero. O valor mínimo de x
também é zero e o valor máximo é definido na entrada de dados.

(7) Linha de ajuda: Linha com comandos possíveis e as respectivas letras que os
executam.

Uma vez inicializado o programa, este irá pedir as características físicas do


experimento a ser simulado. O primeiro parâmetro a ser fornecido é o comprimento l
do plano. A seguir, deve-se fornecer a massa do corpo (em kg) e o tipo de material de
contato (A, B, C ou D). O último parâmetro é o intervalo de tempo para geração do
gráfico. Na tabela abaixo, temos sumarizado os valores de µ e e µ d para os 4 tipos
de pares de materiais possíveis de serem utilizados dentro do programa.

Par de materiais µe µd
A 0.1 0.05
B 0.2 0.10
C 0.3 0.15
D 1.4 1.10

Uma vez terminada a entrada das características físicas do experimento, o


programa irá esperar que se digite “↑” para subir o plano ou “↓”para abaixá-lo. O
passo no ângulo pode ser alterado digitando-se “+” para multiplicar o valor corrente
por 2 e “-“ para dividi-lo por 2.
Se formos subindo o plano, ao atingirmos o ângulo θC o cronômetro será
automaticamente disparado, e ao alcançar o final do plano será desligado.
Se desejarmos fazer uma nova simulação com outras características, basta
alterar os parâmetros e digitar a seguir R para reposicionar o bloco no ponto de
partida do plano. Após ser realizada a primeira simulação, as novas simulações serão
feitas utilizando-se a mesma escala obtida no primeiro caso. Para que uma nova escala
seja calculada é preciso, antes de se executar a simulação, que se apague a tela de
gráficos através do comando L (limpa).
O programa foi feito de modo a tentar evitar que haja terminação anormal do
mesmo (erro de execução). Para tanto, algumas precauções foram tomadas. Na
entrada de dados numéricos, por exemplo, caso haja a digitação de valores não
numéricos, ou a mistura destes com dados numéricos, o programa tentará convertê-lo
para um dado numérico. Caso não consiga, os dados entrados serão ignorados e será
assumido um valor interno. Do mesmo modo, quando se desejar manter o valor
estabelecido na simulação anterior, basta digitar <enter>, e o valor anterior será
assumido. Quando for a primeira simulação, ao digitarmos <enter> estaremos
utilizando os valores determinados internamente.

65
Comandos disponíveis

Os seguintes comando estão disponíveis:

L - Limpa a área de gráficos, bem como a escala

R - Reposiciona o bloco no início do plano

F - Altera as características físicas do experimento

G - Liga e desliga a grade fina

+ - Aumenta o passo no ângulo (multiplica por 2)

- - Diminui o passo no ângulo (divide por 2)

↑ - Levanta o plano de um certo passo

↓ - Desce o plano de um certo passo

T - Termina a simulação

66
II. Procedimento Experimental

1. Para um plano de comprimento l = 1m, um corpo de massa m de 100 g e par de


materiais em contato do tipo A, obtenha o valor do coeficiente de atrito estático.
Repita o experimento várias vezes com passos cada vez menores para obter o valor de
θC com precisão.

Passo 1 0,5 0,25 0,125


θC
µe = tan( θ C )

2. Para os materiais em contato do tipo A, varie a massa do corpo e verifique a


influência em θ C
.
Massa
θC
µe = tan( θ C )

3. Obtenha o tempo gasto pelo corpo para percorrer o plano para cada um dos 4 tipos
de pares de materiais. Use um plano não muito longo (por exemplo, 10 m). A partir
desses valores, obtenha o coeficiente de atrito dinâmico e compare os resultados com
aqueles obtidos no item 4.

Materiais A B C D
∆t
θC l = 10 m
µd m = 0.1 kg

Lembre-se que:

2l
µd = µe −
cos(θ C ) g∆t 2 e µ e = tan(θ C )

4. Para os materiais em contato dos tipos A, B, C e D, obtenha o coeficiente de atrito


dinâmico fazendo com que a velocidade fique constante ao descer o plano. Utilize
para isso um plano longo (por exemplo, 150 m) e um tempo de cerca de 40 s.

Materiais A B C D
θ C′ l = 150 m
µd = tan( θ C′ ) m = 0.1 kg

67
Roteiro do Experimento de Mesa de Forças

Objetivos:
- verificar experimentalmente o equilíbrio de um ponto;
- determinar a força equilibrante de um sistema de duas forças concorrentes utilizando
diferentes métodos.

Materiais necessários:

- Mesa de Força PASCO


- Três polias com presilhas
- Três suportes para massas
- Anel plástico
- Conjunto de massores

I. Fundamentação Teórica

A condição para que um ponto material permaneça em equilíbrio, é que a


resultante de todas as forças que atuam sob este ponto material seja zero. No caso de
um sistema sujeito a duas forças, o ponto material estará em equilíbrio se estas forças
tiverem o mesmo módulo, direção e sentidos opostos. Se este não for o caso, é
possível obter o equilíbrio, aplicando-se uma terceira força coplanar às forças
anteriores. Para se encontrar o valor desta terceira força e o ângulo que deverá fazer
com as outras duas forças, existem alguns métodos algébricos e gráficos, que
discutiremos a seguir.

A. Regra do Paralelogramo

Se duas forças P e Q atuam sobre um ponto material, estas podem ser


substituídas por uma única força R. Essa força é chamada de resultante das forças P e
Q, e pode ser obtida graficamente pela construção de um paralelogramo, onde os
lados são dados por P e Q, sendo a diagonal a força resultante R. Esta é a chamada
Regra do Paralelogramo para a adição de duas forças.

P R

Deste modo, se desejarmos que o ponto material esteja em equilíbrio sob a


ação destas forças, devemos aplicar uma terceira força, que chamaremos de

68
equilibrante (FE), cujo módulo e direção sejam os mesmos da força resultante R,
porém com sentido oposto.

P
R

FE
Q

B. Decomposição de forças

Podemos decompor um conjunto de forças, em suas componentes horizontal e


vertical, para assim encontrar a resultante das mesmas. Suponha as forças P e Q
mostradas abaixo. Se chamarmos de δ o ângulo formado pela força P com a
horizontal e β o ângulo formado pela força Q com a horizontal, podemos obter as
componentes Px, Py, Qx e Qy das forças P e Q. Isto é:

Ry R
P
Py γ
Qy δ Q
β

Px x
Qx
Rx

Px = P cos(δ) Py = P sen(δ)

Qx = Q cos(β) Qy = Q sen(β)

As componentes Rx e Ry da resultante R serão dadas por:

Rx = Px + Qx Ry = Py + Qy

69
O módulo R da força resultante e o ângulo γ que ela faz com a horizontal
serão, portanto:

Ry
R = Rx2 + Ry2 tg (γ ) =
Rx

Assim, para um ponto material sujeito às forças P e Q estar em equilíbrio, a


força equilibrante FE deverá ter o mesmo módulo e direção da força resultante R,
porém sentido oposto.

C. Lei dos Cosenos

Uma forma alternativa para a obtenção da resultante de duas forças é através


do uso da Lei dos Cosenos, a qual pode ser deduzida a partir da decomposição de
forças. Se considerarmos os dois vetores P e Q, mostrados anteriormente, e
chamarmos de θ o ângulo formado entre estes dois vetores, teremos que a resultante
será dada por:

P R

Q
θ

R = P 2 + Q 2 + 2 PQ cos(θ )

70
II. Procedimento Experimental

1. Verificar inicialmente se a mesa de forças encontra-se nivelada. Posicione o anel no


pino guia, prenda as polias e coloque os porta massas, conforme figuras abaixo.

Polia 2

Polia Anel Linha


Linha Polia 1

Pino
Anel guia

Polia 3
Porta
massa

2. Fixe as polias 1 e 2 nos ângulos α1 e α2 indicados na tabela abaixo.

Bancada m1(g) m2(g) α1 α2


1 65 45 40o 170o
2 70 40 30o 160o
3 70 45 40o 150o
4 60 45 30o 170o
5 65 50 40o 160o
6 55 50 50o 140o
7 40 60 35o 155o
8 45 65 50o 120o

3. Coloque as massas m1 e m2, conforme indicado na tabela acima (observe que cada
porta massa tem uma massa própria de 5 g). Tome o cuidado de ajustar as polias de
maneira que elas possam girar livremente e para que os fios fiquem paralelos à mesa
(ver figura anterior).

4. Utilizando o papel anexo, obtenha graficamente através da regra do paralelogramo,


o valor da força equilibrante FEgraf e o respectivo ângulo αgraf (utilize, por exemplo, a
seguinte proporção: 1 cm = 10 gf).

FEgraf = αgraf = (α é contado a partir do 0o, sentido anti-horário)

5. Determine, através da Lei dos Cosenos, o valor do módulo da força equilibrante


FE.

FE =

71
6. Posicione inicialmente a polia no ângulo obtido graficamente, e coloque no suporte
as massas, de maneira a obter a força encontrada anteriormente. Ajuste então o ângulo
e a massa para que seja obtido um equilíbrio perfeito (note que o anel deverá ficar
centralizado e se for deslocado de sua posição de equilíbrio deverá retornar a ela).
Indique os valores da força equilibrante e do ângulo α, obtidos experimentalmente.

FEexp = αexp =

7. Compare os valores experimentais de FE e α com aqueles obtidos pelo método


gráfico e encontre os erros percentuais.

FEexp − FEgraf α exp − α graf


E% = .100 E% = .100
FEgraf α graf

8. Usando decomposição de forças, encontre o valor da força equilibrante e o ângulo


α. Obs.: Faça um diagrama das forças num sistema de eixos cartesianos e indique os
cálculos!

FEteor = αteor =

9. Compare o valor experimental de FE e α com os valores teóricos obtidos pelo


método analítico (decomposição de forças) e encontre os erros percentuais.

FEexp − FEteor α exp − α teor


E% = .100 E% = .100
FEteor α teor

lll. Instruções para o Relatório

Incluir, além de todas as partes costumeiras do relatório (capa, objetivos,


introdução teórica, etc.), todos os resultados obtidos nos itens anteriores, inclusive a
folha para a determinação da força equilibrante pelo método gráfico.

72
Centro Universitário da FEI
Departamento de Física

Laboratório de Física I
Nome: ____________________________ No. _______________ Turma: ______

Data: ___/___/____

73
Apêndice: O Sistema Internacional de Unidades (SI)
Breve Histórico

Uma grandeza física só tem sentido quando pode ser medida de alguma forma.
Medir uma grandeza significa compará-la a um padrão. Por muito tempo, cada país
teve seu próprio sistema de medidas, isto é, seu conjunto de padrões. Esses sistemas
de medidas, entretanto, eram muitas vezes arbitrários e imprecisos, como por
exemplo, aqueles baseados no corpo humano, como o palmo, o pé, a polegada, etc.
Com a expansão do comércio entre os países, diversos problemas começaram a surgir,
devido a essa subjetividade de alguns padrões, e devido à pouca familiaridade que as
pessoas de uma dada região tinham com o sistema de medir das outras regiões. A
necessidade de se converter uma medida em outra era tão importante quanto a
necessidade de se converter uma moeda em outra. Em diversos países, inclusive no
Brasil Imperial, o órgão responsável pela moeda também respondia pelo sistema de
medidas.
O Governo Francês, em 1789, procurou resolver esse problema de diferentes
sistemas de unidades pedindo à Academia de Ciência da França que criasse um
sistema de medidas baseado em uma "constante natural", ou seja, procurando evitar a
arbitrariedade no sistema de medidas. Assim foi criado o Sistema Métrico Decimal,
constituído inicialmente por três unidades básicas: o metro, que deu nome ao sistema,
o litro e o quilograma.
Neste sistema, a unidade de medir a grandeza comprimento, o metro, foi
definida como sendo o comprimento do meridiano terrestre dividido por 40.000.000.
Para materializar-se esta grandeza foi construída uma barra de platina de secção
retangular, com 25,3mm de espessura e com 1m de comprimento. Esse padrão data de
1799 e não é mais usado como padrão de comprimento, servindo apenas como peça
de museu.
A unidade de medir a grandeza volume, no Sistema Métrico Decimal, foi
chamada de litro e foi definida como sendo "o volume de um decímetro cúbico". O
litro permanece ainda hoje como uma das unidades em uso no SI.
Para medir a grandeza massa, foi definido o quilograma como sendo "a massa
de um decímetro cúbico de água na temperatura de maior massa específica, ou seja, a
4,44ºC". Para materializá-lo foi construído um cilindro de platina iridiada, com
diâmetro e altura iguais a 39 milímetros.
Muitos países, inclusive o Brasil, adotaram por algum tempo o Sistema
Métrico Decimal. Apesar das vantagens que possuía, não foi possível torná-lo
universal. Além disso, o desenvolvimento científico e tecnológico passou a exigir
medições cada vez mais precisas para as diversas grandezas, o que fez com que em
1960 ele fosse substituído pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), cujas
definições são mais complexas, sofisticadas e precisas. Ainda hoje, diversos sistemas
de medidas encontram-se em uso, embora exista uma forte pressão para que se adote
de maneira global o Sistema Internacional de Unidades (SI).
O SI foi sancionado em 1960 pela Conferência Geral de Pesos e Medidas. O
Brasil adotou oficialmente o Sistema Internacional de Unidades em 1962. A
Resolução nº 12 de 1988 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial ratificou a adoção do SI no País e tornou seu uso obrigatório em
todo o território nacional.

74
Unidades SI mais utilizadas

Grandeza Nome Símbolo Definição


comprimento metro m Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz
no vácuo, durante um intervalo de tempo de
1/299.792.458 de segundo (Unidade de Base
ratificada pela 17ª CGPM - 1983)
área metro m² Área de um quadrado cujo lado tem 1 metro de
quadrado comprimento
volume metro m³ Volume de um cubo cuja aresta tem 1 metro de
cúbico comprimento
ângulo plano radiano rad Ângulo central que subtende um arco de círculo de
comprimento igual ao do respectivo raio
tempo segundo s Duração de 9 192 631 770 períodos da radiação
correspondente à transição entre os dois níveis
hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio
133 (Unidade de Base ratificada pela 13ª CGPM -
1967)
freqüência hertz Hz Freqüência de um fenômeno periódico cujo período é
de 1 segundo
velocidade metro por m/s Velocidade de um móvel que, em movimento
segundo uniforme percorre a distância de 1 metro em 1
segundo
aceleração metro por m/s² Aceleração de um móvel em movimento retilíneo
segundo uniformemente variado, cuja velocidade varia de 1
por metro por segundo em 1 segundo
segundo
massa quilograma kg Massa do protótipo internacional do quilograma
(Unidade de Base ratificada pela 3ª CGPM -1901)
massa quilograma kg/m³ Massa específica de um corpo homogêneo, em que
específica por metro um volume igual a 1 metro cúbico contém massa igual
cúbico a 1 quilograma
vazão metro m³/s Vazão de um fluído que, em regime permanente
cúbico por através de uma superfície determinada, escoa o
segundo volume de 1 metro cúbico do fluído em 1 segundo
quantidade de mol mol Quantidade de matéria de um sistema que contém
matéria tantas entidades elementares quantos são os átomos
contidos em 0,012 quilograma de carbono 12.
(Unidade de Base ratificada pela 14ª CGPM -1971.)
Quando se utiliza o mol, as entidades elementares
devem ser especificadas, podendo ser átomos,
moléculas, íons, elétrons ou outras partículas, bem
como agrupamentos especificados de tais partículas
força newton N Força que comunica à massa de 1 quilograma a
aceleração de 1 metro por segundo, por segundo
trabalho, joule J Trabalho realizado por uma força constante de 1
energia, newton que desloca seu ponto de aplicação de 1 metro
quantidade de na sua direção
calor

75
potência, watt W Potência desenvolvida quando se realiza, de maneira
quantidade de contínua e uniforme, o trabalho de 1 joule em 1
energia segundo
corrente elétrica ampère A Corrente elétrica invariável que mantida em dois
condutores retilíneos, paralelos, de comprimento
infinito e de área de seção transversal desprezível e
situados no vácuo a 1 metro de distância um do outro,
produz entre esses condutores uma força igual a 2 x
10-7 newton, por metro de comprimento desses
condutores. (Unidade de Base ratificada pela 9ª
CGPM - 1948.) O ampère é também unidade de força
magnetomotriz; nesse caso, se houver possibilidade de
confusão, poderá ser chamado de ampère-espira,
porém sem alterar o símbolo A
carga de energia coulomb C Carga elétrica que atravessa em 1 segundo, uma seção
(quantidade de transversal de um condutor percorrido por uma
eletricidade) corrente invariável de 1 ampère
tensão elétrica, volt V Tensão elétrica entre os terminais de um elemento
diferença de passivo de circuito, que dissipa a potência de 1 watt
potencial quando percorrido por uma corrente invariável de 1
ampère
resistência ohms Resistência elétrica de um elemento passivo de
elétrica circuito que é percorrido por uma corrente invariável
de 1 ampère, quando uma tensão elétrica constante de
1 volt é aplicada aos seus terminais. O ohm é também
unidade de impedância e de reatância em elementos
de circuito percorridos por corrente alternada
condutância siemens S Condutância de um elemento passivo de circuito cuja
resistência elétrica é de 1 ohm. (O siemens é também
unidade de admitância e de susceptância em
elementos de circuito percorridos por corrente
alternada)
capacitância farad F Capacitância de um elemento passivo de circuito entre
cujos terminais a tensão elétrica varia uniformemente
à razão de 1 volt por segundo, quando percorrido por
uma corrente invariável de 1 ampère
temperatura kelvin K Fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do
termodinâmica ponto tríplice da água. (Unidade de Base ratificada
pela 13ª CGPM -1967). Kelvin e grau Celsius são
ainda unidades de intervalo de temperaturas.
t (ºC) =T(K) - 273,15
temperatura grau ºC Intervalo de temperatura unitário igual a 1 kelvin,
Celsius Celsius numa escala de temperaturas em que o ponto 0
coincide com 273,15 kelvins. (Unidade de Base
ratificada pela 13ª CGPM - 1967). Kelvin e grau
Celsius são ainda unidades de intervalo de
temperaturas
intensidade candela cd Intensidade luminosa, numa direção dada, de uma
luminosa fonte que emite uma radiação monocromática de
freqüência 540 x 1012 hertz e cuja intensidade

76
energética naquela direção é 1/683 watt por
esterradiano (Unidade de Base ratificada pela 16ª
CGPM - 1979)
fluxo luminoso lúmen lm Fluxo luminoso emitido por uma fonte puntiforme e
invariável de 1 candela, de mesmo valor em todas as
direções, no interior de um ângulo sólido de 1
esterradiano
iluminamento lux lx Iluminamento de uma superfície plana de um metro
quadrado de área, sobre a qual incide
perpendicularmente um fluxo luminoso de 1 lúmen,
uniformemente

O "Quadro Geral de Unidades", aprovado pela Resolução do CONMETRO nº


12/88 inclui outras unidades aceitas para uso simultâneo com as unidades SI, sem
restrição de prazo.

Nome Símbolo Definição Valor em unidade


GRANDEZA
do SI
Distância média da terra
unidade ao sol. (Valor adotado
UA 149.600 x 106 m
astronômica pela União Astronômica
Internacional.)
parsec pc Comprimento do raio de 300.857 x 1016m
um círculo no qual o (aproximadamente)
ângulo central de 1
comprimento
segundo subtende uma
corda igual a 1 unidade
astronômica. (A União
Astronômica
Internacional adota
como exato o valor
1pc=206.265 UA)
Volume igual a 1
decímetro cúbico.
(Adotado pela 16ª
CGPM - 1979). O
símbolo L será
volume litro l ou L empregado sempre que 0,001m³
as máquinas de
impressão não
apresentem distinção
entre o algarismo 1 e a
letra minúscula "l".

77
Ângulo plano igual à
fração 1/360 do ângulo
grau º π/180 rad
central de um círculo
completo.
ângulo plano
minuto ' Ângulo plano igual à π/10.800 rad
fração 1/60 de 1 grau.
segundo " Ângulo plano igual à π/648.000 rad
fração 1/60 de 1 minuto
Intervalo de tempo igual
minuto min 60s
a 60 segundos
hora h Intervalo de tempo igual 3.600s
tempo
a 60 minutos
dia d Intervalo de tempo igual 86.400s
a 24 horas
Intervalo de duas
freqüências cuja relação
é igual a 2. (O número
de oitavas de um
intervalo de
oitava não tem intervalo de freqüências n/t
freqüências
é igual ao logaritmo de
base 2 da relação entre
as freqüências extremas
do intervalo)
unidade
Massa igual à fração
(unificada
u 1/12 da massa de um 1,660 57 x 10-27 kg
de massa
massa átomo de carbono 12
atômica)
tonelada t Massa - igual a 1.000 1.000kg
quilogramas
Velocidade angular de
um móvel que, em
movimento de rotação
velocidade rotação por
rpm uniforme a partir de uma π/30 rad/s
angular minuto
posição inicial, retorna à
mesma posição após 1
minuto
Energia adquirida por
um elétron ao
1,602 19 x 10-19 J
energia elétron-volt eV atravessar, no vácuo,
(aproximadamente)
uma diferença de
potencial igual a 1 volt
Divisão de uma escala
logarítmica cujos
valores são 10 vezes o
logaritmo decimal da
nível de
decibel dB relação entre o valor de n/t
potência
potência considerado, e
um valor de potência
especificado, tomado
como referência e

78
expresso na mesma
unidade
ρ
n = 10 log10 = db
ρ0
Divisão de uma escala
logarítmica cujos
valores são os
logarítmos neperiano da
relação entre dois
decremento
neper n/t valores de tensões n/t
logarítmico
elétricas, ou entre dois
valores de correntes
elétricas.
N = loge V1/V2 Np ou
N = loge I1/I2 Np

Múltiplos e Submúltiplos mais usuais das Unidades SI

Símbolo do
Nome do Prefixo Fator pelo qual a unidade é multiplicada
Prefixo
peta P 1015 = 1 000 000 000 000 000
tera T 1012 = 1 000 000 000 000
giga G 109 = 1 000 000 000
mega M 106 = 1 000 000
quilo k 103 = 1 000
deci d 10-1 = 0,1
centi c 10-2 = 0,01
mili m 10-3 = 0,001
micro µ 10-6 = 0,000 001
nano n 10-9 = 0,000 000 001
pico p 10-12 = 0,000 000 000 001
femto f 10-15 = 0,000 000 000 000 001

Grafia dos nomes e símbolos das Unidades SI

Para se escrever as unidades do SI, devem ser obedecidas certas regras:

a) As unidades do Sistema Internacional de Unidades (SI) podem ser escritas por seus
nomes ou representadas por meio de símbolos.
Exemplos:
10 metros ou 10 m
30 segundos ou 30 s

79
b) Os nomes das unidades SI são escritos em letra minúscula, exceto quando esta se
encontra no início de uma frase.
Exemplos:
quilograma; newton;

c) A Resolução CONMETRO 12/88 estabelece regras específicas para a formação do


plural dos nomes das unidades SI, que muitas vezes não coincidem com as regras da
língua portuguesa. O plural correto dos nomes de algumas unidades são os seguintes:

d) Nas unidades SI o acento tônico recai sobre a unidade e não sobre o prefixo:

Exemplos centigrama, hectolitro, micrometro e megametro


Exceções quilômetro, hectômetro, centímetro, decâmetro, decímetro e
milímetro

e) Quando a unidade provém do nome de algum cientista, o símbolo é obtido


tomando-se a primeira letra do nome, e grafando-se a mesma em letra maiúscula.

Exemplos:

Volt Æ V
Ampère Æ A

g) Ao escrever medidas de tempo, observe os símbolos corretos para hora, minuto e


segundo. Exemplo:

Certo Errado
9h 25min 6s 9:25h e 9h 25' 6"

Alguns cuidados precisam ser tomados para evitar alguns erros muito comuns
quando se escrevem unidades:

a) Símbolo não é abreviatura: O símbolo é um sinal convencional e invariável


utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura das unidades SI. Por isso
mesmo não é seguido de ponto. Exemplos:

Certo Errado
s s.
m m. ; mt. ; mtr. ; mt
kg kg. ; kgr.

80
b) Símbolo não tem plural: Lembre-se sempre que o símbolo das unidades SI é
invariável e, portanto, não pode ser seguido de "s" para indicar o plural. Exemplos:

Certo Errado
5m 5 ms
3 kg 3 kgs

c) Não misturar nome com símbolo: Ao escrever uma unidade composta, não misture
nome com símbolo. Exemplos:

Certo Errado
quilômetro por hora quilômetro/h
km/h km/hora
metro por segundo metro/s
m/s m/segundo

d) Cuidado com a grandeza “grama”. O grama pertence ao gênero masculino. Por


isso, ao escrever (e pronunciar) essa unidade, seus múltiplos e submúltiplos, faça a
concordância corretamente. Exemplos:

Certo Errado
dois quilogramas duas quilogramas
duzentos e cinqüenta duzentas e cinqüenta
gramas gramas
quinhentos miligramas quinhentas miligramas
oitocentos e um gramas oitocentas e uma gramas

e) Cuidado com o prefixo quilo: O Prefixo “quilo” (símbolo k minúsculo) indica que a
unidade está multiplicada por mil. Portanto não pode ser utilizado sozinho. Deve ser
dada atenção para a grafia correta do mesmo. Exemplos:

Certo Errado
quilograma; kg quilo; k
quilômetro kilômetro
quilograma kilograma
quilolitro kilolitro

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Referências complementares e sugestões de leituras

1. Vuolo, J. H., Fundamentos da Teoria dos Erros, Ed. Edgard Blücher Ltda., São
Paulo (2000).

2. Site do NIST no endereço http://www.nist.gov/public_affairs/pubs.htm

3. Site do Bureau International des Poids et Mésures (BIPM) que pode ser acessado
no endereço http://www.bipm.fr/enus/welcome.html

4. A biblioteca do Centro Universitário da FEI dispõe das normas da ABNT para


consulta.

5. Um guia para laboratório de física pode ser encontrado no endereço:


http://www.ifi.unicamp.br/~brito/apost.html

6. Squires, G. L., Practical physics, 3a edição, Cambridge University Press,


Cambridge, 1998.

7. Young, H. D., Sears e Zemansky Física, vol. I, 10a. edição, Ed. Addison Wesley,
São Paulo (2003).

8. O apêndice sobre o SI é um texto adaptado do IPEM, que pode ser acessado no


endereço: http://www.ipem.sp.gov.br/

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