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Manual de Laboratório
de Física I
versão: 01/08/2006
1
Índice
I. Normas de funcionamento do Laboratório ...................................... 03
II. Instruções para elaboração dos relatórios de Física I...................... 04
Modelo de capa dos relatórios ........................................................ 05
1. Análise Dimensional ....................................................................... 06
1.1. Definições preliminares .............................................................. 06
Exercícios ........................................................................................ 10
1.2. Homogeneidade dimensional ..................................................... 11
Exercícios ........................................................................................ 14
1.3. Previsão de equações físicas ...................................................... 16
Exercícios ........................................................................................ 20
2. Teoria de erros ................................................................................. 21
Exercícios ........................................................................................ 29
3. Introdução à construção de gráficos ................................................ 31
Exercícios ........................................................................................ 35
4. Anamorfose ..................................................................................... 36
Exercícios ........................................................................................ 37
Experimento: Micrômetro ................................................................... 38
Experimento: Paquímetro .................................................................... 42
Experimento: Queda livre ................................................................... 46
Experimento: Lançamento de Projéteis ............................................... 53
Experimento: Leis de Newton ............................................................. 58
Experimento: Atrito de Escorregamento ............................................. 62
Experimento: Mesa de forças .............................................................. 68
Apêndice: O Sistema Internacional de Unidades (SI) ......................... 74
Referências complementares ............................................................... 82
2
I - NORMAS DE FUNCIONAMENTO DO LABORATÓRIO
8. Você pode colaborar com seus colegas para analisar os dados, bem como para
discuti-los. Porém, o relatório deverá ser feito individualmente e escrito com suas
próprias palavras. Relatórios copiados de outros alunos serão recusados.
10. Não é permitida a realização de experimentos fora da turma destinada pela escola.
Os casos excepcionais serão analisados pelo professor da turma.
3
II - INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DOS RELATÓRIOS DE FISICA I
Todos os relatórios (a não ser que seja especificado o contrário para algum
experimento) deverão ser manuscritos em papel sulfite ou almaço e à tinta (não serão
aceitos impressos de espécie alguma, exceção feita para a capa e folhas para gráficos).
Os relatórios deverão obrigatoriamente conter os seguintes elementos:
• CORPO DO RELATÓRIO
Objetivos da experiência
Escrever qual é o objetivo do experimento que foi realizado.
1. Introdução teórica
Detalhar a teoria relacionada com o assunto abordado (ou pesquisa a ser
determinada pelo professor). Não copiar do roteiro do Manual de Laboratório.
2. Procedimento experimental
Descrição de todo o procedimento utilizado para a coleta de dados, com
material utilizado, esquemas e método de coleta dos dados. Não se esqueça de
anotar a precisão de todos os instrumentos utilizados.
3. Dados coletados
Dados fornecidos no roteiro e dados coletados na experiência, por exemplo:
temperatura ambiente, massa, volume, comprimento, peso, etc.
4. Análise dos resultados
Realizar a análise, com detalhamento dos cálculos (sempre indique as
equações utilizadas), gráficos, etc. Cálculos repetitivos não precisam ser escritos,
embora devam ser incluídos exemplos representativos de qualquer tipo de cálculo.
5. Conclusões
6. Bibliografia
Preferencialmente utilize a norma da ABNT para a colocação de referências
bibliográficas.
OBSERVAÇÕES FINAIS:
1. Prestar atenção no objetivo da experiência e no que é pedido no procedimento.
2. A introdução teórica NÃO deverá ser copiada do roteiro do experimento. Também
NÃO serão aceitas impressões de páginas da Internet como introdução teórica
(embora seja incentivada a sua utilização como fonte de pesquisa).
3. Tenha certeza de ter calculado TUDO o que foi pedido.
4. Sempre coloque UNIDADES nas grandezas medidas e nas calculadas.
5. Procure fazer uma conclusão clara e coerente da experiência, tendo como base o
objetivo da mesma.
4
Centro Universitário da FEI
Departamento de Física
Avaliação:
Laboratório de Física I
Experimento: _______________________________________________
Aluno: _____________________________________________________
No:
Período: _____________
Professor: ________________
a) Grandeza física
c) Unidades de medida
6
d) Medição
G
M =
U
onde: M = medida
G = grandeza
U = unidade
G = M ⋅U
Medida M = 50
Grandeza G = ∆ t (medida de intervalo de tempo)
Unidade U = s (segundo)
G1 m1
Se G1 = m1 . U e G2 = m2 . U , então =
G2 m2
G G m1 U 2
Se m1 = e m2 = então =
U1 U2 m2 U1
m1 U 2 50,8 polegadas
= isto é , = Æ 1 '' = 25,4 mm
m2 U1 2 mm
7
e) Grandezas fundamentais
São grandezas a partir das quais iremos escrever todas as outras grandezas.
As grandezas fundamentais são:
F (força)
L (comprimento)
T (tempo)
f) Grandezas derivadas
g) Símbolos dimensionais
[massa] = M [temperatura] = θ
[comprimento] = L [corrente elétrica] = I
[tempo] = T [intensidade luminosa] = Io
[quantidade de matéria] = N
8
Exemplo 1: Determinar a equação dimensional da velocidade.
v = ∆ s ∆t , onde
∆ s = comprimento Æ [∆ s ] = L
∆ t = tempo Æ [∆ t ] = T
Æ [v ] =
L
= LT −1
T
F = m.a, onde
m = massa Æ [m] = M
LT −1
a = aceleração Æ a = ∆ v ∆t Æ [a] = = LT − 2
T
Æ [ F ] = MLT −2
F .r
A=
ω
Æ [F] = MLT-2
Æ [r] = L
Æ [ω] = T-1
MLT −2 .L
Æ [ A] = = ML2T −1
T −1
9
EXERCÍCIOS
2. Para as grandezas acima relacionadas, pesquisar as unidades de cada uma delas nos
seguintes sistemas de unidades:
a) Internacional
b) CGS
F 1 2 H xy
a) x = b) y = x c) z = d) u =
µ 2l ω 2
z
10
1.2. Homogeneidade dimensional
As equações que representam os fenômenos físicos são, em geral, polinômios
de um ou mais termos. Uma equação deste tipo é dita homogênea quando cada um de
seus monômios possuírem os mesmos símbolos dimensionais com os mesmos
expoentes.Vamos, por exemplo, considerar uma equação física qualquer, constituída
por grandezas mecânicas e representada pela expressão abaixo:
B.C
A= + E.H
D
[A] = M α Lβ T γ
1 1 1
⎡ B.C ⎤ −1 α2 β2 γ 2
⎢⎣ D ⎥⎦ = B.C.D = M L T
[E.H ] = M α 3
Lβ 3 T γ 3
α1 = α2 = α3 e β1 = β2 = β3 e γ1 = γ2 = γ3
PRINCÍPIO DA HOMOGENEIDADE
11
Exemplo: Verificar se as expressões abaixo são dimensionalmente homogêneas:
S 2.p
a) F = 3 , onde F = força; S = área; p = pressão; τ = trabalho; D = diâmetro
τ .D 4
[F] = MLT -2
[S] = L2
[p] = ML-1T -2
[τ ] = ML2T -2
[D] = L
o
2 . Membro: 3
(L ) .ML T
2 2 −1 −2
=3
ML3T − 2 3 − 3
= L = L−1
ML2T − 2 .L4 6 −2
ML T
MLT -2 ≠ L-1
mv 2
b) F = , onde: F = força; m = massa; v = velocidade e R = raio
R
2o. Membro
[m] = M
[v] = LT -1
[R] = L
M .( LT −1 ) 2 ML2T −2
= = MLT − 2
L L
MLT -2 = MLT -2
12
c) Sabendo-se que a equação abaixo é dimensionalmente homogênea, determinar as
dimensões das grandezas A, B e D. Obs.: p = pressão; Q = quantidade de movimento
e π é adimensional.
D. p
A = p.Q.π Q
+B
Logo,
[A] = [B] = M 2T -3
⎡ D. p ⎤
⎢ Q ⎥ =1= M LT
0 0 0
⎣ ⎦
[D].ML−1T −2 = M 0 L0T 0
−1
MLT
⎪γ =1
⎩
[D] = L2T 1
13
EXERCÍCIOS:
a) v = 2 gh
mv 2
b) Ec =
2
Fv
c) h = π
W
d) p = ρ g h
mv 2
e) W =
2
d = k.gA.tB
k .RH
v=
B
A+
RH
5) Na equação de Van der Waals para gases reais p = pressão, υ = volume específico,
que é a razão entre o volume e a massa, e t = temperatura. Determinar as equações
dimensionais das constantes a, b e k.
⎛ a⎞
⎜ p + 2 ⎟ (υ − b ) = k t
⎝ υ ⎠
14
6) Segundo a Teoria da Relatividade, um objeto que tem comprimento próprio Lo (Lo
é medido em relação a um referencial que tem velocidade zero em relação ao
objeto) possui um comprimento L = Lo /γ quando medido em relação a um
observador que se move com uma velocidade v em relação ao objeto (este efeito é
1
chamado de contração do espaço). Sabendo-se que γ = (fator de
1− β 2
v
Lorentz), onde β = (parâmetro de velocidade ou fator de dobra), determine as
c
equações dimensionais de c, β e γ.
15
1.3. Previsão de equações físicas
a) Teorema de Bridgman:
Exemplo:
G = K . Aα B β C γ
Exemplo: A força de atração entre duas cargas elétricas depende das cargas Q1 e Q2 e
da distância entre elas.
F = f(Q1, Q2, d)
Sabemos quais são as grandezas envolvidas, mas não sabemos qual é a relação
entre elas.
A = KBα D β E γ
[A] = M x LyT z
[B] = M x Ly T z
1 1 1
[D] = M x Ly T z
2 2 2
16
[E ] = M x Ly T z
3 3 3
[A] = K[B]α[D]β[E]γ
Logo,
[
M x Ly T z = K M x1 Ly1 T z1 ] [M
α x2
Ly 2 T z 2 ] [M
β x3
L y3 T z 3 ]
γ
Exemplo:
1) A potência P de uma hélice de avião depende da densidade absoluta do ar (ρ), da
velocidade angular da hélice (ω) e do raio da mesma (R). Determinar a equação
que dá esta dependência.
P = f ( ρ , ω , R)
[P] = ML2T -3
[ρ] = ML-3
[ω] = T-1
[R] = L
P = K [ρ ] [ω ] [R ]
α β γ
(M) Æ α = 1
(L) Æ 2 = -3α + γ Æ 2 = -3 + γ Æ γ = 5
(T) Æ-3 = -β Æ β = 3
P = K ρ ω 3 R5
17
2) A velocidade de uma onda que se propaga em uma corda depende da densidade
linear da corda (µ) e da força que traciona a corda (F). Uma experiência foi
realizada em uma corda de comprimento l = 1 m e massa m = 10 g que estava
sujeita a uma força F = 4 N, e encontrou-se v = 20 m/s. Determinar a expressão da
velocidade.
v = KFα µβ
[v] = LT -1
[F] = MLT -2
[µ] = ML-1
[v] = K [F]α[µ]β
(M) Æ 0 = α + β
v = KF 0,5 µ −0,5
F
v=K
µ
Determinação de K
v = 20 m/s
F=4N
m 10.10 −3
µ= = = 10 −2 kg/m
l 1
4
20 = K
10 −2
F
K=1 ∴ v=
µ
18
3) A velocidade do som em um gás depende da constante dos gases R, da massa m,
do mol M do gás e da temperatura absoluta (t). Sabe-se que a velocidade do som
no ar à temperatura de 0 oC é de 332 m/s. Determinar a velocidade para t = 40 °C.
v = f (R, m, M, t) Æ v = K.RαmβMγ tδ
[v] = LT-1
[M] = N
[t] = θ
(L)Æ 1 = 2α Æ α = 0,5
(M) Æ 0 = α + β Æ β = -0,5
(θ) Æ 0 = -α + δ Æ δ = 0,5
(N) Æ 0 = -α + γ Æ γ = 0,5
RM t
v = KR0,5m-0,5M0,5t0,5 Æ v = K
m
RM .273
332 = K
m
RM
K'= K
m
Para t = 40 °C (313 K)
19
EXERCÍCIOS
2) Sabe-se que o período de vibração (T) de uma gota é função da massa específica ρ
do fluido, da tensão superficial σ e do raio R da gota. Determinar a expressão do
período.
20
2. Teoria de Erros
Algarismos significativos
1
Ver, por exemplo, o site do NIST em http://physics.nist.gov/cuu/Uncertainty/bibliography.html
(Acessado em 29/04/2002)
21
milímetro. Assim, neste caso, as seguintes representações para a largura do corpo
seriam possíveis:
L = 12,3 mm
L = 12,0 mm
L = 12,7 mm
Note que embora a menor divisão seja de 1 mm, é possível para o operador,
neste caso, avaliar até uma casa extra. Assim, dizemos que o erro da medida devido à
precisão do instrumento, é de ± 0,5 mm (metade da menor divisão do instrumento).
Em alguns casos, a regra da metade da menor divisão não faz sentido. Um exemplo, é
no caso de uma escala com os valores de menor divisão excessivamente próximos, o
que inviabiliza a avaliação de uma casa a mais. Outro exemplo, é o caso de um
instrumento digital, onde o valor da medida é lido diretamente em um display, e não
há, portanto, como avaliar uma casa extra. Nesses casos, costuma-se utilizar a menor
divisão como sendo o erro da medida. Enfatizamos o fato de que o procedimento de
se utilizar metade da menor divisão visa apenas a definir um procedimento geral para
a estimativa do desvio devido à precisão do instrumento. Nada impede que um
instrumento mal fabricado faça com que o desvio seja maior até mesmo que a menor
divisão.2
No caso da régua apresentada anteriormente, a medida L = 12,35 mm não
estaria correta, pois a segunda casa decimal não faria sentido (não seria significativa)
para o instrumento utilizado. Existe, portanto, uma representação utilizada para
indicar o grau de precisão de nossas medidas. Nesta forma de representação, os
algarismos que são conhecidos com certeza são chamados de significativos. Após o
último algarismo significativo, temos os algarismos duvidosos. Por uma questão de
convenção, o primeiro algarismo duvidoso é também chamado de significativo.
Deste modo, se tomarmos as representações L = 12,0 mm e L = 12,00 mm, embora
estas sejam parecidas, possuem significados diferentes. A primeira indica que a
incerteza na medida realizada está na primeira casa decimal, e a segunda de que está
na segunda casa decimal. Isto indica que o instrumento utilizado para realizar a
segunda medida era mais preciso que o primeiro.
Para que seja uniformizado o processo de medida, adotaremos o seguinte
procedimento: A última casa representada somente poderá assumir valores múltiplos
da menor divisão, isto é, não iremos avaliar nenhuma casa extra*. Por exemplo,
uma régua graduada em milímetros (embora seja possível avaliar uma casa decimal,
não o faremos em nenhum caso) terá como representações possíveis para uma medida
12 , 15 , etc., porém não serão aceitos 12,5 , 15,75 , etc.
É importante neste momento esclarecermos os conceitos de precisão e de
acurácia (ou exatidão). Note que precisão tem a ver com a capacidade que um
instrumento tem de avaliar uma grandeza com menor flutuação estatística e com mais
casas significativas. Acurácia é a capacidade deste instrumento de chegar mais
próximo ao valor verdadeiro. É claro que para obter um valor próximo ao valor
verdadeiro, devemos utilizar um instrumento preciso, porém o uso de um instrumento
preciso não leva necessariamente a um valor acurado. Se o instrumento, por exemplo,
estiver descalibrado, o valor medido, embora preciso, pode diferir bastante do valor
verdadeiro.
2
Ver o artigo Helene, O. et al. , “O que é uma medida”, Revista Brasileira de Ensino de Física,
dezembro de 1991.
22
* OBS.: Este procedimento será adotado, pois, de forma geral, nos instrumentos que
permitem uma avaliação de uma casa extra, isto já é feito pelo próprio fabricante. Por
exemplo, um micrômetro que permita ler até 0,005 mm, tem essa possibilidade já
indicada no próprio instrumento.
∑x i
x= i =1
n
Desvio padrão
O valor médio, embora seja fundamental numa série de medidas, não nos
oferece a possibilidade de analisar o quanto podemos confiar neste valor. O desvio
padrão é a grandeza que nos dá esta informação, caracterizando a dispersão em um
conjunto de medidas (quanto os dados individuais estão afastados do valor médio).
Quanto maior o desvio padrão, menor é a confiança no valor médio obtido. O desvio
padrão é definido como sendo:
∑ (x i − x )2
σ= i =1
(n − 1)
23
Assim, no caso de um conjunto de n medidas, o erro do instrumento pode não
ser a melhor representação do erro da medida. Na verdade, o que se costuma fazer é o
seguinte: Como existem erros provenientes do instrumento e erros provenientes de
oscilações estatísticas, o intervalo de confiança em uma medida é obtido através da
propagação destes erros, de modo que ambos contribuem para o erro final.
Uma grandeza importante para se realizar tal propagação é o chamado desvio
padrão da média.
σ
σe =
n
p
σr =
2
3
G. L. Squires, “Practical Physics”, Cambridge University Press, 3a edição, Cambridge, p. 18, 1998.
24
Incerteza Padrão
σ p = σ e2 + σ r2
x = (x ± σ p )
Obs. 2: Quando o valor da incerteza padrão for maior do que 99, deverá ser
utilizada notação exponencial para representá-la.
Obs. 4: O número de casas decimais do valor mais provável deve coincidir com o
número de casas decimais da incerteza padrão.
Regras de arredondamento:
25
a) se a parte a ser arredondada é menor ou igual a 499999, elimina-se o valor;
b) se a parte a ser arredondada é maior do que 500000, soma-se 1 à casa anterior;
c) se a parte a ser arredondada for 500000, verifica-se se o algarismo anterior, e caso
este seja par, mantém-se, e, caso seja ímpar, soma-se 1.
Exemplos de aplicação:
Medida L (mm)
1 12,5
2 12,0
3 12,0
4 11,0
5 12,0
6 12,0
7 13,0
8 12,5
9 13,0
10 12,5
Note que devido à proximidade visual entre uma divisão e outra, não faria
muito sentido em se avaliar uma medida de comprimento como sendo 12,3 mm,
embora formalmente isso não esteja incorreto. Isso até poderia ser feito se fosse por
exemplo utilizada uma lupa para ampliar a escala, a régua tivesse suas divisões bem
definidas, e o fabricante garantisse a qualidade de sua régua.
Conforme dito anteriormente, adotaremos para a representação valores
múltiplos da menor divisão.
Podemos calcular o valor médio desse conjunto de medidas, o que nos leva ao
valor:
L = 12,2500 mm
26
O desvio padrão é então dado por:
σ = 0,5892557 mm
σ e = 0,186339 mm
σ r = 0,25 mm
L = (12,25 ± 0,31) mm
Medida d (mm)
1 75,01
2 74,98
3 75,01
4 74,99
5 75,00
6 75,01
7 75,02
Podemos calcular o valor médio desse conjunto de medidas, o que nos leva ao
valor:
d = 75,002857 mm
27
A tabela seguinte será útil para obtermos o desvio padrão:
∑ (d − d ) 2
0,001142854
σ= i =1
= ⇒ σ = 0,013801 mm
(n − 1) 7 −1
σ 0,013801
σe = = ⇒ σ e = 0,005216 mm
n 7
p
σr = ⇒ σ r = 0,005 mm
2
σ p = σ e2 + σ r2 = 0,007226 mm
σ p = 0,0072 mm
d = (75,0029 ± 0,0072) mm
28
EXERCÍCIOS
a) 0,002546
b) 0,03967
c) 0,000455
d) 0,0000753
e) 4,4798
f) 17,965
g) 0,00751
h) 0,00750
i) 0,000850
j) 0,000853
k) 278
l) 9413
m) 18975,47
n) 947,3
o) 254679,4
2. Foi realizada uma série de medidas de comprimento de uma peça metálica com
um instrumento de precisão p = 0,02 mm e foram encontrados os seguintes
resultados:
Determinar:
a) o valor médio
b) o desvio padrão
c) o desvio padrão da média (incerteza estatística)
d) a incerteza residual
e) a incerteza padrão
f) escrever o resultado da grandeza
3. Foi realizada uma série de medidas do diâmetro de uma peça metálica com um
instrumento de precisão p = 0,05 mm e foram encontrados os seguintes resultados:
25,25 24,95 25,85 25,10 25,55 24,90 24,95 25,15 25,65 25,85
Determinar:
a) o valor médio
b) o desvio padrão
c) o desvio padrão da média (incerteza estatística)
d) a incerteza residual
e) a incerteza padrão
f) escrever o valor da grandeza
29
4. A medida da largura de um corte em uma peça metálica feita com uma régua
graduada em milímetros, resultou na seguinte tabela:
56 54 54 52 52 52 52 53 53 53
Determinar:
a) o valor médio
b) o desvio padrão
c) o desvio padrão da média (incerteza estatística)
d) a incerteza residual
e) a incerteza padrão
f) escrever o valor da grandeza
30
3. Introdução à construção de gráficos
∆G (29 − 0) s s s
mX = = = 1,61 ≅ 2,0
L 18cm cm cm
31
c) segundo convenção, a variável independente deverá estar no eixo horizontal e a
dependente no eixo vertical, isto é, coloque a causa no eixo horizontal e o efeito
no eixo vertical;
Sim
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t(s)
Sim
0 2 4 6 8 10 t(s)
Não
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 10
t(s)
Não
0 10 20 t(s)
f) Procure não escrever todos os dados da tabela, que, em geral, são “quebrados”;
localize-os, sem escrever os números; pior do que esse procedimento, é escrever
exatamente os números constantes nas tabelas, sem as graduações em espaços
regulares;
5,4 Não
0 1,3 3,1 8,9 t (s)
32
x(cm)
45,0
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0 Não!
15,0
10,0
5,0
0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t (s)
i) não ligue os pontos “dois a dois” através de segmentos de retas, nem passe uma
curva “lisa” por todos os pontos; lembre-se que, em Física, nenhuma medida é
“exata”;
x(cm)
45,0
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0 Não!
15,0
10,0
5,0
0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t (s)
33
j) trace uma curva que melhor se ajuste aos pontos, ou seja, uma “curva média”, que
passe pela maioria dos pontos, de tal modo que o número de pontos situados
acima da curva seja aproximadamente igual ao número de pontos abaixo;
k) no caso em que a curva esperada é uma reta, trace uma reta média de modo que o
número de pontos que estejam acima da reta seja aproximadamente igual ao
número de pontos abaixo da reta;
l) quando for retirar o coeficiente angular de uma reta ajustada, utilize pontos do
gráfico e nunca pontos da tabela. Para tanto, monte preferencialmente um
triângulo grande, já que isso permite uma maior precisão;
30,0 Curva
25,0 Média
20,0
Sim
15,0
10,0
5,0
0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t (s)
OBSERVAÇÃO: Não é fundamental que cada escala gráfica tenha como ponto
inicial o 0 (zero), mas não é conveniente o uso de “números quebrados”. Por exemplo:
pode começar com 0,2 mas não é bom começar com 0,257. O bom senso é
fundamental para a construção de escalas legíveis.
34
EXERCÍCIOS:
a) Faça o gráfico de y vs t
b) Faça o gráfico de y vs t2 , ajuste uma reta e determine o coeficiente angular
c) Faça o gráfico de y vs x
35
4. Anamorfose
De forma geral, é conveniente trabalhar-se com gráficos de funções lineares.
Ao obtermos um conjunto de pontos experimentais, se quisermos comparar estes
resultados com algum modelo teórico, isso será mais fácil de ser feito se a função
teórica for linear. Obviamente, nem todos os sistemas físicos têm comportamento
linear, o que nos leva muitas vezes à necessidade de se proceder a linearização de uma
função, ou anamorfose.
Suponha, por exemplo, que estejamos trabalhando com um pêndulo simples,
cujo período (tempo que leva para completar uma oscilação) é dado por:
l
T = 2π
g
2π
T= l ⇒ Y = aX
g
2π
onde a = (uma constante durante o experimento) e X = l
g
⎛ 2π ⎞
2
g =⎜ ⎟
⎝ a ⎠
36
EXERCÍCIOS:
l
T = 2π
g
V (m3) p (Pa)
0,01 199.000
0,02 80.800
0,03 47.700
0,04 32.830
0,05 24.500
0,06 19.380
0,07 15.800
0,08 13.300
0,09 11.400
0,10 10.000
37
Roteiro do Experimento de Micrômetro
I. Fundamentação Teórica
CATRACA
ESCALA DO TAMBOR
38
45
5 10
40
0,5 mm
(passo)
45
5 10
L = 10,42 mm
40
20
5 10
L=
15
25
5 10
L=
20
30
5 10
L=
25
39
15
5 10
L=
10
0
5 10
L=
45
2. Calcular o valor médio (ou valor mais provável), o desvio padrão, o desvio padrão
da média (incerteza estatística), a incerteza residual e a incerteza padrão dos diâmetros
das esferas de vidro.
40
III. Exemplo de análise dos dados
n D i ( mm ) (D i − D )( mm ) (Di − D ) 2 (mm2 )
1 34,43 -0 , 1 1 4 0,012996
2 34,65 0,106 0,011236
3 34,95 0,406 0,164836
4 35,06 0,516 0,266256
5 34,03 -0 , 5 1 4 0,264196
6 34,74 0,196 0,038416
7 33,96 -0 , 5 8 4 0,341056
8 34,53 -0 , 0 1 4 0,000196
276,350 1,099188
∑D i
276,350
D= i =1
= = 34,544mm
8 8
1 1,099188
σ =
n −1
∑ ( D − D) 2 =
8 −1
= 0,3963mm
σ 0,3963
σe = = = 0,1401mm
n 8
p 0,01
σr = = = 0,005mm
2 2
D ± σ p = (34,54 ± 0,14)mm
41
Roteiro do Experimento de Paquímetro
I. Fundamentação Teórica
NÔNIO
ENCOSTO MÓVEL
VARETA
42
Para a leitura com o paquímetro, devemos verificar quando milímetros estão
sendo indicados pelo zero do nônio (milímetros anterior ao zero) e adicionar a
quantidade decimal, observando qual a divisão do nônio é coincidente com um traço
qualquer da escala principal. No caso da figura abaixo, teríamos:
14 mm
Esta leitura indicada pelo paquímetro seria, portanto, 14,26 mm, isto é, 14 mm
indicado pela escala principal, mais 0,26 mm indicado pela divisão do nônio
coincidente com um traço da escala principal.
43
II. Procedimento experimental
D C
2. Calcular o valor médio (valor mais provável), o desvio padrão, o desvio padrão da
média (incerteza estatística), a incerteza residual e a incerteza padrão da largura L.
44
III. Exemplo de análise dos dados
L = 12,530mm ∑ ( L − L) 2
= 1,6910 mm 2
σ =
1
∑ ( L − L)2 σ = 0,43346 mm
n −1
σ 0,433
σe = = = 0,13707mm
n 10
p 0,05
σr = = = 0,025mm
2 2
L ± σ p = (12,53 ± 0,14) mm
45
Roteiro do Experimento de Queda Livre
Objetivos:
- estudar o movimento de um objeto em queda livre, obtendo a partir do mesmo
o valor da aceleração da gravidade;
- construir gráfico;
- entender o significado gráfico de derivada.
Materiais necessários:
- Computador
- Interface Pasco 750
- Suporte para barra
- Prendedor
- Barra com adaptador para photogate
- Photogate
- Acrílico zebrado
I. Fundamentação Teórica
46
Para acessar o programa de aquisição de dados, siga os seguintes passos:
As duas tabelas mostradas na tela acima irão nos fornecer os dados da posição (x)
e do intervalo de tempo (∆t). Além disso é possível visualizar o gráfico da posição em
função do tempo. Note que as posições variam de 5 em 5 cm, que é a distância entre o
início de uma faixa escura e o início da faixa escura seguinte. O intervalo de tempo
(∆t) é o tempo necessário para o acrílico movimentar-se de 5 cm.
5 cm
47
Para a aquisição de dados, deve-se seguir a seguinte seqüência:
- clique inicialmente sobre o botão REC (note que ao clicar sobre o botão, se a
janela não estiver ativa, a aquisição não será iniciada e o botão não se
movimentará; nesse caso, clique novamente sobre o botão REC)
- Posicione cuidadosamente o acrílico zebrado em frente ao photogate, tomando o
cuidado para que não se interrompa o feixe de luz, conforme mostrado abaixo.:
- Solte o acrílico zebrado cuidando para que este se choque com uma superfície
macia quando atingir a bancada. Deverá ser observada na tela do computador uma
seqüência de nove valores.
- Clique sobre o botão STOP
Gráfico de X vs t
0.50
0.45
0.40
0.35
0.30
x (m)
0.25
0.20
0.15
0.10
0.05
0.00
0.000 0.050 0.100 0.150 0.200 0.250 0.300
t (s)
y = 4.899x2 + 0.7055x + 0.0001
48
Através da parábola ajustada, é possível obter o valor da aceleração da
gravidade, isto é:
1 2
y = y 0 + v0 t + gt
2
1
g = 4,899 ⇒ g = 9,8m / s 2
2
49
II. Procedimento experimental
v (m/s) t (s)
g exp − 9,78
E% = .100
9,78
8. Caso deseje, experimente usar o Excel e ajustar uma parábola aos dados de x vs t,
obtendo assim o valor da aceleração da gravidade. Compare este valor com o
obtido pelo método anterior
50
III. Exemplo de análise de dados
51
Gráfico de X vs t
0,50
0,45
0,40
0,35
0,30
x (m)
0,25
0,20
0,15
∆x
0,10
∆t
0,05
0,00
0 0,05 0,1 0,15 0,2
ta tempo (s)
3,5
3,0
2,5
v (m/s)
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
t(s)
9,6 − 9,78
E% = 100 = 1,8%
9,78
52
Roteiro do Experimento Lançamento de Projéteis
I. Fundamentação Teórica
t
v y (t ) = ∫ g .dt ⇒ v y (t ) = v0 y + gt
0
Da mesma forma, podemos obter a equação horária das posições y(t) do corpo
integrando a equação horária das velocidades, isto é:
t t
y (t ) = ∫ v y (t ).dt = ∫ (v0 y + gt ).dt
0 0
1 2
⇒ y (t ) = y0 + voyt + gt
2
t t
x(t ) = ∫ vx (t ).dt = ∫ v0 x .dt =x0 + v0 xt
0 0
53
Para o problema em questão, na posição inicial, v0y=0. Assim, podemos
escrever o vetor velocidade como sendo:
r r r
v = vx i + v y j
v y (t ) = gt
x(t ) = x0 + voxt
1
y (t ) = y0 + gt 2
2
1 g 2
y = y0 + x
2 Vx2
Funcionamento do Programa:
Vamos supor que desejamos estudar o lançamento de uma bola de uma altura de
100 m, no planeta A (Terra, g = 9.8 m/s2). Para tanto, realize as seguintes operações:
1. Inicie o programa
2. Entre com o valor da altura digitando 100 <enter>
3. Entre com o código do planeta digitando A
4. Aumente a compressão da mola digitando +
5. Para disparar o corpo digite D
Se tudo correu bem uma tela semelhante à mostrada na figura a seguir deverá
ser obtida. Caso não tenha conseguido, saia do programa e refaça todos os
procedimentos anteriores.
54
Caso deseje reposicionar o corpo em frente à mola, digite R
Comandos disponíveis
55
II. Procedimento Experimental
1. Para uma altura h =10 m e para o caso do planeta A (Terra, g = 9.8 m/s2), lance a
bola para um dado valor de compressão da mola. Lembre-se de anotar o número de
vezes que você apertou a tecla +, pois precisará desta informação posteriormente.
Anote também o tempo t e o ∆x (distância horizontal percorrida pelo corpo desde o
ponto de lançamento até o ponto em que toca o solo) para este caso.
t= ∆x =
1 x2 g
y= g e Vxg =
2 Vxg2 2k
∆y
onde: k = é o coeficiente angular obtido do gráfico.
∆x 2
4. Compare o valor obtido (Vxg) com aquele obtido dividindo-se o espaço percorrido
na horizontal pelo tempo total gasto pelo corpo para alcançar o solo (Vx).
∆x
Vxg = Vx = =
t
56
5. Repetir o item 1 para o caso de outro planeta, ou seja, h = 10m, código do
planeta = (B, C ou D) e compressão da mola igual à do item 1.
gp= Planeta:
Planeta g (m/s2)
Júpiter 26.4
Vênus 8.8
Mercúrio 3.7
g exp − gteor
E% = 100 E% =
gteor
57
Roteiro do Experimento de Leis de Newton
Objetivo:
- verificar as leis de Newton, através do uso de um trilho de ar, realizando aquisição
de dados por computador.
Materiais necessários:
I. Fundamentação Teórica
1ª Lei (Lei da Inércia): Se a resultante de forças sobre um ponto material for zero,
este tenderá a manter o seu estado de movimento, isto é, se estiver parado, continuará
parado. Se estiver em movimento retilíneo com uma velocidade v, continuará em seu
movimento com velocidade v.
58
Comentário: A segunda lei nos fornece uma relação entre a resultante de forças sobre
um corpo, e a correspondente aceleração. Essa constante de proporcionalidade é
chamada de massa inercial (ou simplesmente massa). É importante ressaltar que existe
uma outra grandeza chamada de massa gravitacional, que surge na expressão da força
de atração gravitacional entre dois corpos. Todas as medidas realizadas até hoje
indicam que a massa inercial é numericamente igual à massa gravitacional, e por isso
costuma-se utilizar simplesmente o termo "massa". Deve-se notar ainda que a segunda
lei expressa uma relação vetorial, que pode ser reescrita em termos de suas projeções,
isto é Rx = m ax, Ry = m ay e Rz = m az.
3ª Lei (Ação e reação): Para cada força de ação, existe uma força de reação
correspondente, de mesmo módulo, mesma direção e sentido oposto.
Comentário: A lei da ação e reação nos diz basicamente que as forças na natureza
sempre surgem aos pares, nunca de forma isolada. É importante notar que as forças de
ação e reação atuam em corpos diferentes, o que é em geral fonte de confusão. A
aplicação incorreta da 3a lei juntamente com a 2ª lei, leva a confusões do tipo: "Aplico
uma força de 10 N em um carrinho e este reage aplicando uma força de 10 N em mim
com sentido oposto, e assim a resultante destas duas forças é nula. Como pode então o
carrinho se mover?" Este tipo de confusão é causada pelo descuido em se verificar
que as forças de ação e reação estão aplicadas a corpos distintos e, portanto, a
resultante de forças no carrinho, neste caso, não é zero!
59
II. Procedimento Experimental
Bandeira
sinalizadora Porta-
massas
gancho
flutuador
Suporte para
contrapeso massas
Photogate v (m/s)
1
2
3
4
5. Prenda o barbante no gancho do flutuador, passe-o pela polia e coloque uma massa
de 15 g (os dois cilindros metálicos) no porta-massas, cuja massa própria vale 2 g.
Posicione o sistema antes do 1º photogate, clique sobre o botão REC e solte o
flutuador cuidadosamente. Anote na tabela abaixo os valores de velocidade e instantes
de tempo t' obtidos a partir da tabela (o tempo t' é o tempo decorrido desde o instante
em que o botão REC é acionado até o flutuador entrar no photogate, e é obtido
diretamente pelo computador). Monte a coluna t, subtraindo de todos os valores de
tempo t' o valor do tempo inicial. Anote o valor da massa pendente (m).
60
Photogate v (m/s) t' (s) t = t’ – t’o
1 t’o =
2
3
4
aexp − ateo
E% = .100%
ateo
61
Roteiro do Experimento de Atrito de Escorregamento
I. Fundamentação Teórica
isto é,
µ e = tan(θ C ) (1)
1
s − s0 = v0t + a∆t 2
2
62
2l
a=
∆t 2 (4)
Substituindo a equação (4) na equação (3), temos que o atrito dinâmico µd,
pode ser escrito como:
2l
µ d = µe − (5)
g (∆t ) cos(θ c )
2
Podemos então, a partir do tempo total ∆t gasto pelo corpo para percorrer o
plano de comprimento l, obter o valor de µd.
0 = sin (θ C′ ) − µ d cos (θ C′ )
µ d = tan (θ C′ ) (6)
Funcionamento do programa
63
As diversas áreas são respectivamente:
(1) Área de entrada de dados: Região da tela onde se procede a entrada das
características da simulação.
(3) Linha auxiliar: Utilizada para entrada ou saída auxiliar de dados e mensagens.
(5) Área de animação: Região onde é feita em tempo real a animação do bloco sobre o
plano inclinado.
64
(6) Área de gráficos: Região da tela onde é colocado o gráfico de velocidade em
função do tempo. Este gráfico acompanha em tempo real o comportamento do bloco
sobre o plano. Na parte superior do gráfico encontra-se a escala do eixo y (valor
máximo de y). Lembre-se que o valor mínimo de y é zero. O valor mínimo de x
também é zero e o valor máximo é definido na entrada de dados.
(7) Linha de ajuda: Linha com comandos possíveis e as respectivas letras que os
executam.
Par de materiais µe µd
A 0.1 0.05
B 0.2 0.10
C 0.3 0.15
D 1.4 1.10
65
Comandos disponíveis
T - Termina a simulação
66
II. Procedimento Experimental
3. Obtenha o tempo gasto pelo corpo para percorrer o plano para cada um dos 4 tipos
de pares de materiais. Use um plano não muito longo (por exemplo, 10 m). A partir
desses valores, obtenha o coeficiente de atrito dinâmico e compare os resultados com
aqueles obtidos no item 4.
Materiais A B C D
∆t
θC l = 10 m
µd m = 0.1 kg
Lembre-se que:
2l
µd = µe −
cos(θ C ) g∆t 2 e µ e = tan(θ C )
Materiais A B C D
θ C′ l = 150 m
µd = tan( θ C′ ) m = 0.1 kg
67
Roteiro do Experimento de Mesa de Forças
Objetivos:
- verificar experimentalmente o equilíbrio de um ponto;
- determinar a força equilibrante de um sistema de duas forças concorrentes utilizando
diferentes métodos.
Materiais necessários:
I. Fundamentação Teórica
A. Regra do Paralelogramo
P R
68
equilibrante (FE), cujo módulo e direção sejam os mesmos da força resultante R,
porém com sentido oposto.
P
R
FE
Q
B. Decomposição de forças
Ry R
P
Py γ
Qy δ Q
β
Px x
Qx
Rx
Px = P cos(δ) Py = P sen(δ)
Qx = Q cos(β) Qy = Q sen(β)
Rx = Px + Qx Ry = Py + Qy
69
O módulo R da força resultante e o ângulo γ que ela faz com a horizontal
serão, portanto:
Ry
R = Rx2 + Ry2 tg (γ ) =
Rx
P R
Q
θ
R = P 2 + Q 2 + 2 PQ cos(θ )
70
II. Procedimento Experimental
Polia 2
Pino
Anel guia
Polia 3
Porta
massa
3. Coloque as massas m1 e m2, conforme indicado na tabela acima (observe que cada
porta massa tem uma massa própria de 5 g). Tome o cuidado de ajustar as polias de
maneira que elas possam girar livremente e para que os fios fiquem paralelos à mesa
(ver figura anterior).
FE =
71
6. Posicione inicialmente a polia no ângulo obtido graficamente, e coloque no suporte
as massas, de maneira a obter a força encontrada anteriormente. Ajuste então o ângulo
e a massa para que seja obtido um equilíbrio perfeito (note que o anel deverá ficar
centralizado e se for deslocado de sua posição de equilíbrio deverá retornar a ela).
Indique os valores da força equilibrante e do ângulo α, obtidos experimentalmente.
FEexp = αexp =
FEteor = αteor =
72
Centro Universitário da FEI
Departamento de Física
Laboratório de Física I
Nome: ____________________________ No. _______________ Turma: ______
Data: ___/___/____
73
Apêndice: O Sistema Internacional de Unidades (SI)
Breve Histórico
Uma grandeza física só tem sentido quando pode ser medida de alguma forma.
Medir uma grandeza significa compará-la a um padrão. Por muito tempo, cada país
teve seu próprio sistema de medidas, isto é, seu conjunto de padrões. Esses sistemas
de medidas, entretanto, eram muitas vezes arbitrários e imprecisos, como por
exemplo, aqueles baseados no corpo humano, como o palmo, o pé, a polegada, etc.
Com a expansão do comércio entre os países, diversos problemas começaram a surgir,
devido a essa subjetividade de alguns padrões, e devido à pouca familiaridade que as
pessoas de uma dada região tinham com o sistema de medir das outras regiões. A
necessidade de se converter uma medida em outra era tão importante quanto a
necessidade de se converter uma moeda em outra. Em diversos países, inclusive no
Brasil Imperial, o órgão responsável pela moeda também respondia pelo sistema de
medidas.
O Governo Francês, em 1789, procurou resolver esse problema de diferentes
sistemas de unidades pedindo à Academia de Ciência da França que criasse um
sistema de medidas baseado em uma "constante natural", ou seja, procurando evitar a
arbitrariedade no sistema de medidas. Assim foi criado o Sistema Métrico Decimal,
constituído inicialmente por três unidades básicas: o metro, que deu nome ao sistema,
o litro e o quilograma.
Neste sistema, a unidade de medir a grandeza comprimento, o metro, foi
definida como sendo o comprimento do meridiano terrestre dividido por 40.000.000.
Para materializar-se esta grandeza foi construída uma barra de platina de secção
retangular, com 25,3mm de espessura e com 1m de comprimento. Esse padrão data de
1799 e não é mais usado como padrão de comprimento, servindo apenas como peça
de museu.
A unidade de medir a grandeza volume, no Sistema Métrico Decimal, foi
chamada de litro e foi definida como sendo "o volume de um decímetro cúbico". O
litro permanece ainda hoje como uma das unidades em uso no SI.
Para medir a grandeza massa, foi definido o quilograma como sendo "a massa
de um decímetro cúbico de água na temperatura de maior massa específica, ou seja, a
4,44ºC". Para materializá-lo foi construído um cilindro de platina iridiada, com
diâmetro e altura iguais a 39 milímetros.
Muitos países, inclusive o Brasil, adotaram por algum tempo o Sistema
Métrico Decimal. Apesar das vantagens que possuía, não foi possível torná-lo
universal. Além disso, o desenvolvimento científico e tecnológico passou a exigir
medições cada vez mais precisas para as diversas grandezas, o que fez com que em
1960 ele fosse substituído pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), cujas
definições são mais complexas, sofisticadas e precisas. Ainda hoje, diversos sistemas
de medidas encontram-se em uso, embora exista uma forte pressão para que se adote
de maneira global o Sistema Internacional de Unidades (SI).
O SI foi sancionado em 1960 pela Conferência Geral de Pesos e Medidas. O
Brasil adotou oficialmente o Sistema Internacional de Unidades em 1962. A
Resolução nº 12 de 1988 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial ratificou a adoção do SI no País e tornou seu uso obrigatório em
todo o território nacional.
74
Unidades SI mais utilizadas
75
potência, watt W Potência desenvolvida quando se realiza, de maneira
quantidade de contínua e uniforme, o trabalho de 1 joule em 1
energia segundo
corrente elétrica ampère A Corrente elétrica invariável que mantida em dois
condutores retilíneos, paralelos, de comprimento
infinito e de área de seção transversal desprezível e
situados no vácuo a 1 metro de distância um do outro,
produz entre esses condutores uma força igual a 2 x
10-7 newton, por metro de comprimento desses
condutores. (Unidade de Base ratificada pela 9ª
CGPM - 1948.) O ampère é também unidade de força
magnetomotriz; nesse caso, se houver possibilidade de
confusão, poderá ser chamado de ampère-espira,
porém sem alterar o símbolo A
carga de energia coulomb C Carga elétrica que atravessa em 1 segundo, uma seção
(quantidade de transversal de um condutor percorrido por uma
eletricidade) corrente invariável de 1 ampère
tensão elétrica, volt V Tensão elétrica entre os terminais de um elemento
diferença de passivo de circuito, que dissipa a potência de 1 watt
potencial quando percorrido por uma corrente invariável de 1
ampère
resistência ohms Resistência elétrica de um elemento passivo de
elétrica circuito que é percorrido por uma corrente invariável
de 1 ampère, quando uma tensão elétrica constante de
1 volt é aplicada aos seus terminais. O ohm é também
unidade de impedância e de reatância em elementos
de circuito percorridos por corrente alternada
condutância siemens S Condutância de um elemento passivo de circuito cuja
resistência elétrica é de 1 ohm. (O siemens é também
unidade de admitância e de susceptância em
elementos de circuito percorridos por corrente
alternada)
capacitância farad F Capacitância de um elemento passivo de circuito entre
cujos terminais a tensão elétrica varia uniformemente
à razão de 1 volt por segundo, quando percorrido por
uma corrente invariável de 1 ampère
temperatura kelvin K Fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do
termodinâmica ponto tríplice da água. (Unidade de Base ratificada
pela 13ª CGPM -1967). Kelvin e grau Celsius são
ainda unidades de intervalo de temperaturas.
t (ºC) =T(K) - 273,15
temperatura grau ºC Intervalo de temperatura unitário igual a 1 kelvin,
Celsius Celsius numa escala de temperaturas em que o ponto 0
coincide com 273,15 kelvins. (Unidade de Base
ratificada pela 13ª CGPM - 1967). Kelvin e grau
Celsius são ainda unidades de intervalo de
temperaturas
intensidade candela cd Intensidade luminosa, numa direção dada, de uma
luminosa fonte que emite uma radiação monocromática de
freqüência 540 x 1012 hertz e cuja intensidade
76
energética naquela direção é 1/683 watt por
esterradiano (Unidade de Base ratificada pela 16ª
CGPM - 1979)
fluxo luminoso lúmen lm Fluxo luminoso emitido por uma fonte puntiforme e
invariável de 1 candela, de mesmo valor em todas as
direções, no interior de um ângulo sólido de 1
esterradiano
iluminamento lux lx Iluminamento de uma superfície plana de um metro
quadrado de área, sobre a qual incide
perpendicularmente um fluxo luminoso de 1 lúmen,
uniformemente
77
Ângulo plano igual à
fração 1/360 do ângulo
grau º π/180 rad
central de um círculo
completo.
ângulo plano
minuto ' Ângulo plano igual à π/10.800 rad
fração 1/60 de 1 grau.
segundo " Ângulo plano igual à π/648.000 rad
fração 1/60 de 1 minuto
Intervalo de tempo igual
minuto min 60s
a 60 segundos
hora h Intervalo de tempo igual 3.600s
tempo
a 60 minutos
dia d Intervalo de tempo igual 86.400s
a 24 horas
Intervalo de duas
freqüências cuja relação
é igual a 2. (O número
de oitavas de um
intervalo de
oitava não tem intervalo de freqüências n/t
freqüências
é igual ao logaritmo de
base 2 da relação entre
as freqüências extremas
do intervalo)
unidade
Massa igual à fração
(unificada
u 1/12 da massa de um 1,660 57 x 10-27 kg
de massa
massa átomo de carbono 12
atômica)
tonelada t Massa - igual a 1.000 1.000kg
quilogramas
Velocidade angular de
um móvel que, em
movimento de rotação
velocidade rotação por
rpm uniforme a partir de uma π/30 rad/s
angular minuto
posição inicial, retorna à
mesma posição após 1
minuto
Energia adquirida por
um elétron ao
1,602 19 x 10-19 J
energia elétron-volt eV atravessar, no vácuo,
(aproximadamente)
uma diferença de
potencial igual a 1 volt
Divisão de uma escala
logarítmica cujos
valores são 10 vezes o
logaritmo decimal da
nível de
decibel dB relação entre o valor de n/t
potência
potência considerado, e
um valor de potência
especificado, tomado
como referência e
78
expresso na mesma
unidade
ρ
n = 10 log10 = db
ρ0
Divisão de uma escala
logarítmica cujos
valores são os
logarítmos neperiano da
relação entre dois
decremento
neper n/t valores de tensões n/t
logarítmico
elétricas, ou entre dois
valores de correntes
elétricas.
N = loge V1/V2 Np ou
N = loge I1/I2 Np
Símbolo do
Nome do Prefixo Fator pelo qual a unidade é multiplicada
Prefixo
peta P 1015 = 1 000 000 000 000 000
tera T 1012 = 1 000 000 000 000
giga G 109 = 1 000 000 000
mega M 106 = 1 000 000
quilo k 103 = 1 000
deci d 10-1 = 0,1
centi c 10-2 = 0,01
mili m 10-3 = 0,001
micro µ 10-6 = 0,000 001
nano n 10-9 = 0,000 000 001
pico p 10-12 = 0,000 000 000 001
femto f 10-15 = 0,000 000 000 000 001
a) As unidades do Sistema Internacional de Unidades (SI) podem ser escritas por seus
nomes ou representadas por meio de símbolos.
Exemplos:
10 metros ou 10 m
30 segundos ou 30 s
79
b) Os nomes das unidades SI são escritos em letra minúscula, exceto quando esta se
encontra no início de uma frase.
Exemplos:
quilograma; newton;
d) Nas unidades SI o acento tônico recai sobre a unidade e não sobre o prefixo:
Exemplos:
Volt Æ V
Ampère Æ A
Certo Errado
9h 25min 6s 9:25h e 9h 25' 6"
Alguns cuidados precisam ser tomados para evitar alguns erros muito comuns
quando se escrevem unidades:
Certo Errado
s s.
m m. ; mt. ; mtr. ; mt
kg kg. ; kgr.
80
b) Símbolo não tem plural: Lembre-se sempre que o símbolo das unidades SI é
invariável e, portanto, não pode ser seguido de "s" para indicar o plural. Exemplos:
Certo Errado
5m 5 ms
3 kg 3 kgs
c) Não misturar nome com símbolo: Ao escrever uma unidade composta, não misture
nome com símbolo. Exemplos:
Certo Errado
quilômetro por hora quilômetro/h
km/h km/hora
metro por segundo metro/s
m/s m/segundo
Certo Errado
dois quilogramas duas quilogramas
duzentos e cinqüenta duzentas e cinqüenta
gramas gramas
quinhentos miligramas quinhentas miligramas
oitocentos e um gramas oitocentas e uma gramas
e) Cuidado com o prefixo quilo: O Prefixo “quilo” (símbolo k minúsculo) indica que a
unidade está multiplicada por mil. Portanto não pode ser utilizado sozinho. Deve ser
dada atenção para a grafia correta do mesmo. Exemplos:
Certo Errado
quilograma; kg quilo; k
quilômetro kilômetro
quilograma kilograma
quilolitro kilolitro
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Referências complementares e sugestões de leituras
1. Vuolo, J. H., Fundamentos da Teoria dos Erros, Ed. Edgard Blücher Ltda., São
Paulo (2000).
3. Site do Bureau International des Poids et Mésures (BIPM) que pode ser acessado
no endereço http://www.bipm.fr/enus/welcome.html
7. Young, H. D., Sears e Zemansky Física, vol. I, 10a. edição, Ed. Addison Wesley,
São Paulo (2003).
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