Professional Documents
Culture Documents
SANTO ANDRÉ
2016
ANA CAROLINA FRAGAL
SANTO ANDRÉ
2016
AGRADECIMENTOS
ABSTRACT
This paper aims to contribute to a greater understanding of available slope
stabilization techniques, in particular the use of Soil Nailing technique focused in the
ABC Region.
For that, a research and characterization of the most used geotechnical
techniques for slope stabilization was made and also, in particular, a study about use
and application of Soil Nailing technique, followed by a qualitative analysis of its
advantages and limitations, linked to its growing expansion in the geotechnical
solutions market. Finally, the paper emphasizes the importance of new studies
focused on technical solutions in the geotechnical area, in order to promote more
adherence between technical solutions and geological processes, seeking for more
effective solutions according to each scenario.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 12
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13
3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 13
3.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 13
4 SÍNTESE DA BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL ..................................................... 14
4.1 O Conceito de Risco ........................................................................................ 14
4.2 Riscos Geológicos ........................................................................................... 15
4.3 Estabilidade de taludes .................................................................................... 17
4.3.1 Influência da água na estabilidade de taludes .......................................... 18
1 INTRODUÇÃO
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
perigo, existem condicionantes naturais e antrópicas que são responsáveis pelo seu
desenvolvimento. Alguns exemplos são: clima, relevo do terreno, vegetação,
desmatamento, lançamento de água servida na superfície e cortes e aterros
(Nogueira, 2006).
A consequência do possível evento, em função da vulnerabilidade C(V) do
meio é a segunda componente da equação. Segundo Castro (1998), vulnerabilidade
é o inverso da segurança, e corresponde ao nível de insegurança intrínseca de um
cenário que é definida por suas condições físicas, sociais, econômicas e ambientais.
Por exemplo, a vulnerabilidade de uma área pode ser intensificada pelo aumento de
moradias em locais susceptíveis a acidentes geológico-geotécnicos e pela falta de
condições financeiras para recuperação da área em caso de um possível acidente
(Farah, 2003). Dois eventos de mesma proporção podem ter consequências
diferentes de acordo com o local em que ocorrem. As consequências de um acidente
geológico-geotécnico em uma área ocupada com moradias precárias, frágeis e com
pouca infraestrutura são muito maiores do que a de uma área sem edificações ou
com moradias mais preparadas para tais eventos. Dessa forma, pode-se dizer que a
consequência de um determinado evento depende de quão vulnerável é a área em
questão (Nogueira, 2006).
A terceira componente da equação é o gerenciamento (g). De acordo com a
equação, quanto maior o gerenciamento, menor o risco. Segundo a UNDRO (1991),
no caso dos riscos geológicos, esse gerenciamento pode ser feito através da (1)
identificação e análise dos riscos; (2) adoção de medidas estruturais para prevenção
de acidentes e redução dos riscos; (3) adoção de medidas não estruturais (planos
preventivos, monitoramento, atendimento a emergência) e; (4) informação pública
visando à capacitação para prevenção e autodefesa.
Um fenômeno geológico pode gerar perdas ou não. Segundo Cerri & Amaral
(1998), caso ele gere danos ou perdas é chamado de acidente, caso contrário é
chamado de evento. Dessa forma, a susceptibilidade de uma área a um fenômeno
geológico está relacionada com a probabilidade de ocorrência de um determinado
evento, enquanto que o risco desta mesma área está relacionado com a
probabilidade de ocorrência de um evento acompanhado de perdas e danos, ou
seja, a probabilidade de ocorrência de um acidente.
O termo urbanização de riscos é usado por Rolnik (2001) apud Nogueira et al.
(2011a) para se referir à ocupação de áreas periféricas, que normalmente são
17
Figura 3: Variação da coesão aparente do solo coluvionar da Serra do Mar em função do grau de
saturação.
podendo ocorrer muito lentamente ou muito rápido (Castro et al., 1998). As figuras 4
e 5 apresentam um croqui esquemático e um exemplo do processo de tombamento,
respectivamente.
Esse tipo de movimento é caracterizado pela rotação, que pode ser para
dentro ou para fora da encosta, em torno de um ponto abaixo do centro de gravidade
da mesma (UNESCO, 1993).
São movimentos muito lentos (da ordem de cm/ano) e contínuos que não
apresentam uma superfície de ruptura bem definida. O movimento atinge grandes
áreas, atuando tanto na superfície quanto nos horizontes mais profundos (Castro et
al., 1998).
A causa da movimentação nos rastejos é a ação da gravidade e os efeitos
das variações de temperatura e umidade. A variação térmica gera um processo de
expansão e contração da massa de material, provocando o movimento vertente
abaixo (Garcia, 2006).
Os rastejos podem ser identificados pela observação de postes, árvores ou
cercas inclinadas no terreno. As figuras 6 e 7 apresentam croqui esquemático do
processo de rastejo e um exemplo real, respectivamente.
São movimentos rápidos (na ordem de m/h ou até m/s) com superfícies de
ruptura bem definidas lateralmente e em profundidade. Ocorrem em função da
existência de planos de fraqueza nos horizontes movimentados, que condicionam a
formação das superfícies de ruptura (UNESCO, 1993). Os escorregamentos podem
ser divididos entre planares (translacionais), rotacionais ou em cunha.
O movimento se inicia quando a relação entre a resistência ao cisalhamento
do material e a tensão de cisalhamento na superfície potencial de movimentação
decresce até atingir 1, no momento do escorregamento (Garcia, 2006).
Os escorregamentos são um dos principais riscos geológicos do Brasil. As
áreas atingidas são passíveis de zoneamento, podendo ser monitoradas a partir do
acompanhamento de dados de precipitações pluviométricas, principal agente
deflagrador do processo (Castro et al., 1998).
26
Escorregamentos Rotacionais
Escorregamentos em Cunha
4.5 Soluções
Grupos Subgrupos
Retaludamento
Canaletas
Escadas Hidráulicas
Barbacãs
Trata-se de uma estrutura similar ao muro de pedra seca, entretanto, pode ser
utilizado em taludes de até 3,0 m, pois os vazios entre as pedras, que neste tipo de
obra podem ser variadas, são preenchidos com argamassa composta de cimento e
areia, o que proporciona maior rigidez à obra (Carvalho, 1991) – figura 20.
Este muro pode ser utilizado para taludes maiores que 3,0 m. Sua estrutura é
constituída de concreto e agregados de grande porte, que são inseridos em uma
forma. Neste tipo de obra, o uso de sistema de drenagem (dreno de areia e
barbacãs) é obrigatório (Carvalho, 1991). Um exemplo de muro de concreto ciclópico
é apresentado na figura 21.
36
Crib Walls são armações de concreto, fixas entre si, que formam uma espécie
de caixa que pode ser preenchida com terra, pedras, seixos ou entulho. Essa
estrutura é auto drenante e pouco sensível a movimentação, o que torna seu uso
muito amplo (figura 22).
Para a execução de um Crib Wall é necessário, além do aterro comum, um aterro a
montante e, no caso de obras definitivas, é necessário o uso de manta geotêxtil
entre o crib wall e o aterro (Carvalho, 1991).
37
Os muros de gabião são formados por diversas caixas de tela metálica com
dupla torção. Essas caixas são preenchidas com pedras e britas encaixadas uma a
uma e amaradas de forma a garantir a estabilidade do muro. A figura 23 apresenta
um exemplo de muro de gabião.
Os gabiões podem ser do tipo:
Caixa: forma retangular que é utilizada no corpo da estrutura.
Saco: forma cilíndrica que é utilizada como apoio da estrutura.
Manta: forma retangular, mas de pequena espessura, que é utilizada
para obras complementares por ser mais maleável.
4.5.2.10 Microestacas
Figura 30: Técnicas de execução de túneis com revestimento rígido (a) e flexível (b).
Definição e Execução
é aplicado através de ar comprimido por via seca (água é misturada ao cimento logo
antes da aplicação) ou úmida (cimento é previamente misturado à água). O concreto
pode ser combinado a ferragens, telas ou fibras, de acordo com a necessidade
(Zirlis, 1999). Os equipamentos necessários para essa etapa também são de
pequeno porte, compostos, usualmente, por uma bomba de projeção, compressor de
ar, bomba d’água (no caso de via seca) e o mangote, juntamente ao bico de
projeção. A figura 33 apresenta os esquemas das fases construtivas do Solo
Grampeado, tanto com equipamentos manuais, quanto com equipamentos pesados.
Figura 32: Esquemas das fases construtivas do Solo Grampeado, manualmente ou com auxilio de
equipamentos.
Aplicações
Exemplo de Aplicação
5 MATERIAIS E MÉTODOS
6 RESULTADOS
Pela planilha é possível perceber que, em todas as áreas de risco em que são
previstas obras de contenção, o Solo Grampeado aparece como alternativa,
acompanhado ou não de outras obras.
O segundo exemplo é o do Jardim Santo André, localizado no município de
mesmo nome, tem área de 1,5 milhão de m² que chegou a abrigar 9000 famílias.
Hoje em dia, 3500 famílias ainda residem no local, as demais foram removidas ou
instaladas em conjuntos habitacionais (Moretti et al., 2012).
De acordo com o estudo técnico realizado pelo IPT (2009), foram identificados
30 setores de risco, abrangendo cerca de 2000 famílias e posteriormente, mais três
setores foram adicionados pela prefeitura. Os riscos compreendem, em sua maioria,
movimentos de massa.
De acordo com o plano diretor, as ações previstas para o Jardim Santo André
eram compostas, em sua maioria, de remoções, recuperação de áreas verdes e
consolidação geotécnica. A tabela 5 apresenta as obras previstas para cada setor de
risco. É importante ressaltar que os projetos de alguns setores não foram
encontrados.
57
Novamente, é possível perceber que, nos setores em que foram feitas obras
de contenção, a tipologia de obra mais escolhida foi o Solo Grampeado,
acompanhado de outras obras. A figura 37 apresenta uma obra de Solo Grampeado
feita no Jardim Santo André.
Espessura de 10 cm;
Armação: tela de aço Q138;
Resistência média aos 7 dias > 20MPA
Fator água/cimento = 0,5;
Consumo de cimento mínimo de 400Kg/m²
Figura 46: Gráfico comparativo entre preços de Cortina Atirantada e Solo Grampeado
O menor custo de obra, leva o Solo Grampeado a ser muito utilizado em projetos
de urbanização de favelas, por exemplo, pois com um menor custo é possível
realizar mais intervenções utilizando a mesma verba (Lima Filho et al., 2005 apud
Lima, 2007). A tabela 6 apresenta um resumo das principais diferenças entre Solo
Grampeado e Cortina Atirantada.
64
não apresenta coesão suficiente para que o talude permaneça estável até a
colocação dos grampos. A aplicação também não é satisfatória em solos com alta
porcentagem de argila, ou que sejam propensos a variação volumétrica (Springer,
2006). Além disso, a obra não deve ser feita em maciços abaixo do nível d’água.
Para tal, deve ser feito o rebaixamento permanente do lençol (Lima, 2007).
O Solo Grampeado apresenta também mais movimentações laterais e verticais,
se comparado com outras estruturas, como o atirantamento. Dessa forma, há
maiores deslocamentos provocados pela flexibilidade da estrutura. Nos casos em
que há a execução dessa obra próxima a estruturas vizinhas, sensíveis a
movimentos do terreno, a obra pode ser combinada à ancoragem tradicional
(Ortigão, Zirlis e Palmeira, 1993).
O uso de paramento com concreto projetado é também uma desvantagem.
Mesmo sendo uma opção produtiva, seu resultado estético pode gerar um
desconforto visual, especialmente em grandes taludes, onde está sujeito inclusive a
degradações antrópicas, como pichações. Nesse caso, o paramento com cobertura
vegetal pode ser mais adequado, especialmente quando se preza pelo aspecto da
obra e sua impressão aos usuários.
Outra desvantagem do Solo Grampeado é que a obra exige estruturas de
drenagem que demandam um processo de manutenção mais complexo se
comparado ao das estruturas de drenagem superficiais, utilizadas em soluções
técnicas mais simples, como o Retaludamento.
A tabela 8 resume as principais vantagens e desvantagens do uso do Solo
Grampeado como solução técnica de contenção de encostas.
66
Versatilidade/ Adaptabilidade
Paramento com concreto projetado pode
gerar desconforto visual além da
possível degradação antrópica
(pichação).
7 DISCUSSÃO
8 CONCLUSÕES
9 REFERÊNCIAS
BRUCE, D. A., JEWELL, R. A., Soil Nailing: application and practice - part 1.
Groung Engineering, v.20:1, 1986.
BYRNE, R. J. Manual for Design and Construction Monitoring of Soil Nail Wall.
Report nº FHWA-AS-96-069R. Washington, 1998. 568 p.