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CIÊNCIA POLÍTICA, UMA REFLEXÃO ACERCA DAS RELAÇÕES DE

PODER

Paula Lucia C Amaral (Fapan – Faculdade pan amazônica)1


e-mail
Maria Andreia Negrão Alves (Fapan – Faculdade pan amazônica)2
e-mail
Juliane Moraes Rezende (Fapan – Faculdade pan amazônica)3
e-mail
Marlize Kellyna Reis da Costa (Fapan – Faculdade pan amazônica)4
Marlizekellyna20@hotmail.com

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo principal discorrer sobre ciência política utilizando de
uma linha que vai desde a concepção do que é de fato ciência política, os conceitos de
poder, autoridade, estado moderno, de governo, democracia, ditadura e formas de
governo, buscando compilar todos esses conceitos e demonstrar a aplicação dos
mesmos na realidade em que estamos inseridos, utilizando como base teórica autores
como, Darcy Azambuja (2005), Reinaldo Dias (2013), Lenio Streck e José Morais
(2014).

Palavras-chave: Ciência política, Estado, Poder.

1. INTRODUÇÃO

Ciência política trata das relações de poder, onde da sua importância é de


estudar exatamente as relações da sociedade com as instituições
representantes de poder, onde essa ciência estuda as relações desses poderes
e formas de governo, a democracia, o governo e etc.
Antes é preciso que se diferencie a questão da ciência política de opinião,
pois a opinião acerca da política é baseada no senso comum, sendo assim não
tendo base teórica alguma, a ciência política por outro lado é a ciência que
buscar explicar os fatos que acontecem dentro da política e relações de poder,
tendo como base estudos e observações dentro do referido tema. “Estudo do

1 Estudante do curso de serviço social, faculdade pan amazônica (FAPAN)


2 Estudante do curso de serviço social, faculdade pan amazônica (FAPAN)
3 Estudante do curso de serviço social, faculdade pan amazônica (FAPAN)
4 Estudante do curso de serviço social, faculdade pan amazônica (FAPAN)
fenômeno político fundado em uma metodologia específica, cujo o objetivo é
analisar aquilo que é, e não aquilo que deveria ser” (BOBBIO, 1998).
Se diferenciando assim da questão da filosofia política, que busca o
estudo dos conceitos daquilo que poderia ser num plano ideal das ideais,
enquanto que a ciência política se baseia em fatos e estudos a cerca disso, ou
seja, a ciência política visa o estudo do que acontece de fato, da realidade
empírica.
Entende-se assim que a ciência política estuda as relações de poder,
também das relações humanas
“Em síntese, repetindo Bobbio, a ciência política,
compreendido como ciência do homem e do
comportamento humano, tem em comum, com
todas as outras ciências humanísticas,
dificuldades especificas que deveriam de
algumas características da maneira de agir do
homem” (ESTREK; MORAIS apud BOBBIO,
2014)
Sendo assim seguido essa linha de raciocino, a ciência política é o estudo
das interações humanas com o poder, também das expressões das ações do
homem com relação à sua forma de agir, agindo de forma a manipular a
realidade.
Para entendermos a ciência política é necessário que se explane mais
detalhadamente sobre as formas de poder, iniciando pelo entendimento do que
é governo? Buscando incialmente entender o que é o Estado e como se
manifestam essas relações de poder
.
“Platão e Aristóteles são considerados “os pais”
da ciência política. O primeiro nos livros
República/Política e leis procura construir o
Estado ideal, onde os governantes seriam
filósofos e os filósofos seriam governantes”
(AZAMBUJA, 2008)

Quando surge o Estado? Desde de sua égide até a atualidade o conceito


de estado e suas aplicações sofreram mudanças?
Buscaremos uma leitura da historicidade do Estado e das relações de
poder, desde o período medieval com os feudos, até o parlamentarismo e
presidencialismo.
Entende-se que por meio do referido trabalho buscamos o entendimento
acerca do tema proposto, objetivando o entendimento da nossa realidade
através da ciência política, o que contribuirá de forma direta dentro do âmbito do
nosso curso.
O assistente social tende a agir dentro das refrações da questão social, e
essas refrações são criadas a partir do surgimento do capitalismo com as
distribuições desiguais de renda, sendo assim o estudo da ciência política se faz
de extrema importância, para que possamos agir de forma eficaz dentro dessas
expressões de desigualdade é necessário que se compreenda da onde vem
essas divergências econômicas e sociais.

2. DO PODER À AUTORIDADE
O poder advém da sobreposição de um grupo a outro, ou de um indivíduo
aos outros, isso nasce necessariamente das relações, onde o poder pode vir
através da força ou da dependência, isso explica-nos também a relação de poder
entre Estado e sociedade.
O exercício do poder constitui-se numa das mais
importantes interações sociais existentes. O
poder intervém em todas as relações sociais, quer
sejam económicas, militares, culturais, familiares
etc., expressando-se como poder militar,
económico, sindical etc. e também como poder
político. Desse modo, podemos afirmar que na
sociedade coexistem vários tipos de poder e cada
ator social (indivíduos, grupos, classes,
organizações etc.) apresenta determinada quota
de poder que dá lugar a diversos tipos de
enfrentamentos que constituem urna parte
fundamental da vida social, constituindo-se de
fato no pleno exercício da vontade e da liberdade.
(DIAS, 2013)
Reinaldo Dias nos coloca ainda que o poder, ou seja, a dominação se da
através de outros fatores dependendo do que é admirado por aqueles
determinados indivíduos, pode ser força, persuasão, ou qualquer outro atributo
que possa vir a ser admirado pode ser primordial para que se tenha certo poder.

“O poder pressupõe sempre urna relação entre


duas ou mais pessoas, ou duas ou mais
organizações, Segundo Fleiner-Gerster, "ele
repousa sobre a forca e a superioridade de urna
parte e, simultaneamente, sobre a - relativa -
dependência ou fraqueza da outra". Ao lado da
forca e da autoridade do Estado, em Estados
onde a economia é centralizada e estatizada, a
dependência econômica pode ser utilizada para
impor decisões do Estado”. (DIAS, 2013)

E esse poder emanado das admirações dos componentes pertences ao


grupo, estabelecem hierarquia, onde um acaba por se sobrepor a outro,
utilizando-se por exemplo o poder aquisitivo, um acaba se sobrepondo a outro
porque possui mais riqueza que outro, e em uma sociedade capitalista quem tem
mais acesso a bens e poder de consumo é admirado pelos demais.
Se faz necessário pontuar que segundo Reinaldo Dias, um pode se
sobrepor a outro em questão de poder, mas sempre estarão abaixo do poder
invisível do Estado, e submisso à ele.

Aristóteles, em seu Política, identifica três tipos de


poder: o do pai sobre os filhos, o do senhor sobre
os escravos e o do governante sobre o
governado. Afirma que esses diferentes tipos de
poder também podem ser identificados com base
nos diferentes sujeitos que são os beneficiários
do exercício do poder: o poder paterno é exercido
no interesse dos filhos, o despótico no interesse
do senhor de escravos, o político no interesse de
quem governa e de quem é governado. (DIAS,
2013)
Aquele que detém o poder, e ocupa algum cargo político ou de grande
renome possui além do poder a autoridade

“Elas cumpriam a lei, agiam em nome da lei, de


uma lei feita por pessoas que ele mal conhecia de
nome – senadores, deputados. Além desses
outros o presidente da república, Os ministros, O
governador, Os secretários, apoiados por uma
força militar irresistível, obrigaram-no
frequentemente, por meio das leis, decretos,
ordens, a fazer ou não uma infinidade de coisas.
Refletindo um pouco, chegaria a conclusão de
que não obedecia propriamente às pessoas como
os homens, e sim porque eram autoridades”.
(AZAMBUJA, 2005)

DIAS concorda com a afirmação de Azambuja e coloca também que

Autoridade burocrática ou racional-legal, baseada


no cargo ou posição, formalmente instituída.
Autoridade tradicional, baseada na crença,
normas e tradições sagradas e a que as pessoas
obedecem em virtude da tradição. Autoridade
carismática, baseada nas qualidades pessoais
excepcionais do indivíduo (líder). (DIAS, 2013)

A autoridade é dada pelo poder investido numa pessoa, como no fato de


existirem eleições para determinar nossos representantes, e esses
determinados representantes eleitos teriam o poder investido a eles, a partir do
momento em que ele assume o poder ele ter o poder e conjunta a autoridade
investida a ele no exercício da sua profissão.
3. AS FACETAS DO ESTADO
O Estado antes da idade moderna é o medievo, consistia na
existência dos feudos, onde os servos, pessoas que moravam e cultivavam
nessas terras produziam para sua subsistência e da sua família, e era obrigado
a dar todo o restante para o senhor feudal que era o dono da terra, os servos
estavam ligados as terras da onde não poderiam sair

“O senhor feudal detinha o poder econômico, o


político, o militar, o jurídico e o ideológico sobre
“seus” servos. Para ampliar suas riquezas, os
senhores feudais apelavam para as guerras de
conquistas e para o matrimônio” (MORAIS,
STRECK, 2014)

Para MORAIS E STRECK (2014) não se pode precisar exatamente


quando houve a passagem do feudalismo para o capitalismo, sendo segundo
eles na verdade o capitalismo foi se incorporando junto ao feudalismo na
sociedade e ganhando cada vez mais espaço e com isso o capitalismo ganha
força e se instala.
Não existia Estado centralizado, isso vem com o capitalismo, o sistema
feudal tinha a sua concentração de poder distribuída pelos feudos.

“Em face das características stricto sensu da


forma estatal medieval, é razoável afirmar que
não existiu Estado centralizado no decorrer do
período medieval, exatamente pela fragmentação
dos poderes em reinos, feudos e etc.” (MORAIS,
STRECK, 2014)

No Estado moderno a concentração de poder vai direto para os monarcas,


como citamos acima, na passagem do Estado feudal pré-moderno para o Estado
moderno, a grande mudança é a concentração de poder que deixa de ser
distribuição para ser concentrada em um só local, no caso nas mãos dos reis, ou
seja, a descrição das monarquias absolutistas. Como nos coloca MORAIS e
STRECK, essa concentração de poder absolutista, tendo o rei como
administrador e dono de tudo, foi uma estratégia voltada para a não dissolução
dos territórios.
“Tal estratégia absolutista serviu
fundamentalmente para, na passagem do modelo
feudal para o moderno, assegurar a unidade
territorial dos reinos, sustentando um dos
elementos fundamentais da forma estatal
moderna: o território”. (MORAIS e STRECK,
2014)

O poder absolutista se baseava, se mantinha no poder por meio da sustentação


da tese de que esses seriam representante de Deus na terra, nesse período
onde o povo era extremamente ligado à religião essa ideia se sustenta.

“Isso significa dizer que o modelo de dominação


carismática soçobra diante do modelo de
dominação legal-racional. E o poder do exército
será fundamental para a manutenção do cerne da
estrutura do Estado Moderno: a soberania
territorial. Ou seja, o homem do medievo passa de
servo da gleba, praticamente propriedade do
senhor feudal, para súdito do Rei. E a relação de
poder passa de ex parte príncipe para ex parte
princípio” (MORAIS e STRECK, 2014)
A mudança do Estado absolutista para o Estado liberal se deu inicialmente
pela movimentação da burguesia no intuito de não mais se contentar apenas
com os ganhos monetários, pois em questão de autoridade não importando a
acumulação de dinheiro nunca se igualavam aos nobres, compravam títulos de
nobres falidos, mas mesmo assim não conseguiu a autoridade que tanto
desejavam, entretanto era necessário que o povo decidisse auxiliar nessa
mudança de conjuntura, então a burguesia acaba por convencer a plebe a
participar da revolução.
“Com a revolução Francesa, a burguesia
inaugura seu poder político como classe “acabava
ele de suprimir a contradição com o passado.
Quando, porém, a propaganda jacobina aliciava
adeptos para as teses de Rousseau, e a
convenção elaborava a Constituição inaplicada
de 1793, quando Baubouef caía moribundo aos
pés do cadafalso, pagando com a vida a primeira
conspiração socialista dos novos tempos, O
Terceiro Estado, castigado ironicamente pela
história, via abrir-se-lhe aos olhos a contradição
do futuro: a contradição burguesia-proletariado,
aquela que na sequência do conflito ideológico
lhe haveria de ser fatal à conservação intacta dos
privilégios econômicos adquiridos” (MORAIS e
STRECK, 2014, p.54)
Os sistemas de governo que iremos discorrer é o parlamentarismo e a
presidencialismo, as monarquias persistem em vigência até a atualidade,
entretanto não são mais absolutistas, são parlamentaristas, onde o sistema de
governo e delimitado pelo parlamento, tendo controle sob o poder político,
enquanto que a coroa em si acaba por não governar mais.
Pode-se afirmar, portanto, que o sistema de
governo parlamentar é baseado num poder
tripartite: do eleitorado, do Parlamento e do
Executivo. No primeiro, que é a expressão do
povo, reside o princípio da legitimidade como
base para orientação política. No segundo, a
representatividade baseada e atualizada no
procedimento eleitoral e intermediada pela
existência de um sistema de partidos. No terceiro,
a operacionalidade que se apresenta na ação de
governo. (DIAS, 2013, p. 161)
No sistema parlamentar apesar de que quem delimita as ações políticas
seja o parlamento, a família real é utilizada como um símbolo, uma
representação dos costumes e moral. O Presidente do parlamento pode ser
eleito através do voto direto do povo e também sob o voto do próprio parlamento
e de delegados, entretanto mudando a forma de contagem de votos um país
para outro,

Os chefes de Estado, de modo geral, apresentam


pouca visibilidade no cenário político, pois sua
função não é de direção, mas de integração e
moderação: constituem o símbolo da unidade
nacional e a representam. Os chefes de Estado
nas monarquias apresentam mais visibilidade que
nas repúblicas em virtude de maior exposição e
tradição da realeza, como a rainha da Inglaterra,
o rei da Espanha etc. (DIAS, 2013, p.162)
Assim com esclarecido por Reinaldo Dias, existe a diferença entre os
chefes de estados monárquicos e não monárquicos, mas essa diferenciação se
deixa estrita à exposição, onde a família real é sempre mais assediada.
A manutenção do equilíbrio de poderes do
parlamentarismo se fecha com a instituição da
dissolução do parlamento, que é da competência
do governo; deste modo nenhum dos poderes
tem garantido um mandato de prazo fixo - como
ocorre com o presidencialismo. O governo
depende da confiança do Parlamento, e este
depende da confiança do governo. (DIAS, 2013,
p. 163)
O presidencialismo é caracterizado pela representação do poder
executivo nas mãos do chefe do estado no caso o presidente, sendo eleito de
forma democrática, através da democracia indireta que é a democracia
representativa.
“Este sistema tem sua principal característica no
princípio da separação das funções dos Poderes
Executivo e Legislativo. O presidente e seus
ministros não fazem parte do Congresso ou do
Parlamento. Existe urna independência recíproca
entre os dois órgãos institucionais: o presidente
não está sujeito ao voto de censura do
Congresso, e nem este pode ser dissolvido pelo
Executivo. Neste sistema de governo, o seu
funcionamento repousa numa interdependência
recíproca coordenada, na qual cumpre um papel
importante o sistema partidário”. (DIAS, 2013, p.
164)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final desse trabalho pode-se perceber que a linha que fora traçada, foi
discutida por inteira, que teve como objetivo discorrer de forma simplificada sobre
a ciência política, ou seja, as relações de poder, onde fora colocado em
discussão desde o início das relações de estado pré-moderno até as formas de
relações presentes na atualidade,
O sistema e o ser humano como ser social se modifica, e busca novas
formas de aprimoramento. Apesar da instauração do governo representativo,
podemos afirmar com base nesse trabalho que isso comparando com o modo
pré-moderno é extremamente melhor para o povo, onde a principal mudança
dentro do estado moderno fora as relações é também a implantação do voto
direto, mesmo que não seja em todos sistemas.
Em suma, pode-se ter um sentimento de dever cumprido acerca deste
trabalho, construído com empenho e dedicação.

5. REFERÊNCIAS

AZAMBUJA, Darcy. Introdução à ciência política, 17ª Ed. São Paulo: Globo,
2005.

DIAS, Reinaldo. Ciência política, 2ª Ed. São Paulo: Atlas S.A. 2013.

STRECK, Lenio Luis; MORAIS, Jose Luis Bolzan, Ciência política e teoria do
estado, 8ª Ed. Porto Alegre: livraria do advogado editora, 2014

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