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Semiótica Visual | AESO | prof.

Verônica Freire

DOMÍNIOS DA IMAGEM
Santaella & Noth (2001)
O universo imagético é dividido em dois domínios:
- domínio material, de imagens como representações visuais concretas (desenhos, gravuras, pinturas,
fotografias);
- domínio imaterial, mental (fantasias, imaginações, esquemas, modelos e representações mentais em
geral).

Estes domínios não ocorrem separadamente. Uma representação visual em algum momento passou pela
mente, da mesma forma que uma imagem mental não é pensada ou imaginada sem haver uma referência
concreta. A imagem é uma síntese de elementos em simultaneidade.

Os domínios da imagem constituem quatro planos de composição:


Plano de Expressão: “o que a imagem mostra”;
Plano de Conteúdo: “os elementos representados”;
Plano do Significante: “a realidade a qual faz referência”
Plano do Significado: “o que a imagem significa”.

FUNÇÕES DA IMAGEM
Camargo (1998)
A imagem tem função REPRESENTATIVA quando imita a aparência do objeto ao qual se refere.

Tem função DESCRITIVA quando detalha a aparência do objeto representado. Quando a representação vai
detalhando a aparência de um determinado objeto, passa-se da função representativa à função descritiva.
Entre a função representativa e a função descritiva não há propriamente diferença de natureza, mas de
grau: a representação tem caráter sintético, enquanto a descrição tem caráter analítico.

A imagem tem função NARRATIVA quando situa o objeto representado através de transformações (no
estado do objeto representado) ou ações (por ele realizadas). Da mesma forma como ocorre com a função
descritiva, a função narrativa pode apresentar diferentes graus de narratividade, por exemplo, narrar uma
história, uma cena ou uma ação, ou apenas sugeri-las.

A imagem tem função SIMBÓLICA quando é direcionada para um significado sobreposto ao objeto
referente, mesmo que arbitrariamente, como é o caso das bandeiras dos países. Em sua função simbólica,
a imagem pode ter significados convencionais, como é o caso da imagem do coração, que simboliza o
amor.

A imagem tem função EXPRESSIVA quando é direcionada para o emissor, ou seja, o produtor da imagem,
revelando seus sentimentos e valores, bem como quando ressalta os sentimentos e valores do objeto
representado.
A imagem tem função ESTÉTICA quando é direcionada para a forma da mensagem visual, ou seja, quando
enfatiza sua configuração visual, quando enfatiza a estruturação dos elementos visuais que a configuram,
como linha, forma, cor, luz, espaço etc, chamando a atenção do observador. Essa configuração pode ser
construída através de diversos níveis de organização: estruturas lineares, formais, cromáticas, agenciando
repetições, alternâncias, simetrias, contrastes, entre outras.

A imagem tem função CONATIVA quando é direcionada para o destinatário, visando influenciar seu
comportamento, através de procedimentos persuasivos ou normativos. O modo persuasivo está presente na
publicidade, na propaganda política, religiosa, etc. O modo normativo está presente, por exemplo, na
sinalização do trânsito, em que sinais gráficos (linhas e formas geométricas) e ícones determinam normas
ou proíbem ações.

A imagem tem função FÁTICA quando a comunicação é direcionada para o “discurso visual”, responsável
por manter o contato com o observador. Essa função mistura elementos verbais e visuais, para chamar a
atenção do observador.

A imagem tem função de PONTUAÇÃO quando é direcionada para o texto junto ao qual está inserida,
sinalizando seu início, seu fim ou suas partes, criando pausas no texto, ou destacando elementos. Na mídia
impressa, por exemplo, como uma revista periódica, elementos visuais como a cor, o tamanho e o tipo de
letra reforçam a identificação das diferentes seções, enquanto certos ícones, sinais gráficos ou formas
geométricas indicam a continuação ou o fim das matérias. Na área editorial, ‘capitulares’ indicam o início ou
o fim de partes ou capítulos de livros.

CAMARGO, Luis Hellmeister de. Poesia infantil e ilustração: estudo sobre Ou isto ou aquilo de Cecilia
Meireles. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem.
Campinas – SP: UNICAMP, 1998.

SANTAELLA, Lucia; NOTH, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. 3.ed. São Paulo: Iluminuras,
2001.

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