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Salve o artigo disponível na Unidade III, depois, aponte os elementos de sua estrutura básica
conforme a legenda abaixo. Em seguida, escreva um breve comentário sobre a sua análise do
artigo lido, procurando responder se o artigo analisado cumpriu seu(s) objetivo(s) e, finalmente,
poste a sua resposta no local indicado para isso.
Sucesso a todos!
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
INTRODUÇÃO:
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
OBJETIVO
REFERENCIAL TEÓRICO-
METODOLOGICO
JUSTIFICATIVA
DESENVOLVIMENTO/ANÁLISE
CONCLUSÃO/RESULTADO DA
ANÁLISE
Observações
1. Caso não consiga as cores determinadas na legenda, elabore a sua.
RESUMO
O foco do presente estudo é identificar comportamentos sexistas durante atividades
desenvolvidas no âmbito escolar como também analisar este tema por meio do uso
da Literatura Infantil, sobretudo porque, ao lidar com o real e o imaginário, o trabalho
com o texto literário possibilita refletir sobre os comportamentos impostos pela
sociedade para ambos os sexos. Esta experiência foi fundamentada no Referencial
Curricular Nacional da Educação Infantil (1998), Bento (2011), Correia (2012),
Abramovich (1997), Scott (1995), Gregorin Filho (2009), Favilli e Cavallo (2017). Essas
duas últimas, principalmente, por promoverem uma reflexão sobre como trabalhar
questão de gênero com crianças, de forma natural e lúdica, considerando ser este um
tema delicado por estar relacionado à valores e costumes familiares. Desta forma, o
referido estudo permitiu compreender que as crianças em idade de alfabetização, não
apresentam nenhuma resistência no que diz respeito à compreensão de que não
existe “brincadeira de menino ou brincadeira de menina”, e que podem realizar
atividades que desejam, sem que esta postura seja uma indicação de sua orientação
sexual. Entendemos que esta pesquisa também promoveu a percepção da
discriminação dos gêneros e que os comportamentos pré-determinados são
construções culturais, que existem nas relações dos adultos, mas ainda não
conseguiram contaminar totalmente a cultura da criança.
1 INTRODUÇÃO
1
Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. Discente do Curso de Especialização
em Literatura e Ensino do IFRN.
2
Professor do Curso de Especialização em Literatura e Ensino do IFRN. Mestre em Literatura Comparada pela
UFRN.
Instituição pública do município de Ceará-Mirim no estado do Rio Grande do Norte,
com o intuito de perceber como se dá as interações entre meninos e meninas no que
diz respeito ao gênero. Sabendo que esta é a fase em que as crianças estão
construindo sua identidade e que isso se dá através da convivência com pessoas e
com o meio Sabendo que esta é a fase em que as crianças estão construindo sua
identidade e que isso se dá através da convivência com pessoas e com o meio em
que está inserida, é que torna a escola um lugar em que acontece, de forma natural,
tal desenvolvimento.
O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI), documento
elaborado e distribuído pelo MEC em 1998 com o objetivo de ser usado como guia,
indicando caminhos a serem trilhados por todos os envolvidos na Educação Infantil,
levando sempre em consideração as especificidades de cada criança e a diversidade
cultural em que está inserida, bem como a sua faixa etária, afirma que “por volta dos
5 e 6 anos a questão de gênero ocupa papel central no processo de construção da
identidade” (RCNEI, 1998, p. 20), pois nesta faixa etária as crianças ainda estão
construindo laços e desenvolvendo alguns valores, opiniões e comportamentos,
naturalmente baseados em um adulto. Considerando que a sociedade estabelece
paradigmas no que diz respeito ao que se esperar do comportamento de meninos e
de meninas, discutimos que este conceito só é possível devido às práticas sexistas
que norteiam nossas escolas e nossa sociedade.
Além disso, o referido trabalho tem como foco principal identificar práticas
sexistas no ambiente escolar durante as interações de meninos e meninas, como
também apontar algumas obras destinadas ao público infantil e identificar junto com
as crianças, os comportamentos esperados de cada gênero, pois, segundo Gregorin
Filho (2009, p.78)
trabalhar com Literatura Infantil em sala de aula é criar condições para que se
formem leitores plurais. Muito mais do que uma simples atividade inserida
em propostas de conteúdos curriculares, oferecer e discutir Literatura em
sala de aula é poder formar leitores, é ampliar a competência de ver o mundo
e dialogar com a sociedade.
Figura 3 Figura 4
[...] para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para
escolher seus companheiros e os papéis que irão assumir no interior de um
determinado tema e enredo cujos dependem unicamente da vontade de
quem brinca. (RCNEI,1998, p. 28).
Sabemos que o primeiro contato que as crianças têm com histórias é através
da forma oral, através da voz da mãe ou de outro responsável seja contando histórias
inventadas ou contos de ninar durante o embalo para dormir. Como também poder se
divertir imaginando aquele personagem ou aquela situação inusitada vivida por tal
personagem. Ouvir histórias é descobrir uma variedade de situações de conflitos, de
desentendimentos, de problemas tão reforçados nestas obras e a partir daí absorver
aprendizados e aplicar à vida real. Como também experimentar sentimentos como
alegria, tristeza, medo, piedade, insegurança e tantos outros que a narrativa provoca
e aprender a controlar dentro de nós o que eles fazem florescer. É possível também
conhecer outros lugares, outras paisagens, outros jeitos de se vestir e de ser, outras
opiniões, desenvolvendo assim seu lado crítico.
Nesse sentido, Abramovich (1997, p. 23), mais uma vez, nos diz que “[...] o
escutar pode ser o início da aprendizagem para se tornar leitor” e com este
entendimento, durante a roda de leitura, utilizamos o livro Histórias de ninar para
garotas rebeldes (2017) das escritoras Elena Favilli e Francesca Cavallo. Este livro é
constituído de histórias de 100 mulheres que se destacaram no que se propuseram a
fazer, geralmente tarefas em geral classificadas como masculinas.
Histórias escritas de forma suave, com uma linguagem clara e objetiva,
iniciando sempre com a expressão “Era uma vez”, o que dá uma leveza e
encantamento característico dos contos. Nota-se que as autoras fazem uso desta
expressão talvez fazendo uma ironia por se tratar de histórias de mulheres reais que
não se comportaram como a sociedade rotulava, como se esperava que elas
encarassem os fatos ocorridos em suas vidas, remetendo aos contos clássicos nos
quais as mulheres são retratadas como figuras delicadas e indefesas sempre à espera
de alguém que as salve, normalmente um príncipe encantado, figura masculina forte
e corajosa.
Iniciamos com a história de Maya Gabeira, a surfista brasileira que enfrentou
a negativa da sociedade e de seus pais em praticar o esporte surfe e que se destacou
mundialmente nesta atividade. Porém, sofreu um grave acidente enquanto surfava,
mas não desistiu. Ela se recuperou e voltou à mesma praia para surfar novamente. E
assim se tornou campeã de surfe feminino. As crianças ficaram surpresas ao
descobrirem que uma menina era capaz de praticar um esporte tão perigoso e tão
“masculino”. E superar seus medos para poder vivenciar o que tanto desejava.
Dando continuidade, apresentamos a história de Alfonsina Strada, uma
ciclista italiana que também encarou seus medos e toda a sua família para fazer o que
gostava, andar de bicicleta e se tornou uma recordista ao participar de um circuito
totalmente masculino. E assim fomos mostrando outras histórias fabulosas, como a
de Lella Lombardi, pilota de Fórmula 1 que, apesar das diversas tentativas em seguir
carreira neste esporte, percebeu que esta modalidade não está preparada para
receber atletas mulheres.
Após as diversas leituras da obra Histórias de ninar para garotas rebeldes as crianças
foram orientadas a fazerem um desenho que representasse seu desejo em
relação a alguma atividade que eles queriam praticar quando fossem adultos.
Percebemos que a maioria das meninas ilustraram atividades que até então
concebiam como tipicamente masculinas nos levando a acreditar que estas histórias
trabalhadas em sala de aula provocaram nas alunas a compreensão de que elas,
como as personagens destas histórias, podem exercer atividades com as quais se
sintam bem. Observamos que na figura 5 e 6, as alunas desenharam “surfista”,
fazendo referência à história de Maya Gabeira. A figura 7 ilustrou uma “bombeira”.
Apesar de não ter contado nenhuma história sobre tal profissão, talvez ela tenha se
baseado na primeira atividade onde algumas crianças desenharam bombeiros sendo
homens.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil gostosuras e bobices. São Paulo: Editora Scipione,
1997.
BENTO, Berenice. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Natal: UFRN.
Dísponível em <http://www.scielo.com.br> Acessado em 06.05.2017.
BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC/SEB,
2010.
FAVILLI, Elena; CAVALLO, Francesca. Histórias de ninar para garotas rebeldes: cem fábulas
sobre mulheres extraordinárias. Tradução: Carla Bitelli, Flávia Yacubian e Zé Oliboni.São
Paulo: Vergara & Riba Editoras,2017.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. New York:
Columbia University Press, 1988 (p.71 a 99). Tradução de Guacira Lopes Louro,
versão em francês. Revisão de Tomaz Tadeu da Silva, de acordo com o originai
em
inglês. Dísponível
em
<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1210/scott_gender2.p
df>. Acessado em 04.05.2017.