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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE

CAMPUS EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Curso de Especialização em Literatura e Ensino

Disciplina: Leitura e Produção do Texto Acadêmico 2018.2


Professoras: Joilza Cortez, Bruna Rafaelle, Elisângela Dias e Natália Moura
Nome: Olavo Barreto de Souza
Polo: Cuité de Mamanguape/PB

ATIVIDADE AVALIATIVA DA UNIDADE III

Salve o artigo disponível na Unidade III, depois, aponte os elementos de sua estrutura básica
conforme a legenda abaixo. Em seguida, escreva um breve comentário sobre a sua análise do
artigo lido, procurando responder se o artigo analisado cumpriu seu(s) objetivo(s) e, finalmente,
poste a sua resposta no local indicado para isso.

Sucesso a todos!

Para responder ao que se pede, use a seguinte legenda:

ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
INTRODUÇÃO:

CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

OBJETIVO
REFERENCIAL TEÓRICO-
METODOLOGICO

JUSTIFICATIVA

DESENVOLVIMENTO/ANÁLISE
CONCLUSÃO/RESULTADO DA
ANÁLISE
Observações
1. Caso não consiga as cores determinadas na legenda, elabore a sua.

Comentário sobre o artigo lido:


A LITERATURA INFANTIL COMO ALIADA NO ENSINO NÃO SEXISTA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL

Fabiana Fernandes Siqueira Cavalcanti (IFRN)1


José Marcelino Ferreira Júnior (IFRN)2

RESUMO
O foco do presente estudo é identificar comportamentos sexistas durante atividades
desenvolvidas no âmbito escolar como também analisar este tema por meio do uso
da Literatura Infantil, sobretudo porque, ao lidar com o real e o imaginário, o trabalho
com o texto literário possibilita refletir sobre os comportamentos impostos pela
sociedade para ambos os sexos. Esta experiência foi fundamentada no Referencial
Curricular Nacional da Educação Infantil (1998), Bento (2011), Correia (2012),
Abramovich (1997), Scott (1995), Gregorin Filho (2009), Favilli e Cavallo (2017). Essas
duas últimas, principalmente, por promoverem uma reflexão sobre como trabalhar
questão de gênero com crianças, de forma natural e lúdica, considerando ser este um
tema delicado por estar relacionado à valores e costumes familiares. Desta forma, o
referido estudo permitiu compreender que as crianças em idade de alfabetização, não
apresentam nenhuma resistência no que diz respeito à compreensão de que não
existe “brincadeira de menino ou brincadeira de menina”, e que podem realizar
atividades que desejam, sem que esta postura seja uma indicação de sua orientação
sexual. Entendemos que esta pesquisa também promoveu a percepção da
discriminação dos gêneros e que os comportamentos pré-determinados são
construções culturais, que existem nas relações dos adultos, mas ainda não
conseguiram contaminar totalmente a cultura da criança.

PALAVRAS CHAVE: Educação infantil. Gênero. Literatura não-sexista

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo resulta de uma pesquisa com crianças da Educação Infantil


com faixa etária de 5 anos do Centro de Educação Infantil Monsenhor Rui Miranda ,

1
Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. Discente do Curso de Especialização
em Literatura e Ensino do IFRN.
2
Professor do Curso de Especialização em Literatura e Ensino do IFRN. Mestre em Literatura Comparada pela
UFRN.
Instituição pública do município de Ceará-Mirim no estado do Rio Grande do Norte,
com o intuito de perceber como se dá as interações entre meninos e meninas no que
diz respeito ao gênero. Sabendo que esta é a fase em que as crianças estão
construindo sua identidade e que isso se dá através da convivência com pessoas e
com o meio Sabendo que esta é a fase em que as crianças estão construindo sua
identidade e que isso se dá através da convivência com pessoas e com o meio em
que está inserida, é que torna a escola um lugar em que acontece, de forma natural,
tal desenvolvimento.
O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI), documento
elaborado e distribuído pelo MEC em 1998 com o objetivo de ser usado como guia,
indicando caminhos a serem trilhados por todos os envolvidos na Educação Infantil,
levando sempre em consideração as especificidades de cada criança e a diversidade
cultural em que está inserida, bem como a sua faixa etária, afirma que “por volta dos
5 e 6 anos a questão de gênero ocupa papel central no processo de construção da
identidade” (RCNEI, 1998, p. 20), pois nesta faixa etária as crianças ainda estão
construindo laços e desenvolvendo alguns valores, opiniões e comportamentos,
naturalmente baseados em um adulto. Considerando que a sociedade estabelece
paradigmas no que diz respeito ao que se esperar do comportamento de meninos e
de meninas, discutimos que este conceito só é possível devido às práticas sexistas
que norteiam nossas escolas e nossa sociedade.
Além disso, o referido trabalho tem como foco principal identificar práticas
sexistas no ambiente escolar durante as interações de meninos e meninas, como
também apontar algumas obras destinadas ao público infantil e identificar junto com
as crianças, os comportamentos esperados de cada gênero, pois, segundo Gregorin
Filho (2009, p.78)

trabalhar com Literatura Infantil em sala de aula é criar condições para que se
formem leitores plurais. Muito mais do que uma simples atividade inserida
em propostas de conteúdos curriculares, oferecer e discutir Literatura em
sala de aula é poder formar leitores, é ampliar a competência de ver o mundo
e dialogar com a sociedade.

Como se sabe que o educador assume papel fundamental na construção


desta identidade, por ser elo mediador do conhecimento, se fez necessário analisar
sobre a postura deste educador durante o processo de construção de identidade dos
alunos. Para tanto, teve-se como base algumas referências que tornaram este
trabalho possível: o RCNEI, que norteia todo o trabalho por se tratar de um documento
importante no que diz respeito à primeira infância e suas peculiaridades; Joana Scott
(1995) que traz o conceito de gênero que é utilizado nos dias de hoje. E sobre este
tema, Scott (1995) ressalta que “gênero deve ser redefinido e reestruturado em
conjunção com uma visão de igualdade política e social que inclua não somente o
sexo, mas também a classe e a raça”. Trata-se de entender gênero como uma forma
de indicar as construções sociais sobre os papéis de cada indivíduo, homem e mulher.
Pois gênero tem como conceito central: o de que ele é o resultado das relações sociais
baseado nas diferenças percebidas entres os sexos. Berenice Bento (2011) que
defende que é na escola que acontece a afirmação do nosso pensamento e que a
mesma ainda não está preparada para tal diversidade; e Gregorin Filho (2009) propõe
a relevância de se utilizar a Literatura Infantil em sala de aula.
Este trabalho está dividido em três tópicos. No primeiro, fazemos um
levantamento de comportamentos sexistas nas crianças durante atividades
desenvolvidas na escola. No tópico seguinte, afirmamos a relevância de se trabalhar
com a literatura a fim de que as crianças percebam que na atualidade as mulheres
estão ocupando espaços que eram rotulados como masculino e que estão
impregnados na nossa sociedade refletindo assim nas crianças. No último, analisamos
o papel do professor no que diz respeito à uma nova postura sobre gênero com crianças
da Educação Infantil.

2 IDENTIFICANDO COMPORTAMENTOS SEXISTAS

Entendendo que a criança interage de forma espontânea com outras crianças


e que é durante estas interações que ela imita a vida adulta, observamos alguns
aspectos sexistas durante estes momentos. Realizamos uma atividade em que as
crianças teriam que desenhar pessoas desenvolvendo algumas funções, tais como:
atleta do futebol (fig.1), surfista (fig.2), piloto de avião(fig.3) e policial (fig.4). Após
análise dos desenhos observamos que todas as personagens foram representadas
por figuras masculinas como mostra as imagens abaixo:
Figura 1 Figura 2

Fonte: Aluno do Nível IV Fonte: Aluno do Nível IV

Figura 3 Figura 4

Fonte: Aluno do Nível IV Fonte: Aluno do Nível IV

Por se tratar de tarefas geralmente desenvolvidas por homens e baseado, no


que diz Correia (2012), que “a sociedade cria, legitima e mantém papéis sociais
identificados com os sexos e os vestem feitos camisas-de-força nas crianças desde
muito cedo”, era de se esperar este comportamento dos alunos. Em seguida, após
uma discussão em sala de aula a respeito das atividades, que também são
desenvolvidas pelas mulheres, assunto este surgido após uma aluna responder, ao
ser convidada a brincar por um colega de sala: “Eu não vou brincar com você. Minha
mãe disse que brincadeira de luta é de menino”. Imediatamente, algumas meninas
afirmaram que mulheres também lutam e que viam na TV. Isto gerou divergências
entre os alunos, cada qual com sua opinião repetindo o que seus pais as orientavam
em casa.
Em relação ao contexto familiar, o próprio RCNEI (1998 pág.76) destaca a
importância do respeito às diferentes estruturas familiares encontradas hoje na
sociedade, incluindo seus costumes e valores. Este documento ainda afirma que as
crianças têm direito de serem criadas e educadas no seio de sua família e que a escola
é a primeira instituição social responsável pela efetivação dos direitos básicos da
criança, cabendo, portanto, às instituições de ensino estabelecer um diálogo aberto
com a família da criança.
Deixou-se que a discussão continuasse até solicitarem a opinião da
professora. Como a função do docente é orientar, bem como a de qualquer adulto que
esteja responsável pela formação social de uma criança, é que pensamos em
trabalhar este tema fazendo uso de livros da Literatura Infantil, de modo que as
crianças pudessem perceber em qual papel elas estão inseridas e se podiam exercer
outra função social, sem ser necessariamente aquela imposta pela sociedade para
cada gênero. Dando continuidade, foram apresentadas imagens de mulheres da vida
real exercendo diversas funções e assim as crianças demonstraram surpresa ao
verem mulheres executando atividades atribuídas pela sociedade como tipicamente
masculina.
Após essa atividade, com o intuito de trazer aspectos dessa realidade para o
cotidiano do aluno, nos reunimos em círculo para uma conversa informal. Decisão
tomada após presenciar o diálogo entre as crianças anteriormente mencionado e que
só vem confirmar que estão orientando as crianças para serem espelhos que repitam
o que fomos ou que sejam o que desejamos

[...] a imitação é resultado da capacidade de a criança observar e aprender


com os outros e de seu desejo de se identificar com eles, ser aceita e
diferenciar-se. É entendido aqui como reconstrução interna e não
meramente cópia ou repetição mecânica. (RCNEI,1998, pag.28).

Dessa forma, entendemos que as crianças precisam ser livres para


escolherem suas brincadeiras, suas opiniões e preferências, como afirma o artigo 7
das Diretrizes Curriculares da Educação Infantil (2009) quando ressalta a importância
de se educar construindo novas formas de socialização e de subjetividade que sejam
comprometidas com os aspectos lúdicos ao mesmo tempo em que promovam o
rompimento das relações de gênero. Complementando, o artigo 9, do mesmo
documento, fala da importância das escolas promoverem o respeito pelos desejos e
expressões de individualidade das crianças.
Fazendo referência ao esporte de Artes Marciais, discutimos sobre o que foi
observado a respeito da noção difundida socialmente de que apenas os homens
lutam. Após a socialização entenderam que mulheres também lutam e que ganham
troféus, e que elas continuam sendo mulheres independente do esporte que
escolheram praticar. Acreditamos ser relevante questionar com as crianças acerca
das brincadeiras e por isso propomos que elas fizessem uma lista de brincadeiras que
supostamente seriam de menino e outra com características femininas.
Após a conclusão, a lista foi discutida e eles foram afirmando com quais
brincavam, percebendo assim que todos brincavam ou podiam brincar com todos os
tipos de brincadeira. Um exemplo foi “brincar de bola”, em que os meninos listaram se
referindo ao futebol. Quando uma menina disse que joga futebol em casa com seu pai
e outras que brincam de bola também, como por exemplo o jogo queimada, nesse
momento, tanto menina como menino perceberam que brincam de toda e qualquer
brincadeira, basta querer. Pois

[...] para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para
escolher seus companheiros e os papéis que irão assumir no interior de um
determinado tema e enredo cujos dependem unicamente da vontade de
quem brinca. (RCNEI,1998, p. 28).

3 A LITERATURA INFANTIL COMO ALIADA NO ENSINO NÃO SEXISTA

A escritora Fanny Abramovich em sua obra Literatura Infantil gostosuras e bobices


(1997), faz o seguinte comentário a respeito da importância da leitura para crianças:

Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas,


muitas histórias...escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor e
ser leitor e ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e
compreensão de mundo. (ABRAMOVICH, 1997, p.14).

Sabemos que o primeiro contato que as crianças têm com histórias é através
da forma oral, através da voz da mãe ou de outro responsável seja contando histórias
inventadas ou contos de ninar durante o embalo para dormir. Como também poder se
divertir imaginando aquele personagem ou aquela situação inusitada vivida por tal
personagem. Ouvir histórias é descobrir uma variedade de situações de conflitos, de
desentendimentos, de problemas tão reforçados nestas obras e a partir daí absorver
aprendizados e aplicar à vida real. Como também experimentar sentimentos como
alegria, tristeza, medo, piedade, insegurança e tantos outros que a narrativa provoca
e aprender a controlar dentro de nós o que eles fazem florescer. É possível também
conhecer outros lugares, outras paisagens, outros jeitos de se vestir e de ser, outras
opiniões, desenvolvendo assim seu lado crítico.
Nesse sentido, Abramovich (1997, p. 23), mais uma vez, nos diz que “[...] o
escutar pode ser o início da aprendizagem para se tornar leitor” e com este
entendimento, durante a roda de leitura, utilizamos o livro Histórias de ninar para
garotas rebeldes (2017) das escritoras Elena Favilli e Francesca Cavallo. Este livro é
constituído de histórias de 100 mulheres que se destacaram no que se propuseram a
fazer, geralmente tarefas em geral classificadas como masculinas.
Histórias escritas de forma suave, com uma linguagem clara e objetiva,
iniciando sempre com a expressão “Era uma vez”, o que dá uma leveza e
encantamento característico dos contos. Nota-se que as autoras fazem uso desta
expressão talvez fazendo uma ironia por se tratar de histórias de mulheres reais que
não se comportaram como a sociedade rotulava, como se esperava que elas
encarassem os fatos ocorridos em suas vidas, remetendo aos contos clássicos nos
quais as mulheres são retratadas como figuras delicadas e indefesas sempre à espera
de alguém que as salve, normalmente um príncipe encantado, figura masculina forte
e corajosa.
Iniciamos com a história de Maya Gabeira, a surfista brasileira que enfrentou
a negativa da sociedade e de seus pais em praticar o esporte surfe e que se destacou
mundialmente nesta atividade. Porém, sofreu um grave acidente enquanto surfava,
mas não desistiu. Ela se recuperou e voltou à mesma praia para surfar novamente. E
assim se tornou campeã de surfe feminino. As crianças ficaram surpresas ao
descobrirem que uma menina era capaz de praticar um esporte tão perigoso e tão
“masculino”. E superar seus medos para poder vivenciar o que tanto desejava.
Dando continuidade, apresentamos a história de Alfonsina Strada, uma
ciclista italiana que também encarou seus medos e toda a sua família para fazer o que
gostava, andar de bicicleta e se tornou uma recordista ao participar de um circuito
totalmente masculino. E assim fomos mostrando outras histórias fabulosas, como a
de Lella Lombardi, pilota de Fórmula 1 que, apesar das diversas tentativas em seguir
carreira neste esporte, percebeu que esta modalidade não está preparada para
receber atletas mulheres.
Após as diversas leituras da obra Histórias de ninar para garotas rebeldes as crianças
foram orientadas a fazerem um desenho que representasse seu desejo em
relação a alguma atividade que eles queriam praticar quando fossem adultos.
Percebemos que a maioria das meninas ilustraram atividades que até então
concebiam como tipicamente masculinas nos levando a acreditar que estas histórias
trabalhadas em sala de aula provocaram nas alunas a compreensão de que elas,
como as personagens destas histórias, podem exercer atividades com as quais se
sintam bem. Observamos que na figura 5 e 6, as alunas desenharam “surfista”,
fazendo referência à história de Maya Gabeira. A figura 7 ilustrou uma “bombeira”.
Apesar de não ter contado nenhuma história sobre tal profissão, talvez ela tenha se
baseado na primeira atividade onde algumas crianças desenharam bombeiros sendo
homens.

Figura 5 Figura 6 Figura 7

Fonte: Aluno do Nível IV Fonte: Aluno do Nível IV Fonte: Aluno do Nível IV

Apesar de fazermos uso de uma obra bem atual em relação à mensagem da


igualdade de gênero, percebemos que livros já conhecidos pelas crianças também
podem trazer esta mesma mensagem. Como é o caso do livro Chapeuzinho Vermelho:
uma aventura borbulhante (2009) que trata-se de uma história baseada no conto
clássico, Chapeuzinho Vermelho. O que diferencia é que nessa versão a personagem
principal é um menino que passa por aventuras até conseguir salvar sua avozinha. Ao
indagar as crianças sobre qual versão chamou-lhes mais atenção, a grande maioria
falou que a versão masculina era mais legal, uma vez que sair sozinho é coisa de
“homem”.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos essencial falar sobre a questão de gênero na Educação Infantil


por se tratar da primeira etapa da vida escolar do indivíduo e por ser este ambiente o
primeiro contato com pessoas distintas de sua família. Por se tratar de um tema
delicado de ser trabalhado por envolver diversos aspectos como familiar, social,
ideológico, encontramos orientações em alguns artigos disponibilizados na internet
como também estudamos o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil em
busca de fundamentação de como abordar tal conteúdo de forma leve e lúdica, por
isso decidimos fazer uso da Literatura infantil como subsídio desta atividade.
Acreditamos que este tipo de leitura é um universo artístico incomensurável,
como afirma Gregorin Filho (2009), e por este motivo a leitura em sala de aula abrange
aspectos diversos como a imaginação, criatividade, organização de ideias tão
importantes durante o processo do desenvolvimento infantil. Reunimos as crianças
para que elas ilustrassem algumas profissões desempenhadas geralmente por
homens e assim percebemos o quanto esta questão de gênero está intrínseca nas
crianças ainda tão pequenas. Levamos para sala de aula algumas obras literárias que
trouxessem uma mensagem positiva no que diz respeito à mudança de
comportamento apresentada pelas mulheres ao longo do tempo. Portanto,
selecionamos Chapeuzinho vermelho: uma aventura borbulhante (2009) e a obra
Histórias de ninar para garotas rebeldes (2017), por se tratarem de obras que fazem
uma releitura dos contos clássicos e de desconstruírem a imagem de que certas
modalidades esportivas são restritas ao mundo masculino.
A cada dia uma leitura diferente, uma personagem diferente, mas com o
mesmo foco: mostrar que não há atividade para menino ou atividade para menina
quando se tem vontade e coragem pode-se ir como e aonde quiserem. Portanto,
consideramos que discutir questões de gênero na Educação Infantil foi um desafio que
nos propusemos a enfrentar por acreditar que esta etapa de ensino é quando a
formação da identidade se intensifica e as descobertas devem tomar um sentido mais
prazeroso. Ressaltamos também que o objetivo inicialmente proposto foi alcançado,
porém é um trabalho que merece ser contínuo e reforçado.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil gostosuras e bobices. São Paulo: Editora Scipione,
1997.

BENTO, Berenice. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Natal: UFRN.
Dísponível em <http://www.scielo.com.br> Acessado em 06.05.2017.
BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC/SEB,
2010.

BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de Educação


Fundamental. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto,1998. v. 1.

CORREIA, Wilson. Por uma educação não-sexista. Disponível


em

<http://www.recantodasletras.com.br> Acessado em 04.05.2017.

FAVILLI, Elena; CAVALLO, Francesca. Histórias de ninar para garotas rebeldes: cem fábulas
sobre mulheres extraordinárias. Tradução: Carla Bitelli, Flávia Yacubian e Zé Oliboni.São
Paulo: Vergara & Riba Editoras,2017.

GREGORIN FILHO, José Nicolau. Literatura infantil: múltiplas linguagens na formação de


leitores. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2009.

ROBERTS, Lynn; ROBERTS, David (ilustração). Chapeuzinho vermelho uma aventura


borbulhante. Tradução: Denise Katchuian. São Paulo: Zastras, 2009.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. New York:
Columbia University Press, 1988 (p.71 a 99). Tradução de Guacira Lopes Louro,
versão em francês. Revisão de Tomaz Tadeu da Silva, de acordo com o originai
em
inglês. Dísponível
em
<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1210/scott_gender2.p
df>. Acessado em 04.05.2017.

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