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Resíduos sólidos

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas


em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos
em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções
técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.
Rejeitos

Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de


tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que
não a disposição final ambientalmente adequada.
Geração de resíduos sólidos

A produção de resíduos é inerente à condição humana e como um processo


inexorável, tornou-se um problema de difícil solução.
Geração de resíduos sólidos

• Quase metade da população mundial vive


atualmente em áreas urbanas e a
estimativa é que em 2050 tal cifra chegará
a 65%, e o mais grave, numa concentração
marcante nas regiões mais pobres do
Planeta.
• Cerca de 70% da população urbana está
nos países da África, Ásia e América
Latina.
• As implicações da urbanização
exacerbada e desordenada incluem
aumento do desemprego e da pobreza,
deficiência de infraestrutura e de serviços
públicos e mais degradação ambiental.
Geração de resíduos sólidos

Fatores que afetam a produção de resíduos


• Aumento da população leva ao aumento da produção total
de resíduos.
• Aumento da renda e, consequentemente, de consumo,
também leva a maior geração de resíduos.
• Alguns estudos mostram que a quantidade de resíduos
aumenta com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
(OCDE, 2004).
Geração de resíduos sólidos
• Fatores que afetam a produção de resíduos
• Mudanças sociais, como menor número de pessoas
por domicílio, por exemplo, o que reduz o número
de pessoas que usam determinados produtos
(mobiliário, equipamentos domésticos),
aumentando a geração de resíduos per capita;
• Preferência maior por itens descartáveis, de sacolas
plásticas a pratos, copos e fraldas descartáveis,
passando por uma infinidade de embalagens;
• Obsolescência tecnológica, que torna os objetos
menos duráveis e faz com que o conserto seja mais
caro que a compra de um novo produto (MINISTER
OF INDUSTRY OF CANADA, 2005).
Geração de resíduos sólidos
• Dados brasileiros – Ano 2014

Taxas de cobertura do serviço regular


de coleta de resíduos domiciliares em
relação à população urbana, segundo
regiões geográficas – SNIS-RS 2014
Geração de resíduos sólidos
Distribuição do déficit de
atendimento do serviço regular de
coleta de RDO em relação à
população urbana, por região
geográfica – SNIS-RS 2014
Geração de resíduos sólidos

Massa coletada per capita dos municípios


participantes do SNIS-RS 2014, em relação à
população urbana
CLASSIFICAÇÃO

A norma da ABNT NBR 10.004 – Resíduos Sólidos –


Classificação foi revisada no ano de 2004
Classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos
potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que
possam ser gerenciados adequadamente.
Resíduos classe I – Perigosos – aqueles que apresentam
periculosidade, ou seja oferecem risco à saúde pública e
ao meio ambiente, ou uma das características:
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e
patogenicidade.
CLASSIFICAÇÃO

Resíduos classe II – Não Perigosos


Resíduos classe II A – Não inertes Aqueles que não se
enquadram nas classificações de resíduos classe I – Perigosos
ou de resíduos classe II B – Inertes. Os resíduos classe II A –
Não Inertes podem ter propriedades, tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em
água.
Resíduos classe II B – Inertes Quaisquer resíduos que não
tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor,
conforme anexo G.
LEGISLAÇÃO

Brasil
No Brasil, foi aprovada, após 21 anos de tramitação, a Lei
nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que “institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n° 9.605, de 12
de fevereiro de 1998; e dá outras providências”.
Reuni inúmeros dispositivos legais anteriormente esparsos
em instrumentos normativos diversos, como resoluções e
portarias, de forma orgânica e coerente.
Resíduos sólidos

Os resíduos sólidos urbanos (RSU) são constituídos basicamente


por matéria orgânica; papel/papelão, podas de árvores e
gramados, vidros, plásticos, materiais metálicos ferrosos/não
ferrosos, ossos e alguns materiais inertes.

As características dos resíduos podem variar em função de


aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos.

Independe de sua origem, os RSU devem passar por uma série de


operações, que incluem coleta, transporte, tratamento e disposição
final, a fim de que tenham manejo e destinos corretos.
Resíduos sólidos
Melhor forma de se dar destino final adequado aos resíduos sólidos:

Aterros sanitários

Outras alternativas associadas:


Usinas de triagem
centros de separação das frações orgânicas e inorgânicas dos resíduos sólidos
urbanos

Usinas de compostagem
processo biológico de decomposição da matéria orgânica encontrada em restos
animais e vegetais; usado em solo como corretivo orgânico.
O processo promove a inativação da maioria dos agentes patogênicos
presentes, temperaturas ao redor de 65 a 70° C.
Disposição final dos resíduos
• Compostagem
Disposição final dos resíduos
• Compostagem
• Propicia um destino útil para os resíduos orgânicos, evitando
sua acumulação em aterros e melhoram a estrutura do solo
• Permite dar um destino aos resíduos orgânicos domésticos,
como restos de comida e resíduos de jardinagem.
• O composto gerado pode ser usado como corretivo orgânico,
principalmente em solos argilosos e arenosos, pobres em
matéria orgânica
• O processo promove a inativação da maioria dos agentes
patogênicos presentes, pois durante o processo ficam
expostos a temperaturas de 65 a 70 graus
Disposição final dos resíduos
• Compostagem

• Início – etapa mesofílica


• Consumo dos compostos orgânicos mais facilmente degradáveis
• Intensa atividade microbiana eleva a temperatura

• Fase termofílica
• Degradação de moléculas mais complexas
• Fase de maturação
• Diminuição da atividade microbiana, temperatura abaixa
gradativamente
• Diminuição da acidez – consumo dos metabólitos ácidos
Disposição final dos resíduos
• Húmus - Importante reservatório de carbono em ambientes
terrestres, sendo esse uma mistura complexa de matéria orgânica
morta.
• São encontradas substâncias bastante estáveis, que podem levar
décadas até sua total decomposição, mas também apresenta
componentes que podem ser rapidamente ciclados, principalmente
pela ação de microrganismos.
Disposição final dos resíduos

• Compostagem
• Microrganismos que participam do processo –
aeróbios e aeróbios facultativos mesófilos
(temperatura ótima de crescimento entre 20-45
graus) e termófilos (temperatura ótima de
crescimento entre 45-65 graus).
• Esses microrganismos liberam energia na forma de
calor, o que explica o aquecimento natural das pilhas
de composta.
Disposição final dos resíduos
• Compostagem
• Fatores que interferem no processo de
compostagem:
• Umidade
• Temperatura
• Relação C/N
• Qualidade da matéria orgânica
– Depende da separação adequada
– Resíduos não triados – alta concentração de metais
Disposição final dos resíduos
• Compostagem
• Outros fatores que interferem na qualidade do
composto:
• Excesso de água
• Falta de aeração
• Estabilização incompleta
– Contaminação por patógenos
Disposição final dos resíduos
• Compostagem
• Compostagem natural x Compostagem acelerada
• Natural- necessidade de grandes áreas para a formação das leiras e
revolvimento
• Longo tempo requerido para a estabilização da matérias orgânica
• Acelerada – utilização de reatores ou baias de aeração fechadas com o
propósito de acelerar o processo de degradação da matéria orgânica
• São oferecidas condições especiais – adição de enzimas, controle da
temperatura, umidade
• Redução no tempo – de 120 dias para 40 dias
Disposição final dos resíduos
• Aterro Sanitário
Disposição final dos resíduos
• Aterro sanitário
• O aterro sanitário é um método para disposição final dos resíduos sólidos urbanos,
em uma área previamente preparada, que segue princípios da engenharia de
confinar resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume
possível.
• Antes de serem confinados os resíduos sólido devem ter a quantidade (peso) e o
tipo do resíduo (origem) controlados.
• Esse confinamento ocorre em camadas cobertas com material inerte (geralmente
solo) e deve seguir normas operacionais específicas.
Disposição final dos resíduos
• Aterro sanitário

• Em geral, os aterros sanitários são construídos em locais afastados das cidades em


razão do mau cheiro e da possibilidade de contaminação do solo e das águas
subterrâneas.
• Algumas das formas de se reduzir a quantidade de resíduos sólidos destinados aos
aterros sanitários são: reciclagem, a compostagem, a reutilização e a redução.
Disposição final dos resíduos
• Aterro sanitário
• Atualmente, existem normas que regulam a implantação dos aterros de modo a
evitar danos ao meio ambiente, em particular à saúde e à segurança pública,
como:

a) a implantação de mantas impermeabilizantes que evitem essa infiltração do


chorume.

b) a retirada desse líquido, por sistemas de drenagem eficientes, com posterior


tratamento dos efluentes sem que agrida o meio ambiente.

c) a coleta dos gases gerados, sendo o principal o metano, que devem ser
queimados ou podem ser aproveitados como combustíveis, o que pode trazer
benefícios financeiros (ex.: créditos de carbono).
Mantas impermeabilizantes poliméricas
http://meioambiente.culturamix.com/gestao-ambiental/aterro-sanitario-suas-definicoes-e-conceitos
Disposição final dos resíduos
• Aterro sanitário
• Os aterros sanitários concentram uma grande quantidade de chorume, um líquido
altamente poluente que surge no processo de degradação, putrefação e
decomposição de toda matéria orgânica descartada no lixo.
• Esse processo de decomposição inclui substâncias físicas, químicas e biológicas
que, misturadas à água, dão origem a esse poluente viscoso de cor escura e odor
extremamente forte.
Disposição final dos resíduos

O lixiviado compõe a fase líquida do


aterro sanitário. Este efluente é formado
pela umidade inicial contida nos
resíduos e por fontes externas de água,
tais como chuvas , águas subterrâneas,
recirculação do próprio percolado e
adição de lodos provenientes de
estações de tratamento de águas
residuárias.
Disposição final dos resíduos

- Grandes quantidades de matéria orgânica (biodegradável e recalcitrante);


- Metais pesados e semi-metais: arsênico, cádmio, cromo, cobalto, cobre, mercúrio, níquel
e zinco;
- Sais inorgânicos que contribuem com vários íons: cálcio, magnésio, sódio, potássio,
amônio, ferro, manganês, sulfatos e bicarbonatos;
- Compostos organoclorados
- pH ácido, alta Demanda Bioquímica de Oxigênio e alto valor de Demanda Química de
Oxigênio.

A natureza e compactação dos resíduos, nível de oxigenação, atividade


microbiológica, regime de chuvas local, percolação de águas pluviais,
variações hidrogeológicas, idade do aterro e topografia do terreno são
variáveis que afetam a composição e a quantidade do lixiviado produzido.
Disposição final dos resíduos
• Aterro sanitário
• Após enterrado, uma série de eventos químicos e
biológicos são iniciados.
• Estabilização ocorre em fases sequenciais e distintas
• Período de aclimatação
• Consumo do oxigêncio
• Fase anaeróbia
– Hidrólise – degradação da celulose
– Acidogênica – Fermentação com produção de ácidos
– Acetogênica – Conversão do ácidos em acetato, hidrogênio e gás
carbônico
– Metanogênica – Consumos dos produtos da fase anterior para a
produção de metano
Decomposição em aterros

Física quebra de partículas

Química oxidação, redução, hidrólise, etc.

Biológica ação de microorganismos


(mais importante)

Decomposição

líquidos sólidos gases


Decomposição em aterros

Aeróbia

Decomposição
Anaeróbia ácida
biológica
(acetanogênica)
3 fases

Anaeróbia
metanogênica
Decomposição em aterros

Fase Aeróbia (curta e superficial)

CO2 (Gás Carbônico)


(pouco)
+
NH3 (gás amoníaco
Lixo degradável ou amônia) (mais)
+ +
oxigênio CALOR
(temperatura aumenta)
+
MAT. DEGRADÁVEL
Decomposição em aterros

- Formação de ácidos reduz pH

- Temperatura aumenta

- Chorume produzido em pequena quantidade e ainda


não agressivo

- massa de resíduos não atinge capacidade de campo.


Decomposição em aterros

Fase Anaeróbia Acetonogênica


- oxigênio praticamente acaba
- temperatura diminui
- produção de CO2 aumenta
- produção de ácidos orgânicos aumenta
- pH continua diminuindo (valores < 6)
- chorume muito agressivo
- capacidade de campo pode ser alcançada
Reação Típica
CaHbOc aCO2 + (c-2a)H2O

C6H12O6 + 6H2O 6CO 2


DECOMPOSIÇÃO EM ATERROS

Fase Anaeróbia Metanogênica


(mais longa)
- sem oxigênio
- temperatura pouco alterada (30 a 40 oC)
- consumo de ácidos orgânicos aumenta
- pH entre 6 e 8
- chorume menos agressivo
- produção de CO2 diminui
- aumenta produção de CH4 (metano)
Metanogênese
• Hidrólise : anaeróbios facultativos, produção de H2
• Acidogênese : fermentação – liberação de ácidos orgânicos como
produto final
• Acetogênese: produção de H2, ácido acético e CO2
• Metanogênese:
– Hidrogenotróficos: H2 + CO2 – CH4
– Acetoclásticos: Redução de ácido acético
Methanosaeta e Methanosarcina

A variação da comunidade microbiana está diretamente relacionada às


mudanças nas condições e pode ter correlação com a performance do
processo
Esse conhecimento ainda não resultou na aplicação direta para a otimização
do processo ou estimativas na resposta a estresses
Metanogenese
• Acetogênicos e metanogênicos utilizam o CO2
como aceptor final de elétrons
• Acetogênicos – redução do CO2 pela via da
Acetil-CoA
• H2 – doador de elétrons
• 4H2 + H+ + 2HCO3- - CH3COO + 4 H20
Disposição final dos resíduos
• Aterro controlado
• O aterro controlado também é uma forma de se confinar tecnicamente o lixo
coletado sem poluir o ambiente externo, porém, sem promover a coleta e o
tratamento do chorume e a coleta e a queima do biogás.
• A diferença básica entre um aterro sanitário e um aterro controlado é que este
último dispensa a necessidade da coleta e tratamento do chorume, assim como da
drenagem e queima do biogás.
• Ou seja, o aterro controlado é considerado uma solução intermediária entre o
lixão e o aterro sanitário. É uma tentativa de transformar lixões em aterro.
http://www.portalresiduossolidos.com/aterro-controlado/
http://www.portalresiduossolidos.com/aterro-controlado/
http://www.portalresiduossolidos.com/aterro-controlado/
Resíduos sólidos
Aterros sanitários

Os aterros são obras de engenharia destinadas para a disposição final


dos resíduos sólidos urbanos, sobre terreno natural, através do seu
confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente
solo, segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar danos
ao meio ambiente, em particular à saúde e à segurança pública.
Resíduos sólidos
Tratamento do lixiviado

a. Transferência do lixiviado que compreende a reciclagem e o co-


tratamento com esgoto doméstico;

b. Biodegradação através de processos aeróbios e anaeróbios;

c. Métodos físicos e químicos que incluem: oxidação química, adsorção,


precipitação química, coagulação e floculação, sedimentação
Resíduos Sólidos do Sistema de Saúde

Tratamento e disposição final dos resíduos potencialmente


contaminantes de acordo com o tipo.

Os resíduos podem ser encaminhados diretamente ao


aterro sanitário ou passar por uma desinfecção prévia por
autoclavação ou incineração.
Resumo
Tecnologias da engenharia + conhecimento microbiológico

Remoção eficiente de microrganismos contaminantes

Prevenção

Disposição adequada do resíduos e efluentes contaminados

Medidas de redução do consumo, práticas sustentáveis, uso consciente da


água e dos recursos naturais
Obrigada!

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