Quinhentismo ► Primeiras manifestações literárias I) O mito do paraíso → Pero Vaz de Caminha (1500) “Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha nem outra alimária que acostumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito e dessa semente e frutos que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto com quanto trigo e legumes comemos. (...) Águas são muitas, infindas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-as aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Mas o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente.” Quinhentismo II) As verdadeiras intenções → Pero Gândavo (1576) “É gente de muito pouco consideraçam: sam desagradecidos em gran maneira, e mui deshumanos e crueis, inclinados a pelejar, e vingativos por extremo. Vivem todos mui descançados sem terem outros pensamentos senam de comer, beber, e matar gente, e por isso engordam muito, mas com qualquer desgosto pelo conseguinte tornam a emmagrecer. (...) Alguns vocabulos ha nella de que nam usam senam as femeas, e outros que nam servem senam pera os machos: carece de tres letras, convem a saber, nam se acha nella F, nem L, nem R, cousa digna despanto porque assi nam têm Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente sem terem alem disto conta, nem peso, nem medido.” Quinhentismo III) A literatura como catequização → José de Anchieta À Santa Inês Cordeirinha linda, Por isso vos canta, como folga o povo com prazer, o povo, porque vossa vinda porque vossa vinda lhe dá lume novo! lhe dá lume novo.
Cordeirinha santa, Nossa culpa escura
de Jesus querida, fugirá depressa, vossa santa vinda pois vossa cabeça o diabo espanta. vem com luz tão pura. OBS.: Formação da língua geral