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COMPENSAÇÃO DE AUSÊNCIAS 2017- 3ºANO

Nome___________________________________________nº______

O Modernismo no Brasil

Principal movimento literário do século XX, o Modernismo rompeu com a tradição


clássica e deu início à formação de uma identidade genuinamente brasileira na
literatura.
É inestimável o legado que o Modernismo deixou para o campo das artes no
Brasil. Grande movimento artístico que eclodiu no final da segunda década do século
XX, foi responsável por profundas transformações nas mais diversas manifestações
artísticas, entre elas, a literatura. Ruptura com o passado, experimentalismo,
transgressão dos cânones literários e a busca por uma literatura que falasse do Brasil
para os brasileiros, longe da cultura europeizante, são elementos que nortearam o
programa modernista.
Impossível falar sobre o Modernismo brasileiro sem citar a Semana de Arte
Moderna de 1922, evento realizado em São Paulo que representou um divisor de
águas em nossa cultura. Embora não tenha sido o começo do movimento, haja vista
que o processo de transformação de nossa arte iniciara no início do século XX
influenciado pelas vanguardas europeias, a Semana, que aconteceu entre os dias 13
e 18 de fevereiro de 1922, aproximou e apresentou os principais nomes do movimento
e chamou a atenção dos meios artísticos de todo país para o debate em torno das
novas questões estéticas propostas por seus representantes. Entre seus principais
organizadores, Guilherme de Almeida, Paulo Prado, Godofredo Silva Telles, Mário e
Oswald de Andrade; esses dois últimos formaram, com o principal poeta modernista,
Manuel Bandeira, aquela que ficou imortalizada como a tríade modernista,
responsável por definir os novos parâmetros das letras brasileiras.
O Modernismo brasileiro é tradicionalmente dividido em três diferentes fases: a
primeira fase modernista, também conhecida como fase heroica; a segunda fase
modernista, representada pela poesia e pelo romance de 1930, e a terceira fase
modernista (alguns críticos literários consideram os escritores da última fase como
pós-modernos), também conhecida como a geração de 45. Graças a nomes como
Manuel Bandeira, Mário e Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade,
Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Cecília Meireles, Murilo Mendes, Clarice
Lispector, João Cabral de Melo Neto, entre outros, a literatura brasileira pôde, de fato,
estabelecer-se como uma manifestação artística genuinamente brasileira,
manifestação que contribuiu para a formação de nossa identidade cultural.

Primeira Geração

O Modernismo foi criado no período compreendido entre 1922 a 1930 e teve


início com o marco da Semana de Arte Moderna em fevereiro 1922, no teatro
Municipal de São Paulo e pretendia fazer com que a população, de modo geral,
tomasse consciência da realidade brasileira. Este movimento cultural foi idealizado e
liderado por um grupo de artistas integrado pelos escritores Mário de Andrade,
Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia e pela pintora Anita Malfatti, além de contar
com várias participações artísticas.
É considerado um movimento não só artístico como também político e social, já
que se opunha à política totalitária da época, bem como da contradição social entre os
proletários e imigrantes e as oligarquias rurais.
A Semana de Arte Moderna trouxe um rompimento, uma destruição das
estruturas clássicas, acadêmicas, harmônicas, e por esse motivo tem caráter
anárquico e destruidor. Mário de Andrade chamou a primeira fase do Modernismo de
“fase da destruição”, já que é totalmente contraditória ao parnasianismo ou
simbolismo das décadas anteriores. Os artistas têm em comum a busca pela origem,
daí vem o nacionalismo e acarreta a volta às origens e valorização do índio brasileiro.
A primeira fase modernista também é marcada pelos manifestos nacionalistas: do
Pau-Brasil, da Antropofagia, do Verde-Amarelismo e o da Escola da Anta. Podemos
destacá-los da seguinte forma:

• Manifesto Pau-Brasil: escrito por Oswald de Andrade, publicado no jornal


“Correio da Manhã”, em 18 de março de 1924, apresentou uma proposta de literatura
vinculada à realidade brasileira e às características culturais do povo brasileiro, com a
intenção de causar um sentimento nacionalista, uma retomada de consciência
nacional.

• Antropofagia: publicado entre os meses de maio de 1928 e fevereiro de 1929,


sob direção de Antônio de Alcântara Machado, surgiu como nova etapa do
nacionalismo “Pau-Brasil” e resposta ao “Verde-Amarelismo”. Sua origem se dá a
partir de uma tela feita por Tarsila do Amaral, em janeiro de 1928, batizada de
Abaporu ( aba= homem e poru = que come). Assinado por Oswald de Andrade, tinha,
como diz Antônio Cândido, “uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores
europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com suas normas
rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico”

• Verde-Amarelismo: este movimento surgiu como resposta ao “nacionalismo


afrancesado” do Pau-Brasil, em 1926, apresentado, principalmente, por Oswald de
Andrade, liderado por Plínio Salgado. O principal objetivo era o de propor um
nacionalismo puro, primitivo, sem qualquer tipo de influência.

• Anta: parte do movimento Verde-Amarelismo, representa a proposta do


nacionalismo primitivo elegendo como símbolo nacional a “anta”, além de vangloriar a
língua indígena “tupi”.

Através das características desses manifestos, temos por análise a identificação


de duas posturas nacionalistas distintas: de um lado o nacionalismo consciente, crítico
da realidade brasileira, e de outro um nacionalismo ufanista, utópico, exacerbado.
Os principais escritores da primeira fase do Modernismo são: Mário de Andrade,
Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado.

Segunda Geração

Essa geração é reconhecida pelo aprofundamento das ideias desenvolvidas na


Semana de Arte Moderna e no amadurecimento do Modernismo.
Na poesia, já seguros da liberdade proporcionada pelo novo estilo, os autores
vivem o momento e escrevem sobre o sentimento de participar da sociedade e do
mundo, de existir. Ganham destaque, aqui, temas políticos, existenciais, religiosos e
angústias do ser humano. Isso tem grande influência do contexto histórico em que
vivem: A Segunda Guerra Mundial e o Governo autoritário de Getúlio Vargas.
Os principais autores foram Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles,
Jorge de Lima, Murilo Mendes e Vinícius de Moraes.
Na prosa, o contexto histórico propiciou uma preocupação dos escritores com as
regiões mais castigadas do Brasil e as obras ganham o papel de denunciar essa
condições e de trazer um olhar mais crítico acerca da realidade brasileira.
As características, portanto, são: regionalismo, temática social e linguagem
simples. Os principais escritores foram Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Raquel
de Queirós, Jorge Amado e Érico Veríssimo.

Terceira Geração

Com o final da Segunda Guerra Mundial, os textos desse período trazem uma
ideia de renovação e de preocupação com os problemas da humanidade. Por um
lado, inicia-se aqui a pesquisa estética, o trabalho com a linguagem, a preocupação
com o aspecto formal do texto. Por outro, retoma-se a preocupação com as tradições
locais, as questões do cotidiano e os problemas existenciais.
As características desse período são de exatidão na forma, linguagem formal,
escolha das palavras, temática social, principalmente temas ligados à política, lutas do
povo, opressão, distribuição de renda e urbanização, e a exploração de diferentes
linguagens e de questões existenciais mais profundas.

Os principais autores foram João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa e Clarice
Lispector.

Literatura Contemporânea

A partir da década de 60, o Brasil vivencia o fortalecimento do capitalismo e de


grandes potências, além de adversidades políticas nos tempos da Ditadura Militar,
com censura e autoritarismo. É um período, portanto, de produção fragmentada, em
constante transformação, porém, intensa.
Na poesia, ganham destaque o Concretismo (valorização da estrutura verbal e
visual da mensagem) e os movimentos culturais como Bossa Nova (releitura do
samba brasileiro), Jovem Guarda (questionamento de conceitos morais da época) e
Tropicalismo (protesto à ditadura e à repressão).
Na prosa, a pluralidade também é palavra-chave. Diferentes gêneros textuais
ganham notabilidade: conto, crônica, teatro, romance. Os best-sellers ganham
destaque, principalmente, aqueles que buscam retratar a urbanidade e a vida caótica
do indivíduo.
Em um contexto marcado pela rapidez e agitação, os textos em prosa se tornam
mais curtos. A produção literária é fortemente marcada pelos novos meios de
comunicação: jornais, sites, revistas, blogs e redes sociais.

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