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Universidade de São Paulo

PHA – 3307 Escola Politécnica da


Hidrologia Aplicada Departamento de Engenharia Hidráulica e
Ambiental

Escoamento Superficial
Curva-Chave

Aula 9

Prof. Dr. Arisvaldo Méllo


Prof. Dr. Joaquin Bonnecarrere
Objetivos da Aula

1. Conhecer o Sistema Nacional de


Informações sobre Recursos Hídricos.
2. Conhecer os métodos de medição de
níveis em rios.
3. Aprender o conceito de Curva-chave.
4. Aprender a definir uma curva-chave.
5. Aprender a função Solver do Excel.

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Primeiras observações sistemáticas de nível
de água em rios

Nilômetro – primeira escala


Pedra de Palermo – documentação calibrada para medidas de nível
mais antiga de nível d’água do Rio d’água (cerca de 1800 A.C.)
Nilo (2900 a 2500 A.C.)
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Sistema Nacional de Informações sobre
Recursos Hídricos

“Estão cadastradas no Banco de dados hidrológico da ANA 14.822


estações pluviométricas e 8.144 estações fluviométricas. Estão em
operação no país, através das diversas entidades, cerca de 8.760
estações pluviométricas e 4.133 estações fluviométricas”

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Medição de Vazões e Níveis
▪ Para reduzir custos, medem-se níveis d’água e por meio
de uma função (curva-chave) se obtém as vazões
correspondentes.
▪ Locais de medição de vazões e níveis:
 postos fluviométricos: os níveis são medidos
diariamente, às 7 h e às 18 h.
 postos fluviográficos: os níveis são registrados
continuamente, em papel ou meio magnético
▪ Rede Hidrométrica do DAEE no Estado de São Paulo
 150 postos fluviométricos
 50 postos fluviográficos
 10 postos sedimentométricos

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Posto Fluviométrico

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Escalas Limnimétricas

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Leitura de Níveis – Posto Fluviométrico

Exemplo de caderneta de campo

Um observador (morador local) faz


as leituras duas vezes ao dia.

Envia a caderneta de campo para


o escritório uma vez por mês.

Departamento
Fonte: Prof. Paulo Takashi de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Nakayama 8
Escalas Limnimétricas

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Amarração do Posto a um RN

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Limnígrafo de Bóia

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Limnígrafo com tubulão instalado na margem do
curso d’água

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Limnígrafo com tubulão instalado no curso d’água

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Limnígrafo com registro em Papel

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Limnígrafo com Borbulhador

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Limnígrafo com Célula de Pressão

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Limnígrafo Ultrassônico

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Limnígrafo com Data Logger

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Transmissão de dados

Computador
POTS modem
GSM modem
Palmtop
Flash Card
RF modem
Satellite

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Curva-Chave

▪ Relação biunívoca entre vazão e nível


d’água requer
 Regime permanente e uniforme ou regime
crítico
 caso contrário: curva-chave em laço
 Pontos da curva-chave: obtidos de
campanhas de medições de vazão

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Seção de um rio e Curva-Chave

CURVA COTA -VAZÃO

Período de validade
1/4/1959 a 31/12/1965

Período de validade
1/1/1966 a 31/12/1970 Seção transversal no local da régua

LEGENDA
Curva interpolada

Curva extrapolada

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Curva-Chave
Controle por Seção

• Regime crítico

gA 3
Q
L

Q – vazão (m3/s)
g – aceleração da gravidade (m/s2)
A – área molhada da seção (m2)
L - largura da seção molhada na superfície (m)

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Curva-Chave
Controle pelo trecho

• Regime permanente e uniforme

Q  C  A  Rh  S
Q – vazão (m3/s)
C – coeficiente
A – área molhada da seção (m2)
Rh – raio hidráulico (m)
S – declividade do curso d´água (adm)

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Curva-Chave

• Forma geral
Q – vazão (m3/s)
Q  a H  H 0 
b H – nível da água (m)
H0, a, b – parâmetros de ajuste

• Obtenção
lnQ   lna   b  lnH  H 0 

– a e b podem ser obtidos por regressão linear, e H0 por


tentativa e erro
– Opção: ajustar com o “solver” do Excel ou outro programa

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Obtenção da Curva-Chave (solver do Excel)
1- Adoção dos
parâmetros da 2- Cálculos das 3- Cálculos dos desvios
equação Vazões pela quadráticos entre vazões
curva - chave observadas e calculadas

5- Gráfico da curva –
chave para os
parâmetros iniciais

4- Resultado da Soma dos desvios


quadráticos, para os parâmetros
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PHA adotados 35
Versão Office 2010
Caso o Solver não
apareça no menu,
instale o suplemento,
seguindo as opções:

Arquivo
Abrir
Suplemento
Solver

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Versão Office 2010
Obtenção da Curva-Chave (solver do Excel)
Montagem do Modelo para Solução

O valor de h0 não pode


ser maior que o menor
valor de h

Departamento
Versão Office 2010 de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA 37
Obtenção da Curva-Chave
(solver do Excel)

Versão Office 2010


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Imprecisões associadas à curva-chave
(exemplo com baixas vazões)

Relação cota-vazão para o posto São Benedito


80

70

60

50
Q (m3/s)

40

30

20

10

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
H (m)
Curva-Chave Medições de controle
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Imprecisões associadas à curva-chave

Exemplo com baixas vazões


Relação cota-vazão para o posto São Benedito
12

10

8 Q = 7,46 m3/s
Q (m 3/s)

4 Q = 3,57 m3/s

H = 0,58 m
0
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
H (m)
Curva-Chave Medições de controle
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Imprecisões associadas à curva-chave
Exemplo com baixas vazões
Relação cota-vazão para o posto São Benedito
12

10

8
Q (m3/s)

4 Q = 3,57 m3/s

0
0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
H (m)
Curva-Chave Medições de controle

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Canal Tejo - USP

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Seção trapezoidal – Canal Tejo

Régua B

xd x
e

1 𝑧
wd = ∴ 𝑥 = 𝑦𝑧
Y we 𝑦 𝑥

𝑤= 𝑦 2 + 𝑦𝑧 2 𝑤𝑑 = 𝑦 2 + 𝑦𝑧𝑑 2 𝑤𝑒 = 𝑦 2 + 𝑦𝑧𝑒 2

𝑤𝑑2
𝑤2 𝑦=
𝑦= 1 + 𝑧𝑑2
1 + 𝑧2

𝑦𝑧𝑑 ∙ 𝑦 𝑦𝑧𝑒 ∙ 𝑦
𝐴 = 𝑏𝑦 + +
Área: 2 2

Perímetro molhado: 𝑃= 𝑦 2 + 𝑦𝑧𝑑 2 + 𝑦 2 + 𝑦𝑧𝑒 2 +𝑏


1
𝑃=𝑦∙ 1 + 𝑧𝑑 2 +𝑦∙ 1 + 𝑧𝑒 2 +𝑏
z 1,627 m 1,792 m
4,8837 m
𝐴
Raio hidráulico: 𝑅ℎ =
1,7592 m 1,4533 m 𝑃
Zd = 1,0813 Ze = 0,811
Largura superficial: 𝐵 = 𝑏 + 𝑦𝑧𝑑 + 𝑦𝑧𝑒

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Curva-chave (velocidade/vazão-cota)

Equação de Manning

1 2ൗ3 1ൗ 1 2Τ
3 1Τ
𝑈 = ∙ 𝑅ℎ ∙ 𝐼 2 𝑄 = ∙ 𝐴 ∙ 𝑅ℎ ∙ 𝐼 2
𝑛 𝑛

Medição em 30/08/2017
Leitura da régua: y = 8,5 cm
Velocidade da superfície: v1 = 4min21s; v2 = 3 min11s; v3 = 3 min42s
Dados do canal
Declividade fundo: I = 0,0016 m/m
z direito = 1,0813
Z esquerdo = 0,811

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Imprecisões associadas à curva-chave

Cheias

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Curva – Chave – Pontos de Atenção

Cuidado ao extrapolar a curva-chave para níveis d’água


maiores do que os observados nas medições de vazão. Se
há extravasamento da seção ou se a seção muda de
forma, a curva-chave deixa de ser válida.
Relação entre NA, Rh e Área Nível d’água
deixa de ser contínua. extrapolado.

Nível d’água máximo


observado.

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Curva – Chave – Pontos de Atenção

Curva – Chave pode variar ao longo dos anos devido à


erosão ou ao assoreamento da seção, que alteram as
características hidráulicas da seção.
Para o mesmo nível
d’água a área
molhada diminui.

Assoreamento

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Órgãos responsáveis pelas medições

• A Lei 9.433/97 – Política Nacional de Recursos


Hídricos e Sistema Nacional de Informações
sobre Recursos Hídricos (SNIRH)
• Órgãos gestores de recursos hídricos
– Nacional: Agência Nacional de Águas (ANA)
– Estadual: Departamento de Águas e Energia Elétrica
do Estado de São Paulo (DAEE)
www.sigrh.sp.gov.br (Dados hidrológicos)
www.ana.gov.br (Hidroweb)

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Exercício

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"Mede o que é mensurável e torna mensurável o que não o é.“
Galileu Galilei

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