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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


CENTRO DE TECNOLOGIA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA II

MOAGEM E PENEIRAMENTO

ACADÊMICAS: BRUNA TAVARES RA: 81925


LORENA JACOMINI RA: 82231
NATHÁLIA SIQUEIRA RA: 70113
THAISA LIMA RA: 84686

PROFESSOR: OSWALDO MOTTA LIMA

TURMA: 223-05

MAIO/2016
MARINGÁ-PR
OBJETIVOS

Realizar a moagem por meio do equipamento de redução do tamanho das partículas


de um sólido e caracterizar o material obtido através de análises granulométricas de
Peneiramento e Pipeta de Andreasen.

METODOLOGIA

1. Materiais Utilizados

Os materiais utilizados para realização do módulo experimental foram:


 Areia,
 Balança,
 Béqueres,
 Estufa,
 Régua,
 Cronômetro,
 Moinho de cilindros,
 Pipeta de Andreasen,
 Peneira da série Mesh Tyler,
 Areia moída com tamanho menor que 400 mesh,
 Solução de Hexametafosfato de sódio a 0,1% em peso,
 Vibrador de peneiras para análise granulométrica.

2. Procedimento Experimental

Moagem e Peneiramento
Iniciando o método experimental, foi colocado 1 kg de areia (já pesado) no
moinho de cilindros, obtendo por seguinte o material com granulometria inferior, que
seria utilizado para análise subsequente. Assim, foi aferido 306,2 g da areia moída para
utilização no método do peneiramento. Para o método, foi utilizado peneira de 80, 100,
150, 200 e 400 mesh de acordo com a sequência MESH Tyler e aferido a massa de
cada uma delas. Após a montagem do conjunto de peneiras, a massa da amostra foi
peneirada em 2 corridas de 20 minutos e 2 corridas de 15 minutos e colocada em um
vibrador de peneiras, sendo que em cada intervalo entre as corridas a massa da areia
peneirada em cada mesh era aferida devidamente em uma balança.

Pipeta de Andreasen
Utilizando areia moída com tamanho menor que 400 mesh e 450 mL de solução de
hexametafosfato de sódio a 0,1% em peso correspondente a marca de 20 cm da pipeta,
preparou-se a suspensão de concentração 0,6% (entre 0,2 e 1%) a ser caracterizada pelo
método da Pipeta de Andreasen utilizando 2,008g de areia moída. O equipamento consiste
de uma proveta graduada de 0 à 20 cm em que na parte superior da proveta é ajustada
uma pipeta contendo uma válvula de duas vias e um pequeno reservatório com capacidade
de 10 mL. A suspensão foi adicionada a proveta com pipeta já encaixada dentro da
mesma. Após, a suspensão foi agitada com objetivo de estabelecer uma concentração
uniforme e em seguida, foi retirado de tempo em tempo de acordo com a Tabela 6
posteriormente apresentada, amostras de 10 mL colocadas em béqueres de 25 mL ( já
pesados). A pipetagem foi realizada por sucção, 10 segundos antes de completar o tempo
desejado, e durante 10 segundos após. Depois de todas as retiradas de amostras, as
mesmas foram colocadas na estufa por 22 horas para secar a 50ºC e a altura retirada da
suspensão na proveta foi corretamente aferida.

RESULTADOS E ANÁLISE

Moagem e Peneiramento
De acordo com o módulo experimental descrito anteriormente foi possível a
coleta e aferição dos dados apresentados nas tabelas a seguir:

Tabela 1: Massa das peneiras


Mesh da peneira 80 100 150 200 400 Fundo
Massa da peneira (g) (390,6±0,1) (341,8±0,1) (358,6±0,1) (360,1±0,1) (352,5±0,1) (300,8±0,1)

Tabela 2: Resultados obtidos com a pesagem no processo de peneiramento


Peneira Massa 1a Massa 2a Massa 3a Massa 4a Massa 5a
(MESH) Pesagem(g) pesagem(g) pesagem(g) pesagem(g) pesagem(g)
80 (613,8±0,1) (611,4±0,1) (607,3±0,1) (606,1±0,1) (605,0±0,1)
100 (359,2±0,1) (359,2±0,1) (361,4±0,1) (361,8±0,1) (362,6±0,1)
150 (386,6±0,1) (387,9±0,1) (388,7±0,1) (388,7±0,1) (388,7±0,1)
200 (375,7±0,1) (375,6±0,1) (374,9±0,1) (375,3±0,1) (375,3±0,1)
400 (366,3±0,1) (365,6±0,1) (365,9±0,1) (365,7±0,1) (365,8±0,1)
Fundo (308,5±0,1) (310,0±0,1) (311,3±0,1) (311,8±0,1) (312,2±0,1)

Para a confecção do histograma, o diâmetro médio das partículas é necessário


calculado por meio do diâmetro da Série de Peneiras Tyler (Apêndice C-8)[1]. Os cálculos
foram realizados como:

- Primeiro diâmetro médio, por meio da equação:

[(√2 ∗ 0,175) + 0,175]


𝐷𝑖 = ≅ 0,33499 𝑚𝑚
2

Os diâmetros médios subsequentes, foram calculados pela média aritmética entre o


diâmetro da peneira em que a areia ficou retida e qual a mesma atravessou, como:
𝐷𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 +𝐷𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜
𝐷𝑖 =
2

Também a massa que ficou retida nas peneiras, é calculado pela equação abaixo,
desconsiderando as massas das peneiras:

Assim, por meio da fração retida é possível o cálculo da fração menor (φ<) ou
fração acumulada de finos e a fração maior (φ>) ou fração acumulada de grossos, como:

   xn   xn
    1   xn
Os dados são apresentados na Tabela 3.

Tabela 3: Dados obtidos através dos cálculos mencionados acima, diâmetro médio, fração
retida, fração maior e menor das partículas de areia.

Diâmetro Diâmetro Massa


φ< φ>
Peneira (mm) médio (mm) retida (g) Xn
80 0,175 0,33499 214,4 0,70249 0,70249 0,29751
100 0,147 0,16100 20,8 0,06815 0,77064 0,22936
150 0,104 0,12550 30,1 0,09862 0,86927 0,13073
200 0,074 0,08900 15,2 0,04980 0,91907 0,08093
400 0,038 0,05600 13,3 0,04358 0,96265 0,03735
Fundo - 0,00250 11,4 0,03735 1,00000 0,00000
Total 305,2

Com os dados da Tabela 3, o histograma foi confeccionado para uma melhor


interpretação dos resultados obtidos no módulo experimental, bem como, a curva
cumulativa.

HISTOGRAMA
0,80000
0,70000
FRAÇÃO RETIDA (Xn)

0,60000
0,50000
0,40000
0,30000
0,20000
0,10000
0,00000
0,00250 0,05600 0,08900 0,12550 0,16100 0,33499

DIÂMETRO MÉDIO (mm)

Figura 1: Histograma
Curva Cumulativa
1,20000

FRAÇÃO RETIDA (Xn)


1,00000
0,80000
0,60000
0,40000
0,20000
0,00000
0 0,05 0,1 0,15 0,2
DIÂMETRO DA PENEIRA (mm)

φ> φ<

Figura 2: Curva Cumulativa

Um parâmetro a ser observado é o diâmetro de Sauter, ou seja, o diâmetro


experimental das partículas das amostras utilizado como comparação para modelos
existentes. O diâmetro de Sauter é calculado pela equação:
1
DSauter  n
 xi 
  
i 1  Di 

Em que xi é fração mássica relativa à partícula de diâmetro médio Di.


Tabela 4: Dados referentes a diâmetro médio e razão com fração mássica.
Diâmetro médio (mm) Xn/Dmédio
0,33499 2,09706
0,16100 0,42330
0,12550 0,78585
0,08900 0,55959
0,05600 0,77818
0,00250 14,94102
Total 19,58501

Desta forma o Diâmetro de Sauter é obtido em:

𝐷𝑆𝑎𝑢𝑡𝑒𝑟 ≅ 0,05106 𝑚𝑚
Para ajustes dos dados experimentais e comparação do diâmetro de Sauter, os
modelos de distribuição granulométrica RRB, GGS e Log Normal serão aplicados.

Tabela 5: Resultados da aplicação de cada modelo


Modelo R2 Coef Ang. Coef Linear Parâmetros
GGS 0,994 1,3662 1,1193 m = 1,3662; k= 0,4407
Log- Normal 0,9731 1,1931 -1,0288 d0,50 = 0,3574; ᵞ=3,2974
RRB 0,9905 1,4619 1,431 n = 1,4619; D’= 0,3757
O modelo granulométrico que melhor se ajustou aos dados experimentais, foi o
modelo RRB, visto que seu parâmetro de correlação linear foi o mais próximo de 1, e
para calcular o diâmetro utiliza-se as equações abaixo:

Com os parametros de cada modelo, é possível obter o diâmetro de Sauter para cada
um deles. Os resultados encontrados são apresentados respectivamente:

Modelo GGS: 𝐷𝑆𝑎𝑢𝑡𝑒𝑟 ≅ 0,11813 mm


Modelo RRB: 𝐷𝑆𝑎𝑢𝑡𝑒𝑟 ≅ 0,13263 mm
Modelo Log-Normal: 𝐷𝑆𝑎𝑢𝑡𝑒𝑟 ≅ 0,10840 𝑚𝑚

Analisando a técnica do peneiramento, obteve-se resultados de diâmetro médio de


Sauter de 0,05106 mm e diâmetro ajustado pelos modelos de 0,10840 – 0,13263 mm. A
redução das partículas de areia utilizada, tende a aumentar a eficiência em utilização desta
matéria prima, modificando assim, processos como transferência de massa, calor e
quantidade de movimento.

Pipeta de Andreasen
Igualmente para a pipeta de Andreasen o módulo experimental obteve os seguintes
resultados:
Tabela 6: Dados experimentais do módulo Pipeta de Andreasen
Número do Tempo Massa do Massa do Massa da Areia
béquer (min) béquer (g) béquer+Areia (g) (g)
14M 1 (23,4998±0,0001) (23,5622±0,0001) (0,0624±0,0001)
15M 2 (22,6411±0,0001) (22,6978±0,0001) (0,0567±0,0001)
16M 3 (23,6078±0,0001) (23,6606±0,0001) (0,0528±0,0001)
17M 5 (23,7609±0,0001) (23,8028±0,0001) (0,0419±0,0001)
18M 8 (22,9034±0,0001) (22,9420±0,0001) (0,0386±0,0001)
19M 12 (22,9022±0,0001) (22,9350±0,0001) (0,0328±0,0001)
20M 16 (22,7555±0,0001) (22,7862±0,0001) (0,0307±0,0001)
21M 20 (22,9189±0,0001) (22,9496±0,0001) (0,0307±0,0001)
22M 30 (22,4734±0,0001) (22,4972±0,0001) (0,0238±0,0001)
23M 40 (24,0027±0,0001) (24,0251±0,0001) (0,0224±0,0001)
24M 50 (22,9021±0,0001) (22,9224±0,0001) (0,0203±0,0001)
25M 60 (22,7854±0,0001) (22,8048±0,0001) (0,0194±0,0001)
26M 90 (21,4543±0,0001) (21,4734±0,0001) (0,0191±0,0001)
Os dados da Tabela 6 são referentes a suspensão preparada de areia moída com
hexametafosfato de sódio que faz com que a areia utilizada reduza a aglomeração, como
inibidor floculante. Desta forma, é notável que com o passar do tempo, a quantidade de
areia nos béqueres tende a diminuir após a secagem, devido a precipitação das partículas,
dimunuindo também a concentração de areia no hexametafosfato de sódio. O volume,
massa e concentração são apresentados a seguir:
Massa de areia pesada: (2,008 ± 0,001) g
Volume de solução de hexametafosfato de sódio: (450 ± 2) mL
Concentração inicial (C0): 4,462 g/L
Tempo de secagem na estufa: 22 horas
Temperatura: 50ºC
Altura inicial do suspensão na proveta: (20,0 ± 0,5) cm
Altura final da suspensão na proveta: (7,1 ± 0,5) cm

Porém a altura inicial é calculada pela média, entre a altura inicial e uma altura
ajustada, já que a altura de 20 cm é para t(0), assim:
7,1
20 + (20 − 13 )
∆ℎ = ≅ 19,727 𝑐𝑚
2
Sendo 13 a quantidades de béqueres utilizados e 7,1 cm a altura final da suspensão
preparada.

Para a confecção do gráfico fração retida versus diâmetro da partícula, é necessário


a obtenção de dados como deslocamento, velocidade terminal e concentração. O
deslocamento é calculado como, a altura anterior ajustada pela altura deslocada no total.
A velocidade terminal, ou seja, a velocidade com que a partícula decantou, pode ser
calculada como altura deslocada da proveta graduada pelo tempo em que ocorreu o
deslocamento, como por exemplo:
∆ℎ 19,727 𝑐𝑚 𝑚
𝑣= = ≅ 19,727 ≅ 0,00329
𝑡 1 𝑚𝑖𝑛 𝑠
7,1
ℎ = 19,727 − ≅ 19,1808 𝑐𝑚
13
Tabela 7: Dados de deslocamento e velocidade para as partículas de cada béquer
Número do béquer Deslocamento (cm) Velocidade (cm/min)
14M 19,18077 19,18077
15M 18,63462 9,31731
16M 18,08846 6,02949
17M 17,54231 3,50846
18M 16,99615 2,12452
19M 16,45000 1,37083
20M 15,90385 0,99399
21M 15,35769 0,76788
22M 14,81154 0,49372
23M 14,26538 0,35663
24M 13,71923 0,27438
25M 13,17308 0,21955
26M 12,62692 0,14030

Aplicando a equaçãao de Stokes é possível obter o diâmetro médio das partículas.

Sendo Vt a velocidade terminal da partícula, µ a viscosidade do fluido, ρs densidade


da partícula, ρf a densidade do fluido e g a intensidade do campo gravitacional. Como a
concentração de hexametafosfato de sódio é baixa, será utilizado como aproximação
propriedades da água.
Viscosidade da água a 20ºC: µ = 0,00103 Kg/m.s = 0,618 g/cm.min
Densidade da água a 20ºC: ρf = 1 g/cm³
Densidade da areia seca[2]: ρs = 1,5 g/cm³
Aceleração gravitacional: g= 58800 cm/min²

A concentração é necessária para encontrar a fração acumulativa e calculada como:

Sendo c(t) a massa de areia pelo volume total e c(0) a massa final pelo volume de
10 mL pipetado, exemplificado abaixo:
𝑚𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 2,008𝑔 𝑔
𝐶 (0 ) = = = 0,00446
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 450𝑚𝐿 𝑚𝐿
𝑚𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 0,0624𝑔 𝑔
𝐶 (𝑡 ) = = = 0,00624
𝑉𝑝𝑖𝑝𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 10𝑚𝐿 𝑚𝐿

Os dados de fração retida e diâmetro de Stokes são apresentados na Tabela 8:

Tabela 8: Dados referentes a fração retida e diâmetro de Stokes


Número do
béquer Dst (cm) C(t) (g/mL) X
14M 0,0036287 0,00624 1,39841
15M 0,0017627 0,00567 1,27067
16M 0,0011407 0,00528 1,18327
17M 0,0006637 0,00419 0,93899
18M 0,0004019 0,00386 0,86504
19M 0,0002593 0,00328 0,73506
20M 0,0001880 0,00307 0,68800
21M 0,0001453 0,00307 0,68800
22M 0,0000934 0,00238 0,53337
23M 0,0000675 0,00224 0,50199
24M 0,0000519 0,00203 0,45493
25M 0,0000415 0,00194 0,43476
26M 0,0000265 0,00191 0,42804

Com os dados da Tabela 8, pode-se confeccionar o gráfico apresentado abaixo:

1,60000
1,40000
1,20000
FRAÇÃO RETIDA

1,00000
0,80000
0,60000
0,40000
0,20000
0,00000
0 0,0005 0,001 0,0015 0,002 0,0025 0,003 0,0035 0,004
DIÂMETRO MÉDIO (cm)

Figura 03: Relação entre fração retida e diâmetro das partículas

Os resultados obtidos para o experimento utilizando a Pipeta de Andreasen, foram


analisados cuidadosamente, devido ao fato da fração retida ser maior que 1 nos três
primeiros diâmetros, não tendo significado para o estudo analisado. Porém, os béqueres
vazios foram pesados novamente para averiguação de uma possível fonte de erro, mas os
mesmos não apresentaram mudanças. Assim, o erro deve-se a pesagem do béqueres
contendo areia, por ser uma medida direta e realizada apenas uma vez, pelo menor volume
coletado na sucção devido ao volume ingerido pelo instumentador ou por erros de
flutuação da balança.
CONCLUSÃO

Por ambos os métodos de análise granulométrica os resultados obtidos seguem


como o esperado, com exceção a alguns pontos coletados na Pipeta de Andreasen,
experimento realizado com partículas de diâmetros muito pequenos em suspensão, com
uma relevante precisão. Também a divergência entre o diâmetro de Sauter para o método
do Peneiramento e os diâmetros calculados pelos modelos GGS, RRB e Log- Normal,
devido a maior parte da amostra de areia estudada possuir grãos de tamanhos maiores.
Com tudo, os módulos experimentais operados foram satisfatórios.

DIFICULDADES E SUGESTÕES DE MELHORIA

A pipetagem da suspensão preparada no experimento da Pipeta de Andreasen, ao


invés de sucção, tornaria o método mais preciso.

REFERÊNCIAS

[1] FOUST, A.S.; CLUMP, C.W.; WENZEL, L.A. Princípios de Operações Unitárias -
Apêndice C8 - Rio de Janeiro: LTC, 1982.
[2] Acessado em 5/5/2016: http://www.operaction.com.br/densidade-dos-materiais

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