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ANTIMICROBIANOS – Bases Teé oricas e Uso Clíénico

Profa. Lucilaide Oliveira Santos

REVISÃO DA MICROBIOLOGIA
“A microbiologia é o ramo da Biologia que estuda os microrganismos. A palavra microbiologia,
deriva da combinação das palavras gregas mikros, "pequeno", bios e logos "estudo da vida". Os
microrganismos são seres vivos de tamanho pequeno, cujas dimensões não permitem que sejam
observados a olho nu pelo “.

 Conjunto de seres vivos capazes de existir como uma célula única ou em agrupamentos

Bactérias Fungos Algas Protozoários

1 - Taxonomia – Classificação dos Seres Vivos

• Linnaeus (1753) – propôs uma maneira prática e fácil de classificação dos seres:

• Reino - Filo - Classe - Ordem - Família - Gênero - Espécie

• Nomenclatura Binominal: Os nomes populares são substituídos por nomes científicos

• Nome científico composto por duas palavras: Gênero e Espécie

1. 1 - Regras de Classificação:

- Nome do GÊNERO em letra inicial maiúscula: Staphylococcus

- Nome da ESPÉCIE em letras minúsculas: S. aureus

- Deve ser destacado dentro do texto - itálico, negrito ou sublinhado;

- Subespécies inicia maiúscula: Micrurus frontalis albicintus

- Subgênero inicia maiúscula e entre parênteses: Ex. Anopheles (Nyssorhyncus) darling

1.2 - Classificação das Bactérias


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1.2.1 - Morfológica das Bactérias (Formas Básicas):

Cocos: arredondados

Bacilos: alongadas, em forma de


bastonetes

Espiroquetas: Onduladas em forma


de espiral

Vibrião: forma de vírgula, não são


constantes

1.2.2 - Classificação pelo Corante de GRAM

• A coloração de Gram classifica as bactérias em:

 Gram positivas

 Gram negativas

Ação do corante violeta

Fixação com IODO

Agente Descolorante

Corolaração c/ safranina

1.2.3 - Parede bacteriana:


A distinção de manchas é um reflexo das suas diferenças na composição básica da parede celular
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São exemplos de bactérias GRAM POSITIVO várias espécies de:

- ESTREPTOCOCOS

- ESTAFILOCOCOS

- ENTEROCOCOS

São exemplos de bactérias GRAM NEGATIVO:

- VIBRIÃO COLÉRICO

- COLIBACILO

- SALMONELAS e OUTRAS ENTEROBACTERIAS

2 - Microbiota normal humana

2.1 - Microbiota Endógena: As bactérias são os seres vivos mais simples do ponto de vista
estrutural, e de menor tamanho. São abundantes no ar, no solo e na água e na sua maioria
inofensivas para o ser humano. Alguns grupos causam doenças.

2.2 - Fatores que alteram


Presença a Microbiota
de patógenos Endógena
em pessoas (Residente)
normais na
ausência de sintomas
• Mudanças de temperatura, umidade, pH

• Idade
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• Pacientes hospitalizados

• Tratamentos com quimioterápicos

• Sistema imune debilitado

• Higiene pessoal

2.2.1 – Vantagens da Microbiota Residente

 Inibem a colonização por microrganismos potencialmente patogênicos (antagonismo


bacteriano)

 Competição por nutrientes

 Produzem vitaminas B e K (intestino)

 Estímulo antigênico que assegura o desenvolvimento do sistema imune.

2.2.2 – Desvantagens da Microbiota Residente

 Potencialmente patogênica quando: microrganismo atinge locais estéreis (ex.: sangue)

 Sistema imune torna-se ineficaz (exemplo: imunossupressão)

2.3 - Equilíbrio Saúde-Doença

Equilíbrio hospedeiro
Microbiota Normal e ambiente

Microbiota
Normal
Enfermidades
Crônicas
Estado
Idade Nutricional
Medicamentos
E drogas
Estado
Emocional
Proliferação
de patógenos Comensalismo

Simbiose
Parasitismo

Aumento na incidência de
Doenças infecciosas

3 - Importância da coleta em microbiologia

 Fase Pré analítica


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1-Médico tem conhecimento da Doença, solicita o exame

2-Coleta

3-Transporte da amostra

 Fase analítica

1-Laboratório procedimento/controle de qualidade

 Fase Pós analítica

1-Reporte do resultado, tempo, qualidade

2-Interpretação do resultado

3-Diagnóstico e tratamento

3.1 - Recomendações Gerais:

• Obter amostra para cultura antes da administração de antimicrobianos;

• A amostra clínica deve ser de material do verdadeiro local da infecção e deve ser colhido com
nenhuma contaminação;

• Devem ser estabelecidos períodos ótimos para coleta;

• Deve ser obtido quantidade de material suficiente para executarem as técnicas de cultivo de
isolamento;

• Os “swabs” devem ser encaminhados ao laboratório imersos em meio de transporte e nunca


secos;

• Informar sempre o laboratório quando há suspeita de um agente infeccioso específico;

• Utilizar material adequado para coleta, transporte de amostras para exame microbiológico;

• Informar a origem da amostra e/ou sítio de coleta corretamente/ meios;

• Identificar adequadamente os recipientes que contém as amostras, com o nome, rg, centro
de custo, leito, material, data e hora da coleta;

• Encaminhar toda amostra imediatamente ao laboratório com a finalidade de assegurar o


isolamento do microrganismo.

3.2 – Materiais Clínicos (Amostras Clínicas):

 Sangue; Líquor; Urina; Fezes; outros Líquidos orgânicos; Escarro; LBA; Aspirado traqueal; etc
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3.2.1 – Hemocultura: Diagnóstico etiológico de diversas enfermidades infecciosas que cursam com
bacteremia, fungemia e sepse.

 Coletar antes do início da terapia antimicrobiana ou antes da próxima dose de antibiótico, ou


quando possível, suspender por 24-48 hs;

 Colher no início da ascensão do pico febril;

 Lavar as mãos e secá-las;

 Assepsia: álcool 70%; tintura de iodo 1 a 2% ou PVPI a 10%; após punção, aplicar álcool 70%;

 Coletar: 2 a 3 amostras em 24h;

 Volume de sangue: criança coletar de 1 a 5 mL e adulto coletar 10 a 20 mL

3.2.2 - Infecções respiratórias

 Escarro; • Escarro induzido; • Aspirado traqueal; • Lavado broncoalveolar; • Escovado


broncoalveolar ; • Biópsia; • Líquido pleural

3.2.3 – Infecção em Cateter intravascular (central e periférico), arterial, Hickman, Swan- Ganz.

 Avaliar a retirada do cateter e coleta de duas amostras de hemoculturas ao mesmo tempo.

 Remover o cateter e Coletar hemocultura, conforme técnica descrita acima

3.2.4 - Urina

 Coletar urina de jato médio após Higienização da genitália com água e sabão, não usar
antisséptico; secar com gaze estéril.

 Colher a primeira urina da manhã, desprezando o primeiro jato.

 Urina de qualquer jato quando coletada com Saco coletor (crianças e alguns idosos). Trocar
o coletor a cada 45 min a uma hora.

 Urina de paciente com sonda vesical coletar após antisepsia com álcool 70%, no local
específico do extensor. Coleta com seringa e agulha fina estéril.

 Urina de punção suprapúbica - Crianças com idade inferior a 2 anos. Colhido com agulha e
seringa por punção vesical.

 Urina para cultura de micobactéria (pesquisa de Tuberculose renal) deve ser coletada urina
de jato médio, colher todo o volume da primeira urina da manhã em frasco estéril. Coletar
em dias consecutivos.

4 - Microorganismos X Antimicrobianos

4.1 - Disseminação do Micorganismo pelo Sangue: Corresponde a Bacteremia; Fungemia e Viremia

4.1.1 – Classificação da Bacteremia: A bacteremia pode ser transitória, intermitente ou contínua,


refletindo vários mecanismos pelos quais as bactérias penetram na corrente sangüínea:
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Bacteremia Transitória

Traumas mínimos nas


membranas

Microbiota normal

Bacteremia Intermitente

Liberadas no sangue Abscessos


periodicamente Extravasculares
Dispersão da celulite
Disseminando para
Bactérias de um sítio de outras partes do Corpo Infecções das cavidades
infecção do corpo

Bacteremia Contínua Liberadas no sangue de forma contínua, a partir de um foco


infeccioso persistente

4.2 – Teste de Sensibilidade: As Bactérias são classificadas em Sensíveis ou Resistentes a um


antibiótico ou grupo

 Considerar a Concentração do Antibiótico que consegue inibir o crescimento bacteriano

MIC = Concentração inibitória Mínima

MBC = Concentração Bactericida Mínima

 Considerar um Microrganismo Resistente quando “in Vitro” são inibidas na presença de


concentrações superiores àquelas atingidas “in Vivo”
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 A bactéria é resistente a determinado Antimicrobiano quando é capaz de crescer in vitro em
presença da concentração que o antimicrobiano atinge no sangue (CIM*)

4.3 - Relação concentração da droga-inibição de crescimento:

 O sucesso terapêutico não depende exclusivamente do Antibiótico;

 Fatores Farmacocinéticos: incluem a capacidade da droga em atingir o foco infeccioso;


Comprometimento imunológico do paciente.

- Sempre considerer: Droga – Microrganismo – Farmacocinética – Imunidade do paciente.

4.4 - Definição das Categorias de Sensibilidade

4.4.1 - Sensível: O isolado é inibido pelas concentrações usuais de antimicrobianos atingidas


quando a dose recomendada é utilizada de acordo com a localização da infecção

4.4.2 - Intermediário: Os isolados com CIM de antimicrobianos que se aproxima dos níveis clínicos e
tissulares e para os quais as taxas de respostas podem ser mais baixas que os microrganismos
sensíveis. Implica em eficácia clínica em locais do corpo onde as drogas podem estar,
fisiologicamente, concentradas ou quando uma dose maior que a usual pode ser utilizada.

4.4.3 - Resistente: Os isolados que não inibidos pelas concentrações usuais do agente
antimicrobiano, com dose normal e/ou que demonstra que os isolados que apresentam a CIM neste
intervalo possuem grande chance de apresentar mecanismos de resistência.

4.5 – Métodos para detecção de sensibilidade e resistência

4.5.1 - Métodos Qualitativos

 Método de difusão de discos em


ágar (Kirby-Bauer)

 Técnica padrão por ser rápida e


reprodutível

4.5.2 - Métodos Quantitativos


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 Diluição em caldo (MIC e MBC)

 Diluição em ágar (MIC)

 E-test (MIC)

 Automação (Microdiluição)

4.5.3 – Métodos com Determinação da MIC

 Macrodiluição em CALDO  Microdiluição em placa

 Automação
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4.6 – PADRONIZAÇÃO DE MÉTODOS QUE DETERMINA A SENSIBILIDADE DE MICRORGANISMOS A
DIVERSOS ANTIMICROBIANOS:

“Manual Clinical and Laboratory Standards Institute - CLSI (antigo NCCLS)”

Adquirido pelo Anvisa com direitos autorais, na Língua Portuguesa, do manual do CLSI e suas
atualizações, por cinco anos. Esse manual de padronização do instituto norte-americano é dividido
em cinco módulos e mensura a sensibilidade de agentes (bactérias e microrganismos em geral) a
diversos antimicrobianos.

Objetiva:

 Recomendações na escolha dos antimicrobianos

 Padronização das técnicas

 Critérios para a interpretação dos resultados

 Parâmetros para o controle qualidade do teste

 Determina pontos de corte (Break Points)

“O acesso gratuito ao manual diminui o custo laboratorial e possibilita resultados muito mais precisos, pois
padroniza as técnicas de pesquisa e análise”

Método de Referência para Testes de Diluição em Caldo para a Determinação da Sensibilidade a Terapia
Antifúngica dos Fungos Filamentosos: Norma Aprovada

Método de Referência para Testes de Diluição em Caldo para Determinação da Sensibilidade de Leveduras
à Terapia Antifúngica: Norma Aprovada - Segunda Edição

Metodologia dos Testes de Sensibilidade a Agentes Antimicrobianos por Diluição para Bactéria de
Crescimento Aeróbico: Norma Aprovada - Sexta Edição

Normas de Desempenho para Testes de Sensibilidade Antimicrobiana: 15º Suplemento


Informativo atualizado em 19/8/2005

Padronização dos Testes de Sensibilidade a Antimicrobianos por Disco-difusão: Norma Aprovada - Oitava
Edição

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