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1.

CARACTERIZAR OS TRÊS ESTAGIOS DA CAQUEXIA (PRÉ- Caquexia refratária: Finalmente, o terceiro estágio (caquexia refratária) inclui os
CAQUEXIA, CAQUEXIA E CAQUEXIA REFRÁTARIA) pacientes com diferentes graus de caquexia, mas nos quais há intenso catabolismo e que
não respondem ao tratamento anti-câncer. Ainda nesse estágio, pacientes com baixo
Embora a síndrome venha sendo mais estudada no câncer, não está a esse restrito,
escore de desempenho e sobrevida esperada inferior a três meses devem ser incluídos.
atingindo também pacientes com falência cardíaca congestiva, com moléstias
digestivas, defeitos tubulares renais, queimaduras, sepsis e AIDS. Os parâmetros para determinar a inclusão do paciente em cada um dos estágios
abrangem a determinação da concentração de proteína C-reativa no soro, avaliação da
O caráter multifatorial e sistêmico da caquexia dificulta sobremaneira a elaboração de
anorexia e fatores correlatos (redução do apetite, alterações na percepção gustativa e
critérios que a definam de forma indiscutível. Na clínica, os sintomas e sinais registrados
olfativa, motilidade gastrointestinal reduzida, constipação, dor, entre outros),
variam consideravelmente entre os pacientes e a heterogeneidade das manifestações é
metabólitos indicadores de catabolismo, massa e força muscular (dinamometria dos
aceita como a própria característica intrínseca à síndrome.
membros superiores), bem como manifestações psicossociais.
Em função da ausência de definição padrão apropriada, o clínico não conta com meios
Os autores alertam para possíveis variações decorrentes da especificidade da população
para a detecção, tornando os pacientes mais vulneráveis à morbidade, ao
analisada, como por exemplo, idade, sexo, etnicidade). Essa classificação garante que o
comprometimento da qualidade de vida e à mortalidade aumentados.
paciente receba o tratamento mais adequado às suas necessidades.
O critério mais utilizado na detecção da síndrome é sem dúvida, a perda de peso e, há
mais de 10 anos, a caquexia é distinguida da má nutrição. Definiram a caquexia como
processo no qual há perda de peso e massa celular, em concomitância à redução da
ingestão.
Outra definição, na qual há balanço energético e nitrogenado negativo, em combinação
com redução da ingestão e anomalias metabólicas.
A caquexia associada ao câncer pode ser definida como “síndrome multifatorial, na
qual há perda contínua de massa muscular (com perda ou ausência de perda de
massa gorda), que não pode ser totalmente revertida pela terapia nutricional
convencional, conduzindo ao comprometimento funcional progressivo do
organismo”.
Pré caquexia: O primeiro estágio é definido como aquele no qual, o paciente apresenta
perda de peso igual ou superior a 5%, anorexia e alterações metabólicas;
Caquexia: para inclusão do paciente no segundo estágio, considera-se perda de peso
igual ou superior a 5%, ou de 2%, com IMC < 20kg/m2, ou sarcopenia acompanhada
de perda de peso corporal equivalente ou superior a 2%. Referem ainda presença
frequente de redução da ingestão e de inflamação sistêmica.
única responsável pela perda de massa corporal, especialmente de tecidos
musculares.
Fatores secretados pelo tumor em crescimento estão aparentemente implicados
na mobilização de ácidos graxos e proteínas.
Contudo, a concepção da síndrome como estado inflamatório crônico, no qual a
reação do hospedeiro à presença do tumor aparece como o principal agente
causal, tem, desde o início da década, tomado impulso.
Estas citocinas têm atividades sobrepostas, as quais tornam provável que
nenhuma substância individual seja a única causa da caquexia do câncer.
As alterações descritas no metabolismo de carboidratos incluem maior taxa de
neoglicogênese, a partir de alanina (proveniente da musculatura esquelética),
glicerol (cuja disponibilidade no fígado resulta do incremento da lipólise no
tecido adiposo periférico) e de lactato, produzido pelo tumor em grandes
quantidades.
O glicogênio hepático é degradado, havendo massiva liberação de glicose pelo
2. IDENTIFICAR OS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA órgão.
INSTALAÇÃO DA ANOREXIA-CAQUEXIA (ALTERAÇÕES NO
METABOLISMO DOS NUTRIENTES CARBOIDRATO, A intolerância à glicose é sintoma freqüente (presente em 37% de todos os
PROTEINA E LÍPIDIOS, ALTERAÇÕES NOS HORMONIOS pacientes de câncer) e foi a primeira a anomalia metabólica associada à caquexia.
LEPTINA, NPY, MC, GRELINA E AUMENTO DAS CITOCINAS A resistência à insulina é também comum e pode ser pelo menos parcialmente
CIRCULANTES TNFa, IL-1, IL-6, IFN) revertida pela administração de insulina exógena, como demonstrado em modelos
animais de caquexia. O TNF-alfa tem papel na etiologia da resistência à insulina
A perda de massa magra envolve a perda de proteínas não só a partir da na caquexia.
musculatura esquelética, mas também da cardíaca, resultando em alterações da
função do coração. A intolerância à glicose e a resistência à ação da insulina são ocasionadas tanto
pela diminui- ção da sensibilidade dos receptores das células beta pancreáticas
No câncer, está presente mais frequentemente em pacientes com tumores sólidos como pela redução da sensibilidade dos tecidos periféricos.
(é a mais comum manifestação do câncer avançado em pacientes com tumores
gástricos, do pâncreas, de pulmão, de próstata e de cólon, com a exceção de O consumo excessivo de glicose pelo tumor aumenta a produção de glicose
tumores de mama. hepática a partir do lactato (Ciclo de Cori) e de aminoácidos musculares do
hospedeiro (gliconeogênese). A conversão de lactato para a glicose envolve
O papel da anorexia no processo fisiopatológico da caquexia neoplásica é consumo de ATP e aparenta ser um processo bioquímico de gasto energético
controverso. No entanto, há uma tendência a considerar que, embora a anorexia contribuindo para a perda de peso e massa corpórea.
seja um componente importante do processo, não deve ser interpretada como
Proteínas: No jejum prolongado, mecanismos regulatórios impedem a Os níveis reduzidos de leptina plasmática deveriam modular de forma positiva a
degradação extensa da massa magra, preservando o nitrogênio corporal. Na ingestão alimentar, sinalizando a redução do tecido adiposo e a necessidade de
vigência da caquexia, quando a ingestão de nitrogênio já está reduzida em razão recuperação desses estoques.
da anorexia, tais mecanismos falham, permitindo a proteólise, inclusive da
NPY- É um peptídeo orexígeno (estimulante do apetite) Quando ocorrem
musculatura cardíaca e lisa. O “turnover” proteico total do organismo está
situações de estresse, como no câncer, citocinas envolvidas na regulação do
aumentado na maioria dos pacientes com câncer avançado, mas é observado
apetite podem influenciar negativamente na regulação do apetite da ação
também naqueles com massa tumoral diminuta.
orexígena do NPY, ou seja, em estado de jejum normal o nível ou a liberação de
Os principais aminoácidos liberados pela musculatura do indivíduo ou animal NPY no hipotálamo está aumentado e nos casos de câncer o NPY mantém-se
caquético são a alanina e a glutamina. A alanina servirá à gliconeogênese reduzidos.
hepática, enquanto a glutamina é, em na maior parte, utilizada pelo tumor, em
A grelina pode estar diminuída devido a um bloqueio na resposta adaptada ao
processos energéticos e biossintéticos.
jejum, por diminuição da expressão do RNAm da grelina no estômago,
Os aminoácidos essenciais (leucina, isoleucina e valina) têm concentração diminuindo assim o apetite.
plasmática aumentada, bem como taxa de “turnover” alterada na caquexia. Entre
O fator de necrose tumoral α (TNFα), as interleucinas (IL-1. IL-6), o interferon
eles a leucina, que representa sozinha cerca de 8% da proteína corporal total, é
γ (IFN γ) e as prostaglandinas, cuja concentração está alterada na caquexia,
mais oxidada como resultado da caquexia. A valina e a leucina são ativamente
induzem diversos dos sintomas relacionados à síndrome.
requisitadas pelo tumor em progressão. Dessa maneira, há aumento do fluxo
desses aminoácidos da musculatura esquelética para o tumor, que pode ser Segundo Porth (2002), o TNF-α causa anorexia, suprimindo centros de saciedade
suprimido pela utilização de agonistas para receptores adrenérgicos do tipo β2. e a síntese de lipoproteína lípase, uma enzima que facilita a liberação de ácidos
graxos pelas lipoproteínas, de modo a poderem ser utilizadas pelos tecidos.
Em adição à marcada degradação proteica, o conteúdo de DNA da fibra muscular
também é reduzido, o que induz à fragmentação, e consequentemente, à apoptose. A IL-1 pode causar febre e ainda alterar a síntese protéica no fígado  Essa
citocina age diretamente sobre centro de regulação do apetite do sistema nervoso
Lipídios: A concentração plasmática de glicerol, indicativa de lipólise no tecido
central, induzindo saciedade, o que provoca uma menor ingestão de alimentos e
adiposo periférico, está aumentada na vigência do quadro , e relata-se aumento
de água.
do “turnover” de ácidos graxos e glicerol em pacientes com câncer caquéticos,
comparados aos que não desenvolvem a síndrome. Os ácidos graxos liberados, A IL-6 é a principal citocina envolvida na indução das proteínas de fase aguda e
principalmente se poliinsaturados, podem promover o crescimento tumoral pela síntese de fibrinogênio, e foram relatados níveis elevados em 39% nos pacientes
inativação da proteína ativadora da GTPase ,e ainda, a apoptose de adipócitos. com câncer de pulmão ou câncer de cólon e resposta ativa das proteínas de fase
Entretanto, diversos estudos apontam para pequena participação da lipólise na aguda. Alguns estudos têm mostrado que a IL-6 tem pequeno efeito sobre a
perda de massa gorda, atribuindo-a, principalmente, à redução na lipogênese. proteólise muscular, embora seja capaz de estimular a gliconeogênese no fígado.
No estudo de Machado et al. (2004), a leptina plasmática é encontrada
marcadamente diminuída assim como seu conteúdo nos depósitos epididimal,
retroperitoneal e mesentérico em ratos com carcinosarcoma de Walker 256,
corroborando dados apresentados por Wallace et al. (1998) e Chance et al. (1998).
3. CARACTERIZAR OS NÍVEIS DE LOCALIZAÇÃO DA FADIGA: ou das terminações nervosas do tipo III e IV, que parecem ser sensíveis à
TISSULAR (NO MÚSCULO: AEROBICA E ANAEROBICA), NO acumulação de alguns metabolitos a nível muscular durante o exercício
SISTEMA DE COMANDO (SNC) E SISTEMA DE TRANSPORTE
A hipoglicemia, definida pela diminuição da glicose sanguínea, pode influenciar
DE NUTRIENTES;
a fadiga central em relação à depleção do glicogênio muscular e hepático limitar
Fadiga pode também ser definida como a redução da capacidade funcional e de a taxa de glicose cerebral, reduzir a taxa do metabolismo aeróbico no cérebro e
gerar tensão muscular ou declínio no desempenho do músculo, gerando uma abolir a liberação de IL-6.
deterioração progressiva da performance, ou uma incapacidade na manutenção
A acetilcolina pode possuir relação com a fadiga central. A depleção da colina,
da produção de potência ou força durante contrações musculares repetidas.
principal precursor da acetilcolina, pode contribuir para fadiga central.
Três níveis diferentes de localização da fadiga:
Fadiga periférica A maioria das evidências demonstra a importância das
1-Fadiga Tissular: com sede nas fibras contrácteis e resultante de alterações falhas na periferia do sistema neuromuscular como causadores da fadiga, onde
fisiológicas e bioquímicas, no próprio músculo. eventos neurais, mecânicos ou energéticos comprometeriam a transmissão
nervosa periférica ou o processo de contração muscular.
2-Fadiga no sistema de comando: tem lugar no sistema nervoso central
Fadiga neural periférica A fadiga decorrente de fatores neurais pode estar
3-Fadiga no sistema de transporte: provocada por um insuficiente transporte de
associada à falhas na junção neuromuscular, no sarcolema, nos túbulos
elementos nutritivos aos órgãos funcionantes.
transversos e no RS que está envolvido no armazenamento, liberação e recaptação
Fadiga central é o estado pelo qual ações e cognições que necessitam de um de cálcio.
aumento do esforço ou performance, é interrompido sem evidências de redução
Unidades motoras: 1) O motoneurônio pode ser capaz de traduzir a entrada
dos fatores motores periféricos. O Sistema Nervoso Central (SNC) está implicado
excitatória para um potencial de ação (PA) regenerativo, dessa forma,
na fadiga se houver uma redução da quantidade de unidades motoras funcionantes
modificando a propriedade elétrica da membrana, através de uma alteração na
ou da freqüência de disparos das mesmas.
integridade ou no potencial energético da mesma, poderia reduzir a
O mecanismo de fadiga central relaciona-se aos processos de formulação de responsividade para uma entrada excitatória;
padrões motores, transmitindo estes ao longo do córtex cerebral, cerebelo e
2). Para inervar múltiplas fibras, o axônio pode ter pontos de ramificação e esses
junções sinápticas a específicos nervos eferentes dentro da corda espinhal.
pontos podem ser limitantes durante a estimulação repetida;
Fornecendo uma base para explicar porque existe a exaustão no exercício, mesmo
3) A excitação muscular é também dependente da terminação da placa motora,
sem fadiga muscular e com trabalho cardíaco submáximo, foi proposto que no
que em estado de fadiga, pode diminuir o número de vesículas sinápticas e a
exercício de “endurance”, o SNC limita a duração e intensidade do recrutamento
liberação de Acetilcolina na fenda sináptica.
muscular para prevenir riscos orgânicos.
Sarcolema pode ser o sítio de fadiga em razão de sua incapacidade de manter as
A taxa de descarga dos motoneurónios durante a fadiga é inibida e poderá resultar
concentrações de Na + e de K + durante estimulação repetida. Quando a Na + /K
de um mecanismo de feedback reflexo proveniente dos mecanorreceptores,
+ATPase não pode ser mantida, o K + se acumula no exterior da membrana e
nomeadamente dos fusos neuromusculares e/ou dos orgãos tendinosos de Golgi,
diminui no interior da célula e isto acarreta uma despolarização da célula e uma
redução do potencial de ação. A despolarização gradual do sarcolema poderia
acarretar uma alteração da função dos túbulos T, incluindo um bloqueio do seu Os ácidos graxos ômega-3, especialmente o EPA parece afetar um número de
potencial de ação. Se isso ocorresse, o cálcio (Ca 2 +) poderia não ser liberado do mediadores potenciais da caquexia, e exercer um possível efeito benéfico na
RS e a concentração seria bloqueada. caquexia induzida pelo câncer, apesar de ainda controverso.
4. ESCLARECER CAUSAS, SINAIS, SINTOMAS DA FADIGA Existem estudos com utilização de complementos alimentares enriquecidos de
AGUDA E CRONICA; óleos de origem marinha contendo EPA e DHA e cápsulas com óleos de peixe
contendo EPA e DHA ou EPA e DHA purificado. Em 18 pacientes que receberam
Por causa das contrações musculares voluntárias serem controladas pelo sistema
complemento alimentar contendo 2 g de EPA e 1 g de DHA/ dia durante 3
nervoso central (SNC), a fadiga muscular aguda pode ter sua origem em todas
semanas verificou-se que a combinação de suplementos poliméricos com 2 g de
as estruturas nervosas que se localizam acima da junção neuromuscular.
EPA e 1 g de DHA podem prevenir a progressão da resposta de proteína de fase
Geralmente ocorre em indivíduos saudáveis, e é compreendida como uma função aguda em pacientes com câncer avançado e progressiva redução de peso,
de PROTEÇÃO DO ORGANISMO. Exercícios excessivos, privação do sono, comparado ao grupo controle (Barber et al., 1999a)
doenças como resfriado;
Glutamina e Arginina - Os aminoácidos Glutamina (GLN) e Arginina (ARG)
Início rápido, de curta duração, normalmente ligada à uma única causa; vai são classificados como aminoácidos condicionalmente essenciais, pois podem
embora após o indivíduo repousar ou se recuperar; pequenos efeitos na qualidade ser necessários em maiores quantidades em pacientes sofrendo de um insulto
de vida catabólico, como trauma, infecções graves e câncer. Fórmulas suplementadas
com GLN têm resultado em uma maior preservação do músculo esquelético,
CRONICA: Afeta primariamente populações com doenças crônicas, muitas devido aumento da síntese protéica e diminuição da proteólise muscular. Além
vezes tem múltiplas causas disso, a GLN melhora o balanço nitrogenado em pacientes graves, aumenta
Evolução: início insidioso, persistente ao longo do tempo, pouco aliviada pelo a função das células imunes não aumentando a produção de citocinas pré-
repouso e afeta negativamente as atividades da vida diária e a qualidade de vida inflamatória. É, ainda, precursor da glutationa, um importante antioxidante
intracelular. Segundo
Abcouwer & Souba (2003), a suplementação de GLN pode auxiliar a
5. IDENTIFICAR O POSSIVEL TRATAMENTOS PARA A SAC (AC aliviar a depleção muscular, diminuindo o catabolismo protéico associado à
GRAOS POLINSATURADOS EICOSAPENTOICO- EPA E caquexia cancerosa. O aumento da tolerância à RT e QT é verificado com a
DOCOSAHEXAENÓICO- DHA, OS AMINOACIDOS sua suplementação, devido à proteção contra lesão intestinal e toxicidade do
GLUTAMINA E ARGININA E OS NUCLEOTIDEOS) tratamento, já que esse aminoácido é fonte energética para células do intestino
delgado e linfócitos, sendo importante para a proliferação dessas células e
Omega - 3, ácido eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA) estão
manutenção desses tecidos, prevenindo a atrofia intestinal, mantendo os níveis
relacionados a redução da produção de citocinas inflamatórias e da anorexia
de secreção pelo intestino da IgA secretória, mantendo a imunidade da mucosa
associadas a diversas doenças crônicas, incluindo o câncer.
intestinal e melhorando a imunidade celular (células T), causando, assim, um
Os efeitos dos AGs n-3 favorecem a síntese das prostaglandinas série 3 e estímulo da função imunológica geral do organismo. Portanto, evidências
leucotrienos da série 5, relacionados a imunocompetência e redução da resposta sugerem que a suplementação de dietas de pacientes cancerosos com GLN pode
inflamatória, associado ao seu papel na inibição da COX-2 e sua ação na redução ser benéfica, sem a ocorrência de aumento da proliferação de tumores.
de citocinas pró-inflamatórias envolvidas na síndrome de caquexia do câncer.
A arginina (ARG), outro aminoácido condicionalmente essencial em paciente. Especialmente neste caso, o plano de cuidado nutricional proposto deve
estados catabólicos, está envolvida na síntese de proteína, biossíntese de envolver a discussão ética entre os profissionais, o paciente e sua família.
aminoácidos e seus derivados e maior retenção de nitrogênio. Tem associação
Incluem-se também nas recomendações para manejo da caquexia evitar agredir o
com o aumento da ativação de linfócitos T em pacientes com câncer,
paladar/odor, evitar refeições de alto conteúdo de gordura, que atrasa o
estimulando tanto a proliferação quanto a função dos linfócitos T. Por ser um
esvaziamento gástrico, sendo percebida como saciedade precoce.
aminoácido precursor do óxido nítrico, serve como molécula efetora na
citotoxidade sobre células tumorais, promovendo um crescimento mais lento dos É imprescindível balancear os benefícios da terapia nutricional no controle dos
tumores. Esse óxido atua na vasodilatação, na síntese protéica dos hepatócitos, sintomas e na qualidade de vida do paciente com os problemas relacionados à
no transporte de elétrons da mitocôndria dos hepatócitos e na resposta terapia nutricional artificial, especialmente se por via parenteral, que pode incluir
imunológica. maior tempo de hospitalização e complicações do acesso venoso central.
Segundo Méier et al (2004), ratos alimentados com ARG mostraram A Terapia Nutricional Enteral (TNE) pode ser útil em pacientes que apresentam
redução da tumorigênese e disseminação do câncer. Os altos níveis de óxido ingestão menor que 60% das suas recomendações energéticas em 5 dias, sem
nítrico gerados pela ARG resultaram em apoptose e inibição do crescimento perspectiva de evolução ou na impossibilidade de utilizar a via oral, com o trato
tumoral em tumores pancreáticos in vivo e in vitro. Em animais com um tumor gastrointestinal funcionante, no sentido de preservar a integridade intestinal,
sólido recebendo suplementação com 4 a 6% de ARG, a taxa de metástases reduzir a privação nutricional, minimizar déficits nutricionais, controlar
foi mais baixa e a anemia menos grave do que àqueles sem ARG em sua sintomas, oferecer conforto e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
alimentação. Méier et al (2004) destacaram, ainda, que a ARG sozinha não tem
efeito benéfico, mas, quando fornecida junto com uma mistura balanceada de Segundo a European Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ESPEN) não
aminoácidos, o equilíbrio protéico líquido melhora. Esses resultados sugerem há evidências de que a nutrição parenteral melhore a anorexia ou astenia presente
que a ARG deva ser componente de uma mistura de aminoácidos utilizada para em pacientes em cuidados paliativos (Bozzetti et al., 2009). Neste sentido, ambas
estimular a síntese de proteína muscular. Isso foi verificado, em um teste clínico as diretrizes da ASPEN 2009 e ADA 2002 recomendam que a nutrição parenteral
controlado, randomizado, com 32 pacientes com câncer sólido avançado que deve ser usada seletivamente e com cautela em doentes com câncer avançado em
tinham perdido ao menos 5% do peso corporal, em que receberam uma mistura cuidados paliativos. O estágio de caquexia em que o paciente se encontra deve
de aminoácidos essenciais (L-ARG, L-GLN e o metabólito beta-hidroxi- ser avaliado e definido antes de se instituir a terapia nutricional.
betametilbutirato - o HMB) e ganharam peso quando comparados com os
pacientes-controle que perderam peso.
6. ESCLARECER A IMPORTANCIA DA NUTRIÇÃO ENTERAL E
OU PERENTERAL NOS ESTÁGIOS AVANÇADOS DA SAC
A administração de suplementação nutricional de forma enteral ou parenteral
falha totalmente na reversão desses sintomas (23,9). A síndrome aparece,
portanto, em detrimento de ingestão adequada de energia e proteína.
Medidas Dietéticas No câncer avançado, os objetivos da intervenção nutricional
têm como ênfase promoção da qualidade de vida e alívio dos sintomas do

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