ATIVIDADE DE CONCLUSÃO DE CURSO Tema: Diagnóstico Socioambiental da área de influência da Ferrovia Paraense S.A localizada no estado do Pará. A escolha do tema foi devido ao fato de ser um empreendimento de grande porte que no qual este participante como analista ambiental da Secretaria de Estado e Meio Ambiente e integrante da equipe técnica responsável pelo licenciamento deste empreendimento, possui conhecimento técnico e informações interessantes que podem servir para debates proveitosos no curso, já que o mesmo trata sobre questões relativa a Educação Ambiental na Gestão Pública. A seguir será iniciado o diagnóstico sócio ambiental da área onde irá ser criada a Ferrovia Paraense S.A (FERPASA). O empreendimento trata-se de uma linha ferroviária, denominada Ferrovia Paraense S.A, localizado na Região Norte do Brasil, Estado do Pará, com extensão de 1.319 (um mil trezentos e dezenove) quilômetros. A Ferrovia Paraense S.A. irá abranger o território de 23 municípios do estado, são eles: Abaetetuba, Abel Figueiredo, Acará, Barcarena, Bom Jesus do Tocantins, Dom Eliseu, Eldorado do Carajás, Ipixuna do Pará, Marabá, Moju, Nova Ipixuna, Paragominas, Pau D’arco, Piçarra, Redenção, Rio Maria, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, Sapucaia, Tailândia, Tomé-Açú e Xinguara, onde se prevê impactos diretos e indiretos em 08 comunidades e vilas, 19 assentamentos com 101.346,86 hectares e 2.542 famílias, 05 acampamentos com 2.128 famílias e uma área de 34.942,01 hectares, além de 337 fazendas e 07 Comunidades Quilombolas. O governo do estado do Pará passou a incentivar projetos ligados à agropecuária e à mineração. Além dessas atividades, as madeireiras também tiveram contribuição no processo de desenvolvimento da região. Tais incentivos trouxe desenvolvimento, porém gerou conflitos. Índios e posseiros foram expulsos e até hoje lutam por terra. A população possui um grau de escolaridade muito baixo. É significativo a quantidade de adultos que analfabetos. De cada 100 pessoas, entre 11 a 14 anos 06 são analfabetas, e para cada 100 pessoas com mais de 15 anos, 18 são analfabetas. Existem quase 2.800 escolas nos 23 municípios. Mesmo assim, de cada 100 pessoas, apenas 04 possuem curso de nível superior. São pessoas de baixa renda e baixa escolaridade que vivem em assentamentos, vilas, comunidades e fazendas. A maioria ganha a vida como trabalhador rural. Quem tem a própria lavoura encontra dificuldades para vender a produção. As mulheres normalmente não trabalham fora e são donas de casa. Na Área de Influência Direta (AID), de uma maneira geral a população que vive nos assentamentos e vilas, reside em casas simples. Existem casas feitas de madeira, alvenaria e algumas de barro. Estas casas são abastecidas por poços e as fossas sépticas ou sistemas de tratamento de esgoto rudimentares são o destino dos dejetos desta população. Algumas comunidades se organizam por meio de associações de moradores ou de trabalhadores rurais. Essas associações são importantes para obtenção de melhorias nas comunidades. Das 337 fazendas, a maioria é de grande porte. A maior tem 52.000ha e a menor, 4,8ha. A maioria das fazendas cria gado de corte. Outras atividades também são praticadas como agricultura, piscicultura, mineração reflorestamento e exploração de madeira. Após consulta na Fundação Nacional do Índio (FUNAI) constatou-se que não há interferências do empreendimento em Terras Indígenas demarcadas, bem como comunidades em fase de demarcação, dentro do limite de 10 km do empreendimento considerado. Ao longo da linha ferroviária da Ferrovia Paraense S.A. existem 09 comunidades quilombolas. No município de Abaetetuba está a Comunidade Ramal do Piratuba, que já possui titulação pelo ITERPA. No município de Moju estão 07 comunidades tituladas (Comunidade Santana do Axé do Baixo Jambuaçu, Santa Luzia do Tracuateua, Santa Maria do Tracuateua, São Sebastião, Bom Jesus do Centro Ouro, Nossa Senhora das Graças e São Bernandino) e uma em processo de regularização (Comunidade Poacê). Durante a construção da Ferrovia as atividades de cortes em solo/rocha, circulação de máquinas e equipamentos, retirada da vegetação, instalação de dormentes e trilhos poderão causar alterações no cotidiano dos moradores em relação a circulação de pessoas, sobrecarga nas principais vias de acesso das áreas de influência. Para as obras de construção da ferrovia a previsão é de que serão ofertados na 1ª fase 4.329 empregos e na 2ª fase 1.650 empregos, totalizando 5.979 postos de trabalho, resultando em aumento da renda para as famílias dos contratados e consequentemente dinamizando a economia local. Por outro lado, parte desses trabalhadores poderão ser trazidos de outras regiões do estado, aumentando a procura por moradia, saúde e educação podendo gerar conflitos por terra durante esse período. Porém, é importante saber que a dinamização da economia e a arrecadação de impostos nesta etapa poderão contribuir de forma positiva para a melhoria dos serviços públicos nos municípios da área de influência. Essas alterações possuem tempo de permanência, abrangência e intensidades diferentes em cada aspecto, algumas são sentidas por um período de tempo pequeno e outras mudanças podem ser de caráter permanente. A principal forma de medida adotada pela empresa sobre as questões ambientais em relação a sociedade, é a proposta de educação ambiental como subsídios a uma discussão saudável e participação efetiva da sociedade durante a implantação do empreendimento. Com essa medida a empresa visa estar em sintonia real com a sociedade afetada pelo empreendimento afim de atender seus interesses econômicos, sociais e ambientais. A proposta de educação no processo de gestão ambiental parte do princípio de que cabe ao Estado criar as condições para que o espaço da gestão ambiental seja um espaço público, evitando que as decisões tomadas privilegiem os atores sociais com mais visibilidade e influência na sociedade e deixem de fora outros atores, geralmente, os mais impactados negativamente. Portanto, é o Estado que media os interesses e conflitos entre atores sociais, definindo os modos de destinação dos recursos ambientais na sociedade. Portanto, faz-se necessário a participação de todos (Estado, sociedade e empresa privada) em prol de um objetivo comum: Desenvolvimento Sustentável. Pois somente assim conseguiremos viver com os recursos ambientais disponíveis sem prejudicar que nossos filhos e netos possam usufruir das mesmas condições que tivemos.