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Exemplos de práticas inovadoras que impactam

na aprendizagem

Claudio Sassaki

Design Thinking para desenvolver protagonismo


Elisangela Goulart, professora de Geografia, e Vanessa Giron, coordenadora
pedagógica, trabalham na ETEC Doutora Maria Augusta Saraiva, na capital
paulista. Elas estavam em busca de uma forma de envolver mais os alunos nas
decisões da escola e encontraram uma alternativa no Design Thinking, uma
abordagem que trabalha com pensamento visual e mapas mentais.
Elas propuseram aos adolescentes que falassem sobre seus sonhos e medos
em relação à escola, utilizando post-its, flipchart e canetas coloridas – materiais
comuns nas instituições de ensino. Os alunos puderam escolher aqueles que
mais o representavam e a proposta que ganhou foi a de criar um espaço de
convivência, que, posteriormente, eles prototiparam.
Foi a própria garotada que trouxe de casa todo o material: um tapete que não
era mais usado, almofadas e plantas, livros e caixotes. Assim, trabalharam a
colaboração, a criatividade e ainda puderam testar como o local seria
aproveitado sem gastar nada!
"A primeira transformação que percebemos foi que, no decorrer dos oito meses
do nosso projeto baseado no Design Thinking, passamos a nos sentir
realmente como integrantes de uma equipe. Nos reuníamos semanalmente
para trabalharmos em prol de um objetivo em comum, o que despertou em nós
um espírito de coletividade muito maior", contam as educadoras.
Com o tempo, o Design Thinking foi levado para outras dimensões da vida
escolar. Hoje, alunos fazem mapas mentais para lembrar da trama de
Memórias Póstumas de Brás Cubas ou aprender sobre a sociedade na Roma
Antiga. Eles estão envolvidos no funcionamento da escola e suas organizações
- alguns, inclusive, tornaram-se voluntários na biblioteca!
Ensinamentos para estudar de verdade
“Na reunião de pais era sempre a mesma história. Os professores
sentenciavam aos responsáveis: ‘seu filho não sabe estudar’. E eu me
perguntava: ‘Será que nós, enquanto escola, não deveríamos estar ensinando
os alunos a estudar?", relata o padre Luilton Pouso, diretor pedagógico do
Colégio Salesiano Dom Bosco, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.
Foi a partir dessa inquietação que o diretor criou um curso sobre gestão de
tempo para os alunos do Ensino Médio. Nele, a turma discutiu como elaborar
planos de estudos que se adequassem às suas necessidades particulares.
Todos eles também participaram de encontros individuais com o diretor para
acompanhar seu progresso.
A plataforma de ensino adaptativo Geekie Lab contribuiu para que os
estudantes criassem seus próprios roteiros de aprendizagem. Por meio de
testes de múltipla escolha, o software identifica os conteúdos que o aluno ainda
apresenta dificuldades e sugere tópicos que devem ser priorizados nos
estudos. Os dados também ajudam os professores a compreender as
estratégias que ajudam o estudante a aprendem melhor – tipo de conteúdo,
abordagem, horário etc.
“Percebi que a grande questão não era que eles precisavam estudar, mas sim
entender como estudar de forma mais eficiente. Há dicas simples como não ler
textos longos depois do almoço, tudo bem descansar um pouco. Além disso,
não precisa estudar domingo ou deixar de ir na academia – inclusive, vá e volte
com mais energia”, afirma o gestor.
A aprovação foi geral. Os adolescentes não reclamaram de tanta atenção. Pelo
contrário. “A gente se sente mais seguro, sente que a escola está acreditando
na gente”, conta Luís Gabriel Rufino, do 1º ano do Ensino Médio.

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