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BUNDLE DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO

DE CORRENTE SANGUÍNEA (ICS)

Introdução:
A Infecção de Corrente Sanguínea (ICS) associada à cateter (ICSAC) é umas das infecções
mais adquiridas em ambientes hospitalares principalmente em pediatria nas unidades de terapia
intensiva (UTI), e, posteriormente, em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN) e UTI adulto.1
Além disso, ICSAC são responsáveis pela substancial mortalidade, morbidade, duração
prolongada de permanência no hospital, e custos adicionais. Evidencias sugerem que a prevenção da
ICSAC é crucial para uma assistência de segurança ao paciente em todas as faixas etárias.1
Cateteres venosos centrais são utilizados por vários motivos, incluindo a infusão de fármacos,
hemoderivados e suporte nutricional. Estes, apresentam risco de infecção por romperem a integridade
da pele, permitindo que bactérias e fungos entrem na circulação sanguínea e provoquem infecções. 2
O risco de ICSAC é maior em pacientes em UTI por precisarem destes cateteres por um longo
período de tempo, por serem na maioria das vezes colocados em situações de emergência e por serem
acessados repetidamente todos os dias. 2
O Institute for Healthcare Improvement (IHI) desenvolveu bundles de cuidados para melhorar
o atendimento ao paciente. Bundle é um conjunto de práticas baseadas em evidências que comprovam
a melhoraria os resultados em pacientes, desde que sejam concluídos coletivamente e de forma
confiável.
Evidências crescentes sugerem que a adição do bundle de inserção e manutenção de cateter
central para a prevenção de infecção de corrente sanguínea pode ser ainda mais efetivo em crianças
e recém-nascidos.1

Objetivo:
Padronizar os cuidados relacionados à prevenção de ICS para pacientes internados no HCM
na inserção de ou em uso de cateter venoso central por meio de implantação de “Bundle de Infecção
de Corrente Sanguínea” em duas partes (Parte I: Bundle de Inserção de Cateter Venoso Central e Parte
II: Bundle de Manutenção de Cateter Venoso Central) visando assegurar a melhoria da qualidade da
assistência e segurança do paciente.

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Implantação:
A implantação do Bundle de ICS no HCM será realizada em três etapas de treinamentos
visando abordar as três partes do bundle.
Multiplicadores membros equipe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Educação
Permanente, e líderes/supervisores dos setores do HCM abordarão o conteúdo e importância do
mesmo para as equipes assistenciais multidisciplinares do HCM.
A divulgação será realizada por meio de panfletos disponibilizados nos setores e protocolo
divulgado em rede hospitalar.

Conclusão:
A implantação do Bundle de ICS espera atingir os profissionais envolvidos nos cuidados
oferecidos visando padronizar e melhorar a qualidade da assistência aos pacientes e seus resultados.

Referências bibliográficas

1. Center for Disease Control (CDC). Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-
Related Infections. 2011
2. Slavish, SM. Manual de prevenção e controle de infecções para hospitais. Tradução de Beatriz
Araújo do Rosário. Porto Alegre: Artmed, 2012.
3. Associação Paulista de Epidemiologia e Controle de Infecção Relacionada à Assistencia à
Saúde. A compedium of strategies to prevent healthcare-associated infections in acute care
hospitals. Infection control and hospital epidemiology 2008;29:901-994.

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BUNDLE DE PREVENÇÃO DE ICS
PARTE I: BUNDLE DE INSERÇÃO DE CATETER VENOSO CENTRAL

1. Higienizar as mãos;
2. Utilizar o checklist para passagem de cateter venoso central e interromper o procedimento em
caso de quebra de barreira.
3. Reunir todo o material necessário antes de começar o procedimento;
4. Uso de precauções de barreira estéril máxima;
5. Degermação e antissepsia da pele do paciente.

Justificativas e recomendações:
1. Higiene de mãos:
a. Profissionais responsáveis pelo auxilio na passagem de cateter deverão higienizar as
mãos com sabão antisséptico (clorexedina degermante) e água.
b. Profissionais responsáveis pela passagem do cateter deverão realizar a higiene de
mãos com técnica cirúrgica (escovação) com sabão antisséptico (clorexedina
degermante) e água.

2. Checklist para passagem de cateter venoso central (Anexo I):


Este checklist é necessário para assegurar a realização das práticas de prevenção de ICSAC
no momento da inserção do cateter.
A inserção deve observada por qualquer profissional da saúde que tenha recebido orientações
para assegurar que o procedimento seja realizado de forma asséptica e que preferencialmente
não esteja auxiliando à passagem do cateter.]
O checklist estará disponível para uso à beira leito (plastificado). Após realizado verbalmente
todos os itens do checklist, o profissional deverá preencher o checklist em sistema eletrônico
para manter registro em prontuário.
Este profissional deverá seguir todos os itens abordados no checklist e interromper o
procedimento se for observada quebras na técnica asséptica.

Itens abordados no checklist:


a) Médico responsável pelo procedimento;

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Objetivo: Identificar a categoria do profissional responsável pela função.
b) Indicação de CVC;
Objetivo: Identificar a real necessidade para inserção de CVC.
c) Inserção do CVC (data de punção, número de tentativas de punção, tipo de CVC);
Objetivo: Contabilizar dias futuros de cateter, minimizar o número de punções e realizar
a escolha adequada de tipo de CVC.
d) Higiene de mãos dos profissionais envolvidos;
Objetivo: Minimizar riscos de infecção (vide item 1).
e) Paramentação (barreiras máxima de esterilidade);
Objetivo: Minimizar risco de infecção (vide item 4).
f) Degermação e antissepsia da pele do paciente;
Objetivo: Minimizar risco de infecção (vide item 5).
g) Uso do ultrassom para punção;
Objetivo: Facilitar a passagem do cateter e possibilitar maior segurança para o paciente,
evitando intercorrências durante ou após o procedimento, assim como maior número de
punções (aumento do risco de infecções e complicações). A visualização da rede venosa
por ultrassonografia deverá ser realizada mediante o uso de lidocaína em gel (estéril) e
proteção plástica estéril do cabo e transdutor.
h) Escolha do sítio de inserção;
Objetivo: Minimizar risco de infecção dependente do local de inserção.
i) Realização de radiografia;
Objetivo: Visualizar quaisquer possíveis complicações ou mal posicionamento do cateter.
j) Interromper procedimento se quebra de barreira;
Objetivo: Empoderar membros da equipe de saúde para interromper o
procedimento se quebra de barreira, visando minimizar risco de infecção.
k) Retirada do cateter.
Objetivo: Retirar cateter precocemente mediante questionamento diário, minimizando o
risco de infecção por uso prolongado.

3. Reunir todo o material necessário antes de começar o procedimento:


Manter todos os materiais necessários para a passagem do cateter é necessário para evitar a
quebra de barreiras durante o procedimento.

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4. Uso de precaução de barreira estéril máxima:
Todos os profissionais de saúde envolvidos no procedimento de inserção de CVC devem
utilizar máscara, gorro, avental e luvas estéreis.
O paciente deverá estar completamente coberto por um campo estéril amplo durante a inserção
do CVC.
Estas medidas deverão ser seguidas mesmo quando houver troca de CVC por fio guia.

5. Degermação e antissepsia da pele do paciente:


Utilizar antisséptico à base de clorexedina para a preparação da pele de pacientes maiores que
2 meses de idade.
Realizar a antissepsia da pele do paciente com clorexedina 2% degermante, retirar o excesso
com soro fisiológico a 0,9% e após, clorexedina alcoólica 0,5%.
Assim como em todos os outros procedimentos, a clorexedina deve secar completamente antes
da punção.

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BUNDLE DE PREVENÇÃO DE ICS
PARTE II: BUNDLE DE MANUTENÇÃO DE CATETER VENOSO CENTRAL

1. Discutir a necessidade do cateter venoso central diariamente;


2. Avaliação diária do curativo;
3. Acesso padronizado ao cateter venoso central (higiene de mãos, luvas de procedimento, swab
de álcool 70% por 15 segundos, deixar secar antes da conexão);
4. Troca padronizada de curativo;
5. Troca padronizada de sistema e dispositivos invasivos;
6. Revisão de infecções de corrente sanguínea com equipe multidisciplinar.

Justificativas e recomendações:

1. Discutir a necessidade do cateter venoso central diariamente:


É necessário discutir diariamente com a equipe médica a avaliação do uso, função e frequência
de acesso ao cateter venoso central.
Preferir acesso ao cateter venoso periférico para medicações não-vesicantes
intermitentes/contínuos, mesmo com a permanência do cateter central.
Seguir rigorosamente as indicações de cateter venoso central assim como as de cateter central
de inserção periférica (PICC/CCIP).

2. Avaliação diária do curativo:


O curativo do cateter central deverá ser avaliado diariamente determinando se o mesmo está
limpo, seco e oclusivo.
O local de inserção deverá estar visível, permitindo a avaliação e localização de sinais
flogísticos.
Os curativos transparentes deverão ser trocados a cada sete dias ou antes se sujo, úmido ou
solto.
Curativos convencionais (gaze e micropore) deverão ser trocados a cada 48 horas, ou antes se
sujo, úmido ou solto.
Atentar para os pacientes com cateter de PICC, devido ao risco de deslocamento do cateter se

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o curativo não estiver dentro das conformidades.

3. Acesso padronizado ao cateter venoso central:


Realizar a higiene de mãos e calçar luvas de procedimento antes de acessar qualquer cateter
central.
A desinfecção da entrada do cateter central (torneirinhas/dispositivos de sistema fechado “Q-
Site”) deverá ser realizada com swab de álcool 70% por 15 segundos ou 15 ficções e deixar
secar completamente (em torno de 30 segundos) antes da conexão da seringa ou equipo de
infusão.

4. Troca padronizada de curativo:


Realizar a higiene de mãos e seguir protocolo de troca de curativo de cateter central da
Instituição.
Limpar a pele ao redor da inserção com clorexedine alcoolica por 30 segundos e deixar secar
completamente.
Documentar no curativo a data e horário da troca de curativo.

5. Troca padronizada de sistema e dispositivos invasivos:


Realizar a higiene de mãos antes da troca de sistema/dispositivos.
Trocar o sistema de infusão, seus respectivos dispositivos de sistema fechado e torneirinhas a
cada 96 horas ou antes se permanência de sangue ou medicamentos viscosos após infusão.
Equipos de nutrição parenteral deverão ser trocados a cada 24 horas.
Seguir o protocolo de troca de sistema fechado da instituição.

6. Revisão de infecções de corrente sanguínea com equipe multidisciplinar:


É necessário agir imediatamente após a identificação de uma infecção de corrente sanguínea
relacionada a cateter. Estabeleça uma maneira de conscientizar e revisar esta infecção, suas
possíveis causas e melhorias propostas com a equipe multidisciplinar.

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ANEXO I – CHECKLIST PARA PASSAGEM DE CATETER VENOSO CENTRAL
(MV PEP)

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APROVAÇÕES

______________________________ _________________________________
Isabela de Souza Colombo Bruna Cury Borim
Enfermeira CCIH HCM Enfermeira Educação Permanente HCM

________________________________ _________________________________
Dra. Márcia Wakai Catelan Alari Furlan de Jesus
Médica CCIH HCM Coordenadora de Enfermagem HCM

________________________________ ________________________________
Dr. Paulo Poiatti Dr. Antônio Carlos Gusson
Diretor Clinico HCM Diretor Administrativo HCM

________________________________
Dra. Eloisa Aparecida Galão
Vice-Diretora Administrativa HCM

São José do Rio Preto, SP


2016

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