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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES


DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO

ANALUCI DA CONCEIÇÃO GOES


FERNANDA MERCEDES MORALES DIAZ
GILLES HENRIQUE DE AZEVEDO SILVA

HIPÓTESE, JUSTIFICATIVA E INTRODUÇÃO

São Paulo
2010
ANALUCI DA CONCEIÇÃO GOES n° USP 6645289
FERNANDA MERCEDES MORALES DIAZ n° USP 7164100
GILLES HENRIQUE DE AZEVEDO SILVA n° USP 7164184

HIPÓTESE, JUSTIFICATIVA E INTRODUÇÃO

Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de


graduação Orientação à Pesquisa Bibliográfica,
do Departamento de Biblioteconomia e
Documentação, da Escola de Comunicações e
Artes da Universidade de São Paulo.
Docente: Profª. Drª. Brasilina Passarelli.

São Paulo
2010

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Sumário

1. Hipótese ................................................................................................................. 3
1.1 Tipos de Hipóteses.................................................................................... 4
1.2 Classificação das Hipóteses .................................................................... 4
1.3 Como Chegar a Uma Hipótese? ............................................................... 5
1.4 Características das Hipóteses.................................................................... 6
2. Justificativa ............................................................................................................ 7
3. Introdução .............................................................................................................. 8
3.1 Definição Primária ................................................................................... 8
3.2 Introdução: Função .................................................................................. 8
3.3 Partículas Integrantes da Introdução ........................................................ 9
3.4 Introdução: Considerações Finais ............................................................ 10
4. Bibliografia ............................................................................................................ 11

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1. Hipótese

O autor Antônio Carlos Gil definiu hipótese como sendo “(...) a preposição testável
que pode vir a ser a solução do problema (...)” (GIL, 1989, p. 35). Analisando a definição,
podemos concluir que hipótese e uma suposta, provável e provisória solução do problema,
que devera ser submetida a verificação para ser comprovada. Assim, “(...) a hipótese e uma
preposição antecipadora a comprovação a de uma realidade (correlação real entre
variáveis): propomos através dela, uma resposta a um problema, sem sabermos se as
observações, fatos ou dados, a provarão ou refutarão (LAKATUS; MARCONI, 1982, p.
124). Por exemplo, um sujeito deseja falar urgentemente ao telefone, porém, o mesmo não
funciona. Surge então uma lacuna de conhecimento (não se sabe o porque do telefone não
funciona) e consequentemente surge um problema que precisa ser resolvido (o que terá este
telefone para não funcionar). Hipóteses serão elaboradas na tentativa de solucionar o
problema. Hipótese a) Talvez tenha havido o esquecimento de pagar a conta, e a Telefônica
desligado o aparelho; b) Pode ser que, na rua, o fio de ligação esteja cortado; c) Pode ser
que o aparelho esteja com defeito, etc. O sujeito terá que tomar , isto é, obter informações,
orientando-se pelas próprias hipóteses para saber em qual delas esta a solução. Para isto, ele
deverá investigar se as contas dos meses anteriores foram pagas à Telefônica. Segundo,
verificar se os fios de ligação estão cortados. Terceiro, manda chamar um técnico que
examina o aparelho e verifica que o mesmo encontra-se com defeito. Esta ultima, após
realizada a investigação e a hipótese comprovada, que pode ser aceita, enquanto as outras
devem ser rejeitadas. Nela, por tanto encontra-se a solução do problema.

1.1 Tipos de Hipóteses

Existem dois tipos de hipóteses: a explicativa e a preditiva. A hipótese explicativa e


formulada sempre post-factum, ou seja, consiste em partir de uma verdade já conhecida e
que funciona como um principio geral. Já a hipótese preditiva e formulada ante-factum. A
mesma procede a uma observação empírica e dedutiva, pois requer raciocínio lógico.

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1.2 Classificação das Hipóteses

As hipóteses podem ser classificadas em quatro tipos:


− Casuísticas: há hipóteses que se referem a algo que ocorre em determinado caso.
Afirmam que um objeto, uma pessoa ou um fato especifico tem determinada
característica. Tal hipótese e frequentemente utilizada em pesquisas históricas, onde
os fatos são tidos como únicos. Por exemplo, Freud, em seu livro Moisés e o
monoteísmo, levanta a hipótese de que Moisés não era judeu, mas egípcio;
− Frequência de acontecimento: esta hipótese antecipa que determinada característica
ocorre com maior ou menor frequência em determinado grupo grupo, sociedade ou
cultura. Por exemplo, a crença em horóscopo e muito difundida entre os habitantes
de determinada cidade;
− Relação de associação entre variáveis: Tal conceito refere-se tudo aquilo que pode
assumir diferentes valores ou diferentes aspectos, segundo os casos particulares ou
as circunstancias. Porem, as hipóteses deste grupo apenas afirmam a existencia de
relações entre variáveis. Por exemplo: a frequente correlação entre doença mental e
crime;
− Relação de dependência entre duas ou mais variáveis: Neste caso, uma variável
interfere na outra. As hipóteses deste grupo estabelecem a existência de relações
casuais entre as variáveis. Por exemplo, a classe social da mãe influencia no tempo
de amamentação dos filhos. Neste caso a Classe Social e a variável independente
(x), e o tempo de amamentação a variável dependente (y).

1.3 Como Chegar a Uma Hipótese?

Em boa parte dos casos, a qualidade mais requerida do pesquisador e a experiencia


na área. Não e possível, no entanto, determinar regras para a elaboração de hipóteses.
As hipóteses surgem das mais diversas fontes, por exemplo, pela observação, que
estabelece relações entre os fatos do dia a dia e problemas propostos pela ciência. Outros

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exemplos de fontes seria a elaboração de hipóteses a partir dos resultados de outras
pesquisas, leitura de teorias, e a própria intuição do sujeito.

1.4 Características das Hipóteses

Para que uma hipótese possa ser considerada logica e aceitável, e necessário que a mesma
apresente determinadas características, que serão comentadas a seguir:

− Clareza : Os conceitos devem estar claramente definidos nas hipóteses;


− Especifica: As hipóteses devem especificar de fato o que se pretende verificar;
− Referências empíricas: As hipóteses devem envolver conceitos que podem ser
verificados pela observação;
− Parcimoniosa: Uma hipótese simples e sempre preferível em relação a uma mais
complexa, pelo menos num primeiro momento de investigação;
− Relação com as técnicas disponíveis: Nem sempre uma hipótese pode ser testada
empiricamente, e necessário que haja técnicas adequadas para a coleta dos dados;
− Relação com teoria: Para que seja possível a generalização dos resultados. Quando
hipóteses são confirmadas e vinculadas a teorias, estas ganham maior poder de
explicação que as anteriores.

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2. Justificativa

Após a delimitação do tema, do problema, definição dos termos e o levantamento de


hipóteses, é preciso justificar a pesquisa, ou seja, apresentar o porquê, a importância de se
despender esforços para dar prosseguimento à mesma. Essa fase é de extrema importância
tanto para conquistar o interesse do leitor, como para pleitear (e conseguir) financiamentos
externos.
Neste momento, que ainda cabe à apresentação da pesquisa, apresenta-se claramente
a relevância do assunto, tendo em vista o que já se sabe sobre ele e o que se pode
acrescentar ou criar. É necessário ter clareza do que se sabe do assunto a ser pesquisado
para estabelecer o que não se sabe, podendo então situar aí a relevância da pesquisa a ser
empreendida, que é a de somar novos elementos aos conhecimentos já existentes. Daí que
os motivos que conferem relevância à pesquisa são de ordem prática ou teórica.
A importância do estudo a ser realizado dá-se pela sua “(...) atualidade, implicações
práticas, relevância da população estudada ou contribuição à teoria [...], originalidade [... e]
viabilidade da pesquisa” (CASTRO, 1976, p. 20), afinal embora seja original e relevante,
para que a pesquisa tenha êxito, ela deve ser passível de realização.
Quando se justifica o motivo da pesquisa, se realiza uma “(...) prova lógica de uma
proposição. Justificar uma proposição equivale a formular um argumento cuja conclusão é
precisamente a proposição cuja fundamentação se busca” (VERA, 1980, p. 139). Em outras
palavras, a justificativa reitera o tema a ser desenvolvido explicitando sua relevância e,
portanto, mostrando a necessidade de seu desenvolvimento.
Sabendo que o desenvolvimento de uma pesquisa requer (além de tempo e esforços
humanos) recursos financeiros, através da justificativa pode-se evidenciar para um
investidor externo a necessidade de sua atenção a esse projeto em especial e não a outros.
A justificativa de uma pesquisa pode ser de natureza teórica ou prática: quando
teórica, deve apresentar a) o que já se sabe sobre o tema; b) as contribuições teóricas que
pode trazer; c) a relevância social e d) a possibilidade de transformar a realidade. Quando
de natureza prática, deve conter a) a finalidade e b) os benefícios que se pode alcançar.
Sendo assim, “a justificativa destaca a importância do tema abordado tendo em vista
o estágio atual da ciência, as suas divergências polêmicas ou a contribuição que pretende
proporcionar a pesquisa para o problema abordado” (KOCHË, 1986, p. 89-90).

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3. Introdução

3.1 Definição Primária

Desde os princípios educacionais de cada cidadão tomamos sapiência de que para


elaborarmos um texto é necessário que o mesmo adquira um caráter lógico dotado de uma
sequência que traduza todo o conhecimento que o mesmo quer passar, como quando
fazemos uma redação e prezamos pela sua coerência. Para sistematizar melhor essa idéia de
conseguir uma estrutura textual coesa aprendemos de nossos professores que nosso texto
deve possuir introdução, desenvolvimento e conclusão. As definições primárias de cada
uma desses três tópicos vêm junto do ensino fundamental, onde adquirimos as explicações
básicas de cada um deles. Assim, tomamos por introdução todo aquele início de um
trabalho, que pode ser, por exemplo, um texto ou uma redação, definindo-a como a etapa
inicial do exercício já executado que tem a função de transmitir ao leitor toda a carga
primária de informação em uma espécie de resumo do que uma fonte de conhecimento quer
dizer. O desenvolvimento seria aquele trecho onde expomos todas as idéias centrais do que
está sendo feito, assim como pesquisas e outras atividades que de uma forma ou de outra se
vinculam a ela e, por fim, fechamos com a conclusão que tem a função se ligar as pontas de
todos os fios tecidos durante a introdução e o desenvolvimento do trabalho e tem por
finalidade clarear as idéias do autor a respeito de tudo o que foi passado anteriormente.
Acontece que, se em resumo, a introdução representa apenas a parte inicial do trabalho, de
maneira expandida ela quer dizer muito mais que isso.

3.2 Introdução: Função

A introdução tem por função o levantamento da questão que será tratada nos
aspectos cabíveis ao trabalho e explicita o que já foi escrito e dito a respeito desta mesma
questão e salienta qual seria a necessidade de se tratar tal assunto em determinado foco,
assim como o motivo do interesse no mesmo. Manifestando os propósitos buscados pelo
autor tal como o objetivo do trabalho, a introdução pretende relatar ao interlocutor da

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mensagem o tema, o problema, a tesa e os procedimentos escolhidos para o andamento do
raciocínio respeitado. Por fim, especifica-se qual seria a justificativa para a execução da
obra. Ao tomar conhecimento da introdução de um texto, o leitor deve ser capaz de sentir-
se livre para afirmar que consegue compreender o teor da problematização do tema do
trabalho.
Para desenvolver uma conclusão devem ser evitadas algumas informações
desnecessárias como adição de conhecimento histórico ligado ao trabalho que possa ser
desconsiderado em quase toda sua totalidade no que se refere a sua competência ao auxílio
do trabalho a ser executado, qualquer tipo de texto que tenha ligação com a apresentação
prévia do que será transmitido e discursos que tomem o exagero das palavras para a
descrição de pequenas idéias. A confecção da introdução de um trabalho deve ser executada
no final do mesmo e deve ser sintética ao máximo e deve compor-se exclusivamente da
temática interna da obra feita.

3.3 Partículas Integrantes da Introdução

Para um guia mais prático e detalhado do conteúdo de uma conclusão pode-se


dividi-la em alguns conceitos fundamentais que representam partículas importantes que
devem estar contidas nele ou de uma forma explicadas ao longo de seu texto. Uma dessas
partículas é o problema que deve apresentar-se ao leitor de maneira clara e concisa de
modo que pode até mesmo apresentar-se na forma de uma pergunta, mas deve ser
contextualizado de modo que não fique desligado do resto da introdução e seja apenas a
estrutura da mesma. Tratamos também dos objetivos da mesma como partícula integrante,
onde torna-se claro até onde o autor pretende avançar com suas pesquisas aliadas a uma
justificativa, “(...) que destaca a importância do tema abordado tendo em vista o estágio
atual da ciência, de suas divergências polêmicas ou a contribuição(...)” (KOCHË, 1982, p.
89) que este trabalho terá para a área que o compreende. Outro ponto importante que
merece ser citado na introdução é a metodologia que foi utilizada para a confecção de
determinados pontos necessários a conclusão do conjunto que expõe a forma utilizada
desenvolver-se a análise do problema proposto. Por fim, encerando a parte introdutória, o

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autor do texto deve explorar as hipóteses encontradas por ele para explicitar as soluções e
explicações com o intuito de mostrar onde a pesquisa planeja chegar.

3.4 Introdução: Considerações Finais

Por fim, define-se que a introdução não deve ser uma estrutura textual que se
desenvolve de qualquer maneira, pois se assim ocorrer, ela perde seu intuito inicial de
preparar o leitor interessado em adquirir os conhecimentos apresentados em um
determinado trabalho. Como dito anteriormente, “(...) na introdução é necessário assinalar o
sentido da pesquisa, mas de nenhum modo antecipar nem o desenvolvimento nem a
conclusão.” (VERA, 1980, p.168), mas não é apenas isso. A introdução tem por função
secundária, excitar o leitor ao conhecimento que será discutido no trabalho e levá-lo a
compreensão da importância intrínseca que ele possui, salientando as principais partes que
devem ser consideradas.

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4. Bibliografia

CASTRO, Claudio de Moura. Estrutura e apresentação de publicações científicas. São


Paulo: McGRAW-HILL, 1976.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica: para uso dos
estudantes universitários. São Paulo: McGRAW-HILL, 1974.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1989.

KOCHË, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. 7ª ed. ampliada. Caxias


do Sul: Universidade de Caxias do Sul; Porto Alegre: Escola Superior de Teologia São
Lourenço de Brindes / Vozes, 1982.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. São


Paulo: Atlas, 1982.

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa. 5ª ed. Rio de Janeiro:


Petrópolis / Vozes, 1981.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 14ª ed. São Paulo:
Cortez / Autores Associados, 1986.

VERA, Armando Asti. Metodologia da pesquisa científica. 6ª ed. Porto Alegre: Globo,
1980.

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