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Ruído
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA
Um aumento de 10 vezes na pressão sonora implica em uma sensação acrescida de 20dB e não numa
sensação 10 vezes maior.
O decibel é o logaritmo de uma grandeza qualquer sobre uma grandeza de referência, ou seja: 10 Log.
(G/Go).
CURVAS DE COMPENSAÇÃO
Ruído contínuo – é aquele cujo NPS varia de até ±3 dB durante um período longo (mais de 15
min) de observação.
Ruído intermitente – é aquele cujo NPS varia de até ±3 dB em período curtos (menor que 15 e
superior a 0,2 s).
Pela norma da Fundacentro - NHO 01: Ruído contínuo e intermitente é aquele que não é de
impacto e ruído de impacto é aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a
1,0 segundo, a intervalos maiores que 1,0 segundo.
Ruído contínuo ou intermitente é aquele que não é de impacto e deve ser medido com o aparelho em:
* circuito de resposta lenta - slow -
* e curva de compensação “A”.
LEQ = Nível equivalente de ruído. É o nível de ruído ponderado sobe o período de medição, que
pode ser considerado como o nível de pressão sonora contínuo, em regime permanente, que apresenta
a mesma energia acústica total que o ruído real flutuante, no mesmo período de tempo. Unidade =
dB(A).
D = dose (da jornada de trabalho ou do tempo de medição com o dosímetro). Valor em decimal = X
% / 100. A dose é um valor sem unidade. ( % de energia sonora)
T = tempo (da jornada de trabalho diária ou tempo de medição com o dosímetro) em horas ou
fração de horas
Item 6 - NR-15 -“ Se durante a jornada de trabalho a exposição do trabalhador ocorrer sob diferentes
N.P.S., deverão ser considerados seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das frações C/T exceder
a unidade, a exposição estará acima do L.T”. ou seja:
C1 / T1 + C2 / T2 + ... + Cn / Tn < 1
Exemplos:
1) Considerando que o nível de ruído foi quantificado com um medidor de pressão sonora
instantâneo, calcule a Dose e o LEQ, considerando o efeito combinado, para a seguinte
exposição:
ou seja: uma Dose de 2,8 equivale a um nível contínuo de 93,9 dB(A) durante toda a
jornada, apesar de o trabalhador ter ficado exposto 1,5 horas a 80,0 dB(A) e individualmente não ter
ultrapassado o tempo permitido para cada NPS.
B) D = 2 ( 200% )
C) D = 4 ( 400% )
D) D = 8 ( 800% )
B) T = 4,0h.
C) T = 2,0h.
D) T = 1,0h.
II
NPS TEMPO DE EXPOSIÇÃO ( H ) DOSE
dB(A) %
8,0 100,0
4,0 100,0
2,0 100,0
1,0 100,0
III
NPS TEMPO DE EXPOSIÇÃO ( H ) DOSE
dB(A) %
84.0 9,0
89,0 4,5
94,0 2,25
Pela NR.15, Portaria 3214/78, temos os seguintes dados para programar o audiodosímetro:
ª Curva “A”
ª Resposta: slow
Exercícios:
A) LEQ = 94 dB (A)
T = 8 horas
D=?
B) LEQ = 94 dB (A)
T = 9 horas
D=?
DEFINIÇÕES:
NÍVEL EQUIVALENTE: é o nível ponderado sobre o período de medição, que pode ser
considerado como o nível de pressão sonora contínuo, em regime permanente, que representaria a
mesma energia acústica total que é o ruído real / flutuante no mesmo período de tempo.
CRITÉRIO CONSIDERADO: trata-se da determinação da dose de ruído recebida pela pessoa exposta,
e da verificação da adequação da exposição frente a este parâmetro.
INSTRUMENTAL NECESSÁRIO:
* Audiodosímetro
* Calibrador compatível
* Planilhas Campo/relatório - prancheta
* Baterias
* Calculadora
PROCEDIMENTO:
IMPORTANTE: Havendo uma mesma função com trabalhadores exercendo atividades diferentes “e/ou”
em locais diferentes “e/ou” operando equipamentos diferentes, deve ser realizado o monitoramento de cada
um desses casos. Nesses casos, uma dosimetria de um não representa a exposição de outro e uma dosimetria
não pode ser somada a do outro.
IV - Casos especiais de operação e/ou exposição podem e devem ser monitorados para fins
de controle e apreciação da exposição. Entretanto esses dados não devem representar a
exposição usual do trabalhador.
V - Microfone situado 150 ± 50 mm do ouvido, do lado onde for detectado maior nível
de pressão sonora, utilizando para tanto, um medidor instantâneo.
A amostragem deve cobrir toda a jornada de trabalho ou porções menores, desde que representativa ou seja
cerca de dois terços da jornada.
Em situações especiais (aqueles que andam por todo o processo produtivo para exercer sua atividade –
funções como, por exemplo, mecânico de manutenção, eletricista, etc.) será necessário realizar mais de
uma dosimetria ao longo da semana/mês, efetuando-se a soma dos resultados. Apenas dessa forma a
dosimetria será representativa da exposição dessa função – ver exercício a seguir.
EXERCÍCIOS DE DOSIMETRIA
2) Para que a avaliação da exposição ao ruído fosse mais representativa, foram realizadas três
dosimetrias em um mecânico de manutenção de uma siderurgia. Calcule o LEQ e Dose da exposição,
para uma jornada de 8 horas:
3ª F: D = 250% T Medição = 6,5 h Trabalho de rotina e LEQ = 93,0 dB(A) exposição especial
N.P.S. > 115 dB (A) Æ risco grave e iminente, não importando o valor da dose.
PLANILHAS DE CAMPO: deverão ser individuais, por função avaliada, onde deve constar no mínimo:
Setor/divisão, função, atividade de trabalho, local/locais de trabalho, jornada diária de trabalho, data
de avaliação, resultado da avaliação LEQ/DOSE, observações sobre o processo de trabalho/máquinas
e equipamentos visando a implantação/utilização de proteção coletiva e individual, nome do
trabalhador e horários de almoço e saída.
PLANILHAS DE RELATÓRIO:
Constar conclusão sobre resultado das medições x legislação e as recomendações sobre proteção
coletiva/individual e alterações no processo de trabalho.
“É aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1,0 segundo, a
intervalos maiores que 1,0 segundo”.
Deve-se salientar que a norma é omissa em não estabelecer o número máximo de impactos diário
permitido correspondente ao respectivo nível de pressão sonora. A ACGIH (American Conference of
Governmental Industrial Hygienists) não permite exposição maior que 140dB(C) e a norma da
FUNDACENTRO (NHO 01) define os seguintes limites:
140 100
130 1000
120 10000
EXEMPLOS:
1) Avaliado um nível de ruído instantâneo, com filtro de freqüência, obteve na freqüência de 125
Hz o valor de 97 dB (L). Passe esse valor para a curva A.
SOMA E SUBTRAÇÃO - M É T O D O G R Á F I C O:
Avaliando o ruído de uma oficina, com cada uma das máquinas operando individualmente de cada vez,
obtivemos no posto de trabalho do torneiro mecânico os valores de ruído abaixo indicado. Verificar,
através do método gráfico, o nível de ruído neste posto de trabalho quando todas as máquinas estão
operando simultaneamente.
1) 92 + 81 + 95 + 90 dB = ... 97,6 dB
Estamos diante do problema de fornecer a proteção auricular adequada para trabalhadores expostos ao
ruído com nível de pressão sonora de 114 dB(A). Iremos, então, fazer a seleção do modelo que,
segundo o critério adotado, será capaz de reduzir aquele nível de ruído a um valor menor ou igual a 85
dB(A), para exposições de 8 horas diárias.
Deve ser lembrado que, a rigor, a proteção auditiva sempre deve ser considerada como função dos
particulares ruídos e protetor em questão. Ela não será a mesma para ruídos diferentes, usando-se o
mesmo protetor, nem para protetores diferentes, tendo-se o mesmo ruído. Dessa forma, quando se
está exposto aos ruídos de níveis muitos elevados, deve-se efetuar a avaliação quantitativa da proteção
que se está oferecendo.
O ruído, no exemplo, é um dado real, colhido numa indústria metalúrgica. Os dados dos protetores
também são reais, sendo que nos reservamos o direito de omitir as marcas e modelos, uma vez que tal
comparação escapa aos nossos objetivos.
Nível de pressão sonora, curva de ponderação “A” (NR-15, Portaria 3214).....114 dB(A).
Nível de pressão sonora, resposta linear................................................... . .115 dB(L).
Os Protetores:
Foram considerados dois protetores, cujos dados de atenuação média e respectivos desvios padrão,
fornecidos pelos fabricantes, são dados nas tabelas a seguir:
PROTETOR I
Segundo os cálculos efetuados a seguir, verifica-se que o PROTETOR I atenuará o ruído em questão,
desde 114 dB(A) até um valor de aproximadamente 95,7 dB(A), enquanto o PROTETOR II oferecerá
uma atenuação capaz de levar o mesmo ruído de 114 dB(A) a aproximadamente 84,4 dB(A). Portanto,
dentro do critério de avaliação adotado, o PROTETOR I não é adequado para exposições de 8 horas
diárias. O resultado conseguido com o PROTETOR II é mais satisfatório, situando-se numericamente
abaixo do nível máximo permitido para exposições de 8 horas diárias - 85 dB(A), segundo a Legislação
Brasileira ( Portaria 3.214/78, anexo I da NR-15).
87,0
F1) Somatória dos níveis
89,7
84,0
G)Nível de ruído assumido com o protetor II em dB (A) 84,4 ( Nível de ruído dentro do
ouvido usando abafador )
B) Análise de freqüência realizada na zona de audição do trabalhador a ser protegido, leitura em dB.
C) Correção para dB(A), valores a serem subtraídos das leituras obtidas na análise de freqüência.
E) E1) Atenuações do protetor auricular por faixas de freqüências com respectivos desvios-padrão
em dB (valores fornecidos pelos fabricantes).
E2) Proteção assumida em dB, resultado de E-E1, a ser subtraído dos valores constantes em D.
G) Somatória dos níveis de ruídos por faixas de oitava, dois a dois, conforme a tabela seguinte.
OBSERVAÇÃO
Ao considerarmos a proteção assumida do EPI (E2) como sendo a atenuação média subtraída de um
desvio-padrão (E-E1), estamos protegendo, estatisticamente, uma quantidade maior de pessoas, em
relação ao simples uso da atenuação média, ou seja, ao usarmos a atenuação média, podemos esperar
que 50% dos protetores terão melhor atenuação que esse valor e que 50% serão piores; por outro lado,
ao usarmos o valor médio subtraído de um desvio-padrão, pode-se afirmar que 84% dos protetores
terão desempenho superior a esse valor, o que configura o cálculo como uma abordagem “a favor da
segurança”. Se tivéssemos usado para E2 a atenuação média subtraída de dois desvios-padrão, a
expectativa seria de obtermos 97% dos protetores com desempenho superior ao calculado para essa
atenuação assumida (não calculado, no exemplo).
Cuidados e Limitações
Apesar da relativa simplicidade desse procedimento, é preciso ter em mente que seus resultados devem
ser usados com cautela. Deve-se considerar as seguintes limitações:
Como conclusão, deve-se ressaltar que, embora a necessidade de se assegurar o nível de proteção,
conseguido com o uso de protetores auriculares, em ambientes excessivamente ruidoso, seja técnica e
moralmente obrigatória, as limitações do método, como um todo, sugerem o uso da cautela no
emprego dos valores quantitativos obtidos, quando próximos dos limites permitidos. Dessa forma,
valores muito próximos dos níveis máximos permitidos, em relação ao tempo de exposição, deveriam
ser considerados como de proteção não caracterizada, buscando-se atenuações superiores, através de
outros tipos de protetores e/ou a redução do nível de ruído, através de medidas ambientais.
O National Institute for Occupational Safety and Health – NIOSH, um dos institutos prevencionistas
mais respeitados do mundo, acabou de publicar ( junho 1998) sua nova edição dos critérios de
exposição ocupacional ao ruído: “Criteria for a Recomnended Standard - Occupational Noise Exposure
- Revised Criteria 1998”. É de excelente conteúdo técnico, como outros publicados para Calor,
Formaldeído, etc. Inclui inúmeras citações de pesquisas, análises e recomendações para
aperfeiçoamento das normas oficiais americanas, tanto as da OSHA, MSHA, EPA, etc.
Agora, a avaliação da exposição ocupacional ao ruído deve ser feita com FDD - Fator Duplicativo da
Dose (Exchange Rate) de 3 dB ou 85 dB-A o nível máximo para 8 h diárias. Alterou também o
procedimento de testes audiométricos, porém a mudança de maior impacto está relacionada ao uso de
protetores auriculares.
Diferente da OSHA (fiscalização), o NIOSH recomenda o uso da Norma ANSI S12.6-l997 para
estimar a atenuação de protetores auriculares, que se baseia em dados reais, levantados com pessoas em
condições de trabalho, e não mais através da cabeça mecânica, em laboratório.
Assim, se o NRR - Noise Reduction Rating (Nível de Redução de Ruído) do fabricante for resultado de
métodos diferente da ANSI S12.6-1997 , o usuário deve fracioná-lo, como segue:
Essa redução está fundamentada em 20 trabalhos científicos, de autores independentes, que testaram
protetores comerciais em 84% de usuários, sob condições reais de exposições. Os melhores protetores
apresentaram NRR entre 13.2 a 14.8 dB, enquanto há outros absolutamente inúteis. Detalhes estão na
Internet: http://www.cdc.gov/niosh/noisepg.html
Vale enfatizar que o NIOSH recomenda usar dois protetores auriculares (concha + plug) quando os
níveis médios integrados (Leq ou Lavg) estiverem entre 100 dB-A e 105 dB-A. Acima disso, nem
mesmo uma dupla proteção considera adequada.
Fonte: Boletim informativo da DOULOS. News Board. Ano. 03. N.04. p.4 . set. 1998.
Os protetores auditivos são equipamentos individuais de proteção contra ruído que devem
reduzir a dose do ruído para os usuários. A vedação entre o protetor e a face da cabeça ( para o
tipo concha) ou canal de ouvido ( para o tipo plug) é o parâmetro decisivo na obtenção de
atenuação adequada. Existem várias razões pelas as quais os protetores auditivos falham em
oferecer proteção adequada aos Usuários. Neste tópico serão abordados os efeitos de
incompatibilidade dos protetores com outros EPI e a atenuação real de ruído obtido no
mundo real (Campo), além do efeito de deterioração do protetor.
O protetor auditivo deve ser compatível com o uso de outros equipamentos de proteção
individual, tais como capacete, óculos, máscaras, etc. alguns usuários têm contorno de cabeça
não compatível com alguns protetores do tipo concha. Alguns trabalhadores têm também,
canais de ouvido externo de forma geométrica que não são compatíveis com alguns tipos de
plug. No momento de escolha do protetor, deve-se consultar o trabalhador para garantir seu
conforto e aceitação.
Atenuação do Ruído
A figura a seguir mostra a diferença entre os valores da NRR para os vários tipos de
protetores (dados do fabricante, considerando 2 vezes o desvio padrão) e do valor obtido no
campo. Portanto, o NRR deve ser reduzido (multiplicado por) 70% para conchas, 50% para
plugs moldáveis e 24% para os outros tipos de plugs.
Esta redução deve ser usada para correção dos valores fornecidos pelos fabricantes para cálculo dos
valores reais no campo.
Os protetores auditivos têm uma vida útil que depende do uso e da qualidade de cada um. Os plugs
encolhem (diminuem de tamanho) ou ficam duros devido ao contato com a cera do ouvido e a
transpiração do trabalhador, dentro de três semanas ou mais de uso. Nos do tipo concha deve-se
trocar as almofadas periodicamente. O ouvido deve ser encaixado dentro da concha para fornecer uma
maior vedação e conforto.
É recomendável que o trabalhador leve seu protetor cada vez que tiver teste audiométrico (a cada 3, 6
ou 9 meses) e mostre para o (a) fonoaudiólogo(a) como ele o usa e como o guarda . O (A)
fonoaudiólogo(a) deve orientar o trabalhador individualmente sobre o uso correto, manutenção e,
inclusive, sobre a troca do protetor.
GERGES, Samir N.Y. Acústica industrial. São Paulo, CIPA. N. 219:34-35, ano XIX. 1998.
Não é recomendável o uso do nome decibelímetro para medidor de pressão sonora (NPS) Já
que esse termo significa medir em escala dB. A princípio, qualquer grandeza física pode ser medida em
dB. Medidores de NPS podem ser do tipo simples que fornece apenas o nível global em dB(A) ou
medidores sofisticados com recursos capazes de fornecer dB ( linear A,CB,C ou D), dB impulso, dB
pico, espectro e/ou outras escalas. Existem quatro classes de medidores de NPS, conforme a norma
ANSI S1-4-1971: classe 1 de pressão, classe 2 para uso geral, classe 3 para uso comum e classe 4 uso
especial. As tolerâncias do nível de pressão sonora dB(A) para os tipos 1 a 3 para incidência aleatória,
são mostradas na tabela anexa, incluindo as tolerâncias de todos os elementos do medidor. Os valores
-∞ na tabela significam que o medidor não responde, ou a pressão sonora é nula. A tabela mostra que
, por exemplo, dois medidores de fabricantes diferentes, de mesmo tipo ( 1,2 ou 3), podem fornecer
níveis diferentes.
D I F E R E N Ç A E N T R E O S D O I S V A L O R E S A S E R E M A D I C I O N A D O S