You are on page 1of 75

João Paulo Santos Barbosa

ESTRUTURAS METÁLICAS SUSTENTÁVEIS:


ESTRUTURAS METÁLICAS COM COBERTURA FOTOVOLTAICA

Divinópolis
2016
João Paulo Santos Barbosa

ESTRUTURAS METÁLICAS SUSTENTÁVEIS:


ESTRUTURAS METÁLICAS COM COBERTURA FOTOVOLTAICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade Pitágoras como
requisito parcial para a obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Mecânica.

Tutor: Eduardo Costa Estambasse

Divinópolis
2016
B238e Barbosa, João Paulo Santos
Estruturas metálicas sustentáveis: estruturas metálicas com
cobertura fotovoltaica / João Paulo Santos Barbosa. – Divinó-
polis: Faculdade Pitágoras / Unidade Divinópolis, 2016.

75 p.

Monografia apresentada na conclusão do Curso de Enge-


nharia Mecânica da Faculdade Pitágoras/Unidade Divinópolis
Orientador: Profº Eduardo Costa Estambasse

1. Estruturas metálicas - cobertura fotovoltaica. I. Título.

CDU: 621

Elaborada pela Bibliotecária:


Andréa Mendonça de Moura CRB-6/1457
Dedico este trabalho aos meus familiares,
que ao decorrer dos meus estudos,
sempre foram presentes.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pelas vitórias e conquistas a mim concedidas.


Aos professores da Faculdade Pitágoras que de forma concisa
contribuíram com seus conhecimentos para a realização e conclusão deste
trabalho.
Aos meus familiares, em especial meus pais e Gisele Marques, que
sempre pacientes estiveram ao meu lado, oferecendo apoio de maneira
incondicional .
E por fim, aos meus amigos e colegas de classe, que de certa forma,
estiveram presentes ao longo desta jornada contribuindo com o apoio moral,
compartilhando conhecimentos, e construindo uma base sólida para uma
promissora carreira profissional.
“O sucesso nasce do querer, da determinação
e persistência em se chegar a um objetivo.
Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e
vence obstáculos, no mínimo fará coisas
admiráveis.”
José de Alencar
BARBOSA, João Paulo Santos. ESTRUTURAS METÁLICAS SUSTENTÁVEIS:
Estruturas metálicas com cobertura fotovoltaica. 2016. 75 páginas. Trabalho de
Conclusão de Curso Engenharia Mecânica - Faculdade Pitágoras, Divinópolis,
2016.

RESUMO

Com a crescente demanda e custo de recursos energéticos, a


engenharia, em seus diversos campos de atuação, considera extremamente
necessário a realização de construções sustentáveis, proporcionando cada vez
mais, um menor impácto ambiental, promovendo melhorias na relação do
homem com o meio e promovendo consequentes mudanças econômicas. Com
enfoque na necessidade de aumentar a produção energética limpa, que por sua
vez é responsável por grandes avanços. A energia fotovoltaica, além de limpa,
é capaz de gerar consideráveis quantidades de energia com investimento
relativamente baixo tendo em vista a crescente disseminação da tecnologia
contribuindo ainda mais para que este custo diminua. As células fotovoltaicas
são responsçaveis por captar a radiação solar e convertê-la em energia elétrica.
Com o avanço tecnológico, decorrente nas últimas décadas, esse modelo
energético revelou significativa melhoria em sua eficiência e aproveitamento,
conferindo ao modelo, imprescritível papel na demanda energética mundial. É
importante salientar ainda, que com avanços na engenharia dedicada a precisão
de cálculos estruturais, nem toda estrutura poderá receber um sistema de
energia fotovoltaica, tendo em vista as limitações técnicas estruturais e físicas.
Atendendo a necessidade de redução de custos, tornando os cálculos estruturais
cada vez mais precisos, demonstrando a imensa responsabilidade e
sensibilidade que a engenharia deve embasar visando sua constante evolução.
Tendo em vista este contexto, o referente trabalho apresenta a missão de
desenvolver um ambiente integrado entre as estruturais metálicas e as
coberturas solares fotovoltaicos.

Palavras-chave: Construções sustentáveis. Estruturas Metálicas. Cálculos


Estruturais. Energia Fotovoltaica.
BARBOSA, João Paulo Santos. Steel Structure Sustainable: metal structures
with photovoltaic roof. 2016. 75 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso
Engenharia Mecânica - Faculdade Pitágoras, Divinópolis, 2016.

ABSTRACT

With the increasing demand and cost of energy resources engineering


in their various fields of activity, considered extremely necessary to achieving
sustainable buildings, providing increasingly less environmental impact,
promoting improvements in man's relationship with the environment and
promoting consequent economic changes. With focus on the need to increase
clean energy production, which in turn is responsible for great advances.
Photovoltaic, as well as clean, is able to generate considerable amounts of
energy with relatively low investment with a view to increasing spread of
technology further contributing to this cost decrease. Photovoltaic cells are
responsible for capturing solar radiation and convert it into electricity. With
technological advancement, resulting in recent decades, this energy model
showed a significant improvement in efficiency and use, giving the model,
imprescriptible role in global energy demand. It is important to emphasize that
with advances in precision engineering dedicated structural calculations, not
every frame may receive a photovoltaic power system, given the structural and
physical techniques limitations. Given the need to reduce costs, making structural
calculations more precise, showing the immense responsibility and sensitivity
that engineering should aim to base its constant evolution. Given this context or
reference work presents the mission to develop an integrated environment
between the metal structural and photovoltaic solar roofs.

Key-words: Sustainable Construction. Metallic Structures. Structural


Calculations. Photovoltaic.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - The Ironbridge .................................................................................. 24


Figura 2– Pilar de aço x pilar de concreto ........................................................ 27
Figura 3 – Viga de aço x viga de concreto ....................................................... 28
Figura 4 – Reforço e ampliação ....................................................................... 31
Figura 5 – Efeito fotovoltaico ............................................................................ 40
Figura 6 – Lacuna ............................................................................................ 41
Figura 7 – Lacuna ocupada .............................................................................. 41
Figura 8 – Movimentação dos elétrons ............................................................ 42
Figura 9 – Exemplo de Sistema híbrido ........................................................... 43
Figura 10 – Exemplo de Sistema Isolado ......................................................... 44
Figura 11 – Exemplo de Sistema conectado a rede ......................................... 45
Figura 12 - Painel de silício monocristalino ...................................................... 47
Figura 13 - Painel de Silício Policristalino ........................................................ 48
Figura 14 - Painel solares de filme fino ............................................................ 49
Figura 15 - Painel fotovoltaico de silício amorfo ............................................... 50
Figura 16 – Painel de Teruleto de Cádmio ....................................................... 50
Figura 17 – Painel de seleneto de cobre, índio e gálido................................... 51
Figura 18 – Painel fotovoltaico Híbrido ............................................................. 52
Figura 19 – Células fotovoltaicas orgânicas ..................................................... 53
Figura 20 – Solar Powered Office Complex ..................................................... 56
Figura 21 – Estádio de Kaohsiung ................................................................... 56
Figura 22 – Sanyo Solar Ark ............................................................................ 57
Figura 23 – Sonnenschiff.................................................................................. 57
Figura 24 – Ponte Blackfriar ............................................................................. 58
Figura 25 – Estacionamento............................................................................. 59
Figura 26 – Poste de iluminação ...................................................................... 59
Figura 27 – Fachada de prédios....................................................................... 60
Figura 28 – Galpões ......................................................................................... 60
Figura 29 – Posto de gasolina .......................................................................... 61
Figura 30 - Sustentabilidade............................................................................. 67
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Projeção do crescimento da capacidade instalada e custos até 2050


......................................................................................................................... 19
Gráfico 2 - Preços de sistemas fotovoltaicos na Alemanha ............................. 63
Gráfico 3 - Aumento da capacidade fotovoltaica na Alemanha ........................ 64
Gráfico 4 - Preço da energia fotovoltaico desde 1977...................................... 66
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comparativo entre concreto e aço.................................................. 29


Tabela 2 – Telhas onduladas ........................................................................... 34
Tabela 3 – Telhas trapezoidais ........................................................................ 35
Tabela 4 – Painéis fotovoltaicos ....................................................................... 35
Tabela 5 – Custos residenciais ........................................................................ 65
Tabela 6 – Custos industriais ........................................................................... 65
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABINEE – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica


ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
a-Si - Silício amorfo
CdTe - Teruleto de Cádmio
CdTe - Teruleto de Cádmio
CIS / CIGS - Seleneto de cobre, índio e gálidoc-Si -Silício cristalino
CO2 – Dióxido de Carbono
HJT - Painel fotovoltaico Hibrido
Mono-Si – Silício monocristalino
NASA - National Aeronautics and Space Administration
NBR – Norma Regulamentar Brasileira
OPV - Células Fotovoltaicas Orgânicas
RJ – Rio de Janeiro
SFCR – Sistema Fotovoltaico Conectado a Rede
SFI – Sistema Fotovoltaico Isolado
Si – Silício
TFPV - Painel Fotovoltaico de Filme Fino
LISTA DE SÍMBOLOS

cm² - Centímetro quadrado


GWp – Giga Watt Pico
Kg/m² - Quilograma por metro quadrado
KN - Quilonewton
KN/m – Quilonewton por metro
KN/m² – Quilonewton por metro quadrado
kW – Quilowatt
KWh – Quilowatt hora
m – Metro
mm – Milímetro
MW – Mega Watt
MWp – Mega Watt Pico
MWp – Mega Watt Pico
W/m² - Watt por metro quadrado
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 16

1.1 PROBLEMA .............................................................................................. 17

2 OBJETIVO ................................................................................................ 18

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 18

3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 19

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................ 21

5 METODOLOGIA ....................................................................................... 23

6 ESTRUTURAS METÁLICAS .................................................................... 24

6.1 HISTÓRICO .............................................................................................. 24


6.2 TIPOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS ........................................................... 26
6.3 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL ............ 26
6.3.1 Resistência do aço ......................................................................... 27
6.3.2 Margem de segurança.................................................................... 29
6.3.3 Rapidez na execução ..................................................................... 29
6.3.4 Possibilidade de reaproveitamento................................................. 30
6.3.5 Ductibilidade elevada ..................................................................... 30
6.3.6 Aproximação entre teoria e realidade ............................................. 30
6.3.7 Possibilidade de reforço e ampliação ............................................. 30
6.4 DESVANTAGENS ...................................................................................... 31

7 ANÁLISE ESTRUTURAL ......................................................................... 33

7.1 AÇÕES DE CARGAS PERMANENTES ............................................................ 33


7.2 COBERTURAS .......................................................................................... 33
7.2.1 Comparativo entre pesos de painéis fotovoltaicos e telhas ............ 34

8 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA ....................................................... 37

8.1 EFEITO FOTOVOLTAICO............................................................................. 39


8.2 TIPOS DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ........................................................ 42
8.2.1 Sistemas Fotovoltaicos Isolados (SFI) ........................................... 43
8.2.2 Sistemas Fotovoltaicos Conectados a Rede (SFCR) ..................... 44
8.3 COMPONENTES BÁSICOS DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO ............................ 45
8.4 TECNOLOGIAS DISPONÍVEISEM PAINÉIS FOTOVOLTAICOS ............................. 46
8.4.1 Painel de silício monocristalino ...................................................... 47
8.4.2 Painel de Silício Policristalino ......................................................... 48
8.4.3 Painéis solares de filme fino ........................................................... 48
8.4.4 Painel fotovoltaico de silício amorfo ............................................... 49
8.4.5 Painel fotovoltaico de Teruleto de Cádmio (CdTe) ......................... 50
8.4.6 Painel de seleneto de cobre, índio e gálido (CIS / CIGS) ............... 51
8.4.7 Painel fotovoltaico Hibrido (HJT) .................................................... 51
8.4.8 Células Fotovoltaicas Orgânicas (OPV) ......................................... 52
8.5 ESCOLHA DO PAINÉL ADEQUADO ............................................................... 53

9 APLICAÇÕES ........................................................................................... 55

10 ASPÉCTOS ECONÔMICOS..................................................................... 62

10.1 COMPORTAMENTO DOS PREÇOS NOS ÚLTIMOS ANOS .................................. 62


10.1.1 Instalações residenciais ................................................................. 64
10.1.2 Instalações comerciais e industriais ............................................... 65
10.1.3 Energia solar x energia da rede ..................................................... 65
10.1.4 Preço da energia solar fotovoltaica desde 1977 ............................. 66

11 SUSTENTABILIDADE .............................................................................. 67

12 CONCLUSÃO ........................................................................................... 68

13 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 69

14 ANEXO A- FLUXOGRAMA PARA DIMENSIONAMENTO DE


ESTRUTURAS ................................................................................................. 71
16

1 INTRODUÇÃO

Com recurso inesgotável de energia limpa, o sol, fonte primária de energia,


garante a existência da vida em nosso planeta. O sol irradia grande quantidade de
energia em forma de radiação eletromagnética, responsável pelo ciclo das águas,
indução de circulação atmosférica em larga escala (ventos), carvão, petróleo, etc.
Diariamente o sol incide sobre a superfície terrestre quantidades colossais
de energia, a qual, seria possível abastecer energeticamente toda a população
mundial por anos. Fato este, dá-se a importância de aproveitar tal energia, cuja
utilidade vem desde o simples aproveitamento da luz quanto do calor e, mais
recentemente, como promissora fonte para geração de energia elétrica limpa,
promovendo notáveis avanços ao que se refere ao desenvolvimento sustentável.
Com objetivo final relativamente simples, transformar a radiação emitida
através do sol em energia elétrica, por intermédio de células fotovoltaicas, as quais
em sua grande maioria são produzidas a partir de silício policristalino, recurso natural
abundante ao qual confere ao modelo características distintas de sustentabilidade.
O processo de produção de energia elétrica consiste em captar os raios
solares e transformá-lo em corrente elétrica contínua que consequentemente é
convertida em corrente alternada para, posteriormente ser introduzida à rede.
Concluído esse processo, a estrutura promove, em alguns casos, sua autoeficiência
energética, tornando-a sustentável.
Alguns países já utilizam dessa opção como forma de geração de grandes
quantidades de energia; enormes pátios com quilômetros de metros quadrados de
painéis solares capazes de gerar energia para abastecer cidades de médio porte,
como no caso da usina de Topaz, localizada em San Luis Obispo, na California, cuja
capacidade de geração é de 550 MW. Tal fato mostra o potencial e significativo
crescimento no setor, ao qual o Brasil engatinha, porém, com crescentes avanços.
Atualmente a energia elétrica fotovoltaica já ocupa a terceira posição em
geração global de energia, ficando atrás apenas das energias geradas por
hidrelétricas e eólicas.
Estruturas em aço por sua vez, podem ser cobertas por placas solares,
desde que estas sejam projetadas para determinado fim, afim de substituir os telhados
convencionais. A substituição deve, preferencialmente, ser implementada durante a
realização dos cálculos, tendo em vista o considerável peso dos painéis em relação
17

as telhas. Estruturas cujo projeto não foi desenvolvido para tal finalidade deve ser
adaptado e/ou observado suas limitações técnicas.
Referente ao sistema mais utilizado, atualmente destaca-se o sistema
Integrado à rede elétrica, que pode facilmente ser aproveitado como elemento
construtivo, como no caso de telhas, fachadas, elementos com a função de
sombreamento, dentre outros; além de, concomitantemente gerar energia
proporcionando economia a quem opta por esse sistema.
Contudo, a flexibilidade na implantação de sistemas que possam favorecer
a produção energética sustentável e aumentar diretamente a eficiência de estruturas
trazem enormes avanços e benefícios que contribuem com a evolução das
construções em aço.
Com os avanços nos estudos voltados a projetos sustentáveis, vinculados
a necessidade global de mitigar fatores que afetam efetivamente o meio ambiente e
impactuam na vida das pessoas, as estruturas sustentáveis atendem a necessidade
energética não poluente tornando-se atrativa no viés econômico, podendo
futuramente atingir a posição de segundo lugar no fornecimento de energia elétrica no
Brasil, superando a energia eólica. Ressalvando, ainda, que com os avanços
tecnológicos e pesquisas desenvolvidas no setor, assim como a concorrência no
mercado, alimentam a tese de que em breve o preço da tecnologia se tornará cada
vez mais, acessível à população.

1.1 Problema

Como integrar um sistema fotovoltaico a uma estrutura de aço?


18

2 OBJETIVO

Integrar a uma estrutura aço painéis fotovoltaicos, projetar estrutura


geratriz, propiciar construções sustentáveis.

2.1 Objetivos específicos

• Apresentar conceitos históricos acerca do surgimento das estruturas metálicas,


surgimento e funcionamento de células fotovoltaicas, entender a forma de integração
em estruturas projetadas para tal finalidade.
• Compreender os benefícios agregados na integração do sistema fotovoltaico
em estruturas de aço e sua relação com o meio ambiente.
• Entender o dimensionamento de um sistema fotovoltaico integrado a uma
estrutura, indicar o momento onde o peso dos painéis influenciará nos cálculos
estruturais.
• Apresentar algumas tendências futuras referentes a geração de energia elétrica
fotovoltaica, disseminar conhecimento acerca do investimento.
19

3 JUSTIFICATIVA

O termo “sustentável’ tem sido objeto de discussão em convenções


internacionais e comunidades científicas. Com base nesse aspecto, setores focados
na projeção de estruturas sustentáveis podem aumentar os lucros e expandir seus
negócios contribuindo principalmente com o meio ambiente. Cresce a cada dia a
necessidade de melhorar estruturas construídas em aço e, pensando nesse aspecto,
a possibilidade de substituir telhados convencionais por painéis fotovoltaicos.
Outro fator relevante a se considerar na proposta apresentada é o espaço
físico ocupado pelo sistema que de fato, pode ser desconsiderado por apenas
substituir telhados. Fica evidente ainda, que o panorama de apenas produzir energia,
não é função exclusiva dos painéis, os quais também atuam na função de cobertura.
Com vistas ao possível crescimento no setor, integrar sistemas de células
fotovoltaicas pode atrair investimentos e provocar positivos impactos econômicos.

Gráfico 1 - Projeção do crescimento da capacidade instalada e custos até 2050

Fonte: EPE nota técnica 19/14 (2014, p. 24)

O Brasil é um dos maiores produtores de silício do mundo, porém, não


dispõe de tecnologia necessária para que permita atingir um nível global de
competitividade, o que interfere no custo do sistema. Porém, existem pesquisas em
curso.
Atualmente não existe a purificação de silício até o grau solar no Brasil em
20

nível comercial. Algumas empresas e grupos acadêmicos vêm


desenvolvendo, em nível laboratorial, o processo de purificação através da
rota térmica, ou metalúrgica, que envolve menor consumo de insumos
energéticos, com resultados positivos sobre o custo final. Contudo, o trabalho
ainda se encontra no nível laboratorial, sem ter passado pela experiência de
produção em escala comercial, e encara alguns desafios técnicos, como o
controle de impurezas[...].Em linhas gerais, os participantes deste mercado
são otimistas quanto ao desenvolvimento nacional de células (silício cristalino
e/ou filmes finos) com tecnologias que permitam atingir um nível de
competitividade global, seja via desenvolvimento local ou via atração de
algum produtor global detentor de tecnologia.(ABINEE,2012)

Com significativo crescimento, os sistemas fotovoltaicos tem apresentado


melhorias referentes a eficiência e aproveitamento no decorrer das últimas décadas,
sjeitando-os consequentemente a avanços relativos a sua rentabilidade.
Portanto, visando o potencial e custo-benefício, o qual futuramente
apresentará melhores resultados, tendo em vista aos breves dados apresentados, os
sistemas fotovoltaicos podem ser inseridos em estruturas que visam modernidade e
sustentabilidade.
Tratando os custos de implementação do sistema, especialistas ressaltam
que o retorno no investimento oferecidos pelo sistema de energia fotovoltaica pode
ser recuperado em até seis anos, numa perspectiva positiva para residências e
comercios intermediários. Já na indústria, esse retorno pode chegar a dez anos.
Ressalta-se que existem fornecedoras de painéis solares que oferecem a seus
clientes garantias de até vinte e cinco anos, assegurando ao investimento solidez.
Por fim, e não menos importante, referente a atuação de engenheiros
mecânicos calculistas, onde a atuação na instalação destes sistemas devem contar
com o peso específico dos painéis e acrescidos no momento em que o projeto é
elaborado, considerados como carregamento permanente, afim de que não haja
necessidade de alterações estruturais futuras. É função das engenharias, de modo
geral, promover a integração entre tecnologia e meio ambiente.
21

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Com base no problema proposto neste estudo, é necessário elucidar a


divisão da fundamentação teórica em dois estudos distintos para propiciar o completo
entendimento da solução possível; sendo elas: Estudos referentes ao exato momento
da alteração dos cálculos estruturais, afim de considerar o peso e reações estruturais
sofridas pela estrutura, sem aprofundar nos cálculos propriamente dito; e apresentar
e dimensinar sistemas de energia fotovoltaicas disponíveis no mercado, ambas
atendendo a recomendações normativas vigentes.
Para adequação dos cálculos estruturais, lembrando que o estudo não
objetiva projetar uma estrutura completa, e sim orientar o momento em que as cargas
permanentes oriundas do sistema fotovoltaico atuará sobre a estrutura, é importante
ressaltar as determinações normativas brasileiras, as quais sustentam o estudo. A
norma adotada para orientar estruturas é a NBR 8800:2008 - Projeto de estruturas de
aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios.
De acordo com Bellei (1998, p. 77), o peso da cobertura deve ser
considerado ao analizar as cargas e combinações de cargas, onde estas, devem ser
consideradas durante a elaboração do memorial de cálculo, de acordo com o princípio
da estática das construções.
Galpões industriais estão sujeitos a um conjunto de cargas que atuam ora
isoladamente ora em combinação umas com as outras. Essas cargas devem
ser levadas em conta na elaboração do memorial de cálculo de acordo com
o princípio da estática das construções. Devem ser consideradas as
seguintes influências de carga, alem de outras que possam surgir em casos
especiais.(Bellei, 1998, p. 77)

Ao considerar as ações atuantes, podemos classificá-las em:


permanentes, variáveis e excepcionais. No caso do presente estudo, apenas as ações
permanentes serão consideradas, ao fazer referência ao peso próprio da estrutura,
onde todos os elementos construtivos devem ser considerados.
As ações permanentes diretas são constituidas pelo peso próprio da estrutura
e pelos pesos próprios dos elementos construtivos fixos e das instalações
permanentes[...].Os pesos das instalações permanentes usualmente são
considerados com os valores indicados pelos respectivos fornecedores.(NBR
8800, 2008, p. 15)
22

A carga permanente é uma carga composta pelo peso próprio da estrutura e


pelo peso dos materias de acabamento, como chapas de piso, cobertura,
tapamentos, instalações elétricas, etc. A sua correta avaliação depende
acima de tudo da experiência profissional ou da facilidade de comparação
com obras similares. Deve ser avaliada por por partes, à medida que se
dimensionam as peças. A variação nesta avaliação deve ficar abaixo de 10%,
de acordo com o prescrito nas normas, como margem de segurança. Caso
contrário, dever-se-á acrescentar ou retirar o excedente e fazer nova
verificação no dimensionamento. (Bellei, 1998, p. 77)

A partir do princípio de que a estrutura pode receber os painéis


fotovoltaicos, a implementação do sistema ocorrera através de dados fornecidos Com
recurso inesgotável de energia limpa, o sol, fonte primária de energia, garante a
existência da vida em nosso planeta. O sol irradia grande quantidade de energia em
forma de radiação eletromagnética, responsável pelo ciclo das águas, indução de
circulação atmosférica em larga escala (ventos), carvão, petróleo, etc,como
anteriormente citado.
Atualmente é importante estabelecer duas impotantes considerações
referentes a perspectiva econômica dos sistemas fotovoltaicos, as quais uma delas
se refere a capacidade de expansão de instalações, impulsionada por perspectivas
positivas do mercado internacional para os próximos anos, reduzindo os custos do
investimento inicial da fonte; e outra referente a viabilidade econômica, resultante da
comparação entre os custos e a tarifa final do investidor.
Como já mencionado, com excelentes perspectivas de crescimento setorial
e confiabilidade dos sistemas, empresas especializadas oferecem até vinte e cinco
anos de garantia nos seus produtos.
23

5 METODOLOGIA

O desenvolvimento deste trabalho se deu a partir de dados obtidos através


de normas técnicas, livros, publicações, artigos técnicos, estudos e com vistas a uma
tendência mundial no que se refere a estruturas sustentáveis. Alterações simples
durante a projeção das estruturas, permitem a instalaçao com total segurança dos
painéis fotovoltaicos, proporcionado em alguns casos autonomia energética. O
presente estudo apresentará métodos comumente utilizados para dimensionamento
da estrutura, salientando que apenas serão citados apenas trechos estruturais
necessários para a compreensão deste estudo e métodos para elaboração de sistema
fotovoltaico integrado, elucidando o proposito desta pesquisa.
24

6 ESTRUTURAS METÁLICAS

6.1 Histórico

Os relatos referentes as primeiras obras em aço datam de 1750, período o


qual o foi descoberto a maneira de produzí-lo em escala industrial. Consequentemente
alguns países passaram a utilizar o material em empregos estruturais como no caso
da Inglaterra, que construiu uma ponte de ferro fundido sobre o rio Severn em
Coalbrookdale em 1757 e a França em 1780, implementando o metal na escadaria do
Louvre e no Teatro do Palais Royal. Nos Estados Unidos, por volta de 1880, houve
em Chicago uma grande utilização do aço na construção de edifícios, o que consolidou
sua utilização e expansão mundial.
Figura 1 - The Ironbridge

Fonte:www.geograph.org.uk,2016.

Já no Brasil, a construção da Ponte de Paraíba do sul, no estado do RJ,


datada de 1857.
A expansão e relevância das estruturas feitas em aço a partir de 1750, com
25

a construção e avanços tecnológicos podem ser observados no quadro a seguir com


um breve historico das principais obras no mundo até a década de 30:

Quadro 1 Principais obras em aço no mundo

Ano Obra
1779 Primeira obra importante de ferro, ponte sobre o Severn em Coalbrookdale, na
Inglaterra,projetada por Abraham Darby com vão de 30m.
1801 Primeiro edifício industrial em ferro em Manchester.
1850 Alcançou-se 300m de vão com ponte a cabo.
1851 Início da utilização do ferro em grandes coberturas (naves); Palácio de Cristal
em Londres,projetado por Joseph Paxton.
1853 Estações ferroviárias de Paddington (Londres).
1853 Mercado Central do Halles (Paris).
1855 Primeira ponte de grande vão com vigas.
1862 Estações ferroviárias do Norte (Paris)
1866 Construção de uma cobertura em Londres com 78m de vão.
1868 Ponte em aço sobre o Rio Mississipi em St. Louis, projetada por Eads, com 3 arcos
treliçados, tendo o maior deles 159m de vão.
1875 Palácio de Cristal (Petrópolis).
1879 Edifício Leiter I, construído pela “Escola de Chicago”.
1889 Torre Eiffel, construida por Gustave Eiffel.
1883 Ponte de Brooklyn (New York), pensil com 487m de vão.
1890 Ponte sobre o “Firth of Forth” (Escócia) em balanço duplo treliçado, com vão central
de 521m.
1894 Edifício Reliance construído pela “Escola de Chicago”.
1901 Estação da Luz (São Paulo); Mercado do Ver-0-Peso (Belém); Estação Ferroviária de
Bananal (Bananal).
1910 Teatro José de Alencar (Fortaleza).
1913 Viaduto Santa Efigênia construído com estrutura belga, com 225m de comprimento
vencidos por três arcos.
1930 Edifício Chrysler e o Empire State (110 andares) ambos em Nova York.
Fonte: wwwo.metalica.com.br/historico-da-estrutura-metalica , 2016.

Dentre as obras citadas, é importate salientar a evolução do setor e os


alcances obtidos como novas metodologias e técnicas que tornaram as estrutras
comumente utilizadas, principalmente quando há a necessidade de oter construções
com grandes vãos.
26

Ainda referente ao bem-sucedido histórico das estruturas, Chicago, nos


Estados Unidos, foi o grande percursor na construção de edifícios, dado ao fato de a
cidade, após um incêndio de grandes proporções em 1871, teve um período de auge
tornando-se um dos maiores mercados do mundo; e para suprir tamanho crescimento,
a forma rápida de atender as demandas econômicas foi verticalizar a cidade com
estruturas metálicas. Isso devido a algumas características como a resistência ao
fogo, aproveitamento dos espaços devido a possibilidade de grandes vãos e sua maior
resistência estrutural.

6.2 Tipos de estruturas metálicas

As estruturas metálicas podem ser classificadas segundo DIAS (1997), em:


• Estruturas de edifícios de múltiplos andares,
• Estruturas de Galpões,
• Estruturas de obras de arte,
• Estruturas reticuladas,
• Estruturas tubulares,
• Estruturas espaciais,
• Estruturas de armazenagem,
• Estruturas estaiadas ou tencionadas.

6.3 Vantagens da utilização do aço como material estrutural

Como todo material, o aço apresenta vantagens e desvantagens que


devem ser apreciados por engenheiros e construtores que pretendem utilizá-lo como
material estrutural. É de suma importância a sensibilidade do profissional no momento
de mensurar os fatores positivos e negativos acerca da utilização do material,
considerando sempre que outros fatores deverão ser levados em consideração como:
a qualificação dos profissionais, disponibilidade do material, transporte entre outros.
Conhecer quais são suas vantagens e desvantagens pode determinar uma melhor
aplicação do material proporcionando economia e segurança nos projetos
desenvolvidos. Como principais vantagens podemos citar sua alta resistência, Grande
margem de segurança, rapidez na execução, possibilidade de reaproveitamento,
ductibilidade elevada, grande aproximação entre teoria e realidade, possibilidade de
27

reforço e ampliação.

6.3.1 Resistência do aço

Ao analizar a relação entre resistência e peso específico, o aço é o material


que apresenta os melhores índices, ou seja, o material apresenta menores dimensões
ao comparado com outros materiais. Essa comparação pode ser observada ao
compararmos pilares e vigas de concreto e aço. Se um pilar em aço perfil H, coma as
dimensões de 250 x 250 x 8 x 9,5 mm, suporta uma força axial de compressão
calculada de 1500 KN, sua área de seção transversal seria de 66 cm² e o peso seria
de 1,5 KN; já para o concreto armado, para suportar a mesma carga seria necessário
uma seção quadrada de lado de aproximadamente 300 mm, cuja área de seção
transversal seria de 900 cm² com peso de 6,8 KN. Para uma carga axial de 15000 KN,
as dimensões do perfil seria de 650 x 650 x 19 x 31,5 mm, sua área de seção
transversal de 521 cm² e peso total de 12 KN, contra uma área de seçao transversal
de 10000 cm² e peso total de 75 KN do concreto.
Podemos perceber no exemplo citado uma considerável diferença, entre o
peso e a área da seção transversal. principalmente com relação ao peso da estrutura,
que apresenta variação diretamente proporcional à força axial aplicada que, nesse
caso, o peso do pilar em concreto é 353,33% maior que o pilar em aço. Caso essa
carga axial seja de 15000 KN, o peso do pilar de concreto é de 525% maior que o
peso do pilar em aço.

Figura 2– Pilar de aço x pilar de concreto

Fonte: www.sites.google.com/site/acoufmg/home/vantagens-do-aco, 2016.


28

No caso de vigas, a título de exemplo, consideraremos um vão de 5 m, com


lage de concreto sobreposta, e carga distribuída de 20 KN/m. O perfil utilizado seria
um perfil I de 200 x 100 x 6,3 x 8 mm sendo sua área transversal de 28 cm² e peso de
1,1 KN, contra uma seção transversal de 1000 cm² e um peso de 13 KN do concreto,
sendo a largura da viga de 200 mm e altura de 500 mm.
Num segundo caso, aumentando a distância do vão para 15 m e a carga
distribuída para 70 KN/m, teremos as seguintes dimensões e pesos: para o aço, perfil
I com 800 x 400 x 8 x 19 mm com área de seção transversal de 213 cm² e peso total
de 25 KN contra uma área de seção transversal de 6000 cm² e peso total de 225 KN
do concreto, com largura da viga de 400 mm e altura de 1500 mm.

Figura 3 – Viga de aço x viga de concreto

Fonte: www.sites.google.com/site/acoufmg/home/vantagens-do-aco , 2016

Por fim, o quadro a seguir apresenta o comparativo entre o aço e o


concreto, fomentando a vantagem apresentada referente a relação existente entre seu
peso e seção de área transversal, o que resume em tese sua maior resistência.
29

Tabela 1 – Comparativo entre concreto e aço

Carga Seção Peso total


transversal (cm²) (KN)
Pilar h = 300 cm Perfil H 1500 KN 66 1,5

Concreto 1500 KN 900 6,8

Perfil H 15000 KN 521 12

Concreto 15000 KN 10000 75

Viga Vão de 500 Perfil I 20 KN/m 28 1,1

cm
Concreto 20 KN/m 1000 13

Vão de 1500 Perfil I 70 KN/m 213 25


cm
Concreto 70 KN/m 6000 225

Fonte: Elaborada pelo autor

O comparativo mostra a eficiência das estruturas metálicas quando se


objetiva construir estruturas com grandes vãos e com menor peso, o que de fato se
confirma ao analizar sua aplicabilidade no dia a dia seja na construção edificações
altas, ginásios, hangares, torres de transmissão, entre outras obras de destaque.

6.3.2 Margem de segurança

Apresenta uma boa margem de segurança no trabalho devido a


homogeneidade do material, e com propriedades bem definidas, como, módulo
elasticidade, limite de escoamento, limite de ruptura.

6.3.3 Rapidez na execução

De modo geral, as estruturas em aço apresentam maior rapidez na


conclusão de obras devido a estrutura ser basicamente pré-fabricada, onde no campo
de obras cabem aos colaboradores a montagem e ajustes necessários, permitindo a
conclusão das obras em prazos menores, comparados a outros procedimentos e
materiais estruturais.
30

6.3.4 Possibilidade de reaproveitamento

Quando a estrutura não estiver submetidas a lajes de concreto e


principalmente se forem parafusadas, a estrutura pode facilmente ser desmontada e
reaproveitada tornando as estruturas metálicas como elementos versáteis.

6.3.5 Ductibilidade elevada

A ductibilidade é a capacidade que o material possui de deformar sem se


romper. Como os aços estruturais possuem boa ductibilidade, as quais sua
deformação antes do rompimento pode chegar a 25% em alguns casos, confere ao
aço boa vantagem em relação a outros materias. Podemos atribuir também a
capacidade de o aço resistir a choques bruscos , além de redistribuir tensões
concentradas ao longo do corpo.

6.3.6 Aproximação entre teoria e realidade

Por possuir características praticamente isotrópicas e homogêneas, ou


seja, com características bem definidas, é bastante comum se obter aproximações
teóricas próximas da realidade, o que facilita a elaboração dos projetos e reduz a
margem de erros provenientes fatores externos.

6.3.7 Possibilidade de reforço e ampliação

Apresenta alternativas relativamente simples às necessidades de reforço e


ampliação. Essa característica se dá devido a facilidade de montagem de novas
estruturas, aproveitando uma já existente, e a possibilidade re reforçar estruturas já
montadas aplicando, por exemplo, chapas de aço em estruturas já estabelecidas; o
que pode ser visto na figura a seguir.
31

Figura 4 – Reforço e ampliação

Fonte: www.sites.google.com/site/acoufmg/home/vantagens-do-aco, 2016.

A figura acima apresenta uma forma relativamente simples um reforço e


uma ampliação. De forma genérica, uma ampliação realizada em estruturas de
concreto apresenta uma série de problemas enfrentados principalmente na união
entre duas estruturas.

6.4 Desvantagens

Como todo material, o aço apresenta desvantagens que limitam sua


aplicação, porém algumas limitações se dá por problemas relativos a sua produção e
logística. Ao classificar algumas desvantagens temos: corrosão, necessidade de
tratamentos superficiais, mão de obra e equipamentos especializados para
montagem, limitações de fornecedores.
Contudo, o aço estrutural não apresenta quantidade significativa de
desvantagens tendo em vista que suas maiores limitaçoes se referem a problemas de
fabricação e logística. Ao projetar uma estrutura metálica, o engenheiro deve antes de
iniciar, averiguar com fornecedores se há a disponibilidade dos materiais e considerar
os custos de transporte desses materiais até a obra. Portanto, as limitações físicas se
32

dão ao fato do aço sofrer ações relacionadas a corrosão. Entretanto, existem


tratamentos disponíveis que visam a minimizar tais ações.
33

7 ANÁLISE ESTRUTURAL

A análise estrutural atualmente é realizada com o auxílio de softwares,


fornecendo dados como carregamentos, seções pré-dimencionadas, condições de
apoio, geometria, resultando nos esforços e deslocamentos a serem verificados afim
de analizar a conformidade das seções propostas a cada elemento da estrutura.
Nessa análise serão consideradas as ações permanentes, anteriormente
citadas, onde o peso das telhas serão considerados em kN/m², sendo nesse caso, o
carregamento substituido pelo peso dos painéis fotovoltaicos. Além das telhas, todos
os carregamentos nessa fase do projetos devem ser considerados, como:
Contratravamentos, terças, tirantes, vigas, colunas, etc.
O projeto deve considerar o tamanho dos painéis afim de dimensionar os
elementos da cobertura, como terças, tirantes, contratravamentos entre outros.

7.1 Ações de cargas permanentes

Aplicado os conceitos mínimos necessários ao conhecimento acerca da


aplicabilidade das estruturas metálicas, ao adentrar no objetivo descrito pela prposta
do referente trabalho, é de suma importância conhecer o momento em que o peso da
cobertura, nesse caso os painéis fotovoltaicos influenciam diretamente no cálculo
estrutural. Lembrando que caso haja uma estrutura pronta, sendo a substituição das
telhas por painéis fotovoltaicos, objetivo primordial da obra, a avaliação de um
profissional legalmente habilitado deve ser consultado afim de garantir a integridade
estrutural e aplicar os reforços necessários.
Como já citado, a carga permanente engloba o peso dos elementos
construtivos como: peso dos materiais de acabamento, peso dos materiais
construtivos, peso das instalações elétricas, tapamentos, etc; sendo um deles o
elemento objeto deste estudo: a cobertura.

7.2 Coberturas

No geral, as estruturas metálicas são cobertas com telhas convencionais,


produzidas em metal galvanizado. Apesar de o mercado apresentar produtos dos mais
variados materiais, para estruturas mais altas, como galpões, a utilização das
34

coberturas de metal galvanizado oferecem economia, resistência e agilidade na


instalação. Existem outros materiais como fibras, cerâmicas, vidro, entre outros, os
quais desconsideraremos para este trabalho.
Apesar de não muito convencional, mas com potencial crescente, algumas
empresas já se especializam na elaboração de projetos que substituem as coberturas
convencionais por painéis fotovoltaicos, permitindo em algumas situações que o
empreendimento seja autosustentável em geração de energia elétrica.

7.2.1 Comparativo entre pesos de painéis fotovoltaicos e telhas

Para melhor visualização da comparação entre o peso das telhas e dos


painéis, os quadros a seguir apresentam uma relação entre seus pesos e áreas de
cobertura, assim como as dimensões de cada componente. As referências citadas
apresentam apenas as telhas onduladas e trapezoidais conforme norma específica
brasileira (ABNT).

Tabela 2 – Telhas onduladas

Fonte: MANUAL TÉCNICO: telhas de aço, 2009, p. 20.


35

Tabela 3 – Telhas trapezoidais

Fonte: MANUAL TÉCNICO: telhas de aço, 2009, p. 23.

Tabela 4 – Painéis fotovoltaicos

Fonte: kyocera, 2016.


36

Os quadros acima apresentam características tanto das telhas


galvanizadas quanto dos painéis fotovoltaicos, reafirmando a necessidade de
considerar e/ou reforçar a estrutura a qual sera implementada com os painéis
fotovoltaicos.
Outro ponto importante a se destacar, é o fato de em alguns casos, os
painéis serem montados sobre a estrutura pronta, onde os esforços permanentes em
consequência das telhas serão acrescidos aos esforços gerados pelos painéis
fotovoltaicos, necessitando nessas ocasiões, quando não previsto no projeto, os
reforços necessários.
Afim de comparar o peso das telhas e dos painéis, podemos observar
situaçoes extremas como: a telha acima apresentada com menor espessura,
apresenta 4,17 Kg/m², enquanto o painel fotovoltaico apresenta 12,46 Kg/m², o que
denota um acréscimo de 198,8% de peso nas telhas da cobertura. Já em casos menos
críticos, caso a estrutura tenha sido projetada para telhas com a máxima espessura
disponível no mercado, a diferença seria pequena reduzindo os custos de alteração
do projeto. Nesse aspecto, seria 12,12 Kg/m² da telha contra os mesmos 12,46 Kg/m²
do painel fotovoltaico, resultando num acréscimo de apenas 2,8% do peso.
Os valores aplicados no comparativo podem mudar de acordo com os
fabricantes, porém a variação dos pesos específicos sofrem pequenas variações.
É possível verificar o passo a passo de como dimensionar uma estrutura
através do Anexo A contido no final deste trabalho.
37

8 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

O conceito de energia solar fotovoltaica teve seu início em 1839 por


Edmond Becquerel, onde em seu experimento percebeu-se uma pequena diferença
de potencial, quando expostas ao efeito da luz, de placas metálicas de prata ou platina
e mergulhadas em um eletrólito.
Ao decorrer anos alguns avanços foram alcançados, porém a sua
concretização só se deu nas década de 80 e 90, com programas e investimentos que
financiaram o desenvolvimento, motivados pelos resultados negativos e impactos
globais gerados por consequência da queima de combustíveis fósseis.
Em 1998 atingiu-se o máximo de eficiência, na época, de 24,7%.
Atualmente existem painéis fotovoltaicos com eficiência de até 46% de
eficiência, inviáveis para fins residenciais devido a complexidade e custos de
fabricação. Tais painéis tem sua maior parte aplicadas a projetos espaciais,
destinadas principalmente para a NASA. A empresa Soitec é responsável pelo
desenvolvimento desses painéis, atribuindo a ela, reconhecimento mundial no
segmento.
38

Quadro 2 – Breve histórico

Fonte: Manual de Engenharia FV (2014, p 53)


39

8.1 Efeito fotovoltaico

O efeito fotovoltaico ocorre de maneira simples; ele consiste basicamente


de um processo onde a luz solar é convertida em eletricidade por células fotovoltaicas.
No processo, são utilizados materiais semi condutores por possuírem bandas de
energia.
1. Fótons da luz do sol atingem o módulo solar e são absorvidos por materiais
semicondutores, como o silício.
2. Elétrons são liberados das bandas de valência para bandas de condução
(dentro do próprio material semicondutor), resultando no desenvolvimento de
tensão elétrica entre dois elétrodos e fluindo através dos terminais étricos
conectados ao material, produzindo eletricidade. Devido à posição especial
de células solares, os elétrons se movem num único sentido.
3. Num módulo fotovoltaico, uma sequência de células solares conectadas
em série (e certos casos também em paralelo, para aumentar a corrente)
converte a energia solar numa quantidade útil de eletricidade. (Propostas
para Inserção da Energia Solar Fotovoltaica na Matriz Elétrica Brasileira,
2012, p. 164)
40

Figura 5 – Efeito fotovoltaico

Fonte: www.comunitexto.com.br, 2016.

Como visto acima, a concepção do uso de dois tipos de semicondutores,


normalmente o silício, afim de criar cargas negativas e positivas. A combinação do
silício com o boro, cria carga negativa, enquanto que combinado com o fósforo, cria
carga positiva.
41

Figura 6 – Lacuna

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

Quando a luz solar atinge as células fotovoltaicas, alguns elétrons se


desprendem dos átomos, deixando lacunas.

Figura 7 – Lacuna ocupada

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

Estes elétrons livres, se movem para parte da célula de silício que faltam
elétrons.
42

Figura 8 – Movimentação dos elétrons

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

O espaço vazio é preenchido dando sequência ao processo. Essa


movimentação dos elétrons em pares, elétrons-lacunas, é responsável pelo
surgimento de corrente elétrica.

8.2 Tipos de sistemas fotovoltaicos

Podemos classificar os sistemas fotovoltaicos em duas categorias


principais, sendo: isolados e conectados à rede. O que determina o sistema a ser
utilizado é a necessidade e disponibilidade de recursos energéticos, podendo inclusive
operar a partir de uma fonte fotovoltaica ou combinado a outras fontes de energia,
nesse caso, chamados de sistemas híbridos. Os sistemas híbridos podem receber
energia de diversas fontes diferentes, como citadas na figura a seguir:
.
43

Figura 9 – Exemplo de Sistema híbrido

Fonte: Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos, 2014, p. 256.

Nos sistemas isolados, a utilização de baterias se faz necessária para


armazenar a anergia gerada para posterior utilização em horarios sazonais.
Os sistemas hibridos, geralmente utilizados em atendimentos que
necessitem de cargas em corrente alternada, necessitam de um inversor. Há ainda a
necessidade de se considerar a complexidade do sistema no que tange sua
manutenção e operação, o que torna inviável sua aplicação em ambientes remotos.

8.2.1 Sistemas Fotovoltaicos Isolados (SFI)

Os sistemas isolados, podem ser individuais ou em mini redes. Trataremos


apenas os individuais para fins de estudo, o qual a geração de energia atende
unicamente a a uma unidade consumidora. Este sistema geralmente utilizam meios
para armazenar energia, sendo por baterias ou energia gravitacional.
Esse sistema é voltado a produção de energia para consumidores que
44

utilizam equipamentos que trabalham com corrente contínua e baixas tensões.

Figura 10 – Exemplo de Sistema Isolado

Fonte: Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos, 2014, p. 256.

8.2.2 Sistemas Fotovoltaicos Conectados a Rede (SFCR)

Esse sistema se caracteriza por não armazenar energia. A energia gerada


é entregue diretamente a rede elétrica. Porém, esse sistema exige a utilização de um
inversor para atender a requisitos de segurança e qualidade para que não
comprometa a qualidade da rede elétrica.
A ANEEL através da resolução 482 de abril de 2012, estabeleceu
parâmetros e condições para minigeração e microgeração de energia, sendo que
atualmente, não se permite que esses sistemas trabalhem de forma ilhada, ou seja,
se a rede eletrica falhar e o fornecimento for interrompido na rede de distribuição, o
sistema tambem pára de funcionar. A seguir o modelo de SFCR.
45

Figura 11 – Exemplo de Sistema conectado a rede

Fonte: Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos, 2014, p. 257

8.3 Componentes básicos de um sistema fotovoltaico

Os principais componentes de um sistema fotovoltaico são: painéis


fotovoltaicos, inversores, inversores, controladores e acumuladores.
A fução de cada componente pode brevemente ser descrita como:
• Painéis fotovoltaicos: são responsáveis por converter a energia solar em
elétrica, sendo o primeiro passo do sistema.
• Acumuladores (baterias): responsável pelo armazenamento da energia
durante o dia, neceessária para uso posterior na ausência de geração de
energia elétrica. De acordo com a resolução 482 da Aneel, o conjunto de
baterias deve ter autonomia mínima de 48h.
• Controladores de carga: são responsáveis por garantir o fluxo de energia
entre os módulos e as baterias, evitando sobrecargas e descargas
46

excessivas. Este componente é responsável por otimizar a vida útil do


sistema.
• Inversores: tem por definição a característica de transformar a corrente
contínua em corrente alternada demandada por boa parte dos equipamentos
elétricos.

8.4 Tecnologias disponíveisem painéis fotovoltaicos

Atualmente o mercado disponibiliza boa variedade de tecnologias afim de


atender as diversas necessidades energéticas em diferentes campos sociais. A
tecnologia disponibilizada pode atender desde pequenos sistemas, como bombas
hidráulicas, postes de luz, casas, até industrias e complexas estações energéticas.
Contudo, atender a necessidade de cada seguimento demanda conhecer o que cada
tecnologia oferece afim de mensurar os prós e contras de cada tecnologia, adaptando-
a a necessidade de cada projeto.

Quadro 3 – Tecnologia x eficiência

Fonte: Manual de Engenharia FV ,2014, p 116.


47

8.4.1 Painel de silício monocristalino

Os painéis monocristalinos possuem a tecnologia mais antiga do mercado,


porém, apresenta a melhor eficiencia energética para fins comerciais. Apresenta
elevado preço devido a pureza do silício, alcançado pelo processo de Czochralski para
geração de silício monocristalino, o qual é responsável por aproximadamente 45% do
preço final do produto. Sua eficiência pode chegar a 21% de acordo com fabricantes,
sendo esse valor, superado em testes realizados nos laboratórios de Sandia, em
março de 1999 (KASMERSKI, 1999).
O valor relativo a sua eficiência, é responsável direto para um melhor
aproveitamento do espaço atribuido ao fim de geração energética.

Figura 12 - Painel de silício monocristalino

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

Vale ressaltar que os paíneis monocristalinos apresentam voda útil superior


a 30 anos, com garantias fornecidas por fabricantes de até 25 anos e dimensões
padronizadas de 10x10cm; 12,5x12,5 cm; 15x15 cm.
48

8.4.2 Painel de Silício Policristalino

Os painéis policristalinos apresentam uma eficiência menor que os painéis


monocristalinos, consequentemente apresentam custo inferior. Sua eficiência
energética é entre 13% e 16,6%. Esses painéis são produzidos através da fundição
de polisilício, aquecendo-o em forma, o que resulta numa menor pureza do silício.

Figura 13 - Painel de Silício Policristalino

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

Apresenta dimensões de 10x10cm; 12,5x12, 5 cm; 15x15 cm; e garantia


de 25 anos, tendo em vista sua vida útil estimada em mais de 30 anos.

8.4.3 Painéis solares de filme fino

Estes painéis representam atualmente 20% do mercado mundial. Possui


uma eficiência entre 7% a 13%. Seu processo produtivo ocorre por meio do depósito
de finas camadas de material fotovoltaico por cima de um substrato.
49

O material fotovoltaico depositado em cima desse substrato, o qual


caracteriza tais painéis são: silício amorfo (a-Si), Telureto de cádmio (CdTe), Cobre,
índio e gálio seleneto (CIS / CIGS), Células solares fotovoltaicas orgânicas (OPV).

Figura 14 - Painel solares de filme fino

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

Estes painéis tambem são conhecidos como Thin Film Photovoltaic (TFPV).

8.4.4 Painel fotovoltaico de silício amorfo

O painel fotovoltaico de silício amorfo (a-Si), apresenta em seu processo


de fabricação uma técnica conhecida como empilhamento. Recentemente os avanços
tecnologicos permitiram a utilização em grande escala, porém, a eficiência em relação
a outros painéis é relativamente baixa, variando entre 6% e 9%.
50

Figura 15 - Painel fotovoltaico de silício amorfo

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

Contudo, apesar de consumir apenas 1% do silício usado em painéis


cristalinos, a técnica de empilhamento ainda torna o processo relativamente caro.
Como o processo possuia baixa eficência, era comumente uzado em calculadoras de
bolso ou produtos de baixo consumo.

8.4.5 Painel fotovoltaico de Teruleto de Cádmio (CdTe)

Essa tecnologia é responsável pelas grandes plantas de energia solar e


usinas de geração de energia solar devido ao seu custo benefício. O telureto de cádmo
possui eficiência que pode chegar a 14% dependendo do fabricante.

Figura 16 – Painel de Teruleto de Cádmio

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.


51

Devido ao excelente custo benefício, essa tecnologia ocupa boa parcela no


mercado mundial de painéis solares. Vale ressaltar que esta tecnologia utiliza o
processo de fabricação de filme fino.

8.4.6 Painel de seleneto de cobre, índio e gálido (CIS / CIGS)

Apresenta produção comercial recente, sendo a Alemanha a primeira a


fabricar painéis com essa tecnologia. Esse material contém menor quantidade de
cádmo e maior potencial em termos de eficiência.

Figura 17 – Painel de seleneto de cobre, índio e gálido

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

No Brasil a tecnologia se encontra disponível, podendo sua eficiência


passar dos 13%.

8.4.7 Painel fotovoltaico Hibrido (HJT)

Essa tecnologia apresenta excelente eficiência que chega a


52

aproximadamente 23% comercialmente. Sua tecnologia é recente, conhecida como


heterojunção. O processo se assemelha com o processo de fabricaçao de painéis
monocristalinos, porém, possuem ama camada de passivaçao de de silício amorfo,
além de outras peculiaridades.
Esse material tem se mostrado positivo mesmo em temperaturas altas, o
que favoreceria o Brasil devido a seu clima, porém, a tecnologia ainda não se encontra
disponível no mercado brasileiro.
Apresenta tamanho padrão de 156mm x 156mm.

Figura 18 – Painel fotovoltaico Híbrido

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

8.4.8 Células Fotovoltaicas Orgânicas (OPV)

Produzidas a partir de um polímero, o qual usa a eletrônica orgânica para


absorçao de luz e transporte de carga para produção energética. Classifica-se por
uma tecnologia barata, flexivel, feita com base em processos de impressâo, máquinas
simples e materias abundantes e ou refugados.
Poucas foram as empresas que conseguiram levar adiante a fabricação
53

deste deste produto em escala industrial, com destaque a CSEM Brasil, em Belo
Horizonte, Minas Gerais, que desenvolve estudos e uma produção baseando-se em
tecnologia suíça.

Figura 19 – Células fotovoltaicas orgânicas

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

A tecnologia não se firmou no mercado devido a sua baixa e inconstante


eficiência.

8.5 Escolha do painél adequado

Uma vez decidido a reduzir a tarifa de energia através da utilização de fonte


alternativa de energia, é necessário decidir, dentre os diversos produtos, qual
apresentaá o melhor custo x benefício, lembrando que cada projeto dispõe de
peculiaridades específicas. Se a opção é utilizar a energia solar, o primeiro passo é
escolher o painel solar mais adequado.
Esta decisão deve ser tomada com muita cautela, tendo em vista as suas
necessidades, recursos naturais disponíveis na sua área e, especialmente, o
orçamento disponível. Podemos elaborar três critérios basicos na escolha do mais
apropriado painél solar. São eles:
• Economia desejada;
• Espaço disponível;
• Preço do equipamento.
54

O primeiro passo na escolha do painel solar é analisar seu consumo de


energia e quais são os equipamentos que gastam mais energia elétrica. Também é
necessário avaliar os economia desejada, o espaço disponível e o preço do
equipamento. A escolha do painel solar com o melhor valor será aquele que melhor
aproveitar essas três variáveis.
Saber a qualidade da marca, é outro fator importante; procure informações
técnicas e comentários de outros clientes. Em seguida, compare o preço de watt com
os concorrentes e analisar os resultados esperados para a luz solar disponível na sua
área. Ao decidir sobre um modelo específico, lembre-se de também procurar os custos
do painel solar instalação e manutenção.
55

9 APLICAÇÕES

Existem uma grande variedade de estruturas que possuem painéis


fotovoltaico em suas instalações, o que permite uma vasta aplicabilidade, inclusive em
locais de difícil acesso e produção energética convencionais escassas. Dentre
algumas estruturas, podemos destacar grades obras que atingem o objetivo de
geração limpa de energia.
Ao projetar uma cobertura com painéis fotovoltaicos, alguns aspectos
devem ser observados para otimizar sua integração com o ambiente. De modo geral,
os aspectos a serem observados são: o visual, a facilidade de estruturação e o
posicionamento.
Atualmente existem casas, galpões, estacionamentos, pontes, postes de
iluminação, postos de gasolina, entre outras obras que utilizam sistemas geradores
de energia solar. Podemos citar algumas das mais audaciosas obras que se
beneficiam destes sistemas.
São elas:
Solar Powered Office Complex, com o título de maior edifício comercial
alimentado por energia solar no mundo. A estrutura fica em Dezhou, província de
Shandong, noroeste da China, o prédio possui 75 000 m² de área onde funcionam um
hotel, centros de exposição, laboratórios de pesquisa e desenvolvimento científicos
além de salas para reunião e treinamento. Seus 5000 m² de painéis fotovoltaicos são
responsáveis por 95% da energia consumida pelo edifícil.
56

Figura 20 – Solar Powered Office Complex

Fonte: wwwo.metalica.com.br, 2016.


Estádio de Kaohsiung, em Taiwan, foi entitulado o primeiro no mundo
movido 100% a energia solar. Sua cobertura foi feita com 8844 placas solares. O
estádio tem capacidade para 55 mil pessoas e seu projeto eliminou cerca 660
toneladas de CO2 que seriam despejados na atmosfera anualmente.

Figura 21 – Estádio de Kaohsiung

Fonte: wwwo.metalica.com.br, 2016.

Sanyo Solar Ark, ssta estrutura possui 315 m de largura por 37 m de altura,
57

localizado no Japão, a estrutura possui mais de 5000 painéis e produz mais de


500.000 KWh de energia por ano.

Figura 22 – Sanyo Solar Ark

Fonte: wwwo.metalica.com.br, 2016.

Sonnenschiff, localizado em Freiburg, na Alemanha, o vilarejo é capaz de


produzir quatro vezes mais energia do que consome. Essa diferença pode ser
observada suporta Como todo material.

Figura 23 – Sonnenschiff

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.


58

Ponte Blackfriars, esta ponte londrina, sobre o rio Tâmisa, passa por um
retrofit, o qual foram instaladas 4000 painéis solares que corresponde a geração de
900 000 KWh de energia anualmente, evitando a emissão de 511 toneladas de CO2
na atmosfera e movimentando metade dos trens da cidade.

Figura 24 – Ponte Blackfriar

Fonte: wwwo.metalica.com.br, 2016.


Outras possibilidades, menos grandiosas, porém com impactos positivos
na sociedade podem ser vistas no dia a dia, como citado anteriormente. As estruturas
a seguir apresentam a aplicação direta do estudo aqui proposto, onde a estrutura
metálica é a base para coberturas fotovoltaicas.
59

Figura 25 – Estacionamento

Fonte: www.bright-solar.pt, 2016.

Figura 26 – Poste de iluminação

Fonte: www.prismate.mercadoshops.com.br, 2016.


60

Figura 27 – Fachada de prédios

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

Figura 28 – Galpões

Fonte: www2.kopron.com, 2016.


61

Figura 29 – Posto de gasolina

Fonte: Manual de Engenharia FV, 2014, p 116.

As imagens apresentam algumas das diversas possibilidade de aplicaçõa


de sistemas fotovoltaicos aplicados em coberturas de estruturas metálicas, o que
apresenta, de fato, uma tendência futura comfatores positivos a sua aplicação.
62

10 ASPÉCTOS ECONÔMICOS

Apesar da popularização da energia solar fotovoltaica no Brasil, ainda


existem barreiras com relação ao custo de investimentos atrelados a essa tecnologia.
Algumas tecnologias mais recentes, se comparado a geração de energia fotovoltaica,
possuem menos impasses relativos a investimentos, como no caso da energia eólica.
Entretanto, no decorrer dos anos houve crescente queda nos custos de geração, o
que já é suficiente para que a energia fotovoltaica se torne competitiva no mercado.
Outro fator importante é a capacidade de adequação individualizada, sendo que
qualquer cidadão pode adiquirir e gerar sua própria energia, limpa e sustentável.
Nesse contexto, e devido a ausência de dados precisos referente a custos
num maior período de tempo, as referências as quais serão citadas relatarão um
aspecto mundial, porém que se adequa às necessidades do estudo, tendo por
finalidade analizar a viabilidade econômica e o comportamento dos custos tecnológico
ao longo dos anos.

10.1 Comportamento dos preços nos últimos anos

Os custos da tecnologia apresenta queda crescente nos últimos anos; essa


pode ser observada a partir de 2000, porém, sua maior relevância ocorreu em 2006,
devido a reduções significativas nos preços dos módulos solares.
O quadro a seguir mostra essa tragetória, tendo como base a Alemanha,
no período de 2006 a 2012, sem taxas, para sistemas instalados de 100 KWp.
63

Gráfico 2 - Preços de sistemas fotovoltaicos na Alemanha

Fonte: Manual de Engenharia FV 2014, p 465b

Os dados coletados nos estudos referentes ao custo dos sistemas


fotovoltaicos apontam que existe um maior impacto causado pela escala/volume
instalado, ou seja, países europeus, cuja tecnologia se consolidou, apresentam custos
menores se comparados ao resto do mundo. O Lawrence Berkeley National
Laboratory através de pesquisas em 2012, apresentou dados que mostram um custo
de 64% maior para instalações entre 2 e 5 KWp nos Estados Unidos, devido a
capacidade já instalada em países europeus e a legislação que estimula a produção
energética neste segmento.
É importante observar no entanto, que em consequência do menor custo,
o aumento nas instalações de sistemas fotovoltaico na Alemanha apresentou um
avanço de mais de 700% em cinco anos.
64

Gráfico 3 - Aumento da capacidade fotovoltaica na Alemanha

Fonte: Manual de Engenharia FV, 2014, p 465.

No Brasil, o custo da geração de energia solar ainda é alto, porém o


investimento tem suas vantagens. Antes de apresentar os custos da energia
fotovoltaica no Brasil, é sempre importante ressaltar que o sistema possui baixa taxa
de manutenção, o que o torna ainda mais atrativo. Algumas empresas oferecem uma
garantias de até 25 anos, tendo em vista a confiabilidade do sistema.
Os preços a seguir são aproximados, com base em orçamentos de março
de 2016, sendo inclusos instalações, projeto e componentes de marcas
qualificadas no mercado.

10.1.1 Instalações residenciais

O preço para instalações residenciais são em média:


65

Tabela 5 – Custos residenciais


Residência N ° de pessoas Sistema KWp Custo R$
Casa pequena 2 1,5 15 000 a 20 000
Casa média 3a4 2 19 000 a 24 000
Casa média 4 3 25 000 a 32 000
Casa grande 4a5 4 32 000 a 40 000
Casa grande 5 5 36 000 a 46 500
Mansões Acima de 5 10 70 000 a 85 000
Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

10.1.2 Instalações comerciais e industriais

O setor industrial é o maior responsãvel pelo crescimento da tecnologia no


Brasil, devido a possibilidade de investimentos e a constante busca por redução de
custos em seus produtos, senda a energia fotovoltaica responsável por retorno a
medio prazo.

Tabela 6 – Custos industriais


Sistema KWp Custo R$
100 650 000 a 820 000
500 3 000 000 a 3 800 000
1000 6 000 000 a 6 500 000
Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.

10.1.3 Energia solar x energia da rede

De fato a energia solar é mais barata. Se somados os custos de


manutenção e investimento de um sistema de energia fotovoltaica ao longo dos 25
anos de sua garantia e dividirmos esse valor pela energia gerada, o preço sera menor
se comparado a energia fornecida pela rede elétrica por KW.
Como exemplo, tomaremos o estado de Minas Gerais: Com um sistema de
energia Solar Fotovoltaica de 3.75kWp, o valor investido é de R$ 30 000,00 e sua
manutenção é de R$ 6 000, acarretando num custo tota de R$ 36 000. A energia total
gerada será de 130 000 KWh aproximadamente no período de 25 anos. Portanto, o
custo total dividido pela energia gerada, corresponde ao preço de R% 0,27/KWh
contra R$ 0,8/KWh das redes elétricas.
66

A energia solar se mostrou mais barata em relação as redes de energia


eletrica em todos os estados.

10.1.4 Preço da energia solar fotovoltaica desde 1977

A energia solar está se tornando cada vez mais barata e atrativa a sua
utilização. O gráfico abaixo mostra essa evolução.

Gráfico 4 - Preço da energia fotovoltaico desde 1977

Fonte: www.portalsolar.com.br, 2016.


67

11 SUSTENTABILIDADE

O termo sustentabilidade define ações as quais o atendimento as


necessidades humanas não comprometam as gerações futuras. O conceito esta
diretamente atrelado ao meio ambiente e ao desenvolvimento econômico, refletindo
diretamente ao uso consciênte dos recursos naturais.
A energia fotovoltaica contribui com a sustentabilidade ao mitigar grandes
quantidades de emissão de CO2 no ambiente, o que não ocorre com combustíveis
fósseis, tampouco exige a inundação de grandes áreas, impactando em alguns casos
na diversidade biológica ddessas regiões. Um outro aspecto positivo, é o fato de o
material para produção dos módulos solares são abundantes no planeta, e a energia
é considerada limpa.
Com a crescente demanda e acordos internacionais dispostos a reduzir as
emissôes de CO2 no planeta, responsãvel pelas alterações climáticas, o termo
sustentabilidade se encontra cada vez mais presente no dia a dia, sendo uma
necessidade para futuras gerações. A energia solar fotovoltaica é parte integrante
para o desenvolvimento sustentável, com diversos benefícios oferecidos no que se
refere a economia e preservação do meio ambiente, não sendo a única opção, porém,
sendo uma opção viável e ecologicamente correta.

Figura 30 - Sustentabilidade

Fonte : www.slsconsultoria.com.br, 2016.


68

12 CONCLUSÃO

Com o presente trabalho foi possível perceber a evolução das estruturas


metálicas , seus benefícios e sua possibilidade de agregar sistemas modernos às
instalações, como no caso, os sistemas geradores de energia fotovoltaicos. Além de
propiciar o desenvolvimento sustentável, gera economia significante nos custos
energéticos, sejam residenciais, comerciais ou industriais, a médio prazo, o que
contribui na redução da emissão de CO2 em milhões de toneladas anualmente.
As estruturas são amplamente usadas quando se objetiva alcançar grandes
vãos, edifícios muito altos ou estruturas que exijam a redução do peso permanente
das estruturas. Foi possível entender algumas limitações e inviabilidade decorrente
de produção e logística, cabendo ao engenheiro avaliar tais aspéctos antes de projetar
alguma estrutura.
No que se refere aos sistemas fotovoltaicos, o trabalho apresenta de forma
simplificada uma breve evolução do conceito, os principais tipos de sistemas e as
tecnologias disponíveis afim de elucidar acerca do tema. Outro fator de extrema
importância são os aspectos econômicos os quais motivam a implementação de tais
sistemas às estruturas, o que as torna em muitas vezes autosustentáveis
energeticamente.
Incorporar os sistemas fotovoltáicos às estruturas metálicas, de acordo com
dados apresentados, poderá se tornar uma tendência, o que produziria impactos
positivos no país, desde aspectos econômicos até a imagem do país no exterior.
Podemos concluir de fato, que as estruturas metálicas sustentáveis se
apresenta de forma positiva e contribui diretamente com o desenvolvimentos
sustentável no qual as pessoas são diretamente beneficiadas com a tecnologia. O
Brasil engatinha, se comparado a países europeus, principalmente no uso de
tecnologias sustentáveis e o maior desafio é concientizar as pessoas dos possíveis
benefícios que o sol e o metal nos tem a oferecer.
69

13 REFERÊNCIAS

ABINEE (Brasil) (Org.). Propostas para Inserção da Energia Solar Fotovoltaica na


Matriz Elétrica Brasileira. 2012. Disponível em:
<http://www.abinee.org.br/informac/arquivos/profotov.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2016.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023 - Informação e


documentação - Referências - Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8800 - Projeto de estruturas


de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro: ABNT,
2008.

ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Disponível em:


<http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/>. Acesso em : mar 2016.

BARBOSA, Vanessa. 7 incríveis projetos de engenharia solar do mundo. 2016.


Disponível em: <http://wwwo.metalica.com.br/7-incriveis-projetos-de-energia-solar-
no-mundo>. Acesso em: 17 abr. 2016.

BELLEI, Ildony H.. Edifícios industriais em aço: Projeto e Cálculo. 2. ed. São Paulo:
Pini, 1998.

JUNIOR, Levi. Treinamento em energia solar fotovoltaica WEG. Jaraguá do Sul,


2014.

PFEIL, Walter., PFEIL, Michéle. Estruturas de aço: dimensionamento prático. 8. ed.


Rio de Janeiro: LTC, 2008.

PINHO, João Tavares; GALDINO, Marco Antônio (Org.). Manual de engenharia para
sistemas fotovoltaicos. Rio de Janeiro: Cepel-cresesb, 2014. 259 p. Disponível em:
<http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV_20
14.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2016.
70

PREMONTA (Brasil) (Ed.). Vantagens e Desvantagens na utilização do Aço


Estrutural. 2015. Disponível em: <http://premonta.com.br/vantagens-e-
desvantagens-na-utilizacao-do-aco-estrutural/>. Acesso em: 25 abr. 2016.

QUANTO custa a energia solar fotovoltaica. 2016. Disponível em:


<http://www.portalsolar.com.br/quanto-custa-a-energia-solar-fotovoltaica.html>.
Acesso em: 18 abr. 2016.

RIOS, Marcelo. Treinamento em estruturas de aço, galpões em geral. Divinópolis,


2016.

ROMEU DONIZETE RUFINO (Brasília). Aneel (Org.). Micro e Minigeração


Distribuída: Sistema de Compensação de Energia Elétrica. 2014. Cadernos
temáticos ANEEL. Disponível em:
<http://www2.aneel.gov.br/biblioteca/downloads/livros/caderno-tematico-
microeminigeracao.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2016.

SWERA. Solar and Windenergy ResourceAssessment. Disponível em :


<https://maps.nrel.gov/swera>. Acesso em: mar 2016.

VALLÊRA, António M.; BRITO, Miguel Centeno. Meio século de historia


fotovoltaica. 2006. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Disponível em:
<http://solar.fc.ul.pt/gazeta2006.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2016.
71

14 ANEXO A- FLUXOGRAMA PARA DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS


72
73
74
75

You might also like