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Nome: Rodolfo A.S.

Passarini Prática Processual Civil


Código: 23449 EMBARGOS À EXECUÇÃO DO DEVEDOR
10º Semestre “D” 2012

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA


DE _, ESTADO DE _,

Autos n.º _

“A” e “B”, já qualificados nos autos do processo em


epígrafe, por seu advogado signatário, vem, mui respeitosamente a presença de V. Exª propor
EMBARGOS À EXECUÇÃO DO DEVEDOR
Referente à Ação de Execução de Aluguéis e Encargos de Locação movida por “C”, também já
qualificada, com amparo no Art. 745 do CPC, pelos fatos e fundamentos que seguem.

I – DOS FATOS

Os Embargantes estão sendo executados como


fiadores de uma relação locatícia havida entre a Embargada e a empresa “ D”, de propriedade
dos mesmos.
Segundo a inicial, embora tenha havido a rescisão
contratual, teriam restado impagos os aluguéis de dezembro/2001, janeiro e fevereiro de 2002 e
quatro dias de março de 2002, bem como os encargos condominiais de fevereiro e março.
Por este fato, a Embargada ingressou com ação
judicial para cobrar os referidos valores bem como uma multa equivalente a três meses de
aluguel, que teria sido estipulada como cláusula penal por ocasião da prática de infração.
A “D” é uma empresa que atua no ramo do comércio
de materiais fotográficos e revelações de filmes e fotografias, ou seja, no setor da economia
(secundário) que mais vem sofrendo com a instabilidade econômica que perdura no Brasil.
Nos seus mais de 30 anos de mercado, nunca havia
passado por uma crise tão violenta que a obrigou a renegociar dívidas, parcelar impostos e
reestruturar seu gerenciamento.
De qualquer forma, a empresa mantém-se atuando,
embora de forma cautelosa, para evitar maiores riscos à sua integridade econômica e financeira.
Na atividade desenvolvida pela empresa, assim como
no comércio em geral, uma das estratégias de mercado é produzir ganhos através de maior
volume de vendas com preços menores, o que garante, inclusive, maior poder de negociação
com os fornecedores.
No contrato de aluguel firmado com a Embargada, a
“D” apostou em um ponto de comércio no centro da cidade de _, visando ampliar suas
possibilidades de negócio, seguindo o raciocínio acima descrito.
Contudo, referido ponto comercial mostrou-se incapaz
de se sustentar e de trazer o retorno planejado pela direção da empresa, tendo sido desativado
em janeiro de 2002 através da entrega do aviso à Imobiliária, denunciando a locação, com os 30
dias de antecedência que prevê a Lei 8.245/91.
O contrato de aluguel firmado com a Embargada
previa um prazo determinado de duração de um ano, passando a indeterminado, caso a
Locatária permanecesse no imóvel ao final deste período.
A Empresa / Locatária cumpriu integralmente as
obrigações assumidas no contrato de locação durante seu prazo inicial, bem como obedeceu ao

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Nome: Rodolfo A.S. Passarini Prática Processual Civil
Código: 23449 EMBARGOS À EXECUÇÃO DO DEVEDOR
10º Semestre “D” 2012

prazo de denúncia previsto para contratos com prazo indeterminado, embora já estivesse tendo
prejuízos com a filial instalada naquele imóvel.
Além disso, os custos de desinstalação da loja
contribuíram para agravar os prejuízos, que nem as festas de final de ano serviram para
amenizar.
Mesmo assim, cingida de prejuízos e dificuldades, a
Empresa / Locatária não olvidou de seus compromissos e obrigações, propondo-se a efetuar o
pagamento dos valores remanescentes do contrato de aluguel, de forma parcelada, que era sua
única possibilidade.
Entretanto, a Embargada não aceitou sua oferta,
exigindo, além dos mencionados valores, uma multa equivalente a 3 meses de aluguel o que
correspondia a praticamente o mesmo valor que restava inadimplido.
Se já estava difícil para a Empresa / Locatária efetuar
o pagamento dos valores atrasados, impossível ficou depois de cobrada a desproporcional multa
a que alude a Embargada.

II – DO DIREITO

A multa cobrada pela Embargada - R$ _ (dívida de R$


_) extrapola em muito os limites do razoável e do proporcional, em considerando a espécie
contratual e as circunstâncias fáticas da relação obrigacional.
No presente caso, como o contrato não previu
expressamente a multa decorrente da mora da Locatária (cláusula 2ª, §1º), apenas os juros e o
índice de correção monetária, a Embargada aplicou a penalidade - cláusula penal -
ordinariamente reservada para outras infrações contratuais, como penalidade pela mora no
pagamento dos aluguéis.
Embora a matéria de multa pela mora seja regra
dispositiva nas relações locatícias, não se lhe aplicando o CDC (2%), a jurisprudência tem aceito
multa de mora em torno de 10% para o caso de inadimplemento em contratos de locação.
Tendo a Empresa / Locatária cumprido todas as
obrigações durante o prazo determinado do contrato, falhando apenas após o mesmo ter se
convertido em prazo indeterminado, necessária se faz a redução da multa nos termos
apresentados para no máximo 10% sobre o débito.

III – DO PEDIDO

Isto posto, requerem os Embargantes:


a) o recebimento destes embargos e regular
processamento, julgando-se, ao final totalmente procedentes para, nos termos do art. 413 do
NCC, reduzir a parcela da multa cobrada na execução (R$ _) para, no máximo, 10% do débito;
b) seja intimada a Embargada para se manifestar,
querendo, acerca dos embargos propostos;
c) a produção de todas as provas em direito
admitidas;
d) a condenação da Embargada nos ônus
sucumbenciais e nos honorários advocatícios;

Valor da causa: R$ _.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data.

Advogado
OAB/_ N.º _

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