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GENITÁLIA
Prof.: Paulo Bringel - 10.04.17 Digitada por Isabelle
TRAUMA DE BEXIGA:
CONCEITO:
Qualquer lesão vesical causada por:
trauma fechado ou contuso,
trauma aberto ou penetrante
iatrogênia.
Qualquer trauma que desses na bexiga, constitui o trauma vesical.
Trauma fechado ou contuso:
Vem a ser o resultado do impacto de um corpo contra outro ou de processo de desaceleração
rápida e intensa. Uma dessas situações que provocam forças suficientes para o impacto. E essas
forças ocorrerão por: acidentes motorizados, quedas, agressões, traumas esportivos e condições
que produzem mecanismos de força.
É fundamental que se conheçam as forças envolvidas em um trauma porque no atendimento do
paciente você irá ver várias lesões, sendo necessário primeiramente o entendimento do acidente e
as forças envolvidas.
1) Conceito Trauma Fechado:
Condições que produzem mecanismos das seguintes forças:
Força de constrição – (produz lesão do órgão por impacto em superfície óssea),
Força tangencial - (traciona o órgão além dos limites de sua mobilidade- ocorre mais
frequentemente a nível do pedículo renal)
Força de compressão súbita - (atinge víscera oca causando a explosão da mesma).
EPIDEMIOLOGIA:
É a segunda lesão mais comum do aparelho genitourinário (1ºlugar: trauma renal).
Corresponde a 20% dos traumas genitourinários.
Observa-se que 10-30% está associado a trauma uretral (geralmente associado a uretra
posterior).
O trauma fechado corresponde a 80% das rupturas de bexiga.
A principal causa é o acidente de trânsito – todos nós, motoristas, devemos ter uma atenção
especial para esse aspecto. É um trauma importante e há uma grande estatística em cima
desse tipo de trauma. Se precaver toda vez antes de sair para dirigir, lembrar de esvaziar a
bexiga! Quando viajamos de ônibus, em viagens longas, as paradas programadas são
baseadas no esvaziamento vesical.
ETIOLOGIA:
FISIOPATOLOGIA:
Capacidade vesical: - 500ml.
Vazia: ruptura extraperitoneal.
Cheia: rotura intraperitoneal.
Alta vulnerabilidade.
Superfície aumentada.
Sua Baixa mobilidade e Baixa compressibilidade ajudam na etiologia do trauma.
Fatores determinantes do traumatismo: idade (crianças são mais sensíveis), grau de distensão
da bexiga no momento do trauma e tipo de trauma.
CLASSIFICAÇÃO:
Pode ser classificado em: extraperitoneal e intraperitoneal.
GRAU I - contusão, hematoma intramural,
GRAU II – laceração extra peritoneal < 2cm,
GRAU III – laceração extra peritoneal >2cm ou laceração intraperitoneal < 2cm,
GRAU IV - laceração intra peritoneal > 2cm,
GRAU V - laceração intra ou extra peritoneal estendida para o colo vesical ou meato uretral
Grau II:
Laceração: menor que 2cm.
Grau III:
Laceração: extraperitoneal menor que 2cm, intraperitoneal maior que 2cm.
Grau IV:
Laceração: intraperitoneal maior que 2cm.
Grau V:
Laceração: intra ou extraperitoneal estendendo-se até o colo vesical ou orifício ureteral.
FISIOPATOLOGIA:
Mecanismos de contragolpe (parede lateral).
Desgarramento dos pontos de fixação (ligamentos puboprostáticos e pubovesicais).
Penetração de espículas ósseas.
Trauma pélvico direto.
DIAGNÓSTICO:
Os sintomas e sinais mais comuns são: Hematúria macroscópica, dor abdominal, incapacidade de
urinar, contusão supra púbica, distensão abdominal.
O extravasamento de urina pode resultar em: edema no peritôneo, edema porção anterior da
parede abdominal, dor abdominal, edema do escroto.
Na combinação de fratura pélvica com hematúria macroscópica estão indicados: cistografia
retrógrada, cistoscopia, tomografia computadorizada.
TRATAMENTO:
Pequenas rupturas extra peritoneais podem ser tratadas somente com cateterismo vesical de
demora.
Tratamento cirúrgico aberto quando: lesão do colo vesical (obrigatório), presença de fragmentos
ósseos na parede vesical e rupturas intraperitoneais.
TRAUMA URETRAL:
CONSIDERAÇÕES:
DIAGNÓSTICO:
Presença de sangue ou edema no meato uretral.
Conseguindo fazer o cateterismo vesical se exclui a lesão uretral.
A presença de sangue no meato está presente em 93% de lesões de uretra posterior e em
75% de lesões de uretra anterior.
Em paciente grave e instável evitar o cateterismo vesical o melhor procedimento é a
cistostomia suprapúbica.
Paciente do sexo feminino apresenta sangue no introito vaginal em cerca de 80%.
Apesar de não ser específica a presença de hematúria no primeiro jato pode indicar lesão
uretral.
TRATAMENTO:
O tratamento da lesão uretral deve ser guiado pelas circunstâncias clínicas do paciente.
Iatrogênico:
A forma mais comum é causada por instrumentos (ex.: cateter vesical*). *Uma condição básica de
se passar cateter em boas condições para não se causar nada de iatrogenia é não pensar em
economia do hospital! Lembrar de não economizar anestésico (utilizar uma bisnaga toda de
xilocaína) !! Não apenas usar vaselina- dói! As estenoses são a maioria das lesões uretrais.
Os sintomas são: dor peniana ou perineal – 100% e sangramento uretral – 86%.
TRATAMENTO DAS LESÕES DA URETRA POSTERIOR EM HOMENS
TRAUMA GENITAL:
FUNDAMENTOS:
Trauma direto no pênis ereto podendo causar fratura peniana. Pacientes com fratura de pênis
relatam um som súbito de quebra e estalo associado a dor local e perda imediata da ereção.
O trauma fechado no escroto pode causar: deslocamento testicular, ruptura testicular e hematoma
escrotal subcutâneo.
O deslocamento traumático dos testículos ocorre predominantemente em vítimas de acidentes
motorizados.
Vítimas de atropelamento: A ruptura do testículo é observada em 50% dos traumas fechados diretos
na região do escroto. É raro o trauma fechado de vulva. O trauma penetrante da genitália externa
é frequentemente associado a lesões em outros órgãos.
DIAGNÓSTICO:
Fundamental tentar entender o ambiente em que ocorreu o trauma e os atores envolvidos!
As informações sobre acidentes devem incluir: indivíduos
envolvidos, animais (comum envolvimento com crianças), veículos e
armas.
Trauma na genitália externa pode ser devido ao abuso sexual, em
casos suspeitos é necessário um exame forense de estupro (foto e
documentação).
A presença de macro ou micro hematúria requer a realização de
uretrografia retrógrada, em mulheres é recomendada a cistoscopia.
Na lesão genital com sangue no introito vaginal deve ser feito exame
ginecológico.
TRATAMENTO:
Trauma peniano:
Hematoma subcutâneo, sem ruptura da túnica cavernosa e
albugínea e sem detumescência imediata do pênis ereto é
tratado com: anti inflamatórios não esteróides, compressas
geladas.
Fratura peniana: intervenção cirúrgica imediata com sutura da
túnica albugínea. (O jogador de vôlei Giba, no ano de 2000 saiu
da competição do Mundial devido a uma fratura de pênis. Ele não fez tratamento imediato,
houve um sangramento para dentro da bolsa escrotal, quase perdeu seu órgão sexual)
Trauma peniano penetrante: exploração cirúrgica e desbridamento conservador do tecido
necrótico com fechamento primário na maioria dos casos.
Trauma Escrotal:
Trauma fechado com hematoma subcutâneo: tratamento conservador.
Grande hematocele ou ruptura testicular: exploração cirúrgica, excisão dos testículos
necróticos, e fechamento da túnica albugínea.
Deslocamento traumático dos testículos: podem ser reposicionados manualmente e se
necessário a orquiopexia secundária.
Laceração extensa da pele: fechamento cirúrgico.
Lesões penetrantes do escroto: exploração cirúrgica e desbridamento conservador dos
tecidos viáveis.
Casualidade em massa: (noção que temos que ter pela situação odienta das coisas- estamos a
todo momento sujeitos a casualidades)
Eventos com grande número de pessoas feridas. Um evento com casualidade em massa é aquele
no qual o número de indivíduos com lesões é substancialmente maior do que o número de
funcionários de saúde disponível.
Causas de eventos com casualidade em massa: colapso de edifícios ou pontes, terremotos,
enchentes, tisunamis, colisões de trens, catástrofes de aviões e terrorismo civil.
A triagem divide os pacientes em 4 grupos
GRUPO I - lesionados sem risco de morte,
GRUPO II - lesões graves sem risco de morte,
GRUPO III - feridos que caminham
GRUPO IV – gravemente feridos que tratamento necessita de tempo e de busca de recursos.
REPORTAGENS FINAIS:
Em entrevista exclusiva à TV Alterosa nesta quarta-feira (3) a médica urologista Myriam Priscilla de
Rezende Castro, de 34 anos, condenada a seis anos de prisão por ter ordenado a mutilação do ex-
noivo em Juiz de Fora, na Zona da Mata, em 2002, pediu desculpas a Wendel José de Souza. “Eu
só tenho a dizer que sinto muito pelo meu ex-noivo e espero que ele tenha recuperado a função
dele. Desejo tudo de bom a ele. Eu falo que desejo para mim o que desejo para ele”. Atualmente,
ela cumpre pena em regime semiaberto na Penitenciária Estevão Pinto.