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O CONTRADITÓRIO

Não há devido processo legal sem o contraditório, que vem a ser, em linhas gerais, a
garantia de que para toda ação haja uma correspondente reação, garantindo-se, assim, a
plena igualdade de oportunidades processuais.
O contraditório obriga que a defesa fale sempre depois da acusação. Assim, no Processo
Penal as testemunhas arroladas na peça acusatória são inquiridas em primeiro lugar (art.
396, CPP), as alegações finais do réu são oferecidas também anteriormente as do
acusador (art. 500), e assim por diante...
"Resumindo o que foi dito sobre este importante princípio, verifica-se que a cláusula do
procedural due process of law nada mais é do que a possibilidade efetiva de a parte ter
acesso à justiça, deduzindo pretensão e defendendo-se do modo mais amplo possível,
isto é, de ter his day in Court, na denominação genérica da Suprema Corte dos Estados
Unidos"(8).
O contraditório e a ampla defesa são garantias do cidadão e têm por base o princípio da
igualdade. "Por ampla defesa, entende-se o asseguramento que é dado ao réu de
condições que lhe permitam trazer para o processo todos os elementos que tendentes a
esclarecer a verdade ou mesmo de omitir-se ou calar-se, se entender necessário,
enquanto o contraditório é a própria exteriorização da ampla defesa, impondo a condução
dialética do processo(par conditio), pois a todo ato produzido pela acusação, caberá igual
direito da defesa de opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que melhor se apresente, ou,
ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa da que foi dada pelo autor"(10).
O contraditório é garantia fundamental do cidadão, inscrita na Constituição brasileira e em
diversas Constituições contemporâneas;Pode-se vislumbrar o contraditório nos três tipos
clássicos de processo: conhecimento, execução e cautelar. No processo de execução o
contraditório é mais restrito do que nos outros dois tipos de processo; A garantia do
contraditório faz-se necessária para garantir a segurança jurídica no atuar estatal, sem o
contraditório, poderíamos retornar a processos Kafkanianos como os da Idade Média;Os
grandes ordenamentos jurídicos ocidentais asseguram o contraditório e a ampla defesa
em suas Constituições e quando assim não o fazem, os garantem através da
jurisprudência ou de suas tradições;No geral, as Constituições brasileiras sempre
asseguraram garantias ao acusado. A Constituição de 1988, no entanto, ampliou de
maneira explícita as garantias constitucionais do processo. Além disso, o Art.5º. LV
garantiu expressamente o contraditório e a ampla defesa aos processos judiciais e
administrativos.
Ampla defesa
"Por ampla defesa entende-se o asseguramento que é dado ao réu de condições que lhe
possibilitem trazer para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade
ou mesmo de omitir-se ou calar-se, se entender necessário, enquanto o contraditório é a
própria exteriorização da ampla defesa, impondo a condução dialética do processo (par
conditio), pois a todo ato produzido pela acusação caberá igual direito da defesa de opor-
se-lhe ou de dar-lhe a versão que melhor lhe apresente, ou, ainda, de fornecer uma
interpretação jurídica diversa daquela feita pelo autor...¨(MORAES, 2005, p. 93).
Este princípio contém duas regras básicas: possibilidade de se defender e a de recorrer. A
primeira compreende a autodefesa e a defesa técnica. Dispõe o art. 261 do CPP que
“nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem
defensor”. Complementa o art. 263: “Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado
defensor pelo juiz, ressalvando o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua
confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação”. A segunda parte está
garantida pelo art. 5º, inc. LV da Constituição Federal.
8.JUNIOR, Nelson Nery. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. São Paulo,
RT, 5ª Edição, p.40.
10. MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. São Paulo, Atlas, 8ª Edição, p.117.

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