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Desenho Técnico

Professor: Guilherme G. Braga


Email: guilhermebraga@ufsj.edu.br

São João del-Rei – Minas Gerais


Livros Adotados
Critério de Avaliação

Avaliação Teórica – 30%


Trabalho em Grupo – 25%
Trabalho desenvolvido em Laboratório – 25%
Atividades em sala e listas de Exercício – 20%
Introdução
Definição de Desenho Técnico
O Desenho Técnico é definido como linguagem gráfica universal da engenharia e da arquitetura.

Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação da linguagem gráfica do Desenho
Técnico exige treinamento específico, porque são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas
tridimensionais.

O que está representado na figura?


Introdução
O que é Visão Espacial ?

Visão espacial é a capacidade de percepção mental das formas espaciais.

Em princípio, todos têm dom da visão espacial. Exemplificando:

• Fechando os olhos pode-se ter o sentimento de forma espacial de um objeto conhecido (copo, um
determinado carro, sua casa etc..).

• A visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais sem estar vendo, fisicamente, os
objetos.

• A habilidade de percepção das formas espaciais, a partir das figuras planas, pode ser desenvolvida através de
exercícios progressivos e sistematizados.
Introdução
A Origem do Desenho Técnico

No século XVII o matemático francês Gaspar Monge criou, utilizando projeções ortogonais, um sistema com
correspondência entre os elementos do plano e do espaço, chamado de Geometria Descritiva.

No século XIX, com a explosão mundial do desenvolvimento industrial, foi


necessário normalizar a forma de utilização da Geometria Descritiva para
transformá-la numa linguagem gráfica que, no contexto internacional,
simplificasse a comunicação e viabilizasse o intercambio de informações
tecnológicas.
Introdução
A Padronização dos Desenhos Técnicos

Para transformar o Desenho Técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar seus procedimentos
através de normas técnicas que são seguidas e respeitadas internacionalmente.

Cada país elabora suas normas técnicas que são acatadas em todo o seu território.
No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Os órgãos responsáveis pela normalização em cada país criaram a Organização Internacional de Normalização –
ISO.

As normas que regulam o Desenho Técnico são normas editadas pela ABNT e estão em consonância com as
normas internacionais aprovadas pela ISO.
Tipos de Desenho Técnico
• O desenho técnico é dividido em dois
grandes grupos:

Desenho projetivo Resultantes de projeções do objeto em um ou mais planos


(Geometria Descritiva) de projeção.

Desenho não Desenhos de gráficos, diagramas etc..


projetivo
Tipos de Desenho Técnico
Exemplos de utilização dos desenhos projetivos:

• Projeto e fabricação de máquinas, equipamentos e de estruturas nas indústrias mecânicas,


aeroespaciais, químicas, farmacêuticas, petroquímicas, alimentícias etc..

• Projeto e construção de edificações;

• Projeto e construção de rodovias e ferrovias;

• Projeto e montagem de unidades de processos, tubulações industriais, sistemas de tratamento e


distribuição de água, sistema de coleta e tratamento de resíduos.

• Representação de relevos topográficos e cartas náuticas.

• Desenvolvimento de produtos industriais.

• Projeto e construção de móveis e utilitários domésticos.


Tipos de Desenho Técnico

Desenho Mecânico
Desenho de Máquinas
O desenho projetivo aparece
com vários nomes que Desenho de Estruturas
correspondem à alguma Desenho Arquitetônico
utilização específica: Desenho Elétrico/Eletrônico
Desenho de Tubulações
Formas de Elaboração e
Apresentação do Desenho Técnico

Desenho Auxiliado por Computador (Computer Aided Design - CAD)

Desenho à mão livre (esboços ou croqui)


A Padronização dos Desenhos
Técnicos: NORMAS ABNT/NBR
ABNT NBR 14957:2003
Desenho técnico - Representação de recartilhado
ABNT NBR 14699:2001

Desenho técnico - Representação de símbolos aplicados a tolerâncias geométricas - Proporções e dimensões


ABNT NBR 14700:2001
Desenho técnico - Representação do local de medição de dureza
ABNT NBR 14611:2000
Desenho técnico - Representação simplificada em estrurturas metálicas
ABNT NBR 13142:1999
Desenho técnico - Dobramento de cópia
ABNT NBR 13272:1999
Desenho técnico - Elaboração das listas de itens
ABNT NBR 13273:1999
Desenho técnico - Referência a itens
ABNT NBR 8196:1999
Desenho técnico - Emprego de escalas
A Padronização dos Desenhos
Técnicos: NORMAS ABNT/NBR
ABNT NBR 10126:1987 Errata 2:1998
Cotagem em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 10067:1995
Princípios gerais de representação em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 12298:1995
Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 13104:1994
Representação de entalhado em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 8402:1994
Execução de caracter para escrita em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 12288:1992
Representação simplificada de furos de centro em desenho técnico- Procedimento
ABNT NBR 11534:1991
Representação de engrenagem em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 10126:1987 Errata 1:1990
Cotagem em desenho técnico - Procedimento
A Padronização dos Desenhos
Técnicos: NORMAS ABNT/NBR
ABNT NBR 11145:1990
Representação de molas em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 10582:1988
Apresentação da folha para desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 10126:1987 Versão Corrigida:1998
Cotagem em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 8993:1985
Representação convencional de partes roscadas em desenhos técnicos – Procedimento
ABNT NBR 8404:1984
Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos – Procedimento
ABNT NBR 13043:1993
Soldagem - Números e nomes de processos - Padronização
ABNT NBR 10068:1987
Folha de desenho - Leiaute e dimensões - Padronização
ABNT NBR 8403:1984
Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras das linhas - Procedimento
A Padronização dos Desenhos
Técnicos: NORMAS ABNT/NBR
ABNT NBR 7191:1982
Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado
ABNT NBR ISO 3864-1:2013
Símbolos gráficos - Cores e sinais de segurança
Parte 1: Princípios de design para sinais e marcações de segurança
ABNT NBR 14646:2001
Tolerâncias geométricas - Requisitos de máximo e requisitos de mínimo material
ABNT NBR ISO 2768-1:2001
Tolerâncias gerais

Parte 1: Tolerâncias para dimensões lineares e angulares sem indicação de tolerância individual
ABNT NBR ISO 2768-2:2001
Tolerâncias gerais
Parte 2: Tolerâncias geométricas para elementos sem indicação de tolerância individual
ABNT NBR 6409:1997
Tolerâncias geométricas - Tolerâncias de forma, orientação, posição e batimento - Generalidades, símbolos, definições e
indicações em desenho
Definição de Projeção Ortogonal
(do grego ortho = reto + gonal = ângulo)

Os raios projetantes são paralelos e perpendiculares ao plano de


projeção (formam ângulo reto com o plano).

Consequências das projeções ortogonais:

Toda superfície paralela ao plano de Quando a superfície é perpendicular As arestas resultantes das
projeção se projeta neste plano ao plano de projeção a projeção interseções de superfícies são
exatamente na sua forma e em sua resultante é uma linha. representadas por linhas.
verdadeira grandeza.
Como Utilizar as Projeções Ortogonais?

As projeções ortogonais são


utilizadas para representar as
formas tridimensionais através de
figuras planas.

As projeções resultantes são


constituídas de figuras iguais. Projeções Ortogonais

Conclui-se que através das projeções resultantes é impossível


identificar as formas espaciais representadas, pois cada uma das
projeções pode corresponder a qualquer um dos três sólidos.
Projeções Resultantes

Isto acontece porque a terceira dimensão, de cada sólido, está escondida pela projeção ortogonal.
Como Utilizar as Projeções
Ortogonais? Para fazer aparecer a terceira dimensão é necessário fazer uma
segunda projeção ortogonal olhando os sólidos por outro lado.
Olhando por cima e projetando em um plano
horizontal

Projeções Resultantes
Cada par de projeções
ortogonais corresponde a
Fazendo-se o rebatimento do plano horizontal até a formação de um um sólido visto por direções
único plano na posição vertical. diferentes.
Fazendo o raciocínio inverso, pode-se obter, a partir das figuras planas, o
entendimento da forma espacial de cada um dos sólidos representados.
Como Utilizar as Projeções Ortogonais?
As projeções ortogonais de um objeto visto por lados diferentes e
desenhadas em um único plano representam as suas três dimensões.

Comprimento

Altura
Largura
Duas vistas, apesar de representarem as três As projeções ou vistas resultantes do
dimensões, podem não ser suficientes para paralelepípedo também correspondem às
definir a forma do objeto desenhado. projeções de um prisma triangular.
Como Utilizar as Projeções
Ortogonais? Uma forma mais simples de raciocínio é obter as vistas (projeções resultantes)
fazendo o rebatimento direto da peça que está sendo desenhada.

As duas vistas (projeções resultantes)


obtidas também podem corresponder a
formas espaciais completamente
diferentes.

Mais uma vez se conclui que duas vistas, apesar de representarem as três
dimensões do objeto, não garantem a representação da forma da peça.
Como Utilizar as Projeções
Ortogonais? A representação da forma do objeto é definida com a utilização de
uma terceira projeção feita em um plano lateral.

VISTA LATERAL
ESQUERDA

VISTA DE
FRENTE

VISTA
SUPERIOR

O lado da peça que for Por convenção, os Em função dos rebatimentos,


projetado no plano planos de projeção em baixo da vista de frente
vertical é considerado horizontal e lateral aparecerá a vista superior e à
como sendo a frente da sempre se rebatem direita da vista de frente, a vista
peça. sobre o plano vertical. lateral esquerda.
Como Utilizar as Projeções Ortogonais?

Observe nos desenhos abaixo que, utilizando três vistas, não existe
mais indefinição de forma espacial; cada conjunto de vistas
corresponde somente a uma peça.
Como Utilizar as Projeções
Ortogonais? Cada superfície que compõem a forma espacial de
uma peça estará representada em cada uma das três
projeções ortogonais.

Conclusão:

O plano “A”, sendo paralelo ao plano vertical de projeção,


aparece na vista de frente na sua forma e em sua verdadeira
grandeza, enquanto que, nas vistas superior e lateral o plano “A”
é representado por uma linha devido à sua perpendicularidade
aos respectivos planos de projeção.
Como Utilizar as Projeções
Ortogonais? Cada superfície que compõem a forma espacial de
uma peça estará representada em cada uma das três
projeções ortogonais.

Conclusão:
O plano “B”, sendo paralelo ao plano horizontal de projeção,
aparece na vista superior na sua forma e em sua verdadeira
grandeza, enquanto que, nas vistas frontal e lateral o plano “B” é
representado por uma linha devido à sua perpendicularidade
aos respectivos planos de projeção.
Como Utilizar as Projeções
Ortogonais? Cada superfície que compõem a forma espacial de uma
peça estará representada em cada uma das três
projeções ortogonais.

Conclusão:
O plano “E”, sendo paralelo ao plano lateral de projeção,
aparece na vista lateral na sua forma e em sua verdadeira
grandeza, enquanto que, nas vistas frontal e superior o plano
“E” é representado por uma linha devido à sua
perpendicularidade aos respectivos planos de projeção.
Como Utilizar as Projeções Ortogonais?
As vistas são alinhadas verticalmente e horizontalmente.

As distâncias entres as vistas devem ser iguais.

As dimensões de cada detalhe da peça são


preservados em todas as vistas.
Exercício de Rebatimentos
É muito importante desenvolver a habilidade de analisar os
rebatimentos das superfícies que compõem a forma
espacial da peça representada.
Exercício de Rebatimentos
Exercício de Rebatimentos
Exercício de Rebatimentos
Exercícios

TC/TS – 01.1
Resolver:
TC/TS – 01.2
TC/TS – 01.3
TC/TS 01.3
Dada a perspectiva e a vista de frente, esboçar as vistas superior e lateral esquerda.

Passo 1
Utilizando linhas finas e leves, transportar para baixo e para a direita as dimensões
definidas na vista de frente.
Passo 2
Ainda utilizando linhas finas e leves e também respeitando as proporções da
perspectiva, definir a largura da peça na vista superior.

Passo 3
Também com linhas finas e leves transferir a largura definida na vista superior para
a vista lateral esquerda.
Passo 4
Reforçar as linhas que irão compor as duas vistas.
Passo 5
Apagar as linhas guias utilizadas na construção das vistas.
TC/TS 01.1
Completar o desenho colocando as linhas faltantes.
TC/TS 01.1
Completar o desenho colocando as linhas faltantes.
TC/TS 01.2
Desenhar a vista lateral.
TC/TS 01.2
Desenhar a vista lateral.
MATERIAL PARA DESENHO
•Lapiseira – Para trabalhar com desenho técnico a lapiseira é melhor que o lápis pois mantém uma espessura
uniforme durante o traçado, eliminando a tarefa de preparo da ponta.

O grafite tem uma escala de dureza que recebe a seguinte classificação:

8H 7H 6H 4H – duros; Os grafites mais moles são


3H 2H H F HBB – médios; mais escuros, indicados os
2B 3B 4B 5B 7B – moles. para traços definitivos. esses
Para casos, também
pode-se utilizar o lápis.
MATERIAL PARA DESENHO
 LAPISEIRA

Traço segmento Grafite Emprego


(Tipo e tonalidade) Dureza/Espessura

Grosso, contínuo e forte HB – 0,7 Linhas definitivas e contorno


Médio, contínuo e médio H – 0,5 Textura (hachuras e caligrafia)
Médio, tracejado e médio H – 0,5 Linhas ocultas (invisíveis) e imaginárias

Fino, contínuo e claro 2H – 0,3 Linhas de construção (auxiliares) e cotas

Fino, traço-ponto e claro 2H – 0,3 Linhas de centro e simetria


MATERIAL PARA DESENHO
 LÁPIS
Passando por uma nomenclatura que vai do 9H ao 9B, incluindo o F e HB , os lápis proporcionam
diversas texturas e espessuras para realizar variados efeitos nos desenhos.

Esclarecendo este conceito:


a- Os lápis com nomenclatura H são os mais finos e com uma mina mais dura.
b- Os lápis com nomenclatura B são os mais macios, com uma mina mais grossa e suave.
MATERIAL PARA DESENHO
 BORRACHA - A borracha deve ser do tipo macia

• ESCALÍMETRO: Tem um formato triangular, o que permite a graduação


de seis escalas diferentes. É muito útil para a leitura de medidas em
desenhos impressos em escalas: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125.
MATERIAL PARA DESENHO
 ESQUADROS
MATERIAL PARA DESENHO
 COMPASSOS - Instrumento usado para o traçado de circunferências ou arcos,
assim como o transporte de medidas. Usaremos em construções geométricas.

Inicie o traçado da circunferência, inclinando


o compasso na direção do traço. Complete,
girando a cabeça recartilhada com os dedos.
MATERIAL PARA DESENHO
 TRANSFERIDOR - Instrumento usado para medir ou marcar ângulos
MATERIAL PARA DESENHO
 RÉGUA T – Para traçar segmentos paralelos. É muito usada juntamente com o par
de esquadros.

RéguaT

Régua paralela
MATERIAL PARA DESENHO
 PRANCHETA - O mais importante é que possibilite uma correta postura ergonômica
para o desenhista, assim como a iluminação adequada em intensidade e direção.
MATERIAL PARA DESENHO
IMPORTANTE!!!
Lista de materiais mínima que usaremos nas nossas atividades:

•Folhas A4
•Lapiseira com grafite HB 0,5 (OU 0,7) milímetro;
•Lápis 2B ou 2HB (preferencialmente)
•Borracha macia para desenho;
•Compasso com grafite;
•Régua graduada de trinta centímetros, em acrílico ou plástico transparente;
•Par de esquadros (30°- 60° e 45°), tamanho médio, em acrílico ou plástico transparente;
FORMATO PAPEL A0
Formato Dimensão Margens
A0 841 x 1189 10
A1 594 x 841 10 A1
A2 420 x 594 7
A3 297 x 420 7
A4 210 x 297 7

1189
OBS.: A margem esquerda sempre será de 25 mm
A3

Obs.: Exceto a Folha A4, TODAS as outras ficarão com a orientação A2


PAISAGEM
A4 A4
ABNT NBR 10068 - Folhas de desenho, leiaute e dimensões
841
FORMATO PAPEL

10

7
25

25

Formato A1 10 Formato A4

297
594
7
10

7
841 210

ABNT NBR 10068 - Folhas de desenho, leiaute e dimensões


RÓTULO OU LEGENDA
As legendas nos desenhos industriais dependem das
necessidades internas de cada empresa. Mas Todas
obrigatoriamente deverão conter:
Quant Denominações e observações Peça Material e dimensões

Data Nome
1 – Nome da repartição, firma ou empresa;
Desc.
Cop.
Firma 2 – Título do desenho;
Visto
Escala
3 – Escala;
Assinatura do chefe

H
em substituição de:
responsável Substituido por: 4 – Número do desenho;

Título do desenho Número 5 – Datas e assinaturas dos responsáveis;

L
6 – Número da peça, quantidade, denominação,
material e dimensões em bruto.
Formatos L H
A0 e A1 175 50 7 – Simbologia do diedro.
A2, A3 e A4 178 35
RÓTULO OU LEGENDA

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