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Educação a Distância
Caderno de Estudos
COMPORTAMENTO
ORGANIZACIONAL
Editora UNIASSELVI
2013
NEAD
Copyright Editora UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof.ª Daniele de Lourdes Curto da Costa Martins
658.406
M379c Martins, Daniele de Lourdes Curto da Costa
Comportamento organizacional / Daniele de Lourdes Curto da
Costa Martins. Indaial : Uniasselvi, 2013.
207 p. : il
ISBN 978-85-7830-785-1
I. Comportamento organizacional.
1. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
2. Martins, Daniele de Lourdes Curto da Costa.
APRESENTAÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)!
Esta disciplina tem como objetivo esclarecer estes e outros questionamentos acerca
destes conceitos. Para tanto, precisamos entender como as mudanças, que ocorrem tanto no
ambiente interno (organização) quanto no ambiente externo (mercado), podem influenciar a
gestão nas organizações. Essas mudanças ocorrem em uma velocidade cada vez maior, e
seu impacto nas organizações também é mais incisivo.
Deste modo, para que você entenda essa evolução, nosso Caderno de Estudos está
organizado em três unidades didáticas: (1) princípios e conceitos de gestão; (2) competências
gerenciais; (3) motivação e liderança nas organizações.
Espero que você encontre neste caderno um caminho para aumentar seus conhecimentos
e que possa utilizá-los em sua vida profissional.
Bons estudos!
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas.
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações.
Desejo a você excelentes estudos!
UNI
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL iv
SUMÁRIO
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL v
UNIDADE 2 – COMPETÊNCIAS GERENCIAIS ............................................................... 65
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL vi
UNIDADE 3 – MOTIVAÇÃO E LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES ........................... 133
Objetivos de aprendizagem
PLANO DE ESTUDOS
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 1
TÓPICO 1
MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS
1 INTRODUÇÃO
IMPO
RTAN
TE!
Você sabe o que é competitividade? Esse termo foi cunhado por
Michel Porte e, segundo ele, significa habilidade ou talento que C
provém de conhecimentos adquiridos, capaz de sustentar um O
M
desempenho superior frente aos concorrentes (BENITES, 2004). P
O
R
T
A
Para Chiavenato (2010), a mudança é entendida como a passagem de um estado para M
E
outro. Assim, ela representa um processo de transformação, perturbação, interrupção, fratura. N
T
A mudança pode ocorrer de forma gradativa e constante, como também pode ser rápida e O
Ainda segundo o autor, com base nos trabalhos de Kurt Lewin, a mudança pode ocorrer
a partir de três fases:
S!
DICA
É importante destacar que a mudança sempre ocorre, e isso traz novas formas de se
trabalhar e de se relacionar com as pessoas. Para Pettigrew e Whipp (apud LOPES; STADLER;
KOVALESKI, 2003), a mudança organizacional pode ser melhor compreendida a partir de três
aspectos:
• Conteúdo da mudança: aqui nos referimos ao que vai ser alterado. Pode ser desde mudanças
em procedimentos ou mesmo na estrutura da organização.
• Processo de mudança: refere-se ao estilo de liderança utilizado na mudança, que pode variar
do participativo ao autocrático, dependendo da velocidade da mudança. Falaremos dos estilos C
O
de liderança na Unidade 3. M
P
O
R
A própria história nos conta como as mudanças influenciaram a evolução mundial. T
A
Tivemos quatro momentos importantes na transformação empresarial, e em cada um deles M
E
podemos observar o avanço tecnológico e humano. N
T
O
Para Chiavenato (2008), essas quatro etapas podem ser descritas historicamente como: O
R
G
A
a) Era da agricultura: foi a base da humanidade até 1776, quando tivemos a Revolução Industrial. N
I
Até então predominavam no mundo as atividades agrícolas e pastoris. Sua evolução foi Z
A
demorada, novos planos e conceitos só surgiam decorrentes de eventos naturais que forçavam C
o aperfeiçoamento. (Exemplo: mudanças climáticas). I
O
N
A
b) Era do artesanato: o artesanato foi a primeira forma de produção industrial, até 1860, ainda L
6 TÓPICO 1 UNIDADE 1
na primeira fase da Revolução Industrial. O artesanato passou a ser fonte de riqueza, trazendo
consigo o processo de mecanização. Nesta era a produção independente predominava, ou
seja, o produtor possuía as instalações, ferramentas e matéria-prima, e sozinho ou com a
família ele realizava as suas etapas de produção. A ampliação do consumo levou o artesão
a alavancar a produção, surgiram então as primeiras fábricas, ainda de forma primária, sem
controle financeiro, do trabalho e do produto.
Diante desta nova era voltada para o conhecimento e a tecnologia, e devido às evoluções
que ocorreram em todo o mundo, as organizações tendem a ser mais flexíveis e, como
consequência, buscam pessoas que se adaptem a essas mudanças. Para isso, os indivíduos
precisam se atualizar diante destas transformações. O uso da tecnologia, o relacionamento inter
e intrapessoal, que trabalharemos na Unidade 2, serão pontos-chave para aquelas organizações
que desejam competir em um mercado cada vez mais complexo.
Esse novo cenário de atuação levou os gestores a buscarem novas tecnologias no trabalho,
repensar a estrutura organizacional, a qualificação e participação das pessoas no processo de
trabalho, novos conceitos e paradigmas de liderança (ESCRIVÃO FILHO; ROMEIRO, 2010).
NOT
A!
Sistema pode ser entendido como um conjunto de elementos
interdependentes e interagentes ou um grupo de unidades
combinadas que formam um todo organizado. Sistema é um
conjunto ou combinações de coisas ou pares formando um todo
unitário. (CHIAVENATO, 2003, p. 475).
C
O
Nesse sentido, podemos entender que as organizações são tidas como sistema aberto, M
P
uma vez que fazem troca constante com o meio. Assim, retiram do ambiente externo os recursos O
necessários para seu funcionamento, como os insumos, por exemplo. E, da mesma forma, devolvem R
T
para o meio os produtos ou os serviços (LACOMBE; HEILBORN, 2008). A
M
E
N
Chiavenato (2003) pontua alguns parâmetros para que possamos entender melhor essa T
O
troca que ocorre entre a organização e o ambiente externo: O
R
G
• Entrada ou insumo: é a força ou impulso de arranque do sistema que fornece energia ou A
N
informações para que o sistema funcione. I
Z
A
C
• Saída ou produto ou resultado: é a consequência para a qual se reúnem os elementos do sistema, I
O
que devem ser coerentes com os objetivos do sistema como um todo. N
A
L
8 TÓPICO 1 UNIDADE 1
• Ambiente: é o meio que envolve externamente o sistema. Para que o sistema seja viável, ele deve
interagir constantemente com o meio, além de ter capacidade de se adaptar, mudar e responder
às exigências e demandas do ambiente externo.
O ambiente organizacional são todos os elementos existentes fora dos limites da organização,
e que tenham ou possam de alguma forma afetar a organização ou parte dela (BOWDITCH; BUONO,
2004). Os autores explicam o ambiente organizacional recorrendo a duas distinções analíticas:
• Ambiente geral e o específico: o ambiente geral se refere a fatores, tendências e condições que
afetam todas as organizações. Podem ser uma condição tecnológica, fatores sociais, interações
políticas, condições econômicas, fatores demográficos, fatores de mercado e condições culturais.
É válido ressaltar que, mesmo o ambiente geral podendo atingir qualquer empresa, as condições
de cada uma e o resultado final dessa interação podem variar de empresa para empresa. Já o
específico são fatores externos, mas que trazem relevância imediata para a organização, como
clientes, fornecedores, sindicatos, grupos de interesse ou entidades relevantes da organização.
C
O
M • Ambiente real e o percebido: no ambiente real consideram-se as entidades, objetos e condições que
P
O existem fora da empresa (objetivo). Pode-se considerar como objetivo a volatilidade da tecnologia,
R
T velocidade da mudança, números específicos da economia, entre outros. Já o ambiente percebido
A
M reflete a interpretação dos gerentes sob o primeiro (subjetivo). Nesse caso, as pessoas reagem
E
N de acordo com suas percepções e não com os fatos reais que estão no ambiente externo.
T
O
O Qualquer mudança no ambiente externo à organização poderá afetá-la, mesmo que com
R
G menos intensidade. Assim, as mudanças que ocorrem no meio também afetam o ambiente interno
A
N
das organizações. Uma vez que, como vimos no conceito de sistemas, como ele é interdependente,
I
Z
quando muda algo em um subsistema todo o sistema é afetado. Nesse caso, estamos tratando
A
C
da abordagem sistêmica, que prevê essa interação entre todas as partes que compõem um
I
O
sistema.
N
A
L
UNIDADE 1 TÓPICO 1 9
3 CULTURA, TRANSFORMAÇÕES E
RESISTÊNCIA À MUDANÇA
Todo processo de mudança pode ser visto como um processo de aprendizado, e neste
contexto as organizações estão constantemente analisando seus métodos para identificar os pontos
fortes e fracos. Desta forma, poderão corrigir erros e desenvolver suas habilidades.
É preciso entender que as empresas não somente reagem à mudança ou fazem mudança
em seus processos. Elas hoje buscam mudar para se adaptar ao mercado. Toda mudança gera
resultado, e este pode ser positivo ou negativo, tudo depende de como se aplica e qual o objetivo
desta mudança. O principal passo para se introduzir uma nova metodologia de sucesso é entender
os processos atuais da organização, pois através disto saberemos onde e como podemos melhorar.
Este é um dos papéis do gestor, entender a empresa, trabalhar em busca de novos recursos e
otimização de processos, repassar aos colaboradores de forma clara as mudanças e os objetivos
traçados para a organização.
C
Tendo em vista que as organizações estão inseridas neste novo contexto social e econômico, O
M
é natural entendermos que estas estão em constante interação com o ambiente externo, e que são P
O
altamente influenciadas pela cultura social. E esta influência desempenha um papel indiscutível no R
T
processo de identidade e na própria evolução das organizações. A
M
E
Quando falamos de cultura, entendemos que esta expressa o modelo de vida, crenças N
T
e valores de uma determinada organização (LOPES; STADLER; KOVALESKI, 2003). Assim, é O
tudo aquilo que, de certa forma, identifica uma determinada organização, ao mesmo tempo em O
R
que restringe as ações dos indivíduos. Isso porque as pessoas que trabalham em determinada G
A
organização seguem os costumes, valores, entre outros, que lá são praticados. Nesse caso, a N
I
mudança organizacional pode estar também relacionada com a cultura da organização. Z
A
C
I
Chiavenato (1999, p. 27), no Quadro 2, resume as mudanças e transformações da cultura O
N
organizacional no que diz respeito a diferentes abordagens de formas de lidar com pessoas no A
L
século XX.
10 TÓPICO 1 UNIDADE 1
“O valor criado por uma empresa reside no conhecimento acumulado das pessoas que a
integram, expresso na forma dos produtos e serviços vendidos. A empresa tem sucesso quando
desenvolve habilidades primeiro em seu pessoal. É a partir daí, então, que as habilidades
começam a se traduzir em operações mais eficientes, clientes mais satisfeitos e níveis mais
altos de desempenho financeiro” (GOUILLART; KELLY, 1995, p. 17).
É a partir do meio em que ela está inserida que são retirados os recursos necessários
para seu desenvolvimento. Segundo Chiavenato (2010, p. 26), “as organizações são entidades
sociais inventadas e reinventadas para alcançar objetivos comuns”. Isso significa que as
empresas estão em constantes adaptações e que para isso precisam de pessoas capazes
de desenvolver novas ideias ao mesmo tempo em que conseguem lidar com os velhos
conceitos.
Podemos perceber que as influências vindas deste ambiente afetam a organização no que
se refere à tomada de decisão e gestão de pessoas. Essas forças externas à organização podem
ser entendidas, de acordo com Gil (2011), como revolução da informação e da comunicação,
globalização, participação do Estado, ampliação do setor de serviços, diversificação da força
de trabalho, ampliação do nível de exigência do mercado e responsabilidade social. Agora
vamos ver cada uma delas.
Quanto à ampliação do nível de exigência do mercado, este vem se tornando cada vez
mais exigente quanto à sofisticação dos produtos, mas também para lutar por seus direitos.
Hoje o Código de Defesa do Consumidor, no Brasil, é amplamente utilizado, pois as pessoas
querem fazer valer seus direitos e prezam por qualidade dos produtos e serviços prestados.
Podemos perceber que novos valores estão inseridos no meio empresarial. E é com essa
base que as organizações tendem a se estruturar diante do mercado cada vez mais exigente
e competitivo. Para isso é importante destacar que as empresas precisam se adaptar, sendo
flexíveis ao novo e com pessoas que possam direcionar essa mudança.
Para que todo o processo de mudança ocorra e possa trazer benefícios para as
C organizações, são necessárias pessoas que saibam lidar com o novo. Porém, é preciso que
O
M a mudança aconteça por meio das pessoas, pois são elas que têm a capacidade de inovar,
P
O de aprender e de agregar novos conhecimentos. Nesse sentido, para Chiavenato (2010), um
R
T dos maiores problemas no processo de mudança está na capacidade dos gerentes em mudar
A
M e inovar por meio das pessoas.
E
N
T
O Como a mudança traz modificações nas rotinas das pessoas, se torna difícil sair do
O estado de conforto. As pessoas, por se sentirem bem no estado atual, tendem a resistir à
R
G mudança, pois desejam somente manter seu status quo.
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 1 TÓPICO 1 13
NOT
A!
Status quo significa estado atual, e é um termo em latim. O conceito
inicial do status quo tem origem na expressão diplomática “in statu
quo ante bellum”, que significa “como era antes da guerra”, que
significava recuperar a situação de poder e liderança que havia
antes de uma guerra. O status quo está relacionado ao estado de
fatos, situações e coisas, independente do momento. Geralmente
é acompanhado das palavras manter, defender etc.
FONTE: Disponível em: <http://www.significados.com.br/status-
quo/>. Acesso em: 5 mar. 2013.
É a mudança que as pessoas percebem e não a mudança real e objetiva que determina
o tipo de reação que ela terá. Neste caso, é preciso entender os motivos que levam as pessoas a
terem medo e resistirem às mudanças que ocorrem nas organizações (CHIAVENATO, 2010).
Segundo o autor, quando as pessoas trabalham em empresas que são fechadas, estática
e hermeticamente, elas tendem a resistir à mudança. Assim, aspiram trabalhar somente para
dar continuidade às coisas e não para buscar algo melhor, pois a novidade passa a ser, para
elas, um mistério. Como as pessoas são diferentes entre si, elas também reagem à mudança
de forma diferente.
Algumas pessoas podem ser proativas e, ao ponto de, além de aceitarem a mudança,
também a provocam, para criar algo que possa trazer benefícios tanto para elas quanto para
a organização. Outras, porém, reagem negativamente, tendo um comportamento de defesa.
A resistência à mudança pode ser, para Chiavenato (2010), consequência de aspectos
lógicos, psicológicos ou sociológicos:
C
O
Quanto aos aspectos lógicos, a resistência lógica decorre do tempo e do esforço que uma M
P
pessoa necessita para que possa se ajustar às mudanças, o que inclui novos deveres e tarefas O
R
que precisam ser aprendidos. Neste caso, se as pessoas percebem a mudança como algo positivo T
A
no curto prazo, elas certamente farão os investimentos necessários no curto prazo. M
E
N
T
Já em relação aos aspectos psicológicos, estes são “lógicos” em termos de atitudes O
e sentimentos das pessoas. As pessoas podem ter medo do desconhecido, não acreditar na O
R
liderança, ou achar que sua segurança no emprego está ameaçada. Assim, as organizações G
A
devem reconhecer esses medos e tratá-los como reais, mesmo quando não se tenha uma N
I
justificativa plausível para tal. Z
A
C
I
E os aspectos sociológicos, estes são “lógicos” em termos de interesses de grupos e O
N
valores sociais envolvidos, pois existem coalizões políticas e valores opostos que podem afetar A
L
o comportamento das pessoas.
14 TÓPICO 1 UNIDADE 1
Para que a mudança ocorra, mesmo quando planejada, se faz necessária a figura do
agente de mudança. Chiavenato (2010) explica que essas pessoas atuam como catalisadores
e são responsáveis pela gestão das atividades da mudança, normalmente os altos executivos
são vistos assim. Mas é preciso destacar que outras pessoas também podem ser agentes de
mudança, porém é necessário, além da pessoa ter as características e conhecimento para
determinada ação, que a própria empresa lhe delegue a responsabilidade.
Se a resistência à mudança existe, são necessários meios que nos levem a superá-la.
Com base nos trabalhos de Kotter e Schlesinger, Chiavenato (2010) apresenta seis estratégias
que podem ajudar a contornar a resistência.
4. Negociação e acordo: outra forma de lidar com a resistência é oferecer algo de valor em
C troca da mudança, servindo como incentivo. Este tipo de estratégia é válido quando fica
O
M claro que uma das partes vai sair perdendo com o resultado final da mudança.
P
O
R
T 5. Manipulação e cooptação: utilizar de informações pré-selecionadas para influenciar disfarçadamente
A
M as pessoas envolvidas no processo. Além disso, a cooptação do indivíduo é lhe atribuir um
E
N papel importante dentro do processo. Esta estratégia deve ser utilizada quando não há tempo
T
O necessário para serem desenvolvidas as demais, pois é um caminho arriscado e pode fazer
O com que o agente de mudança fique sem credibilidade.
R
G
A
N
6. Coerção: a resistência pode ser tratada por meio da ameaça explícita ou implícita (perda do
I
Z
cargo ou promoção), demissão ou transferência. Esta estratégia também é arriscada, pois
A
C
as pessoas podem ficar magoadas e ressentidas quando são obrigadas a mudar.
I
O
N
A
As organizações podem fazer uso de estratégias mistas para alcançar seus objetivos, uma
L vez que, muitas vezes, torna-se arriscada uma única estratégia. Isso porque as organizações
UNIDADE 1 TÓPICO 1 15
trabalham com pessoas com necessidades diferentes e com níveis de resistência também
diferentes.
4 O DESENVOLVIMENTO PESSOAL
FRENTE ÀS TRANSFORMAÇÕES ORGANIZACIONAIS
Como já vimos anteriormente, novas ideias surgem de pessoas, por isso o principal
recurso para o desenvolvimento humano e organizacional é o conhecimento.
As pessoas são detentoras do capital intelectual, e as organizações, por sua vez, têm
como função transformar o intelectual humano em riquezas. Para se manter no mercado, as
organizações enfrentam adversidades e problemas diversos, e por isso necessitam, cada vez
mais, do auxílio de bons profissionais e pessoas capacitadas e comprometidas. Percebe-se
que o foco das organizações se voltou para as pessoas, o capital humano hoje é visto como
um diferencial de vantagem competitiva.
Para que as pessoas possam alcançar essa vantagem, elas precisam estar em constante C
O
aprendizado e fazer investimentos em educação e aprimoramento. Este investimento pode ser M
P
tanto com recurso pessoal quanto da própria empresa. O
R
T
A
Um gestor deve usar seus conhecimentos e sua capacidade intelectual para liderar M
E
uma equipe ou uma empresa, assim é preciso gerenciar talentos para que as organizações N
T
alcancem o sucesso. Mas qual a diferença entre pessoas e talentos? Para Chiavenato (2008), O
um talento é um tipo especial de pessoa, mas nem sempre toda pessoa é um talento. Para o O
R
autor, o talento envolve quatro aspectos: G
A
N
I
1. Conhecimento: é o saber. É o resultado do aprender a aprender, sendo um processo contínuo. Z
A
C
2. Habilidade: é o saber fazer, ou seja, aplicar o conhecimento que foi aprendido, seja para I
O
resolver, criar ou inovar. N
A
L
16 TÓPICO 1 UNIDADE 1
3. Julgamento: é o saber avaliar. Verificar as informações para que se possa tomar a decisão
mais adequada a determinada situação.
4. Atitude: é o saber fazer acontecer. Alcançar e superar metas e resultados, agregando valor
ao que se faz.
A Figura 2 sintetiza os principais aspectos que as pessoas devem ter para serem
consideradas como talentos.
É importante salientar que quando falamos sobre talento humano, isso nos reporta a
pensarmos sobre o capital humano. Este é composto por dois aspectos principais (CHIAVENATO,
C 2004):
O
M
P
O 1. Talentos: que são compostos por conhecimento, habilidade e competências, porém o talento
R
T deve ser visto, também, a partir de um sistema aberto, pois precisa existir dentro de um
A
M determinado contexto.
E
N
T
O 2. Contexto: é o ambiente adequado para que os talentos ocorram. Oferecem as ferramentas
O necessárias para que os talentos se estabeleçam e prosperem, tendo como base:
R
G
A
N
• Desenho organizacional flexível e com uma divisão do trabalho adequada para gerar um fluxo
I de produtos e processos adequados.
Z
A
C
I • Cultura organizacional aberta, democrática e que inspire confiança aos seus membros,
O
N fortalecendo o trabalho em equipe.
A
L
UNIDADE 1 TÓPICO 1 17
S!
DICA
Para Chiavenato:
LEITURA COMPLEMENTAR
Estabelecer uma cultura de alta performance também exige intervenção nas estruturas,
políticas e procedimentos: é preciso influenciar e orientar positivamente, monitorando todas
as formas de comunicação corporativa. As organizações de alta performance se diferenciam
pela eficiência em tratar as questões humanas.
O que predomina nas companhias é o alto desempenho pontual, aquele esforço que
C
une a equipe para responder a uma emergência. Na cultura de alta performance, as pessoas
O
M
são estimuladas de maneira consistente e constante em um ambiente favorável à obtenção de
P
O
resultados cada vez melhores. Também não são desviadas ou confundidas em seu processo
R
T
de execução, mantendo o foco no que é prioritário.
A
M
E As culturas de alta performance se sustentam no tripé Valores, Liderança e Estratégia. O
N
T comprometimento da empresa para com seus funcionários ajuda a determinar o compromisso
O
destes com a organização e suas metas e, por esta razão, predispõe a equipe a buscar
O
R resultados superiores ao padrão.
G
A
N
I Na cultura de alta performance o líder é modelo, assegurando um ambiente favorável
Z
A para que as pessoas concentrem sua energia, trabalhem com tranquilidade e compromisso,
C
I sintam-se confiantes em relação ao que têm de fazer e, assim, transformem empenho e recursos
O
N em resultado máximo.
A
L
UNIDADE 1 TÓPICO 1 19
O que vale não é o que é dito, mas os fatos, o que é visto e demonstrado no dia a dia.
Muitas vezes, ao desconhecer o contexto de uma decisão, funcionários julgam mal seus líderes,
o que reforça a necessidade de transparência.
RESUMO DO TÓPICO 1
• É preciso entender que as mudanças que ocorrem no meio externo à organização também
afetam o ambiente interno das organizações.
C
O
M
• As pessoas são responsáveis pela mudança, assim, elas são detentoras do capital intelectual,
P
O
e as organizações, por sua vez, têm como função transformar o intelectual humano em
R riquezas.
T
A
M
E • O capital humano é formado por talentos e pelo contexto, e este envolve desenho organizacional,
N
T cultura e estilo de gestão.
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 1 TÓPICO 1 21
IDADE
ATIV
AUTO
3 A resistência à mudança pode ocorrer, pelo menos, a partir de três aspectos: o lógico,
o sociológico e psicológico. Explique a relação entre esses aspectos e a resistência à
mudança.
4 Em alguns casos, a mudança ocasiona certo receio quanto ao novo, isso porque o
ser humano, em certos casos, tem aversão ao risco que uma mudança pode gerar.
Assim, cite e explique quais são as estratégias que podem auxiliar para reduzir essa
resistência à mudança.
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
22 TÓPICO 1 UNIDADE 1
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 1
TÓPICO 2
A GESTÃO DO CONHECIMENTO E DA
INFORMAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
O conhecimento é gerado através das pessoas e deve ser disseminado para que possa
chegar ao maior número de pessoas. Sabemos que o conhecimento vem da informação, e que
esta deve estar disponível para as pessoas sempre que elas precisarem.
Para Choo (apud SILVA, 2007), a gestão do conhecimento deve ser vista como um
processo de construção social e ação coletiva incorporada às atividades, relacionamentos e
instrumentos da organização. Assim, o conhecimento deve ser partilhado por todos e deve ter
como objetivo trazer o aprendizado para as pessoas e, como consequência, diferencial para
as organizações.
vai muito além das três atividades elementares de coleta, armazenamento e distribuição O
R
de dados e informações. Entre as atividades que diferenciam o atual processo de gestão G
A
da informação e do conhecimento, das proposições tecnológicas das décadas passadas, N
I
destacam-se, principalmente, a introdução das atividades de aprendizagem dos colaboradores Z
A
e a contribuição destes com a partilha de novos conhecimentos de interesse da organização C
I
(SORDI; AZEVEDO, 2008). O
N
A
L
24 TÓPICO 2 UNIDADE 1
Podemos perceber, a partir da figura, que é necessária a relação de vários elos para
que a empresa alcance seus resultados e gere conhecimento. É preciso convergir as ações
vinculadas à estratégia para que se chegue ao objetivo final, a partir da colaboração das pessoas
e do uso da tecnologia da informação, que auxiliam no processo de gestão.
IMPO
RTAN
TE!
Gestão do conhecimento é o conjunto de esforços ordenados e
sistematizados visando criar novo conhecimento, difundi-lo na
organização e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas, bem
como protegê-los contra o uso indevido (LACOMBE.; HEILBORN,
2008, p. 492).
C
O
M Em relação à gestão do conhecimento, a empresa precisa canalizar seus esforços para
P
O que o conhecimento seja desenvolvido e apreendido por todos. Segundo Lacombe e Heilborn
R
T (2008), no centro da gestão do conhecimento podemos encontrar quatro processos:
A
M
E
N 1. Geração: identificar o conteúdo desejado e incentivar as pessoas para que participem e
T
O exponham suas ideias. Nessa fase é preciso vencer as barreiras que impedem a geração
O do conhecimento, como questões tecnológicas e culturais, por exemplo.
R
G
A
N 2. Organização: depois que a informação foi coletada, esta deve ser organizada e ordenada
I
Z para poder ser recuperada de forma eletrônica rapidamente.
A
C
I
O 3. Desenvolvimento: seleção do material, pois, quando em excesso, polui a informação e o
N
A conhecimento, o que pode dificultar seu uso posterior.
L
UNIDADE 1 TÓPICO 2 25
4. Distribuição: como as pessoas acessam o material. A organização deve tornar o acesso fácil
e encorajar as pessoas quanto ao seu uso.
Nos dias atuais, o conhecimento passou a ter grande relevância, mas é preciso ter
conhecimento a partir de informações de qualidade e que garantam a veracidade dos fatos.
Chiavenato (2010) destaca que o conhecimento é a vantagem competitiva mais importante,
porém a informação pura e simples já não garante mais um diferencial competitivo.
O que é conhecimento?
4. Conhecimento social adquirido através da experiência profissional e social, que está associado
ao como se comportar.
ÇÃO!
ATEN
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 1 TÓPICO 2 27
C
Combinação ocorre do conhecimento explícito para o conhecimento explícito. Trata-se O
M
de um processo de sistematização de conceitos em um sistema de conhecimento e envolve P
O
uma combinação de diferentes conjuntos de conhecimento explícito. Pode ser por meio de R
T
reuniões, documentos etc. A
M
E
N
A internalização se desenvolve do conhecimento explícito para o conhecimento tácito. T
O
É incorporação do conhecimento explícito em conhecimento tácito, quando são internalizadas
O
nas bases do conhecimento tácito das pessoas sob a forma de modelos mentais ou know-how R
G
técnico compartilhado. A
N
I
Z
O compartilhamento do conhecimento é mais fácil quando este é explícito. Isso porque A
C
ele é facilmente transmitido e ensinado aos demais por meio da educação formal. Porém, I
O
quando o conhecimento é tácito, a dificuldade de socializar é muito maior. É preciso que as N
pessoas tenham contato pessoal direto e que seja possível, através desse contato, passar A
L
28 TÓPICO 2 UNIDADE 1
• Focar o seu conhecimento em ações racionais e decisivas que sejam importantes para o
desempenho organizacional.
O conhecimento que existe em uma organização pode ser usado para criar vantagem
diferencial, ou seja, a gestão do conhecimento engloba tudo o que todos em uma organização
conhecem e que fornece à empresa vantagem competitiva, conforme nos mostra a Figura 5.
O
verificar se estes estão alinhados aos objetivos da organização, e, geralmente, são formulados
R
G
pelo médio e alto escalão, correspondente à internalização. Na quarta fase, o conceito é
A
N
aprovado e transformado em algo tangível e concreto, que corresponde ao arquétipo, ou seja,
I é o protótipo do modelo, e corresponde à conversão. Na quinta fase os modelos são criados,
Z
A aprovados e modelados e estimulam a criar novos conceitos, ocorrendo o ciclo de criação de
C
I novos conhecimentos.
O
N
A
L Podemos, ainda, entender que o conhecimento funciona como um ciclo, no qual existe
UNIDADE 1 TÓPICO 2 29
Além do que foi exposto, é preciso ressaltar que a organização deve dispor de
ferramentas adequadas para a gestão de conhecimento. Uma infraestrutura adequada com
materiais disponíveis e acesso à tecnologia de informação, que trataremos no Tópico 3, são
indispensáveis para o gerenciamento das informações. Assim, as pessoas que trabalham em
empresas que facilitam o processo de aprendizagem são encorajadas a participar mais, a criar
e inovar.
Para Gil (2011), informar é um ato unilateral, que envolve a pessoa que tem uma
determinada informação. Já a comunicação significa tornar algo comum, fazer-se entender,
provocar reações em quem está lhe ouvindo. Assim, o comunicador precisa estar capacitado
não somente para falar, mas também para saber ouvir.
IMPO
RTAN
TE!
Comunicação é o processo pelo qual a informação é trocada e
entendida por duas ou mais pessoas, normalmente com a intenção
de motivar ou influenciar o comportamento (DAFT, 2010, p.
765).
Cada comunicação é única, pois tem características que identificam uma mensagem
específica que se deseja repassar. Porém, é possível identificar alguns elementos comuns a
todas as comunicações.
O
R
G
A FONTE: Disponível em: <www.google.com.br/imagens>. Acesso em: 8 set. 2012.
N
I
Z
A
C
I Para que a comunicação possa ocorrer, Daft (2010) destaca que é preciso ter dois
O
N elementos essenciais. O emissor, que é alguém que deseja transmitir uma ideia ou um conceito
A
L para os outros. E o receptor é para quem a mensagem foi enviada. Ainda segundo o autor, o
UNIDADE 1 TÓPICO 2 31
emissor codifica a ideia selecionando os símbolos que irão compor a mensagem. A mensagem
é a formulação tangível da ideia que se deseja transmitir, por meio de um canal que é o veículo
de comunicação. O receptor recebe a mensagem e decodifica os símbolos para interpretar o
seu significado. Por fim, o feedback acontece quando o receptor responde à mensagem do
emissor.
Um dos maiores problemas na comunicação está nas barreiras que podem existir entre
o emissor e o receptor, ou mesmo no canal de comunicação, quando existe alguma falha que
foge ao controle do homem. Nesse sentido, Gil (2011) explica que os ruídos na comunicação
podem ser:
• Decorrentes do emissor:
Falta de clareza nas ideias: quando o emissor não tem total domínio sobre aquilo que vai
comunicar, mas mesmo assim o faz, imaginando que o receptor irá aperfeiçoá-la.
Comunicação múltipla: quando existe diferença na comunicação verbal daquela que é produzida
pelo nosso corpo. Às vezes um gesto diferente causa impacto negativo para quem está nos
observando e, por isso, pode prejudicar a comunicação.
C
O
M
Problemas de codificação: não basta ter ideias claras, é preciso codificá-las da forma correta. P
O
Por exemplo, na comunicação oral é necessário que a fala seja clara, com timbre e velocidade R
T
de voz adequados. A
M
E
Bloqueio emocional: a vergonha, o receio de falar errado pode inibir aquele que está falando N
T
e não deixar a mensagem clara. O
O
R
Hábitos de locução: repetições excessivas de palavras, uso de palavras técnicas que nem todos G
A
conhecem para dar a impressão de ser autoridade no assunto, podem prejudicar a comunicação, N
I
por esta não ser clara para quem está recebendo. Z
A
C
Suposição acerca do receptor: quando uma pessoa inicia a conversa do que supõe que a outra I
O
pessoa pensa ou sabe. N
A
L
32 TÓPICO 2 UNIDADE 1
• Decorrentes do receptor:
Audição seletiva: quando a pessoa se concentra naquilo que julga mais importante, assim
palavras consideradas sem importância costumam ser desprezadas.
Desinteresse: quando o assunto abordado não é interessante para quem ouve. Assim elas
tendem a se afastar ou se “desligar” quando não se interessam por algo que a outra pessoa
lhe explica.
Avaliação prematura: quando uma pessoa ouve o início de uma fala e julga saber avaliar de
modo global o que lhe é passado. Assim, tende a prestar menos atenção no desenvolvimento
da mensagem.
Preocupação com a resposta: quase sempre a comunicação requer uma resposta imediata,
por isso as pessoas se preocupam em formular sua resposta e deixam de prestar atenção
em partes da mensagem.
Crenças e atitudes: todos têm opiniões sobre determinados assuntos abordados, por isso
tendem a valorizar determinados tipos de comportamento. Assim, quando algumas crenças
são objetos de críticas, podem se sentir ofendidos ou mesmo ameaçados.
a ouvir. É preciso que a comunicação ocorra em um ambiente em que seja pouco provável que
os receptores se distraiam. É preciso que a mensagem seja clara, objetiva e sem distorções
de fonte da qual foi retirada.
Quanto à via formal, segundo Chiavenato (2010), existem três canais formais em que
a comunicação pode ocorrer em organização:
informações para que todos possam compartilhar das mesmas ideias e, também, auxiliar a
busca pelo conhecimento. Pois é com o auxílio da comunicação que temos a possibilidade de
aprender e de passar o que sabemos para os outros. Assim, vamos falar um pouco sobre a
aprendizagem organizacional.
Quando ocorrem mudanças no mercado, tudo muda. Novos mercados surgem, novos
concorrentes, novas tecnologias, e os produtos ficam obsoletos quase que do dia para a noite
(LACOMBE; HEILBORN, 2008). Neste cenário, as empresas que são bem-sucedidas são
C
aquelas que conseguem lidar com as mudanças e fazer com que novas formas de trabalho O
M
sejam desenvolvidas. Os autores complementam que essas organizações criam novos P
O
conhecimentos, disseminam-nos pela organização e rapidamente incorporam novas tecnologias R
T
e novos produtos, o que conseguem tendo como base a aprendizagem constante. A
M
E
N
As organizações que aprendem têm habilidade em cinco atividades (LACOMBE; T
O
HEILBORN, 2008).
O
R
Primeiro, as soluções sistemáticas de problemas: buscam para cada problema G
A
desenvolver um método adequado para solucionar o problema específico, sendo criterioso N
I
em cada nova situação. Z
A
C
I
Segundo, a experimentação de novas abordagens: a experimentação em número que O
N
caracteriza a organização que aprende depende da prioridade que a organização oferece em A
L
36 TÓPICO 2 UNIDADE 1
relação à criatividade e inovação. Assim, é importante que exista tolerância a erros e aceitação de
riscos. Em uma organização que aprende a inovação não é desenvolvida por um departamento
específico de pesquisa e desenvolvimento, mas é um modo de se comportar.
Com base nos trabalhos de Peter Senge, Riche e Alto (2001, p. 37) explicam que:
[...] as empresas do futuro serão aquelas que descobrirem como fazer com
que as pessoas se comprometam e queiram aprender, desde o chão de fábrica
até a alta gerência. Para conseguir isso, as organizações devem ser mais
coerentes com as mais elevadas aspirações humanas, que vão além das
necessidades materiais.
Os autores expõem que as organizações que aprendem devem ter domínio de cinco
disciplinas, sendo:
C
O
M
P Domínio pessoal: é a disciplina de continuamente esclarecer e aprofundar nossa visão
O
R pessoal, de concentrar energias e de ver a realidade de forma objetiva.
T
A
M
E Modelos mentais: são pressupostos que influenciam nossa forma de ver o mundo e
N
T
de agir. Incluem ideias e paradigmas que afetam nossas atitudes e, muitas vezes, não temos
O
plena consciência disso.
O
R
G
A
Visão compartilhada: envolve habilidade de descobrir e compartilhar o novo de forma que
N estimule o compromisso genuíno e o envolvimento de todos. Assim, um líder deve compartilhar
I
Z sua visão com os demais e criar a visão junto deles.
A
C
I
O Aprendizagem em equipe: deve começar pelo diálogo, os membros devem deixar de
N
A lado conceitos e ideias preconcebidas para o pensar em conjunto.
L
UNIDADE 1 TÓPICO 2 37
Pensamento sistêmico: esta integra todas as outras e junta com coerência a teoria e a
prática. Esta disciplina nos ensina a enxergar o todo e não partes separadas e descontínuas.
Para que se tenha sucesso, a organização que aprende deve trabalhar todas as
disciplinas em conjunto, para que haja a integração e continuidade dos processos. Para
Lacombe e Heilborn (2008), existem duas condições para se criar uma organização que aprende.
Devemos estimular um ambiente que conduza à aprendizagem, para isso deve-se priorizar
o desenvolvimento das pessoas, estimular a reflexão e a análise das sugestões dos clientes.
Devemos, também, estimular a ampla troca de ideias, eliminando as barreiras às comunicações
e, com isso, proporcionar a criatividade e a implantação de novos conhecimentos.
Para que sejam criadas organizações que aprendem é preciso desenvolver um conjunto
de três etapas, não necessariamente sequenciais (LACOMBE; HEILBORN, 2008).
ambiente estável e pouco dinâmico, até os anos 1950, o administrador se preocupava somente
com as funções e quantidades de produção, pois a concorrência era pequena e o que se
produzia vendia, hoje, com as constantes mudanças, é preciso delegar tarefas, gerenciar
pessoas e proporcionar um ambiente favorável à inovação e criatividade, pois é preciso ter o
foco no cliente e no mercado.
Segundo Senge (apud LIMA; PERUSSE FILHO, 2010), os líderes ou dirigentes nas
organizações que aprendem assumem diferentes funções:
Como guia, auxilia e estimula a criatividade das pessoas, apoia a realização de mudanças,
porém não ignora suas crenças e valores. Fornece ajuda para que as pessoas possam aprender
mais. Para que ele possa alcançar seus objetivos, segue como meta o objetivo maior, que é o
da organização. Assim, coloca os objetivos organizacionais acima dos pessoais.
Como professor tem a função de apoiar e estimular o aprendizado. Para isso, faz com
que as pessoas tenham uma visão concreta da realidade, aceitando seus problemas e suas
limitações. Porém, isso não deve intimidá-las nem bloquear a criatividade, mas deve servir
como objetivo de superação, pois é diante desta realidade que as pessoas irão trabalhar e
aprender, mesmo com todas as restrições e impedimentos.
Essas três funções devem ser desempenhadas pelos gestores que desejam desenvolver
C a aprendizagem na organização. É preciso lembrar que, além dessas funções, os dirigentes
O
M continuam desenvolvendo as atividades funcionais, no que se refere à busca e tratamento de
P
O informações, gerenciamento de pessoas e tomada de decisão. Contudo, para que as organizações
R
T possam ser consideradas como organizações que aprendem, é preciso, ainda, incentivar as
A
M pessoas a aprender, a desenvolver sua criatividade e colocar em prática suas ideias.
E
N
T
O
O
R
G
4 NOVAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
A
N
I
Z Com as mudanças que estão ocorrendo, as empresas também mudam. E mudam não
A
C somente no modo de pensar, mas também no modo de agir e na estrutura organizacional.
I
O Novas formas de organização surgem em meio a um ambiente cada vez mais tecnológico e
N
A inovador. Empresas já não mais têm um endereço e paredes, mas hoje têm sites e são virtuais.
L
Hoje os concorrentes, que antes eram os vizinhos à empresa, podem estar no país vizinho
UNIDADE 1 TÓPICO 2 39
ou do outro lado do mundo. Ao mesmo tempo em que o produto de uma organização pode,
também, estar cruzando os oceanos.
Hoje as pessoas podem trabalhar em casa e não estar fisicamente presentes dentro da
organização. Pessoas, mesmo quando trabalham dentro da estrutura física de uma empresa,
uma boa parte do tempo desenvolvem seu trabalho através da internet, seja pelo computador ou
através do celular. Tudo isso ocorre devido ao apoio da tecnologia, à disseminação da informação
e do papel da comunicação, que juntos contribuem para formar a gestão do conhecimento.
O trabalho longe das empresas pode trazer vantagens e desvantagens para empresas
e para os trabalhadores. Como vantagem para as empresas pode-se considerar a redução
do absenteísmo e da rotatividade, redução da estrutura física das empresas, menos custos
devido a estruturas mais enxutas. Para o trabalhador, ele tem mais tempo para ficar em casa,
para o lazer, menores custos com deslocamento, entre outros.
C
O
Como desvantagem, a empresa deve tomar cuidado com a motivação dos funcionários, M
P
devido ao isolamento físico da equipe de trabalho, desenvolver novas formas de trabalhar O
R
em equipe, com apoio da tecnologia da informação, desenvolver novas formas de gerenciar T
A
a equipe. Para o empregado, pode levar a problemas psicológicos, como depressão por ficar M
E
mais em casa e sem contato físico com colegas de trabalho, pode não saber separar as horas N
T
de trabalho e horas de lazer, e com isso trazer prejuízo para a família, a falta de rotina pode O
atrapalhar no andamento dos trabalhos. O
R
G
Além de o trabalhador poder desenvolver seu trabalho de forma virtual em empresas A
N
com estrutura física, algumas empresas operam de modo totalmente virtual. As chamadas I
Z
empresas virtuais, que são definidas por Lacombe e Heilborn (2008) como sendo organizações A
C
caracterizadas por seus elos interorganizacionais, sem que haja a necessidade de possuir uma I
O
estrutura física, estão crescendo cada vez mais. Azevedo (2000, p. 209) explica que: N
A
L
40 TÓPICO 2 UNIDADE 1
Se, por um lado, as empresas buscam, através da cooperação entre empresas, fusões
ou alianças estratégicas, reduzir custos e aumentar a competitividade, por outro lado ficam
presas a contratos e acordos que, muitas vezes, limitam uma resposta rápida e flexibilidade em
negociações (AZEVEDO, 2000). Assim, segundo o autor, a empresa virtual vem para preencher
essas lacunas e diminuir as barreiras.
LEITURA COMPLEMENTAR
Dar maior importância às pessoas do que aos bens tangíveis torna-se uma tendência,
porque são elas que detêm os conhecimentos mais valiosos sobre como atingir melhores
resultados, como diagnosticar problemas e otimizar processos internos, enquanto os
equipamentos usados nas operações são meros coadjuvantes para tal fim.
Falando em conhecimentos, há dois tipos básicos que podem ser aplicados pelo ser
humano: o explícito e o tácito. O conhecimento explícito é o mais fácil de ser colocado em C
O
palavras, registrado e documentado. É facilmente adquirido por meio da leitura de manuais, M
P
livros e artigos, por exemplo. Quando falamos das funcionalidades de um sistema, ou das O
R
etapas de um processo produtivo, tratamos do conhecimento explícito. T
A
M
O segundo tipo – o tácito – é o mais difícil de ser colocado em palavras e é adquirido E
N
apenas com a prática. O conhecimento tácito é aquele que só conseguimos mostrar ao usar. T
O
Um líder gerindo sua equipe, um médico realizando um diagnóstico ou um vendedor fechando O
uma venda difícil são exemplos desse tipo de conhecimento. É difícil de explicar e só se aprende R
G
com a experiência, com a vivência. A
N
I
Z
Para as empresas, a gestão do conhecimento pode ser de grande valia, pois contribui A
C
para a geração de valor, otimização das operações e para melhora do atendimento ao cliente I
O
final. Por isso deve ser aplicado nas empresas. Uma vez disseminado, o conhecimento pode ser N
A
retido por outros colaboradores, a fim de gerar resultados sempre superiores aos do passado. L
42 TÓPICO 2 UNIDADE 1
Um engenheiro que opera uma plataforma de petróleo em alto-mar tem uma experiência
riquíssima que deve ser bem aproveitada. É preciso reconhecer e disseminar esse conhecimento
para que a empresa esteja sempre evoluindo. É algo contínuo.
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
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O
R
G
A
N
I
Z
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C
I
O
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A
L
UNIDADE 1 TÓPICO 2 43
RESUMO DO TÓPICO 2
• É preciso ter informação rica, em tempo, de qualidade e na quantidade correta para se gerar
o conhecimento a ponto de este ser um diferencial competitivo para as organizações.
IDADE
ATIV
AUTO
1 Explique, com suas palavras, como o conhecimento é gerado e qual o papel do gestor
no processo de gerar o conhecimento.
2 O conhecimento deve ser compartilhado para que traga benefícios para as empresas
e para as pessoas. Alguns tipos de conhecimento são mais facilmente passados para
outras pessoas, como no caso do conhecimento explícito. Sabemos que o conhecimento
pode ser explícito ou tácito. Assim, explique estes dois tipos de conhecimento e como
eles podem ser compartilhados.
3 Para que o conhecimento seja gerado é necessária a informação. Cite e explique três
características da informação que a tornam eficiente no processo do conhecimento.
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Cabe destacar que tomar decisões envolve analisar, ainda, a relação custo-benefício,
além de considerarmos neste contexto as experiências, casos anteriores e as preferências de
quem está decidindo.
Desta forma, é necessário que os gestores direcionem um tempo maior para as decisões
não programadas, pois a análise requer mais dados e uma criteriosa análise destes, devido à
maior concentração de incerteza e complexidade da decisão.
ÇÃO!
ATEN
S!
DICA
Pesquise mais sobre Herbert Simon, pois foi ele quem criou a teoria
das decisões e analisa a organização a partir de um sistema de
decisão. Ainda, Simon foi o pioneiro em explicar a racionalidade
humana, afirmando que nós, seres humanos, temos uma
racionalidade limitada e por esse motivo não conseguimos coletar
e processar um número ilimitado de informação.
Em relação ao nível tático, as decisões são tomadas para atender aos objetivos que C
O
foram propostos pelo nível estratégico. São decisões mais específicas e de médio prazo voltadas M
P
para a ação em si. Podemos citar como exemplo as decisões de compra e desenvolvimento O
R
das metas produtivas. T
A
M
E
As decisões no nível operacional são tomadas pelos supervisores das organizações N
T
que se reportam aos gerentes e, estes, à alta administração, obedecendo à hierarquia O
NOT
A!
Normativo é uma abordagem que define como o tomador de
decisão deve tomar a decisão e fornece diretrizes para alcançar
um resultado ideal para a organização (DAFT, 2010).
Este modelo tem como foco os pressupostos que influenciam as decisões pessoais, C
sendo mais realista que o modelo clássico. Segundo Daft (2010), o modelo administrativo é O
M
considerado descritivo, pois busca entender e descrever como realmente as decisões ocorrem P
O
em situações complexas e reconhece as limitações humanas e ambientais que envolvem a R
T
tomada de decisão. A
M
E
N
O modelo político também é mais utilizado para decisões não programadas, em T
O
condições incertas e com informações limitadas. O autor explica que geralmente as decisões
O
organizacionais envolvem mais de um gerente, e que estes buscam a coalizão para tomar R
G
uma decisão complexa. A
N
I
Z
Nesse caso, os gerentes usam da persuasão para conseguir convencer outros gerentes A
C
em favor de um objetivo. O objetivo é envolver o máximo possível os gestores em determinada I
O
situação para que haja o compromisso deles com o resultado final. O modelo tem início a partir N
A
de quatro pressupostos. O primeiro é que as organizações são formadas a partir de vários L
50 TÓPICO 3 UNIDADE 1
grupos com diversos interesses, metas e valores. Muitas vezes, os gerentes discordam das
prioridades e podem não compartilhar das mesmas ideias. O segundo é que as informações
são ambíguas e incompletas, bem como o ser humano tem racionalidade limitada. A terceira
é que os gerentes têm tempo, recurso e capacidade mental escassa para identificar todas as
dimensões do problema. O quarto é que os gerentes se envolvem em situações que procuram,
através da barganha, decidir sobre metas e discutir alternativas.
NOT
A!
Coalizão é a aliança informal entre os gerentes que apoiam uma
meta específica (DAFT, 2010).
A tomada de decisão é, sem dúvida, uma tarefa desafiadora para quem faz. Envolve
um número grande de variáveis que determinam o curso da ação dos gerentes, que são
influenciados por questões internas e externas à organização.
ganhos futuros, sendo chamada de estimativas. Isso ocorre por haver pouco conhecimento,
por ter poucas variáveis conhecidas ou por ter um número elevado de variáveis e, por isso,
pouco conhecimento sobre elas.
Em relação à incerteza, Milliken (1987) apud Costa e Machado (2012) apresenta três
formas que são experimentadas por quem toma decisão. A primeira é em relação à incerteza
de estado e se refere à impossibilidade de prever como as contingências do ambiente estão
mudando. A segunda é a incerteza de efeito devido à incapacidade de prever como as mudanças
irão influenciar as empresas. E a terceira é a resposta incerta, que se relaciona com a falta
de visão de resposta dado um ambiente de mudança, ou mesmo, a incapacidade de prever
as possíveis consequências dentro de uma escolha. Para o autor, é importante compreender
que a incerteza se difere de forma conceitual em relação à natureza da falta de informação.
Isso significa que quanto menos informação se tem, mais incerto é o ambiente para que se
possa tomar a decisão.
Como forma de reduzir a incerteza e o risco e tornar o ambiente mais propício para a
tomada de decisão, Costa e Machado (2012) sugerem a busca pelo conhecimento e informação.
Assim, quanto mais informação se tem, com qualidade, em tempo, melhor será o resultado
da tomada de decisão. Julien (2010) afirma que a importância da informação é reconhecida,
porém muitas vezes resume-se ao uso de software, e, por serem complexos, estes são mal
utilizados ou pouco atrativos e não substituem a inteligência humana.
Assim, é preciso gerar o conhecimento entre as pessoas que participam do processo C
O
decisório. E para isso a informação desempenha um papel fundamental. A informação está na base M
P
do saber, mas nem sempre ela está plenamente disponível, o que cria assimetria de informação O
R
no mercado e no setor. Essa assimetria pode ser entendida como a diferença de informação entre T
A
os atores no mercado, tanto por conhecimento quanto pela falta dele (JULIEN, 2010). M
E
N
T
Dentro desse cenário, temos que a informação de qualidade é o fundamento principal O
para que uma organização funcione adequadamente, o que lhe permite fazer escolha e optar O
por um caminho específico diante de um futuro incerto (COSTA; MACHADO, 2012). R
G
A
N
A decisão pode ser tomada de duas formas diferentes. Individual, em que o tomador de I
Z
decisão coleta e analisa as informações sozinho e busca a alternativa para aquela situação, A
C
assim o tomador de decisão tem a possibilidade de agilizar o processo, porém o nível de I
O
incerteza pode ser maior devido a restrições de buscar um número maior de informação e, N
A
também, pela impossibilidade de compartilhar experiências. Ou pode ocorrer em grupo, que, L
52 TÓPICO 3 UNIDADE 1
neste caso, envolve necessariamente duas ou mais pessoas, que coletam as informações,
analisam e tomam a decisão em conjunto. No caso da tomada de decisão em grupo pode ocorrer,
muitas vezes, divergência de ideias e morosidade no processo; em contrapartida, o grupo pode
conseguir mais informações e uma análise mais aprofundada, diminuindo o nível de incerteza.
Por fim, a última etapa é a avaliação e feedback. É preciso avaliar se a decisão foi
implementada com sucesso, colhendo informações de todo o processo. Cabe ressaltar que o
processo de controle deve ocorrer em todas as fases do processo decisório, sendo que a última
se refere à avaliação dos resultados finais. Além disso, a tomada de decisão é um processo
contínuo e não necessariamente sequencial, por isso o controle e a retroalimentação devem
ser constantes. As etapas podem ser visualizadas a partir da figura a seguir, que representa
um processo contínuo e interdependente das etapas do processo decisório.
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
FONTE: Disponível em: <www.google.com.br/imagens>. Acesso em: 20 ago. 2012. N
T
O
O
Com base na figura, podemos separar o processo de tomada de decisão em fases. A R
G
pré-decisão se caracteriza pela busca de informação e das possíveis alternativas. A decisão A
N
em si é a escolha a partir das alternativas, que pode ser feita de forma individual ou através de I
Z
reuniões para expor as ideias. A pós-decisão é a implementação da decisão e sua avaliação, A
C
como resultados e consequências. I
O
N
A
L
54 TÓPICO 3 UNIDADE 1
6 ESTILOS DE DECISÃO
Já é de conhecimento que as pessoas são diferentes entre si e, por esse motivo, também
diferem no modo de tomar as decisões. Essas diferenças podem ser explicadas pelo estilo de
decisão pessoal, que pode ocorrer de quatro formas diferentes (DAFT, 2010):
• Estilo diretivo: é utilizado por pessoas que têm preferência por soluções simples e bem
definidas. Geralmente os gerentes utilizam para decisões rápidas, por não gostarem de lidar
com muitas informações.
• Estilo analítico: utilizado por pessoas que se adéquam a soluções mais complexas e costumam
reunir muitas informações para se basear, antes de tomar a decisão.
• Estilo conceitual: também utilizado por pessoas que gostam de considerar um grande número
de informações, porém são mais socialmente orientadas do que as que possuem um estilo
analítico. Usam da criatividade na resolução de problemas.
• Estilo comportamental: é adotado por gerentes que têm uma profunda preocupação com as
outras pessoas envolvidas no processo. Pessoas com este estilo gostam de conversar com
os funcionários e tentar compreender seus sentimentos para não afetá-los, além de entender
o efeito que a decisão terá sobre eles.
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A FONTE: Robbins (2006)
L
UNIDADE 1 TÓPICO 3 55
informações que as pessoas decidem qual caminho é melhor para ser seguido. No mesmo O
R
sentido, um bom gerenciamento das informações e sua transformação em conhecimento G
A
passam a ser fundamentais. Outro ponto é que o conhecimento precisa ser difundido dentro N
I
da organização para que possa trazer benefícios esperados, como desenvolvimentos de novas Z
A
ideias, resolução de problemas, inovação e criatividade. C
I
O
N
Se pensarmos em alguns anos atrás, o homem tinha menos necessidade de informação, A
L
pois o ambiente era estável. Além disso, a capacidade de processamento das informações
56 TÓPICO 3 UNIDADE 1
também era pequena. Tudo era anotado em papel ou mesmo na cabeça dos donos das
empresas. Mas até então eram poucos clientes, poucos produtos ou serviços prestados. Com
o passar do tempo, essa realidade foi se alterando. Os clientes aumentaram, os produtos se
multiplicaram, o mercado requer respostas mais rápidas e precisas. E como isso é possível?
Através da informação.
É preciso destacar que hoje temos acesso a um número muito grande de informações.
Os dados são retirados do próprio mercado, bem como dos clientes, concorrentes,
fornecedores, governo, instituições sindicais, entre outros. Assim, com as mudanças tem-se
a necessidade de informar à população, aos funcionários, o que estava acontecendo. Porém,
anotações em cadernetas já não satisfaziam as necessidades dos empresários. É preciso
informação em tempo, de qualidade e com agilidade. É nesse ponto que entra o apoio da
informática e dos sistemas de informação, que trataremos nas seções seguintes. Além disso,
é preciso que a informação tenha qualidade.
Neste contexto, para Sordi (2008) apud Sordi e Meireles (2011), para que a informação
tenha a qualidade desejada é necessário fazermos alguns questionamentos quanto às
dimensões da informação:
FONTE: Adaptado de: Bukowitz e Williams (1999) apud Sordi e Meireles (2011)
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
FONTE: Disponível em: <www.google.com.br/imagens>. Acesso em: 8 ago. 2012.
58 TÓPICO 3 UNIDADE 1
Os gestores precisam cada dia mais do apoio de sistemas, pois os mesmos proporcionam
mais segurança, agilidade e versatilidade para a empresa no processo de tomada de decisão.
de decisão. Oliveira (2002, p. 59) define que “o sistema de informação gerencial é representado
pelo conjunto de subsistemas, visualizados de forma integrada e capazes de gerar informações
necessárias ao processo decisório”.
Oliveira (1992, p. 39) afirma que: “Sistema de Informação Gerencial (SIG) é o processo
de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da
empresa, proporcionando, ainda, a sustentação administrativa para otimizar os resultados
esperados”. Os sistemas de informação gerencial mudam constantemente para atender ao
dinamismo dos negócios, o que vai de encontro à necessidade de qualquer organização para
sobreviver no mercado.
Assim, podemos entender que, como explica Batista (2004, p. 22), sistema de
informação gerencial é o conjunto de tecnologias que disponibilizam os meios necessários
à operação do processamento dos dados disponíveis. É um sistema voltado para a coleta,
armazenagem, recuperação e processamento de informações usadas ou desejadas por um
ou mais executivos no desempenho de suas atividades. É o processo de transformação de
dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa, proporcionando
a sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados. A estrutura decisória da
empresa, no contexto de processos gerenciais, classifica os sistemas de acordo com o problema
organizacional que ajudam a resolver.
O autor descreve ainda que os sistemas são classificados em: sistema de nível
estratégico, de conhecimento, tático e operacional. As informações geradas pelos sistemas de
nível estratégico são utilizadas na definição do planejamento estratégico da organização, ou
seja, tomada de decisão. Os sistemas de nível tático são usados no controle dos planejamentos
operacionais, definem as táticas ou metas a serem cumpridas. Os sistemas de conhecimento
envolvem a transmissão de conhecimento e informação entre os departamentos. Os sistemas
de nível operacional são utilizados para o desenvolvimento das tarefas diárias da empresa, C
O
como exemplo: sistema de compra/venda. M
P
O
R
T
A
M
E
8.2 SISTEMAS DE SUPORTE À DECISÃO N
T
O
A questão ética deve ser sempre levada em consideração quando falamos em tomar
decisões. Para Robbins (1998), o indivíduo pode usar três critérios diferentes ao fazer escolhas
éticas:
O primeiro se refere ao critério utilitário, no qual as decisões são tomadas com base
em seus resultados ou consequências, e tem como meta fornecer o bem para o maior número
possível de pessoas. O segundo critério é foco nos direitos, o que faz as pessoas tomarem
decisões compatíveis com liberdade e direitos do homem. O terceiro critério é focar na justiça,
faz com que as pessoas tendam a tomar decisões para o que é justo e imparcial, buscando a
distribuição equivalente dos benefícios.
C
O
M
P De acordo com o autor, cada um desses critérios traz riscos e vantagens. O foco do
O
R utilitarismo é a eficiência e a produtividade, porém pode ignorar os direitos de algumas pessoas.
T
A O uso do direito protege as pessoas, mas pode criar um ambiente de trabalho exageradamente
M
E jurídico. O foco na justiça protege o direito daqueles que são prevalecidos e com menos
N
T poder, mas estimula um senso de autoridade que reduz a disposição para riscos, inovação e
O
produtividade.
O
R
G
A
É importante saber equilibrar as coisas, para que nenhuma das partes saia prejudicada
N
I
e que, ao final, prevaleça o que é justo para todos.
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 1 TÓPICO 3 61
RESUMO DO TÓPICO 3
• Tomar decisão requer buscar informações e alternativas, e analisar qual delas é mais adequada
para o momento.
• O processo de tomada de decisão deve estar atrelado ao planejamento e tem relação direta
com a informação.
• Em relação à escolha ou à decisão que se toma, é preciso entender que, geralmente, ela se
aproxima de uma escolha mais plausível para determinado momento ou situação.
• É importante entender as diferenças entre risco e incerteza, sendo que o primeiro pode ser
calculado e o segundo não.
O
• A tomada de decisão deve seguir os padrões éticos, sendo eles: utilitário, direito e justiça. R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
62 TÓPICO 3 UNIDADE 1
IDADE
ATIV
AUTO
1 A tomada de decisão ocorre a todo o momento dentro das organizações, pois é preciso
que as empresas direcionem suas ações para que se possa alcançar as metas. Mas
para que o processo de decisão ocorra é necessário poder escolher entre alternativas.
Dentro deste contexto, explique o conceito de tomada de decisão.
4 Toda decisão é rodeada por uma dose, seja de risco ou de incerteza. Isso porque
o gestor nem sempre conhece tudo sobre o ambiente e todas as variáveis que o
envolvem. Nesse sentido, qual a diferença entre risco e incerteza? Qual a implicação
destes conceitos para a tomada de decisão?
7 Nas organizações constantemente são tomadas decisões. Pode ser desde uma decisão
mais simples a uma mais complexa, como, por exemplo, abrir uma nova filial. Quando
falamos em decisões, falamos em pessoas que tomam essas decisões, por isso é
C importante compreender o processo de tomada de decisão. Em relação à tomada de
O decisão, analise as afirmativas:
M I - Quando as pessoas tomam decisões, elas escolhem entre duas ou mais
P
O alternativas.
R II - No processo de tomada de decisão, os indivíduos operam dentro dos limites da
T racionalidade limitada.
A
M III - A decisão intuitiva é entendida como um processo consciente criado a partir da
E experiência.
N IV - Os tomadores de decisão tendem a focar somente os problemas que são visíveis,
T
O transmitindo aos outros que a situação está sob controle.
Agora assinale a alternativa CORRETA:
O
R
a) ( ) As afirmativas I, II e IV estão corretas.
G b) ( ) As afirmativas II, III e IV estão corretas.
A c) ( ) As afirmativas I, III e IV estão corretas.
N
I
d) ( ) As afirmativas III e IV estão corretas.
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 1 TÓPICO 3 63
IAÇÃO
AVAL
C
O
M
P
O
R
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M
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T
O
O
R
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64 TÓPICO 3 UNIDADE 1
C
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R
G
A
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I
Z
A
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A
L
UNIDADE 2
COMPETÊNCIAS GERENCIAIS
Objetivos de aprendizagem
PLANO DE ESTUDOS
TÓPICO 2 – COMPORTAMENTO O
ORGANIZACIONAL R
G
A
TÓPICO 3 – PLANEJAMENTO ORGANIZACIONAL N
E VARIÁVEIS AMBIENTAIS QUE I
INFLUENCIAM A GESTÃO Z
A
C
I
O
N
A
L
C
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M
P
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M
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I
Z
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A
L
UNIDADE 2
TÓPICO 1
ENTENDENDO O CONCEITO DE
COMPETÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
Muito se tem falado sobre competências gerenciais, e o tema traz grande relevância
para a área de pessoas. Mas antes de iniciarmos é necessário entendermos o conceito de
competências, para posteriormente falarmos de sua implicação para a formação gerencial. Assim,
nesta unidade trataremos dos conceitos de competência, tanto individual quanto organizacional,
além de explanar sobre as habilidades gerenciais e o comportamento organizacional.
para mostrar que uma pessoa está qualificada para desenvolver algo. Assim, muito se fala em
competências das pessoas (individuais) e competências das organizações (organizacionais),
que são core competences. O que se tenta mostrar é que pessoas e organizações desenvolvem
determinada atividade melhor do que outras.
C
O
M
P
O
R
T
A
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T
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O
R
G
A
N FONTE: Adaptado de: Durand (2000) apud Brandão e Guimarães (2001)
I
Z
A
C
I Para um melhor entendimento, o Quadro 4 apresenta os principais conceitos de
O
N competência encontrados na literatura.
A
L
UNIDADE 2 TÓPICO 1 69
ÇÃO!
ATEN
• Rede de trabalho: são os contatos pessoais e não pessoais dos empregados, que se referem
à interação das pessoas no ambiente de trabalho.
O
R 2 COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS
G
A
N
I
Z
A As competências individuais estão relacionadas com características como motivação,
C
I traços, habilidades e que podem ser observadas em trabalhos diferentes (MARCON, 2007). O
O
N trabalho que as pessoas desenvolvem na organização passa a ser visto como a continuidade das
A
L competências que estas possuem. Neste sentido, Fleury e Fleury (2001, p. 186) afirmam que:
UNIDADE 2 TÓPICO 1 71
Zanta e Soto Urbina (2008) explicam que a competência individual são aquelas
habilidades e capacidades encontradas em cada pessoa e que demonstram o conhecimento
e as características intrínsecas. Assim, para as autoras, as competências são o resultado do
aprendizado e da experiência adquirida pelas pessoas ao longo da vida, bem como pelos
desafios profissionais que as pessoas enfrentam.
Nesse sentido, Fleury e Fleury (2004, p. 5) afirmam que “competências não são apenas
conhecimentos ou habilidades, são conhecimentos e habilidades em ação. As competências
individuais serão diferentes conforme a pessoa atue em uma ou em outra organização”.
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
FONTE: Fleury e Fleury (2001) N
I
Z
A
E o que significam estes verbos? No Quadro 5, Fleury; Fleury (2001), inspirados na obra C
I
de Le Boterf, explicam cada um deles. Sintetizam os saberes que compõem as competências O
N
dos profissionais. A
L
72 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Dentro desta lógica, as competências individuais irão direcionar as ações das pessoas
dentro das organizações. Isso significa que, como as pessoas aprendem de modo diferente e
interpretam de modo diferente, as competências individuais são o diferencial de cada um. Neste
sentido, Zanta e Soto Urbina (2008, p. 3) afirmam que “estas competências serão determinantes
quanto ao modo de execução do trabalho pelo indivíduo, pois irão influenciar a sua percepção
e suas ações com relação às tarefas a serem realizadas”.
com um programa específico, como um simulador de peças, saber utilizar uma metodologia
específica para desenvolvimento de processo e produto, saber gerenciar as diferentes áreas
para atingir o objetivo de uma determinada etapa (gateway) de um programa. Em relação às
competências funcionais e organizacionais, podemos citar os exemplos integração da cadeia
de suprimentos e a gestão de projetos.
3 COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS
Assim, podemos entender as competências essenciais como a base para que a organização
possa se sustentar, ao mesmo tempo em que consegue se diferenciar de seus concorrentes.
C
O
M
FIGURA 16 – RAIZ DA COMPETÊNCIA P
O
As Folhas, Flores e Frutos são R
os produtos finais; T
A
M
Galhos menores são as E
unidades de negócios; N
T
O
O
Tronco e galhos principais R
são os produtos essenciais; G
A
N
I
Z
O sistema de Raízes que provê A
a nutrição, sustentação e C
estabilidade é a competência I
essencial O
N
FONTE: Adaptado de <http://pt.shvoong.com/business-management/human- A
resources/2099495-gest%C3%A3o-pessoas-compet%C3%AAncias/>. Acesso em: 2 L
out. 2012.
74 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Para que uma empresa possa identificar sua competência essencial, os autores propõem que:
1. Uma competência essencial provê acesso potencial a uma ampla variedade de mercados.
2. Uma competência essencial deve ser uma contribuição significativa para os benefícios
percebidos dos clientes do produto final.
C
O Quadro 7 apresenta alguns conceitos de competências organizacionais.
O
M
P QUADRO 7 – COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS: CONSTRUINDO UM CONCEITO
O
R Autores Essência do pensamento dos autores
T
Gama de habilidades que conduz uma organização e orienta seu
A
Ansoff (1983)
M comportamento estratégico.
E
N Um conjunto de habilidades e tecnologias, que gera uma fonte de
Prahalad e Hamel
T
vantagem competitiva, que dificilmente pode ser copiada, e contribui
O (1990)
para o valor percebido pelos clientes.
O
R Integração intencional de funções, atividades e processos operacionais
Stalk, Evans e
G de uma empresa, visando ao atendimento das necessidades dos
A Shulman (1992)
N clientes.
I
Z Combinação de habilidades, sistemas, ativos e valores que permitem
A elevados níveis de desempenho de tarefas específicas, as quais
C Doz (1994)
I resultam em vantagem sobre os competidores e fornecem valor para
O os clientes.
N
A Leonard-Barton Constituem uma vantagem competitiva; são formadas gradualmente ao longo
L
(1995) do tempo e não podem ser copiadas com facilidade pelos concorrentes.
UNIDADE 2 TÓPICO 1 75
Grant e Graig
Integração de recursos tangíveis e intangíveis e trabalho em equipe.
(1999)
Deneaut e
Rotinas organizacionais que criam valor para o cliente.
Gatignon (2000)
Conjuntos de competências individuais, que constituem competências
Ulrich (2000) organizacionais estáveis, as quais não podem ser facilmente copiadas
pelos concorrentes.
FONTE: Hanashiro et al. (2007)
Mais importante do que saber o que é uma competência essencial é saber o que não é,
como explicam Prahalad; Hamel, 1995 (apud FEITOR; NETEO; CORTIMIGLIA, 2005, p. 2):
• Capacidade de expansão para novos mercados: uma competência essencial deve abrir as
portas para a empresa, de maneira a prover acesso a diferentes mercados; oferecendo não C
O
somente suporte para produtos e serviços, mas desenvolvendo novas oportunidades. M
P
O
R
• Percepção do valor pelos clientes: uma competência essencial deve proporcionar à empresa T
A
agregar valor de maneira concisa e diferenciada a seus clientes, de modo a oferecer-lhes M
E
reais benefícios. N
T
O
• Difícil imitação: uma competência essencial deve diferenciar a empresa de seus concorrentes O
R
ou competidores. Dessa forma, precisa ser algo percebido pelo mercado como específico da G
A
marca, do produto ou da própria empresa e, portanto, ser extremamente difícil de imitar. N
I
Z
A
O Quadro 8 apresenta as principais competências organizacionais. C
I
O
N
A
L
76 TÓPICO 1 UNIDADE 2
De acordo com Zarifian (1999) (apud FLEURY; FLEURY, 2004, p. 14), as competências
organizacionais configuram diferentes áreas no desenvolvimento de competências:
• Competências técnicas: conhecimentos específicos sobre o trabalho que deve ser realizado.
• Competências de serviço: aliar a competência técnica à pergunta “qual o impacto que este
produto ou serviço terá sobre o consumidor?”
• Competências sociais: saber ser, incluindo atitudes que sustentam o comportamento das
pessoas. O autor identifica três domínios dessas competências: autonomia, responsabilização
e comunicação.
C
organizacionais está intimamente relacionado à ação das pessoas. Neste caso, as competências
O
M
organizacionais se relacionam ao desenvolvimento de competências individuais. Os autores
P afirmam que “tanto as essenciais como as organizacionais são constituídas a partir da
O
R combinação de recursos e de múltiplas competências individuais, de tal forma que o resultado
T
A total é maior do que a soma das competências individuais. (FLEURY; FLEURY, 2004, p. 5).
M
E
N
T A competência essencial pode ser entendida como algo específico de uma organização,
O
algo que uma determinada empresa faz de melhor em relação aos seus concorrentes. Assim,
O
R para Prahalad e Hamel (1990), ela é o resultado do aprendizado coletivo e deve fornecer
G
A para a empresa a capacidade de gerenciar da melhor forma seus recursos e processos. Um
N
I exemplo, para Zanta e Soto Urbina (2008), pode ser uma empresa que dispõe de excelência no
Z
A desenvolvimento de produtos inovadores, que domina novas tecnologias, como a biotecnologia,
C
I ou tem excelência em produtos com design moderno.
O
N
A
L
UNIDADE 2 TÓPICO 1 77
4 COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS E
O FOCO NAS ESTRATÉGIAS COMO DIFERENCIAL
COMPETITIVO
O que se observa é que muitas empresas demoraram muito a “enxergar” essa nova
situação e decidir qual o caminho a ser tomado. Por isso, as consequências são empresas
fechadas ou desatualizadas no mercado, tentando reparar esses pontos e retomar a
competitividade. Outro fato é que as empresas nacionais a cada dia concorrem mais com
empresas internacionais, o que gera ainda mais mudanças nas estruturas dessas empresas,
que precisam melhorar o relacionamento com fornecedores, processos produtivos, logística e
clientes, buscando redução de custos e melhorias nos produtos e serviços prestados.
Ainda segundo os autores, com o passar dos anos se desenvolvem redes de interação
competitiva, nas quais seres vivos se desenvolvem e competem entre si pela sobrevivência, C
O
e que muitas espécies desaparecem enquanto outras surgem; e, por muito tempo, essa M
P
competição foi natural e não estava ligada à estratégia. Dessa forma, a intuição, a adaptação O
R
eram fatores determinantes para a sobrevivência, o que também passou a ser verificado nas T
A
empresas. Essas competições biológicas e comerciais evoluíram ao longo do tempo, e passaram M
E
de intuições para raciocínio lógico, tornando possível a estratégia. N
T
O
O conceito de estratégia é antigo. A palavra vem do grego strategos, que significa a arte
ou a ciência de ser um general. Os generais gregos eficazes tinham de liderar um exército,
ganhar e manter territórios, proteger uma cidade contra invasões e destruir o inimigo. De acordo
com as metas, existiam disposições diferentes de recursos; do mesmo modo, a estratégia de
um exército podia ser definida como padrão real das ações que ele empreendia em resposta
ao inimigo.
Mintzberg e Quinn (2001) definem estratégia como sendo um padrão ou plano que
se une às principais metas da empresa para alocar os recursos para alcançar um objetivo
C comum tendo como base as competências internas, ameaças e oportunidades do ambiente
O
M externo, de modo a se antecipar aos acontecimentos. Ainda segundo o autor, as estratégias
P
O que são bem-sucedidas contêm três elementos essenciais. O primeiro é a meta a ser atingida;
R
T
o segundo, as políticas que orientam as ações; e o terceiro, as providências sequenciais para
A
M
atingir a meta ou objetivo que foi estabelecido anteriormente.
E
N
T
O
Podemos entender, portanto, que estratégia visa manter a empresa no mercado,
O
diferenciá-la de seus concorrentes e emergir em um mercado cada vez mais competitivo,
R conseguindo maior participação no segmento em que atua. Assim, percebemos a relevância
G
A da estratégia por se tratar das ações e desenvolvimento das organizações no mercado, bem
N
I como ter a possibilidade de compreender melhor as ações das pessoas nas empresas.
Z
A
C
I É válido ressaltar que a concorrência cerca cada vez mais as empresas, e nesse sentido
O
N é referenciada por Porter (1986), que afirma que ela está no centro do sucesso ou fracasso
A
L das empresas e que determina a adequação das atividades que contribuem para melhorar o
UNIDADE 2 TÓPICO 1 79
desempenho e a inovação. O autor destaca que a estratégia competitiva busca uma posição
favorável em uma indústria, estabelecendo uma posição lucrativa e sustentável contra as forças
que determinam a concorrência na indústria.
S!
DICA
O uso das competências organizacionais por empresa pode delinear o caminho para
uma vantagem competitiva. Assim, as competências, juntamente com o aprendizado e com o
talento das pessoas que nela trabalham, podem direcionar a estratégia da organização.
de Porter, que analisa a questão estratégica a partir do posicionamento que a empresa tem em O
R
um dado mercado, e que, com base neste posicionamento, formula sua estratégia. G
A
N
I
Essa abordagem tem como foco a centralização das estratégias em um grupo específico Z
A
de recursos, que seria os que têm possibilidade de lucro no longo prazo (FLEURY; FLEURY, C
I
2004). Em consonância com a contribuição de Prahalad e Hamel, 1990, os autores sugerem O
N
que a competência é determinada pela inter-relação dinâmica entre competências essenciais, A
L
que tratamos anteriormente, com as estratégias competitivas.
80 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Por outro lado, o modelo proposto por Sandberg (1996) apud Moura e Bitencourt (2006),
sendo de caráter interpretativo, busca avaliar por que determinados atributos passam a ser mais
importantes do que outros. Nesse caso, para se compor um conjunto de atributos gerenciais
a cada empresa, implica desenvolver um diagnóstico da situação organizacional. O Quadro 9
sintetiza as diferenças entre as duas abordagens.
4. As competências de comunicação, que são tidas como de apoio e significam que o gerente
tem a capacidade de se comunicar de forma eficiente e eficaz.
Devido a esta nova era, as empresas utilizam diferentes ferramentas para captar,
manter e desenvolver seus talentos. Uma delas é a gestão por competência, que tratamos
nesta unidade. Para Locha e Ashley (2008), a gestão por competência está sendo aplicada
nas organizações com o objetivo de identificar e desenvolver as equipes de trabalho.
C
O A gestão por competência, como explica Leme (2005), tem como objetivo gerenciar
M
P atitudes e comportamentos, e este objetivo é a materialização desejada pelas organizações. As
O
R atitudes se originam nos valores pessoais e são materializadas através dos comportamentos
T
A observáveis. Ainda segundo o autor, a implantação da gestão por competência é um processo
M
E que precisa do envolvimento de todas as pessoas em todos os níveis das organizações. Além
N
T disso, a gestão por competência deve abranger não somente níveis de gerência ou níveis mais
O
altos hierarquicamente, a implantação deve ocorrer no todo, evitando preconceitos.
O
R
G
A As etapas da implementação da gestão por competências, segundo Leme (2005), são:
N
I
Z
A
1. Sensibilizar: apresentar os motivos da necessidade da implantação de Gestão por
C Competência, de modo que todos entendam.
I
O
N
A 2. Definir as competências organizacionais: definição das competências que a organização
L
necessita para trabalhar de modo alinhado com a missão, valores e estratégia.
UNIDADE 2 TÓPICO 1 83
3. Definir as competências de cada função: analisar a descrição das funções e definir quais
competências organizacionais são necessárias para cada função e em qual intensidade.
Para que a gestão por competência obtenha sucesso é preciso que todo o processo
ocorra de forma dinâmica, pois o ambiente é dinâmico, assim como as pessoas também são.
É preciso desenvolver indicadores para analisar a evolução da gestão por competência para
que seja possível a avaliação e controle, bem como o feedback de todo o processo.
C
O
M
P
O
R
T
A
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E
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G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
84 TÓPICO 1 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 1
• O conceito de competência está relacionado a alguns atributos que norteiam o perfil do gestor,
como metas, liderança, recursos humanos, direção dos subordinados, foco em outros clusters
e conhecimento especializado.
• A competição das organizações faz com que as mesmas busquem diferencial competitivo.
C
O
M
P
O
R
T
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E
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T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
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O
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L
UNIDADE 2 TÓPICO 1 85
IDADE
ATIV
AUTO
C
O
M
P
O
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T
A
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E
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G
A
N
I
Z
A
C
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L
86 TÓPICO 1 UNIDADE 2
C
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T
O
O
R
G
A
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Z
A
C
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A
L
UNIDADE 2
TÓPICO 2
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico falaremos sobre três níveis que envolvem o comportamento organizacional:
o individual, o grupal e o organizacional. Nesta perspectiva, o comportamento das pessoas
molda os caminhos dos grupos e, consequentemente, o caminho que as organizações trilham
ao longo de sua vida.
2 O CONTEXTO DO COMPORTAMENTO
ORGANIZACIONAL
2. Todos os indivíduos são mais produtivos quando seus chefes são mais amigáveis, confiáveis
e acessíveis.
4. Entrevistas são instrumentos de seleção eficazes para separar candidatos ao emprego que
teriam alto desempenho daqueles que teriam baixo desempenho.
6. Você tem que amedrontar um pouco as pessoas para que façam o seu trabalho.
O
l Rotatividade: é a saída de funcionários, seja por demissão ou por vontade do funcionário, ou seja, R
G
voluntário. Toda organização tem alguma rotatividade e, na medida certa, é até saudável para a A
N
empresa, pois traz flexibilidade para a empresa, substituindo um funcionário com desempenho I
Z
inferior, ao mesmo tempo em que traz novas ideias para a organização. Mas quando este A
C
índice é alto, pode significar que a empresa não está conseguindo reter seu pessoal ou perde I
O
bons funcionários, e isto pode prejudicar o andamento dos trabalhos, reduzindo a eficácia da N
A
organização. L
90 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Quanto às variáveis independentes, Robbins (1998) explica que são consideradas nos
três níveis de análise do comportamento organizacional, sendo elas:
l Variáveis do nível individual: os seres humanos são diferentes, únicos. Quando ingressam
em uma organização, têm determinadas características que trazem de outras empresas,
família etc., que influenciarão seu comportamento no trabalho, características biográficas,
personalidade e habilidades, que veremos mais adiante em nossos estudos sobre as
pessoas.
que a soma de todos os comportamentos individuais, pois quando as pessoas estão trabalhando
em grupo, seu comportamento é diferente de quando elas se encontram sozinhas.
Diferenças entre as pessoas, como idade, sexo e personalidade, podem mostrar alguns
aspectos importantes sobre o seu comportamento no trabalho. Em relação às características
biográficas, podemos citar pelo menos quatro aspectos importantes.
O primeiro se refere à questão da idade. Para Robbins (1998), existe a crença de que
o desempenho no trabalho diminui com a idade. Entende-se que as pessoas mais velhas são
menos produtivas do que as mais novas. Por outro lado, a força de trabalho está envelhecendo
e, como consequência, muitos permanecem ativos por mais tempo no mercado de trabalho,
ou, ainda, pessoas que já estão aposentadas voltam a trabalhar para complementar sua renda.
Mas qual o real efeito que a idade tem sobre a produtividade, rotatividade, absenteísmo
e satisfação?
Para o autor, quanto mais velha a pessoa fica, menos propensa ela se torna para largar
o emprego. Nesse caso, quando comparado com empregados mais novos, os mais velhos se
demitem menos, seja pelo fato de terem menos oportunidades no mercado de trabalho, ou por
terem salários maiores devido ao tempo de serviço em uma determinada empresa. Quanto ao
absenteísmo, os trabalhadores mais velhos têm menos faltas evitáveis do que os mais novos,
mas têm taxas mais altas, por exemplo, no que se refere à questão de saúde.
Em relação à produtividade, existe uma crença de que ela diminui com a idade. Isso
porque as habilidades como velocidade, agilidade, força e coordenação podem diminuir
com a idade. Além disso, o tédio com o trabalho prolongado e a falta de estímulo também
podem contribuir para uma menor produtividade. Por outro lado, quando há um declínio na
C
produtividade, este pode ser compensado pelo ganho na experiência que o funcionário adquire O
M
ao longo do tempo. Em relação à satisfação, esta tende a crescer com os profissionais à medida P
O
que estes envelhecem. Isso significa que os estudos indicam uma relação positiva entre a R
T
idade e a satisfação no trabalho. A
M
E
N
O segundo é em relação ao sexo. Alguns estudiosos pesquisam sobre as diferenças T
O
entre mulheres e homens no trabalho.
O
R
G
Mas será que realmente existe diferença? A
N
I
Z
Na verdade, o que as pesquisas apontam é que existem poucas diferenças, se é que A
C
elas existem mesmo e podem afetar seu desempenho no trabalho. Segundo Robbins (1998), I
O
não existe nenhuma diferença consistente em relação a homens e mulheres no que se refere N
A
à capacidade de solucionar problemas, capacidade analítica, direção competitiva, motivação, L
R
G
A TE!
N RTAN
IMPO
I
Z
A
C
I Habilidade significa a capacidade de uma pessoa em desempenhar
O
N
as várias tarefas de um determinado cargo (ROBBINS, 1998).
A
L
UNIDADE 2 TÓPICO 2 93
NOT
A!
Falaremos das habilidades gerenciais na Unidade 3 deste Caderno
de Estudos.
Em relação às habilidades intelectuais, podemos dizer que são aquelas necessárias para
o desenvolvimento de atividades mentais. Uma das formas de verificar essas habilidades é a
aplicação de testes de inteligência chamados de QI (Quocientes de Inteligência), como também
testes de aptidão escolar, entre outros (ROBBINS, 1998).
Ainda segundo o autor, em relação aos cargos, estes exigem diferentes habilidades
intelectuais. Nesse caso, quanto maior o processamento de informação, o cargo exige mais
inteligência geral, e habilidades verbais serão necessárias para desempenhar o trabalho.
Quando falamos de QI, nem todos os cargos exigem altos índices. Geralmente, os
cargos são voltados para tarefas mais complexas e que exigem maior agilidade na tomada de
decisão, bem como a processo analítico, necessitam de QI mais elevado. Por outro lado, quando
o cargo é composto por tarefas rotineiras e não existe abertura para o funcionário se expressar
em sua atividade, pois ele apenas cumpre o que lhe é predeterminado, então, neste caso, não
há necessidade de um QI alto.
Em relação às atividades físicas, estas são necessárias para se desenvolver trabalhos
que são menos habilidosos e mais padronizados, exigindo a destreza manual, força nos braços
e pernas, ou talentos similares que identifiquem a habilidade física do funcionário (CHIAVENATO,
2010).
C
O
O que é importante é a adequação da habilidade ao trabalho que é desenvolvido. Isso M
P
significa que as organizações precisam sempre atentar para as habilidades que o funcionário ou O
R
candidato tem e o cargo exige. Nesse caso, quanto mais adequadas forem as habilidades com T
A
as funções que o cargo exige, melhor o desempenho do funcionário. M
E
N
T
E quando essa adequação não ocorre? Ou quando é acima do esperado? O
O
R
Geralmente, o desempenho do funcionário no cargo será abaixo do esperado, pois ele G
A
não conseguirá atingir o mínimo exigido para desempenhar suas atividades e ficar no padrão N
I
que a empresa espera. E, ao contrário, quando o funcionário tem habilidades muito superiores Z
A
do que o cargo lhe exige, provavelmente, com o tempo no mesmo cargo e desempenhando as C
I
mesmas atividades, ocorra a insatisfação do funcionário. Nesse caso, pode ocorrer no funcionário O
N
um sentimento de frustração, pois ele sabe que pode desenvolver algo mais complexo e poderia A
L
estar em outro cargo que lhe oferecesse maior desafio profissional.
94 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Em relação à personalidade, nos referimos à soma total do modo pelo qual um indivíduo
interage e reage com os outros (ROBBINS, 1998). Isso significa que personalidade não se
refere a uma pessoa ser mais simpática do que outra ou se ela é mais positiva na vida do que
outra. Geralmente, a personalidade é definida por alguns traços que as pessoas demonstram.
A personalidade pode ser formada a partir de três fatores, sendo eles: hereditário, ambiental e
situacional.
Em relação à hereditariedade, esta faz referência aos fatores que são determinados na
concepção, quanto à estatura física, feições, sexo, temperamento, composição muscular e de
reflexos, níveis de energia e ritmos biológicos. Em relação ao ambiente, existem fatores que
influenciam na formação da personalidade, como a cultura, o condicionamento que temos em
nossa infância, amigos, entre outros. Isso significa que o ambiente a que estamos expostos também
molda nossa personalidade. Já a situação influencia os efeitos da hereditariedade e do ambiente
na personalidade. Assim, mesmo a personalidade sendo algo mais estável e constante, pode sofrer
alterações quando o indivíduo é exposto a determinadas situações (ROBBINS, 1998).
• Abertura para a experiência: a dimensão final se relaciona à faixa de interesses de uma pessoa.
Quem é extremamente aberto é mais ligado à questão relacionada à novidade e inovação,
geralmente é mais imaginativo, sensível e intelectual. Quem é menos aberto à experiência é
mais convencional e encontra conforto no que é familiar.
1. Valores: que tendem a formar a base do caráter das pessoas e refletem o que é realmente
importante para elas.
2. Crenças: são as ideias que as pessoas têm do mundo e como ele funciona aos seus olhos.
4. Metas pessoais: que são os objetivos e eventos que as pessoas definem para satisfazer as
suas necessidades.
Nesse caso, o autoconceito reflete aquilo que desejamos para o nosso futuro e como
organizamos nossa vida, e reflete seus valores, crenças, competências e metas. Podemos
entender, ainda, a relação do autoconceito com a atitude.
Em um nível genérico, as atitudes de uma pessoa a influenciam a agir de uma certa forma O
R
e não de outra. Evidentemente, se uma atitude produz um certo comportamento, depende de G
A
diversos outros fatores, tais como pressões da família e de colegas, experiências profissionais N
I
passada e presente, e as normas do grupo. Por exemplo, pessoas podem não gostar de seus Z
A
empregos ou da firma para a qual trabalham, mas podem preferir continuar trabalhando lá C
I
porque empregos alternativos que paguem igualmente não são encontráveis. Da mesma forma, O
N
uma pessoa pode gostar do que faz, mas conter o seu empenho por falta de recompensas A
L
percebidas.
96 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Ainda segundo os mesmos autores, a atitude pode ser definida como “uma predisposição
a reagir a um estímulo (algo no ambiente de uma pessoa, como um acontecimento, uma coisa, um
lugar ou outra pessoa) de maneira positiva ou negativa”. (BOWDITCH; BUONO 2004, p. 71).
Para Bowditch e Buono (2004), a atitude envolve três componentes básicos. O primeiro
é o componente cognitivo de uma atitude e compreende as crenças e os conhecimentos sobre
os estímulos e a avaliação dos mesmos. O segundo se refere ao componente afetivo, que está
relacionado às nossas emoções. E o terceiro é o componente comportamental, que é a tendência
a se comportar de determinada maneira, reagindo às próprias emoções e cognições.
Além disso, as atitudes, ainda segundo os autores, têm quatro características básicas:
• A direção, podendo ser favorável, desfavorável ou neutra. Pode ser em relação a aspectos
do trabalho, quando gostamos ou não das tarefas, chefes etc.
• A intensidade, que se refere à força do componente afetivo. Nesse caso, o gostar ou não
pode variar de intensidade, podendo ser mais fraca ou mais forte.
O que é importante é conhecer as atitudes das pessoas e tentar entender o motivo que
as levaram a fazer da forma como fizeram. Nesse caso, Bowditch e Buono (2004) explicam que
a mudança de atitude depende de como as suas características estão alocadas. Quanto menos
intensa e menos enraizada a atitude em relação à pessoa, mais fácil de ela ser modificada. Mas
quando as atitudes estão densamente relacionadas dentro de nós, mais difícil será modificá-las.
C
O
M
P Nesse sentido, um aspecto importante passa a ser a percepção.
O
R
T
A
M A!
E NOT
N
T
O
É importante ressaltar que cada pessoa percebe uma determinada situação, a vida, a
organização, à sua maneira e, por isso, assume determinados comportamentos. Isso porque
esse processo ocorre através de interpretações, e nós, seres humanos, fazemos isso conforme
a nossa realidade, nossos valores, nossas crenças.
Com base nas considerações de Chiavenato (2010), as pessoas percebem seu ambiente
de acordo com suas experiências passadas. Como falamos na Unidade 1, devido à questão
da racionalidade limitada, as pessoas não têm capacidade cognitiva para identificar todas as
condições em sua integridade. Nesse caso, nem tudo o que ocorre no mundo é percebido
pelas pessoas, seria o que é chamado de seletividade perceptiva.
NOT
A!
Cognição é a maneira pela qual uma pessoa percebe e interpreta
a si própria ou seu meio ambiente. A cognição constitui o filtro
pessoal por meio do qual a pessoa vê a si mesma e sente e percebe
o mundo que existe ao seu redor. É a tomada de conhecimento
que estabelece a crença e a opinião pessoal a respeito de si ou da
realidade externa (CHIAVENATO, 2010, p. 221).
• Fatores na situação: estão localizados no contexto em que objetos, pessoas ou situação são
percebidos, e geralmente envolvem um cenário específico que pode afetar a percepção. Isso
faz com que diferentes pessoas percebam de formas diferentes determinada situação, de
acordo com a interpretação do cenário.
C
O
M
• Fatores situados no alvo: se referem àquilo que está sendo observado. Por exemplo, sons P
O
e tamanho de um alvo podem chamar mais atenção de quem está observando. Os mais R
T
importantes são: A
M
E
N
• Intensidade: quanto mais forte o estímulo, maior a probabilidade de ser percebido. T
O
O
• Tamanho: quanto maior for o estímulo, maior a probabilidade de ser percebido. R
G
A
N
• Mudança: quanto mais mutável for o estímulo, maior a probabilidade de ser percebido. I
Z
A
• Repetição: quanto mais repetitivo, maior a probabilidade de ser percebido. C
I
O
N
• Fatores internos: estão localizados no observador que explica o que está percebendo. A A
L
98 TÓPICO 2 UNIDADE 2
o Interesses e valores: as pessoas têm uma tendência a centralizar sua atenção em aspectos
do mundo que as rodeiam e que se relacionam com seus interesses e valores.
Estes fatores influenciam o modo como as pessoas veem o mundo e como elas se
comportam em relação a determinadas situações. Mas, e quando as pessoas estão em grupo,
o que muda? Para responder a este questionamento, vamos falar um pouco da formação dos
grupos nas organizações.
É preciso entender que os grupos são formados por pessoas e, nesse sentido, um
aspecto que se torna importante nas organizações se refere ao comportamento das pessoas
quando estas trabalham com outras pessoas. Isso porque não podemos pensar simplesmente
que as pessoas terão os mesmos comportamentos de quando estão sozinhas. Muitas vezes
pode diferir muito, pois as pessoas que passam a integrar um grupo podem mascarar alguns
comportamentos, ou mesmo, deixar transparecer outros que sozinho não fazia.
C
O Robbins (1998) relata que os grupos podem ser definidos como um ou mais indivíduos
M
P que interagem e que são interdependentes, e que estão juntos para atingir um objetivo em
O
R comum. Nesse sentido, os grupos podem ser formais e informais.
T
A
M
E
Em relação aos grupos formais, estes são constituídos deliberadamente pela organização
N
T
e são representados formalmente no organograma da empresa, com missões de trabalho e
O estabelecendo tarefas. Nestes grupos os comportamentos que são exibidos são estipulados
O
R
pelas metas organizacionais.
G
A
N Estes grupos se dividem em grupos de comando e grupos de tarefa. Os grupos de
I
Z comando são determinados pelo organograma e são compostos por subordinados que se
A
C reportam diretamente a um gerente ou chefe imediato. Já os grupos de tarefas, também
I
O determinados pela organização, trabalham juntos para completar uma determinada tarefa, porém
N
A os limites de trabalho não são determinados pelo seu superior hierárquico imediato. Nesse caso,
L
UNIDADE 2 TÓPICO 2 99
podem ser utilizadas pessoas de setores diferentes, com atribuições diferentes para que se
possa resolver um problema ou desenvolver um projeto específico com fim predeterminado.
Em relação aos grupos informais, estes são constituídos de modo emergente. Isso
significa que os grupos informais não são constituídos por vontade da organização, mas sim
pelos próprios funcionários, formando-se de modo natural no ambiente de trabalho. Como
explica Robbins (1998), estes grupos podem surgir em resposta à necessidade de contato social,
podendo ser classificados como: o primeiro como grupos de interesse, no qual as pessoas se
juntam para atingir um objetivo que é comum a todos. Como, por exemplo, quando as pessoas
se unem para promover uma greve por reajuste salarial. O segundo grupo é aquele que se
constitui devido aos membros apresentarem características comuns, sendo chamados de
grupos de amizade. As relações sociais das pessoas que se estendem para fora do ambiente
de trabalho podem ser um exemplo.
Em relação à distinção dos grupos, além do que foi apresentado por Robbins, Bowditch
e Buono (2004) apresentam ainda mais três distinções, sendo elas:
• Grupos primários e secundários: sendo que os primários são voltados para os relacionamentos
interpessoais diretos, enquanto os secundários são mais orientados para as tarefas ou
metas.
• Grupos interativos ou nominais: o grupo interativo é definido pelo envolvimento direto dos C
O
participantes e ocorre algum tipo de troca entre eles. Já o grupo nominal é quando os grupos M
P
interagem indiretamente. Na técnica de grupo nominal, os membros se reúnem formalmente, O
R
mas a comunicação entre eles é restrita, assim busca-se minimizar as influências pessoais e T
A
interpessoais. M
E
N
T
Devemos, então, entender como os grupos se formam. Para tanto, a literatura nos O
apresenta um modelo que se refere ao estágio de desenvolvimento do grupo. Autores como O
Chiavenato (2010) e Robbins (1998) explicam o desenvolvimento do grupo a partir de cinco R
G
etapas: A
N
I
Z
1. Formação: se configura como o estágio inicial de formação do grupo e apresenta dois aspectos A
C
importantes. O primeiro é que as pessoas passam a fazer parte do grupo seja por atribuições I
O
do trabalho, seja por desejarem algum benefício. Após a fase da reunião das pessoas em um N
A
determinado grupo, a tarefa seguinte é definir os propósitos do grupo, ou seja, os objetivos L
100 TÓPICO 2 UNIDADE 2
que aquele grupo deseja alcançar. Nessa fase há uma alta dose de incerteza e os membros
passam a determinar quais são os comportamentos aceitáveis. Essa fase está finalizada
quando os membros passam a pensar em si mesmos como parte do grupo.
2. Tormenta: esta fase se caracteriza pelo conflito intragrupal, nesse caso os membros aceitam
a existência do grupo, mas são resistentes ao controle que o próprio grupo impõe à sua
individualidade. Após a finalização deste estágio passa a existir no grupo uma hierarquia
clara de liderança e um consenso quanto à sua direção.
5. Interrupção: este estágio ocorre quando os grupos são temporários. Isso significa que depois
de completada a tarefa, os grupos são desfeitos e cada membro retorna à sua posição
anterior. Nesta fase existe o sentimento de perda da camaradagem e amizades ganhas
durante a permanência do grupo.
Ainda segundo os mesmos autores, os grupos são moldados de acordo com uma
estrutura, que auxilia na compreensão do comportamento dos membros e torna possível a
explicação, bem como a previsão do comportamento individual. Nesse caso é importante
destacar algumas variáveis estruturais dos grupos, como:
C
O
M Liderança formal, pois geralmente cada grupo tem um líder que é formalmente definido
P
O pela organização e que recebe título, como gerente, chefe, supervisor, entre outros.
R
T
A
M Papel, que se refere ao conjunto de atividades que as pessoas desempenham em
E
N uma organização. A maioria dos papéis é clara e bem definida, seja pelo conhecimento que a
T
O pessoa tem do processo ou pela comunicação que é feita pelo líder aos seus subordinados.
O Nesse aspecto podemos entender que a organização é um sistema de papéis. A organização,
R
G nesse caso, funciona de forma adequada quando as pessoas estão alocadas nas posições
A
N
correspondentes e ocupam os papéis específicos.
I
Z
A
C
Desempenho do papel, cada pessoa desempenha um papel específico que é atribuído
I
O
pela organização, mas o papel sofre uma infinidade de influências que, segundo Chiavenato
N
A
(2010), podem ser a:
L
UNIDADE 2 TÓPICO 2 101
• Identidade de papel: se relaciona com as atitudes e comportamentos das pessoas e que deve
ser consistente com o papel assumido.
• Percepção do papel: é a visão de como a pessoa deve agir em determinada situação, tendo
como base a sua interpretação sobre determinado comportamento.
• Expectativa do papel: é a maneira como os outros acreditam que determinada pessoa deva
reagir em uma dada situação, bem como o comportamento que deve ter no papel que lhe
foi atribuído.
• Normas de organização social: se referem às interações sociais dentro do grupo. São normas
informais que regulam as interações sociais, definem amizades dentro e fora do trabalho, C
O
entre outras. M
P
O
R
• Normas de alocação de recursos: se referem à distribuição dos recursos entre os membros T
A
do grupo. M
E
N
T
O
Ç ÃO!
ATEN O
R
G
A
N
Um ponto importante está relacionado aos grupos de referência. I
Geralmente, as pessoas querem participar de um determinado grupo Z
com o qual se identificam, seja por semelhanças no comportamento A
C
ou porque o grupo é importante para ela. I
O
N
A
L
102 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Coesão é quando nos referimos ao grau de atratividade entre si dos membros do grupo.
Quanto mais coeso o grupo, maior também será sua produtividade.
Na Unidade 1 falamos sobre a tomada de decisão em nível individual. Mas será que
muda alguma coisa quando nos referimos à tomada de decisão grupal? Qual será mais eficiente
e eficaz na tomada de decisão: o indivíduo ou o grupo?
Em relação à eficiência e eficácia, depende muito do ponto de vista e o que se está
analisando. Para Chiavenato (2010), quando falamos sobre eficiência, o grupo vai ficar quase
sempre em segundo lugar. Por exemplo, na tomada de decisão, geralmente as decisões
C
O tomadas por grupos são mais lentas do que aquelas tomadas de modo individual. No grupo
M
P é necessário o consenso, que nem sempre ocorre tão rápido. Mas, por outro lado, podem ser
O
R mais eficazes, pois o número de informações levantadas e analisadas é maior, diminuindo assim
T
A
a probabilidade de erros e aumentando a qualidade nas decisões. Nesse caso, é importante
M
E
analisar se a perda em eficiência compensa o ganho em eficácia.
N
T
O Para um melhor entendimento sobre a tomada de decisão grupal, vejamos algumas
O
R
vantagens e desvantagens deste processo, bem como as ferramentas que podem amenizar
G as possíveis perdas em eficiência.
A
N
I
Z Quanto às vantagens, podemos citar:
A
C
I
O • Os grupos têm a possibilidade de levantar mais informações para que a decisão tenha um
N
A maior embasamento.
L
UNIDADE 2 TÓPICO 2 103
• Mais pessoas trabalhando quer dizer mais ideias e mais visões a respeito de um mesmo
problema.
• A criatividade pode ser maior quando a decisão é tomada em grupo, pois mais pessoas podem
discutir e apresentar pontos de vista diferentes.
• A demora do processo, por envolver mais pessoas e estas terem que chegar a um
consenso.
• As pressões que o próprio grupo impõe para que as decisões ocorram de acordo com o que
é estipulado pelo próprio grupo.
O
R
Ainda segundo os autores, algumas técnicas auxiliam a tomada de decisão em grupo, G
A
sendo elas: N
I
Z
A
Os grupos de interação: neste modo de decisão os membros trocam ideias de modo C
I
verbal e não verbal, porém neste tipo de técnica pode ocorrer censura e pressão para a O
N
conformidade da opinião. A
L
104 TÓPICO 2 UNIDADE 2
S!
DICA
O
R
G
A 4.2 DELEGAÇÃO DE PODER NAS ORGANIZAÇÕES
N
I
Z
A
C
Quando falamos de indivíduos ou grupos, que interagem em uma organização,
I
O
precisamos tratar, também, da delegação de poder. Os gestores precisam administrar pessoas
N
A
e recursos. Mas uma pessoa não consegue fazer tudo ao mesmo tempo e sozinha, ela precisa
L de pessoas capacitadas para a auxiliar e juntas alcançarem os objetivos organizacionais.
UNIDADE 2 TÓPICO 2 105
Desse modo, a delegação pode ocorrer de uma pessoa para outra, com a transferência
do poder de decisão. As pessoas que recebem a ordem passam a executar uma tarefa
específica, e quanto mais tarefas são transferidas, mais autonomia esta pessoa passa a ter
(MAXIMIANO, 2000).
UNI C
O
M
P
Mas, na prática, o que muda? O
Muda que as pessoas, quando a organização é descentralizada, R
T
têm a oportunidade de participar mais, de criar mais, de inovar A
mais. As organizações descentralizadas prezam a participação das M
pessoas e buscam tirar dessas o melhor que elas têm a oferecer. É E
N
fato que as pessoas, quando têm liberdade para trabalhar e podem T
participar, se sentem, também, mais valorizadas, pois percebem O
de forma mais clara que elas fazem parte do processo.
O
R
G
A
N
E você, acadêmico(a), já parou para pensar sobre o que é melhor? Qual situação traz I
Z
mais benefícios para as organizações? A
C
I
O
Tanto a centralização quanto a descentralização têm vantagens e desvantagens para N
A
as organizações. A seguir listamos algumas delas, segundo Maximiano (2000): L
106 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Quando falamos de delegação, temos que esclarecer o conceito de poder. Isso porque
um conceito está relacionado ao outro. O poder, para Robbins (1999), é quando uma pessoa
(A) tem a capacidade de influenciar a outra (B) para que algo seja realizado. O poder nas
organizações sempre existe, mas nem sempre ele é ou deva ser utilizado.
Podemos entender, ainda, a ligação entre a liderança e o uso que os líderes fazem do
poder para alcançar seus resultados. Porém, existe uma diferença entre os termos liderança
C
e poder. Para Robbins (1998), o poder é uma relação de dependência, assim, quanto mais
O
M
“B” é dependente de “A”, neste caso, maior o poder de “A” sobre “B”. Já no quesito liderança,
P
O
o que existe é um alinhamento das metas entre o líder e os liderados.
R
T
A Vendo por este prisma, a liderança é, portanto, um tipo de poder pessoal, pois pela
M
E liderança uma pessoa influencia a outra devido aos relacionamentos existentes. Neste caso,
N
T a influência está estritamente relacionada ao conceito de poder. Quando falamos de poder
O
nas organizações, entendemos pela capacidade de afetar e controlar as decisões e ações das
O
R pessoas, mesmo quando existe resistência (CHIAVENATO, 2004).
G
A
N
I Na literatura existem pelo menos cinco fontes de poder, que determinam ou explicam por
Z
A que uma pessoa exerce poder sobre outra. Segundo Chiavenato (2004), os principais tipos são:
C
I
O
N • Poder coercitivo: tem como base o temor e a coerção, pois o liderado sabe que se não atender
A
L às exigências do líder, poderá sofrer algum tipo de punição.
UNIDADE 2 TÓPICO 2 107
• Poder de recompensa: o liderado sabe que se executar a tarefa e atingir o objetivo que lhe
foi proposto, pode obter alguma recompensa.
• Poder legitimado: este poder é devido ao cargo ou posição hierárquica que a pessoa ocupa
e que lhe confere determinado poder.
5 A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL NO
CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO GERENCIAL
trabalho e recursos tecnológicos, e oferece ao mercado produtos e serviços para que sejam
atingidos seus objetivos. Além disso, as organizações são regidas por normas, regulamentos
que norteiam e regram o comportamento das pessoas.
Quanto à estrutura, a organização define como as tarefas de trabalho são formalmente
divididas, agrupadas e coordenadas. Nesse caso, os gerentes precisam estar atentos. Além
da centralização e descentralização, que já tratamos, há mais cinco elementos ao dimensionar
a estrutura da organização (ROBBINS, 1998).
O primeiro se refere à especialização do trabalho, e descreve o grau em que as
tarefas estão subdivididas nas organizações. Quanto mais específico for o trabalho de uma
determinada pessoa em uma organização, mais fracionado se encontra o processo de produção.
O colaborador, neste caso, faz uma pequena parte de todo o processo e não a atividade
inteira.
Além disso, o próprio ambiente em que a organização está inserida influencia a sua
estrutura e a sua gestão. É o que trataremos no Tópico 3.
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
110 TÓPICO 2 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 2
• Procura explicar como o comportamento das pessoas pode influenciar na vida organizacional
e na produtividade dos indivíduos.
• Diferenças entre as pessoas, como idade, sexo e personalidade, podem mostrar alguns
aspectos importantes sobre o seu comportamento no trabalho. Idade, sexo, estado civil e
tempo de serviço podem influenciar o comportamento das pessoas.
• Vimos as diferenças entre grupos formais e informais e a estrutura e formação dos grupos.
• Existem algumas técnicas para minimizar os efeitos da tomada de decisão em grupos, como
grupos de interação, brainstorming, técnica nominal de grupo e reuniões eletrônicas.
C
O
M
• Em relação à delegação, vimos que quando existe a delegação das tarefas, os gestores
P
O
passam a focar mais as questões estratégicas e a tomada de decisão.
R
T
A • Quando falamos em organização, podemos identificar duas questões. A primeira está voltada
M
E para o termo organizar. A segunda se refere à organização enquanto empresa.
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 2 TÓPICO 2 111
IDADE
ATIV
AUTO
3 Quais os cuidados que devem ser tomados quando a decisão é em grupo? Cite pelo
menos duas técnicas que podem ajudar neste processo.
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
112 TÓPICO 2 UNIDADE 2
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 2
TÓPICO 3
PLANEJAMENTO ORGANIZACIONAL
E VARIÁVEIS AMBIENTAIS QUE
INFLUENCIAM A GESTÃO
1 INTRODUÇÃO
É preciso decidir o caminho que a organização vai seguir e como os objetivos serão
alcançados. Para isso é necessário planejamento, para deixar claras as metas, os planos e o
papel de cada um dentro da organização.
C
O
Para Oliveira e Silva (2006, p. 138), “planejar significa que os gerentes pensam M
P
antecipadamente em seus objetivos e ações, e que seus atos são baseados em algum método, O
R
plano ou lógica, e não em palpites”. Ainda segundo os autores, é a partir dos planos que a T
A
organização define os objetivos e como alcançá-los, quais serão os recursos necessários e como M
E
e onde aplicá-los. Com os planos definidos é possível que se façam possíveis correções quando N
T
os resultados não estão dentro do que foi planejado. O
O
R
G
A
S!
DICA N
I
Z
Você sabe qual é a diferença entre metas, planos e planejamento? A
“Meta é um estado futuro desejado que a organização tenta C
I
atingir. Plano é um roteiro que especifica a alocação de recursos, O
programações e outras ações necessárias para alcançar as metas. N
Planejamento é o ato de determinar as metas da organização e os A
L
meios para alcançá-los”. (DAFT, 2010 p. 238).
114 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Quando falamos de planos, temos que entender que estes devem estar alinhados
à missão da organização. Os planos podem ser vistos a partir de três níveis. Os planos
estratégicos desenvolvidos pela alta administração e projetados para o longo prazo. Estes
planos são direcionados para se atingir as metas estratégicas, sendo estas orientadas para o
todo da organização, com as intenções de onde a empresa deseja chegar.
Já os planos táticos são orientados para o médio prazo e buscam atender às metas
táticas, que, por sua vez, definem o que cada departamento precisa fazer para que as metas
estratégicas sejam alcançadas. Os planos operacionais são direcionados para o curto prazo e
buscam atender às metas operacionais. Estas metas estão alinhadas às metas táticas e são
fragmentadas para a ação específica e prática de cada departamento, podendo ser mensurado
o seu resultado (DAFT, 2010).
NOT
A!
Mensurar é quando se tem a possibilidade de medir o desempenho
de algo. Para isso é necessário que se desenvolvam padrões que
servem como referência para o desempenho esperado.
Para que aconteça o planejamento, este deve seguir algumas premissas básicas,
C
O explicadas por Lacombe e Heilborn (2008). Segundo os autores, estas premissas são:
M
P
O
R • Premissas básicas: que são os princípios gerais que norteiam todas as atividades da
T
A
organização.
M
E
N
T
• Diagnóstico empresarial: levantamento da atual situação da empresa, conclusão sobre os
O aspectos analisados e sugestões de melhorias.
O
R
G • Estimativa: avaliação qualitativa ou quantitativa do que ainda está acontecendo.
A
N
I
Z • Projeção: operação quantitativa em que se transforma uma operação presente em uma
A
C situação futura, mediante regras preestabelecidas.
I
O
N
A • Metas: resultados a serem atingidos.
L
UNIDADE 2 TÓPICO 3 115
• Objetivos principais: propósitos mais gerais de uma organização e resultantes de sua premissa
básica.
Para que o planejamento ocorra de forma eficiente são necessários dois elementos:
o controle e o feedback. O controle é importante para saber se o que foi planejado realmente
está acontecendo e se está sendo realizado da forma correta conforme o planejado. Para que
o controle também seja eficiente, o feedback desempenha papel fundamental, pois é a partir
do retorno aos executores do planejamento que haverá possibilidade de acertos tanto no
planejamento quanto na execução.
C
O
M
3 O AMBIENTE ORGANIZACIONAL E SUAS P
VARIÁVEIS O
R
T
A
Quando nos referimos a ambiente, falamos de tudo aquilo que rodeia a organização e, M
E
segundo Oliveira e Silva (2006), em um sentido mais amplo o ambiente é infinito. No entanto, N
T
temos que compreender que o ambiente, para fins de análise, deve ser considerado aquele O
que, de algum modo, interfere na organização e que esta reage aos seus estímulos. O
R
G
A
Em relação ao ambiente organizacional, podemos entender como um conjunto de forças N
I
externas à organização, sendo que é deste ambiente que as empresas retiram recursos para a Z
A
sua sobrevivência e desenvolvimento. O ambiente pode ser entendido pela análise do domínio C
I
externo, que nada mais é do que o campo escolhido pela organização para a sua atuação. Em O
N
outras palavras, o domínio é o nicho da organização e os locais externos que ela vai interagir A
L
para retirar os recursos e alcançar suas metas (OLIVEIRA; SILVA, 2006).
116 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Para que a organização seja eficiente, ela precisa conhecer o ambiente no qual
está inserida, sendo que aspectos tecnológicos, econômicos, sociais e políticos influenciam
fortemente sua atuação. No entanto, dificilmente a organização irá conhecer todo o seu
ambiente, devido à complexidade que o permeia, pois, como falado acima, o ambiente é infinito.
Nesse sentido, é preciso mapear o ambiente. E Oliveira e Silva (2006), com base nas considerações
de Moraes (2000), explicam que o mapeamento ambiental apresenta quatro dificuldades:
1. Seleção ambiental: como no ambiente há inúmeras variáveis, não é possível que a organização
conheça todas. Assim, é necessário selecionar apenas as partes que se relacionam diretamente
aos seus objetivos.
2. Percepção ambiental: por ser subjetiva, depende das expectativas, experiências, convicções
e motivações de cada organização. Isso porque duas organizações que atuam no mesmo
ambiente podem ter percepções diferentes sobre ele. As percepções do ambiente devem
ser estruturadas segundo suas necessidades e expectativas.
4. Limites ou fronteiras: são as linhas imaginárias que definem o que é organização e o que
é o ambiente, porém esta delimitação é muito difícil, devido às inúmeras relações entre os
diversos atores que compõem a organização e o próprio ambiente. Como as organizações
são consideradas como sistemas abertos, elas retiram do meio os recursos necessários para
seu funcionamento sendo influenciadas por ele, e devolvem produtos e/ou serviços que,
C por sua vez, também influenciam o ambiente. Além disso, aspectos legais e fiscais também
O
M delimitam estas fronteiras geográficas em que a organização atua.
P
O
R
T Como já falamos anteriormente, as organizações devem ser consideradas como sistemas
A
M abertos, uma vez que estão em constante contato com o ambiente externo. Este ambiente passou
E
N a influenciar mais as organizações quando a concorrência entre as empresas ficou mais acirrada,
T
O e com o fator da globalização, que abriu os horizontes de atuação das empresas.
O
R
G Dentro deste contexto de mudança, principalmente a partir dos anos 80, as organizações
A
N
precisaram inovar seus processos. Foi preciso conquistar e reter seus clientes e fazer algo
I
Z
diferente de seus concorrentes. Por outro lado, o ambiente que rodeia as organizações se
A
C
tornou mais amplo, complexo e mais incerto. As empresas dificilmente podem conhecer tudo,
I
O
mas é preciso explorar ao máximo aquilo que se tem para reduzir esta incerteza.
N
A
L Podemos entender o ambiente a partir de três níveis, sendo eles: o ambiente geral
UNIDADE 2 TÓPICO 3 117
C
3.1 VARIÁVEIS DO AMBIENTE EXTERNO O
M
P
O
R
Os fatores tecnológicos afetam as organizações, pois é preciso acompanhar a T
A
evolução tecnológica se a empresa não quiser ficar para trás no mercado. A internet hoje é uma M
E
ferramenta poderosa para a empresa que tenha a competência necessária para lidar com ela N
T
da forma correta. É um recurso que facilita o acesso aos consumidores e deixa as empresas O
antenadas com as mudanças no ambiente, uma vez que na internet a notícia é praticamente O
R
em tempo real. G
A
N
I
Outro aspecto importante relacionado com os fatores tecnológicos são os sistemas Z
A
de informação, sobre os quais falamos na Unidade 1. Estes sistemas oferecem às empresas C
I
a oportunidade de criar bancos de dados ricos em informações para atender aos clientes e O
N
gerenciar os recursos. Sistemas do tipo ERP (Enterprise Resource Planning) facilitam a tomada A
L
118 TÓPICO 3 UNIDADE 2
de decisão, por terem bancos de dados integrados. Isso significa que uma entrada em um
departamento alimenta todos os outros que dependem desta informação. Assim, este sistema
integra a base de dados da empresa com todas as suas interfaces e sistemas produtivos.
Para citar alguns exemplos de leis e regulamentos que influenciam a prática das
organizações, temos:
• A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), criada em maio de 1943. Esta lei tem como
objetivo regulamentar e normatizar a formalização do trabalho, as condições de trabalho,
remuneração, férias, entre outros. Portanto, a CLT visa defender os direitos dos trabalhadores
e as empresas tiveram que se adaptar a ela.
Os fatores internacionais, para Oliveira e Silva (2006), têm impactos indiretos para
as organizações que não estabelecem relacionamento internacional. Ao contrário, quando,
por exemplo, a empresa tem um fornecedor estrangeiro, este impacto pode ser bem maior. A
globalização é um fator que influencia as decisões dos gestores quando estes têm algum tipo
de relacionamento com outros países. Por exemplo, os acordos internacionais, quebras de
barreiras alfandegárias, podem afetar as decisões gerenciais.
Silva (2006), as organizações são influenciadas pelo que é chamado de ecologia social. Assim,
questões como poluição, clima, transporte e comunicação acabam afetando as organizações
que não trilham um caminho sustentável.
O ambiente tarefa, diferente do ambiente geral que se refere ao local em que todas
as organizações estão situadas, é aquele mais específico de cada organização e abrange:
consumidores, fornecedores, concorrentes, agências regulamentadoras e grupos de interesse
(OLIVEIRA; SILVA, 2006).
Os fornecedores são todos aqueles que têm relacionamento direto com as empresas e
que fornecem os insumos e recursos necessários para o seu funcionamento. Neste sentido, os
autores explicam que existe uma relação de dependência entre os fornecedores e as empresas
que com eles mantêm relações comerciais. Existem fornecedores de capital e de dinheiro, sendo
compostos pelos acionistas, bancos etc.; de matérias-primas, que fornecem os insumos; de
equipamentos, como máquinas para produção, tratores; de tecnologia; de serviços, como as
C
O empresas de propaganda, recrutamento e seleção etc.; além de parceiros estratégicos que,
M
P através de parcerias, atuam para facilitar a distribuição e divulgação de produtos.
O
R
T
A Os concorrentes são aquelas empresas que disputam clientes, usuários ou
M
E
consumidores, por produzirem os mesmos produtos ou atuarem no mesmo segmento em um
N
T
determinado ambiente. Nesse sentido, Oliveira e Silva (2006) explicam que existem dois tipos de
O
concorrentes: os diretos, que produzem produtos ou serviços similares, e os indiretos, que são
O
R
organizações distintas, mas que trabalham para alterar o interesse do consumidor, desviando
G
A
as intenções de compra. Além disso, os concorrentes podem disputar os mesmos recursos
N necessários para a produção, como, por exemplo, a mesma matéria-prima, equipamentos,
I
Z tecnologia, entre outros.
A
C
I
O A concorrência pode ser vista a partir de dois aspectos. O primeiro é a questão
N
A negativa, pois as empresas, quando concorrem, podem causar certas turbulências no mercado,
L
UNIDADE 2 TÓPICO 3 121
desestabilizando o mesmo. Assim, as empresas maiores podem, ainda, criar o que chamamos
de monopólio, quando somente uma empresa domina um determinado mercado e acaba
ditando as regras de produto e preço. E, por outro lado, a concorrência pode trazer benefícios
para os consumidores, pois quando concorrem buscam satisfazer seus clientes com produtos
de qualidade, e existe ainda a disputa por preços, que beneficia o consumidor.
Os grupos de interesse são todos aqueles que buscam garantir uma causa comum,
podendo ser desde associações até sindicatos. Estes grupos têm como objetivo, através de
negociações coletivas, regular as ações entre empregados e empregadores para garantir o
interesse maior e coletivo. Entende-se que através dos sindicatos as pessoas e as organizações
terão seus objetivos atingidos, e de um modo que não seja invasivo para nenhuma das partes.
A ideia é de que se tenha um sistema que garanta a qualidade de vida dos trabalhadores,
salários justos e, para as empresas, melhor clima organizacional e uma relação cordial com
os funcionários.
única pessoa em um pequeno negócio ou várias pessoas que atuam como investidores de O
R
uma organização ou várias organizações. Podem ser, ainda, duas ou mais pessoas que são G
A
sócias em um determinado negócio, podendo ser uma empresa pequena ou até grandes N
I
corporações. Z
A
C
I
Os recursos humanos são compostos pelas pessoas que trabalham em uma O
N
organização, sendo que estes recursos são retirados do ambiente externo e, a partir do momento A
L
122 TÓPICO 3 UNIDADE 2
em que são contratados por uma organização, constituem um dos recursos mais valiosos, pois
são a energia que movimenta, além das máquinas, a criatividade, a capacidade de inovação, a
partir de suas competências e habilidades. Por serem diferentes umas das outras, as pessoas
trazem consigo culturas diferentes, sendo um desafio para os gestores canalizar o que cada
um tem de melhor para o bem da organização.
Os gestores são, também, recursos humanos, mas são denominados por Oliveira e
Silva (2006) como o corpo governante eleito pelos acionistas ou proprietários para administrar
todos os recursos presentes na organização, bem como as funções administrativas, para que
os resultados estabelecidos pelos proprietários sejam atingidos.
Além dos ambientes que foram estudados, Oliveira e Silva (2006) acrescentaram o
ambiente global. Como o ambiente é altamente mutável, as organizações precisam saber
quais são as forças capazes de restringir seu negócio e quais podem alavancar novas
oportunidades.
Como já vimos anteriormente, nem todas as empresas são afetadas da mesma forma
pelos mais diferentes tipos de ambientes e variáveis que os compõem. Mas é preciso estar atento
à complexidade ambiental que rodeia as organizações. Esta complexidade se refere ao número
de elementos ambientais que afetam as organizações, e os gerentes devem estar sempre
atentos, buscando informações para amenizar as possíveis perdas e melhorar a qualidade das
decisões. Em suma, o principal objetivo da análise externa é identificar as possíveis ameaças
e as oportunidades no mercado em que pretende atuar, com o intuito de traçar uma estratégia
para aproveitar as oportunidades que estão presentes neste novo ambiente.
O ambiente global está cada vez mais perto de muitas empresas. Hoje as empresas
buscam estratégias para atuar em diversos países. Atualmente, cada vez mais as marcas se
tornam globais e produtos são conhecidos e comercializados mundialmente. Mas, o que muda
com tudo isso?
Diante disso, uma empresa tem condições de decidir por um razoável macroestudo
do ambiente ou, em outros casos, por uma divisão do ambiente em segmentos, efetuando
exaustivos e profundos estudos sobre cada uma das partes.
1) É muito difícil que sejam estabelecidas fronteiras adequadas em qualquer empresa e determinar
seu tamanho, pois muitas empresas possuem filiais, agências externas, representantes
autônomos, entre outras coisas, gerando uma dúvida em relação ao momento em que a
organização deixa de ser empresa para ser considerada parte da sociedade.
2) Geralmente as empresas têm vários propósitos ou funções, que podem ser primários, como
produzir e vender, ou secundários, como proporcionar segurança aos empregados ou,
mesmo, dar oportunidades de crescimento.
O impacto de uma oportunidade ou ameaça pode ser muito forte para a expectativa
de uma empresa. Sendo assim, uma oportunidade devidamente usufruída pode proporcionar
aumento dos lucros da empresa, enquanto uma ameaça mal administrada pode gerar diminuição
nos lucros previstos ou, mesmo, grandes prejuízos para a empresa. Para o estabelecimento
das oportunidades e ameaças da empresa, os executivos devem analisar alguns aspectos C
O
importantes, como: M
P
O
R
I – Quanto às informações que o executivo utilizará, devem ser analisados os seguintes T
A
aspectos: M
E
N
T
a) Quanto à tecnologia: O
O
R
• Quais as alterações tecnológicas possíveis? G
A
• Quais as entidades de pesquisa e institutos que estão ou poderão estar envolvidos? N
I
• Quais os programas de pesquisa? Z
• Quais são os custos de capital para a empresa entrar no mercado? A
C
I
O
N
A
L
126 TÓPICO 3 UNIDADE 2
b) Quanto ao governo:
• a legislação pertinente;
• a identificação e análise dos órgãos que legitimam;
• os planos governamentais e seus objetivos;
• a política econômica e financeira.
e) Quanto à comunidade:
O
R • quem são;
G
A • onde estão localizados;
N
I • como podem ser alcançados;
Z
A • qual a renda pessoal;
C
I • como compram;
O
N • como se comportam.
A
L
UNIDADE 2 TÓPICO 3 127
c) Quanto aos aspectos básicos do setor específico em que a empresa está inserida:
• tamanho;
• tendências e perspectivas;
• tipos de produtos;
• causas de crescimento e possíveis consequências;
• oportunidades de que a empresa poderá usufruir.
• quem são;
• quantos são;
• onde estão localizados;
C
• qual a oferta total; O
M
• seus preços de venda; P
O
• seus prazos de venda e de entrega; R
T
• a qualidade de seus produtos. A
M
E
N
Uma das mais importantes preocupações em relação à análise do mercado em que a T
O
empresa resolveu atuar é a lucratividade do ramo. Porter (1985) defende a existência de quatro
O
conjuntos de fatores que influenciam a lucratividade das empresas em uma indústria: R
G
A
1. Rivalidade entre os competidores: essa rivalidade pode ocorrer em preço, propaganda, N
I
serviços ao consumidor, sofisticação técnica. Z
A
C
I
2. Rivalidade com produtos de substituição: o preço, a qualidade e o grau de substituição O
N
limitam os preços e, consequentemente, os lucros. A
L
128 TÓPICO 3 UNIDADE 2
3. Poder de barganha dos compradores e fornecedores: quanto maior o poder de barganha dos
compradores, maior a probabilidade de redução de preço. Quanto maior o poder de barganha
dos fornecedores, maior a probabilidade de acréscimos nos custos. E, quanto maior o poder
de barganha dos compradores e fornecedores, menores serão os lucros da empresa.
4. Entrada de novos competidores e saída de atuais: isso porque o número de empresas atuantes
em um mercado tem correlação com o nível de atratividade existente nesse mercado.
C
O
M
P
O
R
T
A
M
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R
G
A
N
I
Z
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C
I
O
N
A
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UNIDADE 2 TÓPICO 3 129
RESUMO DO TÓPICO 3
• O planejamento é uma ferramenta importante para os gestores, pois é através dele que são
traçadas as metas e os objetivos organizacionais e como estes serão alcançados.
• O planejamento deve seguir algumas premissas básicas para que este aconteça, que são:
premissas básicas, diagnóstico empresarial, estimativa, projeção, metas, objetivos, política,
procedimentos, planos, programas, projetos, cronograma.
• As variáveis do ambiente externo são: fatores tecnológicos, fatores políticos e legais, fatores
econômicos, fatores internacionais, fatores socioculturais, fatores ecológicos.
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
130 TÓPICO 3 UNIDADE 2
IDADE
ATIV
AUTO
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 2 TÓPICO 3 131
IAÇÃO
AVAL
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
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L
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 3
Objetivos de aprendizagem
PLANO DE ESTUDOS
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), nesta unidade vamos estudar sobre conceitos importantes, como
a motivação e liderança, além das práticas gerenciais, habilidades, o uso do tempo e a reunião
como ferramenta gerencial, que devem ser aplicados para o bom desenvolvimento dos gerentes.
Vamos iniciar nossos estudos discutindo um pouco mais sobre a questão da motivação?
2 A MOTIVAÇÃO
promessa de se ganhar uma premiação também era utilizada pelos empregadores para garantir
alta produtividade. Com o advento da Revolução Industrial, buscava-se alta produtividade a
qualquer custo.
Porém, este cenário não perdurou por muito tempo, visto que as pessoas almejavam
salários e recompensas ainda maiores, devido à alta produtividade. Isso significa que o salário,
como único fator motivacional, já não mais agradava aos trabalhadores. Outro aspecto é que
os funcionários começaram a perceber que seu esforço não precisaria ultrapassar aquilo que
eles recebiam. Assim, os trabalhadores poderiam, por este motivo, ter mau comportamento
trabalhando somente o necessário para eles e não para a empresa.
IMPO
RTAN
TE!
Mas o que realmente é motivação?
Para Gil (2011, p. 202), motivação é a força que estimula as
pessoas a agir. No passado, acreditava-se que essa força era
determinada principalmente pela ação de outras pessoas, como
pais, professores ou chefes. Hoje sabe-se que a motivação tem
sempre origem numa necessidade. Assim, cada um de nós dispõe
de motivações próprias geradas por necessidades distintas e não
se pode, a rigor, afirmar que uma pessoa seja capaz de motivar
C
a outra.
O Na verdade, a motivação é consequência de necessidades não
M satisfeitas. Essas necessidades são intrínsecas às pessoas. Não
P
O podem, portanto, os gerentes colocar necessidades das pessoas.
R Isso significa que os gerentes não são capazes de motivar, mas
T de satisfazer às necessidades humanas ou contrafazê-las.
A
M
E
N
T
O
Quando uma pessoa busca a motivação, na verdade busca satisfazer uma necessidade
O
R
que é gerada por um motivo. Este motivo perde relevância quando é satisfeito e, então, outras
G
A
necessidades começam a ganhar espaço. Para Gil (2011), os motivos também perdem força
N
I
quando existe algum tipo de bloqueio. Mas esta mudança pode não ocorrer logo no início e
Z é comum que a pessoa busque algum comportamento diferente para eliminar o bloqueio.
A
C Geralmente, as primeiras ações são racionais, assim, as pessoas tendem a buscar outros
I
O caminhos que as levem à realização do objetivo antes desejado. Quando o resultado para a
N
A satisfação não é positivo, pode levar as pessoas à frustração e, por isso, as pessoas tendem
L
a desenvolver comportamentos irracionais, como (GIL, 2011):
UNIDADE 3 TÓPICO 1 137
Agressão: a pessoa se torna hostil contra a pessoa ou objetivo que entende como a
causa de sua frustração.
Racionalização: quando a pessoa não consegue atingir seu objetivo, pode buscar
desculpas para explicar seu insucesso.
Regressão: quando as pessoas não conseguem atingir algo, tendem a fugir de tentativas
construtivas para solucionar os seus problemas e regridem a um comportamento infantil.
Fixação: ocorre quando a pessoa, mesmo não alcançando seus resultados, continua
a ter o mesmo comportamento improdutivo.
Fuga: ocorre quando as pessoas ignoram um problema, mesmo quando este está muito
próximo deles, ou mesmo quando fogem do problema.
UNI
O
IDADE
ATIV R
AUTO G
A
N
Para que você, acadêmico(a), possa refletir sobre as questões I
anteriores, vamos exercitar um pouquinho? A seguir, alguns Z
A
fatores que podem motivá-lo(a). Analise cada um deles e elenque C
aqueles que você acredita serem os mais importantes em sua I
motivação para realizar melhor seu trabalho. O
N
A
L
138 TÓPICO 1 UNIDADE 3
Assinale com “X” os seis itens da lista a seguir que você considera os mais
importantes.
1. ______ Estabilidade no emprego.
2. ______ Respeito por mim como pessoa.
3. ______ Períodos adequados de descanso ou pausas para o café.
4. ______ Ótimo salário.
5. ______ Boas condições físicas de trabalho.
6. ______ Oportunidade para realizar trabalho de qualidade.
7. ______ Bom relacionamento com os colegas de trabalho.
8. ______ Ter um jornal local dos funcionários.
9. ______ Oportunidade de promoção.
10. ______ Oportunidade de fazer um trabalho interessante.
11. ______ Aposentadoria e outros benefícios.
12. ______ Não ter de trabalhar demais.
13. ______ Saber o que está acontecendo na organização.
14. ______ Sentir que meu trabalho é importante.
15. ______ Ter um conselho de funcionários.
16. ______ Ter uma descrição do cargo por escrito.
17. ______ Meu chefe me dizer quando eu faço um bom trabalho.
18. ______ Receber uma avaliação de desempenho.
19. ______ Participar de reuniões de assessoria.
20. ______ Concordar com os objetivos da organização.
21. ______ Oportunidade de autodesenvolvimento e crescimento.
22. ______ Planos justos de férias.
23. ______ Saber que serei orientado se fizer um trabalho ruim.
24. ______ Trabalhar sob estreita supervisão.
25. ______ Grande autonomia no trabalho (chance de trabalhar sem supervisão direta).
Depois de responder a estas questões, faça uma pequena análise sobre os seis motivos
que você assinalou. Veja se você os pratica em seu dia a dia ou se a organização em
que você trabalha lhe oferece as ferramentas que você julgou serem importantes
para a sua motivação.
C
O
M
Com o passar do tempo, surge a escola das relações humanas, com a preocupação
P
O
não somente voltada para a satisfação salarial, mas com a totalidade do ser humano, buscando
R
T
a motivação através do reconhecimento de seu potencial e não através da recompensa ou
A
M
punição. Neste caso, Bergamini (2008) destaca que a busca estava centrada em mostrar para as
E
N
pessoas sua importância para as organizações. Neste contexto, o relacionamento interpessoal
T passou a substituir os chamados prêmios por produção.
O
O
R Porém, essas considerações começaram a ser questionadas e, com isso, surgiram
G
A algumas teorias que buscaram explicar a motivação humana, dentre elas as mais conhecidas
N
I são: a hierarquia das necessidades de Maslow; teoria X e Y de McGregor; teoria dos fatores
Z
A higiênicos e motivacionais de Herzberg; outras teorias de motivação, como teoria de McClelland
C
I e a teoria do reforço, teoria das expectativas e teoria da equidade. Vamos, a seguir, ver cada
O
N uma delas!
A
L
UNIDADE 3 TÓPICO 1 139
Um aspecto importante tratado pelos autores é que Maslow não queria dizer que toda
a necessidade fosse 100% satisfeita, mas que é preciso um grau mínimo de satisfação para
que o indivíduo possa começar a se preocupar com uma satisfação mais elevada.
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A
L FONTE: Disponível em: <http://conteudodeadm.blogspot.com.br/2011/09/como-surgiu-teoria-dos-dois-
fatores-de.html>. Acesso em: 12 dez. 2012.
UNIDADE 3 TÓPICO 1 141
A teoria de Herzberg, para Gil (2011), indica que os fatores motivadores devem ser
promovidos pelos gerentes para manter sempre sua equipe motivada e, por outro lado, manter
tais fatores depende da satisfação no trabalho e do envolvimento do empregado. Neste sentido,
cabe aos gerentes buscar desenvolver o enriquecimento do trabalho não só em relação ao
número de tarefas, mas no aumento da responsabilidade e do desafio do trabalho.
Porém, Gil chama a atenção para que não sejam desconsiderados os fatores higiênicos
para a motivação dos funcionários. Por exemplo, já é de conhecimento que somente o salário
não é capaz de motivar e manter o funcionário neste estado. Mas o salário oferece suporte para
que as pessoas possam buscar algo melhor, e com salários muito baixos ocorre a insatisfação
e dificilmente outro elemento será capaz de motivar o funcionário. Para exemplificar os dois
grupos, o Quadro 10 mostra os fatores relacionados a cada grupo da teoria.
5 TEORIA X E Y DE MCGREGOR
Mais tarde, com os estudos de Douglas McGregor, surge a ideia de que a autorrealização
possa ser um novo representante dos fatores motivacionais no trabalho (BERGAMINI, 2008).
Para McGregor, o ser humano busca de forma natural atingir os fatores de maior maturidade
motivacional. Sendo assim, é de responsabilidade da organização fornecer subsídios para que
os empregados alcancem os níveis mais altos de motivação.
Neste sentido, para Gil (2011), o modo como os gerentes pensam influencia o
comportamento dos funcionários com quem estes têm um relacionamento mais próximo. Por
este motivo, é preciso que os gerentes conheçam suas características pessoais, bem como suas
intenções profissionais, para que possam mostrar para os outros como alcançar o objetivo. Ainda
segundo Gil, McGregor (1960) definiu dois modos distintos de relacionamento, chamando-os de
teoria X e Y. O Quadro 11 mostra as principais características de cada uma das teorias.
C
O
M
P FONTE: Disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos3/estimulos-semelhantes-efeitos-diferentes/
O estimulos-semelhantes-efeitos-diferentes2.shtml>. Acesso em: 14 dez. 2012.
R
T
A
M
E A partir das características apresentadas, nós não podemos simplesmente enquadrar um
N
T gerente como X ou Y, isso porque na maioria das vezes as pessoas têm um misto das teorias. O
O
autor destaca outro aspecto importante, pois para ele esta teoria não pode ser aplicada a todos
O
R os casos ou a todas as pessoas. Isso porque um gerente que apresenta um comportamento
G
A mais voltado para a teoria Y pode, em algum momento, assumir um comportamento mais diretivo
N
I e controlador com algumas pessoas, e este comportamento pode ser somente por um período
Z
A
determinado de tempo, com o objetivo de alcançar algo específico em uma organização.
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 3 TÓPICO 1 143
IDADE
ATIV
AUTO
Você delega as tarefas que não precisam ser feitas necessariamente por você?
( )1 ( )2 ( )3 ( )4
Você incentiva os empregados a resolver por conta própria o maior número possível
de problemas?
( )1 ( )2 ( )3 ( )4
INTERPRETAÇÃO
De 25 a 43 pontos – Você não está sabendo como motivar sua equipe. Procure
entender os fatores capazes de motivar pessoas e aplique-os com regularidade. Irá
surpreender-se com os resultados.
C
O
M De 44 a 62 pontos – Você pratica algumas ações capazes de motivar pessoas, mas
P ainda precisa estudar mais sobre o assunto.
O
R
T De 63 a 81 pontos – Você dispõe de razoáveis conhecimentos sobre a motivação, mas
A ainda perde algumas oportunidades de praticar ações voltadas a esse objetivo.
M
E
N De 82 a 100 pontos – Tudo indica que você vem tendo bastante sucesso na motivação
T de sua equipe. Fique atento para manter-se nesse elevado padrão.
O
Nesta seção vamos tratar de algumas teorias que também são utilizadas nas relações
interpessoais entre gerente e subordinados. Algumas destas teorias, muitas vezes, utilizamos
sem nos darmos conta do que realmente está envolvido, pois algumas vezes fazemos algo
que é direcionado pelo senso comum.
A teoria dos motivos foi desenvolvida por David McClelland e, de acordo com Gil (2011),
ela ressalta que determinadas necessidades são aprendidas e socialmente adquiridas por meio
da interação das pessoas com o meio ambiente. A teoria considera três motivações e como
estas afetam o comportamento das pessoas no ambiente de trabalho, sendo elas:
• A necessidade de poder – é um ambiente mais adequado para gestores que se motivam através
do poder, isto é, avançam mais na hierarquia quanto mais poder têm em uma organização.
Para Gil (2011), o trabalho de Skinner foi inserido na administração devido à teoria
comportamental e à teoria da modificação do comportamento organizacional, que admite
que o comportamento ocorra primeiramente de modo aleatório. Os reforços são aplicados
e o comportamento é aprendido à medida que são somadas as recompensas ou punições.
Essas recompensas ou punições são aplicadas na medida em que os comportamentos são
C
O desejáveis ou indesejáveis pelos indivíduos. Para o autor, as condições para os reforços são
M
P (GIL, 2011, p. 238):
O
R
T
A
1. Reforço positivo – Um conjunto de circunstâncias existentes. Um determinado comportamento.
M
E
Eventual consequência positiva. Aumento da frequência do comportamento.
N
T
O 2. Reforço negativo – Um conjunto de circunstâncias existentes. Um determinado comportamento.
O Eventual eliminação ou afastamento de uma consequência desagradável. Aumento na
R
G frequência do comportamento.
A
N
I
Z 3. Extinção – Um conjunto de circunstâncias existentes. Um determinado comportamento. Eventual
A
C
consequência positiva é retirada. Diminuição da frequência do comportamento.
I
O
N 4. Punição – Um conjunto de circunstâncias existentes. Um determinado comportamento. As
A
L eventuais consequências negativas. Diminuição da frequência do comportamento.
UNIDADE 3 TÓPICO 1 147
Esta é uma importante teoria que foi desenvolvida por Victor Vroom. Para Gil (2011),
a teoria que foi desenvolvida por Maslow e Herzberg não leva em consideração as diferenças
de cada pessoa. Já a abordagem de Vroom procura explicar o comportamento das pessoas a
partir das metas que o indivíduo tem, bem como as expectativas que o mesmo tem em alcançar
o que foi traçado.
Esta teoria supõe que os indivíduos possam definir quais resultados querem atingir e,
ainda, podem fazer estimativas sobre as reais chances de realização. O que se desenvolve
a partir destas considerações é que as organizações devem oferecer recompensas para as
pessoas, mas que estas recompensas sejam aquilo que a pessoa quer receber e não, somente,
o que a empresa deseja oferecer.
LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO
O artigo científico a ser apresentado teve como objetivo mostrar o que é motivação,
como causar a motivação nas pessoas, como é o processo motivacional nas organizações.
Nas organizações a motivação é muito importante, pois é através dela que os funcionários
trabalham felizes, se sentem importantes. Se não houver a motivação a produtividade não
será boa, quando há motivação a produtividade aumenta, levando a organização a um grande
sucesso.
1 INTRODUÇÃO
Na época que precedeu a fábrica, o trabalho industrial era desempenhado nas casas das
próprias pessoas, assim chamadas indústrias artesanais. A grande maioria do povo trabalhava
C mais na agricultura do que nas indústrias. A recompensa pelas atividades dos trabalhadores
O
M era uma bagatela em dinheiro ou em espécie, o que, quando muito, representava a quantia
P
O apenas suficiente para a subsistência e, nas condições piores, permitia apenas ao trabalhador
R
T o mínimo para permanecer vivo. Mas com o passar do tempo a mecanização se tornou cada
A
M
vez mais sofisticada e os empregos resultantes se tornaram especializados, e a contribuição
E
N
do trabalhador individual, ou do grupo de trabalho, começou a ter maior significância.
T
O
O
O processo motivacional parece ter maior intensidade a partir da década de 70.
R
G
A palavra “motivar” significa: dar motivo a, causar, expor motivo. E o sinônimo da palavra
A motivação é: causa, razão, fim e infinito, logo, a palavra “motivação” vem da palavra “motivo”
N
I mais o sufixo “ação”, que quer dizer movimento, atuação ou manifestação de uma força, uma
Z
A energia, um agente. Podemos entender que a motivação é intrínseca, é um impulso que vem
C
I de dentro, isto é, que tem suas fontes de energia no interior de cada pessoa, é uma força que
O
N direciona a pessoa para alguma coisa, ou seja, um objetivo. A motivação verdadeira nasce
A
L das necessidades intrínsecas onde encontra sua fonte de energia nas necessidades e ações
UNIDADE 3 TÓPICO 1 149
A motivação de uma pessoa depende da força de seus motivos (motivos aqui entendidos
como desejos ou impulsos que ocorrem no interior dos indivíduos). Os motivos é que
impulsionam e mantêm o comportamento dos indivíduos. São, por assim dizer, as molas da
ação. Também se pode identificar os motivos com as necessidades e dizer que os indivíduos
são movidos pelas necessidades. Existem algumas teorias clássicas, além de outras tantas
mais atuais, que tentam explicar ou mostrar como é que a motivação surge. Entre as clássicas,
destaco a de Maslow e a de Herzberg.
Em 1954, Maslow (apud Schmidt, 2000, p. 27) formulou o seu conceito de hierarquia das
necessidades que influenciam o comportamento humano. Maslow concebeu essa hierarquia
porque o homem é uma criatura que expande as suas necessidades no decorrer da vida. À
medida que o homem satisfaz suas necessidades básicas, outras mais elevadas tomam o
predomínio do comportamento.
trabalho, verificou e evidenciou através de muitos estudos práticos a presença de que dois
fatores distintos devem ser considerados na satisfação do cargo: são os fatores higiênicos e
os motivacionais.
Fatores higiênicos
Fatores motivacionais
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A motivação surge do interior das pessoas. Ninguém pode motivar ninguém, o que se
pode tentar de alguma forma, baseados em técnicas e sensibilidades adequadas, é despertar
a motivação de dentro das pessoas. Mas não adianta tentarmos motivar as pessoas se não
se tem um líder que desperte essa motivação, que mostre que as pessoas fazem parte da
empresa, que trate os funcionários como se fosse uma família, que saiba lidar com pessoas
difíceis, que seja simpático, alegre, que transmita segurança.
Motivar pessoas não é fácil, há uma dificuldade enorme, pois cada um tem pensamentos
diferentes, ideias diferentes, gostos diferentes. Então, por isso devemos encontrar uma pessoa
adequada para liderar, pois com pessoas motivadas a empresa vai conseguir obter resultados
positivos, a produtividade irá aumentar, e com isso levará a empresa a obter um grande sucesso.
Tentou-se transmitir com este artigo uma breve ideia sobre o que é a motivação, como ela é
despertada nas pessoas.
FONTE: GOMES, Elaine Dias; MICHEL, Murillo. A motivação de pessoas nas organizações e suas
aplicações para obtenção de resultados. Revista Científica Eletrônica de Administração. [on-line],
ano 7, n. 13, dez. 2007. Disponível em: <http://www.revista.inf.br/adm13/pages/artigos/ADM-edic13-
anovii-art05.pdf>. Acesso em: 3 nov. 2012.
C
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M
P
O
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L
152 TÓPICO 1 UNIDADE 3
RESUMO DO TÓPICO 1
• Surgiram novas teorias para explicar a motivação das pessoas, entre elas a hierarquia das
necessidades, teoria dos fatores higiênicos e motivacionais de Herzberg, Teoria X e Y de
McGregor, teoria dos motivos humanos de McClelland, teoria do reforço, teoria da motivação
das expectativas e teoria da equidade.
C
O
M
P
O
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G
A
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I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 3 TÓPICO 1 153
IDADE
ATIV
AUTO
3 Como pode ser relacionada a teoria do reforço com as relações de trabalho nas
organizações? Dê um exemplo.
C
O
M
P
O
R
T
A
M
E
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154 TÓPICO 1 UNIDADE 3
C
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C
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L
UNIDADE 3
TÓPICO 2
HABILIDADE E A ADMINISTRAÇÃO DO
TEMPO NA PRÁTICA GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
2 ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
C
Sempre pensamos no tempo quando temos que fazer algo. Na maioria das vezes, O
M
achamos que não vai dar tempo de fazer tanta coisa em um dia. Você, acadêmico(a), já pensou P
O
deste modo? E, no final, deu certo? R
T
A
M
Na maioria das vezes, quando vamos realizar alguma tarefa, começamos e, antes, não E
N
fazemos um planejamento prévio. E falando em falta de planejar quando, na administração, o T
O
planejamento é tão discutido. Mas, por que isso ocorre?
O
R
G
Uma das respostas seria que, quando falamos em planejamento nos referimos a A
N
organizações e não ao nosso próprio tempo. Assim, deixamos de lado pequenas coisas para I
Z
nos preocupar com algo maior. Isso ocorre, também, quando falamos da nossa vida pessoal. A
C
Muitas vezes nos atrapalhamos nas tarefas do nosso dia a dia por não programar antes, por I
O
não pensar nas prioridades. Mas, vamos falar do tempo em nossa vida profissional? N
A
L
156 TÓPICO 2 UNIDADE 3
O que nós fazemos nas organizações em relação ao tempo que temos? Será que
se fizéssemos um planejamento em relação às nossas atividades aumentaríamos a nossa
produtividade? Vamos falar um pouco sobre estes questionamentos e refletir sobre como
administramos o nosso tempo.
Para Montana e Charnov (2003, p. 394), o tempo tem cinco características únicas:
1. A oferta é totalmente inelástica: por maior que seja a demanda, a oferta nunca aumenta.
ID ADE
ATIV
AUTO
Registre na tabela a seguir o tempo que você gasta em cada uma das atividades, em
uma semana normal de trabalho. O objetivo é que você conheça um pouco do que faz,
o que leva mais tempo para realizar e as atividades que precisam de menos tempo.
Então, vamos fazer?
Nossa maior parcela de tempo é consumida basicamente por três tarefas: aquelas
impostas pelo supervisor, as impostas pela organização e as autoimpostas (MONTANA;
CHARNOV, 2003). Neste caso, se nós não cumprimos as tarefas que são impostas ou pelo
chefe ou pela organização, provavelmente nosso emprego será prejudicado, ou até mesmo
poderemos perder o emprego. As tarefas autoimpostas, que são aquelas que nós mesmos
nos colocamos a fazer, não têm penalidades de outros. Mas nós nos penalizamos quando não
C
conseguimos realizar, e ainda buscamos “bater nosso próprio recorde”. O
M
P
O
Outro ponto é que, segundo os autores, a administração do tempo precisa ser analisada R
T
pela perspectiva de como nós gastamos nosso tempo. Quando as pessoas dedicam algum A
M
tempo para executar uma tarefa, independente do nível gerencial, elas estão trabalhando na E
N
categoria de funcionários. Quando você já não consegue mais fazer suas atividades sozinho e T
O
passa a delegar as tarefas a outras pessoas para poder fazer mais do que você faria sozinho,
O
então está trabalhando na categoria de supervisão. Já no ponto em que você delega autoridade R
G
e responsabilidade para outras pessoas, estará na categoria de executivo. A
N
I
Z
Um modo de melhorar o gerenciamento do nosso tempo é através da tecnologia. Pois, A
C
como esta auxilia nos processos operacionais, igualmente poderá nos auxiliar no gerenciamento I
O
do nosso tempo. Mas esta tecnologia deve ser aplicada corretamente, e o gerente deve saber N
utilizá-la de modo adequado. Isso significa que é preciso tirar da ferramenta tudo o que ela A
L
pode oferecer.
158 TÓPICO 2 UNIDADE 3
Quando falamos do tempo no nível gerencial, temos que 70% do tempo, quando o
cargo é de supervisão, são utilizados fazendo, ou seja, atribui pessoalmente as tarefas a
outras pessoas, e 30% são utilizados para gerenciar por meio da delegação. No nível médio,
a proporção deve ser de 50% para cada tarefa. E no nível estratégico deve usar 70% do tempo
para administrar por meio da delegação e 30% em trabalhar fazendo. Quando falamos de
presidente, a proporção muda para 90% em delegar e 10% em fazer.
Para que nós façamos nossas atividades com eficiência e eficácia, precisamos
despender um tempo razoável para isso. Assim, quando não fazemos o planejamento, podemos
estar utilizando muito tempo para uma tarefa mais simples ou pouco tempo para tarefas mais
complexas, o que, neste caso, é mais grave. .
Montana e Charnov (2003, p. 402) apontam algumas dicas para administrar o tempo:
2. Estabeleça prazos; se não forem cumpridos, você saberá que seu tempo está sendo perdido.
3. Se possível, reserve algum tempo por dia para pensar e criar. Normalmente, as primeiras
horas do dia são as melhores.
C 5. Comece primeiro pela tarefa que está consumindo seus pensamentos, depois estabeleça um
O
M equilíbrio entre tarefas importantes e tarefas necessárias.
P
O
R
T
6. Faça uma pausa de cinco ou dez minutos a cada duas horas. Relaxe os músculos e a mente
A e depois comece outra atividade.
M
E
N
T Se alguém nos pergunta sobre planejamento do tempo, normalmente respondemos que
O
nosso tempo está escasso e não sobra para planejar. Pensando por este prisma, o planejar
O
R leva, sim, tempo para ser desenvolvido, mas depois as tarefas serão feitas de acordo com a
G
A ordem de prioridade e o tempo será distribuído de modo mais equitativo.
N
I
Z
A Para Montana e Charnov (2003), existem três maneiras de utilizar o tempo de forma
C
I mais vantajosa, sendo elas: produção, administração e delegação.
O
N
A
L
No caso da produção, é preciso separar o essencial do não essencial. É preciso ter
UNIDADE 3 TÓPICO 2 159
capacidade de saber iniciar um projeto e terminá-lo. É preciso ser persistente, tendo sempre
a capacidade de despender esforços para realizar as tarefas. Outro ponto importante é
desenvolver a capacidade de trabalhar em locais diferentes, é preciso ser flexível e se adaptar
a novos ambientes.
A terceira é a delegação das atividades. Dificilmente você conseguirá fazer tudo sozinho.
Geralmente, as pessoas, quando são incitadas, desenvolvem a criatividade e aproveitam a
oportunidade que lhes é oferecida. É preciso, no entanto, conhecer sua equipe, saber quem
tem o perfil para receber responsabilidades e quem está disposto a participar do processo.
Normalmente, as pessoas procuram trabalhos mais desafiadores e que lhes tragam a
oportunidade de crescimento e aprendizado.
Para falarmos das habilidades dos gestores, antes vamos falar sobre os níveis da
administração. Isso porque precisamos entender, antes, as relações que se têm em diferentes
estágios das organizações, pois em cada um deles o gestor desempenha um papel diferente.
C
FIGURA 23 – NÍVEIS DE ADMINISTRAÇÃO O
M
P
O
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A
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E
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I
Z
A
C
I
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N
FONTE: Disponível em: <http://gestoras2011.blogspot.com.br/2011/09/administracao-hoje- A
e-as-organizacoes-e.html>. Acesso em: 14 jan. 2013. L
160 TÓPICO 2 UNIDADE 3
Quando nos referimos ao nível estratégico, falamos da alta gerência. Assim, a tarefa
básica é traduzir as incertezas do mercado e minimizar seus efeitos dentro da organização. Tem
como principais atividades o planejamento, a organização e o controle, de modo que as ações
sejam realizadas de maneira ordenada para atingir o objetivo da organização. Neste nível, as
decisões são tomadas no longo prazo, com efeitos mais difíceis de serem revertidos.
Neste nível temos os gerentes de alto nível, que são um pequeno grupo de executivos
responsáveis pelas questões e direcionamentos estratégicos das organizações. Eles têm poder
para tomar as principais decisões que afetam tanto o presente quanto o futuro das organizações
(OLIVEIRA; SILVA, 2006).
No nível intermediário encontra-se a média gerência, que é o nível tático. Sua função
é traduzir o planejamento elaborado pelo nível estratégico para o médio prazo. O foco é
desenvolver os planos em sintonia com o que foi traçado para o longo prazo. Neste caso, as
decisões têm menor impacto no funcionamento estratégico da organização e são, de certo
modo, mais facilmente revistas.
No nível intermediário, temos os gerentes de nível médio, que são o elo entre o
grupo estratégico, ou seja, a alta gerência, e o grupo operacional, que são os supervisores.
Estes gerentes de nível médio são responsáveis por uma grande parcela das atividades de
coordenação nas empresas. Além de serem responsáveis por disseminar a informação vertical
e horizontal, são responsáveis por buscar soluções criativas para atingir metas (OLIVEIRA;
SILVA, 2006).
No nível operacional, é onde os projetos são executados em curto prazo. É preciso que os
planos de médio prazo sejam colocados em prática. E se referem às questões mais operacionais
e técnicas, assim as ações estão relacionadas ao controle técnico das atividades.
C
O
M Gerentes de nível operacional estão localizados no nível mais baixo da organização
P
O e são, também, chamados de gerentes de primeira linha; algumas empresas lhes atribuem o
R
T cargo de supervisores. Nem sempre possuem formação em nível superior e são responsáveis
A
M pela execução das atividades operacionais (OLIVEIRA; SILVA, 2006).
E
N
T
O As funções dos gerentes estão intimamente relacionadas aos níveis da administração,
O pois em cada área é necessária uma atividade diferente, um recurso específico, pessoas
R
G especializadas, entre outros. Para que isso ocorra de forma adequada, cabe ao gestor
A
N
desenvolver certas habilidades para que estejam alinhadas às suas funções, que ele
I
Z
desempenha com cada atividade que desenvolve.
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 3 TÓPICO 2 161
NOT
A!
Habilidade é a capacidade que o gestor desenvolve em colocar o
conhecimento adquirido em prática, de modo que consiga analisar
as situações, buscar a resolução de problemas e trazer resultados
satisfatórios para a empresa.
O gestor deve desenvolver um trabalho que contemple tanto a análise do ambiente interno
quanto do ambiente externo. É preciso conhecer os concorrentes, fornecedores, clientes para se
tomar a decisão mais adequada, tendo como base a pesquisa, o conhecimento, a criatividade
e a inovação. A Figura 24 relaciona os níveis com as habilidades dos administradores.
conseguir trabalhar com pessoas e obter bons resultados por meio destas pessoas. É preciso,
no entanto, fazer com que as pessoas se sintam seguras para trabalhar na organização e
sejam encorajadas a desempenhar suas funções da melhor maneira possível. Esta habilidade é
necessária para que sejam estabelecidas as redes de contato, para liderar e motivar as pessoas
e para que seja estabelecida uma comunicação eficiente e que traga resultados eficazes.
Além destas habilidades que nós já conhecemos, Oliveira e Silva (2006) sugerem mais
duas:
Habilidade política: ser eficaz é obter uma fatia de poder e impedir que outras pessoas
a tomem. Esta habilidade envolve a competência de conseguir o poder necessário para atingir
um objetivo, como estabelecer as conexões adequadas e impressionar as pessoas certas. Esta
habilidade, para os autores, é suplementar à competência no cargo e às outras habilidades.
Essas habilidades são muito importantes para os gerentes, mas, de acordo com o nível
gerencial, uma ou outra deverá se sobressair. A habilidade técnica é importante para os níveis
mais baixos, porém a humana deve ser uma habilidade desenvolvida por gerentes de todos os
níveis da organização. Quanto mais alto o nível gerencial, mais as habilidades conceitual, política
e diagnóstica se tornam importantes. A seguir, o Quadro 12 aponta as principais diferenças
entre o gerente tradicional e o gerente moderno.
C
Gerente tradicional Gerente moderno
O Pensa em si mesmo como patrocinador,
M Pensa em si mesmo como gerente ou chefe.
P líder de equipe ou consultor interno.
O
Lida com qualquer um que seja necessário
R Segue a cadeia de comando.
T para que a atividade seja feita.
A
M Trabalha dentro de uma estrutura Adapta a estrutura organizacional em
E
N
organizacional rígida. resposta às mudanças.
T Toma as decisões em conjunto com os
O Toma a maioria das decisões sozinho.
subordinados.
O
R Acumula e retém informações. Compartilha informações.
G
A
Procura especializar-se em uma única Procura dominar um amplo espectro de
N função (marketing, por exemplo). disciplinas administrativas.
I
Z Cobra longas jornadas de trabalho. Cobra resultados.
A
C FONTE: Oliveira e Silva (2006)
I
O
N
A
L
UNIDADE 3 TÓPICO 2 163
NOT
A!
Para reforçar: dois importantes conceitos da administração:
4 PLANEJAMENTO DA CARREIRA DO
GERENTE
O problema é que a maioria das pessoas não se planeja antes e, por isso, são levadas,
muitas vezes, pelo direcionamento da empresa ou do próprio mercado. Assim, as pessoas
percebem uma oportunidade em uma dada área e investem em sua carreira não porque é
o que gostam de fazer, mas é o que está em evidência. Neste sentido, a carreira gerencial
deve também ser planejada, para que as pessoas possam buscar aquilo que as auxiliarão a
alcançar este resultado.
Com as mudanças no mundo dos negócios, mudou também o perfil gerencial exigido
pelas empresas. Para Oliveira e Silva (2006), a capacidade dos recursos humanos será cada
vez mais um diferencial para as empresas, e os funcionários, cada vez mais um ativo importante.
Assim, os gerentes devem ter as seguintes características em seu perfil:
• Facilidade de comunicação.
C
O • Espírito de liderança e habilidade para trabalhar em equipe.
M
P
O
R
• Racionalização dos procedimentos e informações.
T
A
M • Conhecimento de informática e de língua estrangeira.
E
N
T
O • Direcionamento do trabalho para a melhoria do atendimento ao cliente.
O
R • Capacidade de absorção rápida de novos conceitos.
G
A
N
I • Visão estratégica e logística de negócios.
Z
A
C
I
• Capacidade de planejar em curto e longo prazo.
O
N
A
L
UNIDADE 3 TÓPICO 2 165
Além desses importantes pontos destacados pelos autores, acrescento mais cinco
aspectos importantes para o perfil gerencial:
NOT
A!
Veja a leitura complementar que trata do planejamento de carreira
em linha e em Y.
A reunião é uma prática constante dentro das organizações. A maioria das decisões é
tomada por meio delas. E uma das atividades da gerência é planejar e conduzir as reuniões
para que as decisões sejam tomadas do modo correto.
Mas, quantas vezes você já participou de uma reunião e achou que foi uma perda de
tempo? Quantas vezes você achou que a reunião foi improdutiva?
O problema, na maioria das vezes, não está em utilizar a reunião como uma ferramenta
de comunicação, mas sim para o que ela está sendo utilizada e como está sendo utilizada. Além
disso, a falta de foco nas reuniões faz com que elas se tornem cansativas e os participantes
façam qualquer coisa, menos prestarem atenção no que está sendo tratado.
Outra questão é as pessoas que participam das reuniões. É comum pessoas participarem,
mas em nenhum momento tomarem algum tipo de decisão ou opinar sobre o assunto. Nesse
caso, a reunião com pessoas que não estão ligadas ao assunto faz com que esta seja irrelevante
para elas e, por outro lado, pode desviar a atenção daqueles que realmente deveriam participar.
Por isso, quem vai comandar uma reunião deve, antes de convocar os participantes, se fazer
C
O pelo menos duas perguntas: este assunto tem que ser discutido com a equipe de trabalho? Se
M
P sim, quem deverá participar? Se não, como vou informá-las sobre a decisão que foi tomada?
O
R
T
A
S!
M DICA
E
N
T
O
Temos que pensar, ainda, no custo de uma reunião. As pessoas
O que estão ali deixaram de fazer suas tarefas. Outras tiveram
R
G deslocamento, o que também gera custos. Por isso, deve-se planejar
A antecipadamente as reuniões.
N
I
Z
A
C Pensando deste modo, precisamos definir o que é uma reunião e qual a sua função. No
I
O primeiro caso, a reunião é quando duas ou mais pessoas se juntam para compartilhar ideias,
N
A trocar experiências e tomar decisões. Porém, dependendo de sua finalidade, uma reunião pode
L
ser muito diferente da outra. Alguns pontos importantes devem constar nas reuniões:
UNIDADE 3 TÓPICO 2 167
• Deve envolver pessoas que têm afinidade ou relação com o que será tratado.
Alguns pontos devem ser tratados para que uma reunião seja eficaz. Dentre eles,
podemos destacar:
• A reunião deve ter foco nos resultados, deve ser conduzida para que as pessoas possam
participar e chegar a um consenso.
• Deve ser sempre levada em consideração a opinião de quem está participando, caso contrário
não precisaria de reunião.
• Durante a reunião devem ser utilizados termos que todos os presentes conheçam. Termos
técnicos somente se a reunião for com uma equipe onde todos tenham conhecimento
adequado na área.
• A reunião deve ter um tempo adequado, para não se tornar cansativa. O melhor é fazer
reuniões mais curtas e com mais frequência.
• Por fim, é preciso planejar antecipadamente a reunião. Preparar o espaço onde ela vai
acontecer, proporcionar um ambiente propício para o desenvolvimento de ideias e que
estimule a criatividade.
Agora, vamos ver como desenvolver uma boa reunião e o que é necessário para que
esta alcance os resultados esperados. C
O
M
P
O
R
T
5.1 PASSO A PASSO DE UMA REUNIÃO A
M
E
N
T
Alguns pontos são importantes para o desenvolvimento das reuniões. Vamos ver cada O
um deles. O
R
G
A
• Listar os assuntos que serão tratados e o que se espera alcançar: É importante fazer uma N
I
lista com tudo o que será tratado na reunião e o que se espera alcançar. Quando se fizer Z
A
isso, ter-se-á uma prévia do tempo necessário para a condução da reunião e quem deverá C
efetivamente participar. É importante elencar os assuntos a serem tratados, do mais importante I
O
ao menos importante. As pessoas tendem a se concentrar mais no início das reuniões. N
A
L
168 TÓPICO 2 UNIDADE 3
• Quem vai participar da reunião: com o planejamento prévio e a lista de assuntos a serem
tratados, esta tarefa se torna fácil. É importante lembrar que o número de participantes deve
ser coerente com o local da reunião. Além disso, quanto mais pessoas, mais ideias, mais
opiniões e mais difícil se chegar a um consenso. Se o assunto for muito específico, não
podemos esquecer-nos de ter a participação de um especialista no assunto. Ele poderá
ajudar no entendimento de termos técnicos e esclarecer as dúvidas durante a reunião. Ainda,
é preciso decidir com quem estará a decisão final e quem serão as pessoas responsáveis
por implementar as novas ações.
• Postura: durante a reunião, tenha uma comunicação clara, objetiva e precisa. Saiba interagir com
as pessoas, estimule a participação de todos e saiba balancear as diferentes opiniões durante
a reunião. O foco é importante, pois quando as pessoas participam, elas podem conduzir a
reunião para outros caminhos. É preciso manter-se no caminho que foi anteriormente traçado,
porém não permita ser levado por prejulgamentos, esteja aberto a novas ideias.
• Os papéis: depois de definir o assunto e quem vai participar da reunião, é necessário definir os
papéis de cada um. Quem vai conduzir a reunião, abrir os trabalhos, apresentar os principais
objetivos. Quem dará o apoio com equipamentos, materiais etc. Quem será o secretário
que fará a ata da reunião. Registrar a reunião é um aspecto importante e necessário, pois,
infelizmente, não conseguimos armazenar tudo somente na memória e, caso não se faça o
registro, detalhes importantes podem ser perdidos.
• Recursos: a escolha dos materiais e dos recursos deve ser feita previamente. Se vão ser
C utilizados computadores, data-show, material para os participantes, testar programas para
O
M ver compatibilidade, vídeos, entre outros.
P
O
R
T • A pauta: fazer o passo a passo da reunião e divulgá-la aos participantes sempre quando
A
M possível. Isso pode garantir o sucesso de uma reunião. Além disso, as pessoas que são
E
N chamadas para a reunião devem saber da pauta com antecedência, porém com tempo
T
O suficiente para que a reunião não caia no esquecimento. O fator tempo é importante, pois
O quando as pessoas sabem o que será tratado, podem se programar e ser mais participativas.
R
G
É claro que, algumas vezes, uma reunião emergencial é necessária. Neste caso, o gerente
A
N
deverá explicar a situação do grupo e buscar o máximo de comprometimento deste.
I
Z
A • Fechamento: é importante se ater ao fechamento da reunião. Verificar os assuntos que foram
C
I discutidos, as soluções encontradas, definir quais serão os próximos passos e pedir que o
O
N grupo avalie a reunião. Assim, é possível corrigir os erros e melhorar para a próxima.
A
L
UNIDADE 3 TÓPICO 2 169
Um aspecto importante é que cada gestor deve saber trabalhar com pessoas diferentes.
Conhecer a equipe ajuda o gerente a tirar de cada um o que ele tem de melhor. Algumas
pessoas são autoritárias e não interagem muito com a equipe de trabalho, já outras são pouco
participativas, pois têm receios de prejulgamentos de suas ideias. Algumas são totalmente
desligadas, pois perdem fácil a concentração, tem sempre aquele que chega atrasado, e existem
ainda muitos outros perfis. Por isso, conhecer cada um de seus participantes é essencial para
não haver surpresas durante a reunião.
• Diárias: neste caso, são rápidas e utilizadas para passar uma tarefa ou comunicar um
resultado. Reuniões assim são mais produtivas no período da manhã e diretamente na área
de trabalho. Geralmente são bem aceitas pelo grupo, só é necessário tomar cuidado para
não cair na rotina.
• Semanais: são um pouco mais longas e usadas com pessoas que não trabalham na mesma
área. Têm como foco um nível tático e não operacional.
• Mensais: têm geralmente duração de uma hora, com o objetivo de verificar as ações em
um espaço mais longo de tempo. Proporcionam uma maior participação das pessoas e são
utilizadas para buscar novas ideias e comunicar mudanças e metas organizacionais.
• Bimestrais ou com períodos maiores de tempo: geralmente são utilizadas para fazer algum
fechamento dos trabalhos realizados. Por exemplo, uma equipe de venda que se encontra
a cada três meses para discutir resultados, metas e novos clientes.
O
R
G
A
N
5.2 COMO LIDERAR EM UMA REUNIÃO I
Z
A
C
I
Quando falamos em reuniões de trabalho, temos sempre a necessidade de um líder. O
N
As reuniões estão cada vez mais frequentes, e a necessidade de pessoas capacitadas para A
L
liderar aumenta, para que estas sejam produtivas e atendam a seu propósito.
170 TÓPICO 2 UNIDADE 3
Para Gil (2011), muitas vezes as reuniões não são produtivas ou desejadas pela equipe,
por não atenderem a um objetivo e por não haver quem as lidere de modo eficiente. Mas isso
não significa que as reuniões não são importantes. Para o autor, as empresas, como organismos
sociais, têm necessidade de se desenvolver com a participação ativa de seus membros. A
reunião é um destes momentos.
Gil (2011, p. 228-229) explica alguns fatores que podem prejudicar os resultados das
reuniões.
Quanto aos líderes, podem ser identificados alguns fatores para a falha em
reuniões:
C
O • desconfiança e hostilidade em relação aos participantes;
M
P
O
R • falta de empatia;
T
A
M
E • passividade;
N
T
O
• dificuldade para ordenar as discussões;
O
R
G
A
• descontrole em relação ao tempo.
N
I
Z Entre os fatores relacionados aos participantes estão:
A
C
I
O • medo de ser julgado desfavoravelmente pelos demais membros do grupo;
N
A
L
• tendência ao conformismo;
UNIDADE 3 TÓPICO 2 171
• desconhecimento do assunto;
• timidez;
• tagarelice;
• agressividade;
• vontade de brilhar;
• lideranças informais;
• formação de subgrupos.
A natureza das reuniões pode ser dividida em cinco: reuniões informativas - são mais
simples e se resumem a passar um determinado número de informações, geralmente não têm
muitas regras e a participação do grupo se restringe a tirar alguma dúvida do que foi exposto;
reuniões para soluções de problemas - podem ser desde um problema mais simples ao mais
complexo; neste tipo de reunião é necessário que os participantes conheçam o problema e
tenham capacidade para solucioná-lo; reuniões para tomada de decisão - geralmente o tema
já foi debatido anteriormente e o problema comporta soluções diferentes, o papel do líder é
buscar a solução mais adequada; reunião de planejamento - quando são traçadas as metas
para o futuro da organização; reuniões de avaliação - são desenvolvidas para avaliar o que
foi implementado e a solução proposta. Cabe ao líder fazer com que todos participem e que o
grupo saiba aceitar sugestões e críticas (GIL, 2011).
Para que o líder tenha sucesso quando está à frente de uma reunião, ele precisa ter
determinadas habilidades, conhecimentos e atitudes, que geram as competências que vimos
na Unidade 2.
O conhecimento, para Gil (2011), é fundamental. É preciso saber o que se vai falar,
para quem vai falar e como será transmitido, pois sem conhecimento o líder não poderá ter
a segurança necessária para sustentar uma reunião. Para os participantes, quando o líder
não tem o conhecimento necessário, é motivo para que todos se sintam desmotivados. Outro
aspecto é que, se os participantes conhecem melhor o assunto, dificilmente aceitarão a liderança
durante a reunião.
C
O
Outro ponto destacado pelo autor é que o líder deve conhecer muito bem seus
M
P
participantes, para poder liderá-los. É necessário saber quais deles conhecem mais o assunto,
O
R
quem pode contribuir mais ou menos. Saber um pouco da personalidade dos participantes ajuda
T
A
o líder a barrar os que são inconvenientes e incentivar aqueles que querem, verdadeiramente,
M
E
participar. As técnicas de elaboração de reunião (que já tratamos) ajudam o líder a ter segurança
N durante a reunião e tirar o melhor proveito delas.
T
O
O Porém, não basta somente utilizar as técnicas, o pós-reunião é muito importante. É
R
G preciso avaliar a reunião e deixar que os participantes avaliem e ofereçam sugestões de
A
N melhorias.
I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 3 TÓPICO 2 173
NOT
A!
Para se avaliar uma reunião é preciso preparar uma lista, na qual os participantes
avaliarão os principais pontos que foram tratados. A seguir, um exemplo de Gil (2011)
para que você, após uma reunião, possa utilizar para avaliá-la. Lembrando que todo
material que temos como exemplo deve ser adequado à nossa realidade.
1. Tipo da reunião
O tipo de reunião foi adequado?
2. Participantes
Os participantes foram as pessoas adequadas para o tratamento do problema?
O grupo foi suficientemente heterogêneo para tratar criativamente o problema?
O número de participantes foi apropriado?
3. Espaço físico
A sala foi apropriada para acomodar os participantes?
A disposição das cadeiras auxiliou a participação das pessoas?
A iluminação, o arejamento e o nível de ruído foram razoáveis?
Os equipamentos e materiais foram funcionais?
4. Agenda
Os participantes foram comunicados com antecedência razoável?
Os objetivos foram expressos claramente?
Todos os itens puderam ser discutidos?
5. Desenvolvimento da reunião
Os objetivos foram facilmente entendidos?
Os participantes dispunham de informação suficiente para discussão do problema?
O grupo analisou exaustivamente o problema?
O grupo esforçou-se para chegar ao consenso?
Os comportamentos inconvenientes de participantes foram minimizados?
C
O
M
LEITURA COMPLEMENTAR P
O
R
CARREIRA EM “Y” E RETENÇÃO DE TALENTOS – RECONHECER AS DIFERENÇAS T
A
ENTRE ESPECIALISTAS E GENERALISTAS CONTRIBUI PARA ATRAÇÃO E RETENÇÃO M
E
DE TALENTOS N
T
O
RESUMO O
R
G
A
O artigo aborda o conceito de Carreira em Y, sua origem, características e premissas. N
Trata-se de uma revisão bibliográfica do tema, sintetizando em um único texto os diferentes I
Z
aspectos já publicados até o momento. Após apresentar as diferenças entre os perfis generalista A
C
e especialista, provoca-se uma discussão sobre a viabilidade desse modelo para diferentes I
O
naturezas de negócio e sua repercussão em relação à atração e retenção de talentos. Considera- N
A
se tanto a perspectiva das organizações quanto a dos indivíduos. L
174 TÓPICO 2 UNIDADE 3
CRENÇAS CULTURAIS
É comum ouvir frases do tipo: “Meu filho agora se tornou importante, virou gerente”;
“Quando eu for chefe, a vida será melhor”; “Ele é um profissional de sucesso, diretor na empresa
XPTO”. Existe uma crença, especialmente na cultura brasileira, de que assumir posições de
liderança corresponde a ter êxito e que posições sem escopo de gestão têm menor importância.
Esse paradigma cai por terra quando mencionamos nomes como Albert Einstein, Mozart, Dráuzio
Varela, Peter Drucker, Pelé e Ayrton Senna. Além de referência em suas áreas de atuação e
reconhecidos internacionalmente, eles partilham o fato de ter sua excelência alcançada por
meio do desempenho de atividades onde não tinham responsabilidade formal de gestão de
pessoas e resultados sistêmicos. Sua relevância vem de feitos individuais ou coletivos, nesse
caso com atuação como parte de uma equipe.
Há não muito tempo existia no mundo corporativo um único percurso possível de carreira:
a linear. Nesse formato, o profissional tem três possibilidades de movimentação na empresa:
crescimento vertical, estagnação ou demissão. Com a evolução dos estudos relacionados a
competências organizacionais e perfis profissionais, tornou-se claro que as pessoas não são
iguais (Drucker, 1999). Mesmo tendo nascido na mesma família, frequentado a mesma escola,
tido os mesmos amigos, mesma vida acadêmica e profissão idêntica, diferenças existem. Por
mais parecido que seja o percurso, a forma como cada um reage aos estímulos e experiências
varia de uma pessoa para outra.
PREMISSAS
APLICABILIDADE
[...]
salarial de forma pessoalizada. E faz com que os especialistas enxerguem estímulos externos
reais para continuar se aprimorando e desenvolvendo habilidades (FIESTER, 2010), sem precisar
sofrer em posições que demandam pouco de suas forças e muito de suas fraquezas.
O QUE É PRECISO?
Partindo da teoria para a prática, os principais pontos requeridos para a criação de uma
estrutura de carreira em Y são:
• Definição de critérios para avaliação dos cargos de ambos os eixos e respectiva proficiência
requerida para cada cargo. C
O
M
P
• Criação de descrição de cada cargo, incluindo as etapas necessárias para chegar até ele e O
R
seguir para o próximo. T
A
M
E
• Realização de pesquisa de mercado para comparar faixas de remuneração para cada nível N
T
(FIESTER, 2010). O
O
• Fornecimento de mecanismos isentos de avaliação para correta identificação de perfil R
G
(especialista e generalista), permitindo que cada indivíduo compare seus interesses e A
N
competências com os daqueles que ocupam posições técnicas ou de gestão (NOE, 2002). I
Z
A
C
• Garantia de equidade de remuneração total entre profissionais de mesmo nível independente I
O
do eixo especialista ou generalista (FIESTER, 2010). Mesmo que o salário seja diferente, a N
A
somatória de salário fixo, benefícios e remuneração variável deve ser equivalente. L
178 TÓPICO 2 UNIDADE 3
Por que então é ainda incomum encontrar empresas com estruturas coerentes de
carreira? À medida que o tema é mais difundido, discutido e conhecido, que os profissionais de
RH tornam-se melhor qualificados e que os gestores focam na gestão pelos pontos fortes, as
empresas cujo negócio requer especialistas na mesma senioridade que generalistas passarão
a tê-la. Trata-se de uma questão de tempo.
REFERÊNCIAS
C
BARNEY, J. Firm resources and sustained competitive advantage”. Journal of Management,
O v. 17, n.1, p. 99-120, 1991.
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O BRISCOE, J. P.; Hall, D. T. The interplay of boundaryless and protean careers:
R
T combinations and implications. Journal of Vocational Behavior, n. 69, p.4-18, 2006.
A
M
E BUCKLES, Richard J.; Sibert, John W.; Hosek, Raymond J. How Atlantic Richfield
N advances scientists and researchers. Management Review, v. 73, i.5, p. 29, may 1984.
T
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CESARE, Steven J.; Thornton, Coleen. Human resource management and the specialist/
O
R generalist issue. Journal of Managerial Psychology, v. 8, n. 3, p. 31-40, 1993.
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N DRUCKER, Peter. Management challenges for the 21st century. Nova York: Harper
I Business, 1999.
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FEUER, D. Two ways to the top? Training, v. 23, p. 26-34, feb. 1986.
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FIESTER, Margaret. What is meant by the term ‘dual career ladder? HR Magazine, p. 21,
L nov. 2010.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 179
HALL, Douglas T. Protean careers of the 21st century. Academy of Management Executive,
v. 10, n. 4, 1996.
MEISEL, S.L. The dual ladder – the rungs and promotion criteria. Research Management, v.
20, p. 24-6, 1977.
NOE, Raymond. Employee training & development. McGraw-Hill, 2th Edition, 2002.
FONTE: Adaptado de LIBERA, Maria Candida Della. Carreira em “Y” e retenção de talentos – Reconhecer
as diferenças entre especialistas e generalistas contribui para atração e retenção de talentos. Revista
Bsp, julho 2011. Disponível em: <http://www.revistabsp.com.br/edicao-julho-2011/2011/07/27/carreira-
em-%E2%80%9Cy%E2%80%9D-e-retencao-de-talentos-reconhecer-as-diferencas-entre-especialistas-
C
e-generalistas-contribui-para-atracao-e-retencao-de-talentos/>. Acesso em: 14 jan. 2013. O
M
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180 TÓPICO 2 UNIDADE 3
RESUMO DO TÓPICO 2
• As cinco características únicas do tempo nos auxiliam a entender melhor sua importância.
• A prática da reunião, com o uso adequado, pode ser uma ferramenta importante na
comunicação e na tomada de decisão.
C
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UNIDADE 3 TÓPICO 2 181
IDADE
ATIV
AUTO
5 Como a reunião pode ser utilizada para que os resultados organizacionais sejam
alcançados?
C
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A
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182 TÓPICO 2 UNIDADE 3
C
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O
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G
A
N
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C
I
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L
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico trataremos do conceito de liderança e dos principais estilos que são
discutidos na literatura. Além disso, vamos abordar as principais diferenças entre gerentes e
líderes.
O
• Obediência, uma vez que o pedido é atendido, porém com indiferença e com o mínimo R
G
possível de envolvimento. A
N
I
• Resistência, naquelas ocasiões em que o pedido não é atendido, ou seja, a tentativa de Z
A
influência não obtém sucesso. C
I
O
N
A liderança, neste caso, está associada a dois fatores: estímulos e incentivos. Juntos, A
L
184 TÓPICO 3 UNIDADE 3
estes podem fazer com que os funcionários se motivem e realizem suas tarefas de modo
melhor e mais satisfatório para a empresa, a fim de atingir metas e objetivos organizacionais.
Além destes dois conceitos, não podemos nos esquecer da questão do poder e autoridade. A
liderança implica o uso do poder (que vimos na Unidade 2). A estrutura organizacional concede
o poder legítimo de forma equivalente a todas as pessoas de um mesmo nível, mas o modo
como cada um o utiliza muda bastante (LACOMBE; HEILBORN, 2008). No caso, quanto mais
uma pessoa consegue influenciar a outra, mais poder aquela tem. E quanto mais o poder é
legítimo, falamos então da autoridade.
Para Minicucci (2011), liderança e líder são palavras muito utilizadas. É comum ouvirmos
de pessoas, como políticos, empresários, professores, entre outros, expressões como:
C
O
M
P
O
R FONTE: Minicucci (2011)
T
A
M
E Para o autor, quando uma pessoa tenta afetar o comportamento de outra, está exercendo
N
T uma influência interpessoal, na qual ocorre o processo de liderança a partir do relacionamento
O
entre as pessoas. Para citar alguns exemplos, podemos observar isso nas relações entre:
O
R
G
A • Superior – subordinado.
N
I • Consultor – cliente.
Z
A • Vendedor – freguês.
C
I • Pai – filho.
O
N
A
L Como vimos anteriormente, as organizações e o ambiente estão em um processo
UNIDADE 3 TÓPICO 3 185
constante de mudança, por isso o conceito de liderança também evolui ao longo do tempo.
A liderança tem um papel importante dentro das organizações, como afirma Daft (2010). Na
maioria das situações, uma equipe, uma unidade militar ou uma organização é tão boa quanto
seu líder.
Para ocorrer a liderança, é preciso que uma pessoa influencie outra em suas atividades
ou comportamento. Isso significa que o comportamento não é passivo, sendo a influência
projetada para alcançar um determinado fim. Portanto, podemos entender o termo como a
capacidade de influenciar pessoas ao alcance de metas organizacionais, sendo a liderança
recíproca (DAFT, 2010). Temos que a liderança deve ocorrer de modo não coercitivo, e levar
o grupo a realizar o que antes foi determinado.
• O líder deve ter desenvolvido uma imagem mental de um estado futuro possível e desejável
da organização: deve passar para as pessoas que o que tem que ser realizado é o objetivo
da organização e não um objetivo pessoal.
• O líder deve comunicar a nova visão: a organização precisa ser mobilizada para aceitar a
nova visão e, depois, executar.
• O líder precisa criar confiança por meio do posicionamento: deve mostrar coerência, energia,
honestidade e coragem.
• Líderes são aprendizes perpétuos: a aprendizagem deve sempre fazer parte da vida de um
líder; além de aprender, ele deve estimular seus subordinados a aprenderem.
Além disso, temos que distinguir dois tipos de liderança: a formal e a informal. A liderança
C
formal é aquela estipulada pela organização. Pode ser um gerente, um líder de grupo para O
M
uma força-tarefa. Já a liderança informal é aquela que surge através dos grupos informais, P
O
que vimos na Unidade 2. Desse modo, o líder informal não é imposto pela organização, mas R
T
surge das relações sociais, podendo estar presente em uma organização, em um movimento A
M
de reivindicação, entre outros. E
N
T
Para que exista um líder é preciso que existam liderados. Podemos encontrar pelo O
recompensa ou lhes distribui vantagens. Mesmo sendo relações de fundo moral, de certo modo
também se configuram como vantagens para os liderados, pois se os mercenários exigem
algum tipo de recompensa material, os fiéis impõem-lhe obrigações.
NOT
A!
A distinção entre as recompensas materiais e morais cria dois tipos de
líder: o transacional e o transformacional, que veremos adiante.
3 GERENTES E LÍDERES
Muito se tem discutido acerca das diferenças entre líderes e gerentes, principalmente no
que se refere ao tipo de relacionamento e características. Temos, hoje, um verdadeiro turbilhão
de informações, porém é necessário que as organizações tenham pessoas que saibam lidar
com a informação e tenham um pensamento aberto para o ambiente global.
A liderança deve ser estudada e aprendida através da literatura, mas ela deve ser
praticada no dia a dia dos gerentes. É preciso que os gerentes sejam líderes e que os líderes
sejam gerentes. Isso porque, de nada adianta um líder não entender dos processos e um
gerente sem saber liderar com seus funcionários.
Para Daft (2010), gerentes eficazes precisam ser líderes, pois as qualidades que cada
um tem devem ser associadas ao gerenciamento e à liderança. Algumas das qualidades dos
C
O líderes são:
M
P
O
R • Alma
T
A o Visionária
M
E o Apaixonada
N
T o Criativa
O
o Flexível
O
R o Inspiradora
G
A o Inovadora
N
I
o Corajosa
Z
A
o Imaginativa
C
I
o Experimentadora
O
N
o Iniciadora de mudanças
A
L
o Poder pessoal
UNIDADE 3 TÓPICO 3 187
• Mente
o Racional
o Consultiva
o Persistente
o Capacidade de resolução de problemas
o Teimosa
o Analítica
o Estruturada
o Deliberativa
o Autoritária
o Estabilizadora
o Poder da posição
Podemos perceber que estas qualidades, apresentadas por Daft, muitas vezes são
encontradas em uma mesma pessoa. Outro ponto importante é que as pessoas podem diferir
no conjunto de habilidades e qualidades, podendo, por isso, ter atitudes diferentes em situações
parecidas. O ideal é que o gerente desenvolva um conjunto de características que consiga
balancear suas características entre o gerente e o líder e que saiba aplicá-las em diferentes
situações, ora prevalecendo as características gerenciais, ora as de líder.
Para Daft (2010, p. 687), uma diferença fundamental entre gerentes e líderes é que:
Já Gardner (1990) apud Gil (2011) considera 14 atributos: vitalidade física e energia;
inteligência para as tarefas; compreensão dos seguidores e suas necessidades; habilidade para
lidar com as pessoas; necessidade de conquista; capacidade de motivar; coragem, resolução e
perseverança; capacidade de conquistar e manter confiança; capacidade de administrar; decidir
e estabelecer prioridades; confiança; ascendência, domínio e afirmação e adaptabilidade.
C
O
M
P Para Daft (2010, p. 687), “os traços são características pessoais distintivas de um
O
R líder, tais como: inteligência, valores, autoconfiança e aparência”. O autor destaca que, além
T
A das características dos traços, hoje se tem uma preocupação em estudar aspectos como:
M
E características físicas, sociais e relacionadas ao trabalho. O Quadro 13 apresenta as principais
N
T características dos líderes com base no estudo dos traços.
O
O
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G
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I
Z
A
C
I
O
N
A
L
UNIDADE 3 TÓPICO 3 189
Porém, precisamos entender que nem sempre os mesmos traços serão aplicados a
todas as organizações, pois cada pessoa tem características diferentes e seu comportamento,
como vimos na Unidade 2, difere do comportamento dos outros, ou mesmo quando estão
trabalhando em equipe. Outro aspecto é que esta abordagem hoje é pouco aceita pelos
estudiosos de liderança, pois se tem que é possível se formar um líder e que ele desenvolva
as características pertinentes.
Após os estudiosos concluírem que a eficácia dos líderes não estava centrada somente
nos traços de personalidade, surgiram novas teorias. Assim, passou-se a considerar que o C
O
comportamento dos líderes poderia diferir sua atuação nas organizações. Foi a partir dos M
P
estudos de Lewin, em 1930, que iniciaram os estudos acerca da liderança relacionada ao O
R
comportamento. A partir desta nova consideração, os estudos foram canalizados para o T
A
treinamento, para que, desse modo, o líder pudesse ter o comportamento apropriado. M
E
N
T
Daft (2010) explica que dois comportamentos básicos foram identificados: o orientado O
para a tarefa relacionando-o com a escola clássica e o comportamento orientado para pessoas O
R
referindo-se à escola de relações humanas. Já Chiavenato (2010) explica que a partir destes G
estudos foram identificados três estilos de liderança: A
N
I
Z
1. Liderança autocrática: que é a centrada nas tarefas, é caracterizada pelo líder que fixa A
C
diretrizes, centraliza o poder e a tomada de decisão. O líder é dominador e pessoal para I
O
elogiar e criticar o grupo. N
A
L
190 TÓPICO 3 UNIDADE 3
2. Liderança liberal: é caracterizada quando o líder tem pequena participação nas decisões,
dando completa liberdade para que o grupo possa agir, cobrando somente os resultados
finais.
3. Liderança democrática: é orientada para as pessoas, ocorre quando o líder deixa que o
grupo participe das decisões. O líder conduz e orienta o grupo e limita-se aos fatos quanto
aos elogios e críticas ao grupo.
O que se nota é que, de acordo com o comportamento do líder, ele pode tender mais ou
menos para o autocrático e democrático, como se fosse um continuum entre estas extremidades.
Assim, o comportamento do líder pode ser mais ou menos eficaz, dependendo da situação em
que é desenvolvido. C
O
M
As teorias autocrática e democrática, como explica Maximiano (2000), eram P
O
consideradas a princípio como excludentes. Porém, com o passar do tempo e à medida que R
T
a pesquisa sobre liderança evoluiu, foi possível perceber que a tarefa e as pessoas não são A
M
polos opostos da mesma dimensão, mas limites do mesmo território. Assim, considera-se uma E
N
visão bidimensional da liderança, sendo que, nesse sentido, o líder pode combinar os dois T
O
estilos em seu comportamento. O
R
G
Para que o líder seja eficaz, segundo o mesmo autor, deve-se analisar o desempenho A
N
sobre a tarefa e satisfação do influenciado. Se o influenciado se mostrar satisfeito, ao mesmo I
Z
tempo em que apresenta um desempenho satisfatório na realização da tarefa, o estilo adotado A
C
pelo líder é eficaz. I
O
N
A
L
192 TÓPICO 3 UNIDADE 3
C
O
M
P
O
R
T
A
M FONTE: Maximiano (2000)
E
N
T
O Seguindo as considerações deste modelo, tem-se que o líder pode dar mais ou menos
O ênfase à tarefa, ao mesmo tempo em que oferece mais ou menos atenção para as pessoas.
R
G Assim, o modelo apresenta cinco estilos de liderança colocados em uma grade. No eixo
A
N vertical está a preocupação centrada nas pessoas, e no eixo horizontal está a preocupação
I
Z voltada para as tarefas. Neste modelo são atribuídos valores aos estilos, o que gera a seguinte
A
C combinação:
I
O
N l Estilo (9,9) é a gerência de equipes. É considerado o estilo mais eficaz e é recomendado
A
L para os gerentes pelo fato de as pessoas se juntarem para cumprir as tarefas.
UNIDADE 3 TÓPICO 3 193
l Estilo (1,9) é a gerência de clube de campo. Ocorre quando a ênfase está voltada mais para
as pessoas do que para as tarefas.
l Estilo (9,1) é a gerência voltada para a autoridade e obediência. Ocorre quando a eficiência
nas operações é dominante.
l Estilo (5,5) é a gerência do tipo funcionário. Reflete uma preocupação considerada tanto com
as pessoas quanto com a produção.
Através da análise do modelo, temos que quanto mais o estilo de liderança se aproximar
das coordenadas (9,9), ou quanto mais o gerente tiver um comportamento voltado para a gestão
de equipes, melhor e mais eficaz é o estilo de liderança. Porém, o modelo posteriormente sofreu
algumas críticas, por pregar que um determinado comportamento daria certo em qualquer
lugar. Com isso surgiram outras teorias, que consideraram a situação no desenvolvimento da
liderança. É o que vamos ver a seguir.
Esta abordagem, também chamada de situacional, sugere que para ser eficaz a liderança
deve ser ajustada à situação, ao contexto. Esta teoria busca entender qual o melhor estilo para
cada situação. Segundo Maximiano (2000), para que o líder seja eficaz ele deve se ajustar à
situação. O problema que surge deste pressuposto é como avaliar a situação à qual o líder C
O
está exposto, sendo esta uma das principais críticas a esta abordagem. M
P
O
Assim, nesta teoria procura-se estudar em conjunto os estilos, aptidões dos líderes, R
T
suas habilidades de liderança e as necessidades que a situação lhe impõe. Vamos ver alguns A
M
modelos desta abordagem. E
N
T
O
1. Modelo de Tannenbaum e Schmidt
O
R
Este modelo propõe três critérios para que se possa avaliar a situação na qual o líder G
A
está exposto. N
I
Z
A
• O próprio gerente: o modo como o líder se comporta em uma situação está relacionado com C
a sua própria formação, valores, conhecimentos e experiência. I
O
N
A
• Os funcionários: as características dos subordinados de um líder influenciam no estilo que este L
194 TÓPICO 3 UNIDADE 3
adota. Para os pesquisadores, quando o líder percebe que seus funcionários têm capacidades
como entender os propósitos da organização, desejam assumir responsabilidades e tomam
decisões, por exemplo, o líder deve estimular a sua equipe a participar e agir.
2. Modelo de Fiedler
O foco da teoria está em descobrir quando um estilo de liderança é mais eficaz do que
outro. Neste caso, Fiedler estava preocupado em analisar o estilo de liderança em diferentes
situações, sendo mais ou menos favorável. Para Maximiano (2000), o modelo apresenta três
características que podem mostrar o grau de “favorabilidade” de uma situação.
• O grau de ESTRUTURAÇÃO da tarefa, em que quanto mais bem definidas forem, juntamente
com elementos como a organização e certeza, mais favorável é a situação para o líder. Ao
contrário, tarefas imprevisíveis e desorganizadas trazem ambientes desfavoráveis.
• PODER da posição, situação na qual o líder pode agregar ou excluir qualquer integrante
da equipe, sendo-lhe mais favorável a situação. Quanto menos poder, mais desfavorável a
situação para o líder.
A figura a seguir mostra o modelo apresentado por Fiedler. A partir do modelo, o líder
que é orientado para a tarefa é mais eficaz em situações que são mais desfavoráveis para ele.
E orientado para pessoas quando a situação apresenta uma dificuldade menor.
C
O
M FIGURA 29 – MODELO DE FIEDLER
P
O
R
T
A
M
E
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T
O
O
R
G
A
N
I
Z
A
C
I
O
N
A FONTE: Disponível em: <http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_adm_3mod/lider_desenv_gerencial/
L
web/Aula3/verprint.htm>. Acesso em: 14 jan. 2013.
UNIDADE 3 TÓPICO 3 195
Para que o líder possa se basear neste modelo, primeiramente ele deve conhecer qual
é seu estilo de liderança, se é orientado para tarefa ou para pessoas. Após, ele deve conhecer
muito bem a situação na qual se encontra, e analisar se a mesma é favorável ou desfavorável,
para que possa definir qual deverá ser a sua relação com os seus subordinados, qual a estrutura
da tarefa e o poder que lhe é conferido.
3. Modelo de Hersey-Blanchard
O estilo vendedor refere-se a uma preocupação tanto com as pessoas quanto com as
tarefas. Neste estilo, o líder, após explicar as decisões, deixa que os funcionários tirem suas
dúvidas sobre as tarefas que serão desenvolvidas.
O estilo delegação está pautado na baixa preocupação tanto com as pessoas quanto
com as tarefas. Reflete pouca direção e apoio, pois o líder transfere responsabilidades das C
O
decisões, bem como a implementação a seus subordinados. M
P
O
R
A Figura 30 resume a relação entre o estilo de liderança e prontidão dos liderados. T
A
M
E
N
T
O
O
R
G
A
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A
C
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L
196 TÓPICO 3 UNIDADE 3
De acordo com este modelo, o líder deve verificar qual é o nível de prontidão de seus
liderados, e, de acordo com este nível, adotar um estilo de liderança que mais se adapte. Por
exemplo, quando os funcionários demonstram prontidão, como experiências, entendimento dos
objetivos, aceitam responsabilidades, o estilo delegação seria apropriado.
C
O • Pessoas imaturas devem ser tratadas com forte autoridade.
M
P
O
R • Não é possível medir de modo confiável e sistemático a maturidade das pessoas.
T
A
M • A divisão do estilo de liderança em quatro categorias é muito simples.
E
N
T
O • As recomendações de Hersey e Blanchard sobre como liderar com diferentes níveis de maturidade
O
não têm amparo metodológico.
R
G
A • O questionamento para diagnosticar o estilo de liderança não tem suficiente validade.
N
I
Z
A É importante destacar que a maioria das teorias de liderança sofre diversas críticas, pois
C
I
tentam mostrar como se faz para se ter uma liderança de sucesso, ou seja, apresentam receitas.
O
N
A Quando a liderança é aprendida pela junção da teoria e prática, é preciso mostrar os
L
caminhos, os princípios e deixar que os indivíduos desenvolvam seu próprio estilo de liderança.
UNIDADE 3 TÓPICO 3 197
LEITURA COMPLEMENTAR
C
SEM CONFIANÇA NÃO HÁ LIDERANÇA O
M
P
O
Existem centenas de milhares de livros, crônicas, estudos, teorias e textos ensinando R
T
sobre como ser um líder melhor. A
M
E
N
Todas as pessoas, gostem ou não do termo, têm uma imagem internalizada sobre o T
O
que é liderança. Esta serve de exigência de si mesmo e em relação aos outros pares, as suas
O
expectativas frente a seus subordinados e seus chefes no trabalho, e reflete sua opinião sobre R
G
aquelas autoridades que dirigem os destinos das organizações, da nação e do mundo. Esta A
N
imagem forma o julgamento de cada pessoa de “porque as coisas são como são” e “o que I
Z
precisaria ser feito para mudar”. A
C
I
O
Todos têm uma imagem do líder: próxima ou distante, positiva ou negativa, explícita ou N
A
não. Reconhecê-la é um passo importante para seu desenvolvimento pessoal. L
198 TÓPICO 3 UNIDADE 3
Por exemplo, quando um líder diz para seus liderados exatamente quando e como fazer,
ele se torna o único responsável pelo resultado das tarefas.
Se der errado, não há problema, pois a culpa foi somente do chefe. Foi ele quem mandou
fazer desse ou daquele jeito. Por outro lado, quando o líder permite ao liderado definir sua
própria estratégia de trabalho e passa a se concentrar no resultado final, ele inverte a situação.
Depois de pensar, o liderado irá escolher uma alternativa de ação. Como ele mesmo foi o autor
e mentor da ideia, ficará automaticamente comprometido com o resultado da mesma.
Sendo assim, tudo começa pela autoliderança, ou seja, liderar a si próprio. Liderar sua
mudança, sua adaptação ao que é necessário, ao que você quer atingir e ao que os seguidores
necessitam para alcançar a meta desejada.
FONTE: RECINELLA, Roberto. Sem confiança não há liderança. Disponível em: <www.administradores.
com.br/informe-se/artigos/sem-confianca-nao-ha-lideranca/65103/. Acesso em: 14 jan. 2013.
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UNIDADE 3 TÓPICO 3 199
RESUMO DO TÓPICO 3
• A liderança é uma questão central nas organizações, pois é preciso entender como os gerentes
lideram seus funcionários.
• Quando uma pessoa tentar modificar o comportamento de outra, está exercendo uma
influência interpessoal.
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200 TÓPICO 3 UNIDADE 3
IDADE
ATIV
AUTO
3 Um líder pode ter, de acordo com a abordagem dos traços, alguns aspectos que
explicam seu sucesso enquanto líder. Quais são as principais características do líder
a partir desta abordagem?
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UNIDADE 3 TÓPICO 5 201
IAÇÃO
AVAL
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202 TÓPICO 3 UNIDADE 3
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UNIDADE 3 TÓPICO 5 203
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