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A u m e n to d a d e m a n d a T r a to r e s p ira tó r io
C iru rg ia s , tra u m a s
- . _ . . . . . . . . . . - . V
H e m o d iá lis e
■ T e le a n g ie c ta s ia h e m o rrá g ic a h e re d itária
E sp orte d e a lto d e s e m p e n h o
D istú rb io s d a h e m os ta s ia
S a n g ra m e n to factício
As queixas costumam ser leves, pois a anemia se insta- incapaz de detectar DF sem anemia. Frequentemente
la de maneira insidiosa, gerando adaptação, e há pacientes se observa hipocromia, microcitose, aumento do índice
completamente assintomáticos. Pode-se observar palidez de Anisocitose Eritrocítica (RDW) e plaquetose, além
cutaneomucosa, fadiga, baixa tolerância ao exercício, redu- da presença de anisocitose, poiquilocitose, hemácias em
ção do desempenho muscular, perversão alimentar ou pica
charuto, eliptócitos e reticulocitopenia ao exame micros-
(desejo e consumo de substâncias nào nutritivas como gelo,
cópico.’’
terra, sabão, argila), baqueteamento digital e coiloníquia
A avaliação dos estoques de ferro na medula óssea a
(unhas em forma de colher), atrofia das papilas linguais,
estomadte angular e disfagia (formação de membranas eso- partir da coloração do tecido medular pelo corante de
fágicas ou síndrome de Plummer-Yinson).'11" Perls é considerada padrão-ouro no diagnóstico de DF. E
exame invasivo, de reprodutibilidade e acurácia questioná-
veis, não tendo papel na prática clínica diária. No mielo-
D IA G N Ó S T IC O
grama observa-se hiperplasia eritroblástica com displasias
() hemograma é um teste rápido, barato e ampla- morfológicas na DF moderada até hipoplasia das três linha-
mente disponível no rastreio de anemia ferropriva, mas gens da DF grave prolongada?
Tratado de Hematologia
A dosagem da ferritina sérica está diretamente rela- ferro sérico, permitem o cálculo do índice de Saturação
cionada com a concentração de ferritina intracelular e, por- de Transferrina (IST). O IST é calculado a partir da razão
tanto, com o estoque corporal total." Deficiência de ferro [Ferro sérico/TIBC] ou [Ferro sérico/Transferrina x 0,71],
é a única condição que gera ferritina sérica muito reduzida, variando de 20 a 45%.14
o que torna a hipoferritinemia bastante específica deste O último passo na síntese de Hb é a inserção de um
diagnóstico.12No entanto, valores normais ou elevados de átomo de ferro na protoporfirina para formação do heme.
ferritina não excluem a presença de DF, pois a ferritina é Na DF, zinco é incorporado no lugar do ferro, formando a
uma proteína de fase aguda, tendo sua concentração séri- Zmcoprotoporfirina (ZPP). A taxa de elevação de ZPP é
ca aumentada na presença de inflamação, infecção, doença
proporcional ao déficit de ferro na medula em relação á eri-
hepática e malignidade, mesmo na presença de DF grave.13
tropoese, e a elevação de ZPP é o primeiro marcador de eri-
Ferro sérico é a fração do ferro corporal que circula tropoese deficiente em ferro, embora não seja específico.14
primariamente ligado à transferrina, e encontra-se reduzido
O fragmento solúvel do receptor de transferrina
na DF. Varia com o ritmo circadiano e a alimentação e, por
(sTfR) é derivado do receptor de transferrina de todas as
isso, a coleta de sangue para sua dosagem deve ter horário
células, porém os principais geradores desse fragmento são
e jejum padronizados. Está também reduzido na presença
os eritroblastos e reticulócitos.“’ Assim, a concentração de
de inflamação, não devendo, desta forma, ser utilizado iso-
sTfR reflete a atividade eritropoética e se encontra elevada
ladamente para avaliação de DF.14
na DF.14A razão do sTfR pelo logaritmo da ferritina sérica
Transferrina, proteína transportadora específica de
(sT fR/log da ferritina) mostrou-se útil na determinação
ferro, tem capacidade de ligar simultaneamente duas molé-
de DF em pacientes com anemia de doença crônica. O
culas de ferro. Sua produção é regulada pelo ferro corporal,
principal problema da dosagem de sTfR é a falta de pa-
aumentando quando os estoques estão exauridos. Pode ser
dronização internacional que permita comparação entre os
dosada diretamente ou por meio da avaliação da Capaci-
diferentes ensaios, o que impede sua ampla utilização.10’13’13
dade Total de Ligação de Ferro ( T u la l I iu n B in d in g
C a p a c ity - TIBC), ensaio que permite a estimativa dos A dosagem plasmática ou urinária de hepcidina ainda
sírios de ligação de ferro disponíveis.'3A transferrina sérica não está comercialmente disponível, mas parece promis-
se eleva em condições como gestação e uso de contracep- sora em estudos preliminares na distinção entre anemia
tivos orais, estando reduzida na presença de inflamação, ferropriva e anemia de doença crônica. Seus níveis estão au-
infecção, malignidade, doença hepádca, síndrome nefróti- mentados na presença de inflamação e de estoques de ferro
ca e desnutrição. Transferrina ou TIBC, juntamente com o elevados, e reduzidos na presença de DF.lj (Tabela 20.2)
l í --------------------------1 - v ; . - :
1 1 Tab el a 2 0 . 2 1
[Ferro m e d u la r
fQlKllüínitíífl
A u s e n te
7 i á í s s p i i @
A u s e n te
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A u s e n te
Zinco p ro to p o rfirin a N N ou T t
Ferritina N ou 4 4 4
Ferro sérico 4- ir 4
Reticulócitos N ou 4- 4- 4
V o lu m e C o rpu s c ular M é d io (V C M ) N N ou 4 4
.
Indice d e A n is o c ito s e E ritro citária (R D W ) N N ou t t
H em o g lo b in a N N ou i
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L fío b e la 2 0.3 }_ __ __ _ _ _ _ _ _ _
► S a is d e f e r r o p a ra r e p o s iç ã o o ra l d is p o n ív e l n o B ra s il.
................. ....
S o lu ç ão : 3 3 0 m g /m L 100 m g /m L 1 m L /5 kg d e poso
G o tas : 1 8 2 m g /m L 5 0 m g /m L 1 g o ta /k g d e peso
a a- . .v . . ■ m à : F la c o n e te s : 2 5 0 m g /5 m L 5 0 m g /5 m L 4 fla c o n e tes
G o tas: 2 5 0 m g /m L 5 0 m g /m L 1 g o ta /k g d e peso
F e rro c a rb on ila
D rá g e a : 4 0 0 m g 120 mg K f 2 d rág eas
(3 3 % d e Fe e lem e n ta r)
Intolerân cia , m á ad e sã o , aus ên cia de respo sta ao ferro oral, N e ce ss id a de d e e le va çã o m u ito rápida d os e sto q ue s de ferro
a d espeito d e m o d ifica ç ã o d e d ose, sal, p o so lo g ia , inge stã o para ev ita r d e s c o m p en s aç ão clínica
com a lim en tos D o ação d e g ra n d e q u a ntid a d e de sa ngue (ex.: au to tran sfusão)
A n em ia p o r de ficiê n cia d e fe rro a pa rtir d e s eg u n d o trim e stre P acien tes c o m insuficiên cia renal crôn ica rec e b e n d o e ritro -
de g es taç ão 2 po etin a
M á ab so rçã o intestina l (ex.: d oe n ça in fla m ató ria in testinal) P acien tes co m insuficiênc ia ca rdía ca co nges tiva e DF: estudos
D oença intestinal qu e p o d e se r a g rav ad a p ela ferro te ra p ia rec ente s d e m o n s tra ra m a u m en to da cap ac id a de fu n cio nal e
(ex.: re toc olite ulc erativ a) m elh o ra dos sinto m as de b a ixo d é b ito 22
S an g ra m e n to que ex c e d e a c ap ac id a de de ab s o rç ão
Várias metanálises mostraram que a erradicação do H . estatísticas de DE21 Além disso, recomenda-se reposição
p jt o r iassociada à ferroterapia oral é mais efetiva que a ferro- profilática com ferroterapia oral durante a gestação, nas lac-
terapia oral isolada, e há evidência de que a presença dessa tantes, e nas crianças até cinco anos de idade/’ Especifica-
bactéria é causa de resistência à ferroterapia; assim, há cor- mente na gestação, as estratégias recomendadas pela OMS
rentemene recomendação de que se investigue a presença para prevenção de ADF mostraram redução na prematuri-
e se trate a infecção pelo H . p y /o ri após exclusão de sangra- dade em até 50%, mortalidade neonatal em até 55%, nasci-
mento pelo trato gastro-intestinal.2" turos de baixo peso em 16% e mortalidade infantil em até
31%. A dose recomendada é de 100 mg de ferro elemen-
tar/dia para gestantes e lactantes, 30 mg de ferro elemen-
P R O FIL A X IA tar/ dia para pré-escolares e 30-60 mg de ferro elementar/
Em alguns países já foi implantada a suplementação dia para crianças em idade escolar, em períodos de duas a
universal de ferro na farinha de trigo, visando a reduzir as três semanas, várias vezes ao ano.2
I REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. W7H.O Iron deficiencj- anaemia. Micronutrient deficiencies. 2011. Pnternet]. [acesso em 2013 aug 09]. Disponível em:
http://\vww.who.int/nutrition/topics/ida/en/ .
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J Clin Pathol. 2011;64(4):281-6.