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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO INSTITUTO FEDERAL DE

EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAPÁ: O PERCURSO DE


ELABORAÇÃO

Tatiana Duarte da Silva;


Amparo Villa Cupolillo;
Marisandro de Jesus Belém;
Crislaine Cassiano Drago.

Instituto Federal do Amapá – IFAP - reitoria@ifap.edu.br

RESUMO

Em 29 de dezembro de 2008, a Lei nº 11.892 transforma a Escola Técnica Federal do


Amapá - ETFAP em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá - IFAP,
vinculado ao Ministério da Educação, com natureza jurídica de autarquia, sendo detentor de
autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar. O IFAP é
regido pelos atos normativos, pela legislação federal e pelos seguintes instrumentos normativos:
Estatuto; Regimento Geral; Resoluções do Conselho Superior; Atos da Reitoria.

Dispõe o PDI, requisito imprescindível para reconhecimento e avaliação de seus cursos, de


acordo com o Decreto nº 5.773, de 2006. O conteúdo mínimo do PDI está definido pelo artigo 16
deste decreto, e a partir do Fórum de Pró-Reitores de Desenvolvimento Institucional (FDI) foi
apresentado o resultado das reflexões desse fórum instruindo todos os Institutos Federais na
construção de seu instrumento de planejamento institucional. Conforme este decreto, a cada cinco
anos, o Instituto Federal deverá elaborar um novo PDI.

O Ifap por se constituir como autarquia federal com características específicas, tem a
obrigatoriedade de também elaborar anualmente o seu Plano de Ação contendo as estratégias, as
ações as metas para cada ano de vigência do PDI. O PDI, que é visto como um instrumento que
subsidia e orienta as ações de Gestão da Instituição, baseado no planejamento institucional, foi
elaborado para o exercício 2014-2018 do Ifap por várias Comissões constituídas para a construção
deste documento, entre elas uma Comissão Central e outras doze Comissões Temáticas. Dentre as
Comissões Temáticas, foi composta a Comissão do Projeto Pedagógico Institucional – PPI/PPP,
objeto deste estudo.

Diante da importância que o Projeto Político Pedagógico - PPP adquiriu para o IFAP nos
últimos cinco anos, despertou-se o interesse científico em analisar o processo de elaboração do PPP
do IFAP, identificando as práticas de formação das comissões, as concepções de democracia e
participação dos autores envolvidos, verificando os instrumentos e meios utilizados na construção
deste documento; Identificando as dificuldades na elaboração de um PPP dentro de um Instituto que
tem quatro Câmpus. Nessa perspectiva, ampliar a reflexão sobre o percurso da construção do
Projeto Político Pedagógico(PPP) no âmbito do Instituto Federal do Amapá(IFAP) é contribuir para
a legitimidade democrática deste processo. A força do Projeto Político Pedagógico advém da união
do grupo que compõem o corpo da instituição e seu desempenho em transformar a realidade em que
se vivencia, intensificando e consolidando dessa forma a autonomia e a participação legítima de
todos os envolvidos.

“O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explicito,
com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola
é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso
sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no
sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade.”[...].
(VEIGA, 2004).

VEIGA (2004), enfatiza a importância que o projeto político pedagógico abrange, tanto na
área educacional, social, e política. Tendo em vista que, este documento é uma construção possível,
construída por todos os componentes da comunidade escolar para benefício da mesma e de todo o
processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, faz-se necessário que todos os profissionais da
escola tenham sensibilidade de mobilizar de forma espontânea o “querer fazer”, transformando a
Instituição a partir das ações propostas, discutidas e descritas no Projeto Político Pedagógico.

Segundo LIBÂNEO (2004), o PPP é o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações
do processo educativo a ser desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e
legais do sistema de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar.

O projeto político pedagógico tem caráter sociopolítico, pois pode ser considerado um
instrumento que mobiliza ações recíprocas entre o fazer pedagógico e o contexto político visando a
construção e a efetivação da democracia escolar. Sendo assim, segundo Veiga (2004), a elaboração
do PPP pode contribuir na construção de um processo democrático, minimizando conflitos,
buscando eliminar as relações competitivas, buscando a harmonia da equipe organizando o trabalho
pedagógico da escola em sua globalidade. Essa união de opiniões segundo LUCK (2008) pode
ocasionar inclusive a satisfação pessoal, pelo fato do indivíduo perceber-se como importante para o
grupo.

“Para que a construção do Projeto Político Pedagógico seja possível não é necessário
convencer os professores, a equipe escolar e os funcionários a trabalhar mais, ou mobilizá-
los de forma espontânea, mas proporcionar situações que lhes permitam aprender a pensar
e a realizar o fazer pedagógico de forma coerente”.(VEIGA, 2004).

Ao acreditar na educação e na construção coletiva de um PPP escolar, ousa-se sonhar.


Através do sonho, as metas lançadas em um projeto assumem o caráter que podem ser alcançados.
É na utopia que se encontra a força para concretizar o almejado, objetivo coletivo, com a
participação de todos e para todos. Pois conforme HARBERMAS(1995), todos fazem política, no
entanto entende-se política como um “complexo de vida ético”, onde todos tornam-se dependentes
uns dos outros, conscientemente e com vontade, favorecendo a atuação coletiva como “portadora de
direitos livres e iguais”.
Assim, compreende-se que, da educação dependem os valores adquiridos pelo homem. Por
isso, é imprescindível a vontade política de elevar ao topo a qualidade do processo educativo em
todos os níveis educacionais, a fim de não permitir que se perca nenhum talento e potencializar o
imenso caudal intelectual e emocional dos membros das sociedades.

“A tarefa essencial é restituir ao trabalhador a possibilidade de realizar suas capacidades e


desenvolver-se através do trabalho: isto é, possibilidades de conhecer, de apropriar-se, de
transformar o processo de produção, aproveitando as potencialidades do desenvolvimento
cientifico e técnico.” (Lettieri Apud Gorz, 1996, op. cit. p.58)

E é nessa relação entre participar, construir, atuar e tornar efeito o direito político, que
grande parte dos autores do meio acadêmico brasileiro dirigem suas análises acerca do
planejamento participativo.
O referido estudo buscará contribuir de forma valorosa para o processo de Desenvolvimento,
Planejamento e Organização Institucional, identificando a (in)existência de atos democráticos e
participativos que possam ter sustentado a construção do PPP do Instituto Federal do Amapá -
IFAP, bem como identificar todas as etapas dessa construção. Este estudo pretende somatizar ao
avanço de produções científicas nessa área do conhecimento, possibilitando reflexões sobre o
processo analisado, subsidiando Instituições de Formação e correlatas no aprimoramento desta
estratégia de planejamento.

O objeto de estudo será descrito com todas as suas formas, meios, instrumentos, sujeitos,
concepções envolvidas no processo de elaboração do PPP do IFAP. Em relação aos procedimentos
metodológicos, está sendo realizada a pesquisa documental(PDI, Regulamentações, Pareceres,
Portarias, Atas, etc..) e bibliográfica(livros, artigos, periódicos, internet, etc..), como forma de
reunir dados importantes para o estudo da presente temática. Quanto à natureza dos dados, as
características da pesquisa se enquadram em uma abordagem qualitativa, visto que todo o processo
de elaboração, o percurso será descrito e analisado sob todos os aspectos eminentemente utilizados
e percebidos. Nesta primeira etapa, busca-se estabelecer os sujeitos da pesquisa, definindo-os como
autores deste processo. Na segunda etapa, através da narrativa, promover dentro das categorias de
análise, o levantamento de concepções sobre democracia na elaboração, participação e
planejamento referente ao processo supracitado. A etapa final deste estudo dar-se-á sobre os olhares
das minuciosidades do processo, em relação a forma, meios, instrumentos utilizados nesta
elaboração. Tais etapas são fundamentais para a análise do processo de elaboração do Projeto
Pedagógico Institucional.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96 – L.D.B. Brasília, 1996.


MATOS, Junot Cornélio. O projeto pedagógico como instrumento de gestão. Recife. FASA, 2006.
VASCONCELOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político
pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 7ª Ed. São Paulo: Libertad, 2006.
VEIGA, Vilma Passos A. Escola: Espaço do Projeto Político Pedagógico. In: Veiga, Ilma Passos A;
RESENDE, Lúcia Maria Gonçalves de. (org). 5ª Ed. Coleção: Formação e Trabalho Pedagógico.
São Paulo: Papirus, 1998. VEIGA, I. P. A. Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção
possível. 10ed. Campinas, SP: Papirus , 2000.
VEIGA, Ilma Passos A. Projeto Político Pedagógico: uma construção possível. 17ed.Campinas/SP:
Papirus, 2004.

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