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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


Instituto de Ciências Humanas e Filosofia
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Disciplina: Teoria Antropológica Contemporânea

Professor: Sidnei Peres.


2º Semestre Letivo de 2018.
Horário: Sextas, 14h às 17h.

Descrição Geral:
Estudo da construção das problemáticas básicas das diferentes perspectivas teóricas
e metodológicas existentes na Antropologia contemporânea. Relações da antropologia com
outras disciplinas.

Apresentação:
Este programa de Teoria Antropológica Contemporânea está organizado por seis
grandes eixos temáticos que abrangem algumas principais discussões epistemológicas e
éticas que caracterizaram a antropologia na segunda metade do século XX. Tal escolha
ocorreu para evitar uma mera sobreposição aleatória de textos e autores, sem pretender
cumprir a tarefa impossível de cobrir a imensa gama da produção científica da disciplina no
período mencionado, mas oferecendo um quadro bastante satisfatório da riqueza, da
diversidade e do desenvolvimento dos problemas, preocupações, desafios e soluções que
constituem o arsenal de ferramentas analíticas disponíveis atualmente nesta área do
conhecimento. Alguns posicionamentos que se tornaram proeminentes neste período de
agudas sensibilidades e difundidos esforços por mudanças estarão presentes em algumas
unidades, tais como os pós-modernismos (ou pós-estruturalismos, ou pós-colonialismos),
os marxismos e os feminismos. É claro que toda a história da disciplina foi marcada por
constantes transformações, mas podemos estabelecer os limites temporais (sem nenhuma
pretensão de rigor) em que ocorreram profundos abalos (quer consideremos justificados ou
não) nos padrões convencionais de auto-representação dos antropólogos sobre seu ofício a
partir de meados dos anos cinquenta e início dos anos sessenta do século XX (cujos sinais
já verificamos em anos anteriores). Sem pretender esgotar a lista destas iniciativas de
revisão de paradigmas, temos a virada hermenêutica; a intensificação e renovação das
reflexões em torno da dádiva, do mercado e do consumo; as preocupações com o
colonialismo, com o sistema mundial e com o papel da antropologia nestes contextos; as
novas abordagens sobre conhecimento, simbolismo e poder; a ampliação e visibilidade
acadêmica dos estudos sobre a construção social da pessoa (redefinidos pelas mais recentes
abordagens sobre agência, Self e identidade); e os acirrados e eloquentes debates sobre as
bases éticas e epistemológicas das representações antropológicas sobre a alteridade vigentes
no trabalho de campo, na etnografia e nos padrões de elaboração e uso dos conceitos de
cultura e sociedade. É claro que as unidades não são estanques, o material bibliográfico que
compõe cada uma delas foi selecionado apenas por apresentar as ênfases respectivas,
podendo dialogar com os autores e textos das outras unidades.

1ª Aula: apresentação do programa da disciplina.


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1. Prática Social e Simbolismo: atores, códigos e interpretações.

2ª Aula:
• Levi-Strauss, Claude. Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
1970. Capítulo I, III e IX.

3ª Aula:
• Turner, Victor. Dramas, Campos e Metáforas: ação simbólica na sociedade humana.
EDUFF, 2008. Capítulo 1.
• Geertz, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. Capítulo 1.
• Sahlins, Marshall. Ilhas de História. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1990. Capítulos 4.

4ª Aula:
• Barth, Fredrik. A análise da cultura nas sociedades complexas; O guru e o iniciador:
transações de conhecimento e moldagem da cultura no sudeste da Ásia e na Melanéisa;
Por um maior naturalismo na conceptualização das sociedades. In: _____. O guru, o
iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2000.

2. A Dádiva, a Mercadoria e o Consumo: a economia moral e política de produção


das coisas e das pessoas.

5ª Aula:
• Taussig, Michel. O diabo e o fetichismo da mercadoria. In: _____. O diabo e o
fetichismo da mercadoria na América do Sul. São Paulo: Editora UNESP, 2010.
• Appadurai, Arjün. The Social Life of Things: Commodities in Cultural Perspective.
Cambridge: Cambridge University Press, 1986. Capítulos I e II.
• Friedman, Jonathan. Introduction. In: _____ (org.). Consumption and Identity.
Switzerland: Harwood Academic Publishers, 1994.

3. Conhecimento, simbolismo e práticas: linguagem, comunicação e tradição na


construção social da realidade.

6ª Aula:
• Claude Levi-Strauss. O Pensamento Selvagem. Campinas, SP: Papirus, 2005. Capítulos
1.
• Goody, Jack. A Domesticação da Mente Selvagem. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
Capítulos 1, 3 e 4.
• Escobar, Arturo. Movimentos sociais e biodiversidade no Pacífico Colombiano. In:
Santos, Boaventura de Souza (org.). Semear outras soluções: os caminhos da
biodiversidade e dos conhecimentos rivais. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

7ª Aula:
• Barth, Fredrik. Balinese Worlds. Chicago: University of Chicago Press, 1993. Capítulos
11 a 15.
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4. Modernidade, Sistema Mundial e Diversidade Cultural: o local, o global e a


situação etnográfica.

8ª Aula:
• Wolf, Eric. Aspectos das relações de grupos em uma sociedade complexa: México.
In:_____. Antropologia e Poder. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo;
Editora Unicamp, 2003
• Sahlins, Marshall. Adeus aos tristes tropos: a etnografia no contexto da moderna
história mundial. Cultura na Prática. Rio de Janeiro: EDUFRJ, 2004.

9ª Aula.
• Marcus, George & Fischer, Michel. Taking account of world historical political
economy: knowable communities in larger systems. In: _____. Anthropology as
Cultural Critique: un experimental moment in the human sciences. Chicago and
London: The University of Chicago Press, 1986.
• Hannerz, Ulf. The Global Ecumene. Cultural Complexity. New York: Columbia
University Press, 1992.

10ª Aula:
• Friedman, Jonathan. Globalization and localization. Cultural Identity and Global
Process. London: Sage, 1994.
• Amselle, Jean-Loup. Etnias e espaços: por uma antropologia topológica. In: Amselle,
Jean-Loup & M’Bokolo (orgs.). No Centro da Etnia: etnias, tribalismo e Estado.

5. Self, Identidade e Pessoa: cultura, poder e agência na antropologia.

11ª Aula:
• Geertz, Clifford. Pessoa, Tempo e Conduta em Bali. In: _____. A Interpretação das
Culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
• Sökefeld, Martin. “Debating Self, Identity, and Culture in Anthropology”. Current
Anthropology. 40 (4): 417-447, 1999.

12ª Aula:
• Marcus, George & Fischer, Michel. Conveying Other Cultural Experience: the person,
Self, and emotions. In: _____. Anthropology as Cultural Critique: un experimental
moment in the human sciences. Chicago and London: The University of Chicago Press,
1986.
• Sahlins, Marshall. Cultura e ação na história. In: _____. História e cultura: apologias a
Tucídides. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
• Das, Veena. Violence and the work of time. In: Cohen, Anthony. Signifying identities:
anthropological perspectives on boundaries and contested values. London: Routledge,
2000, pp. 59-75.
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6. Abalos éticos e epistemológicos na antropologia contemporânea.

13ª Aula:
• Berreman, Gerald. Is Anthropology Alive? Social Responsibility in Social
Anthropology. Current Anthropology, 9 (5): 391-396.
• Geertz, Clifford. O pensamento como ato moral: dimensões éticas do trabalho de campo
antropológico nos países novos. In: _____. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
• Geertz, Clifford. Estar lá: a antropologia e o cenário da escrita. In: _____. Obras e
Vidas: o antropólogo como autor. Rio de Janeiro: EDUFRJ, 2005.
• Clifford, James. Sobre a autoridade etnográfica. A Experiência Etnográfica.
Antropologia e Literatura no Século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.

14ª Aula.
• Rosaldo, Renato. Culture and Truth: the Remaking of Social Analysis. Boston: Beacon
Press, 1993. Capítulos 1, 2 e 3.
• Marcus, George & Fisher, Michel. Anthropology as Cultural Critique: an experimental
moment in the human sciences. Chicago and London: University Chicago Press, 1986.
Capítulos 1, 2 e 5.

15ª Aula:
• Sahlins, Marshall. “O Pessimismo Sentimental” e a Experiência Etnográfica: Por Que a
Cultura não é um “Objeto” em Via de Extinção. Parte I. Mana. 3 (1): 41-73, 1997.
• __________. “O Pessimismo Sentimental” e a Experiência Etnográfica: Por Que a
Cultura não é um “Objeto” em Via de Extinção. Parte II. Mana. 3 (2): 103-150, 1997.
• Gupta, Akhil & Ferguson, James. “Beyond ‘Culture’: Space, Identity and the Politics of
Difference”. Cultural Anthropology. 7: 6-23, 1992.
• Bensa, Alban. Da micro-história a uma antropologia crítica. In: Revel, Jacques
(organizador). Jogos de escalas: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 1998.

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