Professional Documents
Culture Documents
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................... 4
1. A
INFLUÊNCIA DOS HÁBITOS ALIMENTARES
NA DOENÇA CARDIOVASCULAR........................................ 5
1.1. ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E A IMPORTÂNCIA
DAS VITAMINAS............................................................................................. 5
1.2. VITAMINA K E DOENÇA CARDIOVASCULAR...................................... 7
2. VITAMINA K2........................................................................ 8
2.1. VITAMINA K2 E SUAS ISOFORMAS.......................................................10
2.2. MECANISMO DE AÇÃO DA K2...............................................................11
2.3. MENAQ7®.......................................................................................................13
3. EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS.................................................17
4. DOISKA................................................................................20
4.1. VITAMINA K2 E ANTICOAGULANTES ORAIS.......................................20
CONCLUSÃO...........................................................................24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................25
3
INTRODUÇÃO
A principal causa de morbimortalidade, tanto em nível nacional como mundial, são as doen-
ças cardiovasculares (DVCs), acarretando em mais de 7 milhões de óbitos por ano em todo o
mundo, principalmente em grupos vulneráveis, como idosos, mulheres, pessoas de menor
renda e escolaridade (BONOTO et al., 2016).
Dados do Ministério da Saúde verificaram a ocorrência, em 2010, de 326 mil mortes por DVC,
ou seja, cerca de 1.000 mortes/dia, das quais 200 mil se deram exclusivamente à doença isquê-
mica do coração e a doenças cerebrovasculares (SIMÃO et al., 2014). Além da mortalidade, es-
tas doenças causam danos irreversíveis, tais como limitações e dependências, que influenciam
diretamente a qualidade de vida (MUNARI, 2009).
Entre os fatores de risco de maior probabilidade para o desenvolvimento das doenças cardio-
vasculares (DVCs) estabelecidos desde o estudo de Framinghan, destacam-se o fumo, a hiper-
tensão arterial, as dislipidemias e a presença da doença aterosclerótica, e o diabetes mellitus
(SIMÃO et al., 2014). A obesidade e a inatividade física foram positivamente associadas com o
risco de desenvolver DVC, constituindo-se nos fatores de risco mais significativos (GRUNDY,
1998). Da mesma forma, o National Cholesterol Education Program (NCEP), a American Heart
Association (AHA), a Sociedade Europeia de Cardiologia e a Sociedade Brasileira de Cardiolo-
gia têm assinalado a fundamental implicação da obesidade, da dieta e da inatividade física no
risco cardiovascular (SIMÃO et al., 2014; KRAUSS, 2000; NCEP, 2001). A predisposição genética
e os fatores ambientais também podem contribuir para simultaneidade desses fatores, em
indivíduos com estilo de vida pouco saudável (WHO, 2009).
No entanto, dentro do marco mais amplo da promoção da saúde, os fatores de risco podem
ser considerados como respostas às condições de vida adversas, e as ações devem incluir a
criação de ambientes favoráveis à saúde. Considerando que grande parte dos fatores de risco
é passível de modificação, investir em ações de promoção e prevenção para mudanças no es-
tilo de vida que aumentem a qualidade e a expectativa de vida se faz imprescindível.
4
1. A INFLUÊNCIA DOS HÁBITOS ALIMENTARES
NA DOENÇA CARDIOVASCULAR
Há muitas décadas, evidências científicas vêm demonstrando que muitas doenças crônicas são
evitáveis pelo estilo de vida seguido. Como fatores de risco e doenças subsequentes podem
ter início precoce, esforços em promoção da saúde e prevenção de doenças são imperativos
para adiar a mortalidade, melhorando a qualidade de vida e diminuindo o peso econômico no
sistema de saúde.
Estilo de vida saudável é um dos pilares para a prevenção da DCV e a intervenção nutricional
exerce importante papel na prevenção e tratamento da dislipidemia, obesidade, hipertensão
arterial, diabetes mellitus e síndrome metabólica.
Embora o plano alimentar ideal deva ser individualizado, fatores dietéticos que são benéficos
para a perda e manutenção de peso, bem como para a redução do risco cardiovascular e dia-
betes mellitus tipo 2 devem ser recomendados para todos os indivíduos, como estratégia de
prevenção primária.
5
As vitaminas e minerais desempenham impor-
tantes funções no metabolismo humano, sendo
essenciais para a manutenção da saúde. Desta for-
ma, a ingestão inadequada desses nutrientes pode
ocasionar um estado de carência nutricional, sen-
do conhecidas diversas manifestações patológicas
decorrentes dessa situação (MORATO, 2008).
Embora seja consenso na comunidade científica que uma alimentação equilibrada pode for-
necer a uma pessoa saudável quase todos os nutrientes necessários e nas quantidades ade-
quadas, o consumo de suplementos vitamínicos ou minerais é amplamente difundido em
diversos países, sendo esses utilizados como auxiliares em tratamentos nutricionais. O reco-
nhecimento de sinais causados por deficiência ou excesso é fundamental para o tratamento
precoce destas situações.
A prevenção de deficiências vitamínicas se torna fundamental à medida que, cada vez mais,
os métodos de armazenamento e preparo dos alimentos facilitam perdas vitamínicas e mine-
rais. A impossibilidade de realizar refeições saudáveis e nutritivas, bem como a evolução dos
hábitos alimentares na sociedade, são outros fatores determinantes nos quadros de deficiên-
cias. A suplementação vitamínico e/ou mineral neste momento assume grande destaque. O
consumo regular adequado às necessidades individuais atua de forma profilática, evitando
surgimento de diferentes doenças ocasionadas por carências de vitaminas e minerais (COMI-
NETTI; COZZOLINO, 2013).
6
1.2. VITAMINA K E DOENÇA CARDIOVASCULAR
7
2. VITAMINA K2
As vitaminas são substâncias orgânicas presentes em pequena quantidade nos alimentos, ten-
do por finalidade a participação em variadas reações metabólicas controladas por enzimas e
coenzimas. O organismo humano promove a síntese de algumas vitaminas, necessitando, no
entanto, do suprimento alimentar (MINDELL, 1996).
Dentre as vitaminas lipossolúveis, destaca-se a vitamina K, que foi descoberta em 1929 por
Henrik Dam, que observou a ocorrência de hemorragia como sinal característico de uma dieta
livre de gorduras. Em 1935, foi relatado que esse sintoma era aliviado pela ingestão de uma
substância solúvel em gordura, a qual denominou vitamina K ou vitamina da coagulação (a
designação vitamina K deriva da primeira letra da palavra dinamarquesa koagulation) (KLACK,
2006; DÔRES, 2001; GRÖBER, 2014).
A vitamina K é dividida sob três formas principais, mas duas ganham destaque por suas fun-
ções: K1 e K2 (Figura 1).
•F
iloquinona (vitamina K1): é a forma predominante, conhecida por seu papel funda-
mental na coagulação sanguínea. Está presente nos vegetais e hortaliças de folhas verde
escuras. É preciso ingerir apenas 50 gramas destes vegetais para ter a quantidade diária
recomendada de vitamina K1 (KLACK, 2006; DÔRES, 2001; DÔRES, 2010; GRÖBER, 2014).
8
Figura 1: Estrutura química das diferentes formas de vitamina K: K1 e K2
Fonte: Adaptado de KLACK, 2006; DÔRES, 2001; DÔRES, 2010; GRÖBER, 2014.
Apesar de poder ser produzida endogenamente por bactérias benéficas que colonizam o intes-
tino, a absorção intestinal dessa fonte parece ser mínima, contribuindo pouco para as necessida-
des de vitamina K2 do corpo, especialmente para os ossos e artérias (SUTTIE, 1995). Portanto, a
obtenção diária de vitamina K2 acaba sendo direcionada para as fontes dietéticas. Mas é preciso
consumir quantidades extremamente elevadas das fontes alimentares diariamente, a fim de ob-
ter uma ingestão suficiente de vitamina K2 (DÔRES, 2001). Sabe-se hoje que a melhor fonte de
vitamina K2 é um prato tradicional japonês feito de soja fermentada chamado natto, que é rica
exclusivamente em menaquinona-7 (MK-7) (GRÖBER, 2014). Como o natto permanece impo-
pular no mundo ocidental, pois seu odor e textura não são agradáveis, a suplementação com
vitamina K2 adicional é vista como uma alternativa ideal (Figura 2) (KANEKI, 2001).
Figura 2: Natto é um prato tradicional obtido a partir da fermentação da soja, sendo rico em proteínas e vitamina K2
9
Figura 3: Quantidade de vitamina K1 vs. K2 em diferentes fontes alimentares.
Fonte: MARESZ, 2015
Entretanto, as autoridades de saúde não estabeleceram até o momento quais os níveis reco-
mendados específicos para a ingestão de vitamina K2.
10
Os estudos clínicos mostram consistentemente que a vitamina K2, na forma de MK-7, é muito
mais eficaz em comparação com outras formas de vitamina K2, como a MK-4.
Como as fontes dietéticas não contribuem para a ingestão suficiente de vitamina K2, ela tam-
bém existe na forma suplemento em várias isoformas, sendo as mais comuns a menaquino-
na-4 sintética (MK-4) e a menaquinona-7 natural (MK-7) e a sintética idêntica à natural, chama-
da comercialmente de MenaQ7® (Figura 4) (GRÖBER, 2014).
A vitamina K, em suas duas formas K1 e K2, participa como cofator enzimático de reações quí-
micas importantes (KLACK, 2006; VERMEER, 1990; SHEARER, 1995). Ou seja, a vitamina K é res-
ponsável, juntamente com algumas enzimas, pela transformação de determinadas proteínas
convertendo-as em suas formas biologicamente ativas, as chamadas proteínas dependentes
de vitamina K (PDVK) (VERMEER, 1991).
Especificamente no caso da vitamina K2, ela participa, juntamente com a enzima carboxilase,
da reação de carboxilação de proteínas que contenham o aminoácido ácido glutâmico (Glu),
chamadas de precursoras, levando a formação de proteínas com o aminoácido ácido gama
carboxiglutâmico (Gla), chamadas proteínas completas (Figura 5).
A carboxilação capacita as proteínas, para que as mesmas cumpram a sua função (DÔRES,
2001). Foram descobertos diversos grupos de proteínas dependentes de vitamina K que não
têm conexão com a coagulação sanguínea, mas estão implicados na homeostasia do cálcio,
como a osteocalcina e a Proteína Matrix Gla (MGP).
11
Figura 5: Reação de carboxilação dependente de vitamina K.
Fonte: SHEARER, 1995
Isso deve-se pela relação entre a vitamina K2 e a proteína osteocalcina, que participa ati-
vamente do processo de reabsorção óssea, regulado pelos osteoblastos e osteoclastos. Essa
proteína, também chamada de proteína Gla do osso, é produzida pelos osteoblastos durante
a formação da matriz óssea, sendo uma das mais abundantes proteínas na matriz extracelular
do osso (DÔRES, 2001).
O cálcio além de estar presente nos ossos, é essencial para diversas funções reguladoras, como
contração e relaxamento muscular, coagulação do sangue, transmissão dos impulsos nervo-
sos, ativação de reações enzimáticas e estimulação da secreção hormonal.
O cálcio participa também do processo inflamatório. Por exemplo, ao ser lesado por um sé-
rie de fatores de risco cardiovasculares, como hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes,
o endotélio, como parte do processo inflamatório, sofre o depósito de cálcio, facilitando o
enrijecimento, perda de elasticidade e espessamento progressivo das paredes arteriais. Essa
calcificação arterial contribui ainda mais para a progressão das DCV (SUNG; FRIEDLANDER;
KOBASHIGAWA, 2004)
12
Acreditava-se que a calcificação dos vasos era um processo irreversível e um resultado do en-
velhecimento. Contudo, sabe-se agora que o depósito de cálcio é um processo ativamente
regulado envolvendo a Proteína Matrix Gla (MGP – Matrix Gla-protein), que está ativamente
envolvida na reciclagem de cálcio (SCHURGERS, 2008).
Assim, a MGP inibe a calcificação no tecido onde exerce sua função, contribuindo para mini-
mizar o enrijecimento e mineralização da parede arterial, colaborando com a complacência
arterial. Como resultado, notou-se em estudos clínicos, a contribuição da vitamina K2 para a
melhora das propriedades elásticas das artérias.
2.3. MENAQ7®
A vitamina K2, na forma de suplementos dietéticos, pode ser encontrada em suas diferentes
isoformas. Na forma de MK-7, menaquinona-7 sintética idêntica à natural, é comercialmente
conhecida como MenaQ7®. Trata-se da única vitamina K2 MK-7 patenteada, derivada do nat-
to, altamente purificada, estável e clinicamente comprovada (NATTO PHARMA, 2017).
13
A MenaQ7®, é comercializada em outros países do mundo desde 1998 (NATTO PHARMA,
2017). Estudos em animais e em humanos demonstraram a segurança, eficácia e o perfil dife-
renciado da MenaQ7® (NATTO PHARMA, 2017).
Biodisponibilidade diferenciada
A biodisponibilidade da MenaQ7® foi avaliada em estudo clínico versus a vitamina K1, muito
encontrada como fonte de vitamina K em suplementos alimentares (SCHURGERS, 2007). Devi-
do a sua elevada meia-vida, a MenaQ7® apresentou uma biodisponibilidade 2,5 vezes maior
que a Vitamina K1, após 24 horas de sua ingestão; e, após 96 horas, uma biodisponibilidade 6
vezes maior que a vitamina K1. Isso significa que a MenaQ7® é bem absorvida, além de ficar
maior tempo presente na corrente sanguínea e nos tecidos onde atua (Figura 7).
14
Figura 7: Comparação da biodisponibilidade oral da vitamina K1 e MenaQ7®: os níveis no plasma após a
administração única oral de 1 mg de vitamina k1 ou 1 mg de MenaQ7®.
Fonte: SCHURGERS, 2007
Em outro estudo clínico (SATO, 2012) a MK-7 foi comparada a forma sintética MK-4. Após a ad-
ministração de uma dose oral única de 420 mcg de cada uma das formas, apenas a MK-7 pode
ser observada na corrente sanguínea nos voluntários. Após 48 horas da administração a MK-7
ainda podia ser detectada no sangue, o que não ocorreu com a MK-4.
Eficácia
Schurgers (2007) em estudo observou a taxa de carboxilação da osteocalcina pela vitamina K1
e pela MK-7, representada pela relação entre a osteocalcina ativada circulante e a osteocalcina
inativa (cOC / ucOC). Após 3 dias, ambas as vitaminas tinham induzido o aumento da ativação
da osteocalcina, porém somente com a administração da MK-7 o efeito permaneceu durante
a condução do estudo (Figura 8).
Outro estudo conduzido por Knapen e colaboradores (2007) observou-se que 45 mcg /dia de
MK-7 são suficientes para aumentar o processo de carboxilação e a ativação de proteínas de-
pendentes de vitamina K, tais como Proteína Matrix Gla (KNAPEN, 2007).
15
Figura 8: A ativação (carboxilação) da osteocalcina pelas vitaminas K1 e MIK-7.
Após 3 dias, a vitamina K1 e a MK-7 aumentaram a ativação da osteocalcina,
porém apenas a ingestão de MK-7 levou a um aumento no grau de carboxilação.
Fonte: Schurgers, 2007.
Segurança
MenaQ7® recebeu da autoridade Europeia para a Segurança de Alimentos (EFSA) e da agência
reguladora dos EUA (FDA) o status de ingrediente seguro e benéfico (NATTO PHARMA, 2017).
Um estudo de dose e segurança feito por Theuwissen et al (2012) mostrou que a ingestão de
MK-7, como MenaQ7®, em doses nutricionais em torno da IDR, melhorou a ativação de prote-
ínas como osteocalcina e a MGP. Não foram observados efeitos adversos relativos a coagula-
ção. Entretanto, como uma precaução os pacientes que administram anticoagulante oral não
devem utilizar suplementos a base de MK-7 sem orientação médica.
16
3. EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
Diversas pesquisas têm mostrado que os mecanismos celulares e moleculares que levam à
calcificação arterial são semelhantes aos mecanismos subjacentes da formação óssea (WALLIN
e cols., 2004). Em estudos que realizam a supressão do gene para MGP (LUO e cols, 1997) e a
menor utilização da vitamina K para funcionar como um cofator na produção de proteínas
contendo Gla na parede do vaso (WALLIN E HUTSON, 2004), observou-se enorme calcificação
do sistema arterial em roedores e levaram a trombose e morte, sugerindo assim, pela primeira
vez, que a vitamina K é um importante fator na prevenção da calcificação arterial (WALLIN e
cols., 2008). O conhecimento sobre o papel da MGP na prevenção da calcificação ectópica tem
sido consolidado e ampliado. A transformação das células musculares lisas na parede do vaso
em células osteoblasto-like (capazes de expressar proteínas que regulam a mineralização) é
conhecida por preceder a calcificação arterial. A MGP foi identificada como um inibidor deste
processo por meio da ligação com o BMP-2, um conhecido fator de crescimento que aciona
essa transformação (BOOTH, 2009). A forma não-carboxilada da MGP (ucMGP) pode ser usada
como um biomarcador para identificação daqueles em risco de desenvolver calcificação vas-
cular (CRANENBURG e cols., 2008).
Com base nesses resultados, outros estudos vêm desmonstrando a relação direta entre os
níveis de vitamina K2 e o enrijecimento vascular:
Estes resultados foram apoiados por outro estudo populacional, chamado de Prospect-EPIC,
com 16.057 mulheres saudáveis, com idade entre 49-70 anos (GAST, 2009). Após 8 anos, os
dados apontaram que a ingestão de doses elevadas de vitamina K2, mas não K1, ajudou a pro-
teger as indivíduas contra eventos cardiovasculares. Os pesquisadores descobriram que, para
cada 10 mcg de vitamina K2 (nas forma de MK-7, MK-8 e MK-9) consumido, o risco de doença
coronariana foi reduzido em 9%.
17
Outro estudo em 564 mulheres na pós-menopausa investigou a associação entre a ingesta de
filoquinona e menaquinona (incluindo suas isoformas MK-4 a MK-10) e a calcificação corona-
riana em um estudo transversal. Sessenta e dois porcento das mulheres apresentaram calci-
ficação vascular. A filoquinona não foi associada à calcificação vascular com um risco relativo
de 1,17 (95% IC: 0,96-1,14; p=0,11). Já a ingesta de menaquinona reduziu a calcificação coro-
nariana com um risco relativo de 0,80 (95% IC; 0,65-0,98; p=0,03). Os autores concluíram que
a menaquinona, mas não a filoquinona, está associada à inibição da calcificação coronariana
(BEULENS, 2009).
Caluwé et al (2014) administraram aleatoriamente 360, 720 ou 1080 mcg de MK-7 três vezes
por semana durante 8 semanas (aproximadamente 120, 240 e 360 mcg/dia) a 200 doentes em
hemodiálise crônica, a fim de verificar qual a dosagem apropriada para a ativação da proteína
MGP e, subsequentemente, a inibição da calcificação vascular. Na linha de base, a proteína
MGP não-carboxilada não foi associada à ingestão de filoquinona (P = 0,92), mas inversamente
correlacionada com a ingestão de menaquinona (P = 0,023). Os resultados também demons-
traram que a dose de suplementação de MK-7, de maneira dose dependente, reduziu os níveis
de MGP não-carboxilada em 17, 33 e 46%, respectivamente, em pacientes em hemodiálise,
podendo ser uma alternativa para prevenir a calcificação vascular nesse grupo de pacientes.
18
Recentemente um estudo clínico com 244 mulheres na pós-menopausa, que administraram
180 mcg de MK-7 MenaQ7®, demonstrou significativa melhora na saúde vascular, avaliado
pelo ultrassom e pela medida da velocidade da onda de pulso, consideradas avaliações pa-
drões para a saúde vascular. A capacidade de distensibilidade da artéria carótida foi signifi-
cativamente maior no grupo MenaQ7®, quando comparado ao placebo, após 3 anos de es-
tudo. Além disso, a velocidade de onda de pulso foi significativamente reduzida no grupo
MenaQ7®, mas não no placebo, demonstrando um aumento na elasticidade e diminuição na
rigidez arterial relacionada à idade (Figura ) (KNAPEN, 2015)
Figura 9 : Após 3 anos de seguimento, o grupo que recebeu a suplementação com 180 mcg/dia de Vitamina K2
na forma de MK-7 (MenaQ7®) apresentou uma redução média da velocidade de onda de pulso
correspondente a 3 vezes, quando comparada ao placebo.
Fonte: Adaptado de KNAPEN, 2015
O papel das proteínas dependente de vitamina K, como a MGP, vem cada vez mais sendo elu-
cidado, assim como o papel da menaquinona, especialmente a MK-7 (MenaQ7®), na ativação
dessas proteínas e sua contribuição para a saúde vascular, devido a sua absorção e biodispo-
nibilidade diferenciadas. Estudos populacionais e clínicos demonstraram que a ingestão de
vitamina K2 está associada à melhor complacência arterial, auxiliando no controle dos fatores
de risco associados à DCV.
19
4. DOISKA
DOISKA é um suplemento nutricional de vitamina K2, na forma de menaquinona-7 (Me-
naQ7®), uma importante vitamina relacionada ao equilíbrio e manutenção da saúde óssea e
cardiovascular.
Pesquisas recentes apontam que a média de ingestão, por meio da dieta, de vitamina K2 caiu
significativamente ao longo dos últimos 50 anos, mostrando que cerca de 97% da população
ocidental é deficiente nesse nutriente, devido a ingestão diária insuficiente.
Embora a vita mina K2 possa ser complementada com fontes alimentares, tais como a coalha-
da, queijo e outros produtos lácteos fermentados, é necessário um consumo extremamente
elevado destes alimentos, a fim de se obter uma quantidade suficiente de vitamina K2. Assim,
a suplementação de vitamina K2 é ideal para o equilíbrio e manutenção da saúde.
De acordo com a RDC 269/2005 – Anvisa, não há uma IDR específica para a vitamina K2, estan-
do designado apenas como vitamina K (Tabela 1). Isso porque a compreensão ainda é limitada
sobre todos os efeitos da vitamina K, o que impede a determinação mais precisa de recomen-
dações alimentares de cada uma das suas formas.
Tabela 1: Ingestão diária recomendada (IDR) para a vitamina K, de acordo com a RDC 269/2005 – Anvisa
20
De acordo com a literatura, não há toxicidade conhecida associada a altas doses de Vitamina
K1 ou K2, seja consumida a partir de alimentos, seja a partir de suplementos. Consequente-
mente, não há valor de nível de ingestão máximo tolerável definido para a K1 e K2 pelas auto-
ridades em nutrição mundiais, como a Organização Mundial da Saúde (TRUMBO, 2001).
Além disso, a terapia em longo prazo com elevadas doses de vitamina K não foram associa-
das a eventos tromboembólicos, bem como não houve elavação da taxa de eventos com a
administração de 45 mcg/dia de vitamina K2 (MK-4) por 3 anos em 2.185 mulheres em pós-
-menopausa osteoporóticas (INOUE, 2009).
Mecanismo de interação
Em condições normais, o corpo humano mantém a sua hemostasia, havendo um equilíbrio
constante entre a formação e a destruição dos fatores de coagulação. Este equilíbrio é man-
tido por meio de uma interação complexa entre plaquetas e o endotélio vascular, a cascata
de coagulação e o sistema fibrinolítico (WHEELER, 2010; DAHLBACK, 2000) (Figura 9). Sabe-se
que a vitamina K tem papel ativo nesse equilíbrio, contribuindo no processo de coagulação
(DÔRES, 2010). Entretanto, o tratamento com anticoagulantes orais, classe de medicamentos
utilizados em distintas doenças cardiovasculares, como a fibrilação arterial, podem interferir
nesse equilíbrio.
21
Figura 10: A cascata de coagulação e a vitamina K
22
Figura 11: Os anticoagulantes cumarínicos, como a varfarina, inibem o complexo Vitamina K-redutase,
responsável pela regeneração da vitamina K e sua consequente ação na ativação de proteínas da cascata
de coagulação ou da osteocalcina e MGP
Apesar desse efeito observado com vitamina K, alguns estudos têm apontado que a vitamina
K2 na forma de MK-7 tem reduzido efeito no INR em pacientes que administram varfarina.
Isso porque a forma MK-7 é capaz de passar pelo fígado e auxiliar na ativação das proteínas
dependentes de vitamina K extra-hepáticas, contribuindo para a saúde óssea e cardiovascular.
23
Theuwissen et al (2013) demonstrou que a ingestão diária de 45 mcg/dia de vitamina K2 na
forma de MK-7 MenaQ7® não ocasionou reduções significativas dos valores de INR. Além dis-
so, os resultados demonstraram que 10-20% da população pertence ao grupo dos “rápidos
respondedores”, ou seja, eles apresentaram alterações do INR com doses de MK-7 de 10 mcg/
dia. Portanto, a suplementação com doses bem definidas de vitamina K2 na forma de MK-7
– ao contrário de uma quantidade variável de filoquinona por meio da dieta – durante o tra-
tamento com anticoagulantes cumarínicos e acompanhamento do INR é uma alternativa que
minimiza os eventos adversos em longo prazo dos anticoagulantes. Entretanto, como uma
precaução, o profissional deve monitorar os níveis de INR dos pacientes que fazem uso de
anticoagulante oral e suplementos a base de MK-7.
CONCLUSÃO
A vitamina K2, especialmente em sua forma MK-7, se mostra promissora na prevenção e como
coadjuvante no tratamento da calcificação vascular, podendo ser utilizada em diferentes per-
fis de paciente, especialmente naqueles com potencial risco cardiovascular. Estudos clínicos
que analisaram o efeito da vitamina K2 na complacência arterial e seus benefícios cardiovas-
culares vêm contribuindo para elucidar seu importante papel como estratégia terapêutica na
saúde vascular.
24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq. Bras. Cardiol. 2016; 107 (3 Supl.3): 1-83.
AHMADIEH H, ARABI A. Vitamins and bone health: beyond calcium and vitamin. D. Nutr Rev.
2011 Oct;69(10):584-98.
BECATTINI C, VEDOVATI MC, AGNELLI G. Old and new oral anticoagulants for venous thromboem-
bolism and atrial fibrillation: a review of the literature. Thrombosis Research.2012;129(3):392–400.
BEULENS JW, BOTS ML, ATSMA F, BARTELINK ML, PROKOP M, GELEIJNSE JM, WITTEMAN JC,
GROBBEE DE, VAN DER SCHOUW YT. High dietary menaquinone intake is associated with reduced
coronary calcification. Atherosclerosis. 2009 Apr;203(2):489-93.
BONOTTO MG. et al. Conhecimento dos fatores de risco modificáveis para doença cardiovascular
entre mulheres e seus fatores associados: um estudo de base populacional Ciência & Saúde Coleti-
va, vol. 21, núm. 1, pp. 293-302, janeiro, 2016.
BOOTH SL. Roles for Vitamin K Beyond Coagulation. Annu. Rev. Nutr. 2009; 29: 5.1–5.22.
COMINETTI C, COZZOLINO SMF. Bases bioquímicas e fisiológicas da nutrição nas diferentes fases
da vida na saúde. 1º ed. Barueri, SP: Manole, 2013.
den UYLD, NURMOHAMEDMT, VAN UYLLHD, RATERMANH, LEMSWF. (Sub) clinical cardiovas-
cular disease is associated with increased bone loss and fracture risk; a systematic review of the
association between cardiovascular disease and osteoporosis. Arthritis Research &Therapy 2011,
vol13:R5.
25
DÔRES, S.M.C. Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes Vitamina K. São Paulo: ILSI Brasil
International Life Sciences Institute do Brasil, 2010; v.14.
DÔRES, S.M.C.; PAIVA, S.A.R.; et al. Vitamina K: metabolismo e nutrição. Rev. Nutr., Campinas,
14(3): 207-218, set./dez., 2001
FUSARO M, NOALE M, VIOLA V, GALLI F, TRIPEPI G, VAJENTE N, PLEBANI M, et al.; VItamin K Ita-
lian (VIKI) Dialysis Study Investigators. Vitamin K, vertebral fractures, vascular calcifications, and
mortality: VItamin K Italian (VIKI) dialysis study. J Bone Miner Res 2012;27:2271-8. http://dx.doi.
org/10.1002/ jbmr.1677 PMid:22692665
GAGE BF, BIRMAN-DEYCH E, RADFORD MJ, NILASENA DS, BINDER EF. Risk of osteoporotic fractu-
re in elderly patients taking warfarin: results from the National Registry of Atrial Fibrillation 2. Arch
I ntern Med. 2006;166:241-246.
GARCIA AA, REITSMA PH. VKORC1and the vitamin K cycle. VitamHorm.2008, vo l 78,p.23-33.
GAST GC, DE ROOS NM, SLUIJS I, BOTS ML, BEULENS JW, GELEIJNSE JM, WITTEMAN JC, GROB-
BEE DE, PEETERS PH, VAN DER SCHOUW YT. A high menaquinone intake reduces the incidence of
coronary heart disease. Nutr Metab Cardiovasc Dis. 2009 Sep;19(7):504-10.
GELEIJNSE JM, VERMEER C, GROBBEE DE, SCHURGERS LJ, KNAPEN MH, VAN DER MEER IM, HO-
FMAN A, WITTEMAN JC. Dietary intake of menaquinone is associated with a reduced risk of coro-
nary heart disease: the Rotterdam Study. J Nutr. 2004 Nov;134(11):3100-5.
GIACHELLY CM, SPEER MY, LI X, RAJACHAR RM, YANG H. Regulation of Vascular Calcification. Circ
Res 2005; 96:717–722.
GIJSBER, B.L.; VAN HAARLEN L.J.M; EBBERINK, R.H; VERMEER, C. Caracterization of a Gla con-
taining protein from calcified human atherosclerotic plaques. Artherosclerosis, Dallas, v.10, n.6,
p.991-995, 1990.
GRÖBER U, REICHRATH J, HOLICK MF & KISTERS K. Vitamin K: an old vitamin in a new perspective,
Dermato-Endocrinology, 2014; 6:1, e968490, DOI: 10.4161/19381972.2014.968490
GRUNDY SM, et al. Primary prevention of coronary heart disease: guidance from Framingham: a
statement for healthcare professionals from the AHA task force on risk reduction. Circulation 1998;
97:1876-87.
HUSKISSON E, MAGGINI S, RUF M. The role of vitamins and minerals in energy metabolism and
well-being. J Int Med Res 2007; 35:277-289.
26
INOUE, T., FUJITA, T., KISHIMOTO, H., et al. Randomized controlled study on the prevention of oste-
oporotic fractures (OF study): a phase IV clinical study of 15-mg menatetrenone capsules, J. Bone
Min. Metab., 27, 66-75, (2009).
JIE KS, BOTS ML, VERMEER C, WITTEMAN JC, GROBBEE DE. Vitamin K intake and osteocalcin le-
vels in women with and without aortic atherosclerosis: a population-based study. Atherosclerosis
1995, 116:117–23.
KANEKI M, HODGES SJ, HOSOI T, FUJIWARA S, LYONS A, CREAN SJ, ISHIDA N, NAKAGAWA M,
TAKECHI M, SANO Y, MIZUNO Y, HOSHINO S, MIYAO M, INOUE S, HORIKI K, SHIRAKI M, OUCHI
Y, ORIMO H. Japanese fermented soybean food as the major determinant of the large geographic
difference in circulating levels of K vitamins2: possible implications for hip-fracture risk. Nutrition.
2001;17(4):315-21.
KLACK, K.; CARVALHO, J.F. Vitamina K: Metabolismo, Fontes e Interação com o Anticoagulante
Varfarina. Rev Bras Reumatol, v. 46, n.6, p. 398-406, nov/dez, 2006
KNAPEN MH, BRAAM LA, DRUMMEN NE, BEKERS O, HOEKS AP, VERMEER C. Menaquinone-7 su-
pplementation improves arterial stiffness in healthy postmenopausal women. A double-blind ran-
domized clinical trial. Thromb Haemost. 2015 May;113(5):1135-44.
KNAPEN MH, SCHURGERS LJ, VERMEER C. Vitamin K2 supplementation improves hip bone geo-
metry and bone strength indices in postmenopausal women. Osteoporos Int. 2007;18(7):963-72.
KNAPEN, M.H.J., SCHURGERS, L.J., VERMEER, C. Vitamin K2 supplementation improves bone geo-
metry and bone strength indices in postmenopausal women. Osteoporosis Int. 18 (2007) 963-972.
KRAUSS RM, Et al. AHA Dietary guidelines. Revision 2000: a statement for healthcare professionals
from the Nutrition Committee of the American Heart Association. Circulation 2000; 102(31):2284-99.
LOPES AC. et al. Consumo de nutrientes em adultos e idosos em estudo de base populacional: Pro-
jeto Bambuí. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(4):1201-1209, jul-ago, 2005.
27
LUO G, DUCY P, MCKEE MD, PINERO GJ, BEHRINGER RR, KARSENTY G. Spontaneous calcification
of arteries and cartilage in mice lacking matrix GLA proteinNature 1997;386:78–81.
MARESZ K. Proper Calcium Use: Vitamin K2 as a Promoter of Bone and Cardiovascular Health. In-
tegr Med (Encinitas). 2015 Feb;14(1):34-9.
Ministério da Saúde. Diretrizes e recomendações para o cuidado integral de doenças crônicas não
transmissíveis: promoção da saúde, vigilância, prevenção e assistência. Série Pactos pela Saúde.
2006;8.
MORATO, PN.; SILVA, MV. Micronutrients with antioxidant properties and compounds available
for brazilian families. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo,
SP, v. 33, n. 1, p. 43-59, abr. 2008.
MUNARI DB, LUCCHESE R, MEDEIROS M. Reflexões sobre o uso de atividades grupais na atenção
a portadores de doenças crônicas. Cienc Cuid Saúde. 2009; 8(Supl):148-54.
NATIONAL CHOLESTEROL EDUCATION PROGRAM. Summary of the Third Report of the Natio-
nal Cholesterol Education Program Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High
Blood Cholesterol in Adults (Adults Treatment Panel III). JAMA 2001; 285:2486-97
NUTESCU EA. Oral anticoagulant therapies: balancing the risks. American Journal of Health-Sys-
tem Pharmacy. 2013;70(10, supplement 1):S3–S11.
PRICE PA. Role of vitamin-K-dependent proteins in bone metabolism. Annu. Rev. Nutr, 1988;
8:565-83.
SATO Y, HONDA Y, KUNOH H, OIZUMI K. Long-term oral anticoagulation reduces bone mass
in patients with previous hemispheric infarction and nonrheumatic atrial fibrillation. Stroke.
1997;28(12):2390-4.
SCHRAMM JMA, OLIVEIRA, AF, LEITE IC, VALENTE JG, GADELHA AMJ, PORTELA MC, CAMPOS
MR. Transição epidemiológica e o estudo de carga de doença no Brasil. Ciência e Saúde Coletiva
2004;9:897-908.
28
SCHURGERS LJ, KNAPEN MH, VERMEER C. K vitamins2 supplementation improves hip bone ge-
ometry and bone strength indices in postmenopausal women. Int. Congr. Series 2007; 179-187.
SCHURGERS LJ, TEUNISSEN KJ, HAMULYÁK K, KNAPEN MH, VIK H, VERMEER C. Vitamin K-contai-
ning dietary supplements: comparison of synthetic vitamin K1 and natto-derived menaquinone-7.
Blood. 2007 Apr 15;109(8):3279-83.
SCHURGERS, LJ. CRANENBURG, ECM AND VERMEER, C. Matrix Gla–protein: The calcification inhi-
bitor in need of vitamin K. Theme issue article. Thromb Haemost 2008; 100: 593-603.
SCONE EA, KHAN TI, WYNNEHA, AVERY P, MONKHOUSEL, KINGBP, WOOD BP, KESTEVERP,
DALYAK, KAMALIF. The impact of CYP2C9 and VKORC1 genetic polymorphism and patient cha-
racteristics upon warfarin dose requirements: proposal for a new dosing regimen. Blood 2005, vol
106, p.2329-2333.
SIMÃO, A.F. et al. I Cardiovascular Prevention Guideline of the Brazilian Society of Cardiology - Exe-
cutive Summary. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [s.l.], v. 5, n. 102, p.420-431, 2014.
SUNG, E.C.; FRIEDLANDER, A.H.; KOBASHIGAWA, J.A. The prevalence of calcified carotid athero-
mas on the panoramic radiographs of patients with di lated cardiomyopathy. Oral Surg. Oral Med.
Oral Pathol. Oral Radiol. Endod., v.97, p.404- 407, 2004.
SUTTIE JW. The importance of menaquinones in human nutrition. Annu Rev Nutr. 1995;15:399-417.
SZULC P, CHAPUY M-C, MEUNIER PJ, DELMAS PD. Serum undercarboxylated osteocalcin is a ma-
rker of the risk of hip fracture in elderly women. J Clin Invest 1993; 91 (4): 1769-74.
TAYLOR AJ, BURKE AP, O’MALLEY PG, FARB A, MALCOM GT, SMIALEK J, VIRMANI R. A Comparison
of the Framingham Risk Index, Coronary Artery Calcification, and Culpit Plaque Morphology in
Sudden Cardiac Death. Circulation 2000; 101:1234–1248.
The Circulating Inactive Form of Matrix Gla Protein (ucMGP) as a Biomarker for Cardiovascular
Calcification. J. Vasc. Res. 2008; 45:427–436.
THEUWISSEN E, TEUNISSEN KJ, SPRONK HM, HAMULYÁK K, TEN CATE H, SHEARER MJ, VERMEER
C, SCHURGERS LJ., Effect of low-dose supplements of menaquinone-7 (vitamin K2) on the stability
of oral anticoagulant treatment: dose-response relationship in healthy volunteers. J. Thromb. Ha-
emostas2013.
29
THEUWISSEN E; et al. Low-dose menaquinone-7 supplementation improved extra-hepatic vita-
min K status, but had no effect on thrombin generation in healthy subjects. British Journal of Nu-
trition (2012), 108, 1652–1657
TRUMBO, P., YATES, A.A., SCHLICKER, S., et al. Dietary reference intakes: vitamin A, vitamin K, ar-
senic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium,
and zinc. J. Am. Diet. Assoc., 101 , 294-301. (2001).
WALLIN R, HUTSON SM. Warfarin and the vitamin K-dependent gamma-carboxylation system.
Trends Mol Med 2004; 10:299–302.
WHEELER AP, RICE TW. Coagulopathy in critically ill pa tients: Part 2 -soluble clotting factors a nd
hemostatic testing. Chest. 2010;137:185-94.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Global health risks: mortality and burden of disease at-
tributable to selected major risks. Geneva: World Health Organization, 2009.
30
32 145489 C DOISKA MONOGR 08/17 10UN