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Aula 01
TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO
2018.2
Escola Clássica
Aula 01
1. Introdução
O desperdício, além da perda, produz frustração. É o que acontece quando você fica
preso no trânsito e não consegue chegar em casa, ou quando a chuva produz inundação
e as pessoas perdem seus bens, ou quando as ruas esburacadas estragam a suspensão
dos carros. Tudo tem que ser feito novamente. Muitos problemas que o movimento da
administração científica atacou continuam sem solução.
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Nos primórdios da industrialização, as empresas eram naturalmente ineficientes. Todos
perdiam com isso: empresários, funcionários, consumidores, a sociedade. Começou então um
movimento para enfrentar esses problemas: o movimento da administração científica, liderado
por Taylor.
Foi numa siderúrgica, na qual trabalhou por 12 anos, que Taylor observou os problemas
das operações fabris (que você próprio poderá encontrar em algumas empresas até hoje). Por
exemplo:
• A administração não tinha noção clara da divisão de suas responsabilidades com o
trabalhador.
• Não havia incentivos para melhorar o desempenho do trabalhador.
• Muitos trabalhadores não cumpriam suas responsabilidades.
• As decisões dos administradores baseavam-se na intuição e no palpite.
• Não havia integração entre os departamentos da empresa.
• Os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não tinham aptidão.
• Os gerentes pareciam ignorar que a excelência no desempenho significaria recompensas
tanto para eles próprios quanto para a mão de obra.
• Havia conflitos entre capatazes e operários a respeito da quantidade da produção.
Ao longo de sua carreira, Taylor procurou resolver esses e outros problemas que eram
e continuam sendo comuns nas empresas e que sempre provocam perdas. De suas observações
e experiências, ele começou a desenvolver seu sistema de administração de tarefas, mais tarde
conhecido como sistema Taylor, taylorismo e, finalmente, administração científica.
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I) Primeira Fase
O plano de Taylor:
Em 1895, Taylor apresentou à Sociedade o que é considerado o primeiro trabalho da
administração científica: A piece-rate system (Um sistema de pagamento por peça). Taylor
propõe um método para eliminar a diminuição do valor pago por peça. É nesse método que
residem as raízes da administração científica.
Taylor argumentou que a administração deveria primeiro procurar descobrir qual o
tempo padrão para o trabalhador completar uma tarefa – por exemplo, produzir uma peça. A
administração poderia então estabelecer um pagamento por peça de forma que o trabalhador se
visse compelido a trabalhar o suficiente para assegurar remuneração razoável.
Assim, de acordo com Taylor, para resolver o problema dos salários era necessário
determinar a produção padrão por unidade de tempo, por meio do “estudo sistemático e
científico do tempo”. A principal razão para a invenção do estudo dos tempos, do qual surgiu a
administração científica, foi a busca da precisão para definir o valor dos salários.
Posteriormente, percebeu-se que o estudo de tempos (e, em seguida, tempos e movimentos) era
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2. Solicitar a cada trabalhador produção igual ou maior que o padrão estabelecido;
3. Atribuir aos trabalhadores tarifas diferentes de remuneração por unidades produzidas,
tarifas essas que seriam satisfatórias apenas para os trabalhadores que cumprissem o padrão
estabelecido, e mais ainda para os que excedessem esse padrão.
Com o tempo, a questão dos salários passou para plano secundário, porque ficou evidente
que era somente um de muitos problemas.
Na segunda fase do movimento da administração científica, a ênfase deslocou-se, da
produtividade do trabalhador, para o aprimoramento dos métodos de trabalho. Essa segunda
fase corresponde ao estudo Shop management (Administração de operações fabris), de 1903. A
segunda fase é um desenvolvimento teórico, compreendendo o aumento do escopo da
administração científica, que se torna um sistema mais abrangente de administração.
Em Shop management, Taylor fez o que se tornaria a característica distinção entre o homem
médio e o homem de primeira classe. Segundo Taylor, o homem de primeira classe é altamente
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motivado e realiza seu trabalho sem desperdiçar tempo nem restringir sua produção.
Idealmente, tal pessoa deveria ser selecionada para a tarefa que lhe fosse mais apropriada e
incentivada financeiramente. Mesmo um homem de primeira classe tornar-se-ia altamente
ineficiente se lhe faltassem incentivos ou se houvesse uma pressão do grupo de trabalho para
diminuir a produção. Na obra, Taylor apresenta sua concepção dos princípios da administração
de uma empresa.
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Taylor tratou ainda de outros aspectos nesse segundo trabalho. Entre eles: padronização de
ferramentas e equipamentos, sequenciamento e programação de operações e estudo de
movimentos.
1 Desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho, para substituir o velho método
empírico.
3 Cooperar sinceramente com os trabalhadores, de modo a garantir que o trabalho seja feito
de acordo com princípios da ciência que foi desenvolvida.
4 Reconhecer que existe uma divisão quase igual de trabalho e de responsabilidade entre a
administração e os trabalhadores. A administração incumbe-se de todo o trabalho para o
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qual esteja mais bem preparada que os trabalhadores, enquanto no passado quase todo o
trabalho e a maior parte da responsabilidade recaíam sobre a mão de obra.
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“A prosperidade máxima de cada empregado significa não apenas
salários mais altos, mas também, e mais importante, significa o
desenvolvimento de cada homem à sua condição de eficiência máxima. A
maioria das pessoas acredita que os interesses fundamentais dos empregados
e empregadores são antagônicos. A administração científica, no entanto, tem
por princípio que os verdadeiros interesses dos dois são idênticos”.
Essa crença nada tem a ver com as proposições de Taylor e da administração científica.
Separação entre quem pensa e quem faz: Para Taylor, deveria haver uma separação entre
quem executa a tarefa e quem a elabora e planeja, o que o levou a sugerir a criação do
departamento de planejamento. Esse departamento teria a função de pensar e sugerir mudanças
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para a área operacional, enquanto os operários se encarregariam apenas de executar as tarefas,
ou seja, haveria total separação entre quem pensa e quem faz.
Conceito do homo economicus: Taylor achava que o estudo do trabalhador deveria ser feito
por meio de uma abordagem econômica, considerando o homem motivado pela busca do
dinheiro e pelo medo de perder o emprego. Ele adotou o conceito de homo economicus para
caracterizar o operário, isto é, a ideia de que para trabalhar mais o homem é influenciado apenas
pelo fator econômico, portanto só aumentará seu ritmo de trabalho se receber em troca
recompensas financeiras.
Em 1911, a repercussão das críticas, especialmente por parte dos trabalhadores dos
arsenais militares, que eram civis e sindicalizados, motivou a convocação de Taylor para fazer
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inquérito terminou com a proibição do uso de cronômetros e pagamentos de incentivos, mas as
demais técnicas da administração científica foram preservadas, resultando em grandes ganhos
de eficiência na produção de armas e munições, o que somente fez aumentar o entusiasmo dos
militares americanos quando a Primeira Guerra começou.
Nos anos que se seguiram a esse inquérito, a administração científica experimentou altos
e baixos. Muitos autointitulados “especialistas em eficiência”, além de charlatães sem
qualificação, propuseram-se a oferecer consultoria orientada exclusivamente para os aspectos
físicos do trabalho, ignorando as necessidades e atitudes dos trabalhadores. Esse desvio ajudou
a divulgar a imagem da administração científica como proposta fria e calculista, que enxergava
os seres humanos como meras peças do processo produtivo.
As principais críticas à Administração Científica de Taylor são:
• Transformou o homem em uma máquina. O operário é tratado como apenas uma
engrenagem do sistema produtivo, passivo e desencorajado de tomar iniciativas.
• A padronização do trabalho seria mais uma intensificação deste do que uma forma de
racionalizar o trabalho;
• A superespecialização do operário facilita o treinamento e a supervisão do trabalho,
porém, isso reduz sua satisfação e ele adquire apenas uma visão limitada do processo;
• Não leva em conta o lado social e humano do trabalhador. A análise de seu desempenho
leva em conta apenas as tarefas executadas na linha de produção;
• Propõe uma abordagem científica para a administração, no entanto, ela mesma carece
de comprovação científica e teve sua formulação baseada no conhecimento empírico;
• Restringe-se apenas aos aspectos formais da organização não abrangendo por exemplo
o conflito que pode haver entre objetivos individuais e organizacionais;
• Trata da organização como um sistema fechado sem considerar as influências externas.
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