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ESCATOLOGIA BÍBLICA
Francisco Gomes
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PARA ONDE ESTAMOS INDO?
ESCATOLOGIA BÍBLICA
Francisco Gomes
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Copyright © 2017 by Francisco Gomes
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Diagramação
Laysa Souza
Capa
Rayanne Lima
Revisão
Do Autor
218 p.
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“A terra é o único inferno que os cristãos irão
suportar, e o único paraíso que os descrentes
irão desfrutar”.
(Jonathan Edwards)
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6
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................... 9
CAPÍTULO 1 - HERMENÊUTICA ESCATOLÓGICA ..... 11
CAPÍTULO 2 - HÁ SINAIS PARA O ARREBATAMENTO?
..................................................................................................... 15
Restabelecimento do atual Estado de Israel (Jr 29:14) ........... 17
O fim da Era da Igreja............................................................. 18
CAPÍTULO 3 - O “RAPTO” E A RESSURREIÇÃO............ 23
CAPÍTULO 4 - TODOS IREMOS A UM JULGAMENTO
..................................................................................................... 29
O Tribunal de Cristo (2 Co 5:10; Rm 14:10) ........................ 29
O que acontece depois do julgamento? ................................. 32
CAPÍTULO 5 - A GRANDE TRIBULAÇÃO ....................... 35
As Setenta Semanas de Daniel (Dn 9:24-27) ......................... 36
O Cordeiro e o livro selado (Ap 5, 6)..................................... 39
Os Sete Anjos e as Sete Trombetas (Ap 8:2-13; 9:1-21)........ 42
As duas bestas (Ap 13:1-18) .................................................... 45
As Sete Taças (Ap 15:1-8; 16:1-21) ........................................ 46
CAPÍTULO 6 - A BATALHA DO ARMAGEDOM ............. 49
CAPÍTULO 7 - O REINO MILENAR DE CRISTO............ 55
O Reino Milenar (Ap 20:1-10) ............................................... 56
A Igreja reinará com Cristo (Ap 20:4) ................................... 59
7
Os habitantes da terra ............................................................. 60
CAPÍTULO 8 - A REVOLTA DE SATANÁS E O JUÍZO
FINAL ......................................................................................... 63
O Juízo Final ........................................................................... 64
CAPÍTULO 9 - O ETERNO E PERFEITO ESTADO ......... 67
O monte de Sião ..................................................................... 70
Como seremos? ...................................................................... 71
Como será a cidade santa? ...................................................... 72
PARA ONDE ESTAMOS INDO? ........................................... 75
BIBLIOGRAFIA......................................................................... 77
8
APRESENTAÇÃO
9
próximos do fim. Então, nos achamos caminhando numa estrada
sem saída, porque nos distraímos com as placas no caminho. Nós
acabamos discutindo sobre onde estamos ou onde quase estamos,
e, no fim das contas, perdemos de vista o real objetivo da história.
A Bíblia é o nosso GPS, assim, é para ela que devemos olhar e
buscar a resposta para a pergunta: para onde estamos indo?
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CAPÍTULO 1 -
HERMENÊUTICA ESCATOLÓGICA
11
Finalmente, os idealistas identificam historicamente o simbolismo
do Apocalipse (batalha do Bem e do Mal) e são amilenistas, como
se verá a seguir.
Dois eventos apocalípticos dividem os evangélicos quanto
à interpretação. O primeiro deles é a segunda vinda de Cristo. Há
distintas vertentes interpretativas quanto ao evento se dar antes,
durante ou depois da Grande Tribulação, daí três correntes
exegéticas se distinguem:
a) Pré-tribulacionista: Cristo arrebatará a Igreja
antes da tribulação.
b) Meso-tribulacionista: Cristo arrebatará Igreja
durante o período da tribulação.
c) Pós-tribulacionista: Cristo arrebatará a Igreja
depois da tribulação.
12
caracterizados por grande paz e prosperidade na terra devido à
presença física de Jesus reinando. São defensores do pré-
milenismo Justino Mártir, Charles Spurgeon, John
McArthur, John Piper e Billy Graham.
Por sua vez, o pós-milenismo considera que os mil anos
não devem ser entendidos literalmente, pois é figurativo e se
refere a toda a história da Igreja. Essa vertente acredita que
devemos esperar para a história da Igreja a evangelização do
mundo inteiro e seu completo desenvolvimento social,
econômico e cultural como fruto dessa evangelização. Para os
pré-milenistas a Grande Comissão (Mc 16:15-18) será bem-
sucedida e a maior parte das pessoas do mundo será convertida.
Alguns defensores desse pensamento são Atanásio, João
Calvino, John Knox, Jonathan Edwards, bem como a maioria
dos puritanos.
Quando entendida corretamente, a Escatologia - o estudo
das últimas coisas - é o estudo de para onde estamos indo. Rusell
Sheed, em sua Escatologia do Novo Testamento (1985), afirma
que “também somos tentados a adotar posições promulgadas por
professores e escritores prediletos sobre as interpretações do
Apocalipse”. Entretanto, muitos de nós não analisamos de perto o
Apocalipse nas Escrituras. Tudo o que a Bíblia ensina é
compreensível. Deus não perde o tempo Dele ou o nosso nos
contando coisas que são impossíveis para a nossa compreensão.
Para se entender Escatologia precisamos distinguir o
tempo de Deus (kairós) e o tempo do homem (chronos). O tempo
parece ser um assunto corriqueiro, pois ouvimos e falamos dele
constantemente no nosso cotidiano, mas torna-se quase
inexplicável quando tentamos defini-lo. Embora seja um assunto
comum, o tempo é desconhecido. Agostinho (2014) considera
13
que “o tempo é como vestígio da eternidade”. O tempo e a história
são elementos de suma importância para o Cristianismo.
Deus é o eterno presente. Esse é o kairós. O salmo
102:25,27 diz que “desde a Antiguidade fundaste [Deus] a terra
(...) Tu és o mesmo e os teus anos nunca terão fim”. A eternidade
faz parte de Deus, pois Ele a criou. Nada tem de mutável, nada de
pretérito. Deus é tempo do tempo. O tempo de Deus é infinito.
A brevidade dos dias estende-se de Adão até o fim dos séculos, o
que é uma exígua gota d’água se comparada à eternidade. Mas para
Deus não existe início, meio e/ou fim. Em Êxodo 3:13-14, Deus
revela Seu nome para Moisés. Na língua hebraica, o nome de
Deus (transliterado para o português como YHWH) é traduzido
como “Eu Sou”, o verbo ser conjugado no tempo presente. Logo,
o tempo de Deus é o presente.
O tempo do homem, por sua vez, tem início, meio e fim.
Esse é o chronos.
As revelações apocalípticas foram feitas no espaço de
tempo divino, não humano. Contudo, os que receberam essas
revelações no tempo de Deus converteram-nas para os homens,
no tempo humano. Não poderemos analisar as concepções das
profecias considerando o chronos, mas o kairós. Um exemplo disso
é a fala do profeta Isaias “um menino nos nasceu...” (Is 9:6). Neste
verso que fala da encarnação do Messias, o profeta faz um relato
no tempo presente, pois ele foi à eternidade (tempo de Deus).
Mas Jesus ainda não havia nascido. Isso só viria a acontecer 760
anos depois, no futuro (tempo do homem). Na visão profética
escatológica, o profeta se move no tempo de Deus.
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CAPÍTULO 2 -
HÁ SINAIS PARA O ARREBATAMENTO?
a) Os fatos
Existem fatos afirmados claramente na revelação
profética. São exemplos o fato de que Cristo voltará para os Seus
e julgará o mundo, haverá um tempo de Grande Tribulação na
terra no final dos tempos, o conflito final será vencido por Cristo,
dentre outros.
15
b) As suposições
A profecia baseada em fatos só nos revela certas coisas;
além delas, só podemos supor. Se estas suposições forem corretas,
irão nos levar a conclusões válidas, caso contrário, nos levarão a
especulações ridículas. Por exemplo, supõe-se que a Rússia
invadirá Israel nos últimos dias. Se isto é verdadeiro ou não,
depende da legitimidade da interpretação da profecia de Magogue
em Ezequiel 38-39.
c) As especulações
As especulações são conjecturas calculadas, baseadas em
suposições. Em muitos casos elas não têm nenhuma base
profética. Por exemplo, Apocalipse 13:18 diz que o número do
Anticristo, a besta, é 666. Devemos tentar supor o que isto
significa. Podemos especular que seja um número literal que
aparecerá nas coisas.
O que tem causado muito embaraço na interpretação das
profecias escatológicas é achar que nossas especulações são
verdadeiras e acreditar nelas como se fossem fatos. Quando
Benito Mussolini chegou ao poder em Roma, na década de 1920,
muitos especularam que ele podia ser o Anticristo que governaria
o mundo. Outros especularam que Adolf Hitler, que subiu ao
poder mais tarde na Alemanha, era o Falso profeta.
Feitas essas considerações, passaremos a tratar dos sinais
proféticos.
A Era da Igreja teve início no Pentecostes e terminará no
Arrebatamento, logo, a Igreja é a última peça do cenário
preparativo para o cumprimento profético dos acontecimentos
que dizem respeito a Israel e, concomitantemente, às nações.
Como podemos saber se está longe ou perto este grande dia para
16
a Igreja? O Arrebatamento é um evento que não está diretamente
relacionado aos sinais dos tempos. Se estivesse, poderíamos
determinar uma data para seu acontecimento. Por outro lado, há
sinais que apontam para a Grande Tribulação que acontecerá na
terra. Paulo escreveu inúmeras cartas ratificando que a Igreja não
passaria pela tribulação; Pedro também assevera isso (2 Pe 2:9),
assim como João (Ap 3:10) e Jesus (Lc 21:36). Como a Igreja não
passará pela Grande Tribulação, então os sinais que anunciam que
esse evento está próximo indicam também que o Arrebatamento
está prestes a acontecer.
A nação de Israel é um super-sinal dos tempos, por isso o
retorno dos judeus à Palestina não é um fato histórico que deve
passar despercebido. Além disso, o fim da Era da Igreja é outro
ponto crucial que intensifica a expectativa do Arrebatamento.
17
foram novamente levados à diáspora em 70 d.C. pelos romanos.
Este exílio romano criou comunidades na Europa e no norte da
África. As comunidades europeias estavam concentradas na
França, Espanha, Roma e Alemanha. Os judeus da França e
Alemanha ficaram conhecidos como ashkenazim (“alemão”, em
hebraico). Já os judeus da Espanha ficaram conhecidos como
sefaradim (“espanhol”, em hebraico), e permaneceram sob o
Império árabe por centenas de anos. Eles tinham conexão com os
judeus do norte da África e do Oriente Médio, que também
ficaram conhecidos como sefaradim.
A restauração de Israel como Estado aconteceu a partir de
diferentes imigrações que marcaram o retorno dos judeus à sua
terra. Na primeira imigração (1882-1903), o movimento sionista,
milhares de ashkenazim retornaram à Palestina. 35.000 famílias
oriundas principalmente do sul da Rússia retornaram com a
intenção de lá viver e trabalhar. Na segunda imigração, criação de
Kibbutz (xxxx), 40.000 pessoas oriundos da URSS imigraram
para Israel. Na terceira imigração (1914-1923) foram 40.000
imigrantes. Na quarta imigração (1924-1929), 82.000 imigrantes,
e na quinta imigração (1929-1939), 250.000 imigrantes.
Finalmente, em 1948 aconteceu a última imigração, que é
intitulada como imigração clandestina. No dia 14 de maio, por
intercessão direta do presidente Harry Truman, os EUA foram os
primeiros a reconhecer o Estado de Israel, causando surpresa
entre os diplomatas das Nações Unidas.
18
um período de sete anos de intensa agonia para os não salvos em
Cristo. Os sinais dos tempos estão se cumprindo.
Atualmente, estamos vivendo a Era da Igreja, a
dispensação da graça, que foi inaugurada no Pentecostes (At 2:1-
4). O que a Bíblia nos revela sobre a nossa Era? Apocalipse 1.19
parece nos apresentar uma divisão do livro: “escreve, pois, as coisas
que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas”. O capítulo
1 do livro descreve o Cristo ressurreto, correspondendo às “coisas
que viste”. Os capítulos 2 e 3 abrangem a Era da Igreja, as “coisas
que são”. E do capítulo 4 ao 22 o apóstolo João tem ordem para
descrever as “coisas que hão de acontecer depois destas”, ou seja,
a Grande Tribulação, a Segunda vinda de Cristo em glória, o
Milênio, e o Estado eterno.
As igrejas da Ásia devem ter sido escolhidas por causa do
seu caráter representativo. E, considerando a ordem em que estão
colocadas, provavelmente podemos ver nas sete cartas mais do
que uma aplicação literal: um panorama histórico sobre toda a Era
da Igreja na terra.
1
As dez grandes perseguições que a Igreja enfrentou foram promovidas pelos
imperadores: Nero (67 d.C.), Domiciano (81 d.C.), Trajano (108 d.C.), Marco
Aurélio (162 d.C.), Severo (192 d.C.), Maximiano (235 d.C.), Décio (249 d.C.),
Valeriano (257 d.C.), Aureliano (274 d.C.), Diocleciano (303 d.C.).
19
3) Igreja misturada com o mundo (Séc. IV e V): Pérgamo
significa torre. Um período de grandeza terrena da
igreja nominal. Com a ascensão de Constantino a
igreja ganha notoriedade.
20
Assembleias de Deus, e, por conseguinte, na maior explosão
avivalista brasileira. É a era das missões mundiais.
Entretanto, nos dias de hoje, os números expressivos de
conversões inicialmente podem nos fazem pensar que estamos
diante de um avivamento genuíno. Mas o que vemos dentro das
igrejas é uma apostasia esmagadora. Os grandes avivamentos da
história, verdadeiros e eficazes, foram precedidos por reuniões de
oração e mudança de comportamento por parte dos convertidos.
Na revelação dada a João no Apocalipse, uma das principais
características da igreja de Laodicéia é a ausência de Jesus no meio
dela. O texto diz: “estou à porta e bato...” (Ap 3:20). Expulsaram
Jesus da igreja. Traçando um paralelo com a nossa época,
percebemos que Jesus também está fora dos nossos templos. Por
quê? Os louvores não são mais para Ele e as pregações não são
mais centradas em glorificar a Ele, apesar de os templos estarem
cheios aos domingos.
Se considerarmos que as sete cartas destinadas às igrejas
da Ásia são cronologicamente proféticas, a igreja de Laodicéia
corresponde à última fase da Igreja na terra. Ela é uma réplica da
igreja atual e o fim da Era da Igreja é um sinal de que Jesus está às
portas para buscar a Igreja santa. A principal acusação de Jesus para
a igreja de Laodicéia, bem como para a igreja dos nossos dias, é o
seu nível de avivamento morno, isto é, um falso avivamento.
***
21
As Escrituras não apresentam sinais evidentes do
Arrebatamento da Igreja, mas os aponta para a Grande Tribulação.
Como a Igreja não passará pela Grande Tribulação, os sinais que
anunciam que esse evento se aproxima também acentuam a
brevidade do Arrebatamento. O cumprimento das profecias
apocalípticas está diretamente relacionado à nação de Israel, e seu
reestabelecimento como nação é um super-sinal para a Igreja estar
atenta. Além disso, o fim da Era da Igreja, ou seja, o fim da
dispensação da graça, se aproxima.
22
CAPÍTULO 3 -
O “RAPTO” E A RESSURREIÇÃO
23
vulgata latina, quando foi traduzida por Jeronimo como rapie (=
arrebatar).
Como acontecerá o “rapto” ou arrebatamento? Jesus virá
até às nuvens. Seus pés não tocarão o solo como ocorrerá mais
tarde, quando Ele se revelar publicamente, descendo sobre o
Monte das Oliveiras em Jerusalém. Nos ares ocorrerá o encontro
de Jesus com Sua Igreja. Essa é a primeira etapa da Sua segunda
vinda. Por ocasião do Arrebatamento da Igreja, na terra se dará a
ressurreição dos mortos justos, bem como a transformação dos
vivos justos (1 Ts 4.16,17). Em Romanos 8:23 esse duplo milagre
é chamado de “redenção do nosso corpo”. O que acontece na
ressurreição dos justos é a continuação da primeira ressurreição,
iniciada por Jesus (1 Co 15.23) e concluída com os mártires (Ap
20:4). Em 1 Coríntios, o termo “ordem”, com relação à
ressurreição física dos justos falecidos, no original grego, indica
fileira, grupo, turma, como em formaturas de militares ou de
colegiais.
O Arrebatamento da Igreja marca o início do chamado
“dia de Cristo” (1 Co 1:8; Fp 1:6; 2 Co 1:14; 2 Tm 4:8). Esse dia
vai do Arrebatamento da Igreja à revelação de Cristo em glória. A
Igreja fiel será arrebatada ao encontro do Senhor, antes da Grande
Tribulação, que é também denominada de “ira vindoura” (Mt 3:7;
1 Ts 1:10; 5:9; Ap 6:16,17).
No momento do Arrebatamento se ouvirão três vozes (1
Ts 4:16): o alarido, a voz do arcanjo e a trombeta de Deus.
24
A expressão “em Cristo” denota uma classe especial de
crentes redimidos durante o período em que a Igreja esteve na
terra, isto é, a dispensação da graça. O apóstolo dos gentios, Paulo,
elucida o ensino da substituição e identificação em Cristo em
diversas epístolas (Rm 8:1; 2 Co 5:21, dentre outras). A expressão
“em Cristo” aponta para os crentes “vestidos de Cristo” (Ef 4:24).
No livro de Gênesis vemos o relato de que Jacó se
camuflou com pele de cabrito e vestiu a roupa do seu irmão mais
velho, e, em seguida, foi ao encontro do seu pai. Ao tocar o filho
mais moço, Isaque sentiu Esaú ao invés de Jacó. Mesmo
reconhecendo que a voz era de Jacó, quando o tocou, sentiu o
pêlo, e quando o cheirou, sentiu o cheiro de seu filho mais velho.
Alguns capítulos depois deste relato, Jacó torna-se Israel.
Estabelecendo uma tipologia com a humanidade perdida, Jacó
carecia da benção do pai e foi até ele vestido de seu irmão mais
velho, assim como o cristão vai até o Pai celestial vestido de Cristo
para receber a benção do irmão mais velho. O Pai vê Cristo
vestido em nós e o cheiro do seu sangue está em nós, logo, o Pai
nos dá a benção que Cristo conquistou com sua vida de
obediência.
Em Mateus 25:1-13 lemos a parábola das dez virgens que,
dentre outros temas, aborda a ressurreição que ocorrerá no evento
do Arrebatamento da Igreja. “À meia noite, ouviu-se um grito: eis
o noivo, saí ao seu encontro!” (Mt 25:6). Esse grito será um
chamado para os que morreram em Cristo, isto é, morreram na
dispensação da Igreja.
A parábola narrada por Jesus tem como pano de fundo a
tradição oriental para as celebrações de casamento. Desse modo,
as dez jovens tinham a responsabilidade de cuidar da noiva, mas
apenas cinco delas eram prudentes. Estabelecendo um paralelo
25
entre esta noiva e a “noiva de Cristo”, a Igreja, podemos
considerar que o número cinco representa os cinco ministérios da
Igreja mencionados por Paulo: Pastor, Mestre, Evangelista,
Profeta e Apóstolo. Jesus então estaria qualificando duas classes
de ministério, a saber, um ministério prudente e um ministério
néscio.
Mas o que significa “dormir” (v. 5) na parábola das dez
virgens? Dormir na Bíblia tem duas conotações: apostasia (Rm
13:11,12; 1 Ts 5:4-8) e morte (1 Ts 4:13; Jo 11:11). Em Mateus
25:5 o significado é o de morte, porque todas as virgens, tanto as
néscias como as prudentes, dormiram. Se o texto tratasse de
apostasia, teríamos que admitir que as prudentes também
apostataram da fé. Além disso, as prudentes dormiram e não
foram afetadas pelo sono ou repreendidas pelo Senhor por
haverem dormido. Podemos concluir que o sono no verso 5 não
é algo negativo, até porque o centro da parábola é o verso 13 que
nos manda vigiar e orar.
26
3) A “trombeta de Deus” encerrará a dispensação da
graça e reunirá os crentes vivos.
***
27
No fim da Era da Igreja (dispensação da graça), acontecerá
a primeira etapa da segunda vinda de Cristo. Os salvos que
estiverem vivos serão arrebatados e os mortos salvos do AT e do NT
serão ressuscitados.
28
CAPÍTULO 4 -
TODOS IREMOS A UM JULGAMENTO
29
quanto às motivações atreladas a eles. Observemos o texto de 1
Coríntios 3:11-15 a seguir:
30
meio ao sofrimento, quando louvamos a Deus mesmo com o
coração partido. Por sua vez, a prata é o preço da redenção. Jesus
foi vendido por moedas de prata, e, quando os judeus iam para a
guerra, recebiam prata como reparação pela sua alma. Nossas
obras de prata estão relacionadas a ensinar a outros o caminho da
salvação. E as pedras preciosas são os salvos, as pessoas que levamos
a Cristos, nossos filhos na fé (Ml 3:17; 1 Pe 2:5). “Se a obra que
alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão”.
De outro modo, há as obras que não resistirão ao fogo. As
obras com valor de madeira representam o serviço feito com o
objetivo de buscar glória humana; o serviço com valor de feno é o
das obras aparentes (Mt 6:2,5,16); e finalmente a palha remete à
inconstância e às obras sem firmeza (Jr 23:28-32). Muitas pessoas
consideram que “apenas ir para o céu é o bastante”, mas ninguém
ficaria feliz se, ao chegar à sua casa, a encontrasse em chamas, sem
que nada mais se aproveitasse. Muitos serão salvos por crerem em
Jesus, mas se sentirão como nus diante do tribunal. Ló (Gn 19)
teve suas obras completamente queimadas no fogo. Tudo que ele
era e tudo que havia feito foram queimados, só que ele não se
queimou e nem mesmo sentiu o cheiro da fumaça. Ló é o retrato
perfeito do cristão que teve motivações incorretas, comparecendo
ante o Tribunal de Cristo. “Se a obra de alguém se queimar,
sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo”.
A motivação do nosso serviço no Reino deve ser
unicamente o amor a Deus, pois o que foi feito por amor a Cristo
perdurará. As obras avaliadas dessa forma suportarão o fogo e
receberão o devido salário. “Bem está, servo bom e fiel, sobre o
pouco foste fiel, sobre muito te colocarei”. Não sucederá o
mesmo com obras geradas a partir do egoísmo.
31
O que acontece depois do julgamento?
32
o sombrio vale da batalha. De igual modo, também, após a
celebração da ceia das Bodas, ele “descerá” para o sombrio vale do
Armagedom (Ap 19:11), a fim de terminar com aquela grande
guerra e, a seguir, estabelecer seu Reino milenar.
***
33
34
CAPÍTULO 5 -
A GRANDE TRIBULAÇÃO
35
geológicas, chuva de granizo e fogo misturado com sangue, só
para citar algumas. Por se tratar de uma época de grande
sofrimento, Deus não permitirá que a Igreja passe por ela,
retirando-a da terra antes que esse período comece. Sustentamos
a posição de que a Igreja não atravessará este período de
perseguição: “Como guardaste a palavra da minha paciência,
também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre
todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3:10).
Trataremos agora de situar o período da Grande
Tribulação em meio ao cenário mundial e aos eventos bíblicos,
para que possamos ter uma visão mais ampla do tempo em que
vivemos e anunciar ao mundo o que há de vir. Para isso, vamos
começar estudando a profecia das Setenta Semanas registrada no
livro de Daniel.
1) Extrair a transgressão;
2) Tirar o pecado da cidade;
3) Expiar a iniquidade da cidade;
4) Trazer a justiça eterna à cidade;
36
5) Selar a visão e a profecia relacionadas à cidade;
6) Ungir o Santo dos santos.
37
no domingo antes da sua morte e ressurreição. Outros cálculos
podem ser feitos, uns apontam o batismo de Jesus, no início de
seu ministério, outros apontam sua morte, mas apesar das
imperfeições dos calendários e das falhas nos métodos de datação,
o fato é que acertamos em cheio em Jesus, o Messias.
Depois disso temos um intervalo de tempo
indeterminado, ou seja, a última semana não começa
imediatamente depois das outras sessenta e nove. Daniel 9:26 diz
que a morte do Messias e destruição da cidade deveria ocorrer
depois da 62º semana e antes da última semana: “depois das
sessenta e duas semanas, o Ungido será morto, e já não haverá
lugar para ele. A cidade e o lugar Santo serão destruídos pelo povo
do governante que virá”.
A última semana deveria começar a contar quando o
príncipe fizesse uma aliança que duraria uma semana. Porém, a
história mostra que isso não aconteceu na ocasião da destruição
de Jerusalém pelos romanos. Assim, vemos que, o povo “do
príncipe que há de vir” destruiu a cidade, mas o príncipe que faria
a aliança ainda não existia, seria um líder vindouro. Isso fica claro
pelas palavras de Jesus em Mateus 24:15, “quando vocês virem o
‘sacrilégio terrível’, do qual falou o profeta Daniel...”. Ele cita
Daniel 9:27 mostrando que mesmo em Seus dias este príncipe
ainda não tinha vindo e deveria vir nos tempos do fim, trazendo
grande tribulação. Esta é uma clara referência, que associa “o
governante” (ou “o príncipe”) de Daniel 9:27 com aquele que
colocará no templo o “sacrilégio terrível” de Mateus 24:15 e com
“o homem do pecado” de 2 Tessalonicenses 2:3, ou seja, o
Anticristo.
Por fim, a septuagésima semana ainda não começou e
estamos no intervalo entre a penúltima e a última semana. Esta
38
última começará quando o “governante”, um líder mundial
associado a uma espécie de Império Romano, fizer uma aliança
com muitos por um período de sete anos. Não devemos ver isso
como um “tratado de paz com Israel”, mas como uma “aliança”
(conforme o texto hebraico) com muitos países que favorecerá a
Israel que prosperará no início, possibilitando até a reconstrução
do templo que hoje está destruído. Na metade deste período, ele
romperá esta aliança, virá contra Israel e fará cessar os sacrifícios
oferecidos no templo.
As Setenta Semanas de Daniel:
1 semana (7 anos)
7 semanas (49 62 semanas Era da Igreja Grande Tribulação
anos) (434 anos) (na na terra
Reconstrução A dispensação
da cidade de contagem da graça há 1º 2º
Jerusalém termina no uma pausa na período período
tempo do contagem das de 3 de 3
Messias semanas) anos e anos e
meio meio
Messias Arrebatamento
39
um livro em forma de rolo na mão direita daquele que está
assentado no trono, escrito de ambos os lados e selado com sete
selos. Para que o livro fosse aberto seria necessário romper os sete
selos que o fechavam e só então seu conteúdo poderia ser lido.
João chorou muito ao perceber que não havia ninguém digno de
abri-lo, mas um dos vinte e quatro anciãos lhe disse que o Leão
da Tribo de Judá havia vencido para abrir o livro e seus sete selos.
Os acontecimentos desencadeados por cada selo nos dão
uma visão panorâmica do período da Grande Tribulação. Eles
representam uma série de juízos que tem que acontecer antes que
Jesus venha para estabelecer seu Reino milenar sobre a terra. Os
eventos dos selos estão intrinsecamente ligados a Mateus 24.
40
segurança, os déficits financeiros e a inflação. Se ouvirá falar de
paz e prosperidade, mas o mal estará escondido. O engano só
poderá ser creditado se houver paz. O mundo será consolidado na
política, por meio de um sistema de democracia; na força militar,
com um exército unificado; na economia; e na religião, que será
ecumênica.
41
seus irmãos que também deverão ser mortos como
eles. Veja a relação com Mateus 24:9,22.
42
ele atira o incensário, com fogo do altar, sobre a terra. Houve
trovões, vozes, relâmpagos e um terremoto.
1) Primeira trombeta (8:7): chuva de pedra, fogo e
sangue foram lançados sobre a terra. Foi queimado
um terço da terra, um terço das árvores e toda a relva
verde. A primeira taça derramada gera úlceras nos
homens e uma redução na disponibilidade de
alimento.
43
Até aqui as pragas atingem diretamente a natureza e,
consequentemente, os homens. Mas as últimas trombetas
afetarão os homens. Os 3 “ais” anunciam as últimas 3 trombetas
e suas pragas.
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terminarem seu testemunho, serão mortos pelo Anticristo,
provavelmente num período entre a sexta e a sétima trombetas.
Seus corpos ficarão expostos por três dias e depois “ressuscitarão”.
45
própria vontade, pois combaterá os valores absolutos e a fé em
Cristo.
46
Deus, por causa das suas dores e das suas feridas; mas não
se arrependeram.
***
47
48
CAPÍTULO 6 -
A BATALHA DO ARMAGEDOM
49
precisamos fazer algumas considerações acerca do texto de Daniel
2:31-45. O sonho do imperador babilônico Nabucodonozor é
profético. Ele viu uma estátua (v. 32) constituída por uma cabeça
de ouro, peito e braços de prata, ventre e coxas de cobre, pernas
de ferro (v. 33) e pés de ferro e de barro (v. 33). O versículo 34
relata “uma pedra que foi cortada, sem mãos” a qual feriu os pés
da estátua, destruindo-a completamente.
É o profeta Daniel que interpreta os elementos da grande
estátua. A cabeça de ouro representa o reino da Babilônia, o
império mais poderoso da época, governado por Nabucodonosor
por 41 anos. O peito e os braços de prata referem-se ao império
Medo-Persa. Os dois braços ligados pelo peito representam a
união dos Medos e dos Persas. O ventre e os quadris representam
o império Grego, um dos impérios mais extensos na história da
humanidade. As pernas de ferro são o último império da história,
o Romano. Os pés de ferro e barro indicam a fragilidade deste
império, que por um lado era poderoso (ferro), mas por outro,
frágil e decadente (barro). Ele tem maior poder do que qualquer
dos reinos anteriores, quebra e esmiúça a tudo em seu poder.
Apesar disso, tem uma fraqueza intrínseca, uma vez que barro e
ferro não se ligam. A unidade é impossível e o reino se toma
vulnerável por causa da tentativa de unir elementos que não se
unem. Finalmente, a “pedra que foi cortada, sem mãos” é a última
a ser mencionada, e é nela que se encontra o mistério da batalha
do Armagedom.
A revelação desses reinos na história está além do
conhecimento humano. Nabucodonosor achou favor da parte de
um grande Deus que mostrou o futuro a ele. Daniel põe ênfase
em que o sonho é certo, bem como a sua interpretação, porque
queria que o rei encarasse as suas implicações imediatas. Os
50
quatro impérios pagãos, mencionados simbolicamente na
profecia já existiram na história, comprovando a veracidade da
visão profética. Todavia, a visão da “pedra que foi cortada, sem
mãos” ainda não se cumpriu, pois trata-se do reino universal de
Jesus Cristo que ainda não foi literalmente estabelecido.
A revelação de Apocalipse 13:1-10 é sobre o império
governado pelo Anticristo. A besta descrita neste trecho é
primeiramente um sistema de governo humano, um império
mundial formado por dez países aliados, que surge como a forma
final do Império Romano. Comparando com Daniel 7:7,17,23
vemos que ela é o quarto animal que aparece na visão
representando o quarto grande império mundial. Ele combina as
principais características dos três anteriores: o império babilônico,
o medo-persa e o grego, caracterizados pelo leão, pelo urso e pelo
leopardo. As “sete cabeças” são sete reis ou ainda sete formas de
governo que passaram por este império (Ap 17:10).
No Império Romano da época em que João escreveu o
Apocalipse, cinco reis já tinham caído, um existia e o sétimo estava
por vir e duraria pouco. Este último é o Anticristo. Os “dez
chifres” representam dez reis que se colocarão sob a autoridade da
besta (Ap 17:12,13) compondo uma confederação de países que
formarão a base do Império “Romano” que ressurgirá nos últimos
dias. Todo poder deste império vem de Satanás, o dragão (Ap
12:9), que deu à besta o seu trono e é seu verdadeiro comandante.
Este sistema se caracteriza pela blasfêmia e pelo ódio ao povo de
Deus.
51
Dois sinais claros de que este império se encontra em seu
estágio final de formação são:
52
Voltemos então a tratar da batalha do Armagedom, que
será encabeçada pelo Anticristo antes do Milênio. Ezequiel 38 é
um capítulo profético contra as confederações de nações que se
levantarão contra Deus, no fim dos tempos. Armagedom, no
sentido geográfico, significa “montanha de Megido” e designa o
local onde acontecerá a batalha no mais amplo vale de Israel. É o
vale que os judeus chamam atualmente de Planície de Jezreel, que
vai do Monte Tabor até junto do Monte Carmelo. O Vale Megido
ou Asdraelom é também interpretado como “ lugar de tropas” ou
“ lugar de multidões”. Nele ocorreram guerras sangrentas com
vários personagens do passado que foram derrotados ali: Sísera (Jz
5,6); Acazias (2 Rs 9:27) e Josias (2 Rs 23:29,30).
Quando o Anticristo e as nações comandadas por ele
avançar com seus exércitos sobre Israel, o Senhor Jesus virá com
toda sua glória e exército de santos para triunfar na batalha do
Armagedom, destruindo todos os seus inimigos. Seus pés tocarão
o Monte das Oliveiras que se dividirá ao meio fazendo surgir um
grande vale por onde os judeus fugirão (Zc 14:4-5). Depois o
Senhor reunirá Israel e entrará em juízo com eles; formará um
povo que habitará em paz na terra durante os mil anos (Is 60:21).
Deus derramará do Seu Espírito sobre Israel e nunca mais
desviará deles o seu rosto.
Após a batalha do Armagedom, haverá o julgamento das
nações (Mt 25:31-46), para definir o destino das pessoas não salvas
durante a Grande Tribulação, de todas as nações que restarem
sobre a terra (Is 2:4; 14:1-2). Jesus, o Justo Juiz (At 10:42; Tg
4:12), assentado em Seu trono, julgará e separará os justos dos
ímpios. O critério para este julgamento será a maneira como
trataram Jesus, que está presente na vida de cada um de seus
discípulos (Jo 14:20; Mt 10:11-18; 40-42). Os justos entrarão para
53
o Reino que lhes foi preparado desde a fundação do mundo (v.
34) e os ímpios serão lançados no fogo eterno (v. 41), ou seja, o
lago de fogo, preparado para Satanás e seus anjos.
***
54
CAPÍTULO 7 -
O REINO MILENAR DE CRISTO
55
durará enquanto Deus durar (Sl 10:16; 29:10; Jr 10:10; Lm 5:19).
Ele é ilimitado e abrange a tudo e todos (Sl 103:19; Dn
4:17,25,32). Todos que rejeitam este Reino sofrem as
consequências perdendo seus benefícios, mas não conseguem se
livrar da autoridade de Deus, assim como ocorreu com Satanás e
seus anjos (Is 14:12-15; Ez 28:11-19; Jd 6) e com os homens (Gn
2:15-17; 3:1-19; Rm 5:12).
Hoje, os homens vivem “fora” do Reino de Deus, pois
não se sujeitam espontaneamente ao Seu governo e não fazem a
Sua vontade. Porém não podem se livrar da autoridade do Rei,
que lhes determina condenação eterna por causa dessa rebeldia.
Esta situação só pode ser mudada quando uma pessoa se
arrepende e recebe, pela fé, Jesus Cristo como o Senhor de sua
vida, ou κυριοσ (kyrios = dono, senhor, soberano),
demonstrando sujeição à sua vontade através da obediência.
Assim, apesar de haver resistência, Deus reina soberano
eternamente sobre os céus e sobre a terra e ri daqueles que se
levantam contra ele (Sl 2). Ninguém pode detê-lo, nada escapa ao
Seu controle. Quem O impedirá de realizar os Seus desígnios?
56
determina que esse período terá uma duração de mil anos. O
número “mil” não é simbólico nem alegórico, pois nestes
versículos, a expressão “mil anos” é mencionada seis vezes, sendo
3 delas na forma definida “os mil anos”, indicando um período
específico de tempo com duração determinada de mil anos.
Um dos acontecimentos associados à segunda vinda do
Senhor é o aprisionamento de Satanás. Atualmente Satanás e seus
anjos estão soltos e operando sobre a terra, conforme podemos
constatar nas Escrituras (At 5:3; 2 Co 4:3-4, 11:14; 1 Ts 2:18; 2
Tm 2:26). Ele é o príncipe das potestades do ar mencionado em
Efésios 2:1-3, o líder das forças do mal nas regiões celestiais (Ef
6:10-12). O apóstolo Pedro afirma que ele é nosso inimigo e anda
ao nosso derredor rugindo, buscando a quem possa devorar (1 Pe
5:8). Além disso, na experiência diária que temos na obra do
Senhor, podemos ver os danos causados por ele nas vidas que
domina. Porém, esta situação tem um dia marcado para terminar.
O texto em Apocalipse 20:1-3 descreve um anjo, vindo da
parte de Deus, descendo dos céus com a chave do Abismo e uma
grande corrente. Ele prendeu Satanás, acorrentou-o, lançou-o no
abismo por mil anos e pôs um selo sobre ele. Isso não se trata
apenas de uma restrição dos poderes de Satanás, mas de uma
destituição completa de seus poderes e das suas atividades sobre a
terra durante o tempo determinado para que não engane as
nações. Por sua vez, o texto em Isaías 24:21-23 oferece mais
detalhes acerca disso. Os “poderes em cima nos céus” refere-se
aos principados e potestades do ar, os anjos caídos e demônios que
estão sob o comando de Satanás. Eles serão arrebanhados e
encarcerados no Abismo, e só sairão depois do Milênio, para
receberem “depois de muitos dias” seu castigo final, o lago do
fogo. Isso fará com que tudo que for “semeado” por Cristo e Sua
57
Igreja, sobre as pessoas que habitarem a terra durante o Milênio,
possa crescer livre de influências malignas exteriores, pois elas não
serão mais oprimidas, enganadas, acusadas e nem tentadas por
Satanás. Se houver algum mal, estará no próprio coração do
homem.
A autoridade para governar a terra foi dada por Deus a
Adão desde o princípio (Gn 1:26-30). Enquanto ele viveu em
sujeição a Deus tudo correu bem, mas quando decidiu ser
independente e fazer sua própria vontade, foi apanhado pelas
mentiras de Satanás (Gn 3:1-7) e acabou ficando-lhe sujeito (Ef
2:1-3), e com ele todos os seus descendentes (Rm 3:23) e a própria
terra que estava sob sua responsabilidade (Lc 4:5). O homem
pecador, afastado de Deus, sob o reino das trevas, começou a se
organizar edificando cidades e reinos (Gn 10:8-12;11:1-9),
formando um sistema mundano de governo que serve aos
interesses de Satanás e reflete seu domínio sobre o coração do
homem caído. Este é o sistema que rege o mundo hoje.
Quando Jesus Cristo veio em carne, o Reino de Deus
chegou outra vez aos homens (Mc 1:14-15; Lc 11:20). Ele exerceu
a autoridade de Rei e Senhor sobre os homens, as doenças, os
demônios, as forças da natureza, e até sobre a morte. Após sua
morte e ressurreição, Ele mesmo disse a seus discípulos: “toda a
autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28:18). Jesus tratou
de restabelecer o Reino de Deus primeiramente onde ele foi
rejeitado no início: no coração do homem. Mediante a
proclamação do Evangelho do Reino de Deus, que apresenta
Jesus Cristo como o Senhor, muitas pessoas, desde a época dos
apóstolos até hoje, têm crido, se arrependido e recebido a Jesus
como seu Rei tornando-se seus discípulos. Eles são a Sua Igreja,
58
vivem no reino (governo) de Deus hoje e tem a função de
testemunhar e proclamar o Evangelho a todas as nações.
O clamor da sétima trombeta (Ap 11:15) é “os reinos
deste mundo passarão a ser de nosso Senhor e de seu Cristo e Ele
reinará para todo o sempre”. Diante Dele todo joelho se dobrará
e toda língua confessará que Jesus é o Senhor (Fp 2:10,11). Em
seu Reino de mil anos sobre a terra, sem a interferência de
Satanás, Cristo levará todos a um estado de paz e harmonia,
resultantes de Seu governo no coração dos homens e toda a terra
se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas
cobrem o mar (Is 11:9).
59
Ele estabelecendo Seu Reino sobre todas as pessoas que viverem
sobre a terra.
Em Apocalipse 5:10 diz que “Tu os constituíste reino e
sacerdotes para o nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra”. Por
causa de uma variante do texto grego algumas traduções trazem
“reis” e não “reino” neste versículo. No entanto, a melhor leitura
para o texto original neste caso é βασιλειαν (basileia = reino),
concordando com Apocalipse 1:6, em que não há variante textual.
Encontramos então, neste texto, algo importante sobre o papel da
Igreja. Hoje o Senhor nos constituiu “reino e sacerdotes”. Como
reino, vivemos sob seu governo, para fazer Sua vontade. Como
sacerdotes temos que tornar nosso Deus conhecido a todos
àqueles que não têm acesso ao Santo dos santos, mostrando-lhes
o caminho. Ou seja, vivemos no Seu Reino e proclamamos essa
boa notícia. No futuro, reinaremos sobre a terra juntamente com
Ele para que toda a terra se encha do conhecimento da glória do
Senhor. Assim, vivemos hoje no Seu Reino e, quando Ele vier,
reinaremos com Ele.
Os habitantes da terra
60
Certamente a profecia de Ezequiel 39:25-29 não se aplica
ao fato ocorrido em 1948 d.C. pois nesta ocasião apenas uma
pequena parte dos judeus voltou para a Palestina, e não todos eles,
como diz o verso 28. E também não está em conformidade com
o verso 29, pois Deus ainda não derramou Seu Espírito sobre a
nação de Israel. Esta profecia é uma das muitas que encontrará seu
pleno cumprimento no Milênio. A nação de Israel será restaurada,
reconduzida à terra das peregrinações de Abraão e habitará em
segurança, Deus derramará Seu Espírito Santo sobre todos e ela
voltará a ser povo de Deus na terra. Esta restauração da nação de
Israel pode ser observada nos textos de Zacarias 13:1-2; 13:8-9.
Vemos então que os judeus que entrarem para o Milênio
serão purificados de suas impurezas e de seus pecados, os ídolos e
os espíritos imundos serão eliminados e eles serão novamente
chamados de povo de Deus. A cidade de Jerusalém será
restabelecida em seu lugar e nunca mais será destruída (Zc 14:10-
11). Ela se tornará a capital do Reino Milenar e dela sairá a lei e a
palavra do Senhor. “Pois a lei sairá de Sião, de Jerusalém virá à
palavra do Senhor” (Is 2:2-3). Povos de todas as nações virão a
Jerusalém para celebrar, adorar e aprender os caminhos do
Senhor, e todo o mundo será governado a partir de Sião conforme
os princípios da Palavra de Deus. Estas pessoas de todas as nações
também receberão o Espírito Santo (Jl 2:28-32), que as guiará e
santificará juntamente com o povo de Israel, capacitando-as a
viver de maneira justa expressando a glória de Deus em todo o
mundo.
Podemos encontrar outras características do Milênio com
uma leitura atenciosa de Isaias 60:1-22; 65:17-25 e de outros
textos relacionados ao tema. Estes textos nos mostram que o céu
e a terra serão restaurados (Is 65:17); será um período de intensa
61
alegria e regozijo (Is 65:18-19); os gentios servirão a Israel e
levarão a Jerusalém as suas riquezas (Is 60:10-11); não haverá mais
violência nem destruição (Is 60:18; 65:25); haverá longevidade e
reprodução humana, mas ainda haverá morte (Is 65:20,23); a terra
será cultivada e produzirá fruto (Is 65:21-22); mesmo existindo o
sol e a lua, a verdadeira luz de Sião será o Senhor (Is 60:19).
***
62
CAPÍTULO 8 -
A REVOLTA DE SATANÁS
E O JUÍZO FINAL
63
Trono Branco, não havendo tempo nem necessidade de sepultar
mortos.
Por fim, Satanás será jogado no lago de fogo, onde o
Anticristo e o Falso profeta estão desde o início do Milênio. Lá
eles serão atormentados para todo o sempre, definitivamente fora
de circulação. É interessante observar que o que espera os ímpios
não é um aniquilamento, mas sim um castigo contínuo e eterno.
O Juízo Final
64
seus mortos, a morte e o hades entregarão os que neles estão e
todos serão julgados.
Serão abertos livros contendo os registros das obras de
cada um e eles serão julgados de acordo com o que tiverem feito.
Cada palavra, pensamento, ação ou relacionamento que temos até
o mais minucioso detalhe vai para um livro nos arquivos de Deus.
Ele guarda este livro na memória de cada um de nós e quando
chegar a hora certa, Ele apenas trará à luz e toda nossa vida
aparecerá diante de nós em um segundo. Assim, ficará evidente o
pecado de todos em contraste com a santidade Daquele que se
assenta sobre o trono e ficará provado que ninguém pode ser
justificado pelas suas obras (Ef 2:8,9).
Será aberto também o livro da vida para mostrar que
nenhum ímpio tem seu nome escrito nele. Este é o momento da
destruição dos ímpios (2 Pe 3:7), que receberão a “segunda
morte” (Ap 20:14), a separação eterna de Deus. Assim, todos os
que comparecerem diante do Trono Branco serão lançados no
lago de fogo preparado para Satanás e seus anjos (Mt 25:41) e
serão atormentados para todo o sempre. Apocalipse 21:8 diz:
“mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e
aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras
e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com
fogo e enxofre; o que é a segunda morte”.
Os anjos caídos também serão julgados. Judas 1:6 afirma
que “e, quanto aos anjos que não conservaram suas posições de
autoridade, mas abandonaram sua própria morada, ele os tem
guardado em trevas, presos com correntes eternas para o juízo do
grande Dia”. Embora não tenhamos muita informação a respeito,
o texto deixa claro que os anjos caídos também serão julgados
neste dia. Todos eles receberão sua justa punição por terem se
rebelado contra Deus e se juntado a Satanás para cumprir os seus
65
desígnios. Bem como seu líder, seu final será no lago de fogo por
toda a eternidade.
O lago de fogo é um lugar de tormento eterno, preparado
para o Diabo e seus anjos e para onde será lançada toda a
impiedade do Universo. Os primeiros a serem lançados lá serão o
Anticristo e o Falso profeta, depois Satanás, seus anjos, os
incrédulos e finalmente a morte e o hades, lugar dos mortos
(“sheol”, em hebraico), o lugar onde todos os mortos estão até a
ocasião do Juízo Final, de onde ressuscitarão para serem julgados
e receberem seu veredito final. Permanecerão lá por toda a
eternidade.
Finalmente, diante Daquele que está assentado no Trono,
fugirão o céu e a terra e serão destruídos juntamente com tudo
que neles há, pois não se achará mais o seu lugar, tudo se
dissolverá em chamas conforme indica o texto de 2 Pedro 3:7-10.
Assim, tudo que existe no eixo do tempo será desfeito e todo o
mundo material que um dia foi criado, incluindo a terra, o sol, a
lua e todas as galáxias do Universo se consumirão no fogo.
Este será verdadeiramente o fim do mundo e o final dos
tempos. Isso ocorrerá por causa da descida da Nova Jerusalém,
que, vinda do terceiro céus para a terra, comprimirá todas as
moléculas e causará uma explosão, tal como explica a
termodinâmica. Uma compressão cinética dos gases resultará em
uma explosão.
***
66
CAPÍTULO 9 -
O ETERNO E PERFEITO ESTADO
67
O céu onde Deus habita é chamado de Paraíso, Nova
Jerusalém, Monte Sião, Éden original. Quando lemos Ezequiel
28:13, notamos a expressão “Éden, jardim de Deus...”, lá era a
habitação de Satanás. Não obstante essa profecia ser para o rei de
Tiro, ela tem duplo cunho profético, visto que é uma alegoria a
Satanás e uma denúncia contra o rei de Tiro ao mesmo tempo.
Assim como Satanás, o rei de Tiro era revestido de glória, mas
caiu por causa da soberba. Na origem da criação, no estado inicial,
todas as criaturas viviam próximas a Deus, louvando-o e servindo-
o conforme descreve o profeta Ezequiel e o patriarca Jó (Ez 28:13-
15; Jó 38:7).
Após a queda e expulsão de Satanás, algum tempo depois,
Deus criou o homem e o fez do pó da terra. Segundo o pregador,
“Deus criou o homem perfeito” (Ec 7:29). Desta forma, o homem
poderia habitar no Paraíso. Conforme relata o livro de Gênesis,
Deus trouxe o Éden para a terra e lá colocou o homem (Gn 2:8-
15), onde falava com Adão todos os dias às seis horas. Aldery
Rocha afirma que este Éden era o lugar Santíssimo, por isso foi
plantado por Deus. O livro de Cantares 3:9 relata que, quando
Salomão saía do palácio para caçar, ele usava um palanquim, uma
espécie de miniatura do seu palácio. Com o Éden que Deus
plantou para Adão Ele trouxe seu palanquim do céu para a terra.
Este Éden prefigura a Nova Jerusalém.
A partir daí temos uma ideia da habitação ou tabernáculo
de Deus. Quando João vê a Nova Jerusalém descendo do céu, ele
ouve uma voz que ecoa do trono dizendo: “agora o tabernáculo
de Deus está com os homens, com os quais Ele viverá. Eles serão
o Seu povo, o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus”
(Ap 21.3). A Nova Jerusalém parece ter o formato de um
quadrado assim como o Éden provavelmente tinha o mesmo
68
formato já que era cercado por quatro rios. O tabernáculo de
Moisés, a tenda patriarcal e o oráculo do templo de Salomão
também eram quadrados. Em suma, todas as formas de habitação
de Deus na Bíblia são uma prefiguração da Nova Jerusalém.
No tabernáculo de Deus só havia o lugar Santíssimo. O
Éden celestial, para os anjos, era o Santíssimo, e o Éden terrestre
era o Santíssimo para os homens, visto que Adão tinha plena
comunhão com Deus. Não havia o lugar Santo e nem o átrio
como no tabernáculo de Moisés. Mas quando Adão pecou, Deus
o expulsou do Éden do mesmo modo que expulsou Satanás, para
que ele não desordenasse o lugar de plena comunhão com Deus,
o perfeito estado onde há ordem, paz, abundância de suprimento,
riqueza e equilíbrio. E o Éden passou a ser protegido por dois
querubins para impedir a entrada do homem. Mais tarde, no
campo, acontece o primeiro homicídio da história, quando Abel
é assassinado por seu próprio irmão.
O tabernáculo de Moisés representa o que aconteceu a
Adão e sua descendência. A arca, com dois querubins em cima,
fica no lugar Santíssimo, que é separado, por um véu, do lugar
Santo, onde o homem pode apresentar seu culto a Deus. Como
se não bastasse haver um lugar fora do Santíssimo, foi necessário
criar o átrio, ainda mais distante, pois foi no campo, fora do lugar
Santo, que Caim feriu Abel. A disposição das peças do tabernáculo
representa o distanciamento do homem do Paraíso. O plano de
Deus passa a ser pouco a pouco desvendado e Seu objetivo é trazer
o homem de volta para o Santíssimo. Jesus encarna-se, na
plenitude dos tempos, para executar o pacto da divindade e trazer
o homem de volta ao Jardim do Éden, mas, desta vez, para o Éden
celestial.
69
O sangue de Abel derramado no campo por Caim
inaugura o átrio. Este mesmo sangue clamava por perdão e
representava o sacrifício de Cristo. O autor aos Hebreus nos
mostra que o sangue de Jesus clama mais alto do que o de Abel
(Hb 12:24), pois o sangue de Jesus nos deu perdão e acesso ao
Santíssimo (Hb 10:19). Por outro lado, o sangue de Abel, apesar
de clamar por perdão para seu irmão, não deu direito para ele
acessar o Éden. Segundo Aldery Rocha, esse clamor foi tão
impactante que Caim conseguiu voltar para a porta do Éden
(lugar Santo), mas não para o Éden (Gn 4.16). Mas o sangue de
Jesus nos faz voltar ao estado perfeito. Assim como em Jesus tudo
foi criado, todas as coisas também são restauradas e, em breve, o
estado perfeito do princípio da criação se consolidará.
O monte de Sião
70
Santíssimo. O trono de Cristo será colocado no Santíssimo (Ez
43:5-7) e será a arca do Antigo Testamento (Ap 11:19).
Quando todas as coisas estiverem sujeitadas a Cristo, Ele
vai se sujeitar ao Pai. O que isso significa? Que o Pai vai habitar
Nele. Paulo assevera que no corpo de Cristo habitará a plenitude
da divindade (Cl 2:9). Isto aponta para a grande apoteose que
acontecerá (Jo 14:19-20): o Espirito Santo e o Pai vindo para o
corpo do Filho (1 Co 15:24-28). O trono que é do Pai será
habitado pelo Filho e o trono do Filho ficará vazio e será ocupado
pelo que vencer (Ap 3.21). Esse é o motivo do ódio de Satanás,
porque ele queria ser semelhante ao Altíssimo, mas não será ele a
sentar no trono.
Como seremos?
71
estado eterno, pois doenças significam tristeza, dor e até morte.
Porém não é este o significado do texto.
Não haverá nem doenças, nem dor, nem tristeza, nem
morte, nem qualquer maldição (Ap 21:4; 22:3). A explicação para
este fato é que as nações que viverem na terra durante o Milênio
estarão em seus corpos naturais, sujeitos ao envelhecimento, e
precisarão de uma intervenção sobrenatural para viver
eternamente saudáveis. A palavra que aparece no texto original
para “cura” é θεραπειαν (therapeian), que tem um significado
mais abrangente: “aquilo que traz saúde”. Por isso, quando as
nações forem transportadas para a nova terra, receberão saúde
perfeita através das folhas da árvore da vida e seus corpos serão
curados da corrupção para que vivam por toda a eternidade.
Não haverá mais morte, pois ela terá sido lançada no lago
de fogo por toda a eternidade, não podendo mais agir sobre
ninguém. Beberemos gratuitamente da fonte da água da vida, o
acesso à árvore da vida que tinha sido bloqueado no princípio (Gn
3:22-24) será novamente liberado e comeremos do seu fruto
livremente. Não haverá mais tristeza, nem choro nem dor, mas a
alegria imensa da presença do Pai nos satisfará plenamente com
abundante felicidade. Não haverá mais noite e nem será
necessário nenhum tipo de luz natural, pois Deus mesmo nos
iluminará com sua presença.
Teremos uma vida de intensa adoração. “Depois destas
coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão,
dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso
Deus” (Ap 19:1). “Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão
que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e
72
línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de
vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande
voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao
Cordeiro (...) O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de
graça, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos
séculos dos séculos. Amém” (Ap 7:9-12).
Seremos servos e comtemplaremos a Sua face. “Os seus
servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o
nome dele. Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz
de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará
sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22:3-5).
Viveremos em plena comunhão com Deus e teremos pleno
entendimento. “Porque, agora, vemos como em espelho,
obscuramente; então, veremos face a face (1 Co 13:12). “Amados,
agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que
haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar,
seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele
é” (1 Jo 3:2).
Teremos uma vida de santidade, alegria, abundância e
glória. “Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada,
nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os
inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap 21:27). “E lhes
enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não
haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas
passaram” (Ap 21.4). “Eu, a quem tem sede, darei de graça da
fonte da água da vida” (Ap 21.6). “Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória,
acima de toda comparação” (2 Co 4.17). “Quando Cristo, que é a
nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados
com ele, em glória” (Cl 3.4).
73
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PARA ONDE ESTAMOS INDO?
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Ele é a salvação. Não nos esqueçamos das seguintes palavras:
“guarde o que tem para que ninguém tome a sua coroa”. Eis que
Jesus vem sem demora!
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BIBLIOGRAFIA
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JOSEPHUS. The Jewish War. London: Loeb Classical Library,
1989.
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