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PRIMEIR.OS CONCEITOS DA NEUROCIÊNCIA

s.a abordagem é: "a conscíência é uma propriedade. das


HÁ VÁRIAS MANEIRAS
mo|Éculas do c.éret?ro". Hojé está claro que esta atitude
DE VER ® eÉREÉR® reducionistãnãoéumaboaexplicqção,emborapossaser
um bom métódo .d? éstudo. C)s hi'veis de existência do
sisteíp.aneívosonãosão,uns,."consequências"doso`utros;
-m:riá=àie=eT=:::sd::àe:oa:árôe:::oc,op-o::íeTmu:::: • C:oexistem. sipiultaneamente, em parale.1o.

Neste. .c.àp.ítuló Íntrodutório, fáremoá uri "sobrevoo"


:àn::mn:d'ee:eaucpor:pori:me:x::e::.¥ou:aodâoqg:|_SàEeo::
por.e.s.ses yários ni'véis. Ísso síriifica àue. eies serão càn-
sidera.dos de {]m modo piuito. geral, apenas para o; apre-
::tíieriitpe:ft:p:;h=osgà:=tceosscàocs:náu:t.ododedeo:F::tâ:
um geólogo é diferente: ele .vê a Terra óomo uma dsí.era sentar. Em {cada capítulo. subseq.uente, o tema especffico
Seráab:órdadotambémlevandoemcontaessesníveis,mas
mineral, coristituída .por diversas camadas de mátéria
commaiorprofiindidade.0objetivoagoraéumaprimeira
sobrepostas umas à§t';Õtitras .e dotadas de um lento| mas •apiesentáção.do,nósso..otjetod.eestudo-osistemariervoso
\..

-desde.a.5úaestmtuiàmaérosóópica(onívelanatômicQ),a
:;::::nnt:cm::;EànaÉÍ;::::eg==cÍ:[;eTía,oa:àóe::gqouep:[:::
organizaçãQ.mícroscópíca(om'velhístológico),atéaforia
os milhões de fomas.Viva.s vegetais e animais existentes
dos seus. constituintes unitáriós, às célula; e.as organelas
em nosso planeta. Uri modo de ver não.é menos.v!rda-
subcelulares (o ni'vel celular). Você verá como esses níveis
deiro que o outi.o. Cada.iim privílegia a sua abordagém,
sesobrepõemamplame.nte,.oquetomaobrigatóriolevarem
mas é preciso reconhecer que. a Terra existe igualniente
contatodose.|es(oumuitosáe|es)parafo|:|nar.umaideiare-
como planeta, objeto míneral e macroecossistema. É de
aüstadofiincionam.entodocérebro.Depoisdisso,seremos
inúmeros outros modos.
apresentados também às fiinções neuais mais abstratas e
Tmbémosistemanemso,eocérebroemparicL, caracteristicamentehumanas,comoamemória,alinguagem
podemserestudadosdeván-asrianeiras,todasverdadéiras e a. percepção (o nível psicológico), outras mais concretas
e igualmente importantes (Qmdro 1.1). Podemos encará- e.mais fiequentes entre os animai-s, como a.motricidade e
1o como um ot)jéto desconhecido, mas capaz de produzir assensações(oni'velfisíológico),eaíndaoutrastípicasdas
células e suas interaçõés molecularesí(o ni'vel bioquímico,
:::np:¥:inpt:.;:oendsací:::Êt:=:=e:go:ni:g,;:.asei:Eí:
?

oumicrofisiológico).Nestecapítulo,comoao|ongodolivro
inteird, a ideia sérá sempre analisar o sistema nervoso sob
::Toosco..:oo=odco.:,:=::ddo::ãàóiogqousàps:dteo:==iíe: diferentes ângulos, como ele realmente existe nos aniiriais
de finos pro|ongamentos' formando tri|hões de comp|éxos é no homem.
circuitos intercomunicantes. É a.visão dos neurobiólggos
çe|ulares. Altemativariente, podemos pensar apenas |nos

:gaci:ilí::::ãpor,o:=|doo;±eel:s::ue:em;oosfics:oT:geilsegs:|ào:
®SISTEMANERyg9S0
:=::toe:t:srà:àõti::ufi¥¥üq:ée]:LC£Hnee:::tars:=o=:]í±a= VIST© A ©LH-®i..NU
.++_. :
os neuroq.uímicos. E ãssim por diante: .Como se.vê, §ão
muitososmodos(chamadosná/eís)deexistênciadosistéma Sevocêexaminarpelaprimeiravez.o.sistemanervoso
nervoso,.abórdadosespecificamentepelosdiferentesespe- deumvertebrado,logo.conclúiráqueeletemi)aitessítuadas
cialistas. E seriam ainda muitos mais, se considerássemos dentrodocrânioedacoluiiavertebraLéoutrasdistribu.ídas
os pontos de vi~sta não cienfficos. 1 p'.oi todo o o.rgani§mo ¢.igura 1.1). As primeiras recebem
1

o norpe .coletivo de sistema nervoso. central (SNC), e as


últimas, de sistema.nervoso periférico. (SNP). É no siste-
níve:ssde:::Í:tsêonsc::md:r:Íçfecmuáirn=m::;t,Oqauc:r:as:àsi::
ma pervoso ceqtral que está a grande maioria das células
acreditandonaprevalênciadeumdelesemdetrimerito+os
n?rvosas, .seus prolongamentç)§ e os contatos quç fazem
demais. 0 -mais cc)mum era acreditar que os fenômenos
entre.si.No.sistemariervosoperiféricoficámrelativamente
de cada nível poderiam ser mais bem explicados p!lo
.poucascélulas,masurngrandenúmerodeprolongamentos
chamados fibras nervosas, agrúp?do§ em filetes alongados
:eíà:Í:f::::::smf::ôfi:s::çíe:sÍ:io.1|óóggiiccoass,s:snfe:à=:nT;
chamados nervosG.

â:ífoeLnóôgíceonso:ecde::[:oess:s"mü==¥ssúúççõõe:smc;]Leúc::às:
Tudo, então, se resuniiria. às interações entre as moléculas
componentes do sístema nervoso. Uma ffase típíca dés_ G Termo coristante do glossário ao final do capí±ulo.
NEUP\OCIÊNCIA CELULAR

Quadr.o 1.1

Neurociências, Neurocientistas

debiologiqciênciasbiomédicasouciênciasdasaúde,
quecharios.simplificadamenteNeurociên-
•~:i-avã~ú=~v-erdadeNéurociêriciàs.Noplinal.
.^_. . . \T_ `_1.-_-1 depoiscursamimprogramadepós-gmduação].ávoltado
especificamenteparaosistemaneivoso,efinàlmente
Ê Se é assím; quaís.são çías7 F quem são. o.s
ippr + ..,. <-. L.V V `^U_.._7. L são admitidos como professores tmiversitários ou pesi .
profissionaisquelidapcomelas? quisadoresdeinstituiçõescientíficasnãouniversitárias'.`.
Há muitos inodos de classificá+as, de acordo com Seutrabanoéfinanciadoporrecu-sosgovemamentais
J,

osníveisdeabordagemquemencionamosnoiníciodo ouprivados,eosresultadosqueobtêmsãoputtlicados
capítulo. Um modo simples, mas. esquemático, .seria emrevistascientíficasespecializadas.Vocêcorieceiá
•ào;seil::::ê:icnz-:Om?gepá;:rdti::Pclgm*o::;:toocideent:#Sá algmsdelesaolongodestelivro.Jáosprofissionaisde
saúdeincluemmédicos(especiahenteosneurologistas,
as diversas moléc€.'i.as de importância ftincional no neurocirugiões e psiquiàtras), psicólogos, fisiotera-
• sistema nervoso, e .éuas interações. Pode ser também
i)çutas,fonoaudiólogos,enfermeirosetc.Suaformação
chamadadeNeuroquímicaouNeurobiologiamolecular. passai)elasfaculdadescorrespondentes,eàsvezesinclui
Ajveijrocz.ê77cz-aceJi"ÍJcyabordaascélulasqueformam alguns anos de residência ou especialização. Alguns
`.osistemanervoso,suaestruturaesuafimção.Podeser
dessesi]rofissionaissevoltamtámbémparaai]esquisa
chamadataml]émdeNeurocitologiaouNeurob.iologia científica básica ou clínicà.
celular.ANérirocíê7zcz.czsisíê7%Ícczcoásiderapopulações • Recentemente, outros profissionais têm-se interes-
decélúlasnervosassituadasemdiversffregiõesdosis- sado pelo sistema nervoso; é o caso dos engenheiros,
temanervoso,quéconstitueásistemasfiri.iopaisçpTo especialmente aqueles voltadós para a informática..
ovisuai,oauditiyo,omótorétc.Quándoapresentama Isso poiqué os computadores e alguns robôs m¥is
at)ordaÉemmaismorfolõÉicaéchpadaNeuro-histo- modernos têm a arquitetua projetada de acgrdo com
1ogia
J.\JE>Ll+ ou.Neuoanatomia,
\,\-__+ \ -..--- _ .' e
_ quando
-_ ---... lida
} cori
\T_ aspectos
_:__-_===^_-^-,.^
osconceitosoriginadosdasNeurociências.Tambénios
fimcionaiséchamadaNeúrofisiologia..Ajve#rocíé#cía artistasgráficoseprogramadoresvisuaistêm-,seapro-......
co772porícz772e73fczzde.dica-seaestudarásestrutúrasnemis.
ximado das Neurociências, pois necessitam.. qgmipar .....
que produzem comi]ortamentos e ot+tros fenôrienos conceitosmodemossobreapercepçãovisuald*.çoFes,
psicológicóscomoósono,oscomportamentossexuais, do movimento etc. Dà mesma forma,. os educad.oies é
emocionais,.emuitosoutros.Éàsvezesconhecidatam-
pedagogosestãointeressadosemáaberco.moosistepa
bémcomopsicofisiologiaoupsicobioloria.Finalme.nte,
nervosoexerceacapacidadedeselecionareamazenai
aNe"7'ocz.ê#cíacog7tífjyatratadascapacidadesmentais iàformações, atributo importante dos processos de
riais comi]1exas, geralmepte típicas.. do hom.em, como aprendizagem. ,'
a linguagem, a autoconsciência, a memória etc. Pode
sertambémchamadadeNeúropsico|ogia.Éclaroque Tanto napesquisa científica como nas profissões da .
`-saú`de,otrabalhosebeneficiamuitodainteraçãomul-
`,__--1 _ -
os limiteé entré essas dis`cip.1in.as não são tidos, o.que..
tidisciplinar,envolvendováriasdasdisciplinascitadas..
nosottrigaasaltardeumnívelaoutro,ouseÉdeuma
disciplinaaoutra,semprequetentamoscompreendero Naverdade,amultidisciplinaridadetoma-se.cqq4vez
fimcionamento do sisten}a n.ervoso. maisindispeqsável,poisosistemanervosotemvários
niveis de existência, cgmo já vimos, e coppreendê-1o
Osprofissio.naisquelidamcomosistemane`rvoso
ekigemúltii).1asabordagens.Éi)oiissoqueasequipe,s
são de dois tipos: .os neurocientistas, cuja ativiqade.é. de saúdé dos hospitais são geralmente mpltiespeciah.
apesquisacientíficaemNeurociência;eosprQfissiQT,
.zadas,eé.porissotambémqueosti.abalhosciehtfficos
nai§ de saúde, cujo ot}jetivp :é preservar e restaiirar p modemosemNéurociênciaéíivctlvemacolabor.açãode
desempenho fincional do sist§ma nervoso. Qs neuro-
difeiéntes esp ecialistas.
cientistas geralmente estudam. e.m algm}a facqdade
PRIMEIROS CÓP.CEITOS
DA NEUROCIÊNCIA

filetes nervosos se separam do nervo, outros se juntam a


ele. Isso ocoire não porque as fibras nervosas individuais
&iFLÊ-Encéfa,o, seramjfiquemaolongodonervo,masporquegruposdelas
saemouentramnotroncoprincipal[.Geralmente,pertodo
sístemanervosocentralosnervossãomaiscalibrosos,pois
contêmmaiornúmerodefibras.Próxímoaoslocaisdeter-
minaçãonosórgãos,comomuitosfiletesvãosesepai.ando
no caminho, eles ficam mais finos. Nesse ppnto é que as
fibras nervosas individuais se ramificam proftisamente,
até que cada ramo temina em estruturas microscópicas
especializadas.

NémsÓdenervoséfomadoosistemanervosoperi-
férico. Existem células nervosas agrupadas em gõ72g/i.ofG
situadosnasproximidades.dosistemanervosocentralqi-
gura 1.2), ou próximo e até mesmo dentro das paredes das
vísceras.. Muitas fibras nervosas que constituem os nervos
têm sua origem em neurônios ganglionares. Outras fibras
têmorigememcélulasnervosassituadasdentrodosistema
nervoso central.

AorganizaçãomorfológicadoSNPébastantecomple-
¥a e característica de cada espécie. Em cada animal, são
centenasdefiletesnervososcomorigens,trajetoselocaisde
terminaçãoprói)rios,cadaumdelescomnomesespecíficos
paia sua identificação. 0 estudo minucioso da morfologia
dosnervosedosgângliosérelevanteparaosprofissionaís
desaúdedasdiferentesespecialidades.Oscirurgiõesgerais
eosfisioterapeutasprecisamconhecerdetalhesdostrajetos
:aí:%Eoís.4n.e:,:,:,::sTaeneesTáo::ncí:::m:,od;níeo„:;:aa,co:.:x:,.cmr::,:a:, dos nervos e da localização dos gânglíos ern todo o copo
ns;sAt:omean.nce;%:os)oepedàe%!uon:cvoenrise,pftruaíó!adgeud::am=%rhpa:Ao);oJràSoo',,, humano.Osdentistaseosfonoaudiólogosconcentram-sená
cabeçaenopescoço.0estudotopográficodaanatomiados
de neurônios, mas apresenta uma.exíensa rede de fibras nérv;sas
nervos e gânglios não é ot)jeto deste capítulo. 0 fiindamental
e:palhadasporquasetodososórgãosetecidosdoorganísmo.No
desenho, apenas a metade esquerda foi representad;.
aqui é compreender os grandes conceitos estruturais do
é!

sistema nervoso periférico. Maioi.es detalhes se encontram


nos capítulos subsequentes.

Esquematicamente,osnervossedívidememefpz.73Ãczír,
D O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRIC0 i
quando se unem ao SNC através det..õrifícios na coluna .1

vertebralCFígura.1.2),ecrcr#z.cz7to£,qu.á-àdoofazematravés n
0snervos,principaiscomponentesdosistemanervoso
1

de orificios existentes no crânio. As ..duas classes podem


periférico,podemserencontradosemquasetodasaspa+es
docoipo.Seguindootrajetodeurnnervoqualquer,percebe- veicular infomações sensitívas ou motoras, somáticas ou
viscerais. Muitos nervos são mistos, isto é, carreiàm mais
sequeumaextremidadeteminaemtimdeterminadoórgáo,
¢e umLdesses tipos fiinciQnais de infomação. Como os
::::gtaotiaa;::à:;dn?É:io.:onsoúcsrài::eeren:oc:í|sut::;enrieei:Í: nervos são fomados por fibras, e estas são, na verdade,
prolongamentos de neurôníos, é fimdamental conhecer
a localização dos corpos celulares destes. As fibras dos
::::oc::sstt:ú-çãou:eo¥:e;:::rã:?.::boogàeemc:noesxE:T:àrf:
nervos espínhais podem ter sua origem em neurônios situ-
::i:taed:à::=o-soq::naúàleen::góeriã::LNo:ai:':ioh:::àoíuti:ã: ados dentro da medula, ou então em gânglios distribuídos
fora .dela, perto da coluna vertebral. No caso das fibras dos
pelo fluxo de um líqui.do no interior dos nervos. Depoís §e
esclareceuqueamensagemconsistiaemimpulsoselétricós
conduzidos ao longo dos nervos. Em .seu trajeto, alguhs
' _Embora não se ramifíquem durante o trajeto no inter-ior
d_os nervos, as fibras nervosas podein~se ramificar -às vezes

•JEff7|ifwme;7co#Zrada#oMiníatlasdeNeuroanatomiaÍp.j'67J. brtante_-qrapdo at.ingem os seus alvos na pele., nos Órgãos e


dent}-o do céreí)ro.
NEUROCIÊNCIA CELULAR

medianoseseparamedepoissejuntamaoutrasvindasde
regiõesdiferentes.Issoaconteceváriasvezes,comosevê
na Figtm 1.3. Esse conjunto intrincado de fasc{culosG e
nervos que se encontram e se separam chama-se plexo,
e este que estamos descrevendo recebe o nome de plexo
1]raquial. Juguns nervos, entretanto, não fomam plexos,
dirig.indo-sediretamenteàmedulaespinhal.Jápróximasà
colunaveitel]ral,ondesealojaamedula,asfibrasnervosas
queemergemdoplexot)raquialaproximam-sedamedula
através de orificios. na coluna vertebral. Nesse ponto, as
fitiras sensitivas se separam das motoras fomando dois
gruposaerc!i'ze£qiigura1.3A),sendoasdorsaissensitivas
e as ventrais, motoras. Logo à entrada das raízes dor§ais
se encontram os chamados gânglios _das raízes dorsais ou
gânglios espinhais qigura 1.3A), onde ficam situados os
neui.ônios sensitivos que recebem o tato, a dor e outras
sensações vindas do membro superior.
Os nervos cranianos têm organização semelhante à
dosnervosespinhais,massãoihaiscomplexosevariáveis

emergir
D Figura+.2.OsneNosdosistemanervosoperiférico..p~ode.m
l.2. Us newosciuôióic"iaHcww`,r„.v„v-r-__ .
dir`e;=u:euni;:.d-o-;Á;éii,o(neNoscran_ianos`_exemp,.F=3:s__eJT_:)„,
'*:ià%vàag:à:Ü;i;:riosespinhás'exemp,.fiçados_e_T_P)t`formando
/.newôndoórgãosetec/.dosdacabeça.Ouen{ãoemeígemdecadaseg-
'::\;:;::.riÀriques;espaihamportodoocorpo(c).

nervos cranianosA, a organização é semelhqnte, só que o:


neurônios estão situados em núclecisç qo. encéfalo ou ein`.
gângliossituadosforadele,nasproxirnidadesdocrânio.
De onde vêm, por onde passam e onde terminam os
nervosespinhais?Vamosacompanhar,atítulodeexemplo,
a organização de um dos nervos q.ue inervam as .diversas
regiõesdomembrosuperiorCFigua1.3).J7ie7vcmsignifica
ramificar-seprofusamenteemumteiritórioespec`íficodo
copo,sejaparacomandarosmúsculos,sejaparaveicular
as sensações de tato, dor e outras, provenierites dos teci-
dos dessa ré.8.ião. Cá`da uma das .muitas fibras nervosas D Figura1.3.Osnervospeíffiéricosespinhai?;-co.mo?.mediR:no,sã±o_
1.3. US nervos pe//it:iicu> cx>rHiiia,., ~,,.v .... _.,_.._, __

sensitivas- que inervam os diferentes tecidos dos dedos e io#ããsi;;i;ú-m;rasfidrasnerv.Ts_coTpàchdas-_N.a__s:a_in_s?_Ê:


'=:'Éi-:i=S::eseparariemfinoéfascicuios.q.u?se.±(?m.eT_!e_q_u=,.
da mão (Figura 1.38) vai se juntando a outras em filetes
'É;áà';à-ner,os.taÀbéhsesepa,amemtascictl|3S_q¥_±3£Àfi~?_T3f
%#=.ná:-a:-raizàs(A)queseHgainàm?dui?`¥pinhal.A?_io_nfg_o_d^o.
nervososquevãoficandomaisemaiscalibrosos.Naaltura
up#ei:éià`k-;.i-;aquia,'ouÍspersaíse?T_d.ffne`rerir.S#^te-#Ê+n:o.s`:áen
doi]unho,osfiletesjáconstituemumfeixecalibrosoq.ue
recebe o nome de ii`ervo mediano. 0 nervo mediano i]ass.a #e^X'£ã:..riás_áiàá:àamã?`,porex?m-p',o(B,_,_T!P=__fi!e_tfs+nvã.oa
•.£S=É=nd.odotroncopriad.p.al?capa,fiib(aneNosafina[men±ese

peloantebraçoepelobraço,recolhendomuitasfibrasse¥si-
tivasemotoras.dessasregiõese,assim,tomando-semaise ramiácaem.umadiminutaregiãoteímínai.

maiscalibroso.Naalturadaaxila,algumasfittrasdonervo
PRIMEIROS CONCEITOS DA NEUROCIÊNCIA

í::se:teeà.sseu=:rtee,=;:afíõfi::e:::*:::=_sdeagcearba:,Fa:.ná: © SISTEMA NERV©S© ©ENTRAL


onde vão se juntando em filetes mais e mais calibrosos
até constituir os nervos propriamente ditos. Qúando Sístemanervosocentral(SNC)éumtermomuitogeral,
contêm fibras sensitivas, os nervos cranianos ligah-se a que reúne todas as estruturas neurais situadas dentro do crâ-
rioAedacolunavertebral.Éondesesituaagrandemaioria
j8aâ:go[;°cSo:Uoesscãe°[uhí°fl=:[d°egs::sa£:reass?íE¥:í::a::od,eesiefa[:: dos neurônios dos animais. Inicialmente, é necessário que
você consiga "visualizar' `em três dimensões as relações
:;:e:::traa:::ás=in:ã:i:ri:,::ce:á:ànecde:iaal,oàsqE:::: entre as grandes divisões do SNC, para posteriomente
cranianos não se dividem em raízes dorsais e veLtrais, esmiuçaremdetalhesaestruturaderegiõesmenoresemais
como os espínhais. Penetram no crânio..através dé ori- restritas. Eása tarefa só pode ser conseguida com o auxílio
Íícios específicos (chamados forames), e depois ehtram deilustraçõçs,peloestudorepetidodepeçasanatômicasou
através de programas de neuroanatomia para computador
:oaíeonr::f::oúL=sdsí::¥r,%n::sn::n::sér¥:]caên:so::Ln]cnoí:g=r (Quadro 1.2).
de Neuoanatomia ®-.'367). , Pode-se dividir o SNC, segundo critérios exclusiva-
1

mente anatômicos, em grandes partes que obedecem a


Por analogia com. algumas máquinas, o sistemà ner-
uma hierarquia ascendente de complexidade, conforme a
vosoperiféricopodesercompreendidocomoumconjunto
1

1
Tabela 1.1.

tdoedsoesn:::::,í:::àsoeo:5:pm5s£::Sae:Se:::Sosdí::bc:::s:s:s::: Denomina-se e#ce/czJo a. parte do SNC contida no


interior da caixa craniana, e H7ec7zíJcz eEpz.#ÃczJ a parte que
:a::ícu±a;õáen5à*fovÉcffierdffie:noe::í:st±e:£:=sa;:o#::u: continua a partir do encéfalo no interior do canal da coluna
vertebralcFigural.4).Amedulatemumafomaaproxima-
damente cílíndrica ou tubular,. no centro da qual existe um
;ií:sa:.9n::abgi:àteq::on:ispt:O:Pari:eo::::1::t:i:et:r.:É#|-sl::
bioelétricos. Os sensores recebem o noine de recepzoreJ canal estreito cheio de líquido; apresenta fiinções motoras
Lfe77forz.crz.S, e ficam .de algum módo ligados às fibras nér+o-
e sensitivas, principalmente, relacionadas ao controle

sas q.ue constituem os nervos. Estes últimos são os clbos


imediato do fiincionamento do copo. Já o encéfalo possui
1

uma foma irregular, cheia de dobraduras e saliências,


cujafiinçãoéconduzirosimpulsoselétricosgeradosFelos
o que pemite reconhecer nele diversas subdivisões. As
receptores até o sistema neivoso central. Os cabos também
fimções do encéfalo são bastante mais .complexas que as
da medula espinhal, possibilitando toda a capacidade cog-
à9:.dsu:::d:::=:çoõ:.?stneom:e::io.soop:::oáai|msz:`;:;iedl::
nitiva e afetiva dos seres humanos, e as fimções correlatas
de que os animais não humanos são capazes. A cavidade
:O=e¥eúss::]sO;í:::::[é:íà:sg;â;¥ud]íaas:O£'á,a:ssmímú;:Ts[::l,:ã: intema do encéfalo acompanha as suas irregularidades de
transfomados em ações que liberam energia: contr4ção
foma, constituindo diferentes óâmaras. cheias de líquido,
muscular ou secreção glandular. Finalmente, não devemos
os ve#f7'i'cz//osÀ. Essa foma irregular..do encéfalo se deve
pensar que o SNP tem fiinção exclusivamente condutbra. ao enome crescimento que soffe a pó.rção cranial do tubo
neualprimitivo(oprimórdioembrioá'áriodosNC),muito
::empoo::á]ítean::::mc#dcoarpe¥eESs:eespcrÀoz;efs:ã"oíonsfi:=taàçt:: \~:.,..

mais exuberante do que a porção caudal, qiie dá origem à


medula. Pode-se, então, reconhecer três partes do encéfalo:
:F.tàea:oesur(:nàogs|is.istieasdpoinaoi:,::n::iso:àe::ii:isv:si:-.á.e|e.n: o cérebro, constituído por dois hemisférios justapostos e
secretomotores, situados em várias vísceras. Este é o tima separados por um sulco profiindo qigura 1.4A); o cerebe-
do capítulo 4. \ roÀ, um "cérebro" em miniatura,.também constituído por

TABELA 1.1. CLASSIFICAÇÂO HIERÁP`Qul¢A DAS GRANDES ESTRUTURAS NEUROANATÔMicAS


`- ` ., -`.,.....:.-..-,,..-..- , . - .-..-':i:...;;._...-':....`..`:..r.:..::
•;..-:'..-::-.-=:±.•`','--
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•. .:. . cér
-J' . Óérebrç..:..... - /o' Tronco encefálico

Telencéfalo. Dieíicéfalo Córtexcerebela.r NúdeosTúndos11 Mesencéfalo Ponte Bulbo

Córtex cerebral Núcleos dabase

1
T -]--+ +J mEmEmmm=rEqmuHH +i r

• Quadro 1,2

A Geometria do Sistema Nçrvoso

métricas.Esseplaüorecebeonomeespe.cialdescigztczJ.
a]acompreenderaestruturatridimensional As estruturas que se situampróximo àlinhamédia, onde .
do sistema neriíoso é iirecisg visualizá-1o estáoplanosagital,sãoditffi7%edíczis,enquantomque
í. ;.`.-r
mentalmente,eparaissoépreciso.conhecer
Ll|Uli.-+^i--^--, +
_ n ^ _ _`__-
estão mais para os lados são.ditas Jo.fercH.s. Em relação .
)spontos,1inhaà-.eplanosusadoscomoreferência,
certos ppntos, il[lllcu] -rloL..VU ___._
-. ^. ._---^+âmirac AFimralmó.Súa ao -Élano sagita.1, se estivermos considerando um dos
aschamadasreférênciasanatôrpicas.AFigup.1mostr?.
- -.^ _:--^-n+ÂmirqQ naí-a o sistéma lados como-ieferência (seja o dÉeito ou o esquerdo),
as principais re.ferênçias anatôinicas para o si"md asestruturassitua`dasnessemesmoladosãochama.das.
as c;siilLllllcLO Ul`.Wr-~_ -__ _ . _ _1 ^ - r` ;+ i a Á a C`

nervos.odeimcão;ê'àFigua2,as.-quesãoúsadaspara !.j%íbfi#aÉ(ouboriolaterais),enquantoaquelffsituadas
noladoopostosãochamadasco#ftoJc¥Zera!.S..Amaioria
dasáreasdosistemanervosocentralquecomandamos
mús.culosdoladodii.eito,porexemplo,encoEitra-seno
;:ál;::j¥::;:ho:Sn::#í:f::qí:s:Íat:Íoíe:Í?ea::ol;oa:s::lJaí:;i ladoesquerdo.Diz-seentãoqu6ocomandomotor,neste
i)ara baixo é dito v+ê7cftctí ou z.7i/e77.or enquanto o q.ue casc), é contralatéral.
estáparacimaédo7+.scrJousi!perz.ozAnomenclatura
• Nó caso do homem3 que é bíi)ede, á cabeça e o.à.
01hosapresentam-seinclinados90°çmrelaçãoao.çopo

àcuoam#dae,appoosss.áã:,Íos.:,epmoadnoe=01:oa:,rg:::zpaodros::
longo de um p_lano paralelo ao chãg. Os terinos, neste Giigura2).Assü,paraoencéfàlo.asreferênciassãoag.
mesmas utilizadas para os mamíferos quadrúpeçes. E
caso,origipam-sedaspartesdocorpodoanimal:orosto,
maiscomum,entretanto,utilizaísui)erioreinferiorém
acàuda,oventreeodorso.'Essasreferênciassãotodas
ve.zdedorsaleventiaLFaraam.edul4asconvençõessão
relativas,edependemdeplanos.móveisposicionàdos
diferentes,porcontadoângulode90°entreelaeoen-
d6diferentesmodos.Oplanocoro7c#Z(oufrontal)pode
céfalo.Anterior,nocasodãmedulahumana,ésinônimo
sermovidop¥afientee.paraçás,ei]emitedefirio.
deventral,enquantoposteriorésinônimódodorsaL0
queérostraleoqueécaudal.Porconvenção,.pode-
se escomer um detçminado plano coronal para ser o planorióvelquedefineess*referênci*paraatriedula
échamadoJo#gí!#dr7iczJ.Porsuavez,asestruturasmais
planozeroefazerreferênciaaosdemaissegundoseu
afastamentodoplanozero,emmilímetros+Umsetm,do próximasdacabeçasãoditasswperíores,eaquelas.mais
.p\a"o é .p horizopt.a:,
quepgdesçr`movido
..para cima e para bai- .
xo,. e.portanto define
.o que é dorsal e o que..
éventral.Igualmente,
pode-se considerar
um deteminado pla-
. no horizontal como..
plano zeró e fazer
referência aos de=
mais em Íünção de
s eu .afastamento .em
milírietros. 0 plano
móvel perpendicular
.aos dois. i)ripeiros
chama-se 'Éc{rdsscí-
g!.fcz.J. Ne.ste caso, o
• plano zerp é o que

• passa exat.amçnte
Pelo meio do Sistem.q

nerv6so, dividirido-g
• em. duas metade$

4proximadamente§i-
PRIMEIROS CONCEITOS DA NEUPOCIÊNCIA

próximas das pemas são ditas z.7z/erz.o7~eS. 0 plano)móvel Ímagens que o mostram de foma direta. Em tempos
• recentes,. essas imagens passaram a ser tomográficas
:raen=s:eaÊ:ses:;[:=,aadsosí"rio'::vme:JsOú£::;:roê::ãi+iés:: (do grego Zomos = corte, fatia), isto é, passaram. a
ciadas(medialelateral),sãoosmésmosparaoen\céfalo
representar córtes viituaís do sistema nervoso, recons=
e para a medula do homem e dos animais.
truídos peio computador em pianos áemelhántes aos
Acriaçãode`msistemadereferênciastridim\ensio- descritos antériomente. 0 tumor, assim; pode ter as
nais.paraosistemanervosotemumaaplícaç+uit.o suas bordas delimitadas e localízadas co.m coordenadas
tridimensionaismilimétricas.Emseguida,oscirurgiões
;:sp:::u:::aardai:;o:iés:i::infi;::|o:oogísp¥::à::opc.Tág:: precisam chegar ao tiimor para removê-lo. Mas cc)mo,
se o tçcido é opaco? As coordenadas tridimensiónais
::caé¥an]:'.pcoor=:er:t::::]:=e:Ta:rnsgíiu=d:s::ri±earsiovrí£í:
(chamadas estereotáxicás) do tumor são utilizadas,
nhas?Inicialment.e.;`aequipemédicaprecisa.localizá-1o . então, para inserir instiumentos ciiúréícos capazes de
aproximadamente-através dç estudo dos sintoma! que
possibilitararemoçãodotumorcomomínimodelesão
o paciente apresenta' e mais precisamente através de
às estruturas vizinhas.
'

Dh_u_F±_gLnu::o±,3e%a;sendhe°sedneh:jsm%as:oe:dpari%c:pÊags=;anporisncg3ü£dr=fe#£gdaosspnaamo:sse'.%mãaonmeo%%g%%aa:

es[ruturas intemas.

JJ
C E L U.L A R
N E U RO C IÊ N C I A

se colocavam os espiritualistas, de outro os materialistas


co de neurônios isolados levou ao estudo de conjuntos (muitffivezeschamadosreducionistas).Osprimeirosacha-
multineuronaisrelacionadosafinçõescomplexas,oque, vamqueasfi]nçõesmaiscomplexas,comoopensamento,a
pelaanálisedospadrõesdeatividade,tempossibilitado emoção,amemóriaeo.utras.tantas,inesmotendorelações
Visualizarodesenvolvimentofiiturodeneuioprótesesou
prótesesinteligentesCFigura-"movidaspeb"pen-
samento" da pessoa. Veja as repercussões éticas dessa
possibilidadenoQuadro.1.5.
Essetipodeabordaéeméessenciaimentereducionista
poispretendeinferiasi]ropriedadesfimcionaisdeumare-
giãocerebralcommilhçiesdeneuônio.sintercon6ctados,.a
paridaspropriedadesdecadamoudeumiiequenogrupo

:Ío:eÊ:s:;f:Íã;tsiíeífflÊnio¥ÍaÉt:;1i:1:Ei:di:eÉoe:jís;jo:::::i:::mío;s
porumalistainumeráveldefiinções.
EssesemuitosoúÉosestudoscientíficostomaramirre-
torq.uível,nosdiasdehoje,aconcepçãodequeasfmções
mentaissãooresultadodaatividadecoordenadadepopu-
1açõesneuronaisagrupadasemregiõesrestritasdocérebro.
CadaumdosneuôniostemiJmpapelanaüücodeteminado,
sesetratardeumafimçãosensorial,ouumpapelexecutor
muitoespecífico,nocasodeumafimçãomotora.Comoos
neurôniosseconectamprofiisamente,aatividadedeumde-
1esinfluenciaaatividadedemilharésdeoutrascélulas.Por
isso,ficaevidentequeoscaminhosqueaatividadeneural
tomaatravésdosmúltiploscircuitosneuraisexistentesem
uma região podem variar muito em cada momento. Daí-
se origina a espantosa variabilidade do comportamento,
especiahentedocomportamentohumano.
..

AS GRANDES FUNÇÕES NEURAIS


de
Mas
LY+\+\Z afinal,
`-+``___, _tendo
_ essa organizaéão tão complexa,.
< , _ __

quemodoosistemanervosoriciona,consideradocomo
um todó? Como as suas fimções estão representadas no
tecido cerebral?
AhistóriadaNeurociênciàregistraumconfiontore-
'm:i:ã;microeiitródiosi.nseftdosno.:éreprod_e]u_m.
' '*ra".N`esteexperim.é.ntoio§P±?F!!Sa.9°,r,==.P.t=armhT,'A[
'q--_ _
corrente entre defensores de concepções opostas. Em um • . !____Lt.Á|;.^-,.n.an.Jn"n í:érebío de um macaco.íA),
':ti;d=á;.ái-étriçasiinuHâÀea.degranpenpm_e[0_?3Fe_Ux!.Õ~.nÀI.°:he,nac.a==
campodediscussão,deumladoficavaúosglobalistas(ou
Ãoíi.Sfczst,comomuitasvezessediz),deoutrooslocaliza- r3;%>ádr=unu:uu.i;fi;:i-a_fií:3_P_o`;_u,TrhmmprftÃfrdnohr;i:oScpaaDdam%Se
n3gàdosda¢rogffiTaçãomo{oradóbraçó.Depois,aatívi.daçJedessa

gçi:::n(à=:sQe:taa:o=.tt;ré::tnehcâ:O's:Í:#-es=:nfe .Poubpt::=Xfgru::`tii`ii:áãs.i;r=-màriTón!aruT.b;rifç:.r.2Pó±C^°.Cfp.a^Z:4oer
co/eiafum.afiriaco/ocadaàsuaÍíeníe.eíevá-`áá;-Éócaperacorriçt
emtodas-oupelomenosemmuitas-regiõescerebrais,
Bmg„P%tuoàsu£:#eu*~ã';i:o.=ii;ãtopela!Tiã_°3_r°b~ó±F.(n=Taari=U!)à
g,%=±£,o=à.úàj:et.ã:.á;5àçb,dbóücenoe.spaç_o_té.TL¥3Te,,^h:],.eT,:,:
ou então se cada uma delas estaria representada em uma m#nvt':'-'sG:,:=iumr=;i:;=i!àáene.u.riri.g?nha._ri|f'_-_n_T_o}:?iF,!Ead.on!=t
regiãoespecfficaEmoutrocampodediscussão,deumlado
Neuroc%qi/eprefeí7decn.arveida.dejmspÍóíes-eçí.niç//.gen.!esq.ue
:`#u=#£:ue#SiÉisipi'a_iu~d-?'rp\Ém=caoTn:.oe,ngçnansR:etgoíÉt%os,.
#%t=:%a'n::!:'ii:::riE:ã::ià-ú€-ã.K'vç®steecois.(2oo8)Na"M
•453: pp.109Ü-1101.

4 Terrrio der-wado da palcm'a grega holos, que sigrif ica todo,


coriunto.
PRIMEIROS CONCEITOS DA NEUROCÍÊNCIA

Quadro 1.5
Neuroética

maginesevocêpudessetomarumcomp±mido
to. Haveria também um dilema social: alguns teriam
recursos para comprar o comprimido, outros não. 0 ím-
`. i,-:|ue=bproffuct:daontoesc.dneteuúToaá:o::;é:iuaec:Ízae:sa:
, _ _ __ -_-__^`--\,\,1J.+ t+ J.C+_
plantedeumcÃzPcontroladordocomportamentotalvez
sejustificasseemumcasoclarodepsicopatologiagrave
:i:::::=:àitoo.d¥Ínpes:ceo:oasá::.o|s.s:::1d:oeTiftoslea: -massãotênuesoslimite.sentreumarealpatología,um
cérebro u.m cÃzP capaz de inib.ir suas manifestações de
desvio de comportamento, e uma personalidade rebel-
extremaagressividade.Imagineseumapessoapaíaplé-
de. Co.rren'amos o risco de uso dessa tecnologia para
gíca,cadeirante,pudesseutilizaroprópriopensan|ento, o controle. de dissidentes políticos, por exemplo. Um
cadeírante obviamente se beneficiaria de uma cadeira-
:::avsé::oecuo::::r¥ei::rài:nat::::i°cna¥aaocua:ee=ia-Í:: de-rodas inteligente, controlada pelo próprio cérebro
do usuário. Mas... e se uma empresa exigisse de seus
::|:g;:à,::efiàsos:epuosgseí::Lpar,osg:s.t;:a:ean,anp::p=|esn:o: empregados o implante de cÃzPs que pemitissem um
desenvolvergravedoençaneurodegenerativaquan4ose
controlemotorniaisprecisodeinstrumentoserobôs?E
aproximasse dos 50 anos.
'
finalmente,vocêgostariadesaberqueaos50anosestaria
Todasessa?possibilidadesparecemfantasiosas,|mas inválida pela morte inexorável de uma parcela de seus
naverdadeestãonohorizontetecnológicodaspróximas neurônios?Sesoubesseomesmoarespeitodeseufilho,
décadas.oprogressovertiginosodaNeuociênciaàper- guardaria para si a informação, ou a revelaria a ele em
algum momento da vida? Se essa infomação delicada
:eoiçcoé:eabcr:d:::â:finceáT:Jtepc:oal:g;:mcaopuHpe:adeoi:tíràr fosse dada a público, que seguradora de saúde aceitaría
dar-lhe cobertura? Quem lhe oferecería emprego?
#Jué(Sneancoh-::o:i:Foa::àn:;,àe::oe'sopg'c:eâ:"ffiv5;g.Sarç'ã:
Não é prático, porque seria ineficaz, negar o de-
denanoebiotecnologiascomastécnicasdeinfom4tica
senvolvimento dessas novas descobertas e tecnologias.
e aquelas q.ue mimetizam ou influenciam os processos
Ao contrário, a maioria dos analistas tem recebido com
entusíasmo essa nova onda de desenvolviménto tecno-
lógico qu3 prenuncia suceder à revolução das comuni-
:;¥Í¥::;:í:¥ão:s:nAÍ:=o,;:aT:íí:dfa:dc±sã,::e;:;:eoíí#¥ cações que tem caracterizado a transição entre o século
20 e o século 21. No entanto, todo novo conhecimento
::sctiuatbria::oLnp:í:::%:::;::à:s::s:í;#occaeãL=eén:::fj::
apresentade§afiosesuasaplicaçõespodemserbené`ficas
se aproxímam.
ou não. Por isso, é indispensável que todos discutamos,
Apíluladamemória,seforpossíveldesenvolv!-la, em sociedade, os desafios da Neuoétíca. A discussão
deveria.serconsumidaporquem?Porumpacientedom
poderia começar por aqueles que lida.m mais de perto
perda de memória? Parece razoável. Por um aluno: na com esses temas, os neurocientistas, oà;profissionais de
vésperadaprova?Nessecaso,seriatalvezumaesp!cie saúde, os estudantes e aqueles que sé.`.interessam pelo
de dopagem., no mínimo um procedimento injusto com assunto.Mas,naverdade,éumadiscussãoquepertence
osdemaisquenãoteriamacessoaomesmomedicam!n- a toda a sociedade.

•,,

D A LOCALIZAÇÃO DAS FUNçÕES


:::deocecr::embraoààean|aó:icnaop:::anF:,oi:dme;regnednet::à::|es_iàaj
últimos argumentavam que todas as fiinções psicológi¢as Um bom exemplo -mas não o único -de localização
seriam originadas da atividade cerebral. Essa discussão |de ceret!ral de uma fiinção neuropsicológica complexa, típica
natureza filosófica se estende até o.s dias de hoje, estarido do homem, é a linguagem. Já no século passado, heurolo-
ainda por serem resolvidos riuitos de seus aspectos..\ 0 gístaseuropeúsdescreverarncasosdepacientesqu.ehaviam
perdido a capacidade de falar (àfásicos, segundo a temi-
:u:toerrí:;jsstteasL::r:acpor::íednet:adoq:eeLohsorL:sc::L:Zuaàí::tí::aáoeq,:: nologia atual), e cuj.os cérebros, observados após a moite,
apresentavam sinais de lesão em uma região restrita do he-
:sasi:ussó:ipdo:it::::,:sq::â::sot::iedso:o:::;meex:eenfà`:::::£: misférioceiebralesq.uerdoqiigura1..12).Alémdisso,foram
ci entífic a. '
identificadosaseguiroutrospacientesquehaviamperdido

?€
NEUROCIÊNCIA CELULAR

Qüadto 1,6
AFrenologiaeoNascimentodaNeurociêncíaExperihental
Suzana.Herculano-Hou.zel*
•Gauacredi.tavaqueo.ç.érebroéuriamáqúinasófisti-.
.século.19. viu grandes mudanças na apre-
cadaqueproduzcon}popmento,pensamentoeemoç.ão,
. ciação da. existência humana. Bmergia iJma
'-,----,
•>',--:sociedadeÇivildeséjosades?construirinde-
. . , 1_

religioso. Nascia
pendenteipentedodogmaedppoder
t` ___ -__ _ _ _ ___, i;çi:cs:c|:;::e:Í.?;;::|:V:ãiéç.i;:íeÊcro:i;:f:cx;Ffu:.oâuàe:
a Bío]ogía, ídentíficaádo fimções e [ocatízando_as em
(1) elas se localizàin em órgãos es-p.ecíficos (áréas) do
estruturas anatôrii-i* -definidas. Findava a crença em córtexcerebral;(2)onívelde._açividadedec.adafimção
determina ó tamanho do ó£gão co.riical respectivo; e
(3) o desenvolvimento das fa:uldades mentais de cada
ig:r:e,ie;e.h::eT::|0::jia:v;ác;:ed:aa:;eh;¥e::3p:g:Íi:àJ:: indivíduo. (e, portanto, de seus órgãos corticais) causa
q.ueohomemdesc-endedopacáco.Eamente,atributo protuberânciascaracterísticasnaspartesdocrânioqueos
supremoedivinodohomenideixavaosvaporesetéreos cobrem,atravé§dasquaisapersonalidade.doin¢ivíduo
paraencamar-s.enamatéria,cerebralhumana. podeseravaliada(Fi."a).
. Até então, a i)rincipal teoria considerava que a Dividir a mente em 27 faculdades localizadas em
menteresidianosespaçosventricularesdocérebio.Eraa órgãos ceiebrais era demais em uma época em que o
doutrinaventricular,iniciadanoséculo4.d.C.,.quandoa: cérebro S.equer er.a ac.eito abçrtamepte como o órgão
IgrejaCatólicaincori)oro.uósensinamentosanatômicos damente(vejaaFigm1.14A).E,serepartirariente
doromanoGal.eno(130T200d.C.)..PÍovavelmentecon- eraumaaffo.ntaàunidadedáalm.aexigidaÍ)el.q|gieja;
sidera.ndo.as"partessólidas"docérébrosujaseterrenas rei)artirocérebro.Qm27pedacinhos,ca.daumcomsüa
demaisparaagircomointeriediáriasentreocorpoea fimção, era uma qmeaça à unidàde do Estado. Çohse-.
alma,. as fimções superiores foram atribuídas aos ven- quência:em1805,.Gallfoi.expulsodeViena.Doisanos
trículo.scerebrais,confimdidoscom"espaços"vaziose, depoischegouaParis,ondetentouentrarpafaaAcade-
portanto, mais "puros" e nobres para receber espíritos nriade.Ciências.Suasid.eiasdescentrali?adórasbaterarp
etéreos do qué a óame da matéria cerebral. Além do de fi:ente com a visão de Georges Cuvier (1769-1832),
mais,ai.dentificaçãodeti?sC`células"ventricularesra anatomistaffancêsqueliderouacomissãoquejulg.ouo
anterior,amedianaeaposterior-traçavaumpaialelo méritóde6àll.Éaracu-vier,océrebroseíviapararéceBer
benvindo cóm a Santa Trindade. Em todas as versões impressõesdossçntidospelósnervosetransmiti-1asaó-
dessa doutrin? ao longo dc;s séculos obedeceu-se a um espírito,conservartraçosdessasiini)ressõesereproduzir
esquemabásicodedistribuiçãodasfiinçõesmentaisem as impressões quando o espírito precisassç delas para
três etapas sucessivas, correspondentes aos três ventrí- suasoperações.Compreenderessastrêsflnçõesreque-.
culos. A primeira etapa era a coleta de impressões do` reriatransporohiatoentreamatériaeo"euindivis{vel':,
e seriaprecisobuscqrumazona do cérebro à qual todos ,
ambiente(assensações);asegunda,oprocessamentodas
os nervoá levariam .ou da .qual tçtdos partiriam, "que
imÉressõesemimaginaçãooupensamento,eaterceira,
dénominamos, na anatomia, o trono da alma". Gall,
seu armazenamento na mepória.
'que mostrava inclus.ive.que os nervos não deixavam o
0 reriado da doutriria ventricular coihcidiu razó- cérettro de um só ponto, foi obviamente rejeitado pela
ave.1mente com a creqça de que o córte.x cerebral não Academia.Aíndaassim,suasideiastiveramumariiflu-
possuiumaestruturaordenada,ecaiujuntocomela.A ênciamarcanten.asgeraçõesse.Óçmintes.Mesmp.porquç.
partirdom.omento.emqueseieconheceuqueocórtex seu d`iscípulo iohann spurzheim (177 6-1?32)-,.qúe partiú .
tem zonas anatomicamente definidas, passou a ser i]os- emial3paraalpg|atçrrq-éeínsegui¢.paraosEs.tados
sívelieriesmocornpreensíúel-proporquediferentes Unidos,continuoupublicando-artigosepopularizan.do
Íünções rientais se al.ojaü em diferentes porções do as i-à.eias dç). que. élç dénominou "fienoiogia".
córtex. 0 mais ilustre e provavelmente primeiro pr.o-
PormaisinfiJ.ndadaquefosseaproposiçãõdeGall.
ponente da localização cerebral das fiinções mentais dá..niedir.asfiiçõesiqentaisatravésdeprotuberâhciàs..
foio.austríacoFrarizGau(1758-1828),aliSumgrande do`..crânio, a novidade da suà. subosta localização em
anatomista e um dos primeiros a ilustrar com.precisão diferentes regiões do çérebío oíereóia úma.hipóte.se de.
as Óircunvoluções corticais:
PRIMEIROS CONCEITOS DA NEUROCIÊNCIA

'i,:.;¢jíi!`'|,:Í.T"; 'Hjí:!,;Í'.i:`! a capacidade de conipreender a fala de seus interlocutores,


embora fossem capazes de falar ràzóavelmente. Estes do-
entes apresenta.varn lesões cerebrais também restritas ao
+. hemisfério esquerdo, mas situadas em regiões diferentes,
maisposteriores.Concluiu-sequeaexpressãodalinguagem
(a fala propriamente dita) estaria represen{ada no loboG
frontal do hemisfério esquerdo, enquanto a cómpreensão
da línguagem estaria representada na parte posterior do
lobo temporal desse mesmo hemisfério. Recentemente esse
quadro se modificou, pois se encontraram pacientes com
alteraçõessutisdalinguagem,comoaexpressãodeaspectos
afetivo.s(emocionais)queaacompanham,relacionadoscom
a expressão facial e a gesticulação, que conferem afetivida-
de à fala. Os cérebros desses pacientes apresentaram lesões
restritas em regiões semelhantes às descritas por Broca, só
que no hemisfério direito. Você encontrará maiores detalhes
sobre a localízação da linguagem no Capítulo 19.

0trabauiodemaisdeumséculodosneurologistasque
estudaram o efeito de lesões no cérebro sobre a linguagem
pemitiu concluir que os vários componentes dessa função
estão representados em regiões cerebrais circunscritas. A
lógica desses trabalhos, entretanto, admitia que, se o desa-
parecimento de uma região cerebral produzisse um déficit
fimcíonal, então essa região seria, em condições normais, a
"sede"dessafiinção.Essalógicadeixavadeconsiderarque

(1 após uma lesão o cérebro poderia se reorganizar de algum


modo, com outras regiões passando a participar da fi]n-
ção. Isso acontece com o cérebro dos cegos,.por exemplo,
cujas regiões visuai.s são gradativamente "invadidas" por
circuitos que representam outros sentidos, como o tato e a
audição. Portanto, o déficit final poderia não refletir exata-
mente a pura falta da região lesada, mas sim o resultado da
reorganização fimcional do sistema. Essa desvantagem do
tradicional método das lesões foi dirimida com o advento
D 0s freno!ogistas realizavam sessões de craniometria para avaliar \i,
das técnicas de imagem fiincional do .sistema nervoso. Es-
a_s."capacidpdesmenta.is"dosseusclientes.Aideiadelocalizaçãq.',
sas técnicas pemitem produzir imagens`precisas do fluxo
{uncional e€decorreta,
•Modificado L:Âme aumas sua "aplicação"
Corps prática foi indevida.
(1993) Gallímard/EJesta, França. i
sanguíneo cerebral ou do metat)olismó'jneuronal de indíví-
1
duos no-ais, representando-os com á.á-ies díferentes para
1

trabalhomuitoclaraefaóilpentetest.ável:secadaparté os diversos valores medidos (Figura 1.13). Tanto o fluxo


docórtextemumaftinçãodiferente,deveriaserpossívei sanguíneo como o metabolismo neuronal de cada região
são proporcionais à atividade sinalizadora dos neurônios
p:::::aarti::Êscidê::;a:.eçsãp.eàíefi;::ç::sccoir:::í:£:nái
a{ existentes, isto é, à i)rodução e veiculação de impulsos
córt?xcerebral.`Movidospelaânsiadeprovar.queGali nervosos. Dessa foma, as cores mài.s claras representam as
não tinha razão., em breve os cientistàs come.çaram à regiões mais ativas, e as escuras, as regiões pouco ativas.

provocar lesõ.és óerebrais em aniinais de laboratório e à 0procedimentoconsistéemprovocarumadetemínada


observarsuascoàseqúências-qu.e,afinal,dependiamdà finção do indivíduo e analisar se essa atividade Íúncional
localização das le`sões. Nascia o espírito da Neurociênóia espeeffica "ilumina" uma, muitas ou todas as regiões ce+
experirnentàl qué conhecemos hoj e. • rebrais. Observou-se, por exemplo, .em concordância com
os estudos de pacientes com lesões, que a fimção do tato
*Prof iessora-c[dyunta do liwtitiito de Ciências Biomédicas dài está representada em uma região. bem demarcada do lobo

Universidade Federal do Rio de jarieiro. Coi.reio eletrônico:' parietal, que a fiinção auditiva é realizada por um setor
restrito do lobo temporal (Figura 8.10), que a visão é loca~
suzanahh@gina.il.com.
ri2ada no lobo occipital'\ (Figura 9.8), e assim por diante.
Nesses estudos, o ihdivíduo não apresenta lesões. Portanto,

27
¥

N E U P` 0 C I Ê N C I A C ELU LAR

móriaoq.ueaprendeudurantesuacarreira,moveosomos,a
experimentoscomoestepermitemconcluirfortementeem
cabeçaeocorpoemdiferefltesdireções,gesticuladeacordo
favordaloca]izaçãocerebraldasfimçõesneurais,mesmoas comoqi].ediz,eassimpordiante.Alistanãoterinjnaaqui,
maiscomplexasdentreasfimçõesmentais,comoéocaso e poderia ser aumentada indefinidamente. .
dalinguageme-aindamais-dejulgamehtosemocionais
ou morais qigura 1.13). Experimentos desse tipo .podem
ser feitos facilmente, bastando solicitar ao indivíduo que
refiita sobre uma ffase que lhe é apresentada durant? ma
sessão .de ressonância magnética fiincional: "o. aborto
deve. Ser libeíàdo", por exemplo, ou "os índios são seres
inferiores". Ao julgar o conteúdo moral dessas-frases
(concordandooudiscordandodelas),oindivíduoemi)rega
certas áreas cerebrais e não outras, e a sua locaüzação é
assim deteminada.
Experimentoscomoosdescritosanteriormentesãofor-
tesevidênciasdatesedoslocalizacionistasdequeosistema-
nervoso fimciona como um mosaic.o de regiões, cada uma
encarregadaderealizaruniadeterminadafimção.Issonão
significa,éclaro,queessasregiõesoperemisoladamente.Ao
contrárío, o grau de interação entre elas é altíssimo, pois o
númeroeaVariedadedeconexõesneuaisémuitog,rande.E
énaturalquesejaassim,poisnãoháfimçãomentalpim,mas ..FiiguTai.+3.AlocalizaçãohJqdo.nalpode.hoj?Ser?çTL£_n_SLr=_9=^=T
'pe£oà:n;riáisemri.da:atravÊsdan¥9=n_â_m±^.±a¥.[S.fi:Ca,nfi:aFr°anha±
sempreumacombinaçãomuitocomplexadeaçõesfisiológi- UÊ:=;{ãárià-déimaderimostiáasregiõesmais.a¥as.docére.brro,
casepsicológicasemcadaatoqueosindivíduosrealizam. Li=nã:;':í:á;á;:gé-;Sú_iúà!o__oTÉ;ecuHtai.!T_àLt_fT.fr_=.P_e_C_ifi_=i
`hósià-caso' o indii;iduo foi so,k,.ftadó a refietir sobre.un:a f-ras:_.cLo_m_
Umexemplobastariaparacompreenderesseaspecto.Ésó
`i`m_iiáçãéà-morais,aaSridade.neura,'co':¥'p±?_n_d_e:tr`:^c,omu:Rhe^ma
pensaremumprofessorquefalaaseusalunos.Aomesm.o ",£aiÉ):-.-%t,oo:=dfirdoantpaorirJ=rgaemN%,;Noât.::ddoo?,É-:g£neo
tempoemquearticulaaspalavras,oprofessor,omaevêseus
atmos,ouveobuburinhodasalaeasperguntas,-modulàa
e Pesquisa, Rio d.e Janeiro. .
respiraçãodeacordoconoseudiscurso,pensanoquevai
dizer a seguir, 1embra-se do que disse antes, busca na mé-
PRIMEIROS CONCEITOS DA NEUROCIÊNCIA

entãoqueolobooccipitalconcentiaasfiinçõesrelacionadas
acadcao£a;,df:íde=scea:toe::;£eor¥nqt:e¢ooàqouseaí:c[;s:aeafiTçeõn:g à visão, o lobo temporalA representa a audição, aspectos
cerebrais é algo parecido com o que está represen+do na elaborados da visão, a compreensão linguística e alguns
aspectos da memória, o lobo parietal agrupa as finções de
:;g::s:;:::.c::fi:aTao;eszu:daí]ysí:::::ígoçrõí::,o:;cFíãá,: sensibilidade corporal e recoiihecimento espacial, e o lobo
fiontalasfiinçõesmotoras,deexpressão1inguística,memó-
::rlo.ií:aã:v:sne:c:::igae:aednat:pià::smcpo|:t:_ugb:seq:::: ria e ftnções de planejamento mental do comportamento.
1

bFiiguraH4.Noséculol9,oslocanzacionistasatribuíamaocérebrofiJnçõesimaginâriasemlocaisimagínários(A),acrédiftandoqueelascausavamas

tgeucgan;:':aaansddo-:d!ãtÊ#=c:o:e:Tc:Baãnd£oíde%f:iiescr;::ldaNon,Sdcoheof:ene##|eefrxwpase:nemmBeeo?faag,I:dà;edN:ao;nue:e£ofnod4S,ove;d#pPÊ's;,hppuapípag£5So-c:!£8an:=adooess£u%adsei£oo=:sddaas

29
PRIMEIROS CONCEITOS DA NEUROCIÊNCIA.

SABER MAIS
Ch"ckiLí3.rràpM. The Engíne of Recison, the Seat of the Soul.
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ÍÃe Brczz.Jc. Baltimore: Lipi)incott ivilliam.s & Wilkins, 20 07
f`oses:Tl;efiitur;ofthébràín.Biólogi:t2:000.,4]..96-99.

Tip.3~2:2..TextointrodMt-;rio.dFconótqçãohístóricasob;eo Kandel. ER e Sq.uire LR. .Neuroscience: breaking dowri


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Neurociência. ``.;.=.
Í:,'`. NicolelisMAeRibeiroS.Múltielectroderecordings:thenext
LentR.AEstrutura-dosistemaNervo;o.Capítulo2deNe#-
steps.. current opiniàn in Neurobiology 2.oU2=. L2...6Ü2-6o6-
rociênciadaMentee,doconTportamenlocI.cml:R.cdcJid).Rio
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S;hJ€rriJ;ütóSç:Thelntegrativ€ActíonoftheNervoussystem
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(2a ed.). Caníbri.dge: Cambrí.d.ge university press,1947. -.
number ofglial célls make the human brain an isometrically
SI+epherdGM.FoundatíonsoftheNeuronDoctrine.Ox£orà:. scaled~upprimatebrain.Joz/r"Jo/Compcwc}fí.veNet#oJog)/,
Oxford University Press, 1991. 2009; 513:532-541.

3Z
N E U P` 0 ç 1 Ê N C I A C ELU LAR

dos mistérios mais complexos da natureza: de que modo


_.c?.oenbcrlou:-àee::e:ida:is:ooL::nod:i:::sati:ed:o::nct!netid: uma espécie peculiar de animais pôde se tomar capaz de
comportamentohumano.Comosseusnumerososcirc+itos pensar, planejar o fiituro, guardar registro do passado re-
neuronaiseaparticipaçãoessencialdascélulasgliais,icada -moto, e inteivir no meio ambiente com tanta intensidade
região cerebral executa em paralelo, a cada momepto, a tiraobemouparaomal...)comóofazaespéciehuinana.
sua parte na coordenação de todas as nossas atividades do A revelação dos mecanísmos neuais da mente humana
dia-a-dia. Nosso cérebro está em atividade pemanlente: pemitirá sonhar com a cura de doenças incapacitantes
nãoháregiõessilenciosas,ou"dereserva"-usamostódoo - neurológicas e i)siquiátricas - que afligem tantos seres
cérebro,sempre.Algumasregiões,éclaro,tomam-se'mais humanos. E também ampliar a um nível imprevisível as
capacidades sensoriais e infomacionais .da humanidade,
àtiva:t:uoa:::.a.suc:.:bnrçoã:síaTeaás:tei::iidhefõsesa:eiàmofsssmã: pela inyenção de máquinas e dispositivos inteligentes,
uma prova disso. i capazesderealizarasnossassofisticadasfimçõesmentais,
A Neurociê.ncia ..é...üma das disciplinas mais ricas e e substituir-nos quando for necessário. Uma perspectiva
inovad-orasdaciência'hodema.Prepara-separarevelLum desafiadora para o século 21 !

©L©SSÁRI©

GiRO: dobradura do córtex cerebral de alguns anlmais,


AFEu:NPTOEn:t:dj:trí:foer%unecíàuá:íaE::eTdoe]seí:::t:nqeu#eí;e:
delimitada por doís sulcos laterais. Também chamado
circmvolução.
tamb ém e/erg7z fe. |
LOBo: unia das cinco divisões arbitrárias da superficie do
CORPoCALOSO:gmdefeixedefibrmeNosasqjein|eriga
cérebro: ffontal, parietal, temporal, occipital e lobo da
os dois hemisférios cerebrais.
ínsula.
DEGBNERAÇÃO WALLERIANA: foma de degeneraçEo de
NERVO: conjunto de fibras nervosas agrupadas em paralelo,
um axônio quando este é desconectado do coipo cçlular,
descobertaporAugustuswaller(1816-1870).Ofenômeno geralmentésituàdonosistemanervosoperiféricoforman-
do longos cordões revestidos de tecido conjuntivo.
progridedaregiãodalesãoatéasregiõesterminais,pépor
isso chamado também cíege#erciçõo ci77ferógrac7cz. | NÚCLEo:agrupamentodeneurôniosdoSNC,identificávelao
microscópio por suas características morfológicas, e que
EFE¥mNp..Eít:dj:::foer:::i£uq:aTqcuae=o:1i::ànatoneq::dío:I-vde:
geralmentetemumaúnicafimção.
também aferente. , StJLCO: depressão estreita situada entre dois giros do córtex
cerebral de algms animais. Também chamado fissura.
FASCÍCULO: conjunto de fibras nervosas paralelas, üe.nos
calibroso q.ue um nervo ou feixe. |, TRATO OU FEECE: conjunto de fibras nervosas paralelas com-

FiLETE:conjuntodefibrasnervosasparalelas,menoáca|ibroso pactadascomoemumnervo,porémembutidasnoínterior
dosistemanervosocentral,semorevestimentoconjuntivo
que um fascículo. 1
tipico do nervo.
GÂNGLio:agrupamentoperiféricodeneurônios,àsvezes.en-
capsulado,outrasvezesembutidonaparededasvísceras,
..comftmçãosensitivaoumotoravisceral.Algunsqutores
usam "gânglio". como sinônimo de núcleo.

30
.rxj=r-.=c~~ú=ffl:

__1`_ -_-. ___--_`` _ _-_ ---. _ ---------.------------------------,----------------..--.----------------- ` ------- `-' ----- ` ----- ` --:'-:
Bú*K3úhq*`}£*.ü."}.W"#@.ümn"..1.*~.~~.ú3~..-...~¢,*..`'--`~ú.ur.`rt+Ü.:|tmL.m--~ft~pÍ+-.*#r+!~-.-J.`~Jí~ü~./.-€~+~....m.I-lwu`~-.|~.~..ú.t.c.
*.-U..€`..`.`,..``*..'`st.=£.#y:.Tfi:#*Ç--.=¥nBS-

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Lw»m.çctJ^.+n.f..|+l"v,`,..Í.-.` f`.` ..1-~. .1»~..rl|+{-.` .Á`.`tt „ ~.`*,. -w
•Í; -+`,É,,...,z\ -`àÉ€?#iffi##i#&.r

J

+`^> ¢ wm. h. m `. qi *¢Ü.-, mú*í ¢~.`^ ...-~. ri¢úé i r`"^..` .... i:--... n -~raí.*-r irvim.rú-wJu.mr±*artriaúü`+íídí:rcAhrim€~t"".. "-*`r~*+C¢+¢~€".e""W**e¢!ae<tiw:p"ú7Ü`üp"~stffi:§
1912 1§25....-......`...`--|.-':.4-ü-Çõ'g: 194Á-...
1900 -
Behario.rismo'...,..:`
•;.....-S-[iáil:ea~y:eíi-i[gírtsamq DinãmicasoQ-al
0 papel do Psicologia.daGestalt
JohnB.Wátsone.,maJ.5q.Í.€:;.9...-t KurtLew.m -uitíodiEa teoria do .
Tnconsa-errte Sígmunçí Fíeucl 0 psicólogo alema-o Max
-mtroduz a Ídéia do incor6a-ente F.Sk.mÀ-éraf-gvm.entai.
Wértheimer propõe qiie a •todososa5-mpeffTé
e o papel que ele desempenha peftepção é. uína exp en.êna-a
em nossa vi-da mental cotidTaoa. subjetiva que não pode ser
Süa teoíia da p5i.canáJ.Lse capt`iTa compreÉmdida pelo .e"e de
teíapemas e dentris por quase -seus componentes elemerftaíes,
meioséciilo. .
-Éto é, o todo é maior que a
!:TjF:;::dcír¥:eíí
sorna de suas parte± ej@m.nar a5 forças

-- `:_ ;,:--;__:---_ _;.:--: :`:-:_:-`-:-:::.-:-::::__-_--_--:l-::-;::;:-i;_--`--_`;:_-_ii--i;-:::-::-:``_i _-ti-i___-::_: ::


38 GAZZANIGA e HEP:TT-IERTON

or volta dameia-noitF, em. 4 de févereiro de iggg, quatro membros de uma


Unidade Es'pea-al da Polícia Contra o Crime nas.,Ruas passaram de.carro pela
:::.f::-;.,:- Avenida Whee[er, no Bronx, proçurando um suspeito de estupro. Eles viram
um imigrante da .África Ocidental, Amadou Diallo, de 22 ano5 (Figura 1.1.), postado ..

:aft::::d"apã:de:ií,í,d:;:-:p#ai,::nstt::doenrdaeTãoorap:LS:gbuo|:oodo::a:::i.aÃ:re::;tando
que ele ia pegar uma ama, os polia-ai5 começaram a atirar. Em aproximadam.ente 5.
sB::!í:n':,;j,dao:s:::uu:aí:oeo:ã:;::;::di;::-Êí:umma:p:a::ovt:::`;:e:í::d:-;,;:pz:;s::rs:nd:;::ers:aã:omq::d:osua

língua nativa. Outros.sugeriram que Diallo talvez est-rvesse querendo pegar a carteira

jpu:gmadpor:vpa:rs::s:qs:Ínnti:::,d:.t::nogsu.féo:j:mc::5ãeb:ríàso,::cuean::spo,,cía,sforam
• Os.psÍcólQgo5 estão interessados.em compreender como as pessoas perceberri,
--::snassa5::Êoaã:mÁi:d:TaDigaffion:e;:::-:-::::ndt:;ittuear::s:it:mp:r5ait::çpãs:c::o::s:

porqu.e lhes pemíte considerar.o pensamento e o comportamento no contexto dé


um evento da vid? real. 0 caso de Diallo envolve fenõmenos psicológicos como
`

:Ttouçr::s,,Tr::oonnca!,-ft::r:::çpãooftv:smu::ttoogea::uá:deet:-:ãoú:nie:::::3?aa;at'éài::::nças
• menu .de tópicos, os psicólogos estariam interessados em. saber, por exemplo, como

:oeststaar:aomeFeo:`::a'a::s=::.c::i:ãfoestor:,:tuoast:omsaadcausdaed:::si:sntaef:nmaúnEleas5também
oculares do tirotei[o. Além disso, iam querer examinar o comportamenío de grupo.
Será que o fato dç muftos polia-ais chegarem à cena simultaneamente afetou o ..

::erdfooã:mü:bn:##:à7a:ae:á:;ue[gaasmdÊnmt:T¥naaç[õme::g:o:g:Í::::geoTtf:emn:::o
queren.am saber sé o preconceito desempenhou algum papel. 0 prçconce.ito terá

;i:tcaodnoce:.t::enr:ir:k:te:âoq:a!eocsis::":-:';úi:,:n#àrsares:d:::er:ad:Tr:n5xu:#oa?raom
que o assassinato 'de Diallo foi motivado por racismo. Os advogados de defesa '
afirmÉa:fTciF::uadFrç:steÉV:oTe:i:ou:oeustcãooapvoerrt::smd:sti:#:i£àscroa::is,opdo:smaosmsaai::i:?`

.das pessóàs nega. |professar cre-nças soa.almente inace-rtáveis. Cc>mo, então, podehios
"e5píar" dentro di .mente para descobrir o que as pessQas estão: pensando?
1 . '.1

1 :..Í!;_..
'

:Fàd¥oóeá:aoígíoÉs:i:a:;t:ogo;e::nái:bv¥m:o::m£;g:¥Ío::aí;Ííià:::b::::ua:da:c:::1re:çbà.o::
porexemplo,obseivqparaondeosangtiefluinomomentoemq.ueaspessoas.processaminfoma-
çôff.Rsa.:mudm.Tofl"osan.güheoreprüêntamTudmçasnaaÉrid.ade.c.e-rebrd#ieridim
• í_t : fr`
•,`\....1
:,4EH5FF# ` `' .`. T , +

CIÊNCIA PSICOLÓGICA
39

quais partes do cérebro estão envolvidas em certos comi)ortamentos ou aüvidadff


mentais.Porexemplo,aneuocientistaEüzabethPhelps,opsicólogosocialMahzarin
Banajieseuscolegasutiüzaramimagenscerebraripamestudaratitudesraciais.Eles
mosti.aramauniversitáriosbrancosfotosderostosconhecidosedescoiihecidos,bran-
cos e negros, enquanto empregavam uma técnica conhecida como Ír}iagem por resso-
riâ7iciamaôme'ticafincíonal(mM0paiainvesügarocérebroOhelpsetal.,2000).Para
alguns dos participantes da pesquisa, os rostos negios desconheddos ativaram ma
estruturanocérebrodamadaami'gdala,queestáenvolvidanapercepçáo.deameaçae
indícaumarespostademedo.Issonáosignificaqueosalunosbrancosqueresponde-
ramdessamaneiranecessariamentetememi]essoasnegrasdesconheddas,mascerta-
menteindicaqueaquelesrostosaüvaramaregiãodocérebroquedetectaameaça.
Éimportaiitesalientarqueessarespostanãoocorreuemtodososalunosparici-
pantes.Elasóocorreunaquelffquetambémdemonstravamsinaisdeumaatiúidene-
-- gaüva em relação aos':negros, conforme avaliado por um programa de computador
á..-..chamadofestedeatitit-aésímpli'dfas(mTímp[íd[attimdestest).Essetesteavaüaindiie-
'.` ^ tamente como as pes§õas assodam palavras positivas e negaüvas a ceftos grupos de

i]essoastosqueapreséntavamatituaesnegaüvas,deacordocomotestedocomputa-
dor,eramosquemarimostravamativaçãodaamígdalaquandoobsewavamosrostos
negrosdesconhecidosS(Figua1.2).Emmsegundoestudo,ospesquisadoresmostra-
ramaumnovogrui)odeestudantesbrancosfotosderostosnegrosebrancosconheci-
dos; dessa vez, não ocorreu a ativação da am'gdala. Essas são notícias animadoras,
poiselassugeremqueamaiorfàmiliaridadereduzaresi)ostademedo,oquepode
indicarum4reduçãonaprobabffidadedepreconceitoediscriminação.
Apesquisarecém-descritarevelamuitosobreoestadoatualdapsicolotiaetoca
einalgumasquestõesquesãocentiaisparaestelivro.Apsicologiaexisteformalmente EB€ÜRA fl.q Amadou Oiallo, um natwo da África
háumpoucomaridecemanose,nesseperíodo,aprendemosmuitosobre.i]rocessos Ocidental, foi alvo de 41 tiros disparados pór policiais que
rientais básicosj taÉ como aprendizagem, memória, emoção e percepção. Os psicólo- estavam procurando um estuprádo.r em Série. .O ipoc?nte
Diallo morreu no local. Será que o racismo desempénhou
gosdocumentaramihudanças.soffidaspelasi)essoasdonascimentoàvelhiceecriaram
teoriaselaboradassotirecomooshumanosfazemcoisas,taricomoadqiririrlinguagem um papel nessa trágica morte?

eresolverproblemasdifíceis.Eleseplorara:maiinportânciadonmdosocialemque
vivemos; por exemplo, como as i)essoas sáo influend-
adas i]ela presença. dos outros e quais cricunstâncias
aslevamapreferircertostiposdei]essoaaoutros.Os
psicólogost-ambémexaminaramcomoomeioambíente
ajuda a inoldar cada i]essoa de uma maneri única,
queproduzoquechamamosde:personalidade".Ati-
vésdestelivro,vocêficarásabendooquesedescobriu
sobre cada um desses tópicos e saberá como os genes
e a biologia influenciam a..vida mental humana ,... ima`:.
áreadepesquisaquetemenergizadoapsicologianos
últimos anos.
Os psicólogos, utilizando novas tecnologias e
métodosdepesquisarefinados,estãoobtendoírüíghts
surpreendentessol]rea§)dimensõesbiológicasdavida
mental.Gomrelaçãoaonossodia-a-dia,sal]emoscada
vez mais detalhes incn'veis de como o cérebro fincio-
na. Em especial, sabemos quais i]artes do Çérebro es-
tão envolvidas quando realizainos certas tarefas e in-
teragimoscomosnossosmundossociais.Porexeinplo,
vocêsabiaq.ueasuaquímicacerebralestásendoalt'e-
rada cóm cada .conceito ou história q.ue você lembra
Çnquantolêestecapítulo?Seripreque.lembramosuma __.
história ou piada, ou senümos uma emoção !ntensa; FiGURÂ 1.2 Mapas éompostos apreseniando regiões cerebrais em que á.rhaior
essaeperiênciaéprocessadaeamazenadaemnosso at.Nação em resposta a rostos neg.ros versu5 brancos é associada a uma medida indireta de

cérebro.0desafio,paraosiisicólogos,édescobriquais atitudes raciais. As áíeas ihdicam ativação da amígdala tanto na metade direita como na
metade esquerda.do cêrebro, assim como em outía área, o a'ngulo an{en.or, que também
mecanismos cerebrais (neuais) estão ewolvidos. quan-
está assoa.ado às respostas emocionais.
do. interagimos com o nosso ambiente, e como o am-
ffiri_

GAZ2ANIGA e HLTHERTON

biente influencia os ossos mecanísmos neuais. As novas ciências psicolórica e cerebral, trabalhan-
•:

:oobJi=;:àrneovvo:uc::onpc;:Eaoc:à:eaFa¥íec:[:á:andoosssoéágp±ft.mento,menteecérebro.Hteüwoé

i]rocessos biológico
dadas. Você lerá m #T:tdeos:::::Jr:ü:gàacc::Í.a;ifa_iíí_g_jsã-.-i-íi::ff;se-.Ííi:_eõíi:à-à¥ã_Ís:o:

-.--_-:--=--

@aÉÂES Sé ©S FEfflffis ©Â €aÊEMGflffi


-.....'.`i`

psE€®É©

pela qual a dência p icológíca estuda a mente, o cérebro e o cómportamento.

`..'t;±.

da giêm€i@ psi€®légi€a Sã© €"m"!aÉiv®S

o primerio tem é que a pesquisa sobre a mente, o cérebro e o compor[amento se acumulou ao

;o;iii::Í;;:agíp#k#:Íio::;:::;i:i:Ígiiíín::aã;oÍ;::nrííi;iie::;toiíee;cni#Ío;ei:u:Í::Ííflí
í:::e:esqi:,s:;:àpiía:|:oP:ric;icéo:o:Ér:::.:jüe¥ee:ã;ogsd:às;;i:g:;.::pxã¥:ett:ptjoTnoo:¥d::
comportamentajs bein conhecidas, e, atualmentç, nenhum psicólogo precisa de-
:a|rcà:Ícia;Seãc:

Íe:s:::Fà:::h:a:qíeiTíaí::::e:Íiifí:::sfpaÊíj:i:;Íi:;::to:di::e:;in:o;:::oÍ*Íije:m:;:|:aí:uj:ai:::Í
isso, des creveremos as
pesquisas maís recentes, baseadas nesses princípios, escolhen.do aquelas que,
na nossa opmao, irã estat]elecer os fituos fiindamentos da cíência psicológica.
aÊNclA pslcoLÓGlcA

Uriaconseqüênci.adonossofocoemprincípioséascoisas,àsvezes,pareceremmaÉsimi]lesdo

querealmentesão.Amaioriadosfenômenospsicológicosenvolvecomplexidadesq.uenãoi]odemos
discutiraquíi)orfàltadeespaço.Acomplexidadeé.inerenteàciêndanamedidaemqueasidéiase
as teorias são modfficadas por novas infomações que descrevem as condições sob as quais aconte-
cem os fenômenos. Considere a oqavidade, ma força básica q.ue foi reconhecida há centenas de
anos.Agravidadenáooperademodounifome;eladependedasprop_riedadesdaprói]riaTerra,tal
como haver maior força cenffiga perto do Equador. Na Terra, se deíxamos cair uma. maçã, ela
cairá no chão. Esse é o princípio. Da mesma foma, quando dizemos que o reconhecimento é mais
fácfldoquearecordação,certamentehácondiçõesemqueissonãoéverdade.Masessascomplexi-
dadessãodemaiorinteressepaiaopesquisadorcienfficodoqueparaoalunoqueestáenti-andoem
contatocomoassmtopelaprimerivez.Porenquanto,vamosnosconcentrafnosprinci'pios.

•,++

ÍE} -moas:rivd,:eümça€éj: s::!t::i€a:ev:|Su::o b:o:óefl::::à::a®m:o:::aqe:tiási proff#-

;,:,:..,<: sá.nDae::eo:a#dúaà.e¥; EZse.nf:: :oo:igoos gs=d:sodsffifffimeflio;:#:o*b::b:enfaena;ê:ãnao:si::::lo::


•,é,r :io::Ê::oâ,!::se,e::oní::::¥'#::Feévt:áo::m=ç:o#mffoT|#etdqgo:gr::#¥tc#tiqy=,e3om;s;
as memo'rías são amazemdas no c€'rebro? Nos úlÉinos 20 anos, howe um tiemendo avanço no en-
tendimento das bases biológicas dessas atividades mentais. Esse interesse i)ela biologia pemeia
todasasáreasdaciênciapsicológica-dalocalizaçãodoscorrelatosneuais,oucerebrais,decomo
idenfficamosanügos,àdescobertadosproblemasneuroquímicosqueproduzemváriostranstomos
psicológicos.Trêsdesenvolvimentosmontaramocenárioi]araumarevoluçãobiológicanaexplica-
ção dos fenômenos psicológicos. .

Química do céreb.ro.. 0 priineiro desenvolvimento imi]ortante na revolução biológica foi o


entendimentodaquímicadocérebro.0.cérebrofuncionapelaaçáodesubstânciasquímicasconhe-
cidas como rieurobiansriíssorçs, que enviam mensagens entre as células nervosas. Nos últimos 30
anos, os cientistas psicológicos fizeram progressos imensos na idenüficaçáo dessas substâncias q.u'-
micas e suas funções. Embora, há muito tempo, se acreditasse que não maís do que uns i)oucos
neurotransrissores estavam envolvidos na atividade cerebral, agora se sabe que centenas de subs-
tâncias diferentes desempenham papel cn'tico na atividade mental e no comi)ortamento. I'or exem-
plo,oscomportaJnentosq.ue.sãorecompensadoresestãoassociadosàsaçõesdeumneuotransmis-
sorchamadodopmínqemma.áreaespecíficadocérebroconhecidacomoo7ittcz€tffacmmbens..A
• extensão em que uma dioga influencia esse i)rocesso detemina quão fadlmente as pessoas se tor-

nain aditas a ela: quanto maior a açào da dópamina, mais adiüva a substância. Também sat)emos
agoraqueasi)essoastêmmelhormemóriaparaevent:osque`acontecemquandoelasestão.emociona-.
dasdoquequandoestáocalmas,Ítorqueassubstâriasquímicaspresentesnarespostaaosestimulos
influenciam os mecanismos neurais envolvidos na memória. Compreender os i)rocessos químícos dó
céret)rofomecemuitosínsíghbsobreaaüvidadementalei)ossil)iütaocomiiortamento,eéútflpara
desenvolvertratarientosi]araajudarpessoascomvariadostranstomos,psicológicos.:

O genoma human.o 0 segundo desenvolvimento que revoludonou a ciência psicológica foi o


imeiiso progresso no entendimento da íiifluênda dos processos genéücos. Os cientistas não só con-
seguiram mapear o genomfl hmfflo, o projeto ou códígo genéüco`.básico do coii]o humano, como
também. criaram várias téciiicas que lhes perinitiram descobrir a ligação entre genes e comporta-
mento. Por exemplo, paia estudar os efeitos de um gene sobre a memória, os pesqtiisadores conse-
8iriramcriarratosquenãopossuemogeneespefficoouüveramnovosgenes.im;erido.s.Essesratos,
subseqüeriteinente, apresentan memória prejudicada ou melhoradq respectivamente. Ao idenffi-
• car os genes q.ue estão envolvidos na memória, os pesq.uisadores talvez consigam criar te.rapias,

baseadas na marii]ulação genéüca, para ajudar as pessoas..com problemas de memória, como os


portadores da doença de Alzheimer.
Evidentemente,aidéiadequeunúnicogenecausaumcomportamentoespe.cífiço-~édemasia-
dosimi]1ista.Quasetodaaàüvidadepsicológicaet]iológicaéafetadapelasaçõesdemúlüplósgmes.
Não.existeuiigeneespecíficoqueéoúnicoresponsáveli]elamemória,oupelasgütudesracistas,ou
GAZZANIGA e HEAl-HERTON

p::;i:fr:c:::Tsoo;oitii:e:'àae:nTc:::1,?!S:e:;tíííuf:d;Ío::otreoí,::;n:e;fi;:jsá::eti¥ilt"á:s:ãi:eÉc:::ft::

fimdamental i)ara estudar como genes específicos afetam pensamentos, sentimentos e vários tians-
tomos. Embora muitas das fantásticas i]ossibilidades de corigír defeitos genéticos áinda demorem

ga=sasp:oéc=dsgspgFnaésúFc::nr::si::,t:s=éioo::ss:::grfgasdoobsr:e:oasdu;:dnaü;sehà::à:úainfluên-
1

A observação qo :érebro em funcion`amento 0 desenvolvimento de métodos para


avaüar o cérebro eT açao proporcíonou o terceiro ímpeto imi]ortante para a revolução biológica na
psicoloria. Os prim'pios de como as células operam no cérebro para influenciar o comportamento

Í9:ço:l;:;:o:póa:::]:S;¥e:;:Íoi::egá::;:e:m:ei;Ldmoo:liidr:¥ciiae;ccà:,bm::a;stí::n;Ó";::.:e:;:daie:j::ç::u:ffi:

:a:sn::liúo::ü:c#sei:i::::es:e:Í:eF:gi:t:|:r:g::eTde¥:e,i?dct:aziu:a::sÉ::i::â::aec:o::pecí:ê:n:::eo::u:::a:
mudanças m aÉvidade cerebral?.
Saberemquelócaldocérebroalgoacontecenãonosdizmuito,massaberqueexistempadrões
consistentesdeativàçãocerebralassodadosatarefascognitivasespecíficasnosmosüaqueosdois
estão conecüdos. Nà verdade, os cientistas, há mais de cem anos, discordam sobre se os processos

psicológicos estão lócalízados em partes esi]eci'ficas do cérebro ou distribuídos por todo o cérebro.

#::pbàmodsa:::defãt.eda:¥map:oíaiÉeaí:ooed:a:àç"ã:àd:aà:nTai.éguç:ed:àt::er:fl:õe::tc.eá:bpr:::
mitiu aos denüstas :psicológicos avançarem imensamehte no entendimento dos estados mentais,

::F:5:g:ão:àaot'#ooo')=porsoo;e::oüà:êemntseí::àeenn:orisd:sabpas:::1:eflíàádmaflúddaem=n:ácFeom(:iodso-
rápido e dramáüco. )Esse novo conhecimento está sendo usado em toda a i)sicología; por exemplo,
confome demonstiqdo nos parágrafos iníciais deste capínilo, os psicólogos sociais.foram capazes de

:deeà:acd::oc:Fr:#rrToegor;zoõse:,Helatosne-sdorarimo.Adécadadel.9gofoichamada

 mente é a\dâptaÉiva
1

::otb:;Íieíc:e::itu:¥:q|*::o;:;.Fici:#êcu:;jag:cg:ã:ei::d:uv¥:n.tu:a:i:,n::;:d:e:s#aõ:::oo;fã:oo:í:ã:a::ü;i:
les ancestraís que có.nseguiam resolver problemas de sot)revivência e se a¢.qptar ao meio ambiente
eram os que ünh aior probabilidade de se reproduzir e transmitir seus genes. Isto é, os quç
herdavam caract cas que os ajudavam a sobreviver em seu meio ambiente tinhain uma vanta-
•::';:..,,:,1:._:.`

gem seletiva em relação aos que não as herdavam, o que é a base do processo de seleçáo natural.

rel:,:atiçcõ:SÊei:Íicc:Í:à:::isa:od:roa:daaàltT::fse,nqous:oas=::::a£csaup:dàaadnecs:sh::T.dba.de:veê:::c:
reprodução,oquesihificaqu.eseusgenesforamansmitidosafiiturasgerações.Édaro,seomeio

s¥r:di;;:t:a:c:di:aopqo:Eiiee:ra::dEt:a::v:::pv:a:ipii#aíu:p:#:ea:d:::d::,:Êa:nfi::;dráce::s:o,g::p::::
natu.al são discutidàs no Capítuló 3..

psicó£:::n::àveo!l#a::sd::áa-|iaTPAút:ioo::ue::|rugvàsf:ícrTp:do±aebnitoeloafe:taMcaos:o;ràec:àe;:natee::

;:i§:§í::::ii;:mí::e:uníe::Íi9C;:;i:ee:::::e::iíni¥D:;¥:ep§:::::uí;fia:¥td;e:inac:í::jc:oL8;a:;i:,:an¥:¥ui{e;ií;;s:Íc:
aÊNCIA PSICOLÓGICA

• so|ução de problemas adaptativos Nos últimos 5 rilhões de anos da evolução dos seres
humanos, comportamentos adaptaÉvos foram incoporados aos nossos corpos e mentes. Um corolário
dessa noção é a idéía de que o corpo contém mecanismos especializados que evolúam para resolver
problemasquerequeremadaptação.Porexemplo,uinmecanismoquepr-oduzcalosidadesevoluiupara
proteger a pele dos abusos do trabalho duo, e esses cdos são úteis quando os humanos precÉam
realizartrabalhosfi'sicosi)arasobreviveL.Damesmafoma,océrebmdesenvolveudrcuitosouesmtu-
ras especiaiizadas que soiudonam problemas ádaptativos (Cosrides e Tooby 2ooi).
A teoria evolutiva é epecialmente úfl paia pensamos sobre problemas adaptativos que ocorrem
• regulamente e têm o potendal de afetar a capaddade de sobreviver e de se reproduzi£ tais como
mecanismos relacionados ao comE ao sexo, à linguagem e comunicaÉo, às emoções e à agressão.
Corresijondentemente,a.abordagemevoluÉvaéespecia]menterelevantepaiaocomi)ortamentosocial.
Embora os cont:extos situacionais e culturais influenciem o desenvolvimento de comportamentos e
atitudessociaís,háevidênciasdeáuemuitosdess.escompor[amentosevoluempàraresolv€rproblemas
" :;d::et:Í:s;::;:e:nd?;e:s:àm:;ffio|gÉno#,;¥:ãe:::tl:díí:e:1gmd::eâí:s:náói3ãe:n:cser;:c;É:ã:p±

os recursos do gnipo é';`.`.`.assim, possivelmente, diminuem a sobrevivência e a reproduÉo para outios


membrosdognipo.Algunsi)sicólogosevolutivosacreditamqueoshumanostêm"detectoresdeimpos-
tores" atentos a esse tipo de comportamento nos outros (Cosmídes e Tooby 2000).
Ateoriaevolutivataml]émpodeseraplicadaaáreasnão-sociais.AscapacidadesdeenxergarbeHL
de lembrar onde o alimento era abmdante, de recoiihecer objetos i)erigosos, de compreender as leis
básicas da fisica (tal como os efeitos da gravidade, se camiiihamos além da beirada de um abismo), e
assimpordiante,eramcríticasparaasobrevivênciae,i)ortanto,podemserco"5ideradasdeumapers-
pEctiva evolutiva. De acordo com a teoria evoluüva, as soluções para esses problemas adaptativos
foramincorporadasaocérebro'enãorequeremnenhumtreinamentoespeciúOsjovensbebêspassam
aapresentar.medodealturanaépocaemqueai]rendemaengatinhar,mesmotendopoucaexperiênda
com alturas ou gravidade Gio"ra 1.3). Esses mecanÉmos incorporados ajudaram nossos ancesmis a
resolverem problemas recorrentes com os quais se depararam ao longo da evolução humana.

Mentes modernas em crânios da idade da. pedra Segundo a teoria evoluüva, pre-
cisamos tentar entender os desafios com os quais se defrontavam nossos ancestrais, para poder-
mos entender grande i]arte de nossos comportamentos atuais, quer adaptativos quer desadaptati-
vos. Vamos imaginar o seguinte: o cérebro humano evoluiu lentamente ao longo de mílhões de
anos, e muitos dos problemas adaptafivos enírentados. pelos humanos já não existem, ou pelo

FiGURA 1.3 Embora heja um vidro


cobn.ndo o penhasco visual, os bebês não
engatinham sobre o vidro, mesmo quando
incenti.vados pela mãe. Os bebês passam a
ter medo de altura mais ou menos na
época em que aprendem a engatinhar. .
GAZZANIGA e HEArrHERTON

menos não representàm a ameaça que antes representavam. os humanos começaram a evoluir há
cerca de 5 miihões dé anos, mas os humanos modemos (Homo sapíens) só podem ser traçados até

g2C4eTOTaüs,:o:i:;|edraa::i:t£inia;sS:ccoonmepuarnaoTàstiam:tàí:::áenffd:s:uomfaa::cgea.dec:::bpr:

:iu£Fc:;àre-sdee:::pot!a::apmTnaffa::::de:a:srindeac:sasiédpaodceas,á:àcc:ç::oprre.s;::`:t::::rddoepqlisetomc:ã:

;|:sétr.ecbêr:c:.n;íoorneaíeq#.::opc:snstoeaxstog:satsáreds:õae|:mTnbtl;esn:aoi:e:fsepnet:idà::ltoesdcoésreqbur:Sc::t:r:
bastante gordura. Esses alimentos são altamente calóricos, e comê~los teria um valor substancial
de sobrevivência em( épocas pré-históricas. Em outras palavras, uma preferência i]or alimentos
gordurosos~doces teria sido adai)tativa. Hoje, muítas sociedades têm abundância de alimentos
con alto teor de gordura e açúcar. Gostar deles e comê-los, às vezes em excesso, pode atualmente
serdesadapt.ativo,poispodeproduzirob.esidade.Noentanto,nossaherançaevolutivanosencora-
ja"omeralrientos,quetiriamvriord"obreüvênciaquandomomidaermelativmenteü-
Cassa.
• Muitos de.nossos atuaís comportamentos, é claro, não refletem. nossa herança evolutiva. Ler

livros, dirigir carros, hsar comi]utadores, conversar ao telefone e assisür à [elevisão são comporta-

:deanpttoasçá:s::Ís:u:tooLrpe::nat±:netno[se::dtàm¥e:copm¥deerdaado¥::#ou#su:emsao.L:ç::e:d:;tsaeüf:a:
pmair::::Ta:eamd:#::::;;::;:::ieosàounovosí"íghkemquestõespsico|óricümuitoantigasA

:nTeens:=:tsondoanmo:#i:m::,reab-rpoe:sE:c:ovàpe::l=ti::t::ft-entecontin-áaiffomaronos"
1

 ciêngia psi±®lógi£a aÊravessa ní`/eís de aná§ise

0 quarto tema da ciência psicológica é que a mente e o comportamento podem ser estudados
em muítos ni'veis de ahálise. Como veremos neste livro, pesquisadores invesügando os mesmos i)ro-
blemas ffeqüentemen[e fazem perguntas diferentes e üaba]ham em níveis diferentes. Na verdade,

:;::iàópl:iao,sã:u:,:::aíeazneàoc::a|:à:a=sCoocTo|#Ssasdeoàío:çeoo:Fe::üu;!pnlãffiri:::;abÉoarioa,o:;.êenti%:
comum de entender como a mente funciona, mas o iiível em que esses pesquisadores abordam essa
questão dffere de aco£do com sua orientação teórica específica.

neurosqe:LT,cvoe;ri(;,eomm#vi:,ede:::í::eà";:ec::eesb:àsst;e(1;roofvieT:::;4o,iil2eon:í;e:5g,e:é:,::ij:icoepm:yveol
ecoELti:oc;o#ee#rtadífdJiüi:s::!:ívm:íse,1::àdhemTmüo:do.es"dodoàmpoftamentosemd..

:isc:s:bít:|Sud:,aiffiâ|he::àopd::f::aess£:áeesn:o¥ea|i:Smã:nd.:iennt:reesosseíe#:::ss,c:e:ü:sÍ::êpns:.Saoldó:
dois sexos geneticainFnte deteminados. No n['yel gerie'tíco, os pesquisadores focalizam não só os -

genesquedeterminamosexo,mastambémamaneiracomocertosgenesparecemi)roduzircompor-
tament:os sexuais+ Os genes també.m conü.olam o desenvolvimento de características sexuais secun-
dárias, como os seíosle os pêlos púbicos, que estão associadas à adolescência e ào surgimen[o do
interesse pela sexuafidade, ouúos pesquisadores examinam questões como a possível existência de
uma base genéüca para a homossexualidade.
No m'vel neuroqdi'm{.co, o comportamento sexual é contiolado por ações específicas de substân-

::¥m?s;iü[t:,Í¥eis::fi¥:;:e;t:eí;:r:iec:ro;:e::r:ã:oino:d::ijoo:-i;esí::;Í;:iÊ::i;;;::s::iu:Í:ee¥isseo::ei::
íqnj=ãdoo::[ouc¥d#£assTüu::ã:::í:cTaíà:;a%tsosáeerno:at,ffq::eoáa[:áah:::::emnpí%#:taãporohpt:::o_

sados nos processos quais as substâncías químicas iiifluenc!am o comportamento. Portanto,


eles investigam que i)Ej:::
es do cérebro ou do corpo são afetadas pelas substâncias químicas e tentain

![o°sq::effnt::¥ftí:se|::°c:asdeo¥e:ísd:¥;Zp:s::°sue¥uffaí::bsthciasquímicasquehterieremnasações
-, ' '``i7 r lt_

CIÊNCIA PSICOLÓGICA

FaGURA 1,4 0s a.entistas


psicológicos estudam o comportamento e a
vi.da mental em sete níveis básicos.

Da mesma maneira, no TiáJe[ dos sís[gmas cgr€brak, os pesquisadores poderiam estudar estru-
turas cerebrais específicas associadas a comportamentos sexuais` Por exemplo, em esçüdos de
animais, lesões nessas estruqras poderiam resultar em mudanças.no comportamento dp animal.
Está bem estabelecído que o dano em cer[as regiões cerebrais, especialmente no Jiípo[á!fl77io, cau-
sa uma redução no comi]ortamento sexual, enquanto danos iios lobos [empomís art[eriores levam à
hipersexualidade. 0 Íiuc[€us acmmbens, mencionado anteriomente, tamt]ém está envolvido no
compor[amento sexual.
No nL'vez comportani€rita{, os pesquisadores poderiam estudar as ações observáveis envolvidas
em.todas as fases do acasalamento, da corte à copulação. Algms.animais apresentam ações muito
específicas, destinadas a exdtar parceiros potenciais, como a descarada exibição do paváo. Enüe os
roedores, a fêmea elicia a atenção do macho correndo de um lado para outro e mexendo as oremas.
Elaentãoassuineuma.determínadaposturacorporal,.conhecidacomo[ordose,.que.facflitao.compor-
tamento sexual do macho. Os pesquisadores que estudam os humanos catalogaram a fi.eqüência .de
vários tipos de aüvidade sexual, principalmente entrevistando as pessoas sobre sua vida sexual.
No n['y€Z p€rc€ptiyo e coômítívo, as sensações específicas envolvídas nos a[os sexuais são compo-
nentes importantes do prazer sexual. As pessoas percebem a atraüvidade fi'sica das oútias, o que é
um fator contribuidor imp.or[ante para a excitação sexual. Elas também passam oqande parte do
tempo pensando sobre. sexo e fantasiando. A maneira como as pessoas pensam sobre sexo. pode
afetar seu desemi)enho. Por exeinplo, pensar demais em como estamos nos desempenhando durante
o sexo muitas vezes inteifere no desempeiiho. Uma certa fàlta de inibição e autoconsciência é imi]or-
tante para os humanos, m i)rovávelmente irrelevante paia os animais.
No "'vel ííic!Ívídua[, algumas pessoas ai]resentam maior probamdade de fazer sexo do que
outras. Assim, os pesquisadores se interessairi por diferenças individuais na fieqüênci..a e variedade
de práticas sexuais e também por diferenças no prazer que as pessoas sentem com o sexo. AIÔ"mas
pessoassentemculpaporfazersexoeissoiii[erfereemseuprazersexual.Dçscotiriu-sequeaperso-
nalidadeéumfortepreditordeaÉvidadesexual.Éespecialmenteprovávelqueaspessoascommais
tracos de gwov€rsão e busffl de s€rL5açõo em sua personalidadç tenham uma vida sexual aÉva.
'.Éclaro,nom`yelsodazecultttra{,aspessoasaprendemquaisüposdecomportamei}tosexualsão

apropriados e €m quais contextos. As crianças pequenas precisam ser ensinadas,a não se a.uto-esti-
mularemempúblico.Desejosenecessidadessimiilesdosindivi'duossãomoder?dosporinfluência;
Tg-
GAZZANIGA e HEATHERTON

sociais. Forçffi sociaÉ tà]nbém infomam os jovens homens e mulheres sobre a aceitat)ilidade de
pmíicearsess;=á::s:omi:Í:aodeseax:sscffffifo:ç:sps:=t:í::LFffioimffm=eesnst:áâoq::i:osà:geffn:t:d:s

doqueoshomem03ameiste£2000).Asregrassobreosexovariamemcadasociedade,comalgu-
mas sendo mais pemissivas do que outras.
Müsrecentement¢,osp6qúsador6cruzaramriveisdeanffisepffaentendermemorocom-
portamenüsexual.Assim,certosüposdepersonalidadepodemtendermariafazersexo,masos

;ápi:a:iv:e:ç:o:sfli;::n=eqi:f::o:n:s:;ii::nt:efl:odu:ei:v:o:::;;:e%eiáü:c:es:o;ff::;::d;o,::a:d:o:sea:e:pee:r;i:
metabóhéaequímicasubjacente.Cadaumdessesseteriveis,éclaro,podeserinvffügadoeffuda-
dohdependentementeidosouüos.Portod?ahistóriadapsicoloria,ffsafoiaabordagempreferida.

:oà::iivepi:udceoà-=:,Eu:s:eff==eenrtomdfl:sÍ,:suTeeaxnpà:s:q=:::pood:=o:ncti:neúTt:e:1gcsoióe-
L:,. ricondmtãoffiüvT[eeemociomte.

i:-;,;si:---::-::-_-:::::.:::`-:;:-;:-::-:;i-;:.-:--::.--:---t::----i:-à--:------i:-ç,--.:---=::--:;:-:.:---;--`:-::-.-:---

mílên?.:Sl#iot:ade;£taq:i:sntcõ,:sJ::;eTàiuààsg:sd:uqeus::teõs#ffi:::fit::sdoebsrf:dnoag:z:e:amee:teeàehní
ciahumana.Asrakes'dapsicoloriaestãonafilosofiaenamedicina,emuitosídosprimeriospsicólo-
gosforamtreinadosemumadessasdisciplinas.Nestaseçâo,consideraremos:Càlgumasdas"grandes"
perguntasequStões|quedeterriaramdebatespsicolóricosnodecofferdósséculos.

gi®d!:::Íeendajuáeeí::ã#i::i:c®nsider-impacÉoda
Desde a época dos antigos gregos eriste um debate sobre se ffi caracterísdcas psicológicff

::íae:à:ecaTã:=namtêrí::aoo::à=m:."Antceúl#Í's:eree:e:esàoc:::1çoag,cv=:rnetse,;:aiffs:ucoasd"qàl:sddffie
umgmpodepessoas,quecomparmainumamesmah'nguaeamtiiente,comasuposiçãodequeos

#:sp:srpàc::p::,#raêàãüga:==:doesái=:a::sr,aàãaon::râad:ee¥.:et:sPHore::;ào:et:lpáeà:i:aà
odorgcorporais,ea*impordíante,sãofortementeafetadaspelacultuaemqueapessoaécriada.

•:oeíà:;;r.o:v:vT#míití:o:n;ànsi;neÉ:ilÊãT:;s;o;:.;:g:ed:oe:s:eaàpx:àài:ijc;ii;c:e::Í;Ê;i:q:jt;os;

:e:,sàaffiuavvean::useíee:eF::=::tàree=Tn:::.oe:tiàct::teoànüar;:e::sqpu#mqtuo.soa:om[b:e:tpeescãíc':E::nT:
ú_,íriFt-.\ , , h t ..-.. TFn

CIÊNCIA PSICOLÓGICA

anaturezaeoambient.esãoimportantes,ecomoelesinteragem.Éarelaüvaímpor[ânciada.fi.ature-
cu!tura As crenças, valores, regras
za e do ambiente na detemínação da mente e do comportamen[o que atiai o interesse dos dentistas e co.stumes de um grupo de pessoas
psicoióoricos. que compartilham uma mesma
como um .exemplo dàs influências variáveri da natureza e do ambíente, considere dois trans- língua e ambiente são transmitidos
t:ornos mentaís -a esquizoffenia e o transtomo bipolar (você lerá muito mais sobre eles no Capítulo de uma geração para a próxima por
meio de aprendizagem.
i6) . A esqüízQJi-en[`a é um transtomo em que as pessoas têm pensament.oS incomms, tais como acre-
ditarquesãoDeus,ouexperienciamáensaçõesincoriqns,comoouvirvozes.NoÚ-ansfomobípozGr,a debate natureza-ambiente Os
a`rgumentos referentes à
pessoa apresenta alt€rações dramáticas de humoi sentindo-se extremamente tríste (deprimida) e possibilidade de a atividade
depoíseufórica(mani'aca).Antesdadécadade1950,geralmenteseacreditavaqueessestrans[omos ps.i.c.ólógica.5erbiologicamente
mentais, entre om-os, resultavam de cuídados parentais inadequados ou de outras circuiistândas inata o'u ádd.,uirida É,or meío da
ambíentais -isto é,..que as causas eram todas ambientais. Mas, nas décadas de 50 e 60, foram eçlu.c?Ção, experiência e cultura.

descober[as diversas dr`ogas que. diviavam os sintomas desses transtomos; pesquisas mais recentes probie.ri.á riehté{orpo uma
qu.e5tão psicológi.ca fundamental
qué cohsidera.5e a mente e o corpo
5ã.ç> sebarados e distintos ou se a
mente é simplesme.nte a
Í:?:qe:ii::jiÉ#o;s;it:?i:Íó:Ít.É:Íst::h::Íd:i;r:ai;e:n¥:'pÍ:::;1:m;iEia¥ie:nÊ::ij; experiéncia Subj.etiva do cérebro
físico. .=
efetivos que pemítem`;`às pessoas levar uma vida normd. Então tudo é natureza e não ambiente?
Claro que não. Tanto a .Êsquizoffenia como o tianstomo bipolar são mais prováveis em cer[os ambi-
entes, o que sugere que i)odEm ser desencadeados pela situação. Muitos traristomos mentais resul-
tamdeeventosqueacóntecemnavidadapessoa,comocombatentesquedesenvolvemftanstor7iode
gst7.esse po's-fmmáfíco (TEPZ), em q.ue as pessoas têm lembranças intmsivas e indesejadas de suas
experiências traumáücas. Todavià, pesquisas recentes também indicain que algumas pessoas her-
dam uma predisposição genéüca para désenvolver o TEPT e que o ambiente aüva .a iiatiireza. Por-
tanto, natureza e ambiente são inümamente interligados e inseparáveis. A ciéncía. psicolórica de-
pende do entendimento da base genética da natureza humana e do ambíente qúe lhe dá.foma.

® pF©b!ema m©-mÉ@-€®rp® desafía ffi§és®fos e psiGó!®g®sh:.

Feche os olhó.s e pense sobre você ppr um instante. Onde habitam os seus pensamentos? Se
vocêfor.comoamaioriadaspessoas,temumsensosubjetivodequesuamenteestáflutuandoem
algum lugar da sua cabeça, talvez alguns centheHos dentro do crânío, ou alguns centimetios acima
ou à ffente de sua testa. Mas por que você sente que
•sua mente está na cabeça? A mente tem sido vista, ao
longo da história, como habitando em muitos órgãos
do cori)o, especíalmente no fígado.e no coração. Qual
é a relação entre a atividade mental da sua mente e os
mecanismos fi'sicos de sçu corpo.?. 0 problema. men-.
te-corpotalvezseja.aquestãopsi.colóücaquintessen-.
cial: se a mente e o cori)o são sei)arados e disüntos, ou
se a mente é símplesmente a experiência subjetiva do
cérebro fi'sico,
Duante a maior parte da história húmana, os
estudiosos acredítaram que a mente e o corpo eiam
enüdades separadas, com a merie controlando o cor-
po. Essa crença se i)erpetuou, em.parte, devido às pro-
fmdas crenças [eo]ógícas de que a existência de uma
alm c!íi;ím e ímor[Ql é o que separa os humanos dos
animaís. Mesmo os primeiros teóricos que cont:estaiain
a doutrina da igreja cuídarain para não serem excessi-
vamente' controversos. Leonardo da Vinci realizou ex-
perimentos, i)or volta de 1500, paia tomar.inaís exa-
tososseusdeserhosanatômicos,.oqueofendeua.igreja,
umavezqueos.desenhosviolavamasantidadedocorL
po humano. Suas dissecações o levaram a mujtas coii- F!GURÂ lr5 Est£.desen.ho de Leonardo da Vinci data de 1506. Ele utilizou um molde
clusões sobre os mecanismos cerebrais, índuindo a de cera para estudar o cérebro. Oesco'Driu que os vários nervos chegavam na região
idéíadequetodasasmensagenssensoriais,como.vísão, int€rmediária do cérebro, a qual chamou de 5.en5u5 commun/.s, ou senso comum.
GAJZZANlç;A e HEATHERTON

::;oa:eorHátà,.g::aío¥muàaeio,:tzdaoç.#=C::::r:rg:#eahle5n't,e:e?ep:ro:::TUT££=1oesaoubeod:
júgToeinàoendéeÊee#oeTt|m5£:f6:E,o,r:'àgi3d'éflósofoffmc&'quempromoveuaprimehateoria
docor`pofísico. -. ```.` ` -:
:. .:-' ' ,... :. : .:...,. i'r: : : . ' "

influente de que a me+te e o corpo eram separados, inas interügados (a teoria conhecida como
dualismo).Anoçãodequeamenteeocoii)oeramseparadosnãoeranova,evidentemente,inasa
rnaneiradeDescartescpnectá-1osfoidgomuitoradicdnaépoca.0corpo,argtmentavaele,nãoera
- . " „ ,, _ n____J._-J^f=_;A

iuaà:`aw|wéirlà:-à+à.àá-q=-a_o_rgânica'govema^dapelo"rehexo„'queDescaftesdefinia

:ãrei:c::#:ue:s:e:ie:Íakaeçeí::c:aa;c:iàia:crí:lÉáec;*dãeo¥Í:üÍ;;op::aT:ríiiR:d:-

:ààedít;oíadÊ;e:n:riecs£o:;:ssesT:çíeenào¥igiauãi:à:,niàmq:u:eàt:o::TTaso:ffta:ç:íÉeá:-
triseram!eparadosdasfmçõescori]orais.Contudo,emconfomidadecomascrenças

;eoüi#aredvi#:t:s;eEe::=eíoc::=.uAq:iem:smu:nàFs::cioonâliuà:o:::1áaaaaai:o-
ünçáoentrementeecorpo,maseleatibuíaaocorpomuitasdmfunçõesmentaÉpre-
viamente tonsideradas como domínio soberano da mente.

ffetHAoi:Í:.Toti:.r#ij:::so=fi'i::egteffriaàueeát::pbo:reaxâm::on,t:l:oan::Etl:::

àuà:míõ::,b:or::cTpo:Í£oseesgrteezülsàupfli=e:;ocro::ioed¥s::nciaevc=soào::aDdeos:
samanüia,Descartesaproximoumenteecorpoaofocaüzarsuasinterações.

Âte® a ev®lu`ãiva ÊnÊF®duz a seieçã® ffiaÊu.rai


Um` os eventos intelectuais importantes que deteminou o futuio da ciência
FaGÜRÂ 1.6 Uma xilogravura ilustrando a teoria
"reflexa" de Descartes da função biológica.
psicológi¢a foiapubücação,em1859,deAOrigemdasEspe`cíes,deCharlesDarwin
foi a pubúcaçao, em lt;5y, ae A urig" uuó i]ótici.Ltn,
. , ui, u.+u[+.u
~ „u.__,,u.
1. ___J_

í::::s-sl.8,::;s:1ieTirânlá#(scsoeriüow=,ee::spàgtpoõ:s="airt,e.Oi:t:radei:::::ãà:sa::oasdà:i:

Fetiagsosá;néc::ísn::o;:rrea::àraassTo:ss:adTpí:#ht:rí::Sí:#F;doapaa:eocsesíb:ídea::

:e::;ãm:sFaoàdaeL7evo[uçáosetomamcLffos.ComoDarwhdesenvo[Veusuateoriada

gw:Eair:àsaD1¥7?c:1eeqtüáàtooLco=ba;õdáes:bi:jtoeunàL::snnaaç.müütaàâ:#:s:à:::
àoe,1:víitea::ee,de::r:nFeisdoeut:isáàgo(Eiçrõa:,.8d,:Sfiocbo:udq:::i::geaq¥oast:naàfi::
dfferente§descendiamdamesmaespéde,mffieleseperguntouoquepoderiaexpücm

::b::qcuoe£:Sírs*õdeesrias::rsícTn:::ísd::dí::ic::S::uép:::àçüTaçsãeoua%ee¥uaaT:ní:
'popul:tion,deThomasMamus:
Essa:y On

Epuu=auparie##=:LÉtcaopmtioae#icuoMma?1tmut:o?bo:eo|:.:_f5Ü_ua_Ê.o_:ff^griaàno:?bnnegfoep:ce::g:ndnbíre_

°±;:Çai:,d:SvhaáÉg°õS#a#eaük[een!:ri:imats:;p?::#:ddmffie,neteffmde£:rearveqÉ:qa:e:d%£:

i'dasTultadodrimerimfo"çõod"mnwa#pde.(daautobiogmfiadeDarwri)

qud:#tnaçge=::a:ósn:*m::*gm=sdàoesvà'uueç::od:ds::etçaõügv:sagoa`à=P=Cü::::,Pee:
F.!GURÂ 1.7 A teoria de Darwin da seleção natural
::téaá:isp:uaes:::g"¥q-.saqr::r::á:ã::í:esioapdaaspstaaddaos§aadoim=à.ie::erid,e:aül::amdaaí
teve um imenso impacto sobre como os psicólogos

Pensam sobre a mente. Dizem que este retrato era o


:í:Sec.:nadi:;:o':e=:;:£gêc:::ednotsesmparri°:::oris;:mrisdescendent#,effshpordimte
preferido de Darwin.
CIÊNCIA PSICOLÓGICA

Fa®gJRÃ fl,8 Diferentes e;pêcies de tentilhões.-das


llhas Galápagos. A variação nesses tentilhões era uma

poderosa evidêna.a de algum proces5o de seleção aàindo


sobre um ancestral comum.

Uma impücação adiciond da teoria de Daiwin era que as dirgreriçds indri.duflü hereditárias
constituem a base do desenvolvimento evolutivo. Essa idéia foi aproveitada por seu primo Francis
Galton (1822-1911), que propôs que algumas diferenças eram de natureza psicolórica (p. ex., a
inteligência) e podiâm ser medidas e testadas. 0 moví]7i€7ifo.de testagern merLtal aconteceu na esteri
de Galton. Essencialmente, a idéia da seleção natural teve um profimdo iinpacto sobre a ciência, a
filosofia e a sociedade.

`€®Êffl© §E E3IESEã#w©LVEEaÂBffl .©s Eüffl®ÂEVEEfflH]©S

E9 €EÊmÉE€E Psif€©E±©€E€Ã?


Em 1843, John Stuan Mm publicou Syst€m 'of !ogi.c, em que declarou que a psicoloria deveria
deixaroreinodaespeculaçãoedafilo.sofiaesetomarumaciência.Naverdade,eledefiniuapsíco~
loriacomo"aciênciadasleiselementaresdamente"éargumentouquesópormeiodosmétodosda
dênüaéqueospioc!ffisosdamenteseriamcompreendidos.Osprimeiroscientistas,.àsuamaneira.e
talvez involuntariamente, tentaram cumprir essas predíçõ€s, Cada um tiFha uma idéia .dõ que a
psicologia viria a se tomar, e.cada uin estava detemínado a estar certo, Como resultado, a psicolo-
GAZZANIGA e HEATHERTON

ria,emseusprimeriosdias,caracterizava-seporfor[esescolasdepensamento,cadaumcomposi-

:oe#n,::àobnoarda=Í:ee:::::ündã:=::l:çioflàs,ms:Tsora:n¥âí:c:m£:eang:nàeoodce::npvoot::
mento de muitas tehdências contemporâneas na cíência psicóIógica.

 psiG®iogi expÊrimzÉr!.±a} m.13£}®í.:Í3a F.®m£ç,r3 g:IDm @


estrigturaiis ®

Imagine q.uev, nasceu há l50 anos e decide, um belo dia, estudar amente humana. De que
1.

maneira você começana a pensar sobre como a mente funciona? Tinham ocorrido grandes avanços
aen¥i°Smneaa::;Cda!:8:o::c:te°d:t°a:[ae_:effiq;°e,n::;ao::r:sn;::rô°:=oesn:es[ac::o:;dc:sa:ue::std:md:e:edn:e.
hmana.

critosediscutidos,tlesnãopodiamserestudadosexperimentalmente-Étoé,elesnãopodiamser

:etl::::à:sàset=m£cEeeEeoTü:ip:::d:=md:a:::aióí:.riEasàausàLoçs£ãnoaf:::e::aod:::Fe::e:içeãno-
podiam.serligadasàeventosnosistemanervosoequandoGustavFechnermostroucomouma"dife-

::Í:d:pdeen:à::£Z:':1e;:i::l:nfl:::.Sid:à:c:àae:#g:oo,PÉi,?.;:rmuffi¥É:::t:odTOHeufioiã,dcahdaemda:
dowmehwtmdtkl832-1920;Figural.9),passouaacreditarqueessesestudospodiamconstituir
abasedeumnovqdÉciplinadepsicologiaexperimental.Eleescreveuoprimeiroüvroarespeitodo

=süTri:oedmelpssíc4o,|!gaa,dee:Cieeí;:i;;S:upesirceocl:biâ.d¥n:sszg::jl:s:sstadbeeloebcteeuroffpa¥àri±1::eovr:io;Éon:
nova disciplina. A§sim, Wundt é amplamen[e reconhecído como o fimdador da psicolosta epe-
rienptã:::::od#;á#àddêtmpi:ra:ebeuqueosprocessospsico|Óricos'comoprodutosdeações

fisiológicasnocérepro,levamumtempoparaocorrer.Assim,paraestudaramente,eieapresenta-
va a un sujeito duas tarefas psicológicas: uma siH}ples e outra maü complexa. Depois, ele media

:.vme;::ída:d;uen:t;u.edi:#eeàtroqcuoa:tp.1ettea::oa:imdeeftaesr.mÊ:asduobeüvaei:t:i::::|Te;i:viá;ii:aoct::eef:
Em outros estudo§, ele pedia que as pessoas comparassem suas eperiências sut)jetivas ao con-
templar uma séri] de objetos, dizendo, por exemplo, qud del# achava mais agradável. Outro
i método desenvolvido por ele foi a introspecçáo,
' um exame sistemático das experiências mentais sub-

jetivas, que requeria que a..pessoa inspecionasse e


relatasse o conteúdo de seus pensamentos, tal como
descrever a "tonalidade azul'.'. do céu. Wundt acàbou
concluindo que a introspeéção. era subjetiva demais
e, portanto, não atendia às necessidades de sua abo.r-
dagem cientifica ao estudo da men[e.
Muítosdospioneirosdapsicologiaestudaramcom
Wundt, em Leipzig, e depois estabelecçram seus pró-
prios laboratórios de pesquisa nos Es.tados Unidos,
Canadá e Europa. Um de seus alunos, Edward Titche-.
ner (i867-1g27), ampliou a àbordagem de Wundt no
que chamou de esmftirdismo. A idéia básica do es-
triituralismo é que a experiência consciente pode
ser separada em seus componentes ou elementos sub-
jacentes. Exatamente como, quando conhecemos os
ingredientes e a receita, i]Ódemos fàzer um bolo, Ti-
tchener acreditava que o entendimento dos elemeiitos
básicosdaconsciênciaproporcionariaabasecienü'fica

i]ara .o ent.endimento da ment:e. Titchener aproveítou


o método da introspecção para anãlísar a mente. Ele
FlqüRÂ-1.9 . Wlhelm Wuhdt (bem à direita), o fundador da psícologia experimenta[ argumentava que podíamos pegar-um esthulo, como
modeí`na,.trabalhando com colaboradores em seus últimos anos. um tom musícal e, i]or meio da htrospecção, analisar
aÊNciA psicoLÓGicA

sua"qua|idade","intensidade","duração"e"Clareza".EmboraWundttivesserejeitadoesseusoespe- introspecção Um exame


cíficodaintrospecção,Titchenersebaseounessemétododurantetodaasuacarreira.Infe|izmente, sistemático das experiências
oprobiemadessaabordageméqueaexperiênciaéSubjetiva.Cadapessoatrazparaaíntrospecção mentais subjetivas, o qual requer

um sistema i)erceptivo único, e é difi'cü determinar se os sujeitos estão utilizando Ós critérios de que a pessoa inspecione e rela{e o
conteúdo de seus pensamentos.
maneirasemelhante;porisso,aintrospecçãofoiamplamenteabandonadanapsicologia.Noentan.
estruturalismo Uma abordagem
to,wundt,Titchenereoutrosestruturalistasforamimportantesdevidoaoseuobjetivodedesenvo|-
à psícologia baseada na idéia de
ver uma ciência pura de psicolotia, com vocabulário e conjun[o de regras próprios.
que a -experiêncía consciente pode
ser`separada em seus componentes
ou elementos básicos subjacentes.

O funciona!ism® trata do propósiÉ® do c®mportament® fluxo de consciência Uma


expressà-o` cu`nhadá por Wil liam
James para descrever nossa série
umdosprincipaíscn'ticosdoestrutualismofoiwiuiamJames(1842-19}0),umbrilhanteaca-
cohtínua de pensamentos que estão
dêmico cujo trabalho teve um impacto imenso e duradouro sobre a psicologia (Figura 1.io). James sempre mudando.
abandonouumacarreiranamedicinapaiaensinarfisiologianaHarvardUriversity,em1873.Eleera
funcionalismo -Uma abordagem
um excelente professo.i`e estava entre os primeiros professores de Harvard a receberem bem as à psicologia que se preocupa com o
perguntas dos alunosí... Seus interesses pessoais eram mais filosóficos do que fisiológicos; ele era propósito adaptativo, ou função, da
fascínado pela natureza da experiência consciente. Deu sua primeira aula de psicolotia em 1875, e mente e do comportamento.
mais tarde brincou que também foi a primeira aula de psicologia que teve. 0 charme e brimantismo
de James estão claros em seu clássico PriJicípios d€ P§íco{ogía, publicado em 1890. Bons genes talvez
tenham contribuído para sua habflidade como escritor: seu irmão foi o ffimoso romancista Henry
james. 0 Prírici'píos de James foi um sucesso imediato entre os alunos e tomou-se, sem dúvida, o
mais influente livro na história inicial da psicologia. Até hoje, os psicólogos deliciam-se com as
i)eneüantes anáüses de James da mente humana; é supreendente quantas das suas idéias centrais
foram mantidas com o passar do tempo.
James criticou o ffacasso do estruturalismo em capturar os aspectos mais importantes da e}pe-
riência mental. Ele acreditava que a mente não podia ser separada em seus elementos, porque ela é
muitomaiscomplexaqueseuselementos.Porexemplo,eleobservouqueamenteconsistiaemuma
série contínua de pensamentos que estão sempre mudando. Segundo James, esse fluxo de consd-
ência não podia ser congelado no tempo, e, portanto, as estratéstas empregadas pelos estrutualis-
tas eram estéreis e artificiais. Ele comparava a abordagem estrutura] a alguém qiie tenta compreen-
der uma casa, estudando cada um de seus tijolos individualmente. 0 mais importante
para James é que os tijolos ftincionam juntos para fomar uma casa e que a casa tem
uma função específica. James enfatizava que o ponto importante não era os elementos
que constituíari a mente, mas a utilidade da mente para as pessoas. `
Jamesfoifortementeinfluenciadopelopensamentodarwinianoeconcordavaque
os psicólogos deveriam examinar as fiínções reaHzadas pela mente. Sua abordagem à
psicologia,quesetomouconhecidacomofuncionalismo,preocupava-semaiscomo
modopeloqualamenteoperadoquecomoqueamentecontém.Segundoofiinciona-
lismo,amentepassouaexistirnodecorrerdaevoluçãohumanaefuncionadojeitoque
fiinciona porque é útfl para presewar a vida e traiismi[ir genes para flturas gerações.
Em outras palavras, ela ajuda o organismo a se adaptar às demandas ambie-ntais. Em
temos do problema mente+orpo, a maioria dos funcionalistas via os estados mentais
como resultantes das ações biológicas do cérebro, o que caracterizaria a,mente i]or ser
ela prói]ria um mecairismo fisiológico.
Muitos dos ftincionalistas queriam apHcar a pesquisa psicológíca ao mundo real.
Afinaidecontas,seocomportamentotemumpropósito,estedeveriaestarréfietidoria
vida cotidiana das pessoas. Dessa foma, por exemplo, John Dewey testou teorias fun-
cionalistas em sala de aula, onde ensinava os alunos de acoído. com o .modo como a
mente processa a infomação, em vez de simplesmente por meio de repetição maqui-
nal.Essaabordagemprogr€ssístüenfatizavaopeiB?men[odivergenteeacriaüvidade,
em vez da aprendizagem por decoreba do coihecimento convencional que, de qual-
quer maneira, poderia estar incorreto {Hothersall, 1995). Williqm James também esta-
va interessado em aplicar a abordagem funcional ao estudo ¢o`s fenômenos do riiundo
real, como a natureza da experiência religiosa. Mas os assuntos de amplo alcanc€ aos FIGURA 1.fl® William James foi extremamente

quais o funcionaüsmo era aplicado levaram à cn'tica de que não era sufiéientemehte in-fliienciado por Darwin e recebe o crédito por ter
;nakuratiizado" a mente. Seu livro Princípios de Psicologia
rigoroso e, assim, ele lentamente perdeu força cgmo um movimento dentro da psicolo-
gia. Entretanto, a abordagem funcional ressurgiu na ciência psicológica nas duas últi- permanece um clássico.
•ÊZEÉãÉEEggÊgãEggEagEÉ

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`É::-..,::ÊjTgíÊ-',::_:...:'::i..,g:'.-;..':,:
A,'`WFi:'Jiç5iE"P=Pitggjü?`

OS CHIPS NEURAIS

o pÉmeiro neurõnio veicula é q.uase sempre modificado,


Desdeque-se.recophàceu,nofinalqoséculo.19,qu9.ç
é.manervosoé.consütuídopórcélulas...disiintàs;.torióu- pois`o.úúiriéró-e`ádistÉbuiçãotemporaldospotenciaisde
açãoq.ueosegundo.neuiônioproduztomari-sediferentes
i.rievitável supor que .os neurônios tinham de estar co-
.àdosdealgummodoparaqiieasinformaçõesque.cada. daquelesgrigüadp§po~primeironeuônio.

deles gerasse ou recebesse pudessem ser transpiitidas Essá...cái.àôté.riàt'iáa. transf.omadora é justamgnte a


itr.às célulaá. 0 temo s.z-7Ç.czpsé,. definido co.ho' o.1ocal Propriedade -maís iüÉ.o.rinte da sinapse, pois é eia que
`Àntato entre dois neuônios, foi criado beio. erigát.e` corier.e ao`:s.i.§i:eà.à...fi.erv.osó .a` §üa enome e diveísifi.ca4a

`*íir;:iáiogistab-ritânicocharlésshçrrington(18.57-ig5?),.de.-
__ \, .

i``çé.ntordoprêmioNobçldefisiologiaourpedicinadel93.2.
_ _J ,,,. _1_J=__=J_ _^_^
:a:acc£a,-::ói:-_gp;Íà-;`:?pijíiiéêhit:os-Í:rà¥ioz=-aç:oàoAmsp:-àpçs:e:
aH}bémaexprçssãoriámmz.srõ.o.S.ziccípííçcz,definidacomo
passagemdeinforinaçãoatravésdasinapse,foicriadapor
Sherrington.. Esses-..`cc)nceitos, entretanto,. peimaneceram #:a;:Í:;::ç:ãs:,rn:e:?;s::eío::tto::p=fi:ãl:dceeÉ:c:.:-:o:i¥:
sinapses se associam. Cada neurônio, em médiq recebe
• cerca de 10.000 sinapses, todas elas "processandó", isto é,

::udÉcscard:s:ds:pc..o:geg|,::É:;::::oe:-::.:se?gcne:::;no:?i:st:e|::titi:Ca:ri:i modificandóasinfofmaçõe.saferentes.0resultadofinaléa
sinais elétricos .prod~ú2idos pelos neurônios, foi possível chamadaatividadedecadaheúrônio,propriedadeqúelheé
específic.aeq.uediferebastantedaatividadedosneuônios
%:=ni:i:dee:ge:sric:,::te:::se(néem*d:à::;-moffológicffie precedentes.
'`. Épreciso terbemclaro, antes de tudo, em que consiste
Neste capítulo estudarem.os a estmbira qas sinapses,
àtransmissãosináptica..Intuitivamente,poderíamospensar seusmecanismosmolecu|aresdefimcionamentoeaforma
comomuitassinapsesintéráBemem.umneuôrio..0estudo
queospotenciaisdeação.geradosemumneui.ônioepropa-
dassinapses.nãoé..importahteapenàsi)araaco.mpíeensão
gados ao longo do seu axônio são todos transmitidos sem
alteraçõesparaósegundoneuônio.Assim,atransinissão do processamento dé. inforiação pelo .sistçma n.?rvoso; é
sinápticaseriasimplesmente--ápassagémincondicionalde essencial para o entendimento dc)s me.cànispos de 'ação
informações entré ps peurônios. No entanto, sé esse fosse da maioria das substâncias neuróativas, .dé§de aqúelas
sempreocaso,nãohaveria..necessidadedasinapse!Bastaria utilizadaspararecréação'(riuitas.qelasperigosasporóau-
sarem dependêncià), co.rio .as .que .são emprégàdas como
queascélulasnervosasforpassemumsincícioG,comose
pensavaantesqueohistólogistaespanholSantiagoRamón medicamentos.
yCajalindividualizasseoneuônioaomicroscópioóptico.
Dessemodo;haveriaéontinuidadeenqea§mempranasdos
neurônios. e estaiia garantidà. a.Passageri dos p.otg.nçiais
deaçãoportodoseles.Aco`nse.quênciade5sa.óonstrução,
entretanto, seria um sistema nervoso incapaz de "t.omar
deóisáes'',istoé,.deinte`q)retaré.podificáràsinfoíriàçQes
.querecebe.Aesp.éciehunananão.teriaatingidoodesenvol- • Uma das primàirçs hipó.teses s.obre.a..transm.issão sináp-
vimentoqueatingiu,poisseusi-stémanervoso.s.eriaincapaz
decriar.infomações,isto''é;..depénsar..
tica foi. a de q`pe éua natureza serià elétrica. No entanto, a
demonstração.dequeatransmissãoquímicaeramajoritária
Na verdade; emboi:a hàja exemplos de transipissão
nosistemanervosodamaiç)riadosanirnais,especialmente.
siàáptica de tipo mais simples, como o que acabamos de o.s vertebrados, levou quase.ao descrédito a ideia ¢e q.ue a
mencionar,nàgrahdemãioriadosgasosn.ã.oé.a.ssim.Nem transmissão elétrica. pudesse.mesnio existir.
ospotenciaisdeação"passãm"deumacélulaàouúànem
Hoje se sabe qúé. éfetivaménte existem sinapses elé-'
o seu conteúdo de infomação...é. transmitido s.pmÉrç.ü¢tç-
tricas no sisterria nervoso .cent[al dos .vertçbradós, mais
rado.Atransmissão.S.ináptica,..con.Sistçemi+n}.ãduÉ|à`ÇP.P-
versão.d?códigos.Ainfoma`çãoproduzidai]elonçuônioé fiequentemente duante o d.esenyolvimentg, mas também
navidaadult?.A.esqutHa4essassinaps.çsfoi`desven*.da
::ítceu=aeí}segcô:ceonst,ee(:aê-::#:opé°àeàc::;S±eaàçàã:)vçeti:
culadaquímicainenteparaoheürõnioc-one-ctad.o`:Ase8uir,
novatran§fomaçào:áinformaçãoquímicaé"percebi`dá" J:a:eãiíjoe;:±iííffiisJsC1::Íç;:É;:c;o:j.":::o:;¥:e;:e:egfi:c;Éaã:;LÍzÍ:;rl:a;
pelosegundoneurônioevoltàaserveicula'daeletricaíhehçe,
figado,ape|ee`?.,9ó:::::.-.-.
àoe:s-:.ãã::àe;eoâvceor:g:,ç:ocdõFn:euútidoos`ã:tienFfgoíÉsa:ào:çqãTO:
-gtii.-]çrLiti+irL.é iit.!üizàd? fia lit€i:atura. de. língu:. `fr~
•. . 1 0 l:ermo

G Termo corLstante.dô gloisário cio f inal do cc[p.ítulo. gles.cl.

JJ3
NEURO,CIÊNCIA CELULAR
tiHÉH"ã5ããEBHE# \.

OS CHIPS NEURAIS

.:Ajunção comunicante é u¥ia região. de qproximação isso,quandoumconexonseacoplaaoutrosituadonacélula


contígua,pórelespassamváriasespéciesiônicaseatémes~
htre.duascélulasCFi8.ua4.1A),ondeasmeribranasficam
mo moléculas pequenas. Diz-se, então, que as duas células
pár.àdasporumespa.çoe.Xíguodecercade..3nm(3x10-9
•- ~ _ \
estão¢coj7Jczc7q5;Nessecaso,quandoumadascélulasentra
Ámembrana.dessaregião,émambasas.cél+1as,.possui
áié iônicos especiais (os co72e,t:.o72J) foiri.adg§..:por 5.eig •. .em-ativi-dad?,ó.u.séjq,.É.rQqúzpotçnciqisdealgumtii]o,as
coireflte.s`iôriióàs :coriespopdçntes passam diretamente.peias
übunidadesprotàicaschámadaÉc.o##z.#ff,`,qaeç¥cçr!as-
LLl,l+LJ-^1+\^.\--\J J~^ -______ _____ _._ _ _._

ituàçõe§seacopiamdu'imicamente-,foriari`ááv-erd`àderiíos júçõe§con}unicantespar-aaoutracélula.Nãoháinteme-
Óros de 2 nm de diâmeçrQ. ffigura 4.18): B`m çorpparação diários químícos, e por``isso a tran§.miss.ão é ultrarrápida,
1..-,

dur:andQ.gpen.as ,cepté§in}os de,`bilissegunÉ9 .-,,. `


om.._outros canais iôn.içp.s,.. e§..se é um`grande.diêq.étro. Por..
' t3-. ' -

`,+í£`;:;é:X;°:nàâí;ÍU;£Í"#í;

à.í.Eh.y`síO!.Or9y`

ZJJ-

LL
NEUR OCIÊNCIA CELULAR

A transmissão elétrica através das junções Comu-


nicantes pode ser controlada pelas células )ladas. slNApsEs ©uÍMleÃs:,
0 acoplámento pode ser "ligado" ou "desl pela PR©-©ESSAD©RES É9E SlriA]S
variação de parâmetros metabólicos do c Slna'
como o pHG e a concenÉração de íons CaH7
_ ---- _ -I-_ _` __ _ -___ _T_=:_) mes-
. _ _ ____ _ _ ,
D A ESTRUTURA DA SINAPSE QuÍM.lQAr É
mo o potencial das membranas acopladas. Acr!dita-se
ESPECIALIZADA NO PROCESSAMENT0 DE SINAIS
q.ue, nessas condições (queda do.pH, elevação a C0n-
centração citoplasmática de CaH, ou despola ização A ultraestrutui.aG da sinapse química2 é um exemplo
da membrana), os conexons das células.ligad::s pelas interessante de integração entre estrutura e finção na
J;=àõiecsaàoe::à:i:a::.ees;S:á:Csounah:::To'io:çsãejaé!r;:giea: natureza.
Em primeiro lugar, o processo evolutivo,. que pre§u-
como o diafiagma de uma-câmera fotográfica, !! rindo- mivelmente ocorreu das sinapses elétricas para as sinapses
se para pemitir ãr?:bassagem de íons e molé c`u.las. Nas
químicas, tomou vantajoso para o processamento de infor-
célTJlas acopladas,;i.ão há propriamehte proc:¥ amento
mações o-aparecimento entre dois neuônios adj.jacentes de
de informaçãó: óà-..potenciais gerados em a . delas
uma região especializada de contato por contiguidade, mas
sem continuidade G]igura 4.2). 0 espaço entre as membra-
nas nessa região é conhecido como/g7?c7cr Jz.77áp£z.ccz e mede
|:.Ísti:d:d.:e:;e:;sefg::Íre.i:çd;:s;:aaáa:a:;:u,etiseaí:ig:?trxí.:1::: 20-50 nm, bastahte maior q.ue o das junções comunicantes.
algumas junções comunicantes unidirecionais (c amadas
] sitivo Esse espaçc> é ocupado por uma matriz proteica adesiva
/.z/77Çõgs refzj#cczdorcz§, por analogia com um di
que favorece não só a fixação das duas células, mas tam-
eletrônico que pemite a passagem de corrente:ieo1 étrica
bém a difisão de moléculas no interior da fenda. Como a
apenas em uma dii-eção).
transmissão sináptica é unidirecional, chamaremos a região
sináptica da primeira céluia de elemento pre'-§z.72ápzz.cc),
e a região sináptica da segunda célula de elepiento pós-
:,a;:sc:a|:a.:-:;1s::dpis:pS:oi:;:1ó:;a.Sinsdã:Oijasí?:it:Êaas:T;tlie:s,i:1;:a: sz.7?ápfz.co. 0 elemento pré-sináptico é geialmente um
teminal axônico, e o elemento pós-sz.7?cíj7Zz.co é geralmente
um dendritó. Veremos adiante, entretanto, que há muitas
exceções a essa regra.

0 teminal pré-sináptico tem como característica mais


il;i::::0:nd:Í:i:z:iií;:e;:;;:el;di:;:i:d;;ií:;ii:Éij;.Í:;::n:ci;ri£ÍÍ:;Ít;: saliente a presença das vesz'c#JCLr Sz.7?cípfz.ccL§, pequenas es~
No caso do sistema nervoso, o acoi)1amento e o Lesaco-
férulas de cerca de 50 nm de diâmetro, muito numerosas,
piamentodasjunçõescomunicanteFéparticTlarT| nte útil
que se aglomera.m nas proximida.des da membrana pré-
sináptica. Algumas dessas esíérulas são m-aior.es (cerca de
100-200 nm) e o material e:m seu interior é elétron-denso.
São chamadas, nesse caso, g7-Ô77ziJbs secreforer, pois sua
ftnção é u.m tanto diferente da ffi*L*ção das vesículas. Na
membrana pré-sináptica, fixas É.élo lado de. dentro do
neuroblastos situados nas zonas geminativas. Também
terminal existem pequenas estruturas de forma cônica
nos adultos, certas populações neuronais são a pladas
ou piramidal, cha.madas zo7tcrs' cz£z.vczS. Finalmente, em
como é o caso de neurônios do tronco encefál encal'-
algunstiposdesinapses,amembranapós-sinápticaémàis
regados do contro[e do ritrho respiratório, um fimção
espessa que às regiões mais. àfastadas da membrana da
qi.ie .requer oi disí)aro. sincronizado dos neur OS que
segunda célula. Todas essas estruturas situadas na sinapse
comandam os músculos da respiração. . .
alojam um exército de proteínas bastante especializàdas;
que participam
•transmissão de cada etapa do n}ecanismo molecular da
sináptica.
simpTeosseaneisTe:ies.:::g:,b::ds::,acpusjeosceo|:¥ffiaTãe.nioe|éa:vai:

:à:txeo?:i:çnõ=e:::o:aesddeesses:sp:r:aanTs:aops:lie.l:trrit:bn.::
dos, predominam as sinapses químicas, cuja cap 1ede
dade 7- Deste ponto em diante, chamaremos a sL".pse cTtim!rca. sim~
p-foce.ssamentodeinfomaçãopemitiumaiorcoi
fiinóional ao Sistema nervóso. pl.esmente de stTrLíipse. .

EIElm
d*#É"á£:J'#...,_a-#

Vejamos.! então como essa estrutura especializada é altera a atividade elétrica de seu axônio, i]roduzindo mais
capaz de realízar a transmissão .siriáptica (confira como se ou menos potenciàis de ação'riópagados até uma terceira
estudam as sinapses no Quadro 4.3). céiuia,ondeoproc.éssoserepetirá.Nósegundocaso,aação
do neuromediador aciona diferentes vias de .sinalização
Ainfomaçãoquechegaaoelementop.ré-sinápticoyem
moleculaidoneurôniopós-sináptico,semnecessariamente
naformadepotenciais.deaçãQi)ropagad.ospeloaxônid.até
interferir na sua sinalização çlétióa.-
osteminais.Aseguír,comoalargafendas.ináÉticaéàau-
sênciadeconexonsimi]'edemapassagemdireta.de'córie.ntçs . 0 i]rimeir.o Óa§o des.cri.to antçri.om;hte é o `.m.ãis ffe.-
iônicas para a célula pós-sináptica,. ocpp-e a corivérsáó .da quenteetípióonoSNC.A..duplaõónvériãodeinformação3
infomação e.létrica conduzida peló§ .i)c)tçnciais. dé ação, do modo. elérióo i]ara o modo .quími.có e. outra vez. párà
ém infomação qu.ímica. Os potéhciais de,ação. cáusam.a. o modo .elétrico, .p.ériite qúe.. haj.a inteífeiência sobre. o
líberação, na fenda sináptica, de uma c.erta quaritidade de . seu "conteúdo" na. própria sinapse, chamada 77".d;/Jcíção
substânciaquegeralmentee.stáarinazenadano`int?ri.or.das dà transmissão .... Adiante, verçmc)s .como is§o se pass`a. A
vesículas. Bssa. substância recebe o .pórie générico 4e jte# modulação da transmissão sináptica cic.ç>rre na .maioria das
jio77?ec7z.czc7or3.Aámol.éculasdoneur.o:mediado.i,uínaVezna sinapses, mas não em to.dàs. Ná sjnapse nçuromuscular,
fenda.sináptica,difindem-sç.at'éàmepbr.anapós=sináptica, por exemplo, aquela que põç eri contato.um axônio mo-tor
onde pode ocorrer: (1) a reconv,ers.ão da infomação quí- com uma célula mus.cülar esquelética, é desejável que
mica para infomação .de natureza elétrica, o-u e.ntãõ .(2) a não haja-fàlhas de transmissão:. a'.cada .comaridó motor é
transferência da iri'fomaçã.o químiõq p.arà umà `éàdéia de, preciso due á.cérula músóular..sê éóntraiá.. Nessç.: caso, em
sinaís mc)lec.ulares no Ínteriór da célu-1a. No prime-iro .caso, cc)Fdições noripàis,.tQdo potenciàl'.4é...qção..qú.ç cpega ao
a ação do neu.Í-omediadó.r pode. résúltar...em úm j7.oje#cz.czJ tdei=:?:i,cpert;i;:ií;a::_::;::1ÊeeyTÉi¥:`;_i;;ã::e,_!Oron¥?o:c::mí
póS-Jz.7?cípZ!.co na membrana da segúhq.a, cé}ttla, qüe entãó

3Háu.macertac.onfusãoterminológíóá.n;.li.t;ràüi;a;efltrerie:i+ que e:¥e se cpTg?í:;`';,. .

rorr\etiigá.Í3r, termo atuàlmente qtribuíc!o a qualq¥ei-.szibstâ!iciq Nas sinaps9§.. ep;tre neurôniQ.§; entietanto, na m.aioFia
que medeiá irif iormação sinápiica,: e.iq]iotF&SSpiésoF, terTno
usadoin.icialÀ.ertiecqriosiíiônimo:doirimeirp,.riiàsdtrialmente. £uffim::zÊ::±uüFu:He,oquT::éém¥:i-aí::ànug:oaÉ:iàpá:eds:
einpi.egado de inodó riais esieàíficó..p.`ri:à.quai!f ipar. tí_ri..cert.i `
tipodeneuromediador(ver.aTabelà4.I).` :. ` .-....` ::=âhm::£s::.i:eá±iiic:o;:|T:e5-s:eincá:â::sn::esneciapi:edper:_:Ê:__

-117 -
NEUROCIÊNCIA CELULAR

transmissão é um potencial pós-sináptico despolarizante


a?igura 4.3A), q.ue tende a aproximar o potencial de re-
p.ousodopível1imiarGdazonadedisparo.,ondeseorigina
ii:::a::háo:c:;|:eãxo:¥;o:Í:a:ã:o:1s;i;râi:|r:a:d::::uaíi[:e:Í-f- o :potencial de ação.,. q.ue logo é propagado ao longo do
nio quase sempre é diferente da que ele recebe dà outro
axônio (mais. detalhes no Capítulo 3). Fica, então, mais
neurônio. Esse é j.ustamente o gr.ãnde passo adabtativo
fácil a oc.órrêriçia de. pot.enciais de ação no neuônio pós-
possibilitado pela sinapse química, em.relação à !üapse `-,

sináptico, e pgr isso..!.e.diz que ele foi excitado. No caso


elétrica: a capacidade de alterar (modular) a infoTmação
•`tr:nsmitidaenúe*célulffinervosffi,comomveíaderio das sinapse§ inibitórias acontece o oposto: o resultado da
transmissãó.éuripotencialpós-sinápti.cohiperpolarizante
micro c omi]utador b i ológic o. ,
1
CFigura4:3A),queafastaopote.ncialde.repous.odolimiar
da zona de disparo do neuônio. Fica mais dificil para o
B TIPOS MORFOLÓGICOS E FUNcloNÁIS DE SINÀPSES neurôniopós-sriáptico,neste.caso,produzirpotenciais.de
•. ii€l, . _ ação. Por isso, diz-se que el.e foi inibido.
As sinapses ap.f.çsentam variantes morfoló!icas e
Aeficáciafiincionaldassinapses,sejamelasinibitórias
ou excitatórias, depende em parte do local do neurõnio em
ã::à::aàisi:;à:,ep=?t,:xmeàspp|::i:sü:nrabp:e¥ptoedaeff:earç:::
cztczzórz.c!S ou !.72z.Z)z.íórz.czS. No primeiro caso, o resultado da queselocalizamqigura4.3B).PoressarqzãoéimÉortante

77Í'
¥#S;rqɱPSE¢Síq5Ê¢ç¥':#aiFS`rr`.:mr`
+`
`,.,,

OS CHIPS NEURAIS

õ|àá.sificar as sinapses, quanto à natureza de seus elementos, .cúlas sinápticàs esféricas, enquanto as sinapses simétricas
`.€à[j: cDcodendríticas ,--. cp¢ossom.áíícas, cDxocF¢ônicas ,. dendro~
apresentamvesíc.úlasaQh.atadas.Emais:verificou-sequeas
lrítícas.e soinato§somáticas. Co"o se poáe ínÊÇF3r áa
<:'
assiméticas, tcom vésícülas esíéricas, são fiincionalmente
i.inologià os. .três primeiros tipos conectam teriií]iaís e¥citatóriq§, ç '`qú.ç...á;`.Sri`a'pses simétricas, com.vesículas
ricos respecüvamente com um dendrito, o soria..6ú o achatadas,.Sã~o..inibit.ória§.:.-E§'sa.conelação,.evidentemente,
iprio axônio do neu.ônio pós-sináÉtióo.. .Os'.'doi§ ü.|tim,Q.S. deuumsen.ti¢-óriaiQ:r``à:;lássifica'ção.morfológica.
' ' '-}. :'''

Ó-à.;.maisraros,coné.ctamdoisdeàdrito.se.duá§reéiões.dó
To'dosessestip--o`S-dé§Í ocorreín.ho sistema ner-
p}_a diretamente. É claro que as süapses axossoriáüó.as voso central e no s i§t'erÊa.'áê~ri;`ó o.-Nesteúltimo,
idem a. ser mais efiç`qzes. q.qe as ariod.endi|'ticas, pórqué entretanto,éspecial`m`enç.ãó-aé:tí'-é sérféitàà-sü.apseneuo-
*ér.cem sua.ação€mais pefio da zona de di.paro do neu-
_ . _,. ' muscular,jáme.nciohàd-à..És`sàéüíüà.S-±.'aÉ:s.é-€sÉéêíalizad4,
^. . ' _~J__ _ _1_ 1 _ _ ' ,
situada logo aj)ós o. cone de implantação do axônio.
com upa. morfologia pgrticular çüja..uti|idadé é gar`antir
Nem semprç.isso acontece, entretanto, p.orque há outros a eficácia do comando. mótor ¢igura.4.4).. À membrana
quetambém.i"uericiamaéficácias.i.náptica,óomo
pós.-sináptica, que perience à célu|a muscúlar3 aí)resenta
Veremos dobrasjuncionais:queaúméntam.a-ár.eadafendasinápticàe
::ísàdôí:fcç::á;{tosmri:pus:o=:e=sôericcaas:::e;=e:H¥
possibilitammaiortempodecontatoentreoneuroHiediador
=ôi:o=£:iá"Énuí::;£íc:mdrioeu:;ànt:sas:ric:;:;;o:=;::: e as moléculas que. o vão reconhecer. A; zonas ativas, no
axônio com um teróàí.ó neurônio! teminal pré-sináptico, são alinhadas em fila bem defi-onte
Outrafomadeclassificarassinapsesdizrespeitoàsua àsdobmsjuncionais,peritindoquealiberaçãodç.neuro-
morfologiaQ7iguia4.3A).Sinapsescüsz.772e'm.cc2ssãoaquelas mediadorocorrajánaposiçãoriaisfavórávelà:suqação.A
queapreseiitamamembranapós-sinápticamaisespessaque sinapse neuromuscular, por suas.grandes dimensões e Íácil
•amembranapré-sináptica.S`in.apsesfz.772e'ft.ccH,obviamente, acesso, foi utilizada çom. grand.e Stice§so pelos primeiros
apresentamas.duasmembranascQmigual?spessura.Ocorre pes.quisadore§ como mo.del.o ç.xperimental para desvendar
que as sinapses assimétriç¥...g,çrahente apresentam vesí- os mecanismos da trànsmissãó.sináí)ti'c.a.. .

JJ9
'ii.E-!

NEUR)OCIÊNCIA CELULAR

motor -. colinérgico -. é excitatório porque a acetilcolina


.. Outro comentário relativo ao SNP: em riu.itós casos,
oaxônioperiféricoteminanasproximidadesdas|células- produz, na membrana da célula musc.ular esquelética, um
alvo, e firi com elas sinapses modificadas, difereptes das i)otencialdespolarizante.Jáoneurônioqueinervaocoiação
-tambémóolinérgico-éinibitóriopoiqueamesmaacetil-.
queacabamosdedescrever.0mecanismodetrahsmissão
colinaproduz,namembranadacélula-muscularcardíaca,
um efeito diferente, hiperpolarizante.

;:s:::c:.:a:;:c::àfiá:p:tT:oolu:Ée:dá.:íâe:o:;ãlai::,|::e:;ro;:-fã;írr:e:S: Recenteáente., a «[eí de Da[e„ foí u[trapzÉsada, póís


- :áti:ennsdmaisssi:ípsti;Jç: iraoi:n;=::t: |dei:aá.I#:i:=s Í:emtdE:: sédescobriu.àüeumriesmoheurôniopodealojardiversas
substâncias.'àúeatú.àmhatrànsmiss.ãosináptica.Issolevou
podem ser encontrados no Caí)ítulo .14. aumacerta.cónfisãoteriinológicaquédevemosesclarecer
(acompanheote.xtoconsultandoaTabela4.1).Onomecl4s-
sico 77ei/roftcziffmisfl" ficou reservado para as substânciàs
primeirodescobertas,todasdebaixoi)esomolecular,ecuja
açãoseexeí-cediretamentesobreamembranapós-sináptica,
ããÃÕ`.ã
`.`.,-.,
quasesempreproduzindonelaumpotencialpós-sináptico
(excitatórioouinibitório).Manteve-setambémousocorres-
pondentedosufixoe'7~gz.co..Paraassubstânciasdescobertas
vers!:ài.mi;:pquTseoanter;n:s::sã:on:i::::iac:l:ntiY:iY:::omn:
maisrecentemente,criou-seotemonei/ro#?oc7i/Jcíc7or.Nes-
se caso, a variedade de tipós químicos e a:ção fimcional é
=a:::adgeepmoí%uá:j:àcean::aed=E:rpsuuL:::ícéít=:oesuj::E:géaí:ra
g,raride:muitassubstânciastêmaltopeso.molecular(como
pós-sináptica. As etapas da transmissão sinápti¢a podem os neuropeptídeos), outras são moléculas muito pequenas
então ser resumidas do seguinte mo.do: •(como os gases óxido nítrico e monóxido de carbono), e
lsíntese,timspo*_eeamfflenmentodoieuome- seus mecanismos de ação são muito diversos. Quando se
diador; ' quer.denominar os mensageiros sinápticos de um modo
2.deflagraçãoecontroledaliberaçãodoneTomeda- geral, é melhor utilizar o temo 73ei(ro773ecíz.czcíor. Concei-
dor na fenda sináptica; tualmente, os diferentes neuomediadores de um neur.ônio
interag?mnasinapse:oneuomoduladorinfluenciaaação
3. difiisão e reconhecimento do neuromedipdor pela
do neurotransinissor sem modificá-la essencialmente, ou
célula pós-sináptica; |
seja, modula a transmissão sináptica. Pode também ativar
4. déflagi.ação do potencial pós-sináptico; lt diferentes vias de sinalização molecular no neurônio pós-
5. desativação do neuomediador. ! sináptico, influenciando a transmissão sináptica de modo
• bastante indiréto: Veremos adiante como tudo isso é feito.

Em algups casos, pode-se dizer que um neuônio possui


.nd.:|Sdsua:|::Pffiasé::ev:=ec:t:;|dd.::aT::sepce:tdoaac±fas:Í:::: cozrcz7ts#7z.5sores, para indicar qiie.emprega mais de uma
emsuasuperficiedendríticaesomáticadezenasd!milhares substância ativa na membi.ana pó..s:sináptica.
de sinapses. 0 resultado final, em termo§ da at idade do
Os neurotransmissores (mais¥:.de 100 descritos atual-
neurônio pós-sináptico,. depende da interaçãó dos otenciais
mente!) são de três tipos químicô.§: cr7%i-77oácz.c7os, c};77z.#crs
produzídosportodasessassínapses,umprocessoéonhecído
e p2(rz-#c!S (veja o Quadro 4.2). Os neuomoduladores,são
comoí#feg/`açãoüz.#ápf[.ca.Comecemosanalitdooque
ocorre em uma §ó sinapse. , pepfz'deo5', J!.pz'd{.o£ e gcuff (Tabela 4.1). Entretanto, essa
diferençanão.éabsoluta,poishápeptídeosqueatuamcomo
verdadeiros neuroüansmissoies, bem como aminoácidos e
D OS VEíCULOS-QUÍMICOS DA MENSAGEM
ERVOSA aminas que atuam cc)rpo heuf.omoduladores.
para que a áinapse filnci-oFe normalmente' ambos os
` neuôníos ®ré e pós-sináptico) devemmanterum complexo
•' sistéma dé.§í.nteàe é arm:azenamento dàs.substâncias rele-
à:Ea;:e;£aí:Pl(:|%:5o::a;.;,:,;,::eieu:í:d.:.oa:o:::s;f|;.:NI.f:|Í;::;i •.-,...- `.

sioiogiaoumedic.inade|936..Daled,izia.qLuecà#neúrênig -.,...
• vaqtç.s..à.tiapsmissã..o5ináptiça:..9.-n:¥rônig.pré-sináptico,
é cla£.ó,-:,devà..§Q,f ....ó`apaz 4é s.intetiz*.séu n.eüroqansmissor

• e o; néür.o.riodu.iadõ.ré.s. E§.sa.sínte§e é.é.eralmente feita por


sistemas enzriáticos existerites no corpo ceiular, ou. ehtão
rioprópriQtériinal.axôric.oqigua4.5)..Osaminoácidos,
!1;e;;e:1:;;:o*::::i|S::uií;;;Í::âd;e;Ía:p:a:iala:;::uicÊ:si;s;:jij:t:;:;;,
porexemplo,éátãonomahFentedisponíveisnocitQplasma
de tódas .as células do órganismo, geralpiénte sintetizados
à:.:e::p:::ae=:r:gr=d:::!eití;:osleT:Íonn:::,fjí':-r:cqousé|:: ` a partir da glicose ou-de proteínas decompost,as errLseus
ciue usam a sero-tQniria, e assim por:diante. 0 neurônio

19rl
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elementos constituintes. É o que ocorie com o glutamato e


qeuologistas e psiquiatras, uma vez que algumas doenças
a.glicina, .e vale para os neuõnios também. A exceção é o atingem diretamente a síntese dos neurotran§missores. É o
ácidogama-amiqobuf*co(GABA),§in.tetizadoespecifica- caso do parkinsonismo, üma-.doença de indivíduos idosos
plente pelps te.minais qos nçuôpios que o utilizam como que produz distúrbios motores porque cert:os neurônios
neurotransmissor, a paitir dó giutamato cFigurá 4.6).. . dopaminérgicos do sistema nervoso perdem a capacidade
•... As aminas..sãg também sintetizadas .... no citoplasma. ` desintetizardopamina(eposteriomentedegeneramemor-
dp. teminal siriáptiç9, coinQ .p. GA84 .....Á a.çetilcolina, por ...... rém). É o càso também de certos tipo,s dç depressão; que
exemplo,ésintetizadapelaeiizimàç.olin.àiàcetiltr.ánàferasea...i parecem qtingir os mecàni.s.rio§-de síntese..da. sérotonina e
partirdacolinaprovenientedaaliH}entaçã.o,`ou.résúltanteda..'.. danoradrenaiin.a.e.rinéuônios.d.oSN.d.
degradaçãodaprópri.q.A.Ch,edo`acetato:que..o.citoplasma'. • . Já que muitas de.ssas móléculas são sintetizadas tam-
nçi.rmalmente possüi ' (Figúra 4.7A).. As indolaminas4. têm
bémporcélulasáãoneuoriai§,çporalgunsneurôniosenão
como principal. repi-ese.ntàrite .á. sérótóriiná, que é sinteti-
outros, o que as tomà neurotransmissorés é a capacídade
zada a partir de um. amingácido, o triptofano, utilizando
uma cadeia .qe duas reaçõ-es eriz[imáticas a?igura 4.7J3). que esses neuônios específicos têm de armazenar essas
substâncias nas vesícul.as sinápticas, em cujo interior atin-
Finalmente, as catecglaminas, giiipo que inclui a dopa-
gemconcentraçõe?muitoaltas.Pp.iexemplo,éadaves{cula
mina, a àdrenalina e a noradrenalina, são. sintétizadas em
colinérgica dos. áxôni-oS ri.otorçà cóntém cerca de 10 mi.I
sequêncià a p'artif..do ariirióáéido tifósiria` {Figurá .4.7C),
moléculas de aóeti.l.coiià.a!` .........- :.
qüeénormãlmeüte.Ó'aítá.doi{áíà.:Q.citóÉlasrià.dotérmínal, •-.... = .` ..... ` -..-._: -.i.,? .-... ;.f-....,- 1-_-.:

ütilizandodíferentessisfem.asepzj]]iáticospqiacàdaefapa .A[gunsneurofrans..F]Í.s.s.gr.9S.çémp[eçamqsuasínteseno
desíntesé.Qóo.riheóimentodàs'.difi?reátes.etqítasdes.íàtese Ínierior da§ ve.síóulas;. .riá§. `Q.utfos sãõ. levados ao interior
do.süeurotransmissQ.r'e§.é.çÊÉe'ç'íàlriehté..imp.o]i;aritepara.os
::::sa:::i:u:í:,àgà#ÊÉ,Ê;'o¥.f:'|¥i::pbau.tídf:sran:.mu;::
'. ` ` ' -' -.-:. ..
vóitados.para`deriií-ó`..:.E..s.sãÉü.Ó.1éó:`úlas-transportadorasver-
4os terin.oS indo.iami;a e cqt.e.óói;rri;n.a 'reri;érii.::é. aos ar;éis
da.deiràHi.enté"ag.iriàú'i.o-s..üéúé:ffán`s-Íhissores,"jogando-
f{i. aromáticos (indol e ócd.e.co[). ¢u.é cara'cteiizam eisas.molécmlcr5.
..os"paiadentroda..y`esícpla::Q§üeurôniosglutamatérgicos,
FU}.i: Eg%n:c°anUs:[no::'s3°":pdL°e::nõ#:5°asn=.ãn°asc.°nhe=í.:°S C^0+mo a:incÉ bio- `-por exemí].1-o, sin:'tetizaín. 8.|utqriato cgmo qualquer célula,

m.asse.difçíei}ciàrh:pel?i5ré-sen.çà.deimtrariàportadorde
L¥.r

121
NEUROCIÊNCIA CELULAR

doaparelhodeGolgifomam-seosgrânulossecretoresjá
glutamatonamembranadasvesículassinápticas.Emalguns contendoospeptídeoseaindaprecursoreseenzimas,eeles
neurônios noradre.nérgicos, por outro lado, é a dopamina
sãotransportadospelosistemademicrotúbulosdoaxônio
que é transportada para as vesículas, sendo utilizada no até o téminal. Não é incómum a presença de diferentes
interior delas para sintetizar noradrenalina.
peptídeos nos mesmos grânulos: Os grânulos, além disso,
Aocontráriodosneurotransmissores,osneuromodula- nãosópossuemmaioresdimensõesdoqueasvesículas,mas
dorespeptídicossãosintetizadosnoretículoendoplasmático diferem destas também por não apresentarem moléculas
rugosodosomadoneuônio(Figua4.5B).Primeiramente transportadoras na .membrana.
são sintetizados precursores de grande peso molecular,
Osneuromoduladoreslipídicosegasosossãopeculia-
verdadeiras proteínas. Estes são posteriomente "corta-
res,poisfiincionamcomomensageirosretrógradosa?igur.a
dos" em moléculas menores no aparelho de Golgi, sendo
4. 5C), sintetizados nos neurônios pós-sinápticos pQr _enzi-
algumas delas os peptídeos neuromoduladores. A partir
.j#qFgHi?b-Wqr"[mlk

OS CHIPS NEURAIS

na face .interna do terrinal (Figura 4.8A). Constatou-se


quetodaam-eábianadoterminal,eespecialmentea'região
•que faz faóe..à.-óri. .a membrana pós-sináptica, é muito rica
em.canàs. d.éáçàitr,... é.-due esses cqpaiS são dependentes de
` volfagen}.15-.s:'g-.¥iépjfiip.q qpe `a despolarização que ocoTe
dur'gp|t€9'sPÁà¢iéri;-é4.?B)p_r¢.¥,ogàaapertura.doscanais
-eaÉà§à'àg.êÉtíí;_'-í-9.i?
i:E.¢.çÇ:'`.qí.*tidade p ara .o
interior dó teiíriar :já~`qü|é:a,,.concentração
• --í, ;`.: --..,

extià-óelúlài...déà'à=e riaior do quea


concentiáção
0 fenômeno qúe se s`egúii,. õausado pelo
aumento súbito da concentráção intracelular de Caí+, é
chamado ex.ocz.fose e. con.siste na ftsão. dq. membrana das
vesícúlas coín a face intema da membr..ana do teminal
sinápticoaíigura4.8D),especificameritenaszonasativas.
Resulta a liberação do cohteúdo das vesículas na. fenda
sináptica. As zonas ativas são relevantes nesse processo,
porq.ue fmcionam como "docas" nas quais "ancoram"
as vesículas, prontas para flmdir-se cop a membrana do
P: Figufa.t,:?.: 0, termínal. Além disso, é justamente nas .zonas ativas que
•-abÊ#eé_.=iTftdehí..zg!ig;of:ííiat-Ê?,| ocorre maioi concentração de canais de CaH. Os neuro-
`,', ..por moduladorésÉeptídicos,sin.tetizadosriosomadorie.uônio
e amazei±ádos nos giâfltilos de seóreção,: áão liberados de
mododifer.entedó§ne.úró.traLsmi.ssóres.Éq.ueosgrânulos
não."ancoram'.'na§zóias.qtivas`.Poressarazão,süa.adesão..
•àfaceintema.da.membrànàdotérminàlé.maisdificil,uma
masespeciais.Comotêmapiopriedad;déatravessarliyre-
vezquéénece§sárioatingirriaiór`fféúuênciaGdepASÉara
mente.asmeinbranasdasorgánelaséaqe.übran.àneuronal,
elevars.uficienteriéhte.osníveisdeCaHatéopctntoexigido
nãopodemseramazenado`semvesícúlaàougrâpulos.Após
a síntese (enzimática)2 difiindem:se. em tó.das as 4ireções, paraaocorrêriciadeexocitose.Alémdisso>epcasodealta
atividade..sináptica e cons-eqúepte. exàüstãó . dos gránulos,
penetramn.os.teminaispré-shápticgseexercpmsuaação
a reposição é riais lenta.;..Í)ois a Síntese`ocorre no soma do
nelesi.mediatamente,seja.atraívésderec.eptoresegpecíficos
neurônio ç depende d.o fluxo axoplaspiátiço para o trans-
(oslipídio.s)ouinfluenciandodirétaménte+ias.b.io.qücas
citoplasmáticãs (os gàses). Trabalhos reéentes dos. farma- porte até os terininais. Não. é por,acaso, portanto, que a
cologistastêmrevéladoqueos.neúrotransmissof.es:gasosos.. mensage.msinápticatiapsmitidape|os..ne.uotransTi.ssores
é mais rápida,.çnq.uantó a.due é Veicu|adà pelo§ neuromo- . .
participamaté.dasfimçõçsriais.comple¥asqu?.Ó,sistema!.^
duladores é mais...1enta. .
nervoso é capaz.de cóór.deriar..{veja o Quadro:4.4) ..... ` ' . .'

Tánto.máior§e-fáopúrnéróde-vesí6úlasé.grâmlosque
sofferão.exocitoseduantómaispro.1origádafoiadespolari-i
B 0 POTENCIAL DE ÂÇÁO COMANDA A LIBERÀÇÃO zaçãoprovocadapélosPAs,ouseja,quantomaioraftequ-
DOS NEUROMEDIÂDORES ênciadosPAsquechegamaoteminal.Baixasfi-equências

A seção precedente anunciou que oóorrg nq .sinapse provocam exocitose dç.yesículàs2. e altas .ft?.qT?ncias pro-
uma copversão entre a erie.igia bioelétrica, 'Íepreá'eütada
¥àcffiao=:,=oocíà:s=edreomd:í;:seíscí::tffi:.F#:ub[::qdúée%uetoãsá
pelos potenciaié ae ação que afluem ao teminal §ináp- exocitose é propo.rcional `à. fiequênçià .dç PAs, cçncl-uiT.se
que?stavariáv?1determ±a,.emúltimaépáüse,.a.quantidade
:,

de.riioléculasde..neuotransmissçr.:é/;Ó:ü.ne.úfópoduladores
:::Í:eu:oaÊ|;Sf;:Or:::¥i;:r:çs::f::n;ia:Sãipp;;:ã:?s;t:iedcc:;:- - ` , '_

1ibera.danafendasináptica.`Eimp-o¥aníe'sa`1ientarqueesse
versão,istoé,dequeÍnodoumpotenciàlde-`.ação.écapaz.
de próvocar a liberáção do contéúdo das vésíçulaá-deátr.o..
dáfendasináptica. . . :.i.i. -`.....,.
:er=::sdo'àee-::::a:â:,àgí:oficàô§ÍoFd:!à?1ai::edàãâ.S,ao
Essaéae+s;àáói'a`dáóáà.Véfsã`o;`=éiétric`ó.-àúíírica".a.que
Cómo.sesabé,.ospotenciais.de.àçãóçhégãpi:qó:t.émi:-
nalsinápticonaformadeoüdasdedespolariz,açãó.da..riemL nosreferimoshápouco.Trata-sede-úria.conversã'oqueos
• informatas óhà.mãri .t`digital;anàlógica?:;.:já qúe .co`hài§te n4
bràna,.quealcariçamtambémaregiãó.9ndéóçç.pC.ç.nt£arias.
zonas.átivas,aqu.elas.pequenasestrútura?.c.ôüóasexistentes pas.sagém`de.úá à'ó`di.gp dig-italQ,.'...cÓ`Íri,. b.ásé.;n.a fieqüêricia -

-123 :

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Ric1'ÊNCIA CELULAR

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ã-etlrpb-oxi,ase
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_míoãjíá%àcadtoep=#í%So£ososínetxepürz£sTpaoprdu3aas#ãaí:es=:z#âs,
decofinaeacetilcoenzimaA(acetil-Co.A).B.Àsínteseçe?eroto?ina
®F.igúra4].A.A.sinteseda.acetilcol.iqa`é..r.ea!iz?!a

(5-.HÍ)é..re€I®d.à.por.u.qe.paq?jade.dy??.Pnz!T_ç`Ê
`{quéá.p.irq..ç:..dro.àãTi.rig,`.{es..eàia.a:.pp_{?=P:re_p.=.!n:£:e~ç!,
• :.:: .:. . ^ = . ,:.:.J:`i`-;,:-.:..: :.í' -: ... '' .: :
` ` `iç,-#Cid;àháã-à*a.s--Úêséá.Teira:,é'ósadrériÊigi¢sid[a:.el?s:.```: ,-.-- :.",' ` . :
-,

' . ', 1 1 código a lit]eração de neuromediad.ores'; c'om:o tempo o teminal


de um. sinal elético ínvariável (o PA) para
iriaci.esc.eidetamanho.poradiçãodemembrana,eajulgar

=a:1;::;::'q:oa:tibd:SdeendaeammoT:ic:ldaesGd:en=rosànils:uiís:::,o. pelo número de vesículas e grânulos e a grande atividade


rsão de sinápticadealgunsneurônios,rapidamenteteríamostemi-
Veremoá .a seguir que ocorrerá uma segunda co
có.digos, desta vez de sentido ipvérso ("an.álog riaisgigantesnosistemanervoso...Defato,oacréscimode
na mernbrana pós-sináptica. membranaÉlasmáticaincorporadapelafiisãodevesículas
e grânulos aQ terminal poderia significar um aumento de
tamanhodeste,nãoforaaoóorrênciadofenômenoinverso,
gâny:ocsês:oá:deesiaràs:ep:;=a:taa::::àeria:1:ãfo;::plec.Oa:
íwT- `,,í

OS CHIPS NEURAIS

e72C,oCZ.fose, que "devolve„ ao -citoplasma es:a quantiààde "feserva", pr9.sos` .n.o ci\to
J,-:_?;q_P*ç!..Ê q>O' se
mesmo assm 駧ota-
::í:'dceo=:::rfi:::;iem-viítá::op::oa=anço?:edneti::vrgv`::;s::`'- rem-se tamoem.as .vçsicuias ç.os
minai.atravessà.#.aÊisg.Éé,£á`#ié.ê;
ou s,e iúterromp.e aiíÉ.qí,é,,.s:J:É*-,
:|esgo:É;::s:-:lí:Í::,eeÉ:c-cj|trí_::Tc:io:re:¥o::tipE::e:Í:e:c:i¥ h`.çurçtniediàdói
• . mo, no eptanto, não vale para os grânulos; qup são fõriüãaós
r'
no corpo celular a p.artir d.o apaielho dé Golgi, e- coátêm-
D`MErisAGEri
peptíçeos sintçt`izados.ng retl'culo endoplasmático. ` :
.-_ , -

:`. o que.`aóón-teàe.-e`ri `p-én'§,d;os`dé -ri?nde' aüvidad.e~ do-


tee.=ànâdn:i::petí:sot:n?t¥i:tr%,::=ÍàsagdgegieàTzaosrivffiesaítgi:g Na maioria 'das iíezes, o re§ultado
neuromediâdo.r'.éoaparecimen.todeuHiã,.a|t-efà§.ão.n.o'..''po,-
• o terminal mobiliza àquéles qué existém e`m uma espécié de tencialdamembra,úapós-sináptica,chamadapoíe7iáz-c}jpo'si

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OS NEURÔN!OS SE TRANSFORMAM

Um indivíduo dirige seu automóvel pela rua de uma sua capacídade plástica diminui, ou pelo menos se modi-
ande cidade em um dia comum de semana. De repente, fica. Isso leva a supor, então, que a plasticidade ontoge-
erde a díreção e choca-se violentamente contra um muro. nética difere-da plasticidade adulta; sendo ambas os dois
motorista, sem ter o cinto de segurança afivelado, sofre grandes tipos de rianifestação dessa propriedade geral do
atura de crânio e perda de tecido cerebral. Segue-se sistema nervoso (Tabelg 5.1). A plasticidade ontogenética
rolongado coma, lenta recuperaçãó no hospital com a-`-L confimde-se `çóm. o próprio desçnvolvimento, poís seus
radativa mas incompleta restauração das fimções atin- mecanismos celulares sãó semelhantes aos mecanismo; do
idas. Outro indivíduo pre§encia o fa.to de` longe. A visãó desenvolvimerito-normal. Op`tro's prQçessos podem `entrar
o acidente impressic]na-o fortemerite,'.ao verificar ós féri- em ação na plasticidade- adulta,-``embora se saiba que` em
mentos do motorista. Nunca mais esquece o que viu. Um algunscasosocorreumárea'tiv_ação-dqexpressãodosgenes
te£ceiro indivíduo' lê no jomal qúe os cintos de ségurança do desenvolvimento..
efetivamente protegém os motoristas, convence-se do que Más, quando falaíno`s de modificações provocadas
lê e passa a usá-1o.
pelo ambiente, de que exatamente estamos falarido? 0 que
Que hav£ria de nastrêssituações?Emcada ocorre no sistema nervoso? Cori.o ele se modifica? Eis aí
caso, o ambiente ext-é`irio influiu sobre o si;tema nervoso uma questão que impressionou também os neurocientistas
de diferentes maneiras'j e com diferentes intensidades. No que se dedicaram a estudar o assunto. Constataram que, em
motoristavitimado,o,.acidenteprovocouumalesãonocére- alguns casos, é possível identificar mudanças morfológicas
bro.Natestemunha,av`ísãodoacidenteprovocouumaforte resultantes das alterações ambientais: uma plasticidade
impressão emoc'ional, mas nenhum dano material ocorreu morfológica (Tabela 5.1). São novos neurônios gerados
em seu cérebro. E+o leitor de jomal simplesmente absor- numadadaregião,ouneurôniosquedesaparecempormor[e
veu infomações obtidas através da leitura, e modificou celular programada. São também novos circuitos neurais
seu comportamento de a.cordo com o qúe leu. Os cérebros que se fomam pela alteração do trajeto de fibras nervosas,
desses três indivíduos respondçram ao ambiente. Que terá uma nova configuração da árvore dendrítica do neurônio,
ócorridoneles?De.quemodõg`émodificaram?Teráhavido ou modificações no número e na forma das sinapse`s e das
alterações identifiéáveis em seus neurônios? - espinhas dendríticasG. No entanto, em outros .casos só foi
possível identificar correlatos`. fiincionais, sem àltera.ções
A capacidade de adaptação do sistema nervoso, espe-
morfológicas evidentes: fala-se então em plasticidade
cialmente a dos neuônios, às mudanças nas condições do
flncional, geralmente ligada à atividade sináptica de um
ambiente que ocorrem no dia a dia da vida dos indivíduos,
deteminado circuito ou um deteminado grúpo de neurô-
chama-se7ze##op/czs/z.cj.cíc!c7é?,ousimplesmenteplasti`cidade,
nios. Finalmente, é preciso considerar que essas mudanças
um conceito amplo que se estende desde a resposta a lesões
estruturais e funcionais do ` sistema nervoso produzem
traumáticas destrutivas, até as sutis alterações resultantes
efeitos no comportamento e no desempenho psicológicó do
dos proce5sos de aprendizagem e memória. Toda vez.que indivíduo,oqueobrigaaadmitirtambémumaplasticidade
alguma forma de energia proveniente do ambiente de algum comportamental.
modo incide sobre o sistema nervoso, deixa nele alguma
marca, isto é, modifica-o de alguria maneira. E como isso
ocorreemtodososmomentosdavida,aneuroplasticidaáeé
uma característica marcarite e cohstante da ftn.ção neural.

D 0S TIPOS E CARACTERÍSTICAS DA
NEUROPLASTICIDADE Quando se fala em regeneração, geralmente se pensa
em proliferação celular e recomposição do tecido lesado.
Uma primeira constaqção que os neuocientis,tas fize-
É o que ocorre na maioria dos tecidos' do org-anismo, que
ram a respeito da neuroplasticidade é que ó seu grau varia
dispõem de um estoque de células:tronco capazes de pro-
com a idade do índív]'duo. Durante o desenvolvimento on-
1iferar e gerar os tipos celulares deficitários. No entanto, o
togenético,oóisterianervosoém-aisplástico,eissotédése
Capítulo 2 nos mostra que a capacidade proliferativa dos
esperar, uma vez que o desenvolvimento éjustamente a fase
neurônios se esgo-ta muitô pre-cõ€eme-nte durante- o desen-
da vida do in.divíduo em que tudo s-e constrói, tudo se molda
volvimento, com exceção de algurias regiões re§tritas do
de acordo com as infomações do genoma- e as infl.uências
sistemanervosocentral,quemantêmcélulas-troncocapazes
do ambiente. Mesmo durante o desenvó|vimento,-há uma
de proliferar durante a vida adulta. Mesmo nessas regiões
fase de grande p|asticidade denoriinadq pcrz'oc7o crz'Íz.co,
na qual o si;t.ema nervoso do indivíduo é m-ais suscetível a
transfomações provocadas pelo ambiente extemo. Depoís
G Terpio constante dó glossário .ao final do capííulo.
queoorganismoutriapassaessafasee-ati'ngea.màturidade,

149
NEU RoblÊNCIA CELULAR

lcAS DA NEUROPLASTIciDADE
TABELA51.TIPOSECA+CTERÍST
----6-. ... ,,1
-` Ai ` ." . ã - -L--Z=-.- ` -çj=+ ---` -=c o®-A--üo.fü-O.l.-,.„
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stória.desucesso.Defato,asfibrasnervosasdoelesões.traumáticas,porq.ue,suaextensãodoorganismo.Quando
:.:...?'.
_..`í. .: :.'-L',- .: :. ri.I :queapresapossibironalquaneuralaemreto

1i!t'
reip lantad .Umsãoalvoftequentribuiçãoc bretoreumtraumatismsnervospodemsrompi4o, uentransecçãod nervquase mpreb ião-alvoeapreciáentreanto,areg dica,seumcirugrad sdonervo,pre ricontrai.os das_o?Comoreagem1esado?
1imitadacãoneu-detecidoo-resultaa.plástica
eàtamneürogêneseàdulta;noçntanto1idade.derei)ósiçáonuméricadapopundoocorreumalesão.Portanto,aperdpósafasei]roliferativaembrionáriamadadaproliferacão,.équalquerrespo
ea,r0ele-0rauSOS

-da

------_--------- - -_-_--_-:----_-:_------:-___--

• Nos indivíduos adultos, muito-É coipos celulares geral-


8 REG.ENERAéÀo AxÔNicA pERiF.ÉRicA: u mente àol)revivem à transecção do axônio. Isso é verdade
HISTÓRIA DE SUCESSO tanto para os neurônios sensitivos, situados nos gânglios
ados são esi)inhaisaoladodacolunavertet>ral,quantoparaosmoto-
Há.muitos.esabequeosnervosperiférico
ntemente res,1ocalizadosnocomoventràldamedula.Asobrevivência
suscetíveis de regeneração.. A imÉrensa fie
membros dosomaéfindamental,porqueocorremsobseucomando
veicula notícias sottre o reimplante de dedo.s
tando ie- os fenômeno.s q.ue resultarão. em recrescimento axônico,
amputados,edescreveotrabalhodocirurrião
elecam baseadosnafeexpressãode8enesdodesenvolvimçntoque
conectar vasos sanguíneos e nervos, para que
*Fã::;ff.Kk:i:yqiF€úffiffi{SS":?*

OS NEURÔNlos SE TRANSFORMAM

têm sua ação interrompida no adulto. Outro -.-..- 0 lado proximal da lesão também apresenta alterações
;pecto essencial ..ao sucesso da regeneração axônica dos morfológióas. No soma, .à distância, aparecém sinais tran-
neivos. periféricos é .a existência de um. microambiente sitórios dé sofiimento e regeneração, com altçrações da
íopí.cio ao. créscimento axônico nas redohdezas das.fibras substância d.e Nissl (o retículo endoplasmático..rugoso do
ri-éurônio),qu?.setómafiqgmentadaerarefeita.,.tQmando
A lesão do neryo periférico geralmenté envol.ve fibiás çt neurônio mqis claro e cheio de va.cú`ó|os.` 0.s patplpgi§-
3- ` -.,.-. ~```
•.tas :.có-nhé.Óeü...eá.Sé fenôíného como óroáàtólise ¢ígua
ielinizadas e fib'£às não-mielinizadas. A inte.rrpíJ'çãó- do
'..5.:.lB).Ma§1Ógó.9-¢Qpo.éelu.1arsé:..réó.üpé.Íã..e..;.énl.:alÉu`rias
sépara-oeriqoisçotos@igir:q5.1A):9cotggá'.ta|^G,
entre a lesão e.o alvo denervado (.um múscu|o, por ho.ras;v.olta?:aíi.r.é§.entaruúarióffolóéià.úorip.É1.ilpjcia-se
então um i]rógrama. de expréssão..:Éênic-à...S.erielhafite .ao
o),eocoto-Éroí`ÉalG,.quepemanececonectadoao
q.ue ocorre dmante o desenvolvimento,` .é à.`.riàqúiriarià
çopo celular. 0 coto distal do axônio dçgenera, ftagme.p~..,
de sín.tese proteica recomeça a fiincionai, agora coni
tando-segraduai±;áííeempedaçosmenoresGiiguri5.iB),
maior intensidade sol] estímulo dos fatores rieu.rotróÉco;
secretados pelas céluks de Schwann. Isso permite. gerar
nóvoscomponentesdemembranapararecompôrotrajeto
::1;¥:|:m:ste;::p:çi:Í:?:::d:e:Ê:oaer::ài:0:epc:o:sVÍ:Ên:e;nn::
do axônio lesado, assim como organelas e estruturas do
Osprodutosdadegen^Ê,raçãodocotodi`stal-tantodoaxô-
citoesqueleto do novo axônio. 0 coto proximal, então,
nió quanto da mielina..-são então rapidamente removidos
não degenera. Ao contrário : a membrana lesada. solda-se
por células de Schwám, e por mácrófagos provenientes
imediatamente, e a.pónta do õoto logo se transfoma em
da coirente sanguínea. Ao mesmo tempo, as .células de
um cone de crescim-ento (Figura 5.1 C), como nos estágios
Schwanncómeçapi.aprgüferarenitomodasestiuturasem
ontpgenéticos precoces.
degeneraçãoeposte'rioriente.§etomamcapazesdefabricar
novamieiinaG7igirià5..|Cj.Aiéridi;so,tantoeiasaúanto Para o cone d.e crescimento, um próblema log.o s.e
osinacrófagoscom?9amas_intetizarfatoresneurotróficose .coloca: como encontrar .o rum.o certo de crescimento e rei-
outrasmoléçulas.qugsedifiindgmnasredondezas,estimu- nervar exatamente o alvo deneivado?. Os axô.nios lesados
`. ..` ...--.-- ` . -

1ando. o crescimehto do áx.ônio lesado. Produzem também . faóilmente ericontrarão os al+o; se à lesão tivér ócorri.do
molécula§ que irão compor à. matriz extracelular, cómo a i]róximo a eies qíigura 5.iD).. Quando à` i.és.ãQ. .o€`orie à
larinina,afibronectinaeoutras,todasriuitopropíciasao distância dos alv.os., s.em que hajà intemiÉç.ão Óompleta
crescimento do novo axônio. do nervo, .a estrutura deg'enerada do coto .distal fomece
•:..--...:...-=:..:-`.:--:`.:.:::-.

Ncuopsicologia e o p2Lmdigrm do cérebío soda]

Oobjçtriod6tii"-sãoédsmü-rsobreana"fflsoddaocérebroeproblmaúzflsobi-easpofficíaüdadesda
neu.opsicoloSadncompiemder6sefenômmo.Árgmmtmfflosqueocé[ebroésoa-daoco"-d©mosquc
éconsütni'dotantopofaspcctosbiológicos,quantopordimensõ6ambicntaisperÉflentffaossüieitos,onde
•.-destam-emos sobrc céicbro ptásÉco -c pksücidadc nctirori DiscutJ-]:cn~ios aíi-id* sobre os iiovos
desdobramentoscimtíficos,nosamposdainvesügaçãosociale.dasneurociências,quepassmaobjeüvarum
omff mris abraflgente sobie o cérebi-o c corite:slo sociaL Por fim, destacarernos o riportmte papd da
neuopsicoloÉapff.aràoluçãod6tçnovopafadigm4queécomidcrffocéiebrocomoórgãosodd

Palavras{havc:CérebfoSocial-Cognição-DesenvolvimentoHmiano-NeuropsicologiL

Neuropsydologymàtheparadi;miofthesociaibfain

. Ab§tlact

The ahm of dris revic:w is to djs"ss he socid riaturc of the bra]-n ímd to argue abgut neu-opsychology's
poteriüaüptomderstmddrisphenomcnon.l+7econsidefdmttbcbrainh*asoddflatuçúiatricomprisedof
bothbíolodcdzmdmvironmentddjmensions,bod]]:clevanttodiesubieajuso,"jntrodncethenoüonof
plasúcbr4anancuJ:ondplasticity.WeaJsodiscussnwsdmo-ficd"dopmfflüinthefiddsofsoddfesearch
andneuroscieflcçthataimtounderstai)dmorecomprehensív.elydiebrainandd.esocidconte¥LFinany,tiredl
h±ohJjghtdieimportmtroleofneuopsyd}ologytomlvetbisnewparadigm,thaüstoconsidffthcbraínffasodd
Or8an.

Development,Neüropsydologp.
Kc)rwords..SocialB]:aíri,Cotçm,miÉon,Hurn.an
' iflterferências do meio social paia o desénvohímento
htroduccion aos j]idívíduos, pois defendia que a- linguagem, seria a
=-crritment:o que
exprcssão do potencial do .
0 que nos.torfla humanos? Esse foi o
nosdifcrciiciariadosprimaL'
questionainentoquepefaürouporumlongoper]'oao,e Neste senÉdo, é pruder ;otsky
muito afltes que o método. c]-eriq'fico lançasse seus l)ectos
buscou compieender o .
píimeiios fimdamentos, já era pioblenrüzado no `constitucionals, nao c`
campo das discussões filosóficas. A dtercação dessa
reprodutor do seu meio
problemáticaauzadívefsasteorias,`'dendodestacarno. capacidade cfl-adora pei
-po de estüdos éa cogriição e aspectos sociais, as
ricmrsões no meio, gerar:
ideias de Lev V}gotsk}r (1896 - 1934) c Álexai}dçr
Romanoüch l.uria (1902 - 1977) como as maJs
expressivaspararesolnçãodetalqucstionamento.
=t=r=j::=oí:ahdÊeçu=,,
As Ínudmças sofiíé
Scgtmdo Vygotsky (1987) não nascer]'amos
piópriãs mudmças TÉve >
qüa]itaüvamente hummos, de tal modo quc esse
atÉbuto seria conquistado a paitir das experiências proccssos.EssafoiaperspectivadefendichpeiotamDm
iüsso Luria, qüe influenciado pela obra ae VygotskT,
vividas no contexto socia]. Ser}do iDtereásaDte
destacarmos a teoria de VFgotsb7, como tima das mais passou a ardculal bases relacionais entre .os processos
cogniüvos, a paftír ao fecortc socid, e estruturas
sigrififfiúvas em problemaÉzar sobrc essa es.péa-c de
netirofimcionais ao cérebro. Defendía que as duas
poljriento social viüdo poi todos os sujeitos, dimensõcs seriam significativas para compreendê-lo,
desvehndo a importância do ambiente pa]:a o
uma `7ez qüe considerava que o estüdo do hornem
desenvolvimento dos ridrin'duos. Segmdo Rosa e
devcria ser a e]qiffisão de sua singulàridade enquanto.
Andri. (2002), VHgotsLy buscou comprcendef o Nc£ta d-reçãc>, Ltri (1992, p. 14) versa sobie o
dcsenvol.vimento hnmano à li]z do matedaljsmo de
dcsenvolrimeHto da PsicologÁa coerentc com o aTü-anço
Ma]=5 concebendo o indri'duo com.o `m séí djaléúco,
aas neürociênda.s.
bístórico e socia].
Pm L`iria (1992), o iuízo ade-quado do céiebro
Para Vygotsky (1987), concepções .purarnente
contemph aspectos do ccmhecimento. aos indívi'ducx a
genéücas e orgâbicas ..não seriam siifideates para respe;to do. mundo cinde vÍvçm, e os dementos
e¥Ecar a sii]gülaridaae dgs süjeitos, c a pa]:Éi ao desses
mo+t]-vacionais que permifem à apljcação
cmprcgc> do signo Iingrigcm, btisca eq:<pümr as
* Uniücrsidadc Fedml do AJna2orias -{JEALhlBrasLiod:son_pcssoa@hotmaflcom

PmpEciT`rÁs pJ PSICol.OGÍA - Vol i i - MZFo 20i4 - ¢p. 33 - 41)


r`'eurc>ps;co]oàia e o paradjg]'na do céi.ebro s.ocril
35

conhecjmentos. A impoi±ãncja está em desvelàr os riscojminentàaoindívíduo.


processos básicos de cibtc:nção destcs conhecimcutLs_ 0 cérebi-o ao ]ongo da erL'olução humana passa a
hícrarquízai ccrtos padrões de cc)mportamentos,
0cérebropláifícoei]Iásticidddene2troml dernonstrando a importância da genética pa.i-a sua
constanteadaptaçãoaomeíoq?]omri£Í4/.,2009),oque
V.vgotsL¥ (1984) e l.uria (1976) defend lhc permite notável comple]x]-dade paia consentir por
amplos aspectos, a riteíação dos Índívíduos com o`
mtindo quria, 1966; Baldaçara> Fdho & Jacli-owsb-,
2Í}1 1} çe{`do `.im d`f`s t.+açc`€ ,me.is TPJfvíiiit€ç dessp Árgão
social a sua capaa-dade em perritir o comportamento
coopei-ativo(Asto]ficz4/.,2011).
Vivcmosemummuncloondeamajo.fpai-tedonosso
conte=ito soa-al q.uria, .1980: KandeL 2000)
ainbiefltediárioéatravessadoporou.trossereshumanos,
estas a]tei-ações não seriam apenas rcsulta
dcscnvolvímei)tooi-ga"-zúdo,sequenciadoe quer .por aqueles vivendo agora ou as ge]:ações
antcr]-orcs.. qad & Küiala, 2009). Ncsta pcrspectiva
Essanaturezaplásticaóocérebropodcser
destíica-se o céi:ebi.o cÇ)mo um órcçr,a~o dinámjco, plástico
na neuroembriologiá. A part]-r da..-gastr
e p[odut(> de evo]ução sócio-hjstón-ca, ms sendo a
morfogêncse o]Íginam-se Ú-ês fo]he[os...em
éxi)e]jêr)ci-a do jndivi'duo, o riecanísi]m que pcimite a
Dentrcdcs,destaca-seoecíodemaqueseri
csse órgão a capacidade de se adaptar ac> meic) quria,
responsável pe]o desenvoh;riento do sis
|98fí;?à¥doob-5Eigcsí):obre*dificúdadesemconceber
(SN) e tendo a fimção de realizar contato
c5:temo Q4achado, 2000}. 0 cérebi-o des
o cércbro como plástico, qq mesm maneira que se
seu desenvohriiento está interessado em
mostm dificultoso escLHecer comc> esse órgão se
e adaptai--se ao meio, se±]dc) o
apropriria dos fenômenos do ambjepte e conseguiri
capacidadc: de aprender desde o
ep=i:e.ssara.dínâmícadoprocessodeintemalização.Pai-a
existêna-aQJicolelis,2011).
Vjrgotsky (1984) aquilo que dcnominamos
desen`Tolvirnento setia a própria expressão das
a]teiaçõcs sofridas na morfoJogi-a do cérebro quria,
i980), ao passo que as fimçõçs cogiiítivas tornan-se
rnais complc=üs, permjti-ndo aos sujeitos .resolverem
diversosproblcmas..
Para Lu]Ía (1981), as fimções supen-o]:es seriam

exísündo a possibilidade de restabelecimento provenier] tes de .estruturas .cei-ebfa]-s responsáveis em


i-eoi.gani2ação de certas fimçõcs comprometidas. permit]-r às respostas dos indí`íduos ao.mei.o, sistemas
fi]ncionaís comp]ems qüc não se ]ocalizam em estrcitas
denominou este fenômeno de princípjo
ecircunscritasárea§docéi-ebro,mas.simminteraçãode
solidar]-edade, o quc iia atualídade convena-ono
deriomjnarplastia-dadeneuronal. giiJpos dc estruturas cerebraís que operam de modo
intçgi-ado. Pai.a V.vgotsky .(1984) essas £uiições
Refcrente aos ..conceitos de c:ércbró plásü
supcr]-ores, surgiriam pelo uso da h-nguagem c
• interlocução entre os sujei-tos na Ínteração socjal, de tal
forina que essa.1inguagem exemph-ficaria o marco da
exp[çssão do desenvolvriento do homem, cm outras
pa]avras, a expi-essão da capacídade .cercbral fi.entc ao .
àmbientc.
As concepções de Luria (1976, 1977, 1981) e de
VygotsLçy (1984), consídci2m as rclações estabe]ecidas
ei]tre o sujeito e os indiv]'duos dcssc amt]iente. Os setes
.Parente&Silva,2004;Muszkat&Meuo,2012). humanos são soa-ais por natureL4 e vÍv-em em contínuo
intercâmbiounscomosoutroseoe`-temomurido,poÍs
0 í:á'cbro c o co7ríexío
apcsar. dos conteúdos particuhr.es de suas meritcs, os
seres humanos sãó capazes dÊ Çómpartimar a sua
Os comportamentos eT:qiessos pelos ii compi.eer}são do mundo c manter representàções
comuns(Hari.&Kujah,2009)_
Essa dj.nâtnjca entrc os sujeitos é dcnomi{iada de
cognição sç)ciaJ. Tàl conce]-to não se restringc à apenas .
iÉd:¥g:Êhi=hãÉgcíi;EÍ:eí,:4iíÊaoã:e:viffíu=;:pff:pÊÍ aqpcle p]:oblermti2ado no cainpo psicológico, pelo
reter hforrnações-úteis para st]a sobrevívência, c.coio: contrário,refere-seaosmúlÉplosprocessospsicológicos
comportamentos passam a ser de`çadaptatív;os,
iDeierites ao comportamento soa-aL invest]-gado Por
diversas discíph-nas a-entíficas. 0 termQ cognjção soa-al
ã:re=|ee:'Spelo±=:eg:ss?=dç:w=dáudee=ç:c.=::e:;::àp±: Índui qualquer processo cógnítiçio que permite o

PERSPECJTVÂS EN PSIC I~OGIÁ -Vol 11 -À/hj:o 2014 -®p. 33 -41)


Ncuropsico]ogia c c) pandigrr}a do cérebi.o socid
36

cérebrc) como órco,<?`ão socjaL encontramos cm Luria as .


comportameiito socía], o proccssamento de esthulos
sociajs c a geL.ação dc compoi-tamcr)to sociaL como o perspcct;vas que orientam as ideias aqui
reconhecünento de fac:es, teoria da mente e outi.os prob]cmadzadas.
Aob]:adeLuijatemumaconotaçãosingulai-para
processos contemplem elcmcntos sociais .qaase,
Pinhciro-Chagas&Armtcs,2009;Kemedy&Adolphs, a neurops;c_o]c,ãa, uma vez que para csse cícnt;sta,
2012).
nãosepodedaapoiaj:-seemumaciênciafisiólóg]-cae
neu[o]ógica, scm deixar dc consjderar a petspecdva
humanista para a éompreensão e er)tendimei)t:o dos
Aneu]op5icobstddocérebro5ocial
suieitos(Kijstensmcf42001).Aparürdjss6,Lur]-a
A neuL.OPSíCO[Oãa Pode Ser entendída Como .
revoluciona {) campo da neuropsicologia a parür de
ccincepções or].entadas na pcfspectíva de quc os
disciplina das neurociêocias @fiotto, 2012) quc está
•:n.tàrpe::àdmaenetl.ns-,á:sac:àaú,duooss Toais ádri=rs:: processós co,gritjvos podem ser influenciados por
a]tei.açõessoc3aiscccimunitáriasqaasecfÁ££,2012).

sistemas cerebrais (Gil, 2002; Cai3i-eta €£ i2/. 2007; Ao ponderarmos sobre a nature7.a socia] da
neui.opsicc)]ogía, procuramos destacai. sobrc as
ncccssjdadcs de i-esgate de certos paradjgmas que se
Soo|S|e,:Zf,re:u=:taeas:à.,:mMcdo`.:,à-r::ÍdzàI2:soSÉrà:Íe::oo:
revelam iri.econciHá`reis, a saber, os fenômei}os da
Cognitivos e sei]s Corl:e]atos neuioanatômicos
cocm, 3ção e os prodi'gio§ sociais. Os psicólogos com
enfc}que social têm iiivestigado compoTtamento social
aç:üzQkàa,£:í-,2.ovoe!i:aaá:r,dGeoà,:csra&çõ:sffl:à:::Í!; há mais de um sécHlci, entretanto, cstes traba]hos de
relacionadas ac)s. distúrbios ou transtomos do
contribu3çãc> dc informações prcciosas de como as
desenvolvimc]]to, ou adquii.idos ¢+uria, 1982;
Barbizet & Duizabo, 1985; Miotto, 2012) e não pessoasseinflueí}cjammutuamente,ocori-eudistanteda
neurobioloÉa(Frith&Fiíd],2010).
menos importante, tiabalha na riteiirenção e
reabffitação estes ir]divíduc)s @1ello €f 44, 2006; '
0resgd.üdoi:éreb].oSocíjil
Gomez,2012;Miotto,DeLucia&Scaff,2012).
A disciplina r)europsicológica vive uma grande
Na at`Jdidade, as fc)rmas de abordar a anáüse das
expansão, sendo £ortemente maicada pela
fimções ccrebrais, devem cc)nsiderar os processos
mulddisciplinaridade,umave7.queéconsÉtui'dapoi-
neurais que iessalta]m a surgimento de Gomportamentos
diversos profissionaís dos campos da psicologia,
sociajs em sujeitos envolviaos na v]-da aos hdivi'duos
medícina, fonoaudioloÉa, psicopedagoda: terapia
ocupacionaldentreoutrosQ4endonça,Azambuia& (Astolfi # 44, 2011). I'ara Had e Kujala (2009) é
necessár]-o rompcr com os paradígms de estudo em
Sch]echt,2008;HaaseGJ4/.,2012;Motto,2012).
neurociências, uma vez que estes modelc)s se mostram
o surãmento da neuL.oPSíC.o]oãa é Sabjdamente
simp]ificados por tentarem €liminar ou contro]ai- todas
marcadoporumaamphhistóriaqucperpassadcsde
as variáveis constitucionais dos suieitos.
as pi.jmeii-as corre]ações entrc cérebro c
0 desenvolvriento cognidvo está indmamente
c:ompc>rtamento,atésuaconsoüdaçãonocaiJ]podas
i.elacionado à capacidade de inteiagir com os outros
ciências modernas (Coscn7.a €f ¢4, 2008; hJliotto,
jndivíduos,assimsendo,acapacidadcdeintetaçãosocial
2012). Vàlendo destacar de forma sinteüza, que a
história desta d.sa.plina deve c:onsiderar algms que é estabelecida entre os sujeitos é denominada de
cogniçãosocial@eTaqtmaGfd,2009).Dcstemc)dc)é
consütuintesimportantes.
• necessário resgata]: as perspecúvas díscuüdas pc)r Haase
Foram Wl]iam Os]er (1849 -1919) e dc Donald
echagas(2009),queconsidei.amacogniçãosocíalcomo
Hebb (1904 -198.| os primeii-os t:córicos a empregar o
o campo que busca desvdai. como os indju'duos
termorieuropsicologia,sendoimpoi-tantepontuatquea
neuropsicoloáasofreuainda,considerávelinfluênciado pi.ocessam, codif-icam, armazcnam, reprcscntam e
acessamasinfoi-maçõesderiatuiezasocialreferentesasi
cogniú`rismodeu]ii.cNeisser(1928-2012)edcGeorgc
mesmoeasdosoutrosinc]ivi'duosparaiegular,defoi-ma
Mi]ler(1920-2012).ParaHaasccf4/(2012),énecessárjo
adaptaüva,seucomportamentoemsc>c]-edadc.
considerar coimo elementos consütújntes da história da
Cérebic> social é um campo que teve como foco
neuropsicologia,osdesdobramentosdaneuropsicologia.
iriciaL a pesquisa com primatas, suf;Éndo desde semprc
daünguagem,comasidéiqsdeMarcDax(1771-1873)e
o jntercsse em distinguir os humanos acstcs. Um ponto
de Picrre Paul Bioca (1824 - 1880). F. e.sa
neurops3cologia que concebemos ria atuaüdade surge a
que aiuda a compreender as disünções centra-se no
tarnanhc> do encéfalo humano, muito superior aos dos
partir dos trabalhos do neurologista Thêophjle
primatas.Pai.aDCTaquara(2009),oaumen[odocêrcbro
Alajouanine (1890 - 1980),. do psicólogo André humano em detr]-mento a estagnação evo]ut].va de scu
Ombredafle (1898 - 1958) e da linguista Maióçrucritc
Duiand(1864-1936). parente mais pró>+inio, revela que eriste uma e`:olução
doshorninídeosemaisdoquejsso,revelaqueoconvívio
A pai.ür do exposto, é necessário destacar outro
emgruposeaprópriaconvi`têna.asocial,dcterminoude
teórico que conribui dc modo sigmificadv-o paj:a ct
modo consic]erável a evo]ução do encéfalo humano, de
desenvolvimento da ncuropsicologia, sendo que na
tàf-ormaqueoconví`iosocialpernúteasofisúcaçãoda
perspecüvade`iimaneuropsicologacomenfoqueoo

1>ERSPECITvju EN 1*ICOI.OGÍA -Vol 11 -iMàyo 2014 -G]p. 33 -41)


Ncuropsjco]og].a c () r)ar3d3gim do cétcbro *(.ci:il .37

. Ájnda prob]ematizando sobi.e o estudo F,o].n Nciiroi]Sícobgiaseperspec£ívd5fi:Íums


i)rriatas e o constiut:o da coc,míção socjal, é r)ecessar]o
disc:ut].r sobrc a teoria da mcmte e sua jntei.ferêncià nci Vivenciamos um mc)niento fecur)do no campo das
dêDcias humanas e bio}ógcas, pcn'odo cste quc é
mai-cadc) pe]o cncor]tro dcstas corrent:es até cr]tão
:2á:.Zie:o:rt:s;:cr:e:t;à:saoíüa:-::ee:t:enáo::aÊie:u::c::Lie:n: ir]-econciliá`ieis t)a avaJiação dc miritos. Ev].dc:nciam-se
novas teorjas e cort:entes que buscam venccr cci.t:os
:a::àíg:ra.çsãàc::t,-::oc:.:::ase:Tnd:isvíd:::t:i.s:,:E:: r`ai-aÀ.igmas, cii` l``içr.i Ílp `iiT`q ar`élisfi ti`4ic alli¥`ná;pn+r
dos djversos fenómcnos humanos. Os pcsquisado]:es
:satvaabti::ceegourzeala(ç2õoe|Si),Ni-e=eànúeàmâuep:r:epoeíEvda: dos campos sociais c os pesqu;sac]orcs do campo das
mcnteéumahabilidadc=quecai.acteri7.aaintcraçãosócia] neurociéncias c cognJ-çãc), já passam a comprecnder a
hu''im[i'v!:ti:;:ã¥vd¥]toesoj:'ÍmÉe;:;]`;un,]`:audecoo[d: dinâmjca do céi.t±b].{) c suas ir]terfei.ências nestcs campos
compartilhamosojnvís]'vcldenósn.€smos cient]'ficos, o cé].ebro c()mo ó].gão social é um novo
paradigim c]ue c]cvc scr considei:ado.
cstudo dc Pi:emack c Woodruff em 197S, com o cshdo A ncuropsjco]ogia a part].r dc suas atr].buíçõcs, a
da teoria da mente em chimpan7.és, sendo saber,aava]iaçãocrcabfljtíiçàopsjco]óÍ;rica@4cr)donçac/
ddjncament:o empi-cgado em cijanças eni 19S3
¢/.,2008),devccÍ]nsideraressaprerr()gat].vadocontcxto
Wimnier e Pcrnér @c jou & Spei.b, 2ÍJ()4).
soc:ia]. Enii.etanto, vaJendo destacar que as i)rátícas iá
Vasconcellos e Gauer (2004), a teoria da ]]iente; é a
dcsempcrihaclas ]]() campo da r]c`urops;cologi.n, já se
expi.essãc) de un]a estratég].a cognjüva que c:vo 1rlj:o:
preocupam cstas qucstõcs cojistítu;ntes. 1'ai.a P.|rentc e
pai-ür do estabelcciment:t) dos primeiros g Fonscca (2007), o estudo sobrL' a influência de fàtoL-c:s
humar)os. Para Aqu.no e Salomão (2()09), e>-jste| um
cu]tu]-<üs m o]-gani7,ação cei.cl)ral c rio emprego das
aspecto jnter,ciona|mcnte comur|].cativo e cog,|itiv-b -
at]ibuiçóes neui.{)psico] óg].cns pL.ovém da ciência dc que
c.`istcm djr-erenç.is individuajs de füncionamento
:::eflia:Ít:Tu:fi.tn:,::,se:::etn::c;::e;.p:?::nc::eus;t:cácr:;âí:oà:|::s: cerebi-a], scndo c.çtas resu]tantes de aspectos genétjcos
ou resultado da jnf.ci.ação entre cérebro, e fato]:es
das neurociêncjas, interessado cm buscar relacion4i. os
ambientais e de ap]:cndizagem.
A pc:sar dc vislumbrarmos no campo
neuropsicc)]óg].co a preocupação em considerar as
ãzF:e:oti:d:,:2¥:':;::;3::ca:,?:ã:so;::':e:n?o;s::t.!.:;a,::õ£v:d:ia;i:Í muitas dimensões dos jndivíduos, é neccssái.io

ro:c6r;aÊaÊ#gn-zd£:e:ãE;2oo%;;BDu::cS;?ígí;ai:::; prob]cmatj7.ar se tal conipoi.tamento é comum cm t:odas


as prát].cas neuropsico]ó.4cas empregadas ou ajhda
2007; Emery, Clayton & Fritli, 2007; Frith,
restringem cei:tos fenômenos cm apenas uina
Gallese, 2007; Gobbir}i cJ 4/., 2007; Lescli, ::,:.:`:.::.
perspcctiva.
BJakcmoi-e, 2008; Ado]i)hs, 2009; Haase €f zz£, 2PO9; l)ai.aEn]iconecSallc's(2011)aneuropsicologjapode
melho].ar sua cc)nipreen.ião e abi-angência na medida em
k°odí.°ti.rn°`V:r £C,'44:`2'o ]22:;:=Erva=r2aon]càs;. & Laccy, 2r 2; ciue o sintonia passa a consjderar a c3rcu]aric]ade entre os
Na Psicoloria com enfoque social, o mcsmo sistcmas: emociona], fa]T)jl;ar c psicossocia]. A pa]:tir
movimentoéobsei-vado,umave7,qucospesquisadbrcs de.ita comp]:ecnsão, se pode rompcr com a análjse
desta área injcjam um perc:ui-so na busca biologicista dos fcnômcnos, permítjndo a discussão dos
üPvc:: fcn ômcnos psic©ssocjais que, r)cste cstudo, i.e±-cr].i.am-sc
::meps;eaeçnosãsooÉi:|,hvfl:e¥á:aá:sstifiÉ::l'á::do::ogá.'sisT:: aos fatores famjüares.

Bi.evei co"idín-dçõe5 a{eTcd do cérebro 5oc;al

Cabecinhas' 20o4; Chju `f zz4' 2oo6; Csjbra ct Gcràe||í, 0 céi-cbro soc;a] é um concejto antigo e novo ao
2006; Jovche]ovitch, 2006; Fisk, Cuddy & Gljck, 2 mcsmo tempo, iima vez quc já foi prob]eniatjzado por
Frischen, Bay]iss & Tipper, 2007; Burgcss c:t al., 2 t:eór]-cos como Vygotsky e Luria, ao n]esn)o tempo se fa7.
Evans, 2008; I£wis & CarperidaJe, 2011 ). novjdade, ao surg].r como iim nc}vo pai.adjgma para
No que Ímporta díscut].r sobre os aspeçtos pesquisadores do campo dos fcnômenos sociais c das
evo]utivos do céi.ebro, é necessário compreemdet as ncurociêncjas e cognjção. PJ:c)blcinat].zar sobre o cérebro
bascsdescusurgimer)to.ParaDeTaquaraetal.(20 :,::,'`.-'.: socjalérequisjtaj.ainda,ospj:eámbu]osdenossapi.ópi.ja
cérebro bem como a mcnte, são c]ementos que res bistória cnquar]to humanos, existir)do na psico]ogia
de um processo evoludvo que favoreceu o -ser hum|ano evo]uüva novc)s paraclignias que buscam explicar o
surgjmer)to do cérebro social, sendo cssa cogrrição §oa.al
quebuscacomprccndcrocncéf,Uoqiienosconstítui,um
::et::t:;gco:::£àc:s:caa:n::e:n:tvja:s:e:c:en::d:ofls±a::n:.;:i;!q::: doscamposdcatuaçãodaneuropsicolosta.
o desenvolvimento intelecdvo do huma]io. E se na atualjdade, as vei:tentes cognjdvas e socjaís

PERSPEm\rASENPS]!oLOGÍA-VoHm'laystm4-¢p.334
- _ - . : -'.-... qFFÇFQ9:

3S htc.urrj}]sicolo.qia e o par.qdi`g" do cérebro social

visõc:s mais cor]di7.entes com a realjdadc c]os sujcitos e


passaj.n a encontrar alte]:naüvas paia a anáJjsc. e • com isso, promover J)c)v-as f-oi.iTms dc iritervei]ções. E ial
compi'ecnsão dos fcnômenos da cognição bumana, a
partji. de um resgate abrangc]]tc dc)s Índjvíduos, cabe a prerrogatiúa sc toma necessária quando na pcrcepção de
r)eurcjpsicologia pei.mjtii- cssa problemaÉzação no diversos paradigmas e apoftes teóricos quc buscam
cmpi-ego das avaliações e ieabflitaç:ões que dcvc, como já explicaJ: ou dcsvelar a construção do encéfdo e do
e.xpc)sto em diversos trabalhos, consideraf a própdo homem.
circu]ar]-dade dos diversos fenômenos quc constituem os Neuropsicologia e cérebro social se mostram, desta
jndjvi'duos, scja ho campo social ou r]as neurociências, feita, indissoa-áveis e por mais que posturas jr]flcrivas
...,..u.ma vez .qúci .Q .Çérebi.Q.é soçial e dísto nãQ..se.tem mais .. . busqueçn d.e§.trç)mr tal i.dação, nãp podem .sei..aceitasr
dúvjdas. Assegurar perspecüvas que afii:mam à`er irreconciliáveis
Quiçá seja necessário uma postui-a mais refleriva os dementos cognição e aspecto socía], é elidji- o
accrca d os espaços.que consütuem os sujei[os. O fesgate vislumbre de ir]úmeras possibüidades e pontos de
dos prcssupostó.s. de Luria e de sua neuropsicologia intel-seccões.
socialsãoemergeni-esepodem,decertomodo,pi-opiciar
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Alzheimcr:possi'vclpai.üdpaçãodafosfoljiaseA2.R~àfzcÉprz.g#Z4Z7.ázcrz'%.m,37(2),73-80.Rcdradoem
2;óN2|2!fJT3>r=rrL

:F,:`:Ío;u::2:Íos;::c:;;í:;:Í,yíí£¥:j::;zcÍ,:*;¥Í:,z::]cg£aí;íí§Íj;:t:ííju:íá:í=`::,,5::n:t:3sg::rnnoR:`cppoenrçscosn::,:aedcs::::
Ê#.wüRw`.::-]íefi:.br`/`pd?7rz=9f¥;:£';Z;4„Ío:isgsfl" 78-85- Rctjrac]o em O9/o4/2oi 4 em
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Fecbaderecepción:23-08-2013
Fc:cha de aceptaciór`: 21 -04 -2014

PERSPECTrvASENPsicoLOGÍÀ-voumü.V.020H-(PP.33"
•|m*..LT'WF-T:l.<`r -`\ -`.-+ 1-` .`.\---l*í...

:?`---`. ` ```. ` ```` `` `._ `;` `:;,`:`,..:.;..; :`.` ..... `,```.`:```.`````,`` ```.``=`.```::'. :..` `.'``.
.í-¥ e E aB Ç #ü¥, 6r.p g:3±.à#? __."m,,:gLíj;€..._

AuiA g

#IeuropsicoLQgia do sóno
e seus transtomos
i{A:TI E f\JI 0 RAES D E ALM 0 N D ES

CflNBE{TES SERÃIS F#Hj}` de bílhões de dólares por ano,: abrangen-


A COMPREE#SÃE Dfl
do ausências médicas, acidentes e perda da
eficiência operacional e da produtividade.
CÍ£L0 SÜN0 E ]JlfiíLIA
No Brasfi, em relação aos acidentes, a Polí-
A qualidade e a quantidade de sono, as- c.ia Rodoviária Federal rçgistrou, em .,2011,
sim como a boa nutrição e a atividade fi- mais de 4J4 mil acidéntes com condutores
sica, contribuem de forina €ssendal para a que dormiram enquanto dirigiain. Foram
saúde, o beni-estar e a Pgíror77€fz7€ce dos in- 286 mortes só nas estradas federais (dprf.
divíduQs, caracterizando o sono como üm gov.br,2013).
€ventopczrflocér€bro- Quando corisideramos os efeitos. da
Durante o sonQ> .ocorrem processos perda de sopo, é Ímportante a distinção en-
fisiológicos, neiirocognitivos e compórta- treprriaçãodesonototalagudaeprtvaç~aode
mentais, os quais podem soffer prejuízos sono Parcial crôrúca. A priva.ção de sorici to~
talagiidasereíéreaepisódiosdevigfliacoin
pela restrição do sono. DécadzLs de pesqui-
sas experimentais e dínicas docum€ntam duração maior ou igual a 72 horas acomí>a-
as cons€quências da perda de sono em um nhada,.pela perda de 90°/o de sQno REM e
ainplo esp ectro de pro cessos cognítívos, co- NREM. Esse tipo de privaçãó é. provocada,
iiio atenção,. meniória,. fiinçõ es. cogniüvas, por exemplo, em situações de esqi]..emas de
tiirnos, afetando trabalhadores como mé-
percep ção (.Fúllgore, 2010) , usando técnicas
de ima:geamento fimcional do cérebro hu- dicos, mjlitares, trabalhadores de empresas,
mano, as quaís mostram mudanças na ati- ou em condições clínicas como a risônia...
vidade de várias estruturas cerebrais e re- Na restrição ou privação de sono crônica,
há redução progressiva da duantidade. de
giões corticais . (Í)esseflles, Vu, & Maquet,
2011). A restrição do sono resulta em redu- sono diária por demandas acadêmicas> de
traba]ho ou de estilo de vida. Bixler (2009)
ção. 'da aüvação cerebral nos córtices pré-
-ffontal, parietal inferior e tçmporal supe- aponta que a dura.ção de sono subjetiva-tem
rioi-, bem como no tálamo ,(Thomàs et al., dec]Ínado nos últimos 50 anos. De `.àéordo
2000), mostrando que o sono é um even- comuma5%rvg/daSaúdenosEstados.Tlrii-
to #o cérebro. dos, aproximadamente 21% dos.. adtitos
Os prejuízos neurocogníÉvos e com- (cerca de 70 mílhões de norie-amerí.canos)
têm Tima média de 6 horaé ou menos ..de so-
portamentais. associados a alterações dç so-
no .(restrição ,... distúrbiós e Írre.gularidades. no a-tada 24 horas, ep€rimentando a resL
de início e fim) e fatores ocupacionais são triçãodesonocomprejüízosnapgírorí7?cz72-
• reconhecidos como o principal problema ce (Partinen & Hublin, 2011).
dé saúde p`Éblica. e segurqnça, com alto im- •rebro,0.porquesono- tainbém .é um._evento do c-é-
é um prQcesso fisíológico e
pãctofinanceíro.(Dumer&Dinges,2ÓÔ5}.
0áisto.econômicomundialchegaàórdem comportariental que a.presenta variaçõés
334 Fuentes, Malioy-Diníz,Gamargo & Cosenza

regulares no tempo -associado à hora. Essa menores do que 20 horas, que ocorie du_.
característica o d.efine corio um rz-f77to Z7z-o- rante. a fase de sono .e que é repres`entado
Zo'gí-co círcczdz-cz7io, porque sua fase (riomen- pela altemâúcia de -dois periodos: sono de
{o em que aà'ontece a expressão de uin rit- ondas lentas e sono paradoxal (Carskadon
mo) .é associada às 24 horas de um dia. É & Dement, 2011). 0 soh-o dç ondas lentas,
regulado i)or um sistema de temporizáção ou de `<movimento.não rápido dos olhos"
circadiano (STC) que envo.lve um conjun- (NREM, do inglês 7io7? 7tzpz.d£j/e 7#cJve777€7zf) ,
to de estruturas e mécàiiismos capaz de ge- é cafacterizado pela ausênçia desses movi-
•rar o ritmo circadiano endogenamente por mentos, pela diminuição da fiequênàia res-
.'''

peio de uma esç.¥S¥tura nçural: o núcleo su- pii-atória e cardíaca. ç. pela diminuição do
praquiasmático (NSQ) + 0 NSQ é.ieconhe- tônus muscular. É.subdividido em quatro
cido como `o prííiéipal mai.ca-passo neual estágios, sendo que os dois últimos corres-
dos mamíferos e como um sincronizador pQndem ao sono profindo. Ocupa 75% do
intemo que periite diferentes níveis de si- tempo total do sono. 0 sono REM, ou de
<tmovimento rái)ido dos oHios" (REM, do
multaneidade entre os ritmos fisiológicos
donossoorganisirió.Alémdasincronização 5nglês rapid ye.mwement)> por sTLa. vez> é
do NSQ, o STC tem o a.i+?Élio de fotorrecep- caracterizado p or uma intensa atividade re-
tores e vias sincTóniza.doras que conduzem gistradanoeletre.ncefálograina,seguidapor
a infomação do àcló claro-.escuro ambien- flacidez e paralisia fiincional dos músculos
tal, s.incronizando (mant€iido relação de esqueléticos. Nessa fase, a atividade cerebral
fases éstáveis) o ritmo de sono e vigflia ao é semélhante à do estado de.vigília, por is-
ciclo ambiental das 24 horas. Essa organi- so o sono REM é também denominado co-
zação entre as pistas ambíentais e o ritmo mo sono paradoxal. Nessa etapa, a atiridade
possibflita a organização temporal exier- onírica é intensa, sendo sobretudo sonhos
na. 0 STC tam.bém conta. com o auxílio das (Carskadon&Dement,2011).
vias de saída que conectam os marca-passos
centrais aos órgãos .efetores, podendo exi-
bir uma oscilaçãó circadiana autossusten- à RELAÇÃO SCMC~CSGNiçÃO i\!ÃS ..
tada e sincronizada ao marca-passo central D!FERENTES FASES D0 DESENVSLV]MENT0
por meio de vias neurais, mantendo a or~
dem temporal intemà, em que os ritmos de Após a caracterização do ciclo §..óno-vigí-
.,1

sistemas e órgãos de um organismo maii- üa, é adequado destacar que sua o.rganiz.a-
têri relações de fases estáveis entre si (Al- ção modifica-se consideravelmente ao lon-
mondes,.. 2007; Yoo et al., 2004) . .go do desenvolvimento do indivíduo, assim
çAlém do controle circadiano, o sono como as pistas témporais do ambiente que
é regulado pelo componente.homeostático, sincro.nízam esse ritmo não permanecem
que é definido coino o aspecto. da regula- igualmenté relevantes ao loEgo da vida. Na.
ção do sono dependente da quantidade de Tabe]a27.í,desàevem_s.easpríncípaísmu_
sono e vigília. Os controles cii.cadiano ho- danças ontog.énéticas relacionadas ao pa-
meostático aumentam a propensão ao sono drão de sono-rigília e seus s.incronízado=
quando há restrição de sono res. Essas transfgrmações são
e reduzem-ria em resposta ao iinprescindíveis para. estimar
excesso (Achermann & Bor- as repercussões .das altera-
bély,201l).
• 0 processo uJ.tradiano ções .de sono. nas dimensões
neurocognitivas e cómpor~
é o terceiro i.egülador, cori tamentais em cada etapa do
periodicidade em iníewal.os desenvolvimento.
S¢}Sjs£'Ü=F¥iEiü"árÊi5H!F-¥?]!}£

Neuropsicoiogia 335

TABELA 27.1
Mudanças ontogenéticas do rítmo do ciclo sono-vigília

Feto Os ritmos biol6gicos do feto estão sincronizados aos ritmos matemos, por meio.das
substâncias que chegam até ele pelo sangue materno.

Neonato . Rftmo.circadiano de sono-.vigília é estabelecido d-e uma semana a dois. mes`es.


DUTàiãó de sono de. Óérca de.16 .a .17.hofas: .

Criança •:'Í'i Padrão de sono


-noturno monofásico {sono longo
e maistempo.acordado à noite), com uma
duranteodia,fazendo menossesta
fragmentação do sono
pela manhã eoutra à

tarde.
Sincronizadores: as atividades dos pais e a escola com suas demandas escolares e
horários.

Duração de sono de 13 horas aos 2 anos e de 9 horas aos 10 anos.

Adolescência Tendência à sonolência .drurna, 8 à ocorrência 'do deitar e levantar tardios em função do
desenvoiviinento.buberal (ação direta.~oü indiretá dos hormõnios se*uais na sincronização
dos rihoà). , `' -
Padrão de sono-vigília irregular, com presença do "efeito sanfona" (efeito de restrição-
-extensão dQ sono, ou seja, sono insuficiente durante a semana e `prolongaúento de sono

no fim.dç se.m,a:Q? çomo tentativa 'de recupçrar o sQn,o i.nsuficiente)~: .


. Si.ricronizadores:.socializ'ação com os pares durante a noite, `realização de trabalhos
escolareséénüol.vim`ehtoeriatj'vid?des-dé'caráterlúdico,cornoassistiràtel`evisãoou
na,ve-gar`.n`áipteme't....

.Dúr.gg.ã``õJá`e§ofiode7.,J9fior_as.

Mudança de sincronizadores: horários de trabalho, atividadBs sociais e horários para


estudos complementares (pÓs-graduação, graduação).
A duração de sono de, em média, 7 horas diárias.

ldoso o,`comumar.`eàistribuiçãodeepisódiíosde,sono(co~c.hi-
!

',Ó§)-ao...l ó"d.o sdn.o-fiót,urn'o


•, `b, ,r,-J •l`éü.antare§.
0no mals frequéntes duranfe a madrugada', ~
Torá~rigdeiFí§i9.q,9,.-§Í
pe'rmanQ`cendo.h'uit as nora -de..h'drârios
•. t. 3 . tt.~-.= ,`.-+,`.,'
•iific.r`Ófi``i.Z
-`M.u`dan§a detrabalhoe-de.u.m-ã-^'rõtina

diária re8u

Fundainentalmente, importa saber lripótese dos lapsos e instabíhdade na vigíha.


qi].e existem duas hipóteses teóricas que ex- que levaria a pequenos lapsos e respostas
plicam os mecanismos de relação entre os lentificadas com breves momentos d.e ina-
prejuízos neurocogiritivos e comportamen= tividade (Dorrian, Rogers, & Dinges, 2005).
tais e á restrição do sono. A primeira afir- De acordo ..com essa teoria, o desempenho
ma que a restrição de sono. tem efeitos g1o- duiante a privação de sono se deterioraria
baís, na atepçãq sustentada thabflídade de em tarefas longas, simples e monótonas, em
se manter alerta por tim longo período de que são. requeridas velocidade de reação e
tempo), o àue resultaria em diminuição da vigüância. Isso seria consequência da pres-
atenção com repercussões em todos os pi.o- são elevadã do regulador homeostático do
cessos cognitivos que dependem da atenção sono, que resultaria em uma inícíação sem
sustentada. Essa hipótese é denominada de controle do sono. A segunda hipótese é a
`.?. .3 t;
Fueiites, Malloy-Diniz, Camargo & osenza (orgs.}

davulnerabítidadepré-frontal,proposttapor que as crianças dormiari 1 hora menos do


Horne (1993) e referida como uma a rda- que a média de sono esperada para essa eta.
gemdaperspectivaneuropsicológiéa Lsea- pa do desenvolvimento (ver Quadro 26.i) e
da no sono por Babkoff, Zukermaà:,í:a:sti- que havia déficits atencionais. Gruber e co_
ck e Artzi (2005). Essa teoria advogal que a 1aboradores (2010) constataram uma corre.
privação de sono prejudica processos que 1ação entre curta duração do sono e déficits
dependem do córtex pré-frontal, que seria em funções executivas em crianças e ado.
a Primeira área atingida. Técnicas de ima- 1escentes.
geamento cerebral têm exibido que ai perda Em adultos, os horários de trabalho
de sono resulta na ativação cerebral r¢duzi- são fortes dessincronizadores, pois, depen_
da, com ma`ióres reduções de atividade me- dendo do esquema de trabalho a que o in_
tdaobâléiá:itnsoeióíenxçõpersé::reocnuttT;a:c(aÊ:g:rne-, divíduo esteja submetido, esses horários
enffaquecem ou rompem sua ritmicida_
Balkin, & Wesensten, 2006; Thomas| et al„ de biológica, promovendo desorganizações
2000). Além disso, evidências recentes in- temporais internas .e externas e agravando a
dicam que a vulnerabilidade cognitiva para saúde biopsicossocial (Almondes, 2007; A|-
mondes & Araújo, 2011). Alguns trabalhos
:õe:fàg:rsooc:omepn.vrótlavà:rnêtsa|qsi:s:iunttoa:v#::: têm mostrado que há diminuição da con-
de sonolência, fadiga e humor, cap ade centração, do estado de alerta e do tempo
de processamento cognitivo (memó[ia de de reação (Nielson, Deegan, Hung, & Nu-
trabalho) e capacidade de atenção s 1Sten- nes, 2010). Os processos cognitivos, como
tada (Doran, Van Dongen., & Dinge 2001; memória, atenção, raciocínio, vigilância
Van Dongen, Baynard, Maislin, & inges, psicomotora, também são afetados (Bosco-
2004). lo, Sacoo, Antunes, Mello, & Tufik, 2008),
As duas hipóteses têm assim como a percepção vi-
sido testadas, com resulta- sual e visuoespacial (Soares
dos contraditórios, mas per- &Almondes,2012).
mitindo a conclusão de que Em idosos, os resulta-
o declínio neurocognitivo e dos são contraditórios. Es-
comportamental em fiinção séncialmente,porqueédificil
da restrição do sono atinge determinar com precisão o
indiscriminadamente as di- efeito da idade sobre os pro-
ferentes etapas de desenvol- cessos `cognitivos na priva-
vimento, com diferentes impactos eih fiin- ção de sono em fiinção das diferenças entre
ção dos fortes sincronizadores elencados no envelhecimento cognitivo normal e o en-
velhecimento com demência. Murillo-Ro-
driguez, Blancocenturion, Gerashchenko,
Salin-Pascual e Shiromani (2004) exibiram
:§;¥::s:o:b:ríêí:nc:§;:r::Í:::t;;ç:aí:,;s::ad:;:;:::Edt:ejs:, resultados de alerta em idosos que tinham
idosos, na qualidade de vida. restrição de sono, discutindo que os ido-
0 estudo de Vriend e colaboradores sossono
se recuperam mais rápido, em termos
-de fisiológico, do que os mais jovens,
(2012) concluiu que crianças que apresen-
tavam problemas atencionais e/ou acadê- o que poderia refletir em melhor per/or-
micos na escola tinham dificuldades rela- mfz7tcc. Com relação à memória episódica
cionadas ao sono. 0 estudo, com 32 crianças visual, PerJor77iczrmc visuomotora e atenção
e pré-adolescentes entre 8`-e 12 anos, revelou dividida, Alhola, Tállus, Kylmãlã, Portin e
•+¥;{ÇÍ,,r#'#*"t,i.'.+`3?,,+T#-_Ç#;"

Neuropsicoiogia 337

Polo-Kantola (2005) mostraram que indi- cujos efeitos são quase similares às mudan-
víduos de 58 a 72 anos são capazes de man- ças produzidas pela privação de sono to-
ter seu desempenho depois de 25 horas de tal, também explicam esse fato (Durmer &
privação de. sono. Já Waters e Bucks (2011) Dinges, 2005). A hipoxemia e a fragmenta-
relatam impactos negativos nas fiinções ção do sono contribuen} para prejuízos nas
executivás em decorrência dessa privação, finções executivas.
em espêcial em proces.sos de flexíbflidade Pacientes com insônia ezp erimentain
mental, memória de trabaJho, fluência ver- prejuízós no fiincionamento diurno, levan-
bal, resolução de proble`mas, capacidade de do, às .vezes, a estresse em sua vída pessoal
planejamento e p..çpsamento criativo. e trabalho. Poucos estudos têm pesquisa-
. J,#í.
do de forma objetiva os efeitos da. insônia
na Pg7or77Çcz7zcG neurocomportamental se
ARELAÇÃOENTRÍ`.-coa}]!çÃo comparada à apneia do sono, que tem si-
E 0S TRANSTORM`OS D0 SON0 do muito. mais avaliada. Os poucos estu-
dos controlados eristentes análisaram dé-
A cada 24 horas, um terço da po-pulação re- ficits neurocomportamentais em insones
lata algum distúrbio de sono. Pelo menos primários, com resultados contraditórios.
10°/odapopulaç.ão'sãodiagnosticadosclini- Um estudo com imageamento mostrou que
camente com algum tipo de distúrbio, sen- insones apr€sentam hipoativação das áreas
do o mais prevalente a insônia, seguido de corticais pré-frontais medial e inferior, si].-
apneia do sono e síndrome das pemas in- gerindo prejuízos nas fiinções execuüvas.
quietas (Partinen & Hublín, 2011) . Qúanto à atenção, há resultados contradi-
Alguns estudos epidemiológicoé mos- tórios relacionados a déficits atencionais,
tram que aproximadamente 43 a 48% da envolvendo seus subtipos, e insônia, assim
população em geral apresentaiii queixas como à memória operacional (Shekleton,
de insônia, mas apenas cerca de 6 a 10% Rogers.,&Rajaratnam,2010).
desses indivíduos atendem aos critérios Em relação à síndrome das pernas in-
de um distúrbio clinicamente classificado quietas, há poucas e contraditórías evidên-
(Ohayon&Reynolds,2009).Asíndromeda cias sobré déficits cognitivos, resiJltando em
apneia obstrutiva do sono varia em torno escassa literatura a respeito. Pearson e co-
de 2 a 5%. Dependendo da fáixa etária, es- 1aboradores (2006) observaram efeitos nas
se número pode se elevar (Partinen & Hu- fimçõ es executivas fluência verbal e tomada
.t)lin, 2.0 | 1) . A síndrome das pernas inquie- de decisão, após uma noite de privação de
tas apresenta prevalência clínica de 2 a 3°/o sono total em 16 pacientes em tratainento
entre adultos. monitorados com i>olissonografia. Gamal-
Corisiderando os efeitos dos distúr- do, Benbrook, Allefl, Ogmtimein e Eailey
bios de sono na cogiiição, dados da literatura (2008) reafizaram uma breve ba.teria pa-
mostram que pacientes apneicos exp erimen- ra avaliação de inteligência geral e fiinções
tam déficits na atençã.o (velocidade de pro- executivas em 16 pacientes com diagnóstico
cessainento da informação e memória ope- de síndrome das pernas inquietas e 13 in-
racional reduzidas), no tempg de reação das divíduQ.s no grupo-controle. Todos forain
tarefas e nas fiipç?es execurivas (Verstraeten monitorados em uma noite de privação de
& Gluydts, 2004). Déficits nas fiinções exe- sonó. Os .resultados mostraram melhor Per-
cutivas têm sido relacionados às álteraç:ões Jorfflcz7ice dos pacientes em comparação aos
no lobo ffontal causadas pela hÉpória (Bee- indivíduos do grupo-controle com restri-
be&Gozal;.2002).Afragmentaçãodosono, ção do sono.
-_--¥:F--i---

338 Fuentesí Malloy-Diniz, Camargo &

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De forma
----. `._---_ geral,
0___) considerando
__-__ ---- _-_---___- - o estud
_
escoLaies. Rerista Portuguesa de Ci.ência e Desporto,
dteraçõesdesonoeosprejúosnTe.¥ro|C08- 7(1),18-25-
nitivos e comportamentais nas diferéntes Carskadon,M.C.,&Dement,W.C-(2011).Normai
etàpas do desenvolvimento e/ou nos humansleep:Anoverview.InM.H-Kryger,T.Toth,
túrbios de sono, perce.be-se que essa & W. C, Deme:"t (Bds.), Principles.an4 Prac±ice of
é relativamente recente, merecendo 5Zeep 77iedf.c2.7ie (5th ed., pp. 16-21)-Philadelphia:
dos controlados. em fiinção das variáveis Elsevier S aunders.
confundidoras e das discussões teóric Dessefles, M., Vu, T. D., .& Maquet, P-(2011) . Func_
avaliação. Além disso, os testes F:uro~Pi üonalneuroimaginginsleep,sleep.deprivation,and
steep dísorders. Handbook of Ctinical Neurology,
lógicos não são sensíveis para detecçãó das
98, 71-94.
flutuações cron.obiológicas, o que po erla
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'3H#HF""¥?-ÍF9fi¥qFtF?=

mmlE m
aÊNaA psicoLÓGicA 303

Aquantidadedetempoqiieaspessoàsgastamcomendoérivialsecomparadaàquanüdadede
tempo qúe passaip domindo, im comp.ommento moÉvado que ocupa q.uase um terço da nossa
vida.ÁpessoamédíadQmecercade8.horaspornoi[e,emboraexistaTimatremendavariab.ffda4e,
taii.to em temos de difereriças indiriduaís como em temos de idade. Os bebês dormm a.naior
paitedodía,aoi)assoqueasi)essoasmaísvelhaspodempredsardeapemsalgtmashorasdesono
pornoíteAlgTBadultosrdetanpiecisarde9ouiohoràsdésonoparasesenÉreindescansadbs,
enquantooutrosprecísamdeapenas1ou2horas.Umaenfemeiraaposentada,aSrta.M.;rdatou
domírapenas1horapornoíte.Tàlvezcomoosi]esquisadoresqueestudaramaSrta.M.,vo.cêadie
Íssodífi'ddeacredítarMasdepoisdeiiassarduasnoitesinsonesenumlaboratóriodosorio,apa-
rentemente devido à excítação, da dormiu por apenas 99 minutos na teréeira ngite, acordand.o
renovada,alegreedieíadeenerriOffeddis,1977).Im£gínetertodasessashorasexüpsdetenpo
]Íwe!osonosedácoriomeospria'pÍosgeraisdamoÉm¢odÉmüdosaLteriomffltenesteapftdo:

a sonolência. dírige una à¢o específica. (domir); você doime até não precisar mais; qiianto maís
prívadodesono,maissonolentovocêsesente.MasosonodiferedeoutroscomportamentosmoÉvado5
1'

no senüdo de q.ue dé dqjge as pessoas a passar o tempo apar.en[emente não realizando nenhiima
aÉvidade.Mas,enquantodo][irios,nossocérebroe.outrosprocessosfiriolóãcosestãobastan[eaÉvos.
0sonoédaramentemtomportamentoÍmpor[ante,dadaaq.uanÉdadedetempoqueaspessoaseos
animais dedicam a elE. Confome vrios na abertura dçste capmo, Randy Gardner descobriu qHe
podeinosadíarosono,màsnãopodemosadíá-loÍndefinidamente.DadoqeosofloocoHeemtodosos
arimaís,amaíoriadóspesquísadoresacreditaquedetemdgtmpropósitobiolóÉco.Entre.tanto,como
veremos,aindanãoestátota±mentedaro,nopresen[ç,exatamemporqugosonoéiHiportante.

© s®nS é .üm estad® de c®ris€ãên€ia a!Êerad®

Quandoestamo;adomeddos,onossoéérebroconhuaprocessandoinformaçõ.es.Aspessoas
quedomemcomanimaisoucriançastmdemariorolarpordmadelEseasfixíá-Ios.Amaioriadas
pessoastanibéinnãocaídacaniaenquantodome,o.?Tieindicaqueocérebroaíndaestáciente.do.
ambíente,talconodaposi¢oidaÉvadabeírada.da.'çama.NaveidadçH}esmoq.uenãoesteja]nós
conscientesqüandóadomeci-dos,nossamenteaíndaesrifimcionando,ana]isandoÉerigos.potenci-
ais, controlando movrienros coporais e mexendo i]ar[es do coipo paia maxiinizar o confor[o. A
diferençaentreosestadosdesonoe.vigfliatemtantoaverco.maeperiênciacomcien±equantocom
processos bíológicos.
Aiitesdadescobert:ademé[odosobjeúvosparaavaliaraaÉvidadecerebmLamaioiíadasi)es=
soasacreditavaqueotérébroiadomírjüntocomorestantedocopo.Masainvençãodoelet[oen-
cefflograma aEG), -iri}a Ínáqiína qpe mede a atíridade élética do sístema nervoso, revdou que
mita coísa aconrece nó £érebro duante o sono. 0 Íàto de exisÉrem díferentes estados psicofisí01ó-
gicosdTanteosonç.foídéstri[oj:orioTmadas.maioresdeçcobeitasÍnicíaísdaneiHoíênciaHgb-
son, 1995). Quandõ ás pesso.as estão acordadas, os neuônios em seu cérébro estão exffemamente
ativos,coflfomeevidmciadgpoisiÉaí§ceràbrais.brevés,fieüüéÊt:tes,dessincronizados,conhecidos
comoonda5bgtfl(Figuia9.17)_Quando.aspéssóasfediamosohoserdaxam,aaÉvidadé.cerebial
ficamaislentaemaissricronízada7impadrãoqueprodtEondasaz/a.
. `. ` -, ` .,,._~.:.

clÊNaA psicoLÓGicA

I.ABELA 9.2 Dormindo a noi{etoda

1. Vá para a camá e leva_nte {odos)5diasàmesmah.ora:íncluindofinsde'5emanà.Esta6eleçaüma


o5 dias à mesma h.ora, íncluindo fins de 5emana. Estabeleça üma
r.otina para aj.udar a regular seú relógio biológicg: Mud.af o horário em qiie você acorda todgs os
dias pode alterar o3 cid`os de sóno e pefturbar'outro5.sisteüãs fisiológic`os.

2. Nunca. bebá álcool ou cafeína logo àntes de jr paía a`cama. 0 álcool pode ajudar e adoüecer
maisrapidamente,masvaiinterferirnó5euddodesono-efazertomqTevocêacordecedono
dia seguinte.

3. Exera'cio regular ajudará os dclos de sono, mas não faça é*era'dos iriediatamente antes de ir
dormir.

4. U5e a cama apenas páía domir e para ftzer5éxo. Não fique na cama lendo, comendo ou
assistindo à televisão.``

5. ' Relaxe. Não se preocüpe com o futuro. Tome um banho quente ou e5cute música tanqüilridora.
Apíender técnicas de' relaxamento, como imaginar que você está na praia, com o sol áquecendo
suas co5tas e se irrad,iando para as mãos, pode ajudar a lidar corn o estresse crônico.

6. Se você 5ente dificuld.ade para doímir, Ievante e faça.aiguma outra coisa. Não 5e obrigue a ficar
` deitado/.a tentando pegar no sono. Lembre que uma noite sem domir não vai afetar mu.fto o seu

desempenho, e a preocupação com como você será afetado/a pelo não domir só tom,,a ainda
mais dffía.l adormecer.

excitação nos genítais, com a naíor i)aite dos homen; de todas as idades tendo uma ereção e as
mulheres exp erienciando ingurritamento clitoriano.
Aími]ortânciapsicológicadosonoREMéquecercade80%dotempoenqueaspessoassão
acordadasduranteosonoREMelasielatamsonhaiemcoinparaçãocommenosdemetadedotem-
po driante o sono nào-REM (Solins, 2000). Gomo veremos a segiri5 os próprios sonhos são muito
diferentes durante os dois tipos de sono.
Nodecorrerdanoite,ocidodesonoserepetç,comprogressãodosonodeondalentaparao
sonoREMedepoisdevoltaparaosonodeondalenta.Comaaproximaçãodamanhã,ocidode
sono fica mais curto e relatívamente mais teinpo é passado no sono REM (Figura 9.1). As pessoas
também acordam brevemente muitas vezes duiante a noite, mas não lembram ao acordar de
manhã. Confome envelhecein, as pessoas i)odein ter maior díficuldade em voltar a adomecer
dépois de acordar.

® s©.ffi© é ajim £ç)mp®FÊam£riÉ® a#apÊati¥S

Porquedomimos?Podeserperigosodesligar-sedomundoextemo.Noriimo,pareceuma
Enome perda de tempo,. um tempo qué poden'amos gastar de maneiras mais produÉvas. Mas as
pessoasnãoconseguemdominarindefinidamenteodesejodedormirocorposedeslíga,querquei-
ramos, quer não. 0 sono deve ser uma coisa importante, pois quase todos os aflimaís domen
Algms aniri apresentain esülos de dormír suipreendentes. Algumas esi]éeies de golfirihos dor-
memoso]iomí-hgmk/e'rico,emqiieoshemisférioscerebraisserevezamdomindo!Ospesqrisado-
res aínda não sabem exatamente por que os animaís domem, mas há três eplicações gerais para
descreveraadaptaüvidadedosono:restauação,cidoscircadíanosefaciütaçãodaaprendizagem.

Restauração e privação de sono A fgori-a restauradora. do sono enfaüza que o cérebro.e


o.corpoprecisamdescansar,eosoiioperinitequeocoposerestaure.Na`verdade,ohomôniodo
crescimento é libeiado duiante o sono profimd.o, e uma de suas. fmções é facilitar a restauia¢o
de tecidos lesados. Evidências adicionais de que o Sono. é um.momento de iestauração é que as-
pessoas que realizaram aüvidade física vigorosa, como .correr maratonas; .pareçem .dormir por
maistempo.Masaspessoasdomemmesmoque-ijassemodiafisicamenteÍnativas..Alémdisso,
..-- „?`` .-,. ?.-`_ _'``

1.|. 2 3 4 5 6 7 8
FE&URA 9.18 Estágios do 5ono no Horai de sono
decorrer da noite.

parece qu€ o sono pe rn] ite que o cérebro refaça os depósito.s de glicogênio e fortaleça o sístem
imune (Hobson, 1999
Numerosos estud ;ls de laboratório examinaiam os efeitos. da privação do sono sobre o desem-

:::ngv:icoodeecsoo¥:#o=c:eànflçteon:o=r:nat:,o:::oc::ada,:ae:raddo:tiqceas::borià:::::ioouc:âgv:

::sto::f:qcuo::1=pffi..sFv:|:tummto#¥:et=%ff=bcoeT:Êi:sdoeupcà:.Tsspq±:dd:ã:¥::pmTsaffdoo:
uma ativação aumentada no córtex pré-fiontal, sugerindo que algumas regiões cerebrais podein
compensar os efeitos da i)rivação(DrummondetaL,2000).Noentanto,quandoseüatadepén'odos
muito longosj a i)rivaçãõ de sono acaba trazendo problemas
__~---_-r-~-^--~`, de humor
-`-+^.-LLLU^ e desempenho cogniüvo.
` `+`+jLLLl+llLII.l\; l\jõLiLii.yu. Na
L\a

:In:adíi:ea:Íijae;p::ql:,::-#;Íedíio;a:::e`toi;::m:Íe;;rid'Íncv::::iÊ;::;::;od;ed::g;tí::iu:Í:u;Íj;;:m;
microssonospodem levL a resultados desastrosos se a pessoa esüver dirigindo ou realizan¢o tma
tarefa p erigosa.
Interessantemente, aprivaçãodesonopodeteruHipropósítomuitoúffl,queéajudaraspesso-
as a superar a depressã ). Na última década, sugiram evidêncías consístentes demonsüando que
privar as =ffsaofsepdreeps#dN: de sono às vezes alivía a sua.depressão. Esse efeito i)arece ocoÉer

Er=effadpr:::çãuoÉea:oinop±a=t=aadae:::::ãooa(=ne:Í:à?edtoà.:e|C;;;;:ffdeseràtonha'como

:ee:'teo:e¥L=::q:'se:tá:s:esiaoâ;p:r:.I-£st:ff:i.T;:aí:i::::pÍ;e:::p:Í£oídd::me:níoq::a:dí-õ:;ap:f"m:::;

passo que os grandes apímais vulneráveÉ a ataques, como as vacas e os veados, domem pouco.
.Animais grandes que ão vuheráveís, como os leões, também domin bastante. Depoís de
riatarumarimd,-m ode dorinir durante dias. Os humanos, que dependem muito da visão
i]ara a sua sobrevivên aptara]n-se para dormir à noite, quando a ausênda de luz os coloca em
possível perigo.

Facili{ação da apr agem Foi proposto que o sono pode ser importante por.estar envol-
. vído iio fortaleciment conexões neuronajs que fimdonam como a base da aprend-zagem. A
-----:.:*
aÊNclA pslcoLÕGICA 3o7

idéia geral é que os cricuitos que descarregaram ji]ntos dimiite o pen'odo de vifflia são consolida-
dos, ou fortdecidosj durante o sono (Wflçon e MNaughton, i994}. Robeit Stid{gold e colaborado-
re§(2ooo)rea]izarariuriestudoemqueosparicipantesprecisavamaprenderumatarefàcomi)lexa
de discrimínação visual Eles descobriram que os sújeitos só melhoravam na tarefa quando .tinham
dormidonomínimoseishorasdei]oisdotreinamento.TantoosonodeondalentacomoosonoREM
parecem ser riportantes paia que a aprendizagem aconteça. Os pesqiiisadores argumentaram que
aprenderatarefarequeriamudançasneuonaísq.uenomalmentÊsóocoiremduranteosono..Embo-
ra a aprendizagem certamente i)ossa ocorrer na ausênda de son.o, o sono parece ser um momeHto
eficiente para a consoüdação da aprendizagem. Na verdade, algiimas evidêndas indicam que os
aluiios têm mais sono REM diirante os pen'odos dÊ prwas, quando esperaii'amos uma maior conso-
1idação de Ínfomações (Sriü e l,app, 1991) .
0argumeiitodequeosono,epedalmenteosonoREM,promoveodesenvolvimentodedrcuitos
cerebraísparaaaprendizagemtambéméapoiadopelasmudançasnospadrõesdesonoqueocoiremao
longo do curso de vída. Os. bebês e as crianças peqüenas, qiie aprendem ma quanüdade ricn'vd de
coisaseini)oucosanos,dõmemmaísetambémpassamamaiorpartedotempoemsonoREM.
-.*i..

~-_

® s®no e a vigEIÉa sã® regu]ados p®r rFàL'q!€ip§os


meGanismos neuraÊs
riúlüplosmecanismosneuraisestãoenvolvidosnaproduçãoemmanutenÉodosritinosdrca-
djanosedosono.Porexemplo,orelógiobiolóãcoestálocalízadonoriúc[gost£pmqüíasmático(ScnD
dohipotálaino.FotorreceptoresnareÉnasensíveriàluzenviamsínaisaoSCN..Essesfotoireceptores
sãodiferentesdosbastoneteseconesquetranmitemainfomaÉovisualei)odemindusivefimdo-
nar para i]essoas que de om foma são cegas. Neurôrios do SGN i]arecem ser a base neural do
relógio biológico, pois mostram im pico na aÉvidade de descarga mais ou meno§ uma vez por dia
(Welshetal.,1995).0SCNtaml)émsinalizaparaimaminúsculaestiuturadanadag[âJiduzflpricaz
ffigiJra 9.19) para secretar melatonina, um homônio que viaja pela corrente sangüínea e afeta
váriosreceptoresnocorpoenocérebro.AlpzbrilhantÊsuprimeaproduçãodemelatonriqaopasso
queaescuridãodesencadeiaasualiberação.R£centementefoíobservadoqmaÍngestãodemelato-
nina pode ajudar as i)essoas a lidarem com a dehsagein de fiso horário e mudanças de tumo de
trabaJho>queinteiferemnosiitmoscircadianos.Tomarmelatoiiinatambémpareceaj.udarasi]esso-
as a pegar no sono, eml)ora atuahente ainda nâo se saiba por que isso acQntece.

Troiico cerebral e excitação 0 soiio envolve alte-


rações nos estados de excitação, implicando, assri, meca-
]]Ísmos cerebraís que produzem estados de excitação. Em
1949,GiuseppeMoruzzieHoraceMagoundescobriramque
esümúar a/o77mção rti-dtzff no tronco cerebral levava a
ima excitação aumentada no córtex cerebral Se cortamos
as fibras da forinação reücular..paia o córte¥ os animais
caífão no sono e continuarão adoimecidos até morrer Cor-
respondentemen[e,Monizziemgompropuseramquebai-
xosm'veisdeaüvidadenafoma¢oreücukri)roduzemsono
e altos ni'veÉ levam ao despertai
Amalmente sabemos que múlriplas reriões da foma-
çãoreÉculari)arÉcipam.docontroledoscidosdesono-vigi'-
üa. Por exemplo, o lo'ctís cgrfleo ewia o neurotianmissor
noradrenaffiaijarimritasreãõesdocérebro,aumen[ando
assim a excitação corÉcal. Pesquisas demonstiaram .que o
lóctis cerúleo está.exíi.emamente ativo quando os anímais
estão acordados, menos advo duiante o sono não-REM e
quase completamen.te imüvo dmante o soiio REM ffiguia
9.20). 0 neurotransnrissor serotonína também está envol-
vido no sono. Originando-se nos núc[€os da ra/g um griipo
de neuiônios localizado na fomação reticula£ a serotonina FIGÜRA 9.19 A glândula pineal é uma É)equena gíându!a localizada em frente
se i)roieta Dara muitas áreas Dor,todo o cór[ex. Esse sis[ema ao.cerebeío. Ela recebe sinais do hipotálamo.
iEE*=""-

308 GAZZANIGA e HEA+ERTON

nomalmente está inais aüvo durante a atividade mo-


tora vigorosa, como caminhar ou correi Assim, a aü-
vaçãodossistemasdenoradrenalinaeserotonínapro-
düz excitação e, em geral, um lenta ativação na
formaçãoreÉcularpareceestarassodadaaosononãç-
REM. Esse decrésrio na exdtação está associadô à
uina desaÉvaSo de muitas áreas corücaís, confome
verificado por recentes estudos com a tecnoloria de
imagens cerebraís üobson et d., 2000).
0 que desencadeia o sono? Existem algumas `evi-
dêndasdequeumapequenaáreadoprosencffilobasal
exatameme em ffente ao hipotálamo, chamada de áiea
práo'pft-cqestáenvolvidanainduçãodosonónão-REM.
0/" - #o .- #!:id - seg
0 40 80 0 40 . 80 0 40 80 0
OsnetHôriosdessaregíãosetomammajsaÉvosduan-
te o §ono não-REM, e lesar essa regíão leva à Ínsônia.
estágio
Qiiando a área préi;ptica é ativada, sinaís iiiíbitórios
F§GÜRA 922S Ati.vidade dos neurônios no lócus cerúleo durante a vid ília e os estágios
sãoenviadosi)aiaolócuscerúleoenúdeosdarafe,re-
do sono. duzindo assim a excitação e desencadeando o sono.

Sono REM Durante o sono REM são aÉvadosvá-


rios |]rocessos Íleurais,
F9.s quari alguns levam à paralísía dos sístemas inotores, enquanto.outros
levamàaÉvaÉodeüc;úitosmentaisrelacionadosaestadosmoÉvacionais.Porexemplo,neu-ôrios
na pori£€, iJma regíão o tronco cerebral, envíam sinais para a medula espinal que bloqueiam o

-_-----_

ativadas (Braun et al., 1 98;Figura9.21).EssespadrõesdeaÉvaçãopodemproduzíruinadasasso~


dações caracterftcas d sono REM,. vÍvídas riagens no.sonhaL

As pess®as so ham enquant® dormem


T

:ot:::os::o¥:;ÉT;£dv#!d:::=fíiíomis;ffq¥m¥:oiiãíaÉía:;fffí¥ÍÍoos==á;Í:e:i

¥:d!a::=:iaj:ori:oosj|:o:mi=q::e:;àq:Ni:d:[;àpeiri];:ia::Ísãs:opi:o:s::s:::Éeosí:i;:eat:ie!:
fazer isso, especiah tentando escrevê-lQs assim que acordarem. .
Os soiihos ocom tanto no sono REM como no não-RER4 einbora os conteúdos do soiiho
sejam diferentes nos i:oi]
tiposdesono.Ossonhosnão-REMsãogeralmentemuitosémgraça,coHio
decidir que roupas usar u i)eDsar em tomar notas na aula. ET contraste, os sonhos REM sáo gerd-
ment:e muito bizarros.. E1 envolvemintensaemoção,alucinaçõesvisuaiseauditivas(masiaramen-
pqffl . + .-.`.,_ ^

clÊNaA pslcoLÓGlcA

te de saboç dieiro oü dor), conteúdo' flógíco


e ima aceitação nãom'Éca de even[os. As
regrasdetempoeespaçoeasleisfisicassão
ignoradas nos sonhos, como q.uando entra-
mós numa salà e emeí`grios em outra.
Quandoospésquisa¢oresnotarainpela
primeira vez o§ movimentos rái]idos dos
olhos na década de 1950, eles Ínidalmente
acreditavam q.ue os sonhos eram prindpal-
mente um i]roduto do sono R". A princi'-
pio, os sonhos não-REM foram descar[ados
como riviais ou como b.áseados ein recor~ .
daçõesincorretas.TodaÉ-ã;agoraestáclaío
queosonoREMpodeo.€rgriersemosoihar

àoés:o£so.s,p.od£o:o.¥se.!i=;:oencoem¥t
controlados por diferenf,és sinais neurais
(Solms,2000).AaÉvação..dedfferentesre-
gíões cerebrais diirante o sono REM e não-
REMpodeserresponsávelporseusdfferen-
tes üpos de sonho. 0 conteúdo dos sonhos
REMéoresultadodaaÉvaçãodeestrutiiras
cerel)rais associadas à motivaÉo, emoção e
recomi)ensa juntamente com as áreas de
assodação visual. Esse loop fechado pemi-
te que os centros de emoÉo e as áreas de
associação vi"a] no cérebro interajam sem
auto.consciência, i)ensamento reflexivo ou
ínpH[ do mmdo exterio.

\
0 que os sonhos 5ígnificam? Sig- FEG!J8Ê#. 9.2q Padrões de ativação rinzando-se PEr, comparando 5ono REM com sono de onda
mundFreud,umdosprimeriosteó.ricosim- lenta e vignia. Observe que existe maíor ativação mdicada pelo amarelo e pelo vermelho) nas regiões
límbicas durante o sono REM do que no 5ono de onda lenta. Tambérn existe menor atrição (indicada
portaiites dos sonhos, argumentou que os
sonhos continham um conteúdo escondido pelo roxo) em grande parte do córtex pré-frontal.

que representava conflitos Ínconscientes.


S€gundo Freud, o conteúdo manifésto é
osonhocomoosonhadorolembra,enquantooconteúdolatenteéoqueosoiihosímboliza,ouo
materialqueestádisfarçadoparai]rotegerosonhador.Entretanto,nãoexistepraticamentenenhum
apoio pai.a a idéia .de Freud de que os sonhos representam conflitos ocultos ou que os objetos no
sonhotêmsignificadossímbólicosespeciais.0queéverdadeéq.ueaseperiênciasdavídacotidiana
iiifluendamoconteúdodosáoihos.Porexemplo,éespecialmentei)rováveltemossonhosdeansie-
dade enquanto estamos estudando para as iirovas. Os soihos posstiem uma estnmira temáÉca no
senddodequesedesenrolamcomoeventosoubístórias,emvezdecomoumamixórdiadeimagens
desconectadas,mas,aparentenente,nãoe}dstenenhumsignificadosecretonamaneirapelaquala
história é contada.

Hipóte5e da ativação-síntese O p.esqirisador do sono Alan Hobsón propôs uma ínfluente teo-
riaque.temdoHiínadoopensameiifosobreosoriarnasduasúltimasdécadas.Ahipótesedaativa-
•çáo-síntesedeHobsonpropõequeaesÉmulaÉoneuraldaponteaÉvamecanismosquenomalmen-
;ó-.hnhà',§i'ffi
te inteipretam o Íripü visuaL A mente adomecida tenta dar sentido à descarga neuon.àl aleatória rç3-_q,?ip,.3
sintetizandoaaÉvidadeaparentÊnosneurôniosvisuaisemotorescommemóriasamazenadas.Dessa
perspectiva, então, os sonhos são ep#7ionieridri - eles são os eféitos colàteraÉ epeiiendados dos
i)rocessos inentaís. Hobson e colaboradoies (2000) revisaram recentemente o m.odelo de aÉva¢o-
shtes.eparalevaremcontaad)adosrecentesdanetirodêndacogniüva.Porexeini)1o,elesÍnduriina
aÉvaçãodaam'gdalacomoafontedoconteúdoemocionaldossonhosepropuseramqieadesaüvação
doscórücesfiontaiscontnbuiparaoapectodeliranteeflógicodossonhos.Por.suanatureza,ahípóte-
sedaativaüo-síntesetemmrisavei.comossonhosREMdoquecomosnão-Rm
GAZZANIGA e HEATHERTON
1

Estraté`gias evoluídàs de ameaça€nsaio Antti Revonsuo (2000) propôs uma exi)h-cação

;íao;l.udg:a:;q::qfiuio:s:s:;Íovísm:::o¥o;;|:;tg:e::p:r!i:ff:Sf:P::üm;.:i:Pã:¥eaa::gb:refju:Í
:eiaatsaed::P;:Íffi¥ffi¥'!:v::v¥:méoç:rn¥:£:s::oS±:ç:°mneadTed.aQ=:d:d¥,°É;ó::Sas:eT::
evoluüvadeameaça-ens±o.Osonharestáassodadoàativaçãodeestruturasmicas,comoaam'g-

:¥:Lq:e::b£esaã;aj:£ffeÉu:adoriTac:naü:opse=dee:g;eo:[o#géoTpffià,:,d::%:sst:=pt:,n:::
tramas i]assados. i

G®"€kusÃ
Amotivaçãoéaáreàdapsicologíaquebuscadeteminarporqueaspessoasapresentamcom-
por[amentosespecíficos.Émboraospsicólogosmotívacionaís,nopassado,tenhamfocadoexclusiva~

__-------_:
___ l__L J__ __ _
castambémperinítiram i]esquísadoresreexamínarquestõesimportantes,eiitreasquaiscomoos
instintos e impukos mo o comportamento. 0 crescente conhecimento sobre o cérebro possíbi-
lita um entendimento i] -------- `humanos
profiindo de motivos -----rv^`-^.``... t,UL
rii)or[antes -por|||`l+^rl.U,1`,1...\,
exeinplo, como `WLUesta-

Le;e=o;r:caego¥iooslóoíJ:eol?:àpc:ss'ocfm=deo=b:Toíae|ffiemãoemquepodemoscomoluou

EEBTUFms ®E€E®NÂES
C. G. (1995). Edthg dÉordeís md obesi.% A comprehensúJe Jimdbook New York:

:::?.Í:rTh:,É:-:,T:,T

ÍÍIÍ¥Í::(1:(;:;9í9;ií§#Í#Íjí;#Íí#gi:§fti;#;ÍE:;:gipN;Ce:#°:oflrids;:a:ü::[ag
:#,g,TF"-5¥?S,"q

`Emj L)ecaclas tle l¥/U e -


1937 1962 '80 '. . . T •=:e:c,.-,:Í:,,:.-:g;n:
Teoria dos do-Ü m-p6tese c[o Íéedback . '
As basés neuraTs da Foikm?nçR!-rid
faa-aI Com base no5 textos de
emoção James papez fàtores 5tanlg 5chadfter e
Darm-n, 5flvan Tomkins propõe
•.¥::Í-=..¥:,c*=.:s!ti pÍopõri.iue.?m*~
apre5e{ita a hipótese de que a jerome Singer pÍopõem que as
.àü`as.p¥:So.*..h?i.éí:..õí.:Õ:;€
expressão emoa.onaJ é mediadai emoções sa-o o resuftaqo da queasexpr.esso-esfaa-a-is
üdtação fr5].ca e da atribuição, de5enadeiam a expeí-t-ência das àoe,eáaksudrü:.cdo.#£qíuápí¥:
porváTios5i.stemasneuTai.sqtie
emoçõEs. • expre55§es.Íaa.a-6.Íeüemáries: .
foímam um circiifto {conhecido ou explicaça-o cogn.riíva, da
fonte da exdtação. carro,,,z3Ídüé,T,o`nstíaqüeoS
FE-:dpl;:!gn6:¥::¥:_t%f%
como o "a.Ícufto ¢e Papez|. cop-mg.que.foGl.¥.p`a,çípà
bebê5 também manffestari .
çm.oçõe5básicasemsuas
üpíe5Sõesfaa.ab. .
:oiuq¢:Íe::ãjíftFÍ:.;;:
.._ -€ ''

=á=
GÀZZANIGA e HEATERTON

Íljot estava CO m pouco_ mais.de


_.,_._.-_ 30
__ anos
-..`,~ quando
`tuu.,U`+ começou
lulllctuu. a a sofrer de
DUIL\=i u{=fortes
i{)ri
•dores de ca
]eça.Eleeffifelkem'seucasamento,umbompaíeestava5e
;--_:::':_:
=_aí_n=d_o
em que _b_e_Tmais
não corBeguia Prefissioralmente.
se concentrarSuas dores de
e, então, cabeça pioraram
resolveu procuíar aseu
um médico.
ponto _, _ ` ` _-

:nefeji::epnetâL:::#:onTa:ec:::oE#oet:-nhh::rmc:ÇT,:r,pe:tnr,:r:imo,!a:::f^oLiarTra_nnh+:"
anja. Confome o tumor cresa-a, empurrava seus lobos frontai5
para cima, contra topo do crãnío. Um gr.upo .de hábeis cirurgiões removeu o
tumorbenigno,ms,.aofazerisso,nãopuderamdeíxarderemovertambémparte
r'-+--:J_ _:`__._.__,_
do tecído circúnda te do. lobo ' frontal_
,,,. _ _
Embora a a-rurgia pareçesse a pn-ncípio ter
J ,_ __-_T__-_ _ rl`.\`=,rJ,\J \Ll

:e;j:pi::a%je;U;;erj§#e:tid;i;:e:Íj;jr;.i:s:'°!;i|:::i§`i:a=pe:X;r;j:e:id:::::::,;:g:Va:rnsãeo

::gà:u;ia::t:r;¥;:,::Tinti:r::aedáà:sa:ê:D::a::s:çJhn-:a;9:4ofs=::;:inc:o;;s,apm:,:dla::esqu,sa
' . , __ 1_'_-
de.Damasío mosü líint H'ma
Iíiot u-ma<án-a
série rJa
de fr`t^c-n^t+„rL`J_---__.__ _ ide corpos
fotos perturbadóras, com.o
gravemente fen-do e5cobn-u que nenhuma delas elía-ava nele uma reação .
emocional. Ellíot n xava de perceber sua faltà de emoção. Ele dízia ter
consc.iência de qu tos eram perturbadoras e que, antes da círurgia, ten-a uma
tesposta emoa-ona agora não t-i-nha nenhuma.
lmagine como a suà vída se você não tivesse quaísquer senti-mentos.
Como o pe 9 drôí,.de de jomaga nps Estreías:A próxíma Geráçá;,_à .
comandante Data, ser]-a um 5er rac]-onaí capaz de sensações, percepção, .
pensamento, mem omada de dea-são e assim por. díante, mas f}.ão sentjria
nenhuma emoção.
po. de v]-da sen-a essa? Para o5 seres humap.ás, toda ação
_ _ 5__
e todo pensamento _ r _ __€ _ '
oloridos por iieações emocíonai.s. Conform;;-yocê leu no
últj-mo capítuío, a5 oes são uma fon{e essena-al de motivação, ri..a medida em
que as pessoas pro objetos e aüvidades que fazem com que éjàs se sintam
bem, e evítam faze zer coisas que fazem com que se síntam maL As emoções
permeíam a vída h enquantó as pe5soas 5e apaixonam, têrn sucesso e faze.m
amízades, mas tarTi estão presente5 em episódios doíoro5os de que
3.
aÊNciA psicoLÓGicA 315

gostaríamos de 1ogo esquecer. Às vezes, as nossas emoções podem nos esmagar, emoção Sentimentos que
como quando nos sentimos estressados pelas demandas da nossa época. Quanto envolvem ava]iação subjetiva,
controle temos sobre os nossos estados emocionais? Este capítulo explora como as processos psicológicos e crenças
cognftivas.
emoções influenciam a experiência humana, incluindo de onde elas vêm-e como
são experienciadas, e também como as pessoas lidam com emoções negativas humor Estados emocionais
difusos e duradouros que -
esmagadoras.
influen-ciam, em vez de
interromper, o pensamento e o
compor[amento.
estresse Um padrão de
Asemoçõessãoumapartefiindamentaldaexperiênciahumana.Elasavisamdoi)erigo,criamlaços comportan}entais e fisio]ógicas para
entreaspessoas,trazemderiaàvida.Noentanto,elastambémpodemcausarproblemas.Aspesso- lidar com eventos que condizem
com ou excedem as capacidades do
asquesesentemexcessivamenteansiosaspodemsentirmedodeconhecerpessoasnovasouatéde
organismo.
sair de casa. Por milhares de anos, as pessoas refletiram sobre por que temos emoções e o que elas
fazempornós.Muitó;estudiososviamacogniçãoeaemoçãocomocoÉasseparadas,comaemoção
ocasiondmen[edoriandoarazãoefizendoaspessoasagiremdefomimpulsivaouinadequada.
FoisÓrecentemen[equeoscientistaspsicológicossededicaramatentarentenderasemoções.Pes-
quisasimportantesestãosendorealizadasemtodososnívekdeanálise,earevoluçãobiológicaestá
produzindoachadosmuimhteressantessobrecomoosprocessosneuraisestãoenvoMdosnaexpe-
riênciadaemoção.EstudosdecasodepessoascomoEllio[apresentamamplasevidênciasdopapel
deváriasregiõescerebraÉnaproduçãoeregulaçãodasrespostasemocionais,etainbém_decomoas
pessoas utilizam as riformações emocionais.
Quasetodoomundotmumsensointuitivodoquesignificaotermoemoção,inasessetemse
reveladoumconceitodmdedefinirprecisamente.Paraosciendstaspsicolóstcos,aemoção(ou
o d/€[o) se refere a senÉinentos que envolvem avaliação subjetiva, processos fisiológicos e crenças
cognitivas.Asemoçõessãorespostasimediatasaeventosambientais,comosercortadonotiânsito
oureceberumbelopresente.Convémdistingúaemoçãodohum.or,umavezqueasduaspalavras
sãoempregadasequivalentementenalinguagemcotidiana.0humorconsrieemestadosemocio-
naisdifusoseduradourosqueinfluenciam,emvezdeinterromper,opensamentoeocomportamen-
to.Muitasvezes,pessoasqueapresentamumhumorpositivoounegativonãotêmidéiadeporque
sesentemcomosesentem.Deacordocomalguiis,ohumorrefle[eapercep¢oquetemosdei)ossuir
ounãoosrecursospessoaisnecessáriosparaatenderàsdemandasambientaísOdorris,1992).Con-
fomeaspessoascomeçamasesentiresmagadaspelasdemandasdavida,seuhumorpodesetomar
negadvo e elas podem experienciar estresse. 0 estresse é definido como um padrão de repostas Ã.
comportamentaÉefisiolóÉcasaeventosquecondizericomouexcedemascapacidadesdoorganismo.
Estecapítuloconsideraprimeiroasfunçõesdaemoçãoedepoiscomoaemoçãoéexperiencia-
daeregulada.Nóstambémexaminamosasimplicaçõesdosprocessosemocionaisparaavidacotidi-
ana. Como as pessoas lidam com, ou manejam, o estresse (coping) tem implicações para a saúde
fi'sica e mental. Essas estratégias de copíTÜ são discutidas na seção final do capítulo.

EBE ®ÜE EVEANEERÃS ÃS EEVE®Ç©ES Sî


ADAPTAFBVAS?
0 nosso tema de que a mente ajuda a resolver problemas adaptativos é bem flustrado pela
pesquisa sobre as emoções. Experiências negativas e positivas orientam comportamentos que au-
mentamaprobabíh.dadedeoorganismosobreviveredesereproduzir.Asemoçõessãoadaptativas
porque preparam e orienm comportamentos motivados, como correr quando encontrainos ani-
maÉ perigosos. As emoções fomecem infomações sobre a importânü dç_um esthulo para os
objetivospessoaiseprparamaspessoasparaaçõesqueajudamnaobtençãodessesobjeüvos(Frij-
da, 1994).
Umavezqueossereshumanossãoanirisociais,nãodevesuipreenderofatodequemuitas
emoçõesenvolvemumadinâmicainterpessoal.Aspessoasficammagoadasquando,ridicularizadas,
zangadasquandoinsultadas,felizesquandoamadas,orgulhosasquandoelogiadas,eassripordi-
ante.Alémdisso,aspessoasinterpretamasexpressõesfaciakdeemoçãoparapredizerocomporta-
mentodosoutros.Asepressõesfaciaisoferecemmuitaspistassobreseonossocomportamentoestá
agradando os outros ou se provavelmente fará com que eles nos rejeitem, ataquem ou enganem.
Assim,tantoasemoçõescomoasexpressõesemocionariforneceminfomaçõesadaptaüvas.
Â5 exp#essõ fa€ãaãs Gom"ffiiÉam effi®çã®

=#mqt;:u7:'::::tilãlffft¥hãig;:Au.e¥greff¥fi;in:m:"gmãfff#:=:obiff:ug;D:Í

!ã:s:m:rafao;sodiei::àÉps:ó:já:=ffidp::i:oust;gí;;ãaí:d::e:Í::dq::à:eaT:gsooàf:coeua#:dffa

ção. Em um clássico esLdo realizado em 1927, Dunlap demonstrou que a boca transinite emoções
memor do que os olhos especia]mente para o afeto positivo (Hgura 10.2).
A manifestaÉo de emoçõesalteraocomportamentoemobservadores.Porexemplo,aspessoas

;iíF:oiq:u:eía:::;i:#ÍAfmíí*ÍÉõi¥ffE=::iijs;uÍoíiiji:Ííe:¥:si:cÍ:::Íâesí*;os:::
as necessidades dh

p:x;#Êspiic;imÉe;:ae;::a:eÉOÉe!Éi::ss:Ji:p:S:D:Í:¥:c:miÊ;ià:::ed#i:;:i::e:::
que idenfficassem respostas emocionais apresentadas
em fotografias de ezpressões facíaÉ. Eles descobriram
que pessoas de todos esses países reconheciam as ex-
i)ressões como raiva, medo, nojo, feüddade, tisteza e
suri)resa. Entretanto, podia ser argumentado que todas
as pessoas testadas. nesses países estão extensivamente
epostas às cultuas umas das ouúas e que a aprendiza-
gemgnãoabiología,i]oderiaseraresi]onsávelpelacon-
cordânciaculturalcruzada.Então,osi)esquisadoresvía-,
j`aiamparãumaremotaáreadaNwaGuiné,muítopouco
exposta a culturas de fora e onde as i)essoas recebiam
umaeducaçãofomalapenasmhima.OsnaüvosdaNova
Guíné foram capazes de identificar muíto bem as emo-
ções vístas iias fotos, embora a concordância não fosse
tãoa]tacomoiiasoutrasculturas.Ospesquísadorestam-
bém pediram aos paricípantes da Nova Guiné que exi-
bíssem certas epressões Íãdais; e]Es descobriam que
estas foram Ídentificadas por avalíadores de outros pai'-
ses num m'vel melhor que o do acaso O]ígua 10.3; Ek-
man e Friesen, 1971). Achados de i]esquísas posteriores
apóíamacongruêncíaculturdcruzadanaídenfficação.
de alguinas expressões faciaisj mais no caso da feücida-
FaGURA i®.1 05 bebês manifestam emoções.distínguíveis ê semelhan de.e menos com referência ao medo e ao nojo ülfen-
esàs
.manífestações faa:ais dos adultos, como (a) alegn.a, (b) nojo, (c) surpresa, (d)
tristeza, (e) beineAmbad)!2002).Algunsestudiososacreditamque
raiva e (f) medo.
os resultados de consístência cultural cruzada podem
-..#.-.-`.

aÊNaA psicoLÓGicA

soffer vieses de diferenças culnmis pelo üso de pala-


vras de emoção e por como as pessoas são soficitadas
(a)
a idenfficar emoções (RusséH, 1994}. ritretanto, no
geral, as evidêndas são sufiden[emente consísteflte§
i)ara indícar que a]gumas expressões faciais são iini-
versaise,poitanto,.provavehentetêmbasebiolóÉca.

Regras de manifestação e gênero Embora


as emoções bScas pareçam ser expressas da mesma
fomaemdiferentesculturas,as'situaçõesemqueelas
sãomanifestadasdiferemsubstancíalmente.AsregraLs
demanífestaçãogovemamcomoequandoasemo-
ções são exibidas. Elas são aprendidas por meio da

:oÍ¥d:àãaostem:;=SqEàsm%oàõ:sr:ã:ffaddeeq:aí:
festação ajudam a eri.Éáar estereótii}os. cútiiraís, tais
como os dos estadupíd-enses como banilhentos e anti-
páücos,osbritânícosçómoffiosesemgraça,eosffan-
ceses como refinados e esnobes. Isso também pode (c)
eplicari]orqueaidentificaçãodeeipressões.facíaísé.
muito melhor denúo da mesma aritiri:a do que entre
ciiltuas Qlfenbein.e Ainbady 2002). .
Existem diferenças de gênero nas regi.as de ma-
nifestação que orientam a epressão emociori, ff-
i)eciahente i)ara sorir e chorai Geralmente se acre-
dita que as mulh.eres manifestam emoções mais
prontamente, ffeqüentementç, facilmente e ritensa-
m€nte do que os homens @lant et al., 2000) e as
evidências atuais sugerem que isso é verdade, exceto
. pelas emoções relacíonadas à domínação ÜaFrance
e Banaji, 1992). Eristem razões evdutivas para pen-
samosquehomensemulherespodemvariaremsua
epressividade emocíonal: as emoções maís esmifa-
mente assocíadas às mulheres são as referentes a re-
lacionamentos imrpessoais e a cuidados prestados .
FIGÜRA í®.2 Com base no dássi.co estudo de Dunlap das e*pressões faa.ais, es!às .
a outros, enquanto as emoções assocíadas aos homens .
fotos mostram que a boca, e não os olhos, tíansmite melJior as emoçõe5. As duas fotos . :
sereláçionamàcompetitividade,dominaçãoedefen-
supen.ores mostram o ro5to on.ginal expressando prazer (a) e tristeza (b). Na5 fotos inferiore;
sividade. Mas só porque é mais i)rwável qüe as mu-
(c, d) a5 metades inferiores do rosto foram troçadas uma pela ouba.
1heresmanifestememoçãoÍssonãosignificaqueelas
exi)erienciam as emoções mais Íntensamente. Eml)o- .
raasevidênciasgeralmenteindíquemqueasmulheresrelatamemoçõesmaísintensas,issotalvez
reflita nomqs societais sobre cono as muHieres deveriam se sentir (Grossman e Wood, 1993)..
Além djsso, na modema sociedade ocídenta| as mulheres tendem a articular suas emoções me-
morqueoshomens(FddmanBanettetal.,2000)-.talvezdevidoàsuacriaçãó-oquepoderia
eplicar süàs descrições mais rifensas.

A5 emoções aÉend@m funções cogn§Íiva§. .

Oscienüstasi)sicológicosestudarami]ormuítosanosproçessosco.gniÉvossemdarcoridérai..
ção a iirocessos emodonais. Estudos sobre tomada de decisão, memóriá e assim por djante forari
realízados como .se as i]essoas esüvessem a.valíando a infomáção de.um.à i]erpecÉva i)Hameri
racíonal,Noentanto,asnossasrepostasafeÉ`msÍmediatassuígemrái)idae.automaticamentç,colo-
rindo as nossas percepções no exato instante em .qüe ]iotamos um.-obje[o. Robert Zajonc saüenta:
"Nãovemossimplesmehte`umacasa',vemosumacasabo7iri,umacasaJei.a.oüiimacasa`prgfgnsío-

sc["(1980;i].154).Essas.avaliaçõesinstantâneassubseqüentementeorientamatomada.dededsão,
a memória e o comi]ortamento. -
`fL:.---

GAZZANIGA e HEAT

Além do mais] o huinof das pessoas i]ode alterar


processos mentaís. Quando as pessoas estão com bom
humoL tendem a usar o pensamento heuiftco (veja o
Capítulo 8), que mes pemite tomar decisões maís rá-
pida e efidentemente. 0 humor posiÉvo também faci-
1Íta r.espostas criaÉvas, elaboradas, a. problemas desa-
fiadores e motiva a persistência Üsen,1993). Dtirante
a busca de objeÉvos, os sentimentos posiÉvos stnali-
zam que está sendo feito um jrogresso satisfatório,
encorajando assiin esforços adicionais. Uma teoria ie-
cente propõe que níveis aumentados de dopamina
medíari os efritos do afeto ijositivo sobre tarefas cog-
nitivas (Ashby et d., 1999) . Segundo essa visão, o afe~
[o positivo leva a níveis majs elevados de produÉo de
dopamina, o q.ue subseqüentemente leva à maior ati-
vação dos receptores de dopamim en oums áreas do
cérebro. Projeções para o córtex pré-ffontaL que iegu-
la o planejainento comportamental, e para o cingula-
do anterioç que coordena processos controlados, iia-
recemsercruciaisi)araoseféitoscogniÉvosvantajosos
do afeto i]osiÉvo.

Tomada de decisão Você prefere escalarosA1-


pes ou asristir à apresentação de um pequ€no grupo
de bfflarinos em Paris? Estados einodonaís antecii]a-
dos são uma fonte importante de Ínfomações que
orientamatomadadedecisão(vejaocpítulo8).Dian-
FaG-ÜRA flo.3 pessoas de cuituras diferéntes concordam ampiament! sobre o
sígnificado de diferentes expres5ões faciais- Esses dados indicam que o recànhea.mento de
tedesituaçõescomi)Iexas,mulffacetadas,asemoções
expressões faciais pode ser univer5al e, porianto, ter uma base biológica. qui o homem está servem como guias heurfficos, fomecendo /gedbflck
expressando (a) felia.dade, (b) tn.steza, (c) Ía.wa e (d) nojo. para tomamos decísões rapidamente (Slovic et al., no
prelo). Além disso, a emoção parece ter un efeito di-
reto que não depende de processos cognítivos. Por

(Schwarz e Cloie, 983}.Porexemplo,ospesquisadorespediramapessoaspaiaavaliaremsuasatis-


fação global com ::!8:31: um questão qu€ envolve consideiar ima vida Ínteria de sítiiações, expec-
tativas,objetivospesso*erealizações,alémdeinúmerosoutrosfatoreó.SdwaizeCloreobs€Tvam
que as pessoas.não dos esses elementos i)ara diegar a uma resposta, nas i]arecem
depender do seu es{ dehu]norAspessoasqueapresentamhumorposiÉEroavaliansua
;Ota|bcaoT=tet:
vídacornosaüsíatóri4jnquantoaqudascomhiimornegadvofazeinavaHaçõespiores.Aavdiação
que as i]essoas fazem d ç.Peças de teati-o, i)a]estras, pofficos e até de .i]essoas desconhecidas é iiiflu-
enciãdaporseuhumoç que,porsuavez,éinfluenciadopdodiadasemana,condiçõesmeteorolóri-
cas, saúde, e assim pordiante. 0 que é interessante, se.as pessoas são copsdenüzadas da fonte de
seu hmor (dama-se Su
[aatenção,porexemplo,paraofatodequeseubomhumorpodesercausado
CIÊNCIA PSICOLÓGICA

As emoções capturam a atenção Se as emoções são restmente adaptativas, então as


pessoas devériam ser especialmente Sensíveis às infomações emocíonais. Na verdade, pesquisas
uti]izandoumaversãoemodonaldatarefadeStroopmostramqueosprocessoscognitivosapresen-
tam um viés para estimulos €mocionais Williams et al., 1996). Nesses estudos, os partidpantes
devem nomear a cor da tinta em que uma pa]avra está impressa, o que é difi'dl i)orque requer que
ignoremos um desej-o habitual de dizer a palavia em si. Tipícamente, pala:vras que são emodonal-
mente excitantes (como. i}erigo") são maÉ difi'ceis de ignorar do que palavras neutras (como lá-
pis"), o que sugere que existe um viés emocional para codificar çüiulos afetivos.

As emoções ajudam a memória As pessoas têm melhor memória para eventos ou estiinu-
los que produzem emoção. Pense em sua infância. Que memórias vêm à mente mais rapidamerite?
As pesquisas descobriram que as memórias pessoais mais claras e importantes costumam ser as
altamente emocionais. \Além disso, consideráveis pesquisas mostram que uma excitação aumentada
melhora a memóría ni}ina variedade de tarefas, em várias epédes animaís. Por exemplo, criar es-
tresseouadministrar`'d`rógasqueproduzemexcitaçãoemratosleuàfomaçãodemelhoresmemó-
rias (confome descri'tvó'.-ho Capítulo 6).
0 vi'nculo entre ériodonalidade e memória foi diretamente testado em um eperimento que
utilizou o procedimento de Z€nibmr/sab€r, em que os sujeitos são questionados sobre o reconhed-
mento de um item de um experimento anterior. Os sujeitos devein dizer se sentem qiie o item é
fàriliar, o que é um julgamento de sflber, ou se sua recordação do ítem é acompanhada por um
detalhesensorial,semânticoouemocional,oqueéumjulgaméntodeléíribrm.Esseestudodescobriu
quefotografiasaltamentenegativastendiammaísaseridentificadascomoitensde"1embrapdoque
as fotos neutras ou positivas (Ochsner, 2000).

Âs em®ções f®Fta!e€em ®s re!a€i®namenÉ®s inÉerpessoais

Na maior par[e do sécu]o passado, os psicólogos pres[aram pouca atenção às emoções inter-
pessoais. Culpa, vergonha e sentimentos semelhantes eram associados ao pensamento ffeudiano
e, Ên[ão, não estudados pela ciêncía psicológica dominante. Mas [eorias recentes reconsideraram
as emoções interi)essoajs com base na necessidade evolutiva dos humanos de pertencer a grupos
sociais. Dado que a sobrevivência era mais fácfl para os que vivíam em grupo, os que eram expul-
sos tinham menor probabilidade de sobreviver e transmjtír seus genes. Segundo essa vísão, as
i]essoas eram rejeitadas principalmente por drenarem recursos do grupo ou ameaçarem a sua
estabilidade. Assim, os que tentavam enganar os outros, roubar parceiros sexuais ou levar vanta-
gem eram rejeitados. De acordo com isso, as i]essoas ficavam ansiosas quando apresentavam
comportamentos que poderiam fazer com que fossem expülsas do gnipo. A ansiedade, então,
serve como um alarme que motiva as pessoas a se comportarem segundo as regras do grupo
(Baumeister e Tice, 1990). Essa nova abordagem vê as emoções intepessoais como mecanismos
evoluídos que facilíüm a interação interpessoal, ajudando, por exemplo, a amenizar e reparar
transgressões interpessoais.

A culpa fortalece laços sociais A culpa é um estado emocional negatívo associado à ansie-
dade, teiisão e agitação. A experiência de culpa, induíndo sua iniciação, manutenção e evitaÉo,
raramente Íàz sentido fora do contexto da hteraÉo interpessoa]. Por exemplo, a experíêna.a de
culpa protoü'pica ocorre quando alguém sente responsabilidade pelo estado afetivo negativo de ou-
trapessoa.Assim,quandoaspessoasacreditamquealgoquefizeramcausoudanosaalguém,direta
ouindiretamente,elaseiperienciamansiedade,tensãoeremorso,oquepodeserchamadodeculpa.
A culpa, ocasionalmente, pode sugir mesmo quando os indívíduos não se sentem pessoalmente
responsáveis pela sí"a¢o negativa de alguém (como a culpa do sobrevivente).
Um recente modelo teórico de culpa apresenta os seus benefi'dos em relacionamentos htimõs.
Roy Baimeker e colaboradores (1994) afimam que a culpa protege e-fortalece relacionamentos
Ínterpessoais por meio de três mecanismos.-Prim-eiro, os sentimento§ de culpa ímpedem que as
pessoas fàçam cóisas que pr€j.udicariam seus relacionamentos, coino enganar os parceiros, ao mes-
motempoemqueestimulamcomportamentosquefor[alecemrelacioiiainentos,comotelefonarpaia
a mãe aos domingos. Segundo, as manifestações de culpa demonstram que as pessoas se importam
com os parceiros, confimando assim laços sociaís.. Terceiro, a culpa é uma tática de influênda que
GAZZANIGA e

I ___ _

t:iivÉTP:vÍszefÊàr::mqí:i:íÉ:¥
é a Ínfluênda predominante sobre as emoções morais, como a
_ _ _ _£
o carinho parental está assodado à maior culpa nas crianças,
s:g:%d:eq::àmmtimdednit:àd="±¥ugnedmo=a:àl,aã:sne=:Fvteoàs:ti::;:á¥d:-df:Fn,ÍoerimopTti:aa:

subseqüentemente ep ériendam senhentos de culpa quando transgridem contra os outros.

Embaraço e rubor 0 einbaraço é uin estado que ocorre nanirahente, tem base ecológíca e
s eventos sociais coino violação de nomas culturais, i)erda da i]ose fisica,
1996). Algumas teorias do embaraço sugerem que ele reti-

iijtg::n:Ííffiíiiít:ef:omfÉ

§§pÍ;:;:j¥Ê:í§Í:ííjpíeoÊdãíarqÉ¥íhe;duí::ÉjFjdíí¥ÍÍ;g:cÍ:ÍÍ¥Í:ÍjG§jffÉ;
Mark Twain diss e!:e|ftsa7V2ezà"=h.Oum.e=Í:rí:c.,a¥sdp:uáüpàaemab:¥dhoíio:dae::rit:â:ria';
Darwin, em seu lívro

"Têr::aõ.e::,osn::¥g|-=:s¥cdm:::::::gmeFuoea.o=bso:::.c::i:earnaí::se;e#stsgapa:âiààobqrue:

isr:H:a:::oS:Ímvie::s:É::i=ÍÉee:u::2Co¥;:Ceoemü¥üffin:uoeu::eos;oe:gã:,C:bá:eur:s=iamet#m:::

Íuá:(:o::Teffss;ià:ni:a:áDd:ãjmÉí=Íi?:íú:Ío:Tv:#Êcp:;s:a::effffl:é:Íepggns;::#eean:
reladonainentodelon!oprazoporquemantémospaiceriosjuntosaoindtarpaíxãoecompromeü-

:àí::;Íͧ¥#*;oe*g¥:Ígíí:Í;ãíd;eç¥:§í§;§e;t*:ͧ;;;:§ní::;

examinado com mais detalhes no Capímo 14.


CIÊNCLA` PSICOLÓGICA

G©mffl© ÂS PESS©ÃS ExPEREEÉM€EÂEtil ÂS


EEffl©Ç©ESP
As emoções são diEi'ceís de definir porque desafian a línguagem. hagine tentar descrever o
conceitodeemoçãoparaunalieni'genadeoutroplaneta.0quevocêdrià?Vocêpoderiedizerque
as emoções nos fazem "senff', mas o aüeni'gena não comi)reende a palavra "senff'. Você poderia
demonstrar os comportriientos que acompanham certas , emoções, como soHÉ ffanzir a testa ou
úorar,masoalienígenanãocompreendecomoaáguabrotandgdosoHiosestáassociadaaissoque
chamamos.de "emoções". No finaL seria.como tentar descrever as coFes paia um cego.
Ospsicólogosgeralmenteconcordamqueasemoçõesconsistememtrês.componeHtes.Eristeo
estadodesentimentoqueacompanhaasenoções-aüpgri.êíirisuLjeÉyaàqualpsicólogoseleigos
se referem quqndo i)erguntam "0 qtie você está senündo?". Os psicólogos também constdeiam as
)nüdmfflsjÉi.cff,comoamen[oembaümentoscardíacos,temperamradapdeouaüvaÉocerebral,

:::oolvpe=:nitíg:+É:i;inqàcg:;s=e:s=ffofo:.rFFo:e::eerieol:o:epso::nàçc:m:?:¢sçí:eciffil-?ff,
',:._,,

EXÉsüe um G®mp©menÊe suabj©'üiv®

As emoções são /€rio7rigriológi.cas, o que significa que são subjetivamente experiendadas. Você
sabequandoes[áexperienciandoimaemoçãoporqueasen[€.Aintensidadedasreaçõesemodonais
varia; algumas pessoas relatam muitas emoções disüntas todos os dias,. enquanto oms relatam
apemsreaçõesemocionaisrarasedepoucaintensidade.Asi)essoasquesãosuperoumbemoÉvas
tendemaapresentarprobleinasi)sicológicos.Entreasprimeirasestãoaspessoascombimsto"do
hí7iorcomodepressãograveouataquesdepânico.Aspessoascomtranstomosdehumoreperim-
cíam emoções tão fortes que chegam a ficar imobilizadas.
No outro extremo, estão aqueles que soffem de aleritinia, um transtomo em que a pessoa
não eperiencia o componente sut>jeüvo das emoções. El]iot, citado iio Ínícío deste capítulo, sofiía
dealexí{Ímia.Aeplicaçãoparaotranstomoéqueasmensagensfisíológiçasassociadasàseinoções
não aüngein os centios cerebrais que interpretam a emoção. Lesões em certas `regiões cerebrais,
especiahente no córtex pré-fiontaL estão associadas à perda do componente subjeÉvo do himoL

Auto-relatos A maneira mais direta de estudar as emoções é símplesmente perguntar às pesso~


as como elas se sentem. Os c{enüstas psicológicos utilizam auto-relatos de d~aço e de estfláo, em que
as pessoas devem relatar como se sentem €m geraz ou como se sentem Íiestg momeíifo, repecÉva-
mente. Os questionários são o método mais popular de auto-relato porque não iequerem nenhum
treinamento ou habilidade epecial e p.odem ser apücados rapidamente a muitas pessoas de cada
vez. As entrevístas são outra foma de auto-relato. As entrevistas gera]mente são realizadas em
ainbimtes clíricos porque estes permítem ima análise mais profimda do estado einocional da i]es~
soa.Elassãomaisúteisquandoaamostratotalaseravaüadaéi)equenaequandoosidatosemod-
onaissãoobtidosparaumpropósitoespecífico(comoavaliarapossibfiidadedesuicídio).

Distinguindo..tipos diferentes de emoção Quantas enoções podemo§ senff e como


elas se relacionam umas com as outras? Muitos [eóricos da emoção disÉnguem entre emoçõEs pri-
máriasesecundárias,imaabordagemconceitualmenteseme]hanteavffacorconoconsísÉndoem
matizesprímáriciseáecmdários.AsemoçõesprimáriastiásicassãoevoluúvamenteadaptaÉvas,
coinpartilhadas por todas as culturas e associadas a estados bíológicos e firicos específicos. Elas
incluem raíva, medo, ü:isteza, nojo e feücidade, assim como possivehénte suri)resa e desprezo. As
emoçõessectridáriassãoumaHristuradeemoçõesprimáriaseriduemremorso,culpa,submis-
são e antecÉação.
Uma abordagem ao entendímento da experiência da emoção é o moddoL cir`ctimplexo, en
que dok fatores .básicos de emoção çstão arranjados em um:úculo ao redor. das inter5ecções das.
dimensões nudeares do afeto @üssen, 1980)..Janes Russell e Lisa Féldman Barrett (1990) desen-
volverammriodeloquepiopõequeas.emoçõespodemsermapeàdasdeacorqocom.suava[êm-a,
ougmudequahdadeagradávdoudesagradável,esuáaft.y`qção,queé.onívd.de.çíciçaçãooumobi-.
Hzaçãodeenergiaffigura10.4).Assim,"exdtado"éuméstadoáfeÉvoqueÍhduii)razer.e.eHcita¢o,
enquanto"deprimido"desc[eveunestadodebaixaexdtação(a"sd)eafetonegativo.Temhavido
GAZZANIGA e HEATHERTON

certo debate sobre os nomes das dimen-


sões, mas os modelos circumplexos têm-
se mostrado úteis, fomecendo uma ta~
xohomia básica dos estados de humoL
0s cientistas psicológicos David
Watson,LeeAmaClarkeAiikeTéllegen
fizeramuinadistriÉoentreatiJaçãopo-
sítíyfl (afeto agradável} e riiapão Ti€ga-
riJfl(afe[odesagíadável),oquepodeser
mapeado em um dcumplexo. Eles tam-
bém proi]õem que o afeto negaÉvo e o
posiüvosãoindependentes,demodoque
as pessoas podem senü-Ios simultanea-
mente. Por exemplo, as i]essoas às vezes
sent:em prazer com a derrocada a]heia.
QuandoissoocorrÊ,elaspodemapresen-
tar "sentimentos mistos", como fücida-
de (um afeto positívo) combímda com
culpa (um afeto negati-vo). Evidências
neuoquímicas sugerem que os estados
de ativação posiÉva estão associados a
um aumento de dopamina e que os esta-
dos de aÉvação negativa estão associa-
dos a um aumento de noradmalina, o

FEffiuRÂ 10.4 . 0 modelo de emoção cle Jame5 Ru5sell e Lisa Feldmanl A figura de5creve um mapa queapóiaaprobabilidadedequeosafe~
tosi]ositivosenegaÉvossãoindependen-
a.rcumplexo da estrutura das emoçõe5.
tes. Além disso, Watson e colaboradores
argumentam que a disünção entre ati-
vação positiva e negaÉva é adaptativa.

;:o:pãi¥a:e,:::h=±ior;eeoxn:gf:e:c:osà6P:=:o:So¥dü:Vp:1a#:(.n::ff:S:or:¥,aa:oãg;r;fEtaegqou=tao:omT::

Existe um c® p®m©nüe ffFSE®lógi©©

Um erro desasti fazcomqueamai-oriadaspessoasfiqueeinbaraçadaefaz.hbirumondade


sangue ao rosto, que ceasfaces.Naverdadç,asemoçõesestãoassocíadasam-dançasf&cas.Mas

ÍeiííffliíÉmã|leoií:jie::eiiíii:ff:;p;:s:Íigiídí¥Íisii¥nfosíãif
l_.i__ \__ _ _
díshtos que se tiaduz diretamente.mmaemoÉoepecífica.MaisouinenosmmesmSoca,uma
teoria semelhante foí i)osta independentemente i)or um psicólogo dinamarquês chamado Carl
Lange. Assim, a Ídéia que a emo¢o sentida é o resultado de perceber i]adiões epecíficos de
iepostas cori)oraís d a-se a teoria da emoção de James-I,ange.
Uma implícação teoria de James-Lange é que, se você molda os músculos fàci-aís i)ara
Ímitar um estado emo¢Íonal, você atíva.a emoção assocíada.. De acordo com a hipótese-do
J£friãncciafâ:ie:o;:::!:sn:op:rcosnfl:=:oJ¥Le=dl:e6s:àuasff=Írde:isaõ:àf:g;fa::a=ffacd.eiTu:

:¥reiiitíc;:ÍífÉ¥Ítu:s:Ésííiiíí:eídgaíí8,:0Í,::Íe::pijítsi:oIÍ:tndí,:ç|::Í
•+. ,gi, - |.ru`=7S+V"`st.

CIÊNCIA PSICOLÓGICA

fisiológicas registradas durante a dramatízação dos


atores foram, de fato, diferentes para várias emoções.
0rimocardíacopoucomudavacomsurpresa,àleria
e nojo, mas aumentava com angústia, medo e raíva. A
raiva também estava associada a uma temperatura de
pele mais elevada, enquanto as outi.as emoções resul-
tavam em pouca mudança na temperatura da pele.
Assim, esses resultados apóiam a teoria de James de
quepadrõesespecíficosdemudançasfisícassãoabase
dos estados emodonais. Entretanto, evidêncías subse-
qüentes sugerem que não -exis[e suficiente especifici-
dade de reações emocionais paia explicar in[eriamen-
te a experiêncía subjetiva das emoções.
A teoria contra=intuitiva de James-Lange logo
atraíu cn'ticas. Em 1927, Wàlter Cannon, da Uníversi-
dade de Harvard O'igura 10.6), observou que, embora
os humanos sejam rápidos em eperienciar emoções, o
corpo é muito mais lento, levando pelo menos um sé- FIGURA qo.5 A alteração da expre5são facial pode levar a mudanças na experiência

gundo ou dois para responde[ Cannon também obser- subjetiva das emoções. É mais provável que a pessoa à esquer-da (lápis na boca) relate se

vou que muitas emoções produzem respostas vÍscerais sentir feliz do que a pessoa à direita (lápis sobre o lábio).

semelhantes, o que toma difid para as pessoas deter-


rinaremrapidamentequa]emoüoestãoexperiencian-
do. Por exemplo, raiva, exdtação e interesse sexual produzem mudanças semelhantes
no ritmo cardíaco e na pressão sangüínea. Cannon, juntamente com Philip Bard, pro-
pôs, pelo contrário, que a mente e o corpo operam independentemente quaiido experi-
endamos emoções. I)e acordo com a teoria de Cannon-Bard, a infomação de um
esti'mulo produtor de emoção é processada em estruturas subcorticais, provocando a
experiência de duas coisas sepaiadas aproximadamente ao mesmo tempo: uma emo-
ção e uma reação ffiíca. Se nos deparamos com um urso feroz, simultaneainente senti-
mosmedo,começamosasuaEsentimosocoraçãobaterforteesaímoscorrendo(Figura
10,7). Tudo isso acontece junto. Como veremos mais adiante, evidências recentes da
pesquisa sobre o cérebro confimam a idéia de que exístem vias separadas para o pro-
cessamento da infomação emodonal. Sendo assim, de modo geral há mais apoio para
a teoria de Camon-Bard do que para a teoria de James-Lange.

Existe um G®niLr±`;?r!,¥m`£e €®gnitivo


` `, ' Waltercannon, um fisiologísta de
staniey schachter (Figiira io.8) desenvolveu a hipótese de que as emoções são a -riárvard, formuiou a idéia reguiadora da homeostase, o
interação de excitação fisiolórica e avaliações cogiiitivas. Sua teoria de dois fatores papei do corpo na emoção e a resposta autonômica de
da emoção propunha que toda situação evoca tanto uma resposta fisiolórica, tal como fuga-ou-iuta.
excítação, quan[o uma interpretação cognitiva, ou ro'tulo de €moçõo. Quando as pessoas
experienciamexcitação,elaspassamabuscarsuaftinte.Emboraabuscadeumaexpli-
cação cognitiva seja geralmentg rápida e direta, confome elas reconhecem qual evento levou ao seu
estado emocional, às vezes as pessoas estão erradas em suas condusões.
Schachter e seu a]uno Jerome Singer (1962) criaram um engenhoso experimento paia testar a
teoriadedoisfàtores.Primeiro,osparticipantesrecebiamumainjeçãooudeuinestimulanteoudeum
placebo; 0 estimulante era admalina, que produz sintomas como palmas das mãos suadas, rimo
cardíaco aumentado e calafiíos. Eles eram então informados de que a droga recebida fária com que se
sentissem excitados ou não recebíam nenhuma infomação. Finalmente,-o participante era .deixado
esi)erandocomumcúmpücedoeperhentado[Nacóndiçãoeufórica,-osparticipanteseramexpostos
aumcúmplicequebrincavammuinbambolêefázíaaviõesdepapel.Nacondiçãoraivosa,-eleseram
ezpostosaumcúmpüce-quelhesÍàziaperguntaspessoakmuitohtimas,-como"Comquantoshomens
(foraoseupai)asuamãetÊverdaçõesextiaconjugais?-".Üomandoaperguntaaindamaisinsultante,
havia três escolhas: (a) quatm ou-menos, 0) de cinco a nove ou (c) mais de dez!) Observe que os
participantes que receberam adrenalina, mas forain íníbrmados do que deveriam esperar, tinham uma
fácfl expücação para a sua exdtaÉo. Entretanto, os que receberam adremlina, mas não receberam
Teoria de
Cannon-Bard

Teoria de
• dois fatores de
Schachter-Singer

FBGÜRA flo.7 As três maiores teon.as da emoção diferem Íião apen!as na ênfàse relatia na fi5iologia e cognição, màs {ambém em termos de quando é
determinado o estado emoa.onal.

Ínfomações ficavam éxdtados, mas não sabiam por quê. Assrin, eles procuravam no ambiente uma

r:mI:c:ç:ãi::s:j:d:e#É:r:aE.Íc:oii¥:::n:::;ff::oc;:o:cfspnh:c:?:::;is.rí:a:aom:;::_

vÍ::fnííoiíe:d|Íídí4stÊÍíf:Í:i:s¥fliijíj:Í:::Íaiío6;iáfv¥iíiíqíu:Ííi

estreitapontesusp€risaícomimcorrimãobaíxo,quesebalançavaoitometrosadmadeumacorrenteza

H
aÊNaA pslcoLÓGlcA . 325

velozdieíadecachoerisepedras(vejaaHgm10.10);aoutraeraumapontemodemae
robusta logo adma do rio. Um bda assistente de i)esquisa se aproxímava do homem e o
enúevistavanomçiodaponte.Elameda.vaseunúmerodetelefone.eseoferedaParame
epücarosresultadosdo.estiidoemumencontioposterioLDeacordocomateoriada.emo-
ção dos dois fitores, a i]onte assüstadora i]rodüziria +ma excitaÉo (ffotüQD que possível-
menteseriaerroneainente.aHíbui'daàenffeiristadora.NaverdadçfoiíssooqueaconíecetL
poisoshomensqueconversaiamcomaentre\ristadoranaponteassüstadoraq?resentaram
maisocomportamentodeteleftnarparaelaeconvídá-lapaiaimencontro.
Uma forma semelhante de atnbuição errônea é a transferência de exdtação
(ciroitsa[D,duanteaqualumaexdtaçãofisíológicaresidualcausadapormeventoé
traiisférida paia um novo estímúo. No pen`odo posterior a exerci'dos, i]or exemplo,
existe um lento retomo a uma Iínha base, durante o qual a i)essoa conüua com uina

FEGURA flo.8 Stanley 5chachter enfatizou o papel


das crenças cognitivas na expen.ência da emoção.
iÊtijã:fv:uÍo:::;ÍÉFiíbãiff¥:ooe:ã:Í.::i;S::e;Édí|Íín:lí.ioii:fflãpíjoíri
tante.Tàlvezsejamari^'hdjcadolevar.o/anamorado/aaumfilmequeprwoqueexdta-
ção, talvez um filme .de a]nor bem romântico ou uma avemm com muita ação. Sempre existe a
possil)ilidade de que a excita¢o resídual seja erroneamente aHíbu'da a você.

As emoções 5ão afetadas por uma estruturação cognitíva As moções não aconte-
cçm em uin vácuo; elas são i)ar[e de um sistema psicolórico que inclü outias emoções, cognições e
comi)ortamentos.Aestruturaçãocog-
nitiva, ou a maneíra pela qual pensa-
mos sobre um evento, i)ode contnl)uir
i]araaintensidadedeumarepostaemo-
ciond, além de influenciar o rótulo que
colocaremoénela.CraigSirithePhoebe
`' Ellsworffl (1985) conclúam que os es-

tadosemocionaisvariampelomenosem
seis dimensões: {a) desejabffidade do
resultado, 0) ni'vd de esforço afltecipa-
do em uma dada situação, (c) certeza
do resultado, (d) atenção dedicada à sí-
tuação, (e) contiole pessod sobre a si-
tuação, e (f) controle atnbu'do a forças
extemas. Como exemplo, se o temado
de sua casa for amcado dtirante uina
tempestade e você aribuir a situação a
forçasextemas,provavehentesesenti-
rá tiste. No entanto, se você vri o resul-
tado como tendo estado sob o seu con-
trole pessoal, porque você não trocou o
quesabiaserimtemadodeffituoso,vai
sentir culpa e raíva.

Pensamento contrafactual As
pessoas-dedicam anos de suas üdas a
competir 'nas Olimpíadas, e cada aüeta
olímpico soúa em ganhar..tma meda-
1ha de ouro. Não surpreende que.aqué-
les que ganha]n.medalhas de ouro fi-
queri imensamente fefizes. Mas quem
você adia que seria o prórimo mais fe-
•FEGURA fl®.9 0s resultados do exper.Ímento de Schachter e Singer para testar sua {eon.a da emoção
1iz,oquegai]houanedaHiadeprataou
de bronze? Tdvez suipreendentemente, mo5baram qué a. experiêna.a subJeti\n de emoção era uma combinação da situação em que a pessoá estava,
os gaiihadofes das medalhas de bronze aa exdtação fisiológica da pflula esü.mulante. e de eles saberem ou não do5 supostos efeitos da pflula.
GAZZANIGA e HEATHERTON

parecem mais felizes do que os ganhadores da meda-


lha de prata (Medvec et al., 1995). A diferença nas
respostas emocionais dos medalhistas pode ser expli-
éadapelop€rH;ÜmgmócomqíhGnmz,queéoatodeima-

ginar um possível resultado altemativo que não acon-


teceu. Por exemplo, perguntar: "Como seriam os
Estados Unidos se o presidente Kennedy não tivesse
sido assassinado?" é contrafàctual, pois baseia-se na
mposição de acoiitecer alguma coisa que não aconte-
ceu. Para os medalhistas de broiize, o resultado alter-
nativo mais saliente é não ganhar nenhuma medalha,
de modo que, comparando riso com a sua situação,
eles ficam muito felizes. Em contras[e, os medamstas
de prata estão concentrados no ter perdido a medalha
de ouro, não em ter vencido o .ganhador da medalha
de bronze. Em geral, as pessoas utilizam o pensamen-
toconmfactualparaeplicarasemoçõesnegativasque
resulüm quando as coisas não acontecem favoravel-
mente.

Os homens que atravessaram uma ponte estíeita e assustadora (como


a Ponte Capilano) revelaram-se mais atraído5 pela experimentadora atraente do que os que As pess®as i'.ç.`;%.]iaffi ® seu
atravessaram uma ponte estável. hum®r
Há diversos processos de regulação emocional
que nós utilizamos inúmeras vezes por dia. Os processos de autocontrole, como um todo, permi-
tem que os indivíduos se ajustem melhor ao seu ambiente. James Gross (1999) organizou as
_`rí,;,,`,-j;-'9£}Íl£Ü.??"`¢#S
ç`j.¥ 83 estratégias da regula¢ão da emoção em dnco categorias. As quatro primeiras, rotuladas como
a±±=iLpá-=r=jrri`n2.iHrb.r=r.=L`+r:..=ít=r:¥=F,].-.~:``i=..=
seleçãoda.situação,mbdiftca.çãodasituação,distribuiçãodaatençãoemudançacognitiva,s~aométo-
Como as pessoas controlam ou dos que focalizam antÊcedentes, que ocorrem antes de um evento provocador de emoção. A úlü-
i modificah suas emoções? ma, a modu!flção dfl rssposfa, ocorre depois que a reação foi íniciada. A pesquisa de Gross mostra
'±.T:ií;|X+LT¥..-L'Z=2.'£=THEfi_?E¥Lri-L_i.`-=TE=±
que a efetividade de ¢ada método depende das demandas situacionais e dos traços de personali-
dade do indivi'duo.
A sel€Çõo da sítuação envolve saber os tipos de pessoa, Iocal e objeto que alteram o seu estado
emocionaleescolherséaproximardelesouevitá-los.Imaginequevocêquerterumanoítetranqüila
comseu/suanamoradó/a.Vocêpoderiaescolherumrestauranteemquejáteveboaseperiênciasde
jantar. A mod%cação dd símflção se refere a esforços ativos para alterar uma situação, em uma [enta-
tiva de modificar seu§ efeitos emocionais. Utilizando o mesmo exemplo, se você quiser ter uma
refeição tranqüila, ma§ não conseguir nem conversar por causa de uma banilhenta mesa de nove
pessoas ao lado, você poderia pedir para ser transferido para outra mesa. 0 iiso da dístribuíção dfl
fl[€Íição pemite às pessoas isolar certos aspectos da situação e manejar seu estado emocional. As
pessoas que têm medo de voar podem se distrair da ansiedade assisÉndo ao filme que é exibido no
avião. A modificação cogni.riva é um método de r€gulação do hümor que é útil quando nenhum dos
outros processos é aplicável, pois envolve reconsmrir a situação de maneiras altemativas. Por exem-
plo,seorestauranteforumdesastre,vocêpoderiaescolherreestmturarasituaçãocomoengraçada.
A modu]ação da reposfü se refere a controlar dire[amente as respostas emocionais depoís de inicia-
das.Vocêi)odetentaraumeiitarasuafelicidadeediminuirseudesapontamentoseanoíteromândca
não. acon[ecer confome o planejado.

Humor 0 humor é um método simples e efetivo de regular emoções negatívas, um mé!odo que
apresenta numerosos benefícios mentais e fisicos. Da foma mais óbvia, o huinor aumenta o afeto
posi.tivo. Quando encontramos algo engiaçado, sorrimos, rimos e ficamos num estado de excitação
prazerosa, relaxada. As pesquisas mostram que o riso estimula secreções endócrinas, o sistema imu-
ne e a liberação de homônios, catecolaminas e endorfinas. Quando as pessoas riem, elas experien-
ciam aumento de circulação, pressão sangüínea, temperatura da pele e batimentos cardíacos, junta-
mentecomumareduçãonapercepçãodador.Todasessasrespostassãosemelhantesàsqueresultam
do exercício fi'sico e são consideradas benéficas para á saúde no curto e no longo prazo.
#fiEaEÍçE5#pi#T#]<!€b"í+„k.|"y

aÊNciA psicoLÓGICA 327

As pessoas às vezes riem em situações que não i)arecem engraça.das, t.áis como velórios ou
enterros. De acordo com uma teoria, rir nessas situações ajuda as ijessoas a se distanciarem de suas
emoções negativas e fortalece suas conexões htepessoais co.m ouris .pessoas. Dader.Keltner e
GeorgeBonamo(1997)entrevistaram40pessoasquehaviamperdidóó-cônjugerecen[emente.Elas
descot]riram que o riso genúo dtmte a entrevista estava associado à saúde mental bosíÉva e a
menos sentimentos negaüvos, como o i]esai

Supres5ão e ruminação As pessoas cometem dois erros.comms quàndo tentain regular §eu
humor0i]rimeiroéasp7iffsõódop€ÍLsmenfo,emquetentamnãóreponderousentiraemoção..
Pesquisas de Daniel Wegner e colegas demonstiaram que suprimir qüalquer pensamento é exffema-
mente difi'cfl e geralmente leva ao e/eífo rebo£g, em que a pessoa pensa riaÉ sobre algima coisa
depoís da supressão do que antes. Assim, i]or exemplo, os que estão tentando não pensar sobre im
ursobrancoacabam.pbcecaáosporpensamentossobreursosbrancos(Wegneretal.,1990).Ariimi-
nação,osegundoç:iE,g,envolvepensarsobre,daborarefoc'alízarosp€nsamentosouserien[os
indese].ados,oquepíélongaohumoiAlémdisso,aiuminaçãoímpedeestratégíasbem-sutedidasde
regulação do humoi;-:.tais como se concentrar na solução do problema ou na distração üyul)omírsky
eNolen-Hoeksema,.l.995)-
A distração é .a..mélhor maneria de evitar os i)roblemas de supressão ou niminaÃo, pois ela
absorve a atenção e. ajuda temporariamente a pessoa a paiar de pensar sobre seus problemas. Ma5
algumas distrações saem p€la culatra, tais como pensar em outros problemas ou.dedicar-se a com-
por[amentosdesadaptativos.Assistiraumfilmequecaptureaatençãonosajudaaescapardenossos
i)roblemas, mas assísÉr a iim filme que nos lembre da nossa sítüação compHca¢a pode nos levar a
chafudar em angúsÉa mental.

@ÜÂE É A BÂSE E"EÜR©FESE©H©@Beà ©Ã


Effl©çé?
Gomo ficou daro nas três teorias mais impor[antes dÉcuÉdas na seção precedente, o coipo
desemi)enha um papel essendal na eperiênda einocional. As pessoas que soffem lesão na medula
esphal relatam sentir emoções meno.s intensas depois da lesão, o qu€ ocoHe porque as mensagens
têmdificuldadeematinriocérebro+IssodácertoapoioàteoriadeJames-Ifflge.Quantomaísi]er[o
docérebroalesão,maíoraperdadesensaÉoe,conseqüentementçmaiorareduçãonaintensidade
emocíond. Como vimos no Cai]ítulo 3, vários hoiinônios, neuotransmissores e drogas afetam ps
estados de.humor Por exmi)lo, as drogas q.ue aumentam a aÉvídade dos recqtores de serotonina
levam à redução do humor dei]rimido; as drogas que aüvam o5 receptores de dopanrina l€vam a
senümentos de éuforia.
Durante. a revolução biológica da úlÉma década; os i]esqüísadores. descobriram que estados
emocionais específicos estão associados a padrões singulares de ativação cerebraL emboia .muitas
dasmes.mase§tiiiturascerebraisestejamenvolvidasemipúlüplasexperiêndas`emodonais.Porezem-
plo, estudos com PET mostraram que nojo, tisteza e füddade aÉvam o tálamo e. o córtex. ijré-
ffontal. Entretanto, podemos disÉngirir uri afivação diferendal em estruturas circundantes nessas
três emoções: i]or exemplo, a félicidade e.a-tristeza aumçntam a aÉvação iio hipotálamo, enq.uan.to
o nojo não Üjane et al., 1997; Figura 10.11). Da mesma fomã,. examinar. rostos mostrandQ.medo e
nojo pode levar. a padrões diferendais de atividade cerebraL com o medo aüvando a ami'gdala e. o
GAZZANIGA e HEAThERTON

nojo aüvando a ínsula. A Ínsula foi reladonada a reações gustatórias a


sabores e cherios desagradáveís Ohilips et al., 1997). Já compreende-
mos muita cóisa sobie a neurofisiologia da emoção, mas ainda temos
muito a aprendeL Nesta seção, examínaremos algimas questões{have
referentes ao vhculo entre fisioloãa e emoção.

Âs em®ções es.Eã® ass®Giadas à aiEiwidade


auü©Biiômi@,a

As emoções tendem a se sobrei)or em seu padrão de adridade do


sistema nervoso autonôinico (SNA), eml)ora existam algumas diferen-
ças enti.e os estados emodonaís. I'or exemplo, quando uma pessoa fica
excitada, quer devido à raiva, quer devido à atração sexual, o. rosto fica
corado, mas as pupilas se contraem durante a raíva e se dilatam duran-
te a exdtação sexual. Conforme mendonado, os.atores que reüataram
essas emoções epecíficas mostraran padrões diferenciais de batimen-
tos cardíacos e pressão sangühea. Esses achados foram replicados com
os minangkabaus de Sumatra Ocidental (Levenson et al., 1992), apesar
de diferenças dramáücas de cultura, reüãão, estilo de vída e iegras de
embição. Os minangkat)aus mostraram i)adiões de excitação do SNA
semelhantes aos dos atores estadunidenses: batimentos cardi'acos au-
mentam com angúsüa, medo e raíva, a última das quaís também era
acompanhada por temperatura da pele mais alta. Enti-etanto, a sobre-
posição na aüvidade.autonômica enü.e as emoções é tão grande que, na
maioria dos casos, é difi'cil distinguir emoções com base unicamente em
respostas autonômicas (Cacíoppo et al.,1993).
0 fato de a aüvidade do SNA estar assodada aos estados emócio~
riaís é a base da i)oh-grafia. Coiifome discuüdo em "Utilizando a ciência
'Ç .!'::..; `:„-
-.,
psicológica: Detecção de mentiras", a idéia geral é que menür causa
`'/`.:^¥®-'.
J ansiedade,oquepodeserdetectadopormudançasnaativídadedoSNA.
-3-k `à`'-`
Rot)ert Zajonc e colaboradores descreveram outro vínculó enüe os
- .l(.Q',i=. ,cffld@£@:¥TãyJ.g,`
?rj' estados fisiológicos e a €moção. Zajonc lançou a hípotese de que as ex-
==: ````
•'_,,,`á.
)
pressõesficiaÉ,pormeiodamusculaturafaciaLcontrolamofluxo.direci-
r onaldoarparaocérebro,resultandonoaquedmentoouresffiamentodo
.- u+5¥J`.
•:_#ã(',I, J-ã•'o hipotálamo. Isso, por sua vez, afeta a meração de neuromnsmissores
``` .`` .
¥rã, . . : queinfluendamemoções.Seguiidozajonçresffiarocérebroproduzemo-
_6'£„:f í*-_ ,=. /5`.,.Q,•...ffi\
`8`•®'Sf i,.: cÍB
®dB_JD_ ti+c®` ções i)osiüvas, ao i)asso que aquecê-lo produz emoções negaÉvas. Para
testar essa teoria, os particii)an[es pemiüram que fosse soprado ar para
dentro de suas naiinas. Copfimando suas predições, Zajonc descobriu
\ _lâ
queaspessoasrelatavammaísemoçõesnegaÉvasquandooareraquente
e maís emoções posiÉvas quando o ar era ffesco (Zajonc et al.,1989).

L , :%¥gr*ij`£';Ê`*6iããã:ffi:É! . . . - . ..F¥.' .

ç®, • - L- ',a*, T-. Â amígdala e © córüex ®ffbiÊ®#r®.nÊaH esüã©


emv®lwid®s ma em®çã®
FBGURA `fl®.fl q Aumentos significaü.vo5 na ati.vid.ade de algumas
regiões do cérebío ocorrem durante a felia.dade, a tr-lsteza e o nojo. Ob5erve
Em1937,JamesPapezi]ropôsqueaemoçãoémedíadaporvários
sistemas neurais, incluindo o hii]otálamo, o tálamo, o gíro dngtilado e o
que essas emoções produzem padrões dfferentes de atrição cerebraL .
hipocampo. Em 1952, Paul Madean acrescentou a essa lista a am'gda-
la,ocórtexorbitoffontaleporçõesdosgângliosbasais.Elechamoueste
circuito mal~ampHaqod.aemoçãodesÉfmazánbíco.Amalmeptesabepiosquemuitasestrutüras

::r::rff*£fi=q;cpffimneã:opsàs:=j#b:::ÉàMf::=e=Íà:n::lçi:apso:aK-=Pi:,':g:rit:e
__1__ __ 1 -

;:::íuse#=#m€aTài:,TFe:eahriàot:=ieapd=dea=eamÉniaee=dh::flft=±:iaàmvoegda:
ligar diretamen[e áreas cerebraís a fiinções emocionajs específicas (Figura 10.13). Em uma irônica
DETECÇÃO DE MENT[RAS

Como parte do proces5o noFmal de entrevista Í)ara certos ti-pos de maneirasde.engpna'r..note.ste..UmmétodQ.bepi.cQhheçidó.`é


emprego, as pess.oas são solicitadas a.fazer um teste de polígrafo, aumentar a excftação fi5íolõgica nas perguntas{ontrole e tehtàr
conhecjdo informalmente como te5te de detector de mentira. Um relaxar nas pe-rguntas. críticas, dificultándo assim a. de-;`Éobérta d.e.-
po//'grafo é um instrume.nto eletrônico que avalia às respostas uma dfferença fisíológica entre as du.as.`Álgurias.in.aneiras d-e ' .
fisiológicas do corpo a cert:as perguhtas. Ele registra numérosós auriientar a excitaçãó úcluem üórder a !ír)gu.a;`pres5.iona.r a5 .'..
aspectos da excitação, como ritmo da respiração, dos .batiméntos unhas cóntra a palma. da. mão, ou co.ntrair.Ó másüló`d.Ç5.e#'ric{er .
cardíacos e a5sim por díante (Figura.io.i2). o iiso de poiígrafos é por ván-o± 5egundos para aün?entar.a pressãó.sari9ãíneà... Étiidos .
altamente controverso. A maioria dos tribunais não os permite com.universitán-os que foram ensinados a utilizar üsas ±éthiéã5
como evidência, e a maioria das pessoas não sabe bem o que u.m revelaram.que eles evftaram' a detec¢ão bor.clois:P.éiftos.eiT`..'-``-. L.
detector de mentira podé ou não pode fazer. polígrafos50% dasvezes. . . ` .` ..` ..-. :..`...:.....
. 0 objetivo dó polígrafo é deteminar o nível de emo.tivídade
da pessoa quando ç.Qofrontada com .certas pérguntas. Por
:::;:u;s?o:onproàda:rugmum::%:i:;aar;r:ts:p::;:i!i::;:?br:;Íi:¥::.::t#p5,:,te
Íet;eT::,gâ:pdce::sT:,:n::r:eoesj.!é:w::¥;a:n:::d:::g:::od:oádâj:i:p:#d5e:r
profi5sional. Os p5icóíógos sabem, há muito tempo, qtje hen.{ir é ;R:ân:-ÍÍ:,::ce2o:b:rir,:,::qrí:mo:í:sÍ!;:g,:±:;s::d:a::Íp::io::'::f:rp#f:gT`_elTt-e
estressante. Assim, a çxc.H:ação autonõmica deveria ser maior respostas mentirosas.estavam associad.as à-ativação..aum.Íptàdà`.:dé
quanto a pessoa est.á mentindo do que quando está dizendc) a regiões específicas d.os lobos frontai5,incluínç!o o cingulado .-
verdade. Correspond-entemente, re5postas emociona-u; intensas a anterior (Langleban et al., 2002).. Entretàntõ, ã tarefa de fraudé :;
respostas incríminadoras supostamente indicam. que a peisoa e5tá de55e estudo era reiatiúamente triviai,.e. os sujeítos riáó. r.eiat.á'rárn .
menü.ndo. sentiheÀtos dé ansiedade em relaçãp a mentir...Ainda.`.p.Fecj`5a.:5.ér. .
Nã.o existe nenhuma medida absolirta de exdtàção
aul:onõmica que indique a presença ou ausência de menti-ra, . sdi:tâíe:::::esree:`sestees:.Te:::iiansdii::bTtoF:ausdgee-gmei:.udí:::t¥éa.t.atr`e-fa`
______=___J__' .,,.-... ;..: .' .
porque o nível de exc-rtação autonômica de cada pessoa é . experimental.
diferente. Assim, os polígrafos empregam uma técnica de
pergunta+ontrole para aNalTar a
excitaçãc) .fisiológica. 0 examinador
faz diversas. perguntas, algumas das
quais são relevantes para a .
informação cr'ri.Íca e algumas qye não
são. Exemplos de pergunta{ontrole
Ritmo
são ''Qual.é o endereço da súa ca5a?"
cardíaco
e ':Você já esteve na cade.ia?". Aé
`W\\iw\,rvJ,ÜÃj;'''V3.'\Ãr#§.,üftiYnÀ{qÃdqí¥Íljfr\``!Síb\àÀjj}yÀ`,\À`i„W
perguntas{ontrole geralmente são
aquelas.que provavelmente não
provocarão respostas eínocicma-B
intensa.s. Pergiintas críticas são
aquelas de interesse específico para
os investigadores. A diferença de
respc)sta fi5íológica entre perguntai
controle e pergunta5 cr'ftj.cas é a
medida .utilizada para determihar se
a pessoa está mentindo.
Qual é o índice de sucessç do5
polígrafo5? Dois pesquisadores
e5colheram 50 investigaçõe5 cn-minais
em que foi adminístrado o polígrafo
a dois 5uspeitos, e depois iim ddes ..
confessou o crime (Kleinmuntz e
Szucko,1984). Quando compararam
o5 resultados do poíígrafo com a
verdadeira culpa ou ínotêncja .dos
sUspeitos, ós pesquJsadorc¥
descobriram que o polígrafo
identificou corretamente 76% das
veze5, raas também aéusoü Pergunta relevante
érroneamente. 37% das vezes. ` -......,- ` -, `,~`

Pórtàrit.o, ele éstá longe de jer .


Ínfa.líúel.
•o {esté não apenas É.ode ácusar FE@Q9m fl®.ffl2 ` 0 polígràfo mede si.stemas autonõmico's como respiíaça-o,` condutãncia da pele
suor e bàt-imenio;. `ca`rdíatós.. Difé.ren€a5 em Íeaçõe5 autonõmicas a.. respostas .aíd.¢a~s,..`c,omparadi5
faisamente á pessoa de mentir, cohi.o
pode ser.totalmente inúti[ É]a.ra perguhta5{ontroíe; in'dicàú exdtaça-o, quej por sua v?z, pode ih.dicar. néívosi.smo por. éstar üçhtind
aquelas pes5cja5 que não sesentem ` infeíizménte,ã祢açãopo.deser-devidoaumnervo.3ismogeralepode`ÍndíG3[qlsamentçq+uÊà
.ansiosas.aó méntir. Também existerri .está mentindo. '
1

G-lGA e HELERTON

vridq as duas areas cerebris agora reconhecídas como ciudais para a..-íepo¢o não foian consíde-..
md"mútoímpoftttgporpapezouMacLeanElffsãoaami'd-daeo-c-óftJexorbitoftom-----

AmígdalaAamLdalaprocessaosígnificadoemocionddosesthúosegerareaçõffemocionaÉ
e comportanentaÉ Ímedíatas. Segundo Josçph LéDoÜx aíigua 10.14), o processamento afetivo na

L=':duú(Í9=,m±àeTeeusae#v::::I:"=wocl:Ébor£=£roigpàát¥adoapp.=gá_

ã::,agooí:aom:íg#cínmáffíuff:::olm=ffi=i±ieo:Bo:TÉdc;:iÉ-:do:m::e:d:enm¥o:n:i:ug
apresentam comportamentos hcomtms, como hipersemalidade e colocar otjetos denüo da boca, e
não demonstram médo.
Oshumanoscdmlesõesnaami'gdalanãodesenvolvenossintommmaÉgiavffassociados

!o:::::d;jÉao:Íeí:ubiiuíjuiisíft:ÍÍ:opíe¥;f;:fíí:e:o:::vje:o:o:tsji::¥:Íebir:e;eanp:vrooí::eía:gi:Íd;a

razoavehente bem+cedída e S.P manteve a maíoria de suas faculdades intelectuais. Ela ünha

iimff£:Éo.Ú:tudi£iiEàâo:a::Í:.::t:::oíodaà:eíÊtãvti:d:o::;iso::E:s:ÜL¥stimen:e:Éeip:e:;:deeà::o:

:;;;;oAií;:f;:ã¥L¥Íit=iiãsg=Íd:ai;gm::oÉTg|::s:e:T::p:enoitp=T=;aa,:uoi:dmf:F:¥a
__..^_ ___._ T_ ,
pouco maÉ lem, ma5 ]eu a avaliações ri deríberadas e cuídadosas. 0 material sÉnson.al viaja do
tilamo ao córtex sensoriaL onde a infomação é escrutinada
ri profiindamente aiites de ser transmítida i)ara a amíg-
dala. 0 pensamento contemporâneo é que o sístema mais
rápído prepaia o anímal para responder .se a vía maís lenta
confimar a ameaça.
I.embre que os eventos emodona*.apresentam maior
i]robabfi-dadedeseremarmazenadosmmemória.kivCam
e seus colegas argtmentam que isso ocoiie porque a amíg-
dala riterage com homôni-os do estresse merados duran[e
even[os emocíonaís que facfl-tam o aiinazenamento da me-
món.a. Estudos com Ímagçns cerebraÉ deinonstram qug a
ati\ridade atmenhda. da am'gdda durante um evento emoci.o-
ml está associada à memor memória de longo piazo para o
evento. Enüetan[o, nesse padrão existe uma diferença sexual
Ínteressante. Gam e colaboradores (2001) confimaram que
a memor memóría para filmes emocíomjs ]evava à maíor
ativaÉo da am'gdala esquerda nas mulheres e da am'gdala
djreita nos homeiis Oíigura 10.15). hteressantemente, difé-
renças sexuaís estão começando a ser obsewadas em vários
estudos com Ímagens que avaliam a neurol]iologia da cogiii-

F!GURA Éo. A razão da dffirença na aÉvaÉo cerebral de homeiB e


mulheres aínda é desconhecida. .
estímülos :mqo:j-oqn=,me:t:Í¥:ÍTvaa|ít:5b.ÍC%éd-|ma:°e¥ta:::£:mm:.ísa;Í:rp:i5n:g|:::aa
amígdala e+ o_córiex
_í-__. _ ' ..,.
orbitofrontal. Outro pai]el da ami'gdda no processainento da emoção
é o seu envolvímento na i)ercei)ção dos esthulos socíais, tal
.-.,-,-t,5i#S'`#.FF-y

• CIÊNCIA PSICOLÓGICA

comodedffarosignificadoafeÉvodasepressõesÍàdaís.Porexeinplo,estudosdeIRMf
demonstram que a ami'gdala é epecialmente sensível à intensidade de rostos que de-
monstram medo O)olan, 2000); Figura 10.16). Esse efeito ocorre nesmo que os parti-
dpaHtes não estejam cientes de terem vís[o o rosto (Whalen et al.,1998}. -
Dado que a am'gdala está envolvida iio processamento do conteúdo modonal de
expressõesÍàdais,nãosqipreendequelesõesnelalevemadéfidtssociaís.Apessoacom
lesão na ami'gdala gerahente tem díficu]dade i)ara avaHar a Ífltenridade de ro.stos que
demonstram medo, mesmo que náo revde prejúo ]]o jti|gamento da intensídade de
o"sepressõesÍàciais,comoÍtiddade.Umestudoinferessantesugerequeaspessoas
com lesão na ami'gda]a não conseguem utfiizar as Ínfomações contidas nas expressões
fadais para fizerjulgamenios riteipessoais acurados (Adolphs et aL, 1998).

0 córtex orbitofron{al
`J,.
Lembre, do capítulo sobre a motivaÉo, que' o córtex
orbitofiontal está enyolvído na avaliação do valor potencial de recompeiisa das situa-
çõesedosobjetos.E}éjtarnbémestáenvolvídonoprocessamentodedeíxasemocionaís,
especíalment€ as relq,gonadas a interações Ínterpessoais. As pessoas com lesão nessa
reriãomuitasvezesggemdefomainadequadaeg€ralmentesãoinsensíveisàse:pres-
sões emodonaís dos outros. Além disso, lesões orbitoffontais às vezes estão .assodadas FEGURÂ 1®.i4 Joseph LeDoux realizou um
àagressãoeàvíolênáaexc:essívas,sügerindodíficu]dadepaiacontrolarasemoções. trabalho valioso mostíando que a amígda]a é importante
Ant:orio Damasio descobriu que pacíentg com lesão m região orbitofiontal não para a aprendizagem emocional.
conseguem uÉlizar marcadores somáticos. Quando essas reriões são lesadas, as pesso-
as ainda conseguem lembrar Ínfomações, mas essas Íiifomações p€rderam a maior
par[e de seu significado afeÉvo. Elas podem ser capa- .
zes de descrever seus problemas atuais ou fálar sobre
amortedetiinapessoaama.da,masofazemsemexp€-
rienciar a dor emodonal que nomalmente acompa-
nha riis pensamentos.

©s sistemas da em©çã® estã®


Ia{eFa§izad©s m® Gérebr®

0 deflü-sta psicológico Ridard Davidson CFiguia


10.17)mostrouqueaaÉvaçãodesígualdoslobosffon-
tais esquerdo e direito está assodada a estados emoci--
onais epefficos, um padrão coriecido como assi-
metriacerebral.Emiimasériedeestudos,Davídsone
seuscolegasdescobriamq[ieamaiorativaçãodocór-
tex pré-ffontal direito está associada ao afeto negaü-
vo,enq.uantoamaioràüvaçãodohemisférioesq.uerdo
estáassodadaao`afetoposítivo.UmestudoderesposJ
tasavi-deoclipesdescobritiqueaspessoascomhemis-
fiéri-o esquerdo dominante apresentavain a reposta
maísposiúvaacenasagradáveis,enquaiitoaspessoas
com hemisfério direito domimte apresentavam as
repc>stas mais negatívas a cenas desagradáveís. Outro
estudo descobríu que as que relatavam a emoÉo ne-
gativa -mais for[e apresentavam maíor ativaÉo da
am'gdahdritaémrepostaafotosdesagiadávEis(Da-
vídson, 2000a; Fig" 10.18):
A assrieria cerebral está associada à moÉvação
geral CDavidsQH, 2000b). Por eKemplo, a maior aüva-
ção do hemisfério esquerdo está associada à maior
confiança e esforço na busca de objetivos. Uma maior HGURÂ 10.15 Scans mostram a aüvl-dade neural aumentada que acompanha a maior
ati`raÉo áo hemisfério diieito está assocíada à fàlta kmbrança de fflmes emoa.onai5 versiis netriros em homens e mulheres. 0 círculo branco
de moÉvação, im síntoma de depressão dhica. Estti- indica a região aproximada. da amígdala. Observe que-as mulheres apresentam.maior
dos com PEl revelam ativaÉo dimim'da no hemisfé- afivação da amígdala esquerdá, enquanto os homens apresentam maíor ativação na .dírefta.
9n:o±.=±i=+T;:=+.=.i===ciuoc:mc-=.o`::ai+=:=r=^.ciio:+i-<r.a.a,=ci±;aí`:=

!,g!:=:-ása:::jJ¥ãüi;¥Éãfí-ÍJÍL,:`;¥#.
#\,t.*
©HÉA"ERTOÊ~ri._éà„áii:Biài£^ài=#_„±

25% - .50% rioesquerdoempacienresdei]rimidós,e


a.depressãoémaisconumnaquelesq.ue
apresentamlesãocerebralnohemísfério
esquerdo.Notavélmentçjáaostiêsme-
ses de idadç os flhos de máes de`primi-
das tambéiii- apresentam aÉvação .cere-
bral assimétrica (Field et al.,1995).
Embora o signfficado fimcional da as.ri-.
meriacerebrinãosejaconheddo,otia-
ba]ho r€cen[e de Da.vidson e colegas su-
gere que talvez ela tenha a ver .com a
regulação de estados emocionais. Por
exemplo, drogas ansiolíficas reduzem .o
compoitamen[o de ]nedo e aumentam a
75O/o
ativação ffon±al esquerda em filhotes de
macacos, sugErindo qne os estado-s afeti-
vosnegaÉvos,comoaansiedade,podem
suprimiroloboffontalesquerdoe,assím,-
reduzirapoÉvaÉo.
AspesquÉasdemonstiamqueohé-
misfério drieito está maís envolvido do
que o esquerdo na intgH)retação e.cori~
i]reensãodonaterialemoci-onal.Estudos
de nguroímagem descobriram quç eü-
bora a esÉmu]ação emodona] aüve am.
• bos os hemistérios, a aÉvaÉo é muito

maior no lado direito. 0 h£misfério .di-


ffi©ÜRÂ fl®.fl6 Quana.o-osparü.qmtesvêem.essesrostos,vriaumentar[doa.aüçãonaamígdala
rei[o taiiil)ém é mais exa[o ao detectar o
confome o ro5to demonstra maís medQ.
tom emocional da fà]a (se a voz soa ris-
te ou féliz), e-nquanto q hçmisfério çs-

querdoémaÉexatoaodecodfficaroconteúdosemânüco.Gomoexemplo,considereqtiequando
olhamosparaeEpressõesÍàciak,o1adoesquerdodorostoéprojetadopàraohemisfériodrieitoe
oladodíreitodorostoéprojetadoparaohemisférioesquerdo.Ospesquisadoresquecriamfaces
divididás, como a da.FigtHa 10.19, descobriram que a emoção ffita" pelo hemísfério direito
Ínfluenda pesadamente a inteipretação da expressáo eüocionaL Qual rosto paiece mais tiste
paravocê,Qua[parecemaísfü2 ffiüj# A o

FaGunÁ qo.i7- Ridard D.ãú-díon


prQpõs.que.g.estrioafeüvoéinfluencíado.pe(a
ass:metíia cerebral, com o h.em-riéh-a.dí.reíb
a5soá-ado ao humor .nÊgaüvo. e o hqn¥érb.
esqFÊ[do,.iohumorpo5-rivo....

.é©Effl® Âs .pEss©As EEEEBAM .G®M ®


.EàHEÊ-ESÊ-Ep- - .
0 esigse é uri .componente. -comum da vida emodonal coüdiana e consiste em.
detemrinadasrespostásemodonajs.Eril)oraoestressetenhaconotaçõesnegatívás,ufi
nívd modpiado de.esü;esse é benéfico. Diferentes ni'veis de estiesse são Óümos paia
aÊNaA psicoLÓGiQ

diferen[espessoas,eaprenderq[ian±oes-
tressevo.cêpodemanejaréessencialpara
reconhecer seus eféitos sobre o seu bem
estarmentaL ffico e emocionaL . .
• O estresse ewolve tanto fatores
fis.icos .como i)sicológíco.s. Ele tem efü-
tos dirétos sobre o co.pp, mas quãQ es-
tressada a pessoa se sen[e depende de
certo5 £àtores: como a pessoa.percebe
o evento çstressante, sua tolerância ào
estresse e s.uas cré.nças pess'oaís sobre
os recursos. que tem paia Hdar com o
estressor Um estressor
`_'
é um even[o
pu estímulo ambientaL#pe. ameaça o
organismo e leva a un±Êi¥esposta de

:undffq::trae%:sníodatdcaQ£àí]:go]r,#em: tb,.-...:..,.-çm&u::ãjon:gee`;-;co,àsB::S:Éeót:-àT,íã:NÃjTú?,,ú'.``-,,``
•... ' ...... `'- ` ---..---..,..---.......-.
....

i]araevitaEes.capardeoiiririjmízarm
estímulo aversivo. -" Fü.GÜEãà fl®.fl; (a) A regíão da amídaTa estã ampliada na imagem -mfer-ior e mosúa a maior aúvaçãá
da amídala c!ireíta lado -esquerdo da Ímigem) duranté a visão de fotos desagradáveis. (b) E55a a.thaçãg.
Confome faz sentido de um ponto i_no
corresponde ao maj-or _f_L_ ____f___
afeto negatfvo.
devístaadap.taÉvo,areposta.fisíológica
quE acompanha o estreçse ajuda amobi- .

:s::.:c:órg::;Íi:o:ço=i:ã;o:àgaEd:ou¥¥::ff::h:d:ciEÉ::aeÊÊi:ã::a::¥ãdEÉ

_-_--_---_ - --_:

ExisÉe uma .síndr©me d©


adapüaçã® g©raE .

Nos anos de 1930, Hans SelyE Oíigura 10.20) co-


meçou a' estudar os efeito§ ÊSológicos dos homônios
sextiaís,ínje.tandoemratosamostrasdeouüiosariaís.
Quando Çxamínou os ratos, ele encontrou- glândulas
mi]ra-renaís aumenradas, níveÉ dimím'dos de linfõ ci-
tosnosangueeúlcerasestomacaís.Selyesupôsqueos
homôníos forasteiros fQssem - ausa dessas mudan-
ças,demodoquer.ealizou`testesadícionaís,utilizando
dífereristiposdesubstânciasqtifinicaseíqclusivecon-
tendofistcamentéosanimaís.Heencontroulevesvari-
açõesemalgtinsefeitosfisíológícos,mascadamam-pu-
lação produzía esse i]adrão tipàrü-do de glândulas
supra-rénaís ipchadas, estruturas Iíníáfl-cas atrofiadas
e úlceras estomacaís. Ele -conclurii que essas três i.es-
postas eram a maica registrada de tma ri¥osfa d€ ff-
ftesse 7iõo-epec{fica. nqs essas mudanças reduzem a
- -Iliiiiiiiiiiiiiiiii-
s:.:,âa;dá:ieo::e-ns:ged:o:ro¥oÉ::¥e:gg:: F#d:egfi-ofl:tqR:e:aosod#dEo:dpoe:ifti:x:rào5Sõepssiàó:gagB:5deúmínar
GAZZANIGA e HEATHERTON

ria o termo esúiessej em que é mdo para descrever uma força aplicada contra uma resistênda.
•,:,i,-i'.-:`É-n;à:,oTímd:-.aHdm3:.tdae¥:ogoe:::
Wàlter Càmon usara o temo antrioFnçpte como i)ar[e de seu modelo de homeostase, mas foi
{SAf)., y`r? pa9rí9..9e`r¥p^o`stes ?9.. Sélye qie poÉularizou o terrio e coitfiuiu iiaia a maíor parte do nosso coiihecímento inidal sobre
ês~s-é,àüê.c.o,ãsíste.eàitrês
a résposta de estiesse.
gi?,s;;Sst:á`éiq d9.a-.larpié, estágio
!àgiio da-+ A sridrome de adaptação geral (SAG),.Tipi padío consrinte de respostas idenfficado por
Selye,.consisteemtrêsestá#os:estíg[-odealarmgestú.oderesriénci-aees®dgexmstÃo0]igtiral0.22).
A SAG ocorie jmta]nente con respostas.fisiológicas epedficàs a`determinados estressores. 0
adrenal {HPA)` Um5istéma ..
primeiró.estágioéQffçfl:gi.odeázmn£,imareaÉodeemergÊndaqnepiepaiaócopoparalutarou
ãí-al ,q
corpor_al aüe é` ativadó em resposta .-......
furi. Nesse çstágio, as respostas fisiolóricas vÉam a .imi)uHo.nar capaddades fisicas enquanto
reduzem as aüvidades que toman o organismo vulnerávd à inftcÉo após férimentos. Esse é o
•`_tffTcl3.li`?#roernü:ôc:i::i5Ceoaüé?apd,,ã, estário em que o copo i]oderia estai eposto a ffecções e doenças. Assím, o sistema imme entra
em cena e o coipo começa a lutar i)ara se dçfendeL.`D_uraFte..o estffi de repd-q as defesas são
péla-,glâh?
preparádas para um atáque ma$ 1ongo e duradouro contra o esti.essor a imunidade a doçnças
iéóidés..::Um-'.ti pode continua a aumentar um poüco enqtianto .ó coii).o maxriiza suas defesas. Entretanto, o copo acal)a
ho.mi.ônio esterói'd-e,'rpU..¢a5vezes eütiando no gsúígío dg gxüustfl~o, em que vários sistemas fisiológícos e Ímmes ffacassam. Os órgãos
- :`íà:ji:áàvd-Ê -c_áí`i:ã.í,-`.,ib-à:ià-do_p_.ela5`, -
corp.orris que ]-á éstavam fiacos antes do ésúesse são os primeiros á Íànai Os i]rim'pios geiari da
grã-hduras suÉra:reriais durante -uma teoria da SAG forain confimados .por pesüiisas cie.ntíficas.
-< re5po'sta de estresse, que_produz
dos e'feito`sfísicos-'do.. . ` , ,`, Atualmente não se duvida que os estressores leveri à aÉvação do eixo hipotalâmico-.
pituitário-adreril 0nA) Oigm.10.23). Durante ma reqosta de estresse, o hipotálamo (H)
seéreta.uní homônio diamado É£or merfldor de cortícompüa fflcJ, que ehula a iiitiritária 0) a
liberar o hormônio. adrenocorticotrói)ico qAcr) m coiienté:sangühea. 0 HAGr age sobre
o córtex adrenal. (A) para merar gücocorticóides Úeralmente reféridos como cortÉOD, um tii]o
de homônio esteróide, das dândulas àdrenais (supra-renais). São os glicocorticóíqes que produ-
zeri. muito.s dos eféitos. cori)orais do -estresse, tal .coino decompoi a proteína e convertê-1a em
glicose, .o que ajuda a a.tender as necessidades imedíatas de enerãa. Quando os nívek de gücocor-
ücóides estão suficientemente altos, o sistema nervoso central interiompe o processo que rrbeia o
HACT. Mas, cómo leva de 15 Hriutos a ima hora para que os stcocorticóides aünjam um nível
suficieútei)aiasindizaraterHriÉodoHACTapresençaconhuadade#cocoiücóidésnaconen-
te sangüínea sustem seus efeitos i)or um tempo considerávd ai]ós a oconência. do estrçssoL Além
dos gHcocorücóides, as glândulas supra-renaÉ taml)ém meram noradrem]ina e adiena]ina, devido
à ati-vação do .sistema nervoso sími)áüco (veja o Capíttilo 3)..

Existe estresse mà vída Gotidiana

0 estresse acontece quando o ambiente esmaga as pessoas. Isso é, as pessoas se


sentem estressadas quando se epera demais delas, ou qiando os eventos parecem
assustadores ou i]reocupantes. 0 estresse acontece quando eriste uma díscrepânda
i)ercebida-realounão-entreasdemandasdasitua¢oeosrecursosdossistemas
biolórico,psicolóücoesocialdapessoa.Ospsicólogoscostumanpensarnosestresso-
rescomoseencaíxandoemduascategorias:estressoresmaioresdavidaedificúdades
do-dia-a-dia.Osestressoresmaíoresdatq.dasãomudançasouperturbaçõesquecausam
ten§ão em áreas centraís da vida das i)essoas. Eventos positivos podem ser tão estres-
santes ou ainda majs estressantes do que evento§ negaÉvos. Por exemplo, alguns i)ais
relatam que o nascímmto do primerio fimo é tima das eperiências mais alegres -
masta]nbémmadasmaiserigentes-dasuavida.Estressoresmaioresdavidata]n-
bémpodemseresconasféítasiidapessoa,nãoapenasalgoquelheacontece.NoenT
tanto,aspesq.uísasmostramq.ueoseventoscatastróficosimprevisfirerieincontroláveri
(coinounterreinoto)sãoesi)ecialmenteestressaqtes.EmgeraLmudançasdevidasáo
estressantes, qier seja entrar na faculdade, começar em um novo emprego, casa£ ser
deqedido,perderúmdospaÉouganharumitrêmioimportante.Quantonaioronú-
merodemudanças,maioroestresseemaisiirovávelqueoestressetenhaumimpacto
sobre o estado fisiolórico.
Ásdíjicúdadffddía-a-díasãopequen#irritaçõffediateaçõesdocotidíano,td
FEGURA 10.20 Hans Selye populan.zou o termo
como dirigir no trânsito, 1idai com. patiões ou professores injustos, ou. ter de esperar
estres;e e démo.nstrou qiie o estíesse podia afetar a
saúde física. Nasa.do na Hungria, ele passou a maior paraseratendido.Asdificddadesdodia-a-diasãoestressantesjeseusefeitospodem
parte.de sua Vida profissional em Montreal, Canadá.
sercomi)aráveÉaoseféitosdasmudançasmaioresdavida.Essaspeq.uenasirritações
Í.``,'`.`: ` SEkQ E ESTRESSE: FAZErii,À-M.E,G©S ®U BREGAR €OM INI.MEGOS

ameaça, tranqüilizar a prole e escondê-la po.de ser um meio ..


j ` ' : :=i,rà:;::i:3Êí::,:e::ofí;ia;::r::;oÍo;i;iii::::e:,Íi,is;,::|:íeagq:u;e::::;;a::ií[usg:: o`
>`

efetivo de evitar danos. Em ..contraste, tentar fugir enquanto está


grávida, amamentando ou com um filhote ao coÍo talvez não seja
particularmente bem-sucedido. Além disso, as fêmeas. que se
associam seletivamente a outros, especialmente outras fêmeas ,....
•:an`::nafs:TL:eá:::ef:iernetae,,izqaudeaacov:st:amá:os:i:::5epd:stqouricí:coom.``.
• entendimento científico das respostas ao estre;se-A maíorià dos. .. podem obter prot.eção e apoio adicionaí5. Portanto, o grubo de .
Taylor,propõe due as mulhe.res respondem adaptativamente ao
estudo5 iisa ratos macho5 para ev.n:ar a-clos hormonais coh¢ o estresse ao se tomarem mais pro{etç]ra5 e ao bu5çar amizades.
estro (cio). Embora as razões não estejam claras, exi5te uma; Uma grande variedade de evídênc.ias .apóia a hipótese de
cuidar e ajudar..No nível neurciendócrino, as fêriieas não têri os
#ig:ra:d::per::emnet'ahnadn:emneonsoesstdued|ose:oTaà:Tap:oft5i,c:poamntaissde andrógénos qué, em muitas espécie5, estão envólvidos ho
e5tudos de laboratório sobre o e5tresse. •. combortamento agressivo, ta, éomo á necessário para ,utar cé!m

predadore5 ou rivais. Em contraste, as fêmeas tendem a


.`;.. apresentaruma resposta de maior.ocitocina ao estresse, e os.
;ostrrmeT:a5#orr:i:aegnueÊ:do:o=m:i,:d:a:n:d::sTc:qas::eup:a5fri!ÊrEt:e:,::r%pT:s::to
•. estrógenos parecem intensificar aínda mais.essas propri.edades
?_ _,?__t_,_ _' r.,
indívidual. Eles se referem a esse padra-o como cuidar e ajudar, Taís comportamentais. 0 neuropeptídeo ocitocina recebeu muita
atenção por seu papel no comportamento materml,
.. intensificando a sedação e o relaxamento, e promove.ndo
i:rs:¥eac:osfíÉe:m:Ê:sen:du:eã:o::t:r:::do:n:ao::iiea:d:es#oc::m;;Íi:o]dg sentím.ento5 de aceítaç.ão social e vínculos interpes5oais .
mesma, são maximamente adaptativas. Quando aparece uta
(Panksepp,1992). A5sim, uma grande liberação de ocitocina
durant.e o estresse pode acalmar as fêmeas e promover
comportamentos afiliativos em relação à prole. No nível
comportamental, as mães que estão estre55ada5 pc" seu trabalho
tendem a prestar maíor atençãç aos filhos, ao passo que o5 pais
estressados tendem a se afastar da família. Na verdade, a5
crianças relatam receber maís amor e cuidados das mães no5 dias
em que estas relatam os níveis mai5 elevados de estresse (Repettí,
1997, c.ri:ado em Taylor et al., 2000).
As mulheres são muito mais afíliativas sob estresse do que os
homens, pois tendem muito mais a buscar apoio soa.al, a receb.er
apoio social e a se satísfazer com o apoí.o social recebído.-
interessantemente, quàndo estressada5, as mulheres tendem
especialmente a procufar a companhía de outras mulheres. Assim,
as mulheres são mais conectadas com suas redes socíaís do que o5
homen5. Segundo Roy Baumeister e Kristin Sommer (1997), as
mulheres geralmente 5ão mais amistosas umas com as outras.
Comparadas aos hc7mens, elas se revelam mais, sorriem mais e
prestam mais atenção às parceiras de ínteração do mesrr}o 5exo. As
redes de fêmeas-fêmeas sa-o especialmente Éomuns. entrà os
primatas não-humanos. Esses grupos de fêmeas podem ser úteis
para controlar os recurso5 alimentares e proteger as fêméa5 dos
machos agress.rvos. A resposta de cuidar e ajudar, díante do .
estresse, é um excelente exemplo de como o. pensar 5obre
mecanismos psicológicos em termos de 5ua Ímpçirtãncia évolijtiúa
nos leva a questionar antigas suposições sobre õ funéion.a.riehtó
da mente. As fêmeas que responderam ao estresse cuidando e .
protegendo a prole e formando alianças com outra5fêmeas .
:sfli:o%;#s®;'Ú%:.Ei:h:'!eeyu=acy::;raesa'rí:::,uj:opn°arima:te::::!:Lftesni!o°::ebrae aparentemente t-rveram.uma.vantagem se!etiva..sobre a5 que .
cp.mo os animais reagem a àmeaças. 1
tentaram lirtar ou fijgir.

sãoubi'quase,muitoimportante,sãoumaameaçaàsrespostas|demariejoaodrena5lentamente"
recursos pessoaís. Estudos em que a5 pessoas maiit.êm diários
e suas atividades do cotídiano reve-
lam,consístentemente,que,quanto-majsíntensasefi.eqüentes;bão-asincomodações,pioréasaúde

:Ír:eaím:t:mT:e:fes::::¥Ev:o:s:o¥::fàs::e:bgm:i;#::p¥açfo:i:iaíi-:díoago:ff¥
efeitos prejudicia].s sobre o bem-estar emocional. '
GAZZANIGA e HEATHERTON

FgGURA fl®.22 A síndrome de adaptação geral de


Selye descreve os três estágios da resposta fisiológica ao
estresse. lnidalmente, a resistêha.a é reduz].da conforme o
corpo se prepara para lütar ou fugir. Entretanto, o co.rpo
acaba se adaptando e a. resistêna.a aumenta. Finalmente,
o si.stema fíca exausto e a re5istêna.a cai rapidamente.. . Níúel ri-ormal de resistência-.

Reaçãc] de alarme Estágio de res-Lstêna-a , . `` Exaustão

© estress© aff©.Êa a saú©I!Ê

Um dos i)ontos centrais de Selye era que a ação prolongada dos glicocoricóides,
como acontece no estresse crônico, tem um impacto negativo sobre a saúde. Na
verdade, embora os gHcocoiticóides sejam essendais i)aia a saúde nomal, no longo
i)razo eles estão associados à hiper[ensão, doença cardíaca, diabete, menor interesse
semal, nanismo e assim por diante. As i)essoas com empregos estressantes -
conúoladores. de tráfego aéreo, soldados coml)atentes, bombeiros - têm numerosos
problemas de saúde, presumivelmente em parte devido aos efeitos .do estresse
crônico. Rober[ Sapolsbr (1994) desdeve os múlÉplos problemas de saúde atnl)uí-
veis ao €stresse crônico, especialmente o estressÊ psicossocial. Ele observa que o
estresse crônico pode indusive levar a déficits de memória, porque os glicocoricói-
des danificam neurôiiios no hipocampo. Lembre o Capítu]0 7, so.bre a memória: o
hipocainpo é a estiim]ra cerebral envolvida na consoHdação da memória. .
Existem evidências esmagadoras de que o estresse está assodado à iniciação e
a progressão de uria a]ni)1a variedade de doenças, do câncer à AIDS e à doença
cardíaca. 0 estresse não só leva a.repostas fisiológicas epecíficas que afetam a
saúde, como muitas pessoas lidam com o estresse adotando compoitamefltos preju-
didaís. Por exemplo, a razão número uin que os bebedores-problema dáo para at)usar
do álcool é lídar coin o estresse negaÉvo em sua vida. Quando as pessoas estão
estressadas, elas.fiman, comem maL usan drogas e assim por díante: A maioria
dos i)roblemas de saúde da sodedade oddental i)ode ser atnl)ui'da a comportamentos
pouco saudáveis, muitos dos quais ocorrem quando as pessoas estão esties-sadas.

Desafio ver5LÍs ameaça Jàmes Blascovid e colaboradores estabeleceram uma


driçãocentLalenúesituaçõesdesafiadoraseaineaçadoras031ascovidetal.,1999).
A7neflça e dgsqÉo são estados motivaciomis relevantes paia a obtenção de objeüvos;
eles resultam de ava]iações cognitivas e afetivas de demandas situadonais e recursos
pessoais. A ameaçfl ocorre quando as demandas são percebidas cómo .superando os
recursos, ao passo que o desqfio resulta q.uando os recursos são percebidos como sufid-
entesousuperandoasdemandas.Porexemplo,vo.cêi)odese.ntir-seameaçadoporjogar
xadrez com dguém que é melhor do que vo{ê, mas desafiado se a pessoa é tão boa
quantovocêouumpoucopior.Grandesdesequilíbrios,comocompetircontiaumgran-
demestreouumacriançainexperiente,nãotranmiteHiínfomaçõespessoalmentesig-
nificaÉvas e, portanto, não 1evam ao desafio ou à aineaça. .
FIGÜRA 10.23 . 0 eixo HPA.e a resposta • Blascovích e çolàboradores mostraram que éxistem diferenças cardíacas e vascu-
n:.Jroendócn.na. 0 FLC é secret!9o pelo hipotálamo.para
as pituitárias, que éntão liberah o HACT na correnté lares assodadas ao desafio e, à ameaça. 0 desafio imita o exerci'cio aeróbico, produzin-
s.ahgüínea.. Rçcep{ores no..c.órtex adrenal, nas glândulas do. l)atimentos cardíacos mais rápidos e menor resistênda vascular. Esse padrão repre-
:.a:drç.nais (supra-rena.is) perto do fígado, liberam senta a mobilização efidente de enertia paia o manejp (copíng). A ameaça, todavia,
•, glicocorticóide5, n.oradrenalina e adrenalina.
aumenta os baÉmentos cardíacos, mas não dimriri a reststênda vasculai- e o resulta-
ciÊNaA psicoLÓGicA
337

saúde no longo prazo.

cardi'aca coronariam Os médicos recrutaram 3.500 homek do noite da Camóm-a que estavam
inícíalmentelívresdesintomasdedoençacardíacaeexamaramanualmentesuapressãosangüi'-
nea, batimentos cardi'aco.s, colesterol e i)ráticas de saúde do ais. Também foram ava]Íados detmes
p.essoais como nível de insmção, hístória médica e fámfli renda e traços de personafidade. Os
resultados do estudo índi:caram que, ajustando-se a presença fatores de risco esíabelecidos (conió
hipertensãooucolestero|:çlçvado),umpadrãodetraços sonalidadeprediziaadoençacardía-
ca. Esse padrão, chamad.Q de personalidade do Tipgejl inclü compeütivídade, ser orientado

!aívía:cjoíi::i;i:;i;i;Íj;eíí:iíí:Íoia;adí:dí::ii::ií:ee:oÍ:::ciíjeí:Ênííoí:s:iítoí;i:eiií:oqí;ríisis

Íijsímií;Í:ii;Írja:Í:n;;¥FÍo¥t;iíijííüíp;#ÍiÉ::iírííãípí;etíúfidíiíe
umcomponentedopadrãodepersonaüdadedoTipoAéepedalmentenodvo.AltosnfieÉdehostiü-
dade-tantoemrelaÉoaosoüoscomoemrela¢oastm+o`-pareceinlevaràmásaúde.

© @sÉGr©§s© aff©.€a ® sisíEema imüme

sÍ:i:;::e::uÍ!ffi:Bíjoi:;:;;sÍ:Í;g:¥::Íeoít;:íiíí::iÉjsiiafípií:ÍÍ:fflní;dí:::tb:Ê::Í:s:
¥a:e.±offr7£:%snã:í:::g:[:,ruàãa8.gpdeoflÉt6::e£:L:ttoffo:¥]::;:po:#b:e¥Í:eaÉ.dffi=ã:
devi.dos,emi)afte,ài)roduçãodiminu'dadelinfócitos,oquedeí*aocorpomenoscapazdelutarcontia

omqb::tqiráoü:dffotemkmdaàdd:aaràc:::::éoq==tgà:émí¥ria£=sceonToonE,gt-s-orid

;É::Íiíoii;Í:iiii:Íu:ot;:::i:m¥:Í::iííii:p:;;g;::p:Í#:fíffgíeísr;ü¥Ííeíiíí
GAZZANIGA e HEATHERTON

ao estresse. Por exemplo, um rui'do aversivo é menos tolerávd quaiido adrinistrado Ímprevisivel-
mente (Glass e Síngq 1972):
Emuiridemonsffaçãoi]ariculamfflteclaradÊqueoestiesseafetaasaúde,SheldonCohene
colaboradores (1991) pagaram a volmtários sadios i)ara que se epusessem a um vhs comum de
resffiado. Os que ünham relatado os níveís mais altos de estresse em um questíonário üveram sinto~
masi)ioresderesffiadoecontagemvírálmaisalta.doqueaquelesquerdataramestarmenosestres-
sados ÜigtHa 1024). Em outro es"do, os parÉdpantes manÉveram um díáiio i)or até 12 semanas,
noqualrerismvam§Êuhumoreosacontecrientosdesuavida.Osparicíi]antestamtiémavaliavam
esses acontecimentos corio desejáy.Ê*:.ou;`üdesejáveis. Cada dia, eles tomavam uma no.va protúa
paradesafiarseusistemariunesecretorefomeciamimaamostradesalivapaiaqueospesquisado-
res pudessem examinar as repostas de anticopo. 0 estudo revdou que, quaàto.mais desejáveis os
acontecrientos relatados pelo sujeito, major a produção de anücopos. Símilamente, quanto majs
eventos indesejáveis eram relatados, maís ffaca a i)rodução de anücopos. 0 eféito de um eveht:o
desejável sobre os anticopos durava dois días (Stone et d., 1994). Esses e achados subseqüentes
fomecern evidências substandaís-de que o estresse percebido influenda o sistema imme. Confome
maispesqüsasforernreaiizadassobreanátuezabidirecionddobem-estarmentalefisico,ocampo
da psiconeuroímmología conÉnuará florescendo.

® mam@É© {Õ®#F'fflg} é uim pB.©@©ss®

AsavffiaçõescogniÉvasafetamai)ercepçãoeasreaçõesdaspes§oasaestressorespotenciais.0
manejo (coprig) que ocorre antes do iiiício de um futuro estressor é qamado de ma7iejo ffl[€ci.paEo'-
•-:--.-:--:-_-:----=i:l--------; río, tal como qüando os i)ais ensaiam como fálarão com os filhos §obre seus planos de divórcio. 0
i)sÍcólogo Richai.d kzarus (1993) conceitualizou um processo de avaliação .com duas partes. As
avaliaçõesprimáriassãousadasparadeddirseoesthuloéestressante,benígnoouÍrrelevante.
SE o estimulo for considerado estrüsante, as avaliações secundáTias sã.o usadas para avdiar as
opções de resposta e escomer os comportamentos de manejo.

Tipos de manejo {cop/.ng) Uma taxonoiiria de estratéüas de manejo desewolvida-por Folk-


man e Lazarus sugere que exístem duas categorias gerais de esülo de rianejo. 0 manejo (copíng)
focadomemoçãoenvolveteiitarnãodarumarespostaemocionalaoestressoLEleindtriestraté-
gíascomoevítaÉo,mínimizandooproblema,tentandosedistan.dardosresultadosdoproblema,ou
fazendo coisas como comer ou beber. Essas geralmente são estratégías
passívas uülizadas para amortecer o softimento. Elas não fazem nada
para resolver o problema ou impedir que ele aconteça novament:e no
50
futuro. Em contraste, o manejo (copíng) focado no problema
ewolvedarÉassos'diretospararesolveroproblema.Aspessoasgeram
soluções altemaüvas, avaHam-nas em temos de custos e benefícios e
escolhem entre elas. Os comportamen[os focados no i)roblema são ado-
tados quando o estressor é percebido como controlável e existe apenas
um nível moderado de estresse. hversamente, os comportamentos fo-
cados na eino¢o perim-tem que as pessoas conünuem fiincionando di-
ant:e de um estressor ricontrolávd ou de um alto nível de estresse.
A maioria das pessoas relata utilizar ambos, o manejo (cophg) fo-
..,.. cado no i)roblema e o focado na emoção. Nomalmente, as estratégi.as
.baseadas iia emoção só são efetívas no curto prazo. Por exemplo, se
alguém que está de mau.humor está Íncomodando você, simplesmente
ignorá-lo pode ser a melhor oi}ção. No entanto, ignorar o i)roblema de
.-.,..-.-..-` bet]idado seui)arceiro nãofári comqueeletermineevocêacabará
::.\` precisando de uma estratéria melhorde manejo (cop*). Todavia, para

9'-'1 0. 11-12 que as estratégia§ de manejo (copútg) focadas no problema fiincionem,


as pessoas predsam ser capazes .de fazer alguma coisa em ielação à
:``,[,.`.,,nçíç:`,F.F,.esü:5:e.PSÍco,ógícQ s.ituação. Um estudo Íàsdnante testou a memor maneira de h-dar com
uma situaÉo extremamente ameaçadora (Strentz e Auerbad, .1988).
Fã.GÜRA. q®.24 A6 pessoas quç relataram os nfte-Ls mais elevac[os Nesse estudo, 57 funcionários de uma cómpanhía de aviação foram fü-
dé.estre5se.apres.éntaram maior probabilidade de pegar resfh.ado; tosrefénspor5terroristas",quenaverdadeerairiagentesdoFBI.Mes-
® SESTEMA EMUN UM SISTEEVIA SENS®REA[? `

Steven Maier e Linda Watkirú (2000) aíguJTientaram que :[st:m: ocorre? Qiiando as pessoas são infectadas, substâncias conhecidas
imune ópera como um sistema semorial, pois comúni.ca como inter!eucinas (que comunicam sinais entre as células
informações pata o cérebrc) sobre infecções e ferimentos 5angüínea5 brancas, conhecidas como Jeucócftos) transmitem para
vez, o cérebro utiliza essas inforTnações o cérebro uma mensagem que diz essena-almente: "Eu estou
coordenado contra invasores potencialmentepõeaen:::Í:e:::::usn:so:àa]Eo;;:: doente". lnjeções.de certas interleucinas causam fadiga, humor
importante é que o caminho entre o cérebro e o sistema negaÉ`/o e atividade mental confusa.
bidirecional, de modo qü.e os processos do sistema imuné 0 ini:eressante é qüe muitas das mudanças mentais e física5
influenciam o funcionamento psicoíógico e o éstado g::'tT, altera cau5adas por infecção são semelhante5 às provocada5 por
o fuhcionamento imune. estressçjres ambientais. Por exemplo, certos neurotransmis5ores
Quando somos infect.ados por um vírus, aproximadaménte de são liberados no hipotálamo e no hipocampo. Maier e Watkins
uma a três horas depois co.meçám a ocorrer ações no céreb+o que propõem que o estresse pode ativar o mesmo sistema que é
iisado para lutar contra a infecção. 0 vínculo entre as respostas .
:f:::T5afi:::nàçoãeoítoes:uçTa:::soe::emmpà::nT:rdt:;:?:t,ogramó: Ímunes e de e5tresse pode ser visto nos reíatos de depressão
entre as pessoas com doenças imunes, como a artr.rte.
Fauzeer:Tesnetridd:iã:duaàs:Íipt:aãee#:r:To,du:;;à:-p::=|Lga-::t::ra Compreender vínculos potenciais entre o sistema imune e o
uma infecção, o corpo P.récisa din-gir energia para a luta cérébro pode ajudar os cientistas a entender a conexão entre
portanto, a atividade é limitada para conservar energia. estresse e doença.

ii:::oe::qsuq:uu::ot:o:;:qe:n:a::aí;;e_:àpeo:a::T:v#o::sT:ass:::e:|P:a:Êic;:dràmp:éãü=.:ÍtgÉ:ff:Ío:oãi:
emoção,enquantoaoutrametadefoiúehadaparausaro+jobffeadonoproblemQudestra-
tétiafuncionoumelhormgmpobeseadonaemoçãoepeneTqoumenosesüesseporquenãohavía

avaliação primária Parte do


processo de manejo (cop/.Íig) que
envolve. tomar decisões sobre se um
do as pessoas têm pouco controle sobre a situação. estímulo é estressante, benígno ou
irrelevante.
avaliação secundán-a Parte do
processo de manejo (cop/-ng) em
aspectosbonsemsuapresentesítuação,oproverbia|"Unãohá] que as pessoas avaliam suas opções
quenãovenhaparaobem",como e escoíhem comportamentos de
quandoapessoasecomparacomoutrasqueestãoempior #aFãg: Essas compaTações com a[go pior manejo-
ajudamaspessoasalidarcomdoençassérias.Acri.açõodgi
pos[-tívosserefereaumaestratégia manejo (copJ-i]g} focadó na .
de atnl]uír sígnificado positívo a eventos comuns. mzer ::selto;:como perceber um lindo pôr~do-soL _ 1 __ __ __-J emoção Umtipo demanejo eri
que as pessoas tentam evítar dar
;esn:gevcetro::ao::wmogâ:aáoadu:i::aqçuõeesaso:ÍSu¥ap|ffü::n::m+u=:lsosg:epgg::p*orpã:map|foo,Co:
__ ____u ___ __ _ __ __-___J___
uma resposta emocional a üm . ..
estressor. '..~
cuidadores de pessoas comADSestãosobenomeesü.esse.FblknaneMoskowitzdescobriram
que
a avalíação posítiva, a ciíação de even[os positivos e o manejo focado no probleina - o que deu aos manejo (copJ-ng) focado no . í
cuídadores certo senso de controle -foram essenciajs i)ara o manejo (Gopüg) bem-sucedido. prciblema .'Um tipo de manéjç)
(cop/.ng) que envoíve dar passós
díre{os para resolver um probléma.
Diferenças índivíduais c!e manejo (cop/-ng) As dfferem amplamente no grau
Pes50as reava[iação positíva Uhi

::°:o5a`:°f::g[:í:Í:°peo:síqv::saasspetios
bons em sua presente situação.
intrepidez (fiardfne55) Um traço
de persc>nalidade que perrnite às
pesscias perceberem os estres5ores
'.A^_ _ _= ______ ____ __L__J_ __ _ __ , 1 1 comó desafios controláveis.
vêem a si mesmas conio estando no controle de sua vida. As essoas com baixo grau de ritrei]idez
GAZZANIGA e HEATHERTON

(hardíngss) são tÉicamente alienadas, vêem os eventos como sob contiole extemo e temem mudan-
ças ou resistem a elas. Numerosos estudos descobriram que as pessoas com alto grau de intrei]idez
Oiardí7iffs) relatam nerios repostas negaÉvas a eventgs estressantes. Em um experimento de labo-
ratório em que os i]aiüdpantes recebiam uim tarefa cogníÉva difi'dL as ijessoas com alto grau de
intiepidezüflrdíngss)apresentavampressãosangüíneamaísdevadaduranteatarefajimindicador
fisiolórico de manejo aÉvo. Além djsso, um quesfionário resi]ondido logo após a tarefa revelou que
os sujeitos com alto grau de inü-epidez ümffiriess) fomentavam.o númeio de pensamentos positivos
sol)re si mesmos em reposta ao estressor

Apoio. social Um dos fatores maís riportafltes para as ijessoas Hdarem efetivamente com o
estresse é o ni'vd de apoio social que recebem. 0 apoio sodal se refere a ter outras pessoas que
podem oferecer ajuda, encorajamento e .conselhos. Ter apoio sodal é im componente .essencial da
boasaúdementalefirica.Pessoasdoentesqueestãosocialmenteisoladasaijresentainumaprobabi-
1Ídade muito maior de morrer do q.ue as que estão bem conectadas com os outros .(House et al.,
1988), em parte i]orque o Ísolamen[o em si está assodado a numerosos problemas de saúde. Reci~
procammte,umareffltereüsãodemaisde80estudosencontroufortesevidêndasrigandooapoio
sodal a menos problemas de saúde Üchino et al., 1996). Por exemplo, Jànice Kiecolt-Glaser e Ro-
nald-Glaser (1988) descobriram que as i)essoas com casanentos perturbados e as pessoas em pro-
cessodedivórdooüdelutotinhamststemasimmescomprometídos.Emumestudoquecategorizou
r€cém-casados com base nas interações obsêivadas, os casais que brigavan ris e se mostravam
mais hostis um com o outro apresentavam uma aÉridade diminu'da das células assassinas naturais
nas 24 hoias i]osteriores à interação (Kiecolt-Glaser et al.,1993).
0 apoio social é riportante i)ara as pessoas de todas as idades,. Estudos de crianças que pare-
cemresrie}ites,signficandoquesesaembemapesardeteremsidocriadasemsituaçõesdeprivação
oudecaos,revelamqueapresençadeapoioparentaloufámiliaréepecia]mente-importante.Wlas-
ten, 2001). As pessoas mais velhas são .epecialmente i]ropensas ao É01amento .social e, por essa
razão, os efütos do poio sodal sobre a saúde são particu]amente fortes sol)re esse giui)o. ..
OapoiosocialajudaaspessoasaFdaremcomoestiessededuasmaneriasbásicas.Primeiro,as
pessoas com apoio sodal eperienciam menos esúesse global. Considere as mães sorinhas que têm
de lidar com as demaridas do tiabaHio e da fámflia em isolament.o. Não ter um i)arcéiro coloca maís
demandasparaelas,oqueaumentaaprobabffdadedequesesintamestressadas.Segundo,oapoio
sodalajúdaomanejoporqueasoutraspessoasdiminuemoseféitosnegaüvosdoestresse.AhipÓ-
tese protetora (Cohffl.e Wills,1985) proi)õe que os. outros podem oferecer apoio direto para
ajüdar as pessoas a lidai com eventos est[essantes. Receber apoio emodonal é mais imi)oitante do
que simplesmente ter quem dê iiifomações. 0 ai]oio Emocional üdui expressões de Ínteresse e
disposiçãoaoiivírospioblemasdasoutrasi)essoas.0apoiosocíaltambémpodeassumirfomasmtis
tangíveis,talcomooferecerauxfliomaterialouajudaremtarefasdocotidiano.Mas,paraserefeÉvo,o
apoiosocialpredsadeíxardaroqueapessoaseripomcomaquélaqueestásendgapoiada.

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