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A comunicação é uma característica inerente a todos os seres, o que lhes permite viver em
sociedade, compartilhar experiências, interagir com as diferentes culturas e manifestar
sentimentos diversos. Em se tratando da linguagem, ela está diretamente ligada à capacidade
humana formada por leis combinatórias e signos linguísticos materializados pela mensagem.
Comunição:
Para que haja comunicação, alguns elementos são essenciais. Muitas vezes não os notamos,
mas cada vez que estabelecemos contato com alguém de alguma forma, eles estão presentes.
Veja cada um e sua função, separadamente:
Emissor – é aquele que emite, ou seja, que pronuncia ou envia uma mensagem. Também é
chamado de remetente.
Receptor – é aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor. Como a mensagem é
destinada a ele, também é chamado de destinatário, denominação comum em envelopes de
correios.
Mensagem – é o conteúdo que é expedido, enviado.
Canal – é a fonte de transmissão da mensagem (revista, livro, jornal, rádio, TV, ar, etc.).
Agora, você terá como identificar cada um dos elementos nos mais variados atos
comunicativos. Irá percebê-los toda vez que ler uma revista ou jornal, na conversa com um
amigo, quando assistir um canal de TV ou quando ouvir uma música no rádio.
É importante saber os elementos envolvidos na comunicação, pois dessa forma você consegue
saber, por exemplo, que tipo de linguagem o emissor está usando, conforme o canal utilizado
ou que tipo de texto um emissor escolheu para falar de determinado contexto e o porquê desta
escolha. Quem reflete sobre isso, tem mais capacidade de desenvolver seu lado crítico. Pois se
o indivíduo sabe a origem da comunicação (emissor), o público-alvo (receptor), o conteúdo e
a linguagem utilizada (mensagem e código), conseguirá relacionar essas informações com o
objetivo do ato comunicativo dentro do contexto, da situação vivenciada no momento!
Então, quanto mais se comunicar, mais reflexivo e crítico (construtivista) se tornará! E é fácil:
é necessário apenas que você usufrua dos subsídios comunicativos apontados acima!
Importante: ser crítico é diferente de ser opiniático. O primeiro tem uma posição formada a
partir de leituras diferentes e da reflexão sobre elas. O segundo apenas emite sua opinião sem
muito pudor.
Funções da linguagem:
“Pegue um jornal Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja
dar a seu poema. Recorte o artigo.”
Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o código (poema)
para explicar o próprio ato de fazer um poema.
Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o emissor, um contato
para verificar se a mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a conversa.
Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor “Está
entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou quando atendemos o celular e
dizemos “Oi” ou “Alô”.
Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos através de textos que
podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de
elaborar novas possibilidades de combinações dos signos lingüísticos. É presente em textos
literários, publicitários e em letras de música.
Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma combinação de
palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.
Níveis de linguagem:
Os níveis de linguagem dizem respeito ao uso da fala e escrita em uma determinada situação
comunicativa. O emissor e o receptor devem estar em concordância para que haja
entendimento. Assim sendo, cada ocasião exige uma linguagem diferente.
Temos uma norma que rege a língua escrita que é a gramática. No entanto, a fala não se trata
de uma convenção, mas do modo que cada um utiliza esse acordo. Portanto, a língua falada é
mais desprendida de regras, e, portanto, mais espontânea e expressiva. Por este motivo, está
suscetível a transformações, diariamente. Assim, a mudança na escrita começa sempre a partir
da língua falada e, por este motivo, esta é tão importante quanto à língua escrita. Contudo, não
é toda alteração na fala que é reconhecida na escrita, mas somente aquelas que têm
significação relevante à sociedade.
A linguagem, por conseguinte, deve estar de acordo com o contexto em que o emissor da
mensagem e o destinatário se encontram. Claro, porque você não conversa com o vizinho da
mesma forma que conversa com o professor ou conversa com o representante de sala da
mesma forma que conversa com o diretor ou com este do mesmo jeito que com os pais.
Modalidades da língua:
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A
escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea,
abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo
tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é
apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma
vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da
língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da
região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há
variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre
a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do
interior do estado.
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos
encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos
se estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.
Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como
idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se
em linguagem infantil e linguagem adulta.
Variações linguísticas:
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são
basicamente dois: O nível de formalidade e o de informalidade.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa a linguagem do dia a dia, das
conversas informais que temos com amigos, familiares etc.
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades
linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais,
culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:
Variações históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo.
Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a
palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem
dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.
Antigamente
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito
prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos
meses debaixo do balaio."
Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
Variações regionais:
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões.
Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras
nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os
sotaques, ligados às características orais da linguagem.
Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor sobre o assunto:
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
E chamei pra passear.
A gente fomos no shopping
Pra “mode” a gente lanchar.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim.
Quanta gente,
Quanta alegria,
A minha felicidade é um crediário nas
Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”,
Quando eu estou no trabalho,
Não vejo a hora de descer dos andaime.
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme.
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
Interpretação de texto:
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa
informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO.
Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de
seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele
inicial.
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros
autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.
EXEMPLO
Fazem-se necessários:
d) Capacidade de raciocínio.
INTERPRETAR x COMPREENDER
ERROS DE INTERPRETAÇÃO
a) Extrapolação (viagem)
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
b) Redução
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é
um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
desenvolvido.
c) Contradição
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões
equivocadas e, consequentemente, errando a questão.
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que
existam, mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o
que o AUTOR DIZ e nada mais.
COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases
e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome
relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta
entre o que se vai dizer e o que já foi dito.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do
pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do
seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um,
valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.
Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto
traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome
relativo adequado a cada circunstância, a saber:
QUEM (PESSOA)
COMO (MODO)
ONDE (LUGAR)
QUANDO (TEMPO)
QUANTO (MONTANTE)
EXEMPLO: