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A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO

ECONÔMICO

Prof. Solange Marques


ORIGENS DO PENSAMENTO
ECONÔMICO

Até Adam Smith não existia um estudo


sistemático das relações econômicas, as
justificativas de conceitos eram muito mais de
natureza moral.
O PENSAMENTO ECONÔMICO
NA ANTIGUIDADE

A Economia era estudada como parte da Filosofia


social, moral e ética.
O PENSAMENTO ECONÔMICO
NA ANTIGUIDADE
A maior parte da população era formada por
escravos que trabalhavam em troca do básico
para sobrevivência (roupas, alimentos), o
excedente desta produção era apropriado pelo
senhores. A economia era eminentemente rural.
As cidades se desenvolveram com o avanço das
trocas comerciais.
O PENSAMENTO ECONÔMICO
NA ANTIGUIDADE
O PENSAMENTO ECONÔMICO
NA ANTIGUIDADE

Os autores tanto na Grécia como em Roma não


possuiam um pensamento geral e independente.
O domínio era:
FILOSOFIA E POLITICA SOBRE O
PENSAMENTO ECONÔMICO
O PENSAMENTO ECONÔMICO
NA ANTIGUIDADE

Existem algumas reflexões de ordem econômica em


Platão (427-347 a.C.) e Xenofontes (440-335 a.C.),
mas muito incipientes. Aristóteles apresentou
algumas contribuições interessantes às teorias do
valor, dos preços e da moeda, mas tratava sobretudo
de aspectos das transações comerciais e das
finanças públicas.
O PENSAMENTO ECONÔMICO
NA ANTIGUIDADE
● ARISTÓTELES E
PLATÃO DEFENDIAM A
ESCRAVIDÃO.
● OS ESCRAVOS ERAM
CONSIDERADOS
INFERIORES
● DESPREZO PELA
RIQUEZA
NA GRÉCIA APARECERAM
POUCAS IDÉIAS
ECONÔMICAS
O PENSAMENTO ECONÔMICO
NA ANTIGUIDADE
O pensamento romano também não deu uma grande
contribuição ao desenvolvimento das idéias econômicas.
Os romanos não desprezavam a riqueza e o luxo, e
havia uma economia de trocas muito mais intensa em
Roma que na Grécia, com o desenvolvimento de
companhias comerciais e sociedades por ações. Mas o
pensamento de Roma centrou-se nas questões da
política, e o desenvolvimento da sociedade romana
estava centrado em torno de objetivos muito mais
políticos do que econômicos, o que anulou a sua
contribuição ao pensamento econômico.
O Pensamento Econômico na
Idade Média

Com o declínio do Império Romano e as invasões bárbaras, surgiu o


feudalismo, cuja base era o trabalho dos servos nas terras dos
senhores. Apesar do servo não ser livre, por estar ligado à terra e a seu
senhor, não era propriedade do senhor, como o escravo na Antigüidade.
O Pensamento Econômico na
Idade Média
Os senhores eram
obrigados a dar
proteção aos seus
servos que, por sua vez
e em troca, trabalhavam
na terra e também
pagavam pesados
impostos, dentre eles a
talha, a corvéia e as
banalidades.
O Pensamento Econômico na
Idade Média
Existia também uma
hierarquia dentro da classe
de senhores feudais. Um
senhor devia lealdade a um
senhor mais poderoso, e este
a outro, e a outro, até chegar
ao rei. Os vassalos recebiam
a terra de seus senhores para
cultivá-las em troca de
dinheiro, alimentos, trabalho
e lealdade militar. Em
contrapartida, o senhor
oferecia proteção militar a
seu vassalo.
O Pensamento Econômico na
Idade Média

Ao longo da Idade Média há um amplo desenvolvimento


das trocas nas cidades, ampliando-se a atividade
econômica regional e inter-regional através do
surgimento das feiras periódicas. O avanço das trocas
propiciou o desenvolvimento da divisão do trabalho:
surgem as corporações de ofício e ocorre uma
ampliação crescente das trocas entre as áreas urbanas
e rurais. Com as Cruzadas expande-se o comércio
através do Mediterrâneo, fazendo surgir grandes centros
comerciais como Gênova, Veneza, Pisa e Florença.
O Pensamento Econômico na
Idade Média

Assim como na Antiguidade Clássica, o pensamento


econômico medieval não constituía um corpo teórico
independente e sistematizado, e tinha um caráter
eminentemente prático. Ao invés de estar pautado por
questões filosóficas e políticas, a moral cristã orientava e
subordinava o pensamento econômico na Idade Média,
através da dominação exercida pela Igreja Católica em
todas as dimensões da sociedade.
O Pensamento Econômico na
Idade Média
O principal expoente desse
período foi Tomás de Aquino.
Em suas obras percebe-se sua
preocupação com a correta
utilização da propriedade
privada, com um sistema de
preços justos, com o comércio,
com a usura e com os sistemas
salariais.
Pregava a ética no comércio,
dizendo que o apego ao lucro é
vergonhoso e deve-se buscá-lo
como remuneração de seu
trabalho e não como fim.
O Pensamento Econômico na
Idade Média
A ética paternalista cristã, no entanto, condenava a
aquisição e acumulação de bens materiais. A Igreja
condenava a busca desenfreada pelo interesse
individual, e tentava moralizar as ações econômicas dos
indivíduos e a conduta humana, inclusive com a
instituição de leis paternalistas, como a Lei dos Pobres.
Permitia-se a propriedade privada, mas esta deveria ser
usada com moderação. Surge a partir desta idéia de
moderação dos agentes econômicos a concepção de
justiça nas trocas, onde buscava-se o “justo preço” e o
“justo salário”.
O Pensamento Econômico na
Idade Média

O que vinha a ser o justo preço? Seria o preço baixo o bastante para
que o consumidor pudesse comprar, sem extorsão, e aquele elevado o
suficiente para que o vendedor tivesse interesse em vender para poder
viver de maneira decente. O justo salário seria aquele que permitiria ao
trabalhador e sua família viver dignamente. Havia também a noção de
justiça nas trocas, onde o lucro não deveria permitir aos comerciantes
enriquecer (já que a riqueza era condenada), mas apenas viver de forma
decente. Dessa concepção de justiça nas trocas advém também a
condenação do empréstimo a juros, já que o dinheiro reembolsado ao
emprestador seria maior que o dinheiro tomado emprestado.
O Pensamento Econômico na
Idade Média

No entanto, com o desenvolvimento do comércio e das


trocas, e com o desenvolvimento das atividades
manufatureiras, estas concepções caem por terra, e a
subordinação da economia à teologia é substituída
pela busca desenfreada de acumular metais
preciosos.
O MERCANTILISMO

A partir do século XV, uma série de transformações


intelectuais, religiosas, políticas associadas ao
desenvolvimento das trocas e do comércio e à expansão
ultramarina e aos grandes descobrimentos
impulsionaram o avanço da atividade econômica de
forma significativa.
O MERCANTILISMO

A Reforma Protestante abre as portas para o


individualismo, ao exaltar a atividade econômica e o
sucesso material, e ao justificar a busca do lucro, os
empréstimos a juros e o enriquecimento. Não mais se
condenava a riqueza, mas o pecado agora era a ociosidade.
O enriquecimento era sinal da salvação de Deus e o trabalho
não era mais um meio de expiação de pecados, mas
instrumento para alcançar a graça divina e o êxito material.
O MERCANTILISMO

Há neste período o enfraquecimento dos feudos e a


centralização da política com o surgimento dos Estados
Nacionais. O Estado passa a coordenar as forças
materiais e os recursos humanos, fazendo de cada país
um organismo econômico integrado. O Estado nacional
passa a assumir o lugar da Igreja de supervisionar o
bem-estar da sociedade.
O MERCANTILISMO

É neste contexto que surge o mercantilismo, considerada


por alguns estudiosos como a primeira escola
econômica, apesar de não representar um conjunto
teórico e técnico homogêneo e sistematizado. No
entanto, o mercantilismo já apresenta algumas
preocupações explícitas com acumulação de
riquezas de uma nação.
Para os mercantilistas, o governo de um país seria mais
forte e poderoso quanto mais rico ele fosse e esta
riqueza seria tanto maior quanto fosse o seu estoque de
metais preciosos (ouro e prata).
O MERCANTILISMO
A abundância de metais
preciosos é o fator
determinante de uma
concepção central do
mercantilismo: a idéia
metalista.

Esta idéia foi deduzida pela


seguinte observação: a
prosperidade dos países
parecia estar na razão
direta da quantidade de
metais preciosos que
possuiam.
O MERCANTILISMO

No sentido de garantir um aumento no saldo de ouro e


prata, os mercantilistas defendiam uma política de
aumento das exportações, a proibição da saída de
metais preciosos e redução significativa.
O MERCANTILISMO

Para desenvolver a industrialização interna, exportar mais e


reduzir as importações ao mínimo possível, os mercantilistas
defendiam uma política intervencionista na indústria e o
protecionismo alfandegário, efetivamente implantados em alguns
países. Há também um controle e proteção das atividades de
comércio internacional, já que o comércio e as navegações eram
as principais fontes de riqueza nacional neste período. Assim, os
mercantilistas eram entusiastas da ampla intervenção do Estado
nos negócios privados e da imposição de barreiras ao comércio
internacional como forma de promover um saldo comercial
positivo.
O MERCANTILISMO

Conjunto de políticas para atrair e manter metais


preciosos em um país. Os pensadores deste
período não chegaram a produzir análises
coerentes da economia, mas sua politica colonial
foi fundamental para o desenvolvimento da
economia mundial.
O MERCANTILISMO
Embora o mercantilismo tenha uma contribuição
pouco significativa para a constituição da análise
econômico-científica, foi fundamental para o
surgimento do capitalismo. O mercantilismo teve uma
contribuição significativa para fortalecer a economia
nacional, ampliar as relações comerciais, na expansão
dos mercados, para desenvolver o sistema
manufatureiro, na formação dos grandes capitais que
financiaram a revolução industrial e no surgimento do
trabalho assalariado. Todos esses elementos foram
fundamentais para a consolidação posterior do
capitalismo.
FISIOCRATAS

Séc XVIII – reação ao Mercantilismo;


A riqueza consistia em bens produzidos com ajuda
da natureza em atividades econômicas como a
lavoura, a pesca e a mineração. Em suma, só a terra
teria a capacidade de multiplicar a riqueza.
SUA PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO ERA A
CIRCULAÇÃO OU DISTRIBUIÇÃO DO BEM SOCIAL
FISIOCRATAS

A fisiocracia acredita que a economia, como o universo de


Newton, é regida por leis naturais, absolutas, imutáveis e
universais estabelecidas por um ente divino para a
felicidade do homem. Caberia ao homem, por meio da
razão, descobrir esta ordem e trabalhar no sentido de
respeitar as leis que regulam a ordem natural. Sendo
assim, os fenômenos econômicos deveriam fluir
livremente, seguindo estas leis naturais.
FISIOCRATAS
O Estado não deve
intervir na economia
mais do que o
necessário para
assegurar a vida, a
propriedade e para
manter a liberdade.
FISIOCRATAS

Os fisiocratas não acreditavam que a


riqueza de um país dependia de seus
estoques de metais preciosos, como
defendiam os mercantilistas. Para a
fisiocracia, a riqueza de uma nação
dependia de sua capacidade de
produção, mais especificamente no
setor agrícola.
FISIOCRATAS
François Quesnay (1694-1774),
defendeu alguns princípios que
serviriam mais tarde de base
para a construção da análise
econômica posterior. A principal
obra deste autor é O quadro
econômico. Quesnay elaborou o
princípio utilitarista de busca da
obtenção de máxima satisfação
com um mínimo de esforço, que
seria desenvolvido amplamente
pelos economistas da escola
marginalista no século XIX.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
A Escola clássica:
● Adam Smith
● David Ricardo
● Thomas Malthus
● Jonh Stuart Mill
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
PRINCÍPIOS BÁSICOS:
● Individualismo
● Liberdade pessoal tanto econômica quanto
política
● Crença no comportamento racional dos
agentes econômicos
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
O Estado, tal qual na teoria fisiocrata, deveria atuar
somente na defesa, na justiça e na manutenção de
algumas obras públicas, sem intervir significativamente
na atividade econômica nem no funcionamento do
mercado.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
O pensamento clássico surge juntamente coma
revolução industrial, onde há crescimento
acelerado da economia, crescimento estrondoso
da urbanização, consolidação dos Estados
Nacionais e da democracia representativa como
sistema político.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
A partir da contribuição dos economistas
clássicos, a economia passa a formar um corpo
teórico próprio e a desenvolver um instrumental
de análise específico para as questões
econômicas. Busca-se sobretudo encontrar leis
gerais e regularidades no comportamento
econômico, e o interesse primordial passa a ser a
análise abstrata das relações econômicas. Não
mais são priorizados os pressupostos morais e as
conseqüências sociais das atividades
econômicas, como antes.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
Adam Smith (1723-
1790) é o grande
precursor desta corrente
de pensamento
econômico, sendo
considerado por muitos o
“pai da economia”, já que
na sua obra A riqueza das
nações de 1776 ele
desenvolve a teoria
econômica com um corpo
teórico próprio, como um
conjunto científico
sistematizado.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
Para Smith, os indivíduos, na busca da satisfação de seus próprios
interesses e de maximização de seu bem-estar, acabariam contribuindo
para a obtenção do máximo bem-estar da sociedade. Isto porque o
indivíduo se esforça para empregar o seu capital da maneira mais
vantajosa, e isto o conduziria, naturalmente, a preferir o emprego de
capital mais vantajoso para a sociedade.
Para promover o bem-estar o melhor caminho seria o estímulo a busca
individual do próprio interesse e à concorrência. Se todos os indivíduos
são assim deixados livres, haveria como que uma “mão invisível”
orientando todas as decisões da economia, sem necessidade de
atuação do Estado. Através da livre concorrência, a sociedade chegaria
à harmonia e à maximização do bem-estar de todos.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
O mercado seria então o regulador das ações econômicas
e traria benefícios para a coletividade independente da
ação do Estado. Smith postulava que os governos são
ineficazes e têm a tendência de favorecer alguns em
detrimento da maioria da sociedade, portanto sua
interferência no mercado tende a provocar distorções e
ampliar desigualdades. Se o governo não interferir nos
assuntos econômicos, a ordem natural poderia ser
alcançada através do uso da razão. Seus argumentos
baseavam-se na livre iniciativa e no laissez-faire.

Adam Smith: enfatiza o mercado como o regulador da


divisão de trabalho na sociedade.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
David Ricardo-Este pensador
clássico acreditava que o
crescimento demográfico
exerce um efeito negativo
sobre a economia. Sua obra
principal é Princípios de
economia política e tributação.
Segundo Ricardo (1772-1823),
o aumento da população
acompanharia a expansão
econômica, e isto faria com
que as necessidades de
alimentos aumentassem. Estas
necessidades só poderiam ser
satisfeitas a custos mais altos.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA

Assim, o aumento da população geraria um crescimento da


demanda de alimentos, que provocaria um aumento de preços.
Isto ocasionaria uma elevação dos salários industriais e uma
redução da taxa média de lucro da economia. Assim, haveria
uma conseqüente redução dos investimentos, com redução do
emprego e da produção. Com esta análise, Ricardo mostra que
o processo de desenvolvimento econômico poderia minar suas
próprias bases.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA

O problema central residia na incapacidade da agricultura


de produzir alimentos baratos para o consumo dos
trabalhadores, pois possuía rendimentos decrescentes. À
medida que aumentava a população, a produção
ampliava-se em terras cada vez piores, o que provocaria
aumento de custos, aumento de salários e redução de
lucros. Isto inibiria os investimentos e a produção na
agricultura, o que se refletiria posteriormente em toda a
economia.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
Defendia como possíveis soluções para tais problemas o controle
da natalidade e a livre importação de alimentos para o consumo
dos trabalhadores.
Ricardo também desenvolveu a teoria das vantagens
comparativas. Ele defendia que cada país deveria se especializar
naqueles produtos que tivessem os custos comparativos mais
baixos, e importar aqueles cujo custo comparativo fosse maior.
Cada país deveria, assim, dedicar-se à produção que se mostra
comparativamente mais lucrativa. A conseqüência disto seria que
o trabalho seria distribuído com maior eficiência, a produção geral
se elevaria, e promoveria-se o bem-estar geral e a harmonia de
interesses dos diferentes países a nível internacional.
David Ricardo: estudou a renda provinda da terra e o futuro do sistema
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
Malthus (1766-
1834) coloca-se contra a
visão otimista dos outros
pensadores clássicos. As
instituições sociais não
seriam as responsáveis
pelas misérias e vícios dos
indivíduos, mas o próprio
instinto de reprodução
humana os teriam gerado.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA

Em sua obra An essay on the principle of population(Um


Ensaio sobre o princípio da população), Malthus
propugna que a população, quando não controlada,
cresce em proporções geométricas (1,2,4,8,...) enquanto
que a produção de alimentos (subsistência) quando
muito cresce a taxas aritméticas (1,2,3,4,...). A
conseqüência disto é que mais inevitavelmente o número
de habitantes ultrapassaria a quantidade de alimentos
necessária para mantê-los.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA

Assim, o crescimento da população depende da


oferta de alimentos: sempre que os salários
nominais estiverem acima do salário de
subsistência, haverá incentivo para o casamento e
para o aumento no tamanho das famílias,
provocando o aumento populacional.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
Malthus sugeria uma série de políticas para conter
o avanço populacional como o adiamento dos
casamentos, a limitação voluntária de
nascimentos nas famílias. Tudo isto a fim de evitar
uma crise na produção de alimentos. Malthus
também reconhecia que as guerras, os vícios, a
miséria e as doenças seriam obstáculos
importantes para limitar o crescimento da
população, e portanto deveriam ser aceitos como
soluções para interromper o crescimento
populacional.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
No entanto, é preciso destacar que Malthus não levou em conta o
ritmo e o impacto do progresso tecnológico para a elevação da
produtividade e do produto total da agricultura, que representam
uma resposta importante para o descompasso natural entre a
produção de alimentos e o crescimento populacional. Malthus
também não poderia prever a revolução nas técnicas de limitação
da fertilidade, que representam um passo importante para deter o
avanço populaciona.

Thomas Malthus: a sua Lei da População indicava que esta


cresce a taxas geométricas enquanto os meios de subsistência
o fazem a taxas aritméticas.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
John Stuart Mill (1806-1873)
sistematizou e divulgou o corpo
teórico do pensamento econômico
de sua época. Ele avança na teoria
ao incorporar em sua obra
elementos institucionais, e ao
definir de forma mais precisa as
restrições, vantagens e o
funcionamento de uma economia
de mercado. Ele introduz nas suas
análises a preocupação com a
justiça social, e com as
conseqüências sociais da
industrialização em sua época. Sua
principal obra é o livro Princípios
de Economia Política.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA

Mill percebe que o instrumental teórico deixado pelos clássicos,


baseado nos pressupostos de harmonia de interesses, de ordem
natural e de um mercado regulado para atender o bem-estar de
todos não se confirmava na prática em sua época. Se por um
lado o crescimento industrial propiciou de fato aumento da
produção, do volume de comércio internacional e crescimento
da acumulação de capital, por outro lado gerou a deterioração
do padrão de vida da classe trabalhadora, com reduzidos
salários, longas jornadas de trabalho, ausência de legislação
trabalhista, péssimas condições de moradia, entre outras
coisas.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA

Para Mill era evidente que a economia capitalista, em expansão,


não apresentava um sistema de distribuição de renda que
funcionasse bem, e não gerava o bem-estar geral da
coletividade como preconizavam os outros pensadores clássicos.
Para Mill, era necessário políticas de promoção do bem-estar
geral, especialmente voltadas para a classe trabalhadora.
A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA

Além disso, Mill percebe que o sistema capitalista não possui


uma tendência ao equilíbrio, pelo contrário, há uma tendência
do sistema à instabilidade, com taxas de lucros decrescentes,
queda do nível de atividade econômica e elevadas taxas de
desemprego entre a população trabalhadora.

John Stuart Mill: introduziu na Economia o problema da justiça social,


ficando a meio caminho entre os clássicos e os socialistas.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
Os Socialistas:
Surgiram durante a
revolução industrial,
onde se viam:
precárias condições de
trabalho.
Condições de miséria e
abandono.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
O grande teórico desta corrente
de pensamento econômico é Karl
Marx (1818-1883). Tal como
Stuart Mill, Marx se preocupa com
as conseqüências sociais da
industrialização e do
desenvolvimento capitalista. O
objetivo de Marx era descobrir a
estrutura e o funcionamento da
economia capitalista e suas leis
de movimento. Seu objetivo era
demonstrar que o capitalismo
explorava a classe trabalhadora, e
como essa exploração conduziria
necessariamente à destruição
desse sistema econômico.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
Karl Marx:
Publicação do livro “O Capital”.
Criticava o capitalismo, a injustiça social, regime
econômico de exploração dos trabalhadores.
Teoria do valor trabalho: o preço de uma
mercadoria reproduz a quantidade de tempo de
trabalho nela colocada.
Mais-valia: capitalistas utilizavam ampliar sua
taxa de lucro: estender a jornada de trabalho ou
ampliar a produtividade física do trabalho via
mecanização.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
A ESCOLA NEOCLÁSSICA

No final do século XIX fez-se necessária uma reavaliação


da teoria econômica, dadas as transformações estruturais
das economias das nações industrializadas. No lugar de
um capitalismo concorrencial, surge um sistema
econômico com forte tendência monopolista. Há uma
intensa concentração de capitais, o que implicou em uma
concentração de renda, e uma intenso êxodo rural,
decorrentes dos processos de industrialização.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
Neoclássicos:
1870 – princípios microeconômicos: estudo do
comportamento do consumidor e das empresas.
Marshall – conceitos de utilidade total, marginal e
teoria do valor utilidade.
Schumpeter – teoria do desenvolvimento
econômico.

Os indivíduos atuam racionalmente, calculando as utilidades


marginais dos diferentes bens, calculando prazer e dor, e
estabelecendo um equilíbrio entre as necessidades presentes e
futuras.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA

O Pensamento Keynesiano
A Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão da
década de 1930 abalaram seriamente as economias dos
países industrializados do mundo ocidental. Os níveis de
investimento e de produção caíram vertiginosamente,
gerando uma queda nos níveis de emprego sem
precedentes na história, o que acabou por atingir as
economias dos países de todo o mundo.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
A teoria econômica prevalecente na época propugnava que
as distorções que porventura aparecessem no sistema
seriam automaticamente corrigidas pelos mecanismos
automáticos de regulação do mercado. Portanto, os
economistas acreditavam que a crise econômica era
passageira. No entanto, o desemprego já atingia níveis
elevadíssimos e a economia não dava indicações de que a
situação estaria se autocorrigindo. Era necessário
identificar as causas do desemprego. E explicação estaria
no mau funcionamento das instituições do mercado
capitalista, o que justificaria a ampliação da intervenção
do Estado na economia.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
Neste contexto, John Maynard
Keynes publica sua Teoria geral
do emprego, dos juros e da
moeda em 1936, rompendo com
a tradição neoclássica. Keynes
procurou entender os problemas
de instabilidade de curto prazo e
determinar as causas das
flutuações econômicas.
Keynes preocupava-se também
com a determinação dos níveis de
emprego e renda das economias
industriais, e identificou uma
importante inter-relação entre a
renda nacional e os níveis de
emprego.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA

Teoria Geral do Emprego, do juro e da moeda.


Princípios macroeconômicos.

Intervenção do Estado na economia.



A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
O Pensamento Econômico no Período Recente
Após a publicação da Teoria Geral de Keynes, a
teoria econômica apresentou um
desenvolvimento significativo. Instituiu-se um
amplo debate sobre aspectos do trabalho de
Keynes, incorporando modelos matemáticos e
estatísticos, que contribuíram para formalizar a
ciência econômica e sistematizar ainda mais os
seus conceitos.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA
Várias correntes de pensamento surgiram então. Os monetaristas,
cujo principal expoente é Milton Friedman, defendem uma mínima
intervenção do Estado na economia e um amplo controle da moeda.
Os fiscalistas recomendam o uso de políticas fiscais ativas e uma
elevada intervenção do Estado nas atividades econômicas, e têm
como principais destaques James Tobin e Paul Samuelson. Os pós-
keynesianos fazem uma releitura da obra de Keynes, destacando o
papel da especulação financeira no sistema capitalista, defendendo
também uma maciça participação do Estado na condução da atividade
econômica. Seus principais economistas são Hyman Minsky, Paul
Davidson e Alessandro Vercelli.
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
ECONÔMICA

Na década de 1970 o mundo assistiu a duas graves crises


no abastecimento de petróleo, além de uma crise no
sistema financeiro internacional e da economia dos
Estados Unidos. A teoria econômica acaba por apresentar
algumas transformações importantes. Amplia-se a
consciência das limitações e possibilidades de aplicação da
teoria, consolidam-se as contribuições dos períodos
anteriores e aprofundam-se as análises empíricas, o que
permite uma aplicação prática maior.

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