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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

AROMAS E SABORES ARTIFICIAIS

MANAUS – 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

AROMAS E SABORES ARTIFICIAIS

Trabalho solicitado pela Professora Juliana


Rocha de Jesus Pardauil, para obtenção de
nota parcial da disciplina de Química Geral.

MANAUS – 2018
SUMÁRIO

1. RESUMO ........................................................................................................................ 3
2. ABSTRAT ....................................................................................................................... 3
3. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 4
4. AROMANTIZANTES ....................................................................................................... 7
4.1 AROMANTIZANTES NATURAIS ............................................................................. 7
4.2 AROMANTIZANTES SINTETICOS ......................................................................... 8
4.2.1 AROMANTIZANTES IDÊNTICOS AO NATURAL ............................................. 8
4.2.2 AROMANTIZANTES ARTIFICIAIS ................................................................... 8
5. REFRESCO EM PÓ ....................................................................................................... 9
5.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO PRODUTO ............................................................... 9
5.2 IMPACTOS DO CONSUMO DOS ADITIVOS ........................................................ 12
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 18

1. RESUMO
2. ABSTRAT
4

3. INTRODUÇÃO

Condimentos e especiarias são empregados no processamento tecnológico


de alimentos com o objetivo de conferir sabor, aumentar a vida comercial dos
produtos, em função de sua ação antioxidante, além de agregar valor aos alimentos,
permitindo sua diversificação no mercado. Além de serem importantes do ponto de
vista tecnológico, estes produtos trazem efeitos benéficos à saúde do consumidor,
quando são usados adequadamente. Contudo, podem veicular microrganismos e
matérias estranhas, causando riscos à saúde.
A palavra condimento é geralmente empregada, genericamente, para se
designar os ingredientes aromáticos, de sabor forte ou picante, adicionados com o
objetivo de aprimorar ou transformar o sabor dos produtos processados,
possibilitando a diferenciação e diversificação de produtos, através de um paladar
único. Especiarias são condimentos simples, sendo empregados apenas produtos
vegetais. Já os condimentos preparados referem-se a uma mistura de especiarias
com outros ingredientes alimentícios. Ambos possuem a propriedade de modificar o
sabor dos alimentos. (CARRIJO, K.F. et al., 2012)
Especiarias e ervas tem sido utilizadas para várias funções desde os tempos
pré-históricos, sendo a mais comum, a conservação de carnes. Nos tempos antigos,
quando a preservação dos alimentos era inadequada, especiarias eram utilizadas
para mascarar o sabor e o odor em produtos alimentícios, especialmente carnes em
início de decomposição. Algumas foram empregadas para embalsamar mortos no
antigo Egito; com misturas de açafrão, alho, alho-poró, cardamomo, cássia, coentro,
erva-doce, gergelim, mostarda, papoula, pimenta, tomilho (BEDIN et al., 1999;
PRZYBYLA, 1986 apud CARRIJO, K.F. et al., 2012). Os componentes que
caracterizam os sabores existentes nas especiarias são constituídos de uma
composição de alcoóis, ésteres, aldeídos, terpenos, fenóis, ácidos orgânicos e
muitos outros elementos que não foram totalmente identificados (SOUZA et al.,
2005). Na tabela 1, descrevem-se exemplos de compostos antioxidantes e voláteis
encontrados em ervas e especiarias utilizados para aromatizar.
5

Tabela 1 – Lista de compostos antioxidantes e voláteis aromáticos isolados em


amostras de ervas e especiarias.

Erva ou especiaria C. antioxidantes C. aromáticos voláteis


Alanina, alicina, aliína, α-felandreno, citral, sulfureto
alixina, alilmercaptano, α- de dimetilo, geraniol,
tocoferol, apigenina, ác. hexadecanol, linalol, ác.
ascórbico, β-caroteno, oleico, ác. palmítico,
βsitosterol, ác. cafeico, treonina, valina.
campesterol, ác.
clorogénico, clorofila,
colesterol, citral, cisteína, ác.
ferúlico, glutationa, histidina,
Alho
ionol, kaempferol, lignina,
(Allium sativum L.)
manganês, metionina,
miricetina, ác. mirístico, ác.
p-cumárico, ác. palmítico,
ác. pentadecanóico, ác.
fítico, quercetina, riboflavina,
rutina, ác. salicílico, selénio ,
ác. sinápico, estigmasterol,
sacarose, taurina, triptofano,
ác. vanílico.
Alanina, ác. ascórbico, β- 1,8-cineol, α-felandreno,
caroteno, β-sitosterol,
ác. αterpineol, benzaldeído, β-
cafeico, campesterol, pineno, capsaicina,
capsaicina, capsantina, ác.
carvona, cariofileno, ác.
clorogénico, ác. ferúlico,
cinâmico, ác. cítrico, Δ 3 -
hesperidina, histidina,
Malagueta careno, ác. hexanóico, ác.
(Capsicum frutescens L.) kaempferol, ác. láurico,
isovalérico, limoneno,
luteína, manganês,
metil-fenilacetato,
metionina, mirceno, ác.
mirístico, ác. p-cumárico, ác. mirceno, ác. nonanóico,
palmítico, ác. ác. octanóico, ác. oleico,
pentadecanóico, quercetina, p-metilacetofenona, ác.
riboflavina, rutina, palmítico, pulegona, ác.
6

escopoletina, estigmasterol, esteárico, treonina, ác.


terpinen-4-ol, tocoferol, valérico, valina
triptofano.
Canfeno, carvacrol, γ- 1,8-cineol, α-pineno, α-
terpineno, linalil acetato, terpineno, α-terpineol, β-
mirceno, terpinen-4- ol, pineno, canfeno,

Orégãos terpinoleno, timol. carvacrol, Δ 3 -careno, γ-


(Origanum vulgare L.) terpinene, limoneno, linalil
acetato, metil-2- metil-
butirato, mirceno, p-
cimeno, terpinoleno, timol.
Fonte: USDA (2007) apud COSTA (2012)

Os aditivos alimentares são fundamentais na produção de alimentos, a fim de


conservar, melhorar suas características organolépticas e conservar ou aumentar
seu valor nutricional.(FAO/WHO, 1974 apud TONETTO, A.)Contudo, existem
estudos que associam a utilização inadequada desses componentes a efeitos
prejudiciais à saúde, como o aparecimento de câncer, alergias e outras
enfermidades. (GOUVEIA, F., 2006)Por exemplo, nos últimos anos, houve relatos de
uma grave forma de bronquiolite causada pela inalação de aromatizantes em
trabalhadores de fábricas de alimentos, sobretudo de pipoca de microondas,
principalmente nos Estados Unidos da América. (CAVALCANTI, Zaida do Rego et al,
2012)
Os aditivos intencionais são classificados em diferentes grupos de acordo
com a função que desempenham no alimento. Os flavorizantes e aromatizantes são
os estudados em questão, pois essas substâncias conferem ou intensificam o sabor
e o aroma dos alimentos. Quando adicionadas aos alimentos, executam várias
funções como: criar sabores inexistentes; reforçar, substituir, repor ou mascarar
aqueles existentes. Por exemplo, a vanilina (C8H8O3) que é usada em margarina,
pudins e bebidas refrescantes. (SIMÃO, 1985; BARUFFALDI e OLIVEIRA , 1998,
CALIL e AGUIAR, 1999).
7

4. AROMANTIZANTES
Segundo definição contida na resolução de n° 104 de 14 de maio de 1999, da
ANVISA, “aromas, ou aromatizantes são substâncias ou misturas de substâncias
com propriedades odoríferas e ou sápidas, capazes de conferir ou intensificar o
aroma ou sabor dos alimentos”.
Nesta classe de aditivos existe um grande número de substâncias, uma vez
que os aromas são muitos complexos. Alguns produtos podem conter naturalmente
mais de mil substâncias que juntas, conferem aroma característico. Grande parte
dos aromas são substâncias idênticas dos naturais, que conferem aos produtos seus
sutis sabores, pois quase sempre os aromas são utilizados em pequenas
quantidades em relação aos outros aditivos. Hoje está catalogada mais de 3.000
substâncias que podem ser adicionadas para compor vários tipos de aromas e
sabores que existem na natureza. (VALSECHI, 2001).
Quanto a sua forma, os aromatizantes podem apresentar as seguintes
formas:líquida (soluções, emulsões), sólida (pós, granulados, tabletes) ou pastosa. A
forma líquida é a mais utilizada e maior fidelidade ao aroma, e tem uma dispersão
mais uniforme no alimento (NITZKE et al., 2012).

Conforme o Regulamento Técnico da ANVISA, os aromatizantes classificam-


se em naturais ou sintéticos.

4.1 AROMANTIZANTES NATURAIS

São os obtidos exclusivamente por métodos físicos, microbiológicos ou


enzimáticos, a partir de matérias-primas aromatizantes naturais. Entende-se por
matérias-primas aromatizantes naturais, os produtos de origem animal ou vegetal
aceitáveis para consumo humano, que contenham substâncias odoríferas e ou
sápidas, seja em seu estado natural ou após um tratamento adequado, como:
torrefação,cocção, fermentação, enriquecimento, tratamento enzimático ou outros.

A Figura 1 ilustra as estruturas químicas do limoneno que é o aroma natural


do limão e do mentol que é o aroma natural da menta.
8

FONTE: GABRIEL, 2009.

4.2 AROMANTIZANTES SINTETICOS

São compostos quimicamente definidos obtidos por processos químicos, que


compreendem:

4.2.1 AROMANTIZANTES IDÊNTICOS AO NATURAL

São as substâncias quimicamente definidas obtidas por síntese e aquelas


isoladas por processos químicos a partir de matérias-primas de origem animal,
vegetal ou microbiana que apresentam uma estrutura química idêntica às substância
spresentes nas referidas matérias-primas naturais (processadas ou não). Incluem-se
os sais de substâncias idênticas às naturais com os seguintes cátions: H+
(hidrogênio), Na+(sódio), K+ (potássio), Ca++ (cálcio) e Fe+++ (ferro), e ânions:Cl-
(cloreto), SO4= (sulfato), CO3= (carbonato).

4.2.2 AROMANTIZANTES ARTIFICIAIS

São os compostos químicos obtidos por síntese, que ainda não tenham sido
identificados em produtos de origem animal, vegetal ou microbiana, utilizados em
seu estado primário ou preparados para o consumo humano.

A Figura 2 ilustra a estrutura química do Acetato de benzila, que tem como


aroma o pêssego.
9

FONTE: FRANCISCO, 2012.

5. REFRESCO EM PÓ

Os preparados artificiais sólidos para refresco, popularmente conhecidos


como pó para refresco, já estão perfeitamente integrados ao dia-a-dia do consumidor
brasileiro, dada à sua facilidade de preparo, ao seu rendimento e ao seu preço de
mercado, bastante inferior, se comparado às bebidas prontas para o consumo, como
os refrigerantes, por exemplo, o que o torna mais acessível economicamente,
principalmente para as populações de renda mais baixa.

O público-alvo principal deste produto são as crianças, como pode ser


comprovado pelos comerciais de TV que, na maioria das vezes, utilizam temas e
personagens infantis para anunciar o produto. Elas se sentem atraídas,
principalmente, pela diversidade de sabores existentes e pela coloração variada que
o produto adquire ao ser diluído em água. Como se trata de um produto artificial, o
que menos se encontra nele é a fruta propriamente. Esse tipo de suco não passa de
uma mistura de açúcares, corantes e conservantes sem qualquer valor nutricional.
Infelizmente, mais de 70 % do seu conteúdo é açúcar.

5.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO PRODUTO

Além de todas as funções importantes de cada um dos componentes do suco


artificial. Os principais componentes que podem fazer parte da composição do suco
em pó artificial são:

Antioxidantes: substancias químicas que retardam o surgimento de oxidantes em


alimentos.
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Reguladores de PH: substâncias adicionadas ao suco artificial para não permitir


grandes variações no pH do produto antes e depois do preparo.

Edulcorantes ou adoçantes: substâncias naturais ou artificias que têm como


finalidade adoçar um determinado alimento.

Umectantes e Antiumectantes: Umectantes são substâncias utilizadas no suco em


pó com o objetivo de facilitar a dissolução do produto em água. Além disso, eles têm
a importante função de controlar a presença e o desenvolvimento de micróbios no
produto.

antiumectantes são substâncias adicionadas ao suco em pó para evitar que eles


absorvam a umidade presente no ar e mantenham o aspecto seco que estamos
acostumados a reparar.

Espessante e Estabilizante: O espessante é a substância química que tem por


função aumentar a viscosidade, a textura e a consistência de um alimento
processado. Já o estabilizante é uma substância que é adicionada a um alimento
processado com o objetivo de manter as características físicas do produto.

Outrosadtivos e os aromatizantes: Eles são utilizados no suco em pó para fornecer


odor e sabor característicos de uma determinada fruta. Os artificiais são mais
utilizados em razão do baixo custo de fabricação.

De uma forma geral, muitos dos aromatizantes são ésteres, derivados da reação
química de esterificação entre um ácido carboxílico e um álcool, vemos abaixo
alguns:

- Butanoato de etila:

FONTE: DIAS, D.L, 2018.


11

É o éster que imita o sabor e odor do abacaxi. É originado a partir da reação


de esterificação entre o ácido butanoico e o etanol.

- Acetato de octila:

FONTE: DIAS, D.L, 2018.

É o éster que imita o sabor e odor da laranja. É originado a partir da reação de


esterificação entre o ácido etanoico e o octan-1-ol.

- Etanoato de isobutila:

FONTE: DIAS, D.L, 2018.

É o éster que se assemelha com o sabor e cheiro do moragno. É originado a partir da


reação de esterificação entre o acído etanóico e o 2-metil-propan-1-ol.

O processo químico é simples de ser realizado em laboratório e indústrias


capacitadas com equipamentos necessários. Tendo obtido o éster preferencial,
ainda será um liquido, a questão é, como formar o pó do refresco, o encontrado nos
pacotes, essa já é uma das etapas finais da produção. A característica em pó é
constituída através de uma maquina de atomização chamada: ‘Spray Dryer’, o
liquido passa por uma atmosfera de alta temperatura (200ºC),e então a agua
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presente é removida e o pó é extraído, em seguida é embalado e enviado para os


grandes supermercados e distribuidoras.

5.2 IMPACTOS DO CONSUMO DOS ADITIVOS

Os "refrescos em pó" apresentam apenas 5% de suco desidratado de fruta.


Sendo assim, eles não podem ser chamados de suco. Um suco é aquele que
apresenta 100% de fruta em sua composição, no caso de frutas muito consistentes
esse percentual pode cair um pouco. Os demais podem ser chamados de bebida a
base de suco. A substituição de alimentos naturais por artificiais vem empobrecendo
nutricionalmente a dieta e provocando danos a saúde da população.
Uma pesquisa demonstrou que 85% das famílias brasileiras utilizam refresco
em pó, principalmente as famílias mais carentes. Esse tipo de refresco e outros
produtos industrializados são ricos em ADITIVOS ALIMENTARES. Segundo a
portaria n° 540 da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) de 27 de Outubro de
1997, aditivo alimentar é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente, sem o
propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas,
biológicas ou sensoriais do alimento. Existem mais de 6 mil tipos de aditivos
alimentares, entre eles, aroma, corantes, conservantes, realçadores de sabor, etc).
Muitas pesquisas vem estudando esses aditivos e comprovadamente eles são
responsáveis pelo desenvolvimentos de alergias, asma, dermatite de contato,
urticária crônica, choque anafilático, rinite alérgica, danos no fígado, estômago e
intestino, danos nos genes e câncer. Devido a adição de açúcares, esses refrescos
também estão associados ao desenvolvimento de obesidade e outras doenças
crônicas não-transmissíveis (diabetes, pressão alta, doenças no coração).
O uso de alimentos industrializados em geral, são responsáveis por diversos
danos a saúde da população, devido a grande utilização de aditivos alimentares. A
melhor opção é não consumir esses tipos de alimentos. Prefira uma refeição mais
natural e caseira.
13

6. REFRIGERANTE
É uma bebida que não contem álcool, em sua composição possui
carbonatada, com refrescantes encontradas em diversos sabores. Bebida que é
muito consumida tanto no Brasil como pelo mundo em diversos países. Seu sabor é
adocicado. A sua industrialização é em grandes escalas, geralmente em latas e
garrafas de vidros e garrafas plásticas (hoje em dia uma das fabricantes
multinacional a Coca-Cola optou pela fabricação de garrafas retornáveis para não
prejudicar o meio ambiente e é tendo em vista que é mais econômico).

6.1 HISTÓRICO DO REFRIGERANTE

O refrigerante surgiu inicialmente para tratamento terapêutico, quando foi


criado um aparelho para produzir água gaseificada, utilizado para uma simples cólica
à poliomielite (SILVA, et al., 2010). Ele é uma bebida não alcoólica, possui CO2 (Gás
Carbônico) em sua composição e é encontrado em diversos sabores com um alto
teor de refrescância. Por ser uma bebida muito popular, o consumo aumentou
consideravelmente nos últimos anos. O consumo per capita de refrigerante no ano
de 1975 era 1,29 litros e saltou para 7,65 litros no ano de 2003 (LIMA, AFONSO,
2009).
A primeira indústria de refrigerante surgiu nos Estados Unidos em 1871. Em
1886, John Pemberton, um farmacêutico de Atlanta, criou a bebida que se tornou um
grande símbolo americano, a Coca-Cola (CAVAGIS, PEREIRA, 2014). No Brasil, os
primeiros registros encontrados foram em 1904, ano em que foi fundada a primeira
indústria de refrigerante. Nessa época, o processo era artesanal, por isso a
produção não passava de 150 garrafas por hora (CRUZ, 2012).
O sabor guaraná é um dos destaques dentre os sabores de refrigerantes no
país. Ele começou a ser produzido, quando foi criado o xarope da fruta trazida
diretamente do estado do Amazonas (CRUZ, 2012). Segundo Cruz (2012) as
matérias-primas básicas utilizadas no processo de produção dos refrigerantes são:
água, açúcar, concentrados de (extratos, óleos essenciais e destilados de
frutas/vegetais) e gás carbônico (CO2).
Os Estados Unidos é o primeiro produtor mundial de refrigerantes, logo após
vem o México e em terceiro lugar, o Brasil. Como nosso país é o terceiro maior
produtor da bebida, os índices de obesidade, diabetes, entre outras doenças vêm
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aumentando. Com números tão elevados, é muito importante trabalhar em sala de


aula, os conceitos químicos envolvidos no refrigerante, desde a sua fabricação até a
reação da bebida em nosso organismo (LIMA, AFONSO, 2009).

6.2 COMPOSIÇÃO DO REFRIGERANTE

Os ingredientes que compõem a formulação do refrigerante têm finalidades


específicas e devem se enquadrar nos padrões estabelecidos. São eles:
Água: Constitui cerca de 88% m/m do produto final. Ela precisa preencher
certos requisitos para ser empregada na manufatura de refrigerante (Palha, 2005):

- Baixa alcalinidade: Carbonatos e bicarbonatos interagem com ácidos


orgânicos, como ascórbico e cítrico, presentes na formulação, alterando o sabor do
refrigerante, pois reduzem sua acidez e provocam perda de aroma;

- Sulfatos e cloretos: Auxiliam na definição do sabor, porém o excesso é


prejudicial, pois o gosto ficará demasiado acentuado;

- Cloro e fenóis: O cloro dá um sabor característico de remédio e provoca


reações de oxidação e despigmentação, alterando a cor original do refrigerante. Os
fenóis transferem seu sabor típico, principalmente quando combinado com o cloro
(clorofenóis);

- Metais: Ferro, cobre e manganês aceleram reações de oxidação,


degradando o refrigerante;

- Padrões microbiológicos: É necessário um plano de higienização e controle


criterioso na unidade industrial, que garantam à água todas as características
desejadas: límpida, inodora e livre de microorganismos.

Açúcar: É o segundo ingrediente em quantidade (cerca de 11% m/m). Ele


confere o sabor adocicado, “encorpa” o produto, juntamente com o acidulante, fixa e
realça o paladar e fornece energia. A sacarose (dissacarídeo de fórmula
C12H22O11 - glicose +frutose) é o açúcar comumente usado (açúcar cristal).
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Concentrados: Conferem o sabor característico à bebida. São compostos por


extratos, óleos essenciais e destilados de frutas e vegetais (Palha, 2005). Sabor é a
experiência mista de sensações olfativas, gustativas e táteis percebidas durante a
degustação (Goretti, 2005).

Acidulante: Regula a doçura do açúcar, realça o paladar e baixa o pH da


bebida, inibindo a proliferação de microorganismos. Todos os refrigerantes possuem
pH ácido (2,7 a 3,5 de acordo com a bebida). Na escolha do acidulante (Tabela 1), o
fator mais importante é a capacidade de realçar o sabor em questão (Palha, 2005).
O ácido cítrico (INS1 330) é obtido a partir do microorganismo Aspergillus niger, que
transforma diretamente a glicose em ácido cítrico. Os refrigerantes de limão já o
contêm na sua composição normal. O ácido fosfórico (INS 338) apresenta a maior
acidez dentre todos aqueles utilizados em bebidas. É utilizado principalmente nos
refrigerantes do tipo cola. O ácido tartárico (INS 334) é usado nos refrigerantes de
sabor uva por ser um dos seus componentes naturais.

Antioxidante: Previne a influência negativa do oxigênio na bebida. Aldeídos,


ésteres e outros componentes do sabor são susceptíveis a oxidações pelo oxigênio
do ar durante a estocagem. Luz solar e calor aceleram as oxidações. Por isso, os
refrigerantes nunca devem ser expostos ao sol. Os ácidos ascórbico e isoascórbico
(INS 300) são muito usados para essa finalidade. Quando o primeiro é utilizado não
é com o objetivo de conferir vitamina C ao refrigerante, e sim servir unicamente
como antioxidante.

Conservante: Os refrigerantes estão sujeitos à deterioração causada por


leveduras, mofos e bactérias (microorganismos acidófilos ou ácido-tolerantes),
provocando turvações e alterações no sabor e odor. O conservante (Tabela 2) visa
inibir o desenvolvimento desses microorganismos (Palha, 2005). O ácido benzoico
(INS 211) atua praticamente contra todas as espécies de microorganismos. Sua
ação máxima é em pH = 3. É barato e bem tolerado pelo organismo. Como esse
ácido é pouco solúvel em água, é utilizado na forma de benzoato de sódio. O teor
máximo permitido no Brasil é de 500 mg/100mL de refrigerante (expresso em ácido
benzoico). O ácido sórbico (INS 202) ocorre no fruto da Tramazeira (Sorbus
aucuparia). É usado como sorbato de potássio e atua mais especificamente sobre
16

bolores e leveduras. Sua ação máxima é em pH = 6. O teor máximo permitido é 30


mg/100mL (expresso em ácido sórbico livre).

Edulcorante: É uma substância (Tabela 3) que confere sabor doce às bebidas em


lugar da sacarose. As bebidas de baixa caloria (diet) seguem os padrões de
identidade e qualidade das bebidas correspondentes, com exceção do teor calórico.
Dióxido de carbono: A carbonatação dá “vida” ao produto, realça o paladar e a
aparência da bebida. Sua ação refrescante está associada à solubilidade dos gases
em líquidos, que diminui com o aumento da temperatura. Como o refrigerante é
tomado gelado, sua temperatura aumenta do trajeto que vai da boca ao estômago. O
aumento da temperatura e o meio ácido estomacal favorecem a eliminação do CO2 ,
e a sensação de frescor resulta da expansão desse gás, que é um processo
endotérmico (Palha, 2005).

Tabela 1 - Acidulantes empregados na manufatura de refrigerantes.

Tabela 2 - Conservantes encontrados em refrigerantes.


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Tabela 3 - Edulcorantes utilizados no processamento de refrigerantes diet e suas


principais características.
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS

CARRIJO, K.F. et al. Condimentos e especiarias empregados no processamento de


alimentos: considerações a respeito de seu controle físico-químico. PUBVET, Londrina, V. 6,
N. 26, Ed.213, Art. 1419, 2012.

CAVALCANTI, Zaida do Rego et al .Bronquiolite associada à exposição a aroma artificial de


manteiga em trabalhadores de uma fábrica de biscoitos no Brasil. J. bras. pneumol., São
Paulo , v. 38, n. 3, p. 395-399, Junho 2012 . Disponível
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
37132012000300016&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 24 de Junho de 2018.
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132012000300016.

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Agente Aromatizante na Composição Química e Resistência à Oxidação. Disponível
em:<http://hdl.handle.net/10198/7611> Acesso em: 24 de Junho de 2018.

GOUVEIA, Flávia. Indústria de alimentos: no caminho da inovação e de novos


produtos com um faturamento anual superior a R$184 bilhões , e destaque para os
segmentos de carne e derivados, a indústria brasileira de alimentos se diversifica e
aposta em novas tecnologias. Disponível em:
<http://inovacao.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
23942006000500020&lng=es&nrm=iso..> Acesso em: 22 de Junho de 2018

SOARES, Deyse Machado. A influência do contexto aditivos alimentares na


aprendizagem de funções inorgânicas. Disponível
em:<http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/5826> Acesso em: 22 de Junho de
2018.

TONETTO, A. et al. O Uso de Aditivos de Cor e Sabor em Produtos Alimentícios.


Disponível em:<http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/04/aditivos-de-
cor-e-sabor-nos-alimentos.pdf>Acesso em: 22 de Junho de 2018.

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Aromatizantes/ Aromas da Resolução nº 104 de 14 de maio de 1999.

VALSECHI, Octávio. ADITIVOS. 2001. 14p. Tese (doutorado) – Departamento deTecnologia


Agroindustrial e Socioeconomia Rural – Universidade Federal de SãoCarlos, São Paulo,
Araras, 2001.
20

NITZKE, Júlio; MELLO, Carla; THOMÉ, Fabiana; LIMA, Mateus. Aromatizantes em


Alimentos. Disponível
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FONTE: DIAS, D.L, 2018.

Qual o perido do refresco em pó. (23 de 03 de 2015). Acesso em 24 de 06 de 2018,


disponível em Corpo e Saude Nutrição:
http://corpoesaudenutricao.blogspot.com/2015/03/qual-o-perigo-do-refresco-em-
po.html?m=1

Dias, D. L. (s.d.). Suco Artificial. Acesso em 24 de 06 de 2018, disponível em Brasil Escola:


https://brasilescola.uol.com.br/quimica/quimica-suco-artificial.htm

Fonte, B. (29 de 03 de 2016). Fabricação de Aromas. Acesso em 24 de 06 de 2018,


disponível em Notícias BOL: https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-
noticias/economia/2016/03/29/da-tangerina-ao-refresco-em-po-conheca-o-processo-
de-fabricacao-dos-aromas.htm

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