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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE CIENCIAS AGRARIAS


DEPARTAMENTO DE CIENCIAS PESQUEIRAS

Plano controle Ambiental (PCA)

DISCENTE:

MANAUS – AM
2018
1. INFORMAÇÕES GERAIS
1.1. Descrição do Imóvel
1.1.1. Área Total

O imóvel possui uma área em torno de 250 m de frente para o rio, e uma área para
os tanques-rede possuem aproximadamente 2 hectares de lamina de água, com a
estimativa de 11.250 m³ localizada na Rodovia Am 010 Km 175 (ver no mapa em
anexo).

As áreas de APP estão protegidas por vegetação primária e secundária. A reserva


legal foi caracterizada como floresta tropical densa, esta apresenta porte elevado,
com árvores emergentes com alturas entre 20 e 30 m.
1.1.2. Vias de Acesso ao Imóvel

A propriedade possui proximidade com a cidade de Itacoatiara com acesso facilitado


por meio de ramalde terra compactada com acesso a Rodovia Am 010km 200, e
por meio fluvial atraves do Rio Urubu, o que irá facilitar o escoamento da produção e
o transporte dos insumos até a propriedade. Outro fator bem relevante além da
proximidade do município de Itacoatiara é a disponibilidade de energia elétrica de
fácil derivação e instalação dos equipamento auxiliares na atividade.
1.1.3. Corpo d’Água Existente
A propriedade possui fontes de água com disponibilidade suficiente para atender as
demandas dos tanques rede, já que os mesmos serão instalados no trecho do Rio
Urubu em frente ao imóvel.
Figura 1 trecho do Rio Urubu onde serão instalados os módulos.

1.2. Objetivos Gerais do Empreendimento

O cultivo de peixes em tanques-rede é amplamente utilizado em outras regiões do


país e do mundo, principalmente para o cultivo de tilápias, onde é usada a própria
corredeira natural (fluxo) das águas como fonte de renovação da água e de
oxigenação. Neste caso, o módulo projetado para o cultivo da matrinxã, o fluxo será
realizado por ação da própria correnteza do curso da água. A matrinxã é a segunda
espécie de peixe produzida no Estado do Amazonas, e ao contrário do tambaqui
não possui forte concorrência dos produtores dos Estados de Roraima e Rondônia,
os quais são os maiores produtores e fornecedores para a cidade de Manaus. Desta
formao cenário econômico se torna altamente promissor para o cultivo da
matrinxã.O presente projeto tem por finalidade a instalação e operação de módulos
de produção de Matrinxã em tanques-rede, garantindo a sua produção comercial na
modalidade intensiva, em módulos de produção de aço inox, com circulação de
água e renovação total diária, ou seja, uma taxa do volume de água dos módulos de
produção será renovadasem depender do cálculo de excreção da espécie.
1.3. Objetivo Específico do Empreendimento
A produção de matrinxã em tanques rede irá requerer menos espaço e alta
produtividade por modulos, já que não irá requerer desmatamento de novas áreas
ou construção de grandes infra-estruturas, irá proveitar o transporte fluvial,
reduzindo despesas com a manutenção de estradas e vicinais, não dependerá de
energia elétrica para sua operação, irá permitir a agregação da produção de vários
empreendimentos em pólos, otimizando o transporte de insumos, o escoamento da
produção e a assistência técnica além de apresentar afinidade com a cultura do
ribeirinho.
2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
2.1. Área de Influência do Empreendimento
A área destinada à construção das instalações produtivas, área logística e de
manejo é formada por uma área de 2000 m3. A instalação do projeto ocorrerá em
uma área destinada ao uso a qual se encontra atualmente coberta parcialmente por
vegetação ciliar situada dentro da área de uso múltiplo da propriedade. Ainda, a
propriedade não se encontra inserida ou nas proximidades de Unidades de
Conservação e suas zonas de amortecimento (Ver em anexo mapa da área de
influência direta do empreendimento).
2.2. Aspectos Técnicos da Criação
2.2.1. Áreas de Criação
O empreendimento será instalado no rio Urubu, à margem da propriedade. E para
tal, o recurso hídrico que é o Rio Urubu, dispõe de uma boa qualidade de água, sem
contaminação por poluentes, e em quantidade suficiente para suprir a demanda
hídrica das instalações da estação de reprodução.
Para a produção de Matrinxãs em sistema intensivo, serão considerados quarenta
(40) Tanques-rede, de 5 x 5 x 2 m ou seja 50 m3 que totalizará em um
empreendimento de 2000m3, onde em cada tanque serão adensados 1500 peixes e
serão produzidos 60 toneladas de matrinxã ao todo (Ver em anexoas dimensões
dos módulos).
Para as estruturas físicas, serão posteriormente construído um galpão flutuante, as
ma para armazenar a ração, além disso, para guarda os equipamentos (balanças) e
os apetrechos (rede de arrasto, anzóis, ganchos, cordas).
2.2.2. Tecnologia Empregada
2.2.2.1. Fase de Instalação
Para este empreendimento, não serão necessários estudos topográficos, ou de
solo, já que o empreendimento se dará totalmente dentro do rio Urubu, às margens
da propriedade, porém, foram feitos estudos das variáveis limnológicas de acordo
com a Resolução CONAMA 357. A quantidade de água necessária será o volume
que irá passar pelos tanques rede da produção da Matrinxã onde não será preciso
verificar as taxas de evaporação, e da renovação de água mesmo na época de
vazante e seca, quando necessário.
Os módulos implantados serão feitos de aço inoxidável, que é resistente a corrosão
que água e o tempo fazem, aumentando a durabilidade dos tanques, as telas,
também serão em aço inoxidável, evitando cortes e machucados nos peixes (Figura
1).

Figura 1: Aço a ser utilizado nas futuras instalações.

2.2.2.2. Fase de Operação


Cada módulo será povoado com 1.500 peixes, diretamente oriundos de estações de
reprodução onde serão obtidos os peixes. A média de peso por individuo será de
aproximadamente 1,5g. Neste sistema não é prevista a fase de alevinagem.
O modelo de produção será intensivo, utilizado somente ração comercial extrusada
e balanceada para alimentação de peixes onívoros.
A despesca dos peixes será total e realizada quando a média de peso individual
seja de 1,0 kg (1.500 kg de Biomassa Total/Modulo). A tecnologia empregada para
a despesca será a retirada de cada módulo através de cabos que erguerão o
módulo e o levarão até o galpão de despesca e a coleta dos mesmos com ajuda de
pessoal qualificado. A comercialização do pescado será realizada em feiras,
frigoríficos e/ou supermercados.
2.2.3. Espécies de Animais Criados
A espécie a ser criada será Brycon amazonicus (Spix e Agassiz, 1829)(Figura2),
popularmente conhecida de Matrinxã. Ela pertence a ordem Characiformes, família
Characidae e gênero Brycon.
Esta espécie é restrita à bacia Amazônica (Howes, 1982). Onde a mesma utiliza
diversos habitat durante sua vida. Larvas e juvenis são encontrados em lagos e na
floresta alagada (Leite; Araújo-Lima, 2002).
Seu hábito alimentar é onívoro. Os itens alimentares mais encontrados em seu trato
intestinal são: sementes, frutos, flores, restos vegetais, plantas herbáceas,
aracnídeos, anelídeos, insetos e restos de peixes, como escama e vísceras
(Pizango-Paima; Pereira Filho; Oliveira-Pereira, 2001). Segundo Goulding (1980), o
hábito alimentar da espécie evidencia que as matas alagadas e matas ciliares são
seus principais fornecedores de energia.
A matrinxã é um peixe migrador de desova total. Na época da reprodução, é comum
a formação de imensos cardumes. O período de desova na natureza é restrito aos
meses de dezembro a janeiro (Zaniboni-Filho; Resende, 1988), quando a região
Amazônica apresenta grandes precipitações, acompanhada por grandes elevações
no nível da água dos rios.

Figura 2. Matrinxã (Brycon amazonicus)


2.2.4. Procedência e Destinação da Água
A água a ser utilizada no empreendimento será do próprio rio Urubu, onde serão
instalados os módulos. A qualidade da água disponível do Rio Urubu à margem da
propriedade, bem como os valores de referências indicados na literatura para as
atividades e cultivo estão apresentados na Tabela 01.
Tabela 1: Valores de Qualidade da Água do Trecho do Rio Urubu à montante a
propriedade.
Variáveis Observado Sugerido*
Nitrogênio Amoniacal (NH3 + NH4) (mg/L) < 0,00 < 0,5
Nitrito (NO2) (mg/L) < 0,00 < 0,01
Condutividade Elétrica (µS/cm²) 8,7 50 – 90
Transparência (cm) 75 60-100
pH 5,2 5,0 – 7,5
Oxigênio Dissolvido (mg/L) 7,1 4,5 – 8,0
Temperatura oC 28,3 25,0 – 30,0
*Fonte: Kubitza, 2003;

Tabela 2: Valores de Qualidade da Água do trecho do Rio Urubu em frente a propriedade.

Variáveis Observado Sugerido*


Nitrogênio Amoniacal (NH3 + NH4) (mg/L) < 0,01 < 0,5
Nitrito (NO2) (mg/L) < 0,01 < 0,01
Condutividade Elétrica (µS/cm²) 7,4 50 – 90
Transparência (cm) 50 60-100
pH 4,9 5,0 – 7,5
Oxigênio Dissolvido (mg/L) 5,3 4,5 – 8,0
Temperatura oC 27,9 25,0 – 30,0

Tabela 3: Valores de Qualidade da Água do trecho do Rio Urubu à jusante a propriedade.

Variáveis Observado Sugerido*


Nitrogênio Amoniacal (NH3 + NH4) (mg/L) < 0,01 < 0,5
Nitrito (NO2) (mg/L) < 0,01 < 0,01
Condutividade Elétrica (µS/cm²) 6,4 50 – 90
Transparência (cm) 50 60-100
pH 4,9 5,0 – 7,5
Oxigênio Dissolvido (mg/L) 5,0 4,5 – 8,0
Temperatura oC 27,9 25,0 – 30,0
2.2.5 Origem e Transporte dos Alevinos
Os animais serão adquiridos do município de Presidente Figueiredo, do comerciante
José Souza Pereira. Transportados para o local de cultivo em sacos de polietileno
de 60 litros contendo 2/3 de oxigênio e 1/3 de água por via terrestre/aérea até o
local da recria na proporção entre 1.000 a 2.000 alevinos por saco, dependendo do
tamanho dos animais e do tempo de deslocamentos.

2.2.6 Ciclo de Produção


Com o cultivo em fases do Tambaqui e da Matrinxã (Recria I, Recria II e Engorda)
busca-se produzir duas (02) safras anuais.
Na reprodução busca-se alcançar ao máximo aproveitamento dos reprodutores para
que cada indivíduos reproduza ao menos uma vez por ano.

2.2.6 Manejo Alimentar para a Criação

A engorda do matrinxã será realizada em três (03) fases, sendo elas, Recria I,
Recria II e Engorda. Nas duas primeiras os peixes passarão três (03) meses em
cada fase até que atinjam peso ideal para repicagem e adensamento nos tanques
de engorda. Após as fases de recria, seis (06) meses, os peixes ficarão na fase de
engorda por mais seis (06) meses até atingirem peso final 2 Kg.
A ração utilizada será a comercial extrusada, conforme tabela 03 abaixo:
Tabela 3. Demonstrativo da Quantidade de Proteína Bruta na Ração Utilizada por
Fases.

RECRIA I RECRIA II ENGORDA


Proteína/Fase
X
45 % PB
X
40 % PB
X X
32 % PB
X X
8 % PB

2.2.7. Monitoramento e Controle da Qualidade da Água


O monitoramento da qualidade da água será realizado mensalmente, em pontos já
determinados, as variáveis que serão analisadas estão expostas na tabela 05.

Tabela 4: Parâmetro para Análises Semestrais.

Parâmetros Pontos
Montante Frente Jusante
Nitrogênio Amoniacal X X X

Nitrogênio Total X X X
Nitrito X X X
Fósforo X X X
Ortofosfato X X X
2.2.8. Mercado Consumidor e Comercialização
A comercialização será feita na cidade metropolitana de Manaus, onde será vendida
para as feiras da cidade, e para os supermercados, onde valor do kg será entre 8,50
a 10,00 reais.

2.3. Descrição de Situação Geográfica quanto à Proximidade com Unidades de


Conservação

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