Computadores

SEGUNDA-FEIRA 3 JANEIRO 2005 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

PUB
O A a Z das Oracle compra a O Thunderbird, ‘Vermes’ até ao Jogos para
tecnologias PeopleSoft da Mozilla fim de 2004 a emoção
Os produtos e as Foram precisos 26,5 Os criadores do Firefox Novas falhas no Windows, De ‘Football Manager’ e
tecnologias mais dólares para conseguir lançam agora um gestor outro ‘cavalo de Tróia’ e ‘Premier Manager’ a ‘Pool:
marcantes no ano findo 75 por cento das acções alternativo de E-mail ameaças como o Santy Shark’, entre outros
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MULTIPLICAM-SE NOS EUA AS REDES DE OBSERVADORES AMADORES LIGADOS PELA WEB

A meteorologia no quintal da casa NYT CIRCUITS

G
REG TRUTA trabalha muitas horas
como contabilista mas isso não o
impediu de se dedicar à tarefa de
ser o meteorologista de serviço
na sua cidade de Broomfield,
no estado norte-americano do Colorado, nos
arredores de Denver. Com 33 anos, este
adepto das tecnologias deixou-se fascinar de
tal modo pelos diferentes tipos de tempo asso-
ciados à vizinhança das imponentes Monta-
nhas Rochosas (ao fundo, na imagem) que
decidiu montar, no seu quintal, uma estação
meteorológica pessoal a fim de monitorizar a
evolução das condições atmosféricas.
Não contente com isso, Greg Truta
decidiu partilhar com as outras pessoas
os dados assim obtidos, pondo-os “on-line”.
Ligou os seus instrumentos a um computa-
dor e começou a disponibilizar — em tempo
real no seu sítio na Web ( www.broomfield
weather.com ) — os dados por eles obtidos,
juntamente com as previsões do Serviço
Meteorológico Nacional dos EUA e também
com imagens das montanhas colhidas por
uma “webcam”. E não demorou muito que o
seu “site” se tornasse numa referência para
todos os que vivem naquela área, registando
mais de 98 mil acessos em 18 meses. E, para
quem se mostrou interessado no tempo que
faz mesmo em Broomfield, Greg criou um
sistema que envia três mensagens de E-mail
por dia com a actualização das previsões.
“Recebo mensagens de correio electró-
nico de todas as partes do Colorado e mesmo
da Costa Leste”, diz Truta. Entre esta vasta
audiência, contam-se meteorologistas pro-
fissionais, como os da estação televisiva
KMGH, subsidiária da ABC, de Denver,
que passou a usar os dados de Greg na ela-
boração das suas previsões regionais. “Eles
disseram-me que precisavam de dados da
temperatura da área a noroeste de Denver e
passaram a usar os meus números no notici-
ário das 17h00.”
Mas a história de Greg Truta não é
um caso isolado. Milhares de amantes da
observação do céu e dos astros têm vindo
a combinar o uso de computadores com o
de equipamentos amadores de observação
meteorológica a fim de partilharem “on-line”
os dados locais por si colhidos. Disponibili-
zados em páginas pessoais na Web ou em
páginas colectivas dedicadas às condições
atmosféricas, estes dados começam a ter
uma importância crescente — tanto ao nível
local, para os vizinhos mais ou menos pró-
ximos, como a nível da previsão do tempo à
escala continental graças a uma malha de
dados mais fina e disponível em tempo real.
Deste modo, os serviços especializados, em
vez de se basearem apenas em cenários-
padrão, conseguem fornecer uma perspec-
tiva com maior pormenor do tempo que fará
em cada área.
“Nós usamos estes relatórios”, diz Mike
Nelson, meteorologista-chefe da KMGH.
“Tem sido útil à nossa cadeia de TV a pos-
sibilidade de obter mais dados oriundos de
todo o tipo de locais nesta região, quando
antes apenas tínhamos os que eram forneci-
dos pelo aeroporto.”
Mesmo sem montarem sítios na Web,
estes meteorologistas “de trazer por casa”
podem contribuir para o mundo da previsão
profissional — e fazem-no enviando os seus
dados para uma série de organizações, as
quais agregam e validam essa informação,
pondo-a em seguida “on-line”.
Um destes grupos que mereceu o reco-
nhecimento oficial é o Citizen Weather
Observer Program ( www.cwop.net ), uma
associação de observadores meteorológicos
que colhem informação, partilham-na “on-
line” e encaminham-na para centros de
coordenação como o da National Oceanic
and Atmospheric Administration — que
dispõe de um enorme repositório de dados
meteorológicos gratuitamente disponíveis
para investigação: o Meteorological Assimi-
lation Data Ingest System. Este reúne infor-
mação de 1900 dos cerca de 4 mil estações
meteorológicas pessoais que se encontram
registadas e que, assim, é centralizada e
usada pelos técnicos do Serviço Meteoroló-
gico Nacional dos EUA, do Kennedy Space
Center, do Centro Nacional para a Investi-
gação da Atmosfera e de diversas organiza-
ções de investigação universitárias.
“Estes dados vão para 80 por cento dos
serviços de previsão meteorológica nos
EUA”, diz Russ Chadwick, engenheiro res-
ponsável por um laboratório em Boulder,
também no Colorado, e ainda coordenador
da rede local de observadores voluntários.
“Isto é muito útil em zonas onde há muito
poucos pontos de recolha oficial de dados.
A rede meteorológica convencional chega
a ter uma malha de 70 Km e, por vezes,
nós conseguimos reduzir essa malha para
apenas 10 Km.” ● TIM GNATEK /NYT News Services

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 As tecnologias de A a Z
que marcaram 2004
ADSL 43 por cento dos lares
portugueses têm ligação à Internet mas
apenas 19 por cento em banda larga.
O preço do serviço é caro para o débito
que oferece. A Anacom forçou a PT a
oferecer débitos de 2 Mbps quando, em
França, o fornecedor alternativo Free
apresentou um serviço a 15 Mbps por
30 euros mensais; 1 Mbps custa 40
euros em Portugal, onde as condições
de concorrência já levaram operadoras
a desistirem deste negócio. Não admira
que a PT tenha o ADSL a compensar a
redução das receitas da rede fixa: no fim
de Setembro, havia 3,9 milhões de linhas
fixas (menos 2,2 por cento que no mesmo
período de 2003) e 312 mil clientes de
ADSL, o dobro do ano transacto.
Blogues Um dicionário
da Merriam-Webster considerou-a a
palavra mais pesquisada em 2004 e
a revista “Fortune” destacou-os como
principal tendência do ano. Espaço de
escrita pessoal (mesmo em formato
colectivo), denunciam, criticam questões
menos visadas na comunicação social
tradicional. São forma rápida de
acompanhar a actualidade (como se
confirmou com o maremoto no Sudoeste
asiático) e a sua importância foi
reconhecida pela Microsoft, que lançou
um serviço próprio. O aproveitamento
comercial está a ser estudado mas são
poucos os blogues que lucram com os seus
conteúdos, excepto pela edição em livro.
Cibercrime Continuou
a aumentar neste ano: generalizou-se
o “phishing”, em que os utilizadores
são levados a aceder a sítios na Web
aparentemente
legais (como bancos)
para divulgar
dados confidenciais.
É uma técnica
sofisticada e de
difícil detecção: em
média, um sítio na
Web de “phishing”
está activo apenas
60 horas. A Lycos
Europe revelou um aumento de 500 por
cento no envio de “mails” de “phishing”.
Também o ataque automatizado a
computadores desprotegidos e ligados à
Internet visando ganhos financeiros.
DVD O suporte que matou
de vez a videocassete, que algumas
lojas já deixaram de vender, tal como
os videogravadores, substituídos
pelos leitores e gravadores de DVD
— suporte mais prático e com melhor
qualidade visual e sonora. Foi em
computadores .2
2002 que, pela primeira vez, as vendas
destes equipamentos ultrapassaram
as dos videogravadores; 9 anos após o
lançamento do primeiro leitor, a relação
nas vendas é de 40 unidades de DVD
para um videogravador.
Europa Penalizou a Microsoft.
Num processo que se iniciou Março
(quando a empresa reclamou a suspensão
cautelar das medidas então impostas
pela Comissão Europeia) à decisão em
Dezembro, a Microsoft viu imposta
uma multa de 497 milhões de euros por
alegado abuso de posição dominante nos
sistemas operativos e obrigada a vender o
Windows sem o Media Player. O recurso
segue nos próximos anos.
Firefox Podia
ser para a fotografia
digital num ano em que
as máquinas se venderam
bem. Mas o Firefox, um
“browser” concorrente do
Explorer da Microsoft,
revelou-se uma surpresa e fez voltar a
expressão “guerra dos ‘browsers’”, extinta
desde que o Explorer ganhara um enorme
avanço ao Navigator, da Netscape. E foi
a partir da tecnologia deste que a Mozilla
Foundation desenvolveu o Firefox, já
transferido para mais de 10 milhões de
PC.
Google Um ano em cheio
para a empresa mais conhecida pelo seu
motor de busca. Teve sucesso bolsista
em Agosto, apresentou a comunidade
electrónica Orkut, disponibilizou o Gmail
(serviço gratuito de E-mail com caixa de
1 GB), criou um motor de busca interno
para os PC (“desktop search”) e anunciou
a digitalização de milhões de livros e sua
futura disponibilização.
História É o que está a
acontecer aos certames e feiras das novas
tecnologias: estão a passar à história. Em
Portugal, agruparam-se para captar mais
audiência. Nos EUA, pela primeira vez
não se realizou a Comdex de Outono (a da
Primavera já fora). “A queda da Comdex
assinala o fim de uma era, que começou
com a revolução do PC e atingiu o seu
zénite com o crescimento explosivo da
Internet”, diz a “PC World”.
iPod
O aparelhinho da Apple que
disseminou a música digital de forma
legal. Um sucesso se comparado com o
“walkman”, que neste ano comemorou
25 anos. Como este, passou de “gadget”
tecnológico a ícone cultural e provou ser
S E G U N D A - F E I R A . 3 . J A N E I R O . 2 0 0 5
possível a venda de música pela Internet
a preços acessíveis. Segundo Apple, a
sua loja iTunes já vendeu mais de 200
milhões de canções.
Jogos Videojogos, consolas e
computadores: uma indústria que vale
10 mil milhões de dólares. As sequelas
foram os potenciais êxitos: “Doom 3”,
“The Sims 2”, “Grand Theft Auto: San
Andreas”, “Half-Life 2” ou “Halo 2” (cujas
vendas no dia de lançamento atingiram
os 125 milhões de dólares, ultrapassando
as receitas do primeiro fim-de-semana
de estreia do filme “Spider-Man”). Mas
os videojogos ainda não valem mais que
o cinema doméstico: em 2003, nos EUA,
a venda e aluguer dos DVD de filmes
chegou aos 16 mil milhões de dólares,
mais os 6400 milhões das videocassetes.
Lenovo O negócio do ano:
a IBM vendeu a sua unidade de
computadores pessoais à chinesa Lenovo.
Sinal dos tempos, em que o “hardware”
tem margens de lucro mínimas e cresce
a concorrência, ou a aposta no mercado
global da informática por uma empresa
da China? Um país que “se tornará o
centro das tecnologias de informação
do mundo”, previu John Chambers,
presidente da Cisco.
Média “2004 pode bem ser
lembrado como o ano em que os média
sofreram um tratamento de choque”,
escrevia o jornal “The Hartford
Courant”. “Escândalos, concentração,
despedimentos, ataques, falsidades
e uma crescente luta para manter
leitores e espectadores”. Sobrou pouco
tempo e dinheiro para investir nos
média “on-line”, quando 56 por cento
dos espectadores europeus admitem ver
menos TV desde que subscreveram o
acesso à Internet por banda larga.
Nigéria País conhecido pela
“riqueza que partilha” por E-mail. As
“cartas da Nigéria” são um esquema
fraudulento, em que alguém se faz
passar por familiar de uma pessoa que
tem lá uma enorme conta bancária
mas não a consegue movimentar. As
propostas de colaboração e partilha são
aliciantes e há quem caia na esparrela.
A Polícia Judiciária portuguesa
prendeu um nigeriano implicado nestas
fraudes e revelou ter recebido centenas
de participações em 2004 — outros
tantos burlados num esquema de
enriquecimento rápido…
‘Open source’ O
sucesso do “browser” Firefox foi o sinal
mais evidente da credibilidade do
software conhecido por “open source” ou
das suas variantes. O Linux continuou a
implantar-se lentamente mas de forma
credível. A Microsoft já reconheceu que
o software “open source” é uma “ameaça
crescente” e que o apoio da IBM “acelerou
a sua aceitação como alternativa”.
Privacidade A ideia
de creches e cabeleireiros terem
videovigilância interna foi recusada
pela Comissão Nacional de Dados
Pessoais (CNDP), que obrigou ainda a
RTP a suspender o seu uso nas salas
de maquilhagem e na redacção. A
videovigilância está na moda mas outras
tecnologias empurram a privacidade
para fronteiras inexploradas, devido ao
seu menor preço, maior fiabilidade ou
miniaturização — sistemas biométricos,
de identificação por rádio-frequência
(RFID) ou da geolocalização por telemóvel
e GPS. Com o continuado interesse
no cruzamento de dados pessoais, são
tendências que não terminam em 2004.
RFID Minúsculos processadores
de emissão, recepção e armazenamento
de dados que podem ser inseridos em
produtos (como um código de barras
electrónico) mas também no ser humano.

UMIC Passou de Unidade de
Missão Inovação e Conhecimento
(UMIC) a Agência para a Sociedade do
Conhecimento. Conseguiu implantar
a Biblioteca Online do Conhecimento,
disseminar os Campus Virtuais,
relançar o Portal do Cidadão ou
promover as compras electrónicas
na administração pública. Para 2005
ficam as promessas de melhores
serviços públicos, melhor qualificação e
produtividade, redução da burocracia,
maior inovação e comunidades mais
participativas.
Banda larga cresce
15 por cento nos EUA
O acesso à Internet por banda larga nos
EUA cresceu 15 por cento no primeiro
semestre de 2004. Quem o diz é a Federal
Communications Commission (FCC)
norte-americana, que contabilizou algo
como 32,5 milhões de utilizadores — ou,
mais exactamente, de subscritores deste
tipo de serviços, sejam eles de cabo ou
por linha telefónica (ADSL). Estes números
da evolução do acesso por banda larga
mostram um abrandamento no crescimento
deste tipo de serviço nos EUA, pois, no
segundo semestre de 2003, registara-se
CVRVV lança concurso
para sistema de informação
multimédia
A Comissão Vitivinícola da Região dos
Vinhos Verdes (CVRVV), em colaboração
com o Departamento de Sistemas de
Informação da Universidade do Minho,
lançou um concurso de ideias para o
desenvolvimento de um sistema de
informação multimédia subordinado
ao tema “Como se Faz o Verde” — o
qual deverá representar os diversos
momentos de produção, comercialização
e consumo do vinho verde (da vinha
ao copo), “com propósitos didácticos

Vírus O número de vírus e

Ideais para seguir a vida de um produto,
podem perturbar a privacidade das
pessoas se usados nesse sentido. O
potencial comercial foi reconhecido nos
últimos anos; a tendência para o uso
acelerará nos próximos.
“vermes” informáticos ultrapassou em
2004 a barreira dos 100 mil, tendo
aparecido mais de 10 mil novos —
revelou a empresa de antivírus Sophos.
O mais prejudicial foi o “verme” Netsky
e as suas variantes, responsáveis por 40
por cento do total de infecções. O próximo
ano não deverá mostrar tendência para
a redução destes nefastos seres, que já
estão a “invadir” os telemóveis.
um aumento na ordem dos 20 por cento.
Em termos anuais (do primeiro semestre
de 2003 para o período homólogo
deste ano), o crescimento foi de 38 por
cento. De acordo com os dados da FCC,
divulgados pelo diário norte-americano
“Wall Street Journal”, o débito mínimo para
se considerar um acesso por banda larga é
de 200 Kilobits por segundo (Kbps). Apesar
destes índices de crescimento da banda
larga, em 2002 e segundo os números da
União Internacional de Telecomunicações
bem como de promoção turística” da
região. A iniciativa visa ainda promover a
criatividade e a inovação na concepção
e apresentação de ideias usando as
tecnologias multimédia hoje disponíveis.
Os suportes para que o sistema deverá
ser desenvolvido terão que incluir o
CD-ROM, o DVD ou uma página para a
Web, de tal forma que seja “integrável
no portal da Comissão Vitivinícola da
Região dos Vinhos Verdes”. A proposta
poderá contemplar o uso do sistema

‘Spam’ Uma simples palavra

para a enorme frustração de um ano
(UIT), os EUA figuravam apenas no 11º
lugar a nível mundial quanto ao índice
de penetração destes acessos, atrás de
multimédia em plataforma de E-learning
“para efeitos de suporte à formação
em sala e à distância”. O júri para este
a apagar mensagens indesejadas. países como a Bélgica, o Canadá ou Hong concurso promovido pela Comissão
Custou mais de 500 milhões de dólares Kong, por exemplo. A banda larga por DSL Vitivinícola da Região dos Vinhos Verdes
em banda desperdiçada e chegou a cresceu 20 por cento no semestre para 11,4 será composto por personalidades
ser 83 por cento do tráfego total de milhões de subscritores (mais 49 por cento dos meios académicos, do sector da
dados na Internet. Passou a 60 ou 70 em termos anuais) e por cabo televisivo produção multimédia, das artes, do
por cento e é considerado o principal aumentou apenas 13 por cento mas a partir turismo e da viticultura, devendo
meio de disseminação de “spyware” de uma maior base de subscritores, que são as candidaturas ser apresentadas
(“software” que se instala no PC com agora 18,6 milhões. Existem ainda outros impreterivelmente até ao dia 18 de
más intenções) sem que o utilizador se 2,5 milhões, repartidos entre o sem-fios, o Fevereiro próximo. ●
aperceba. A partir destes PC infectados satélite e a fibra óptica. ●
(30 mil por dia, diz a Symantec) é
depois redifundido mais “spam”. Mas a
AOL afirma que o “spam” decresceu 75
por cento nas suas redes em 2004.

Wi-Fi A tecnologia que permite

trabalhar em rede e aceder à Internet
usando terminais sem fios. Das redes
universitárias dinamizadas pela UMIC,
a que se seguiram as propostas pelos
operadores de telecomunicações e
empresas ou o lançamento de redes
comunitárias, as tecnologias “wireless”
tiveram uma difusão considerável em
2004, para gáudio de quem gosta ou
precisa de trabalhar ao ar livre ou em
locais públicos, como os aeroportos.

X A cruz que se coloca nos boletins

de voto, em papel ou electrónicos.
Em Portugal, após as experiências
em 2004, prevê-se o alargamento
das experiências de voto electrónico
nas próximas eleições. Nos EUA, a
experiência nas eleições de Novembro
não mereceu desta vez grandes críticas
(ao contrário sucedido em 2000) mas
responsáveis desta área alertam que
a falta de dados de comparação torna
difícil a detecção de fraudes ou erros.

Telemóveis Com a
terceira geração de telemóveis surge
a videochamada e maior velocidade
na transmissão de dados — novidades
que se pagam pelo tráfego e não pelo
tempo de ligação. Com investimentos
globais das três operadoras previstos
de 425 milhões de euros, ainda não
tem cobertura nacional total. A TMN
divulgou antes do Natal ter mais de
20 mil clientes. Um menor custo dos
equipamentos e mais e melhores serviços
poderão dinamizar o crescimento de
utilizadores em 2005.
Zzz… O sono da directiva
europeia sobre as patentes para o
“software”. Apesar de contemplado
na lei do direito de autor, há quem
queira acompanhar os EUA e permitir
patentes de “software”. Os críticos
alegam que vai desincentivar a
inovação, os apoiantes que protege
o investimento. A votação sobre a
directiva europeia arrastou-se ao longo
do ano, foi introduzida à pressa no
Conselho de Agricultura e Pescas de
Dezembro mas a Polónia requereu o
seu adiamento. Para ser votada em
2005… ● PEDRO FONSECA

S E G U N D A - F E I R A . 3 . J A N E I R O . 2 0 0 5 computadores .3
 CERCA DE 75 POR CENTO DAS ACÇÕES TINHAM MUDADO DE MÃOS ATÉ 28 DE DEZEMBRO
Oracle assumiu controlo
da PeopleSoft
A DINO VOURNAS/AP
ORACLE anunciou na passada
terça-feira, dia 28, que já adqui-
rira 75 por cento das acções da
PeopleSoft que se encontravam
dispersas pelo mercado bolsista,
o que lhe conferiria o controlo desta última
empresa. Assumindo a correspondente
posição accionista maioritária, a Oracle
nomeou quatro representantes seus para
o conselho de administração da PeopleSoft,
em substituição dos membros que haviam
saído em consequência da alienação dos
respectivos lotes de acções. Segundo a
Oracle, “dois dos membros do anterior da
conselho da PeopleSoft permanecerão até
que a fusão entre as duas empresas se con-
cretize”. No dia 29, David A. Duffield, “chief
executive officer” (CEO) e presidente do
conselho de administração da PeopleSoft,
demitiu-se destes cargos.
Assim chega ao fim um dos mais dis-
putados e longos episódios — que se pro-
longou por 18 meses — de concentração
de empresas no sector das tecnologias de
informação, acelerado na sequência do
“crash” das empresas da Internet, ini-
ciado em 2001. A operação envolve um
montante de 10.300 milhões de dólares,
após a Oracle ter subido a sua oferta de
24 para 26,5 dólares por cada acção da
PeopleSoft alienada até à meia-noite de
dia 28 (cerca de 298,835 milhões) A adqui-
rente prolongou, entretanto, até às 20h00
de 4 de Janeiro (hora de Nova Iorque) a
sua disponibilidade para comprar mais
acções, visando o controlo de 90 por cento
da PeopleSoft, o que lhe permitiria dar
início à concretização da fusão entre as
duas organizações.
virose
Novas falhas não resolvidas no Windows
Foi divulgado, na última semana — num fórum
chinês de temas de segurança informática —, um
pedaço de código que permite explorar três novas
falhas do Windows ainda não colmatadas.
Uma destas falhas afecta a função API LoadImage
do sistema operativo, possibilitando a um intruso
“comprometer” um computador quando o utilizador
vê uma imagem especialmente preparada para o
efeito — colocada num sítio da Web ou enviada por
correio electrónico —, não sendo necessária mais
nenhuma acção do utilizador.
A segunda falha encontra-se no programa Windows
Help, no modo como ele descodifica os ficheiros
de ajuda, podendo afectar qualquer programa que
abra um ficheiro de Help (Ajuda). Para a explorar, um
“hacker” pode criar ficheiros especiais de Help, que
coloca numa página na Net ou envia por correio
electrónico. Estes ficheiros podem originar um
“buffer overflow” nos computadores afectados.
Uma terceira situa-se no “kernel” do Windows, ou
seja, no código nuclear do sistema operativo. A
sua exploração permite desencadear
um fenómeno de “denial of
service” (DoS)
computadores .4
“A combinação das duas empresas reúne numa entrevista anterior, confirmara a dis-
alguns dos melhores produtos e profissionais posição para outras aquisições, tendo mesmo
do mercado de aplicações empresariais, tudo referido a BEA Systems e o respectivo valor
em benefício do cliente”, declarou em comu- bolsista “muito atraente” de 3500 milhões
nicado Larry Ellison, CEO da Oracle — que, de dólares. Do lado da PeopleSoft, nenhuma
quando é encontrado um ficheiro de extensão .ani
devidamente transformado. O resultado é o desligar
e o reiniciar do computador. A “infecção” faz-se pela
simples visita a uma página na Web devidamente
transformada. Como ambas as falhas fazem uso
de bibliotecas usadas por todos os programas do
Windows, quase todos os “browsers” e programas de
correio electrónico podem ser afectados por elas.
‘Cavalo de Tróia’ ameaça Windows XP
Também durante a semana passada, foi descoberto
um novo “cavalo de Tróia” que pode infectar os
computadores com Windows XP, instalando um
programa para permitir o controlo remoto do
sistema afectado. Este vírus — a
que foi dado o nome de Phel,
um anagrama da palavra
S E G U N D A - F E I R A . 3 . J A N E I R O . 2 0 0 5
reacção pública era conhecida até à
passada quinta-feira.
A nova Oracle fica, assim, numa
posição privilegiada para disputar a
liderança do mercado de aplicações
empresariais de gestão financeira,
de recursos humanos e de clientes
com a empresa alemã SAP e com
as norte-americanas Microsoft e
IBM. Esta havia, aliás, solicitado
às autoridades reguladores da con-
corrência nos EUA que impedissem
a concretização da oferta hostil de
compra da PeopleSoft, alegando
que, caso contrário, as condições
de competitividade neste segmento
ficariam irreversivelmente diminu-
ídas. A Oracle viria, no entanto, a
ultrapassar a oposição inicial dos
reguladores, tanto nos EUA como
na União Europeia.
A primeira oposição às inten-
ções de compra da Oracle havia,
contudo, vindo do interior da pró-
pria PeopleSoft, onde os principais
accionistas cerraram fileiras no
conselho de administração e em
torno de Craig Conway (na foto),
então “chief executive officer” da
empresa. Alegavam os responsá-
veis da PeopleSoft que o valor ofe-
recido pela Oracle estava muitos
“furos” abaixo do real valor da
empresa — e o que é facto é que a
Oracle teve que ir subindo a parada inicial
de 16 dólares por acção até chegar aos pre-
sentes 26,5 dólares, ou seja, 66 por cento
acima do montante oferecido em Junho de
2003. ● RUI JORGE CRUZ
OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 3
VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/
Eraser.A:Tw, WM/HELPER.F;G;H
Dia 4
WM/Eraser.A:Tw, WM/
Helper.C;D;E, W97M/Alamat,
Help — infecta os computadores dos utilizadores VBS/Aqui
que visitam um sítio na Web, através dos controlos
Dia 5
do Help do Internet Explorer. Felizmente, parece VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/
que o código contém um “bug” que o impede de Irvine@MM, VBS/Alphae,
infectar alguns computadores, não representando, W32/Winur.worm.a, W32/
portanto, um perigo de maior. Winur.worm.b, W97M/Alamat,
X97M/Anis, W32/Urick@MM,
O Phel explora uma falha descoberta em Outubro e W32/Supova.d.worm,
que afecta a maneira como o Internet Explorer e o W32/Supova.e.worm, W32/
Windows XP Service Pack 2 lidam com os ficheiros Supova.f.worm, X97M/Hopper.r,
de ajuda invocados a partir das páginas da Web. W97M/Jackal.A, WM/Eraser.A:
Tw, WM/HELPER.F;G;H, AOS.A,
A Microsoft ainda não conseguiu arranjar uma
VBS/Count, JS/Gigger.a@MM
solução para esta falha, que não tem nada a ver com
a referida atrás, descoberta há poucos dias. Dia 6
WM/Eraser.A:Tw, WM/
Variantes do Santy atacam AOL e Yahoo Helper.C;D;E, WM/KOMPU.A,
W97M/Alamat, VBS/Aqui
Uma semana depois de ter surgido no Google — e Dia 7
quando esta empresa já tinha conseguido pôr um VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/
travão na expansão do “worm” —, o Santy aparece Alliance.A, W32/Supova.f.worm,
W32/Supova.e.worm, W32/
agora em novas variantes, que usam também outros Supova.d.worm, WM/Eraser.A:Tw,
motores de busca, como os do AOL e do Yahoo, para WM/ERASER.H
se propagarem.
Como referimos na anterior edição, o Santy Dia 8
WM/Eraser.A:Tw, VBS/San@M,
procura “sites” de fórum vulneráveis através de VBS/Valentin@MM, WM/
motores de busca. Quando encontra um alvo KOMPU.A, W97M/Alamat, VBS/
adequado, serve-se de um “exploit” remoto para Aqui, W97M/Tolu
aceder a ele e o desactivar antes de ele poder
Dia 9
retomar a actividade de varrimento.● JOSÉ DOUTIL
VBS/Aqui, VBS/Alphae, VBS/Inself,
W97M/Alamat, TRASHER.D, WM/
Eraser.A:Tw, Acid.A (intended),
W97M/Jackal.A
 S H A R E WA R E
Uma alternativa
ao Outlook Express
N
UM DOS ÚLTIMOS textos
desta secção de Com-
putadores, analisámos
o Mozilla Firefox, o
novo “browser” da Web
que promete dar luta ao Internet
Explorer, da Microsoft, voltando a
falar-se da “guerra dos ‘browsers’”.
Baseado em código-fonte disponi-
bilizado pela Netscape através do
projecto Mozilla, o Firefox oferece
algumas vantagens quando com-
parado com o produto da Micro-
soft. Por este motivo, milhares e
milhares de utilizadores têm as
duas aplicações instaladas nos
seus computadores.
Na altura, prometemos ana-
lisar o Mozilla Thunderbird, um
programa para gestão de correio
electrónico complementar do Fire-
fox, também da Mozilla. Por este
motivo, surge aqui uma análise
mais pormenorizada do produto, que
já está a fazer correr muita tinta. Já des dificuldades em usar o Thunder-
não é política recente os “browsers”
incluírem uma ferramenta que
permita a gestão de mensagens de
E-mail. O Navigator, da Netscape,
foi o primeiro “browser” a incluir
esta funcionalidade; e, mais tarde,
a Microsoft passou a distribuir o
Outlook Express de forma gratuita
como complemento
do Internet Explorer. NUNO BERNARDO
Agora, o Thunderbird
promete captar as atenções dos uti-
lizadores informáticos e oferecer-
lhes uma alternativa convincente
ao Outlook Express.
Após a instalação do Mozilla
Thunderbird, verificamos que o
principal objectivo dos seus criado-
res é mesmo cativar os utilizadores
do produto da Microsoft. Para
tal, incluíram um tutorial especí-
fico para os actuais utilizadores
do Outlook Express, de forma a
permitir uma rápida aprendiza-
gem das ferramentas incluídas
no Thunderbird, e um módulo de
importação de mensagens, con-
tactos e parâmetros directamente
do produto da Microsoft para o da
Mozilla. Se o leitor usar o Outlook
Express, ficará surpreendido com a
forma como o Thunderbird irá reco-
lher toda a informação arquivada no
programa da Microsoft e importá-la
directamente através dos menus e
das opções do programa.
Para garantir que os utilizadores correio electrónico, oferecendo um
do Outlook Express não sintam gran-
MOZILLA THUNDERBIRD
bird, a Mozilla replicou a interface e
o arranjo gráfico do Outlook Express
— e, num olhar mais desatento, será
fácil confundir as duas aplicações.
Nesta altura, o leitor deverá estar a
pensar: se as aplicações são idênticas,
qual o objectivo de migrar do produto
da Microsoft para o Thunderbird?
Uma das principais
razões apontadas pelos
seus criadores são as
funções extra, que não se encontrará
no Outlook Express (estando algu-
mas delas disponíveis para o pro-
grama da Microsoft mas obrigando
a instalar utilitários extra, que terão
de ser pagos).
Uma das principais funções
incluídas no Thunderbird — e
que “per se”, poderá justificar a
migração — é o controlo de correio
electrónico não solicitado, o denomi-
nado “spam”. De raiz, o produto da
Mozilla inclui um poderoso sistema
de detecção e remoção de mensa-
gens publicitárias e de vírus, que
cada vez mais enchem as caixas
de correio electrónico. No produto
da Microsoft, funções similares
requerem a instalação de uma apli-
cação extra, o que poderá significar
despender uma quantia extra.
Após alguns testes, verificou-se
que os filtros incluídos no Mozilla
Thunderbird permitem a remoção,
com sucesso, do “spam” da caixa de
nível de segurança e funcionalidade
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 3 . J A N E I R O . 2 0 0 5
similar ao dos produtos mais usados
nesta categoria (e que custam entre
30 a 40 euros).
Se isto não for suficiente para con-
vencer o leitor a ir a www.mozilla.org
e copiar o Mozilla Thunderbird para
o seu computador — — sendo o
programa de cópia e utilização
gratuita, as funções de organização
de mensagens por grupos definidos,
como agora é possível encontrar no
Microsoft Outlook 2003, permitem
organizar as mensagens recebidas
de forma mais eficaz. Outra das
funções mais interessantes encon-
tradas neste Mozilla Thunderbird
é a de Saved Search Folders, que
funcionam como pastas de arquivo
de mensagens normais mas estão
associadas a uma sintaxe de pes-
quisa. Por exemplo, é possível criar
uma pasta com o critério de “men-
sagens de uma determinada pessoa
nos últimos 30 dias”. Ao abrir
esta pasta, aparecerão as
mensagens recebidas dessa
pessoa no último mês, inde-
pendentemente das pastas
onde estas se encontrem
arquivadas.
As funções aqui referidas
são só as consideradas mais
inovadoras e que distinguem
este produto dos seus concor-
rentes. Para garantir que o
programa oferece sempre
aquilo que os utilizadores
pretendem, os seus criado-
res desenvolveram um modo
especial, que permite progra-
mar e adicionar novos extras
e funções ao programa-base.
No sítio da Web de apoio aos
utilizadores do Thunder-
bird, poder-se-á encontrar já
muitas extensões, que permi-
tem adaptar o programa às
necessidades de cada um.
A Mozilla anunciou que
1 milhão de utilizadores já
haviam copiado o Thunderbird
num dos 21 idiomas em que é
possível encontrar o programa
( http://www.mozilla.org ).
Para comprovar todas as fun-
ções aqui descritas, aconselha-
se a copiar o programa para
o computador — um ficheiro
com menos de 6 megabytes
—, o que permite aos utiliza-
dores sem acesso à Internet
por banda larga copiarem-no
em pouco tempo. Depois, é só
seguir os tutoriais e os ficheiros de
ajuda, e, em poucos minutos, poderá
estar a enviar e receber mensagens
de E-mail. Mais tarde, poderá
decidir-se por migrar (ou não) do
Outlook Express — ou de qualquer
outro programa de gestão de correio
electrónico — para este Mozilla
Thunderbird.●
FICHA
Editor
Rui Jorge Cruz
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e cronistas
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Henrique Saias, Isabel Gorjão
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José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Nuno
Vieira, Paulo Almeida, Pedro
Fonseca (pedrof@journalist.com),
Rita Cruz, Rita Hasse Ferreira
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Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
computadores .5
 JOGOS
‘FOOTBALL MANAGER’, ‘PREMIER MANAGER’, ‘POOL: SHARK’, ‘PRO RUGBY MANAGER’ E ‘PRO EVOLUTION SOCCER 4’
O regresso da grande emoção
T
ERMINADAS as miniférias de Natal
e as emoções da entrada do ano,
não é só o comum dos mortais que
volta à rotina. Também as gentes
do futebol regressam ao activo e,
com elas, as imensas massas associativas
e não associadas que fazem do desporto-rei
o seu tema de conversa diário. E é aos trei-
nadores de bancada que aponta “Football
Manager 2005”, o recuperar de um nome
mítico — há mais de 20 anos, era este “o jogo”
de gestão futebolística — a esconder toda a
mecânica da série até agora conhecida como
“Championship Manager” (vulgo “CM”).
Poderá parecer confuso mas este “Football
Manager” nasce do divórcio da
produtora Sports Interactive, MIGUEL
que transformou “CM” num
fenómeno ímpar, da editora que detinha o
nome. Assim, o jogo antes conhecido por “CM”
passa a ser o “Football Manager”, sob chancela
da Sega, e um “Championship Manager” que
surgirá em breve com outros autores.
Como o conteúdo é mais importante que
o nome, o que podemos esperar de “Football
Manager” é a continuação do trabalho da
Sports Interactive, que tantos milhões de
fãs tem por esse mundo fora — e com razão.
A base do sucesso de um jogo deste género é
tudo menos o fogo de artifício tecnológico que
é a norma actual. Graficamente, quase tudo
computadores .6
se resume a toneladas de ecrãs com tabelas e
dados estatísticos. O resto é o desenrolar dos
jogos, mostrados não num qualquer 3D fabu-
loso mas, sim, num 2D visto de cima, em que os
jogadores são… círculos com números.
A emoção do jogo é, então, a questão táctica.
Em “Football Manager”, o que conta é perceber
o mercado, avaliar bem o plantel, reagir tac-
ticamente durante o jogo. É um jogo mental,
não físico ou visual. Como tal, o trabalho de
anos da Sports Interactive mantém o seu nível
qualitativo e faz a diferença. Neste tipo de jogo,
a mais-valia é, portanto, a qualidade das bases
de dados e das fórmulas aplicadas. Por um lado,
temos milhares e milhares de informações sobre
campeonatos e jogadores (portu-
CRESPO gueses incluídos), todos eles com
incrível nível de pormenor. Entre
as novidades, a mais curiosa será a possibili-
dade de fazer comentários acerca dos adversá-
rios e, assim, tentar fazer pressão psicológica. A
experiência dos portugueses em lidar com esses
“esquemas” no futebol é tanta que, em confron-
tos internacionais, não deverá haver dificuldade
em deixar os adversários de rastos.
A interface regista progressos face à dos
antecessores e é agora mais fácil de usar, recor-
rendo a um estilo Web a quem nem falta um
motor de pesquisa, “skins” e opções no botão
direito do rato. A rapidez de jogo também
parece melhorada, ou seja, o processamento
S E G U N D A - F E I R A . 3 . J A N E I R O . 2 0 0 5
de tantas variáveis causava nos anteriores
títulos da Sports Interactive alguns soluços,
aqui menos notórios. Quem estiver preparado,
depois de uma centenas de horas a solo, poderá
arriscar o modo “on-line”, onde até 30 jogadores
podem confrontar as suas tácticas. Acrescente-
se que “Football Manager 2005” está todo em
português — o que, tirando algumas gralhas
de menor importância, ajuda, e muito, à uni-
versalidade do jogo.
Quem não usar o PC para jogar tem várias
opções para consolas, entre as quais “Premier
Manager 2004- 2005”. A mecânica é em tudo
similar à de “Football Manager” mas as restri-
ções de memória da PlayStation 2 (PS2) é difícil
de contornar e o jogo tona-se mais limitado.
Mesmo assim, há 10 mil jogadores e 12 cam-
peonatos de cinco países para nos fazer puxar
ao máximo pelas tácticas.
Quem for fã de râguebi já não precisa de
recorrer às abordagens dedicadas ao “futebol
americano”. Com “Pro Rugby Manager”, pode
jogar-se râguebi à europeia e gerir equipas
de dez campeonatos. Como habitual, há que
contratar, gerir, desenhar tácticas e levar os
adversários de vencida. O resultado é bastante
razoável mas a interface de gestão é pobrezi-
nha e nem sempre intuitiva, contrastando
com a simulação 3D dos encontros. É um jogo
dedicado aos fãs de râguebi que pouco dirá a
quem passa ao lado do desporto da bola oval.
Não traz nada de novo ao estilo mas é sempre
bom ter uma variação ao futebol.
Se prefere a acção e outro tipo de bolas,
experimente “Pool Shark 2”. Ao contrário de
outros títulos, este simulador de “snooker”
não tem uma vertente séria mas lúdica, ou
seja, tem uma mecânica baseada em apostas
a dinheiro e não num campeonato. Isto não
quer dizer que o jogo não mostre grandes cui-
dados na física das bolas, mas que ultrapassa
os limites clássicos. Isso é visível, por exemplo,
na existência de mesas não rectangulares (em
forma de L, por exemplo), para poder mostrar
a maestria ao comando do taco, regulando o
ângulo, a força e o ponto de contacto com a bola
(para permitir efeitos).
Levando o “snooker” do “estádio” para
o clube, “Pool Shark 2” não tem jogadores
reais — mas “cromos” das salas de jogo, o que
não retira nada à diversão que proporciona,
mesmo que alguns pormenores estejam pouco
cuidados.
Uma referência final à edição para Xbox
e para PC de “Pro Evolution Soccer 4”. Em
relação à PS2, não há diferenças assinaláveis,
continuando a manter-se a excelente jogabi-
lidade, o grande realismo e a física apurada
— cotando-se, assim, como o jogo de futebol
(acção) a bater para todas as plataformas
domésticas na simulação de futebol. Faltam
as consolas portáteis… ●
 dica

Mudar nomes
de células no Excel
O Excel, da Microsoft, identifica as células
através dos rótulos de linhas e colunas da
folha de cálculo, sendo as linhas identificadas
por números e as colunas por letras — o
que faz com que os nomes das células sejam
definidos por uma letra e um número, ou
seja, pela coluna e pela linha em que estão
inseridas. Mas o programa permite alterar estes
nomes automáticos e criar nomes descritivos
para representar células ou intervalos de
células. Para o fazer, seleccionam-se a célula,
o intervalo de células ou as selecções não
adjacentes às quais se deseja atribuir nomes.
A seguir, clica-se na Caixa de Nome, um menu
desenrolável situado na extremidade esquerda
da barra de fórmulas, logo acima do canto
superior esquerdo da folha de cálculo. Aí,
escreve-se o nome que se pretende dar às
células — que pode, portanto, ser um só para
várias —, carregando-se por fim na tecla Enter.
Não é possível atribuir um nome a uma célula
enquanto se estiver a alterar o seu conteúdo.
Depois de alterar os nomes de células, quando
elas são seleccionadas, é esse nome que passa
a aparecer na Caixa de Nome, em vez do rótulo
automático.
Outro método consiste em converter em
nomes os rótulos de linha ou de coluna
existentes. Para isso, selecciona-se o intervalo
a que se deseja atribuir o nome, incluindo
os rótulos das linhas e das colunas. No menu
Inserir, escolhe-se o comando Nome e o
subcomando Criar, ou então usa-se o atalho de
teclado Ctrl+Shift+F3.
Isto faz abrir a caixa de diálogo Criar Nomes
Na — onde se deve indicar a localização que
contém os rótulos —, sendo as hipóteses Linha
de Cima, Coluna da Esquerda, Linha de Baixo
ou Coluna da Direita.
Se se criar muitos nomes descritivos para
células, a qualquer momento é possível obter
a sua listagem e os correspondentes rótulos
de colunas e linhas. Para tal, selecciona-se
uma qualquer célula da folha de cálculo numa
Título “Football área que esteja vazia e carrega-se na tecla F3,

Estilo
Manager 2005”
Estratégia-Desporto
9
/10 o que faz abrir a caixa Colar Nome, e onde se
deverá carregar no botão Colar Lista. O Excel
Plataforma PC cola então uma lista em que, na coluna da
Produtor Sega esquerda, estão os nomes por nós criados e, na
Distribuidor Ecofilmes coluna da direita, as respectivas localizações
Edição Dezembro 2004 nas folhas de cálculo.
No exemplo da imagem, temos uma tabela
com os meses na coluna da esquerda e as
Título “Premier Manager respectivas vendas na coluna da direita.
2004-2005” 7
/10 Fizemos com que cada célula das vendas
Estilo Estratégia-Desporto ficasse com o nome do respectivo mês. Como
Plataforma PlayStation 2 se pode ver, a célula das vendas de Abril,
Produtor Zoo em vez do nome C6, tem agora o nome do
Distribuidor Infocapital mês. Nas colunas E e F colámos a lista dos
Edição Dezembro 2004 nomes que aparem por ordem alfabética.
As mesmas vendas de Abril aparecem com
Título “Pool: Shark” uma identificação — =Folha1!$C$6 —, que
Estilo Desporto
Plataforma Xbox
8
/10
representa a folha de cálculo 1, coluna C, linha
6. ● JOSÉ DOUTIL
Produtor Zoo
Distribuidor Infocapital
Edição Dezembro 2004

Título “Pro Rugby

Manager” 7
/10
Estilo Estratégia-Desporto
Plataforma PC
Produtor Digital Jesters
Distribuidor PlayGames
Edição Outubro 2004

Título “Pro Evolution

Soccer 4” 9
/10
Estilo Desporto
Plataforma PC, Xbox
Produtor Konami
Distribuidor Ecofilmes
Edição Dezembro 2004

S E G U N D A - F E I R A . 3 . J A N E I R O . 2 0 0 5 computadores .7
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552