Computadores

SEGUNDA-FEIRA 7 FEVEREIRO 2005 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

Novos testes Microsoft coopera Internet@EB1 em Multimédia com Do cinema ao PC

de E-voto
No próximo dia 20, cinco
freguesias terão voto
electrónico experimental
➜ pág. 3
com governos 7 mil escolas Blaze Media Pro e às consolas
Bill Gates participou, em Um programa para Um ‘trialware’ que faz o ‘O Senhor dos Anéis: Batalha
Praga, no Governement combater a iliteracia nas trabalho de cinco programas, Pela Terra Média’ e ‘O Senhor
Leaders’ Forum tecnologias de informação do áudio ao vídeo dos Anéis: A Terceira Era’
➜ pág. 8 ➜ pág. 8 ➜ pág. 9 ➜ págs.10/11

COMPARAÇÃO DAS PROPOSTAS ELEITORAIS PARA A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Tecnologias, crise
PEDRO FONSECA
e desenvolvimento o PSD lembra uma das
prioridades deste governo,

A
PARTE DEDICADA às tecnologias
de informação nos programas
eleitorais com que os cinco par-
tidos com assento parlamentar
concorrem às eleições de 20 de
Fevereiro constituem uma relativa desi-
lusão: são poucas as propostas inovadoras
avançadas para a sociedade da informação
— num contraste aparente com a presença
constante das referências e dos argumentos
de cariz tecnológico que, cada vez mais, se
verifica nos discursos dos seus dirigentes ou
com os locais por vezes escolhidos para as
acções de campanha.
No seu “Contrato com os Portugueses”,
o PSD considera que “não estamos condena-
dos ao fatalismo da periferia e à falência da
auto-estima”, pelo que “a falta de estratégia
na investigação implica perder oportuni-
dades”. No tom empresarial que denota o
seu programa, o partido de Santana Lopes
reconhece que “a manutenção das barreiras
no acesso ao conhecimento não estimula a
inovação dos agentes e a participação das
pessoas na construção de uma nova socie-
dade”. “Por isso lançámos a Biblioteca do
Conhecimento Online e instalámos um cabo
de fibra óptica que liga as principais univer-
sidades portuguesas. Por isso, avançámos
com a Internet em banda larga de todas as
escolas do ensino básico e secundário, e cons-
truímos mil laboratórios nas escolas. Por
isso, fizemos o Portal do Cidadão. É preciso
não recuar.”
Não recuando, o PSD também não
avança muito e posiciona-se num contra-
ponto às propostas políticas anteriores ou
actuais do PS. No contrato “com os sectores
mais dinâmicos da nossa sociedade — para
criar mais riqueza —, do qual os primeiros
beneficiados serão os mais desfavorecidos”,
a Iniciativa Nacional para
a Banda Larga, que levou
a uma taxa de penetração
de acessos de quase 25 por
cento no ano passado, acre-
ditando que “o objectivo de
50 por cento para o final de
2005 é certamente possível”
e almeja 70 por cento em
2008.
Quer-se “assegurar a
cobertura integral do país,
com objectivo de 100 por
cento em 2008” — algo que
a Portugal Telecom (PT) já
afirmou conseguir ainda
neste ano — ou “generalizar
a conectividade das famílias
pelo aumento da taxa de
detenção de computadores
pessoais, passando dos actu-
ais 40 por cento para 70 por
cento”.
O PSD pretende ainda
criar um Sistema Nacional
de Certificação em Tecno-
logias de Informação e Comunicação (TIC),
criar 7500 novos espaços públicos de acesso
à Internet, “estimular o desenvolvimento e
disponibilização de conteúdos, dos quais se
destaca a digitalização do histó- ➜

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
➜ rico dos jornais sociedade da informação, da divulgação de boas prá- deficiência); e a inclusão

relevantes portugueses” com
uma taxa de digitalização de
75 por cento em 2008 (sem
especificar quais os “jornais
relevantes” e como poderá
fazê-lo se são conteúdos pri-
vados), garantir que 75 por
cento das universidades pos-
suam em 2008 uma Oficina
de Transmissão de Inovação
e Conhecimento, “tornar o
voto electrónico vinculativo,
garantindo a mobilidade do
voto já em 2006” [ver notícia
na pág. 3] e, mais uma vez,
a promessa sempre adiada
dos governos anteriores de
“garantir o acesso a todos
os portugueses, de forma
gratuita, à I Série do ‘Diário da República’
electrónico”. O PS, no seu actual programa
eleitoral, propõe o mesmo mas de forma mais
discreta, integrado num portal da Justiça.
O PSD acredita ainda que “urge criar
condições para atrair investimento estran-
geiro de base tecnológica em Portugal repli-
cando o que já acontece no sector [das TIC],
onde se está a criar um centro de competên-
cias mundial no nosso país” — sem especi-
ficar onde nem qual, da mesma forma que
não explicita como quer “duplicar o número
de empregos em alta tecnologia até 2010”
ou “triplicar o número de pedidos de patente
europeia até 2008”.
No seu programa eleitoral, também o PS
fala em “triplicar o número de patentes regis-
tadas”. Considerando que “Portugal precisa
de um rumo” e de políticas de curto prazo
DANIEL ROCHA
SÉRGIO AZENHA
para a inovação, para a ticas e do sistema de moni- das zonas interiores,
ciência e a tecnologia, e torização dos progressos insulares e de qualquer
para a qualificação dos realizados no domínio do uso modo periféricas”.
recursos humanos”. social” das TIC. Também a O Partido Comunista
Este Plano Tecnoló- “avaliação independente, pugna pela “observação
gico visa, “a médio prazo, regular e transparente dos e avaliação permanentes
transformar Portugal sistemas de informação da da crescente introdução
numa moderna socie- administração e dos serviços das TIC nas actividades
dade do conhecimento”. públicos”, bem como a “pro- económicas, e do seu
Em termos concretos, moção do desenvolvimento impacte na organização
isso passa por “melhorar e uso das TIC por cidadãos dos processos e relações
a eficiência do ensino”, com necessidades especiais” laborais” ou a “observa-
pela “criação de um não são, em concreto, nada ção e avaliação perma-
ambiente de negócios de novo, que o PS não tenha nentes dos impactes das
de nível internacional” já proposto ou lançado na actividades de comércio
mas é “preciso combinar sua anterior legislatura. electrónico”. O partido
política de inovação, com Por seu lado, as propos- de Jerónimo de Sousa
políticas ambiciosas para tas do CDS-PP nesta área propõe ainda a elabo-
a sociedade da informa- prosseguem a estratégia ração de uma nova lei-
ção, a ciência e a tecnologia, e a qualificação (vinda muito de trás) de tentar capitalizar quadro para as comunicações electrónicas, a
das pessoas”. em seu proveito as iniciativas e avanços extensão do conceito do serviço universal de
Para o PS, “abrir os mercados públicos de que os ministros e responsáveis do PSD dos telecomunicações aos novos serviços básicos
telecomunicações e garantir a independência governos de Durão Barroso e Santana Lopes da Internet — nomeadamente, os acessos
da entidade reguladora do sector são ainda ensaiaram neste domínio. Assim, o CDS-PP por banda larga —, a criação de um Conselho
condições prioritárias para estimular a con- defende um programa “muito pragmático” Nacional para as Tecnologias da Informação
corrência e permitir um desenvolvimento para a simplificação de actos na relação com e Comunicação, de legislação regulamen-
mais rápido e sustentado” — intenções que o Estado, bem como “o aprofundamento da tadora da qualidade no serviço de Internet
tanto nos tempos dos governos de António utilização” das TIC e do “governo electró- e uma “clara rejeição do patenteamento de
Guterres como nos mais recentes do PSD nico”. ‘software’”.
foram prometidas mas não concretizadas. Este partido quer “massificar o acesso Esta última medida é igualmente defen-
Quanto à adopção de licenças Creative à banda larga às empresas e às famílias, dida pelo Bloco de Esquerda (BE) que, numa
Commons (CC) — variantes às regras dos [porque] é fundamental para a melhoria da das dez prioridades para os primeiros 100
direitos de autor —, o PS segue uma tendên- eficiência e da produtividade das empresas”, dias de governo, se propõe “dividir os negó-
cia no campo do direito de autor em que não “assegurar a abertura de concursos para o cios” da PT na Internet “separando o cabo
é necessária a intervenção do Estado ou de fornecimento dos serviços de telecomunica- do sistema ADSL para tornar mais barato
qualquer governo para serem efectivadas no ções de todos os organismos da administração o acesso”.
nosso país. pública central, regional e local em condições O BE considera que “a sociedade de
O partido de José Sócrates fala ainda em que permitam a efectiva informação tornou-se um

ADRIANO MIRANDA
e estruturais, quer “lançar um ambicioso consolidar “processos em curso”, cujas priori- concorrência entre todos sedutor objecto publicitário,
Plano Tecnológico, convocando o país para a dades são “o apoio continuado aos projectos os operadores do mer- que se refere a uma área
cidades e regiões digitais” cado” — algo por que já de negócios onde prosperam
JOÃO CORTESÃO GOMES

passando a uma nova se batera a UMIC, hoje monopólios do conhecimento

dimensão de “Portugal Digi- Agência para a Socie-
tal” (como já fora defendido dade do Conhecimento
pelo governo de Guterres), —, “utilizar e promover
regular, clarificar e promo- as novas tecnologias
ver as transacções electró- para acesso aos conte-
nicas, reforçar os conteúdos údos culturais”, nome-
digitais, desenvolver e difun- adamente pela criação
dir ferramentas de trata- de visitas e conteúdos
mento computacional da digitais nos museus,
língua portuguesa — outro colecções dos palácios
projecto lançado no governo nacionais e bibliotecas
de Guterres e de que não (onde se propõe “conti-
se publicitaram os efeitos nuar o projecto da Biblio-
práticos — ou um “reforço teca Nacional Digital”).
O CDS-PP aposta
também na utilização das novas tecnologias
na divulgação turística ou na justiça, onde
Tímidas referências aos custos e passando “deverão ser penalizados aqueles que não
ao lado da iliteracia procederem a uma correcta e eficaz implan-
tação de procedimentos desburocratizados e
É antiga a questão dos custos do acesso à Internet e do peso que eles têm como à utilização das novas tecnologias”.
obstáculo a uma maior difusão do seu uso. Basta lembrar todo o debate que atravessou Ainda no âmbito de propostas pouco
os governos de António Guterres sobre a criação — ou não — de uma tarifa plana no clarificadas, o PCP propõe “a elaboração de
acesso à Net por modem e linha telefónica. Tal tarifa plana não chegou a surgir, a não ser legislação que contemple o emprego das TIC
“pela mão” da banda larga e, por isso mesmo, apenas ao alcance de quem já tinha poder enquanto processo corrente de comunicação
de compra e motivação para investir num acesso mais rápido e eficiente à Internet. entre pessoas individuais e colectivas” ou “a
Entretanto, pouco ou nenhuma atenção (e muito menos medidas) continua a ser definição alargada de um serviço público de
prestada à grande causa do atraso português do uso da Web — a iliteracia em geral e Internet, apontando tendencialmente para a
a tecnológica em Portugal — sendo muito mais fácil apontar metas de infra-estrutura universalidade do acesso de ‘banda larga’, e
ou de equipamento, como é o caso do PSD: “assegurar a cobertura integral do país, com nele se incluindo o resultado do alargamento
objectivo de 100 por cento em 2008” ou “generalizar a conectividade das famílias pelo aos diversos serviços que correm sobre a
aumento da taxa de detenção de computadores pessoais, passando dos actuais 40 por mesma, nomeadamente o comércio electró-
cento para 70 por cento”. nico, a voz, o multimédia e a promoção de
A “aposta [nas TIC] é um elemento crítico da proposta do PS para o desenvolvimento da programas específicos para outras áreas; a
sociedade portuguesa” mas os principais objectivos não são inovadores: quer generalizar criação e a dinamização de
o “uso efectivo da Internet nas actividades educativas”, o acesso à banda larga “a preços centros públicos de acesso
MÁRIO CALDEIRA
e novas formas de discrimi-
nações profundas, incluindo
a que decorre do novo anal-
fabetismo com a marginali-
zação tecnológica”.
O partido de Francisco
Louçã defende o acesso uni-
versal à Internet em banda
larga ou “a necessidade de
protecção jurídica a medidas
tecnológicas de controlo de
acesso das obras digitais
que sejam eventualmente
introduzidas pelo autor” ou
pelo detentor dos direitos de
autor. “E reconhece a legalidade de acções
de neutralização dos dispositivos anticópia
se estes infringirem os limites estipulados
pela lei”. Mas o BE defende também “a liber-
dade de investigação científica nas áreas de
segurança e criptografia, mesmo que, para
isso, seja necessário neutralizar ou contor-
nar sistemas de protecção”, o que contraria
a posição sobre as “medidas tecnológicas de
controlo de acesso das obras digitais” expres-
sas no seu manifesto eleitoral.
Um debate sobre a sociedade da infor-
mação com os principais partidos está
marcado para a próxima quinta-feira, dia
10, no Fórum Picoas, em Lisboa, promovido
pela APDSI-Associação para a Promoção e
Desenvolvimento da Sociedade da Informa-
ção ( www.apdsi.pt ), com transmissão em
directo prevista na Internet. ●

idênticos aos dos países mais desenvolvidos da União Europeia” ou a consolidação de gratuito à Internet.
“iniciativas em curso”, como as transacções electrónicas, as cidades e regiões digitais, os O PCP aponta, por outro
conteúdos digitais ou os “campus” virtuais. lado, a consolidação do acesso
Sobre os preços da banda larga, o ministro Morais Sarmento questionava na semana gratuito à Internet para
passada o PS sobre esta “promessa”, referindo se aquele partido vai “tabelar os preços todas as escolas incluindo
da Internet ou promover algum tipo de iniciativa semelhante que lhe permita, de forma os vários ciclos do ensino
tão peremptória, falar em preços”. E acrescentou: “O preço é feito pelo mercado, não básico (algo que já existe,
tenhamos disso dúvidas” e o “que a um governo compete fazer é garantir condições ao com excepção das escolas
normal funcionamento do mercado, para além das responsabilidades exclusivamente privadas); a promoção do
atribuídas ao órgão regulador”. acesso nas áreas sociais e da
O Partido Comunista quer “a efectiva aplicação de um sistema tarifário de apoio à saúde, às camadas sociais de
generalização da utilização da Internet, incluindo os acessos em banda larga, e a redução fracos recursos, às pessoas
do custo de interligação entre redes”, ● P.F. com necessidades especiais
(sejam idosos ou pessoas com

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 7 . F E V E R E I R O . 2 0 0 5
 UMIC DESENVOLVE PROJECTO EM CINCO FREGUESIAS E NA INTERNET
Novos testes para
o voto electrónico
V
OTAR POR VIA electrónica,
recorrendo a tecnologias
que abarcam ligações em
rede, bases de dados e
elevados padrões de segu-
rança, é já possível em diversos países.
Em Portugal, o voto electrónico — tes-
tado pela primeira vez nas últimas elei-
ções europeias — vai ser novamente
experimentado nas legislativas do
próximo dia 20. Serão colocados quios-
ques electrónicos em cinco freguesias e
também os emigrantes poderão “votar”
a partir de um portal na Internet.
O projecto de voto electrónico tem
vindo a ser desenvolvido pela Unidade de
Missão Inovação e Conhecimento (UMIC),
o órgão governamental dedicado ao desen-
volvimento da sociedade da informação e
da comunicação. Para já, o projecto des-
tina-se apenas a experimentar algumas
tecnologias e a avaliar a forma como os
cidadãos se relacionam com o voto elec-
trónico — ou seja, nenhum voto por via
electrónica contará para a eleição da nova
Assembleia da República, da qual sairá o
próximo governo. O objectivo é experimen-
tar a votação electrónica para detectar
eventuais dificuldades relacionadas com
as tecnologias e a forma como os cidadãos
encaram a nova forma de votar. Para os
responsáveis da UMIC, é certo que o voto
electrónico será uma ferramenta a usar de
forma mais efectiva em próximas eleições.
Este projecto implicou o desenvol-
vimento de duas soluções de votação
electrónica. A primeira consiste no voto
presencial, onde a tradicional mesa de voto
e o habitual boletim de
papel são substituí- ISABEL GORJÃO SANTOS
dos por um quiosque
perante o qual o eleitor se identifica e vota. Microsoft, e na sua tecnologia de bases
Claro está que não é possível associar cada
eleitor ao respectivo voto expresso, pois a
sua identificação — com o número de elei-
tor e a sua data de nascimento —destina-se
apenas a impedir que uma pessoa possa
votar duas vezes (em locais diferentes ou no
mesmo). Neste caso, é também necessário
assegurar que a ligação à infra-estrutura
esteja sempre disponível e que os dados
sejam actualizados em tempo real.
NOVO PASSO NA CONSOLIDAÇÃO DAS TI EM PORTUGAL
Pararede adquiriu a GAIN
A
PARAREDE, FORNECEDORA e
integradora portuguesa de
soluções de tecnologias de
informação, vai adquirir o
negócio da GAIN-Grupo de
Apoio à Indústria Nacional, empresa
que desenvolve equipamentos e “sof-
tware” destinados a pontos de venda,
caixas registadoras ou “points of sales”
(POS) usados para o pagamento u2015
electrónico mas não só u2015 nos esta-
belecimentos comerciais. O negócio foi
anunciado na passada quinta-feira
e terá a forma de um trespasse, que
custará à Pararede 2 milhões de euros,
sendo metade desse montante pago
agora e o restante dividido em duas
prestações anuais. O negócio da GAIN
será integrado na empresa Grece, que é
propriedade da Pararede.
A GAIN tem 30 funcionários e
registou, no ano passado, um volume
de negócios na ordem dos 3,5 milhões
de euros. As patentes, as máquinas e
As cinco freguesias em que o voto
electrónico será, desta vez, testado são
aquelas em que votam o Presidente da
República e os líderes dos partidos repre-
sentados no Parlamento: Santos (Lisboa),
onde votam Pedro Santana Lopes e
Paulo Portas; Conceição (Covilhã), onde
vota José Sócrates; Santa Iria da Azóia
(Loures), onde vota Jerónimo de Sousa;
Sagrado Coração de Jesus (Lisboa), que
é o local de voto de Francisco Louçã, e
São Sebastião da Pedreira (Lisboa), onde
vota Jorge Sampaio. Nestas freguesias,
os eleitores terão oportunidade de expe-
rimentar o voto electrónico.
Para além disso, foi também desen-
volvida pela Novabase uma plataforma
para a votação à distância, que deverá
ser experimentada pelos portugueses
que não vivem em território nacional.
Trata-se de uma solução baseada na
Internet — assente na
plataforma de desen-
volvimento .Net, da
de dados SQL —, em que os eleitores
acedem ao sítio na Web com o endereço
www.votoelectronico.pt, introduzem um
código (gerado automaticamente e antes
enviado pelo correio a cada eleitor) e
juntam-lhe outros dados, como o número
de eleitor ou a data de nascimento.
Depois de introduzido esse código,
surge no ecrã o boletim de voto, acrescido
da possibilidade de votar em branco. O
todo o negócio da GAIN passarão agora
para as mãos da Pararede, que também
integrará os respectivos funcionários.
Segundo os responsáveis da Pararede,
a opção pelo trespasse resultou de esta
ser uma operação mais simples, uma
vez que a GAIN possui uma estrutura
relativamente pequena e desenvolve
apenas um tipo de produto. No ano pas-
sado, a Pararede adquiriu duas empre-
sas de tecnologia u2015 a Damovo e a
Whatevernet. Com a integração destas
três empresas, a Pararede espera um
crescimento de cerca de 30 por cento
das suas receitas no próximo ano.
Paulo Ramos, presidente da Pararede,
afirmou que a empresa irá também
continuar a investir na internacio-
nalização, procurando consolidar o
seu negócio em Espanha e alargar a
presença nos PALOP.
Paulo Ramos adiantou ainda que,
nos três primeiros trimestres de 2004, a
Pararede registou um crescimento de 31
S E G U N D A - F E I R A . 7 . F E V E R E I R O . 2 0 0 5
eleitor selecciona a opção
pretendida, confirma
essa opção — e assim
exerce o seu direito de
voto. Tal como o sistema
presencial, também este
sistema estará a ser tes-
tado, o que significa que
os votos não contarão
e que os emigrantes
ainda terão que enviar
o seu voto pelo correio,
tal como têm feito até
aqui.
Diogo Assunção,
da Novabase, explica
que o código de acesso
para votar no “site” será enviado para
cerca de 148 mil eleitores e que todo o
processo, apesar de experimental, será
acompanhado pela Comissão Nacional
de Eleições e pela Comissão Nacional de
Protecção de Dados — ficando cada uma
destas entidades com metade da chave
que permitirá “abrir” a urna electrónica
quando terminar o prazo para a vota-
ção. “Ficou assegurado o facto de não ser
possível associar o voto ao eleitor, de não
se poder aceder à urna antes do prazo
previsto e de se poder auditar todo o pro-
cesso”, tal como refere Diogo Assunção.
Ao todo, os dois projectos de voto
electrónico envolvem um investimento
na ordem dos 500 mil euros, que engloba
as tecnologias, as comunicações e as res-
pectivas auditorias. Ambas as iniciativas
estão a ser preparadas pela UMIC e pelo
Secretariado Técnico dos Assuntos para
o Processo Eleitoral (STAPE). Quando se
realizou a primeira experiência de voto
electrónico, nas últimas eleições euro-
peias, participaram 9500 eleitores de 9
freguesias, o que representou cerca de 20
por cento do total de votantes naqueles
locais. Na altura, não foi experimentada
a votação através da Internet; mais
tarde, os eleitores participantes deram a
sua opinião sobre o voto electrónico, tendo
99 por cento apreciado positivamente a
experiência e 97 por cento manifestado
disposição para votar de forma electró-
nica em futuros actos eleitorais. ●
por cento no volume de negócios, tendo a
internacionalização representado cerca
de 8 por cento das receitas. Em relação
à GAIN, o principal responsável da
Pararede salientou que se trata de uma
empresa “com 16 anos de experiência no
desenvolvimento e industrialização de
meios electrónicos de pagamento e com
uma quota de mercado de 60 por cento
em Portugal”.
No passado dia 16 de Dezembro,
a Pararede adquirira a Whatevernet
Computing, através de um aumento de
capital, por considerar que a oferta desta
empresa na área dos serviços e os seus
recursos relativos ao desenvolvimento
de “software” poderiam “enriquecer
de forma significativa o seu portfólio”.
A Whatevernet anunciou na semana
passada os seus resultados relativos a
2004, tendo registado um crescimento
de 15,3 por cento face a 2003 e um
volume de negócios de 20,3 milhões de
euros. ● I.G.S.
agenda
Robótica – Lego Mindstorm
[Espaço para que crianças e adultos programem robôs
desportivos feitos a partir de peças de lego]
Data: 1-02-2005 a 28-01-2005 (todos os dias)
Local: Fábrica de Ciência Viva de Aveiro
URL: www.fabrica.cienciaviva.ua.pt
Workshop Servidores Asus + Plataformas Microsoft
Data: 25-02-2005
Local: Auditório Microsoft, Tagus Park, Porto Salvo
VI Encontro de Professores
(PmatE – Projecto Matemática Ensino)
Data: 16-02-2005
Local: Universidade de Aveiro
E-mail: pmate@mat.ua.pt
URL: pmate.mat.ua.pt/pmate/2004_2005/encontros.aspx
DATE – Design, Automation and Test in Europe
The only european event for electronic system design
& test
Data: 7-03-2005 a 11-03-2005
Local: Munique, Alemanha
Contacto: Secretariat
E-mail: sue.menzies@ec.u-net.com
URL: www.date.conference.com
CeBIT 2005 – FEIRA DE Tecnologias de Informação,
Telecomunicações, Software & Serviços
Data: 10-03-2005 A 16-03-2005
Local: Hannover, Alemanha
URL: www.cebit.de
ASYNC 2005 – 11th IEEE International Symposium
on Asynchronous Circuits and Systems
Data: 13-03-2005 a 16-03-2005
Local: Nova Iorque, EUA
URL: vlsi.cornell.edu/async2005/
ARCS 2005 – 18th International Conference
on Architecture of Computing Systems
“System Aspects in Organic and Pervasive Computing”
Data: 14-03-2005 a 17-03-2005
Local: Innsbruck, Áustria
URL: www.teco.edu/arcs05/
DRS Workshop - Dynamically Reconfigurable Systems
Data: 17-03-2005
Local: Innsbruck, Áustria
URL: configware.org/DRS_Workshop_ARCS_2005.pdf
isQED 2005 – 6th International Symposium
on Quality Electronic Design
“Design for Quality in the Era of Uncertainty”
Data: 21-03-2005 a 23-03-2005
Local: San Jose, Califórnia, EUA
URL: www.isqed.org/isqed.htm
BIBLIOTECAS DIGITAIS: UMA REVISÃO DE TECNOLOGIA
2º Ciclo de Seminários em Estudos de Informação e
Bibliotecas Digitais e Gestão de Sistemas de Informação
Local: Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da
Empresa (ISCTE), Lisboa
“What Canadian are Acessing on Public Library Internet
Terminals: A Transaction Log Analysis”
Data: 25-03-2005
URL: www.dct.iscte.pt/mestrados/comum/seminarios/
seminarios.2004.htm
SLIP 2005 – System Level Interconnect Prediction
Data: 2-04-2005 a 3-04-2005
Local: São Francisco, Califórnia, EUA
Contacto: Igor Markov
E-mail: imarkov@umich.edu
URL: www.sliponline.org
ISPD 2005 – ACM International Symposium
on Physical Design
Data: 3-04-2005 a 6-04-2005
Local: São Francisco, Califórnia, EUA
URL: www.ispd.cc
RAW 2005 – The 12th Reconfigurable
Architectures Workshop
“Run-Time Reconfiguration & Adaptative Computing:
Architectures, Algorythms, Technologies”
Data: 4-04-2005 a 5-04-2005
Local: Denver, Colorado, EUA
Contacto: Serge Vernalde
E-mail: vernalde@imec.be
URL: www.ece.lsu.edu/vaidy/raw05/
computadores .3
computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 7 . F E V E R E I R O . 2 0 0 5
 SOLUÇÕES MONOCROMÁTICAS PARA C ASA OU PEQUENOS ESCRITÓRIOS

As novas impressoras
a laser da Brother
A
BROTHER ACABA DE LANÇAR uma
nova gama de impressoras
monocromáticas a laser
composta por três mode-
los: o HL-2030, o HL-2040
e o HL-2070N. Para uso em casa ou
em pequenas empresas, as novas
impressoras estão já disponíveis
por preços que vão dos 129 aos 249
euros.
Estes novos equipamentos da
Brother são compatíveis com os PC
ou os Macintosh e destacam-se pelas
suas reduzidas dimensões (37,2 x
36,1 x 16,5 centímetros) e facili-
dade de instalação. As velocidades
de impressão variam consoante
os modelos, sendo de 20 páginas por
minuto (ppm) no caso da HL-2070N e
HL-2040, e de 16 ppm no que se refere à
HL-2030. A HL-2070N é a única que vem
equipada com placa de rede e 16 MB de
memória, uma vez que os
restantes modelos trazem ISABEL GORJÃO SANTOS
8 MB. As três impressoras
incluem portas USB 2.0. O “toner” usado
permite imprimir 2500 páginas e o tambor
tem uma duração aproximada de cerca
de 12 mil páginas. A resolução dos novos
equipamentos é de 2400 x 600 pontos por
polegada (ppp).
Para além das novas impressoras, a
Brother lançou ainda um equipamento
multifunções, a laser, também
monocromático. O DCP-7010 integra as
funções de impressora, fotocopiadora e
digitalizador, possui 25 centímetros de
altura e foi desenvolvido a pensar,
sobretudo, nas pequenas empresas
e nos profissionais liberais. A veloci-
dade de impressão
é de 20 páginas por
minuto e, no caso
de digitalização, a resolução é de
9600 x 9600 pontos por polegada.
O “software” usado para digitali-
zar as imagens é o Scansoft Paperport
e o OmnipageOCR, para Windows, ou o
iPresto! PageManager, para Macintosh.
A memória interna deste equipamento é
de 16 MB, a gaveta de alimentação possui
uma capacidade até 250 folhas e o preço
recomendado é de 219 euros. Também o
DCP-7010 dispõe de uma interface USB
2.0 para ligação ao computador.
A Brother apresentou ainda
novidades em matéria de faxes:
os modelos T104 e T106, que
combinam as funções de fax e
de telefone. Ambos os modelos
integram um alimentador auto-
mático para originais até dez
folhas e permitem armazenar os
100 números mais usados. No caso
do T106, foi ainda integrado um electrónica
telefone “mãos de mensagens
capaz de armazenar até
15 minutos de mensagens de voz ou 25
páginas de mensagens de fax. O preço
destes equipamentos é de 109 euros no
caso do T104 e de 129 euros no que se
refere ao T106.
Entretanto, a Brother revelou os dados
financeiros de 2004, tendo registado um
crescimento da facturação na ordem dos
26 por cento, para 52 milhões de euros.
As vendas de equipamentos multifunções
representaram 45 por cento do total, tendo
este segmento crescido 85,4 por cento face
ao ano anterior. No segmento das impres-
soras, a Brother também registou um
livres” e um aten- crescimento nas vendas na ordem dos 50
dedor de chamadas auto- por cento e, nos equipamentos de fax, elas
mático digital, para além de uma “caixa” aumentaram 31,6 por cento. ●

virose
Messenger atacado por ‘worm’ duplo
A última variante do “worm” Bropia — a J, segundo a McAfee e
a Symantec — foi descoberta na quarta-feira passada e infecta
computadores que utilizem o MSN Messenger, enviando-se a
si próprio para todos os contactos disponíveis e “on-line”, como
uma imagem de um frango assado com marcas de bronzeado
em forma de biquini. Ao mesmo tempo que se instala nos
computadores, o “worm”“liberta” outro, mais perigoso, o
W32.Spybot.Worm.
Enquanto as empresas atrás referidas classificaram o Bropia.J
apenas com um nível de perigosidade baixo, a Trend Micro
atribuiu-lhe o nível médio devido ao seu potencial de propagação
e por roubar largura de banda no acesso à Internet.
O Spybot é um muito perigoso “Cavalo de Tróia” que permite a
“hackers” assumirem o controlo dos computadores infectados e
capturar informação destes — e que se pode propagar através das
redes ao tirar partido dos computadores e dos servidores que não
tenham todas as actualizações de segurança instaladas.
Ele pode desencadear um ataque do tipo “denial-of-service” (DoS)
em certos serviços. Este “worm” aproveita as mesmas falhas de
segurança que os “antigos” Slammer, Blaster e Sasser exploravam.
O Bropia.J afecta o Messenger em computadores a correr os
Windows 95, Windows 98, Windows ME, Windows NT, Windows
2000 e Windows XP.
Bobax.H distribui imagens
de Saddam ‘morto’
A Sophos, empresa de “software” antivírus e
de segurança, divulgou na semana passada ter
detectado uma nova variante do “worm” Bobax, a H. Este
é mais um “worm” de distribuição em massa por correio
electrónico que utiliza alegadas imagens de Saddam Hussein
— abatido após tentativa de fuga — como “isco” para levar
as pessoas a abrirem o ficheiro anexo das mensagens que o
propagam. Segundo estas mensagens, o ex-dirigente iraquiano
teria sido morto ao tentar escapar da prisão.
O Bobax.H pode propagar-se através do correio electrónico e
também explorando a falha LSASS do Windows, a mesma que
o Sasser aproveitou para conseguir propagar-se em tempo-
recorde. Ele também tenta desactivar os programas antivírus e de
segurança, ao mesmo tempo que instala um módulo de “relay”
OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 7
VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/Alliance.A, W32/
Supova.f.worm, W32/Supova.e.worm, W32/
Supova.d.worm, WM/Eraser.A:Tw, WM/ERASER.H
de correio electrónico para transformar o computador infectado
num distribuidor de “spam”, naquilo que a Sophos classifica de
“verdadeiras fábricas de ‘spam’”. Dia 8
As mensagens que espalham o vírus podem conter os seguintes WM/Eraser.A:Tw, VBS/San@M, VBS/Valentin@MM,
textos: “Saddam Hussein - Attempted Escape, Shot dead. Attached WM/KOMPU.A, W97M/Alamat, VBS/Aqui, W97M/Tolu
some pics that i found” e “Osama Bin Laden Captured. Attached
some pics that i found”. Dia 9
VBS/Aqui, VBS/Alphae, VBS/Inself, W97M/Alamat,
TRASHER.D, WM/Eraser.A:Tw, Acid.A (intended),
Mugly utiliza imagem engraçada W97M/Jackal.A
para esconder o perigo
O Mugly.H, na terminologia da McAfee, ou Mugly.G, segundo a Symantec, Dia 10
é um “worm” que utiliza uma mensagem de correio electrónico que X97M/Hopper.r, W97M/Nono.A, WM/Helper.B,
apresenta a imagem de um homem de idade a fazer caretas como AOS.A, WM/Eraser.A:Tw, WM/Helper.A;B,
forma de levar os utilizadores a instalarem, para além do próprio “worm”, VBS/Loveletter.ar, W97M/Alina.a@mm,
o mesmo W32.Spybot.Worm W97M/Melissa.ao@mm, W97M/Hope.p, VBS/
distribuído pelo Baracu.A@mm, VBS/Count, VBS/Godzilla@M,
Bropia.J. ● JOSÉ DOUTIL W97M/Alamat, X97M/Anis, W32/Urick@MM,
VBS/Zync, VBS/Aqui, JS/Gigger.a@MM, VBS/
IISDel.worm
Dia 11
VBS/Aqui, W32/Blurt@MM, WM/Alliance.A,
W97M/Alamat, W97M/Bablas.aj, WM/Eraser.A:Tw,
W97M/AntiSocial.e, WM/MERCY.B, WM/CVCK1.A,
WM/JUNKFACE.A;B
Dia 12
WM/Eraser.A:Tw, WM/Envader.A (Intended),
W97M/Yous, W97M/Alamat, WM/Alliance.A, VBS/
Aqui, W97M/Cobra.a1
Dia 13
W97M/Cobra.a1, VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/Alphae,
WM/BADBOY.A;B;C, Twno.A, W97M/Rapmak.a,
WM/BOOM.A;B, W97M/Alamat, W97M/Yous,
W97M/Digma, WM/FRIDAY.A, WM/Envader.A
(Intended), WM/CVCK1.B;E, WM/Eraser.A:Tw, WM/
Goldsecret.B:Int, WM/FRIDAY.D, W97M/Idea.A,
W97M/BackHand.A, WM/SHOWOFF.G

S E G U N D A - F E I R A . 7 . F E V E R E I R O . 2 0 0 5 computadores .5
computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 7 . F E V E R E I R O . 2 0 0 5
 2005 SERÁ O PRIMEIRO ANO COMPLETO DE ACTUAÇÃO EM PORTUGAL da.net

Microsoft Business
Solutions optimista Cibernautas navegaram mais tempo

A
M ICROSOFT BUSINESS Microsoft e recordou que o processo investimentos deste tipo.
Solutions (MBS), divisão de fusão e integração das empresas Já quanto ao Microsoft CRM — um e visitaram mais ‘sites’ em 2004
da Microsoft dedicada adquiridas pela Microsoft nesta área produto ainda mais recente no uni-
aos desenvolvimento e — a norte-americana Great Plains verso da empresa —, Ramos Chaves O tempo passado na Internet e o número de páginas
venda de aplicações para e a europeia Navision — só ficou assinalou que a nova versão sairá visitadas pelos utilizadores portugueses cresceu mais de
empresas — sobretudo de pequena concluído em Julho de 2004. Ainda internacionalmente no final de 2005 21 por cento em 2004 face a 2003, de acordo com dados
e média dimensão — prevê crescer segundo o director da MBS, o número e terá uma versão em português euro- divulgados no passado mês de Janeiro pela Marktest. Em
30 por cento neste seu de parceiros certificados peu, o que poderá permitir aumentar 2004, os cibernautas dedicaram à Web quase 121 milhões
primeiro ano completo RUI JORGE CRUZ deverá crescer na área significativamente o número de clien- de horas, o que equivaleu a um aumento de 21,8 por cento
de actuação em Portu- do Navision, com novos tes, dado que a versão actualmente face ao ano anterior. Foram visitadas mais de 12 mil milhões
gal. Quem o diz é Francisco Ramos parceiros especializados em sectores vendida em Portugal tem a sua inter- de páginas (mais 16,9 por cento que em 2003), o que
Chaves, director da MBS. de actividade “mais verticais” (do face em inglês. corresponde a uma média por utilizador de 7621 páginas. A
A MBS reparte a sua actividade no ensino ao sector automóvel, do têxtil O licenciamento e a formação do difusão do acesso doméstico à Web parece ter estagnado:
mercado português entre as ao todo, houve 1,59 milhões de indivíduos com 4 ou mais
aplicações de gestão empre- anos a acederem à Internet a partir de casa — um pequeno
sarial — sobretudo das pro- acréscimo de 0,5 por cento quando comparado com o
porcionadas pela aquisição ano anterior. A média diária de visitantes da Web situou-se
da empresa dinamarquesa nos 28,1 por cento, mais 12,9 por cento face a 2003. Uma
Navision, vocacionado para análise mensal revela alguma estabilidade nos acessos,
pequenas e médias empre- com maior quebra nos meses de Verão (tendo Abril sido
sas (PME), ou seja, com o mês que mais utilizadores únicos levou à Internet: 1,305
um número de empregados milhões) e ainda as importantes taxas de crescimento entre
entre cinco e 500 — e as 2003 e 2004 no acesso à Web. Fevereiro é o exemplo mais
aplicações de gestão das sintomático, ao registar mais 7,7 por cento de utilizadores
relações com clientes (o cha- únicos, mais 40,9 por cento de páginas visitadas e mais
mado CRM), que tanto pode 50,4 por cento de tempo dedicado em relação ao período
interessar a às pequenas e homólogo anterior (informação colhida junto do Netpanel
médias empresas como às de da Marktest, que analisa o comportamento dos cibernautas
maior dimensão. portugueses a partir de um painel de utilização doméstica).
Também neste domínio
a Microsoft privilegia o Anacom multa operadores
modelo indirecto de venda
dos seus produtos, dispondo
de cabo por irregularidades
já, em Portugal, de 24 par- A Anacom, o órgão regulador das telecomunicações
ceiros certificados para a em Portugal, anunciou na passada semana que multara
distribuição e desenvolvi- os operadores de televisão por cabo Pluricanal Leira e
mento de soluções baseadas Pluricanal Santarém, da Parfitel, e Pluricanal Gondomar, da
nos módulos da Navision TvTel, por oferecerem serviços de acesso à Internet sem
— contando actualmente deterem a necessária habilitação legal. Nos três casos,
com cerca de 300 clientes a Anacom, após verificar que as empresas estavam a
— e de seis parceiros para “comercializar o serviço de acesso à Internet sem qualquer
o Microsoft CRM. Este segmento está aos moldes) e deverá aumentar muito preço das soluções da MBS comporta habilitação legal”,aplicou uma coima de 5 mil euros a cada
mais saturado pela concorrência, pelo na área do CRM. O alvo potencial das diferentes variáveis mas um funda- — e, segundo a Anacom, apenas a Pluricanal Leiria não
que o respectivo número de clientes da aplicações Navision — que terá a nova mental é o número de utilizadores procedeu ao pagamento voluntário da multa. O director
Microsoft em pouco ultrapassa hoje a versão ainda neste ano — é constituído no interior de cada empresa-cliente da Pluricanal, José Oliveira, garantiu à Lusa que a empresa
dezena. por um universo de 7 a 8 mil empresas, — sendo de 1950 euros o montante de já regularizara a situação e que ambas as operadoras
Francisco Ramos Chaves salientou cujos processos de negócio já apresen- referência por utilizador e por ano. (Pluricanal Leiria e Pluricanal Santarém) haviam pago a
que o mercado de aplicações empresa- tam alguma complexidade e daí fazer A MBS conta com 105 mil clientes coima.“Deve ser um mal-entendido. No mês passado, a
riais é relativamente novo para a todo o sentido económico proceder a em todo o mundo, numa relação inter- Pluricanal informou a Anacom de que regularizara a sua
mediada por mais de 6 mil parceiros situação e procedeu à liquidação das multas.” José Oliveira
certificados. O seu investimento anual explicou que esta situação vem do tempo em que as
Câmara de Pombal coopera no desenvolvimento em investigação e desenvolvimento empresas eram representadas pela operadora Maxitel,“que
de soluções específicas (área onde emprega cerca de 1700 não tomou as devidas medidas para legalizar a actividade”.
pessoas) é de 2 mil milhões de dólares. Após a falência da Maxitel, a Pluricanal Gondomar foi
No âmbito de outra área de actuação da Microsoft, a Câmara Municipal de Mas Ramos Chaves salientou que os vendida à TvTel (que opera no Norte do país) e as Pluricanal
Pombal anunciara, no passado mês de Janeiro, que iria desenvolver “software” parceiros da MBS, quando fornecem Leiria e Santarém ficaram na Parfitel, do grupo Metalgest, do
específico para autarquias, com programas inovadores de gestão e de soluções baseadas nos módulos do empresário Joe Berardo.
organização, em parceria com a mesma Microsoft. Segundo o vereador Pedro Navision, desenvolvem muitas vezes
Martins, esta parceria deverá ser formalizada dentro de poucas semanas os seus próprios “ad on” a fim de con- TeK.Sapo assinala 5 anos
e surgiu no contexto do projecto de modernização administrativa que a formarem as aplicações às necessida-
com oferta aos leitores
autarquia tem realizado nos últimos meses. des e processos de negócio dos seus
Depois da elaboração de um “software” específico para sustentar a intranet da clientes. O próximo dia 11 de Fevereiro marca o quinto aniversário
autarquia, a Câmara abriu um portal na Internet que permite aos munícipes Ora a Microsoft estimula a dispo- do TeK.Sapo, o portal de tecnologias de informação mais
apresentarem requerimentos e consultar os projectos em análise, bem como nibilização e partilha desses “ad on” antigo em Portugal. Com mais de 500 mil “pageviews”
várias acções que até então só podiam ser feitas presencialmente.“O projecto entre os restantes parceiros a nível mensais e de 25 mil assinantes das suas “newsletters”,o
de Pombal está a ser olhado como um exemplo por outras câmaras e a mundial — que, assim, escusam de TeK.Sapo constitui um portal de referência na área das
Microsoft associou-se a nós para desenvolver ‘software’”, numa parceria que “inventar rodas já inventadas” ao TIC, até pelos “milhares de notícias acumuladas e ainda
envolve ainda o Instituto Politécnico de Leiria, acrescentou Pedro Martins em trabalharem sobre esta plataforma pesquisáveis” na sua base de dados, que “permitem,
declarações à agência Lusa. aplicacional —, com benefícios para em segundos, descobrir informação sobre empresas e
O objectivo é “desenvolver várias aplicações informáticas com base em todos os intervenientes: para os clien- projectos que foram notícia há alguns anos, garantindo
ferramentas da Microsoft, que correspondam às necessidades dos municípios”, tes, que ganham tempo e menores ao leitor uma memória crítica que já não é muito comum
explicou o mesmo vereador, salientando que os direitos de autor das aplicações custos no aprontar das suas soluções; na Internet”.A fim de celebrar este aniversário, o TeK.Sapo
daqui resultantes ficarão na posse da Câmara de Pombal. Mais: a autarquia os parceiros que usam esses “ad on” (cujos conteúdos são diariamente produzidos para a
pretende que as aplicações desenvolvidas fiquem em regime de código-fonte porque são mais expeditos a fornecer PT.com pela empresa Casa dos Bits, também colaboradora
aberto e, por isso, gratuito para todas as suas congéneres interessadas.“A nossa as suas soluções; e os criadores dos de Computadores) “vai oferecer aos seus leitores mais fiéis
vocação não é comercializar ‘software’ e pensamos que é através da divulgação “ad on” porque obtêm algum retorno um ‘dossier’ dedicado às transformações no mercado das
gratuita de boas práticas que vamos todos melhorar”, justificou Pedro Martins. Por dos investimentos que fizeram no seu tecnologias nos últimos cinco anos”.Só os leitores registados
seu turno, a Microsoft disponibiliza-se a apoiar,“com meios técnicos e formativos, desenvolvimento ao receberem depois na “newsletter” vão ter acesso a este documento (a ser
o aperfeiçoamento das soluções informáticas desenvolvidas pelo Município de uma percentagem da licença quando distribuído em formato PDF. ●
Pombal, para que outros municípios ou instituições as possam utilizar”. ● a aplicação passar a ser usada por
outros clientes. ●

S E G U N D A - F E I R A . 7 . F E V E R E I R O . 2 0 0 5 computadores .7
 SEGURANÇA NO CENTRO DOS PROTOCOLOS DE COLABORAÇÃO CELEBRADOS EM PRAGA
Microsoft alarga
cooperação com governos
A
MICROSOFT APROVEITOU o
Government Leaders’
Forum — que decorreu
na semana passada em
Praga, na República
Checa — para apresentar uma nova
iniciativa de colaboração com entidades
governamentais na área da segurança.
O Security Cooperation Program
pretende garantir precisamente uma
maior cooperação entre a maior editora
mundial de “software” e os governos na
área da segurança e tornar mais eficaz
a resposta a incidentes neste domínio.
Admitindo que, apesar dos grandes
recursos em investigação e desenvolvi-
mento (I&D) que a Microsoft tem vindo
a canalizar para a segurança, esta é
ainda a principal preocupação do sector,
Bill Gates, “chief software architect” da
Microsoft e presidente do seu conselho
de administração, anunciou o novo
programa que a sua empresa tem em
curso. “Mantemos uma vigilância com
outras empresas durante 24 horas por
dia e, por isso, temos informação e podemos
trabalhar com os governos de forma intensiva
sempre que surge um desafio”, defendeu o co-
fundador da Microsoft (na foto com o primeiro
ministro checo, Stanislav Gross) durante o seu
discurso.
Bill Gates salientou que foram já consegui-
dos avanços significativos na sensibilização dos
utilizadores para a necessidade de manter os
sistemas actualizados, o que
ajuda a resolver já uma parte FÁTIMA
considerável dos grandes pro- / Casa
blemas. Ao mesmo tempo, a
Microsoft tem trabalhado na comunicação
sobre formas de proteger os sistemas, em
paralelo com um trabalho de formação no
desenvolvimento de novo “software”, mais
PROGRAMA DE INICIAÇÃO ÀS TI TANTO PARA ESTUDANTES COMO PARA PROFESSORES
Internet@EB1 em mais de 7 mil escolas
L
EVAR OS MAIS PEQUENOS a “navegar”
na Internet, a construir páginas
na Web ou usar o correio electró-
nico é o objectivo do programa
Internet@EB1, iniciado há dois
anos. O projecto já chegou a cerca de 7 mil
escolas do ensino básico e envolveu mais
de 67 mil acções de formação de alunos e
professores — pelo que as entidades orga-
nizadoras resolveram assegurar a conti-
nuidade do projecto no próximo ano.
O programa Internet@EB1 é coordenado
pela Fundação para a Computação Cientí-
fica nacional (FCCN) e conta com o apoio
do Ministério da Educação, da Unidade de
Missão Inovação e Conhecimento (UMIC),
de diversas autarquias e do Programa
Operacional Sociedade do Conhecimento
(POSC, antigo POSI). Criar ou actualizar
as páginas na Internet das escolas do ensino
básico e atribuir o diploma de competências
básicas em tecnologias de informação aos
professores e alunos dessas escolas foram
alguns dos objectivos desta iniciativa.
Agora, o objectivo é também desenvolver
parcerias com outras escolas, ou mesmo
com autarquias, museus ou bibliotecas.
Em cada escola foram realizadas
quatro sessões de trabalho com professores
e alunos, e ainda desenvolvidas duas acções
de dinamização para professores das EB1
computadores .8
PETR JOSEK/REUTERS
robusto. Ainda frágil mantém-se a área de
autenticação do utilizador — confessou o “chief
software architect” da Microsoft, que reconhece
os problemas associados às “passwords” e pre-
coniza um maior uso de sistemas de cartões
inteligentes (“smartcards”) e de identificação
biométrica.
Gates acredita que o novo programa
desenvolvido com os governos poderá reforçar
a segurança global, mantendo os
CAÇADOR canais de comunicação abertos,
dos Bits permitindo identificar áreas de
actuação críticas, necessidades
de informação e correcções a fazer sempre que
surja um incidente de segurança.
O novo Security Cooperation Program
conta já com a adesão de EUA, Canadá, Chile e
em cada distrito. Ao todo, foram envolvidas
no projecto 18 instituições de ensino supe-
rior (uma por cada distrito do Continente),
14 escolas superiores de educação das mais
diversas regiões do país e as universidades
de Aveiro, Évora, Minho e Trás-os-Montes.
É a estas entidades que cabe a realização
das acções de formação.
No ano lectivo de 2003-2004, o projecto
chegou a 7831 escolas. Ao todo, 604 e 820
monitores (em 2002-03 e 2003-04, respecti-
vamente) realizaram 67.780 acções de for-
mação. Neste momento, há já 7118 escolas
do ensino básico com página na Internet, o
S E G U N D A - F E I R A . 7 . F E V E R E I R O . 2 0 0 5
Noruega mas a Microsoft espera que as
autoridades governamentais de outros
países venham a aderir à iniciativa, tal
como foi sucedendo com o Government
Security Program. Este programa, que
foi anunciado em Janeiro de 2003,
reúne já a adesão de centenas de países
(entre os quais, Portugal), permitindo
a entidades governamentais autoriza-
das o acesso a partes do código-fonte
dos sistemas operativos Windows e do
pacote de aplicações Office.
O Security Cooperation Program
está centrado na troca de informação
entre os governos e a Microsoft a fim
de antecipar e responder de forma mais
efectiva a problemas relacionados com
ataques de segurança. Os participan-
tes no programa poderão trocar dados
sobre vulnerabilidades identificadas,
conhecer antecipadamente as actua-
lizações de “software” para facilitar o
planeamento de recursos, ter acesso a
estatísticas de incidentes de segurança
e ainda receber dados sobre as iniciati-
vas da Microsoft nesta área.
Estão igualmente planeadas actividades
conjuntas de formação na área da segurança,
incluindo a distribuição de material e a organi-
zação de eventos nesta área, assim como a cola-
boração entre equipas na resposta a incidentes
informáticos e emergências de segurança.
O novo programa é de adesão gratuita e faz
parte da estratégia de aproximação da Micro-
soft face aos governos — por muitos vista como
uma forma de dissipar reservas, por um lado,
mas também uma forma de responder às ini-
ciativas governamentais de promoção do “sof-
tware” de código-fonte aberto. Por isso, também
neste programa os responsáveis da Microsoft
deverão empenhar-se em conseguir a adesão
de um conjunto alargado de governos. ●
que representa mais de 90 por
cento dos estabelecimentos de
ensino abrangidos pelo pro-
jecto. Desses, 3632 actualizam
as suas páginas na Web com
regularidade.
O programa Internet@EB1
custou 8,6 milhões de euros e
possibilitou a atribuição de mais
de 102 mil diplomas de compe-
tências básicas em tecnologias
de informação (TI) — diplomas
que comprovam que quem os obteve é capaz
de realizar as tarefas mais elementares rela-
cionadas com as tecnologias de informação,
como efectuar pesquisas na Internet, usar
EuroCiência
by Microsoft
No mesmo fórum governamental em
Praga, a Microsoft anunciou uma nova
iniciativa de promoção da inovação
em ciência e computação, na qual
coopera com entidades europeias. A
Iniciativa EuroCiência é um programa
de vários anos que define estratégias
de ligação entre a investigação
científica e a informática, dirigida para
novos paradigmas da computação e
ambientes inteligentes.
A Microsoft é uma das empresas com
maior volume de investimento em
investigação e desenvolvimento (I&D) e
mantém diversos centros de inovação
na Europa, a par dos estabelecidos nos
EUA e na Ásia. Esta iniciativa, para além
de uma aproximação à União Europeia,
envolve entidades governamentais
e universidades, sendo apresentada
como um compromisso da Microsoft
no quadro da Estratégia de Lisboa.
Para além das parcerias estabelecidas, a
Microsoft vai também promover bolsas
de estudo, programas de prémios para
a inovação e uma série de “workshops”
científicos. Mas a parte basilar, que cria
postos de trabalho e âncoras para o
capital intelectual, será o investimento
numa rede de centros de excelência
— que já deu o primeiro passo em Itália
com o Centro de Biologia Computacional
e de Sistemas na Universidade de Trento.
A Microsoft afirmou ainda estar em
negociações para a criação de centros
idênticos em França, Alemanha e no
Reino Unido. ● F.C./CdB
o processador de texto, receber ou enviar
mensagens de E-mail, etc.
Em termos de população escolar abran-
gida, este projecto chegou, no último ano
lectivo, a mais de 22 mil professores e 282
mil alunos, cerca de um terço dos quais a
frequentarem o quarto ano do ensino básico.
Para além de construírem páginas na Web,
aprenderam a criar jornais escolares ou
simples cartões de Natal recorrendo ao
computador.
Neste ano, serão renovadas as parcerias
com as 18 instituições de ensino superior
envolvidas e haverá também um investi-
mento na ordem dos 5 milhões de euros
para que o projecto prossiga. Nalguns casos,
o projecto irá abarcar a migração da ligação
à Internet das escolas para uma ligação em
banda larga.
No âmbito do programa Internet@EB1
foi também editado um manual de cerca de
60 páginas, dedicado aos mais pequenos,
onde estes aprendem a imprimir um docu-
mento, a “navegar” na Internet ou a enviar
e receber “mails”, isto para além de um
conjunto de normas de segurança a ter em
conta quando se acede à Internet. Em 2004,
foi editada a primeira edição desse manual,
com 280 mil exemplares, e neste ano terá
lugar uma terceira edição de mais 150 mil
manuais. ● ISABEL GORJÃO SANTOS
 S H A R E WA R E
Cinco programas num só
para a edição multimédia
O
BLAZE MEDIA PRO é
uma das mais comple-
tas ferramentas mul-
timédia existentes no
mercado. Reúne num
só programa as funções de leitor
de ficheiros de áudio e de vídeo,
de editor de ficheiros multimédia,
de processador de efeitos e de con-
versor de formatos. Ou seja, com
o Blaze Media Pro, o utilizador
pode realizar todos os trabalhos de
montagem de vídeo e áudio, apli-
car efeitos especiais, visualizar o
resultado final e convertê-lo para
os mais variados formatos. Para
correr, esta aplicação precisa de
um PC com um mínimo de 128
megabytes de RAM, um processa-
dor com uma velocidade superior a
500 MHz e os sistemas operativos
Windows 98 SE, Windows ME,
Windows 2000 e Windows XP, da
Microsoft.
Um dos pontos fortes do Blaze
Media Pro reside nas suas capa-
cidades de conversão de ficheiros
multimédia entre os diferentes
formatos. O programa lê e con-
verte para os seguintes tipos de
ficheiros de áudio: CD, MP3, MP2,
WMA, OGG, WAV, AIF, VOX,
MPC, G.72x, AU, RAW to MP3/
WMA/OGG/WAV. Além destes,
o programa lê e converte para os
seguintes formatos de ficheiros
de vídeo: MPEG-1, MPEG-2, AVI,
WMV, e FLIC. A conversão para
MPEG permite a gravação do tra-
balho final em VideoCD, SuperVi-
deoCD e DVD.
O módulo do conversor do CD
permite extrair as músicas de
um CD musical e convertê-las em
ficheiros WAVE e MP3, e gravá-
las no disco do PC. O programa
permite ainda a ligação ao serviço panóplia de efeitos sonoros, desde
CDDB para gravar informações
acerca dos temas, nomeadamente,
o título da música, o artista e a
informação do álbum.
Esta característica NUNO BERNARDO
é inteiramente con-
figurável e pode ir buscar o tipo
de informação que o utilizador
desejar — a qual poderá ser
útil para a criação de arquivos
musicais que, depois, poderão
ser usados para facilmente se
identificar músicas e artistas. O
utilizador pode também, graças a
esta função, visualizar a capa do
álbum sempre que estiver a ouvir
qualquer tema.
Esta funcionalidade requer
BLAZE MEDIA PRO
que o PC esteja ligado à Internet
no momento em que se introduz
um CD musical no leitor de CD-
ROM. Por este motivo, a função
pode também ser desligada
quando o computador não está
ligado permanentemente à Net.
Aos temas gravados em disco
pode, depois, ser aplicada uma
os mais comuns (como o equaliza-
dor) até aos normalmente usados
em estúdios profissionais. O resul-
tado final é depois
transferido para um
leitor de áudio por-
tátil — como os cada vez mais
populares leitores de MP3 — ou
gravado em CD.
A par do editor de áudio, o
Blaze Media Pro oferece um com-
pleto editor de vídeo que trabalha
com os populares formatos AVI,
MPG, WMV e ASF. O processo não
pode ser mais simples: o utilizador
selecciona as imagens que quer
usar (por exemplo, 5 minutos de
imagens gravadas num encontro
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 7 . F E V E R E I R O . 2 0 0 5
familiar), arrasta-as para a linha
de edição e adiciona alguns efeitos
— e logo tem criado o seu primeiro
vídeo doméstico. Se não gostar do
resultado final, é só voltar atrás,
modificar as opções e, de novo em
poucos minutos, o programa apre-
senta uma versão completamente
diferente.
Com o Blaze Media Pro, o
utilizador edita as suas imagens,
plano a plano, aplicando efeitos
entre cada cena, colocando uma
locução ou música. Este processo
é tão simples como pegar nos dife-
rentes ficheiros (de sons, músicas,
vídeos e fotos) e arrastá-los para
a linha de edição. Depois, com o
auxílio do rato, o utilizador pode
acertar os diferentes planos, defi-
nir o tempo de cada um e adicionar
uma música, de forma a tornar o
resultado final mais apelativo.
Alguns minutos de registo de
vídeo poderão dar para criar deze-
nas de filmes diferentes — tudo
numa questão de minutos.
Terminada a edição, é hora de
passar o resultado final para um
CD-ROM (ou um DVD) de forma
a poder ser apresentado a toda a
família numa próxima oca-
sião. Tudo isto pode parecer
complicado; mas o uso do
programa mostrará que,
afinal, é muito simples. Se
não se quer perder muito
tempo, a forma mais rápida
de criar um vídeo é copiar
as imagens gravadas para
o PC, apagar os momentos
mortos — ficando apenas
com as melhores cenas
— e criar um filme familiar
muito mais interessante
e cativante. O programa
suporta a maior parte dos
modelos de gravadores de CD e
de DVD, dispensando o recurso
a uma terceira aplicação para se
proceder à conclusão do trabalho.
O Blaze Media Pro está dis-
ponível em regime de “trialware”,
ou seja, o utilizador pode copiá-lo
gratuitamente da Internet ( http:
//www.blazemp.com ), usá-lo sem
restrições durante 15 dias; findo
esse prazo, deverá apagá-lo do seu
computador ou, então, adquirir
uma licença que custa 50 dóla-
res (cerca der 40 euros). Dado o
número de funcionalidades ofe-
recidas e as possíveis utilizações
do programa, estamos perante
uma das melhores relações entre
preço e utilidade do mercado. Este
programa permite substituir um
leitor de ficheiros multimédia,
uma aplicação de edição de áudio,
outra de edição de vídeo, um con-
versor de formatos e uma ferra-
menta de gravação de CD e DVD
— tudo por um custo inferior ao de
cada aplicação em separado. ●
FICHA
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Nuno
Vieira, Paulo Almeida, Pedro
Fonseca (pedrof@journalist.com),
Rita Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
Gráficos à Lapa
Computadores
é publicado às segundas-feiras
E-Mail
computadores@publico.pt
Tel. 21-0111168
Fax 21-0111008
Assine Computadores
Assine o PÚBLICO
à segunda-feira e receba o jornal
em sua casa ou levante-o no seu
posto de venda habitual com os
suplementos Computadores e
Economia.
E-mail: assinaturas@publico.pt
Tel.: 808 200 095 (custo chamada
local)
Fax: 210 111 017
Assinatura semestral (26 exemplares):
Portugal €18.20
Europa €58.50
Resto do Mundo €94.90
Assinatura anual (52 exemplares):
Portugal €36.40
Europa €117.00
Resto do Mundo €189.80
Desconto na assinatura anual
para escolas e instituições de
solidariedade social. Preços
especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
computadores .9
 JOGOS
‘O SENHOR DOS ANÉIS: A BATALHA PELA TERRA MÉDIA’ E ‘O SENHOR DOS ANÉIS: A TERCEIRA ERA’
Senhores de si
A
PESAR DE SER UMA das mais
geniais criações da litera-
tura do século XX, foi já no
Terceiro Milénio que a saga
criada por J.R.R. Tolkien se
tornou verdadeiramente global. A trilogia
cinematográfica de Peter Jackson levou
as aventuras de Frodo aos quatro cantos
do Mundo e fez renascer o
imaginário da Terra Média. MIGUEL
Como é da praxe, o universo
dos videojogos não podia passar ao lado,
até pela inspiração que a saga constituiu
para centenas de jogos nas últimas duas
décadas.
Mesmo terminada a versão de grande
ecrã, a apetência por jogos de “O Senhor
dos Anéis” continua em alta e, por isso,
nada mais natural do que todas as plata-
formas terem direito aos seus títulos. No
entanto, não falamos de apenas um jogo
— mais de dois e com características bem
diferentes: um grande jogo de estratégia
para o PC, por um lado, e uma interes-
computadores .10
sante proposta de “role playing game”
(RPG) para as consolas.
“O Senhor dos Anéis: A Batalha Pela
Terra Média” é a muito aguardada trans-
posição da saga para um jogo de estraté-
gia, em que o jogador pode comandar os
vários exércitos do imaginário de Tolkien.
O resultado é assombroso em todos os
aspectos: no plano visual,
CRESPO é altamente detalhado e
rico, com inspiração directa
nos filmes; o som é algo de muito envol-
vente, nomeadamente a banda sonora de
Howard Shore interpretada pela Orques-
tra Filarmónica de Londres; e as vozes dos
personagens, a cargo dos actores do filme.
O jogo segue a versão cinematográfica
ao longo dos três episódios, reproduzindo
os momentos mais marcantes da história
e centrando-se nas grandes batalhas,
desde as Minas de Moria, o ataque a
Helm’s Deep, o cerco a Minas Tirith e,
claro, o confronto de Mordor. No entanto,
há vários pormenores que não estão nos
S E G U N D A - F E I R A . 7 . F E V E R E I R O . 2 0 0 5
Título “O Senhor dos Anéis: Frodo, Aragorn e Galdalf —funcionam
A Batalha Pela Terra 9
/10 como unidades especiais, que podem ser
determinantes em cada fase dos combates.
Média”
Estilo Estratégia E quem achar que está farto de ser um dos
Plataforma PC “bonzinhos” pode sempre optar por contro-
Produtor Electronic Arts lar o lado das Trevas e, assim, dar outro
Distribuidor Electronic Arts rumo à história escrita por Tolkien.
Edição Dezembro 2004 Para agradar tanto aos fãs dos jogos
de estratégia em tempo real como aos fãs
de “O Senhor dos Anéis” menos dados a
Título “O Senhor dos Anéis: A
Terceira Era” 8
/10
este tipo de jogos, os produtores tiveram o
cuidado de, seguindo as normas habituais
Estilo RPG do género, o tornarem acessível a todos.
Plataforma PS2, Xbox Assim, a interface é simples e intuitiva,
Produtor Electronic Arts e a construção das missões permite bas-
Distribuidor Electronic Arts tante liberdade. Por outro lado, a parte
Edição Dezembro 2004 que muitos consideram mais monótona
nos jogos de estratégia — a recolha de
recursos e construção de unidades — é
filmes e que vêm directamente dos livros aqui bastante básica, com os combates a
— o que agrada aos fãs mais antigos serem o centro das atenções.
e serve como foco de novidade para os O comando das tropas dá-se não por
menos dados às letras. unidades individuais (excepto os heróis)
Os heróis da saga — em especial, mas por grupos de especialidade, o que per-

mite controlar com alguma facilidade
enormes exércitos com inúmeros tipos
diferentes de unidades. Acrescente-se
que o jogo inclui um poderoso editor
de missões, que permite (a quem se
quiser dedicar) construir novos cená-
rios personalizados para as batalhas.
O resultado final é um dos melho-
res jogos de estratégia dos últimos
meses e um obrigatório para quem
é fã do género. Apenas não se deixe
enganar pelo título, que, apesar de
ser em português, “esconde” um jogo
em inglês.
“O Senhor dos Anéis: A Terceira
Era”, o jogo para consolas, é radical-
mente diferente. Claro que há pare-
cenças entre um jogo de estratégia e
um RPG, mas aqui a espectaculari-
dade das grandes massas é substitu-
ído pela centralização na evolução dos
personagens como indivíduos, através
do desenvolvimento das suas caracte-
rísticas e dos seus poderes consoante
dica
As Tarefas Agendadas
do Windows XP (1)
Muitas vezes, é preciso agendar tarefas
no Windows para que se possa executar
determinadas acções a horas específicas, mesmo
que, nessa altura, o utilizador não esteja junto do
computador. Por exemplo, o utilizador poderá
querer agendar um “backup” do computador ou
uma determinada actualização do sistema ou de
um dado programa a uma hora certa todos os
dias, ou semana a semana.
O Windows XP, tal como outras versões anteriores
do sistema operativo, inclui uma ferramenta para
agendar tarefas. Esta ferramenta apresenta duas
versões: uma mais “antiga”, da Linha de Comandos
(ou seja, do DOS), e outra, mais “moderna”, que
funciona dentro do próprio Windows.
A versão da Linha de Comandos, o comando
AT, não é nada “amigável” de se utilizar. Para se
conhecer melhor este comando, o melhor é
abrir a Linha de Comandos — Iniciar, Todos os
Programas, Acessórios — e escrever “help at” (sem
as aspas), carregando a seguir na tecla Enter. Isto
faz aparecer a sintaxe e a lista dos parâmetros do
comando, que se pode ver na imagem.
A versão em Windows, por assim dizer, deste
comando abre-se no menu Iniciar, Todos os
Programas, Acessórios e depois Ferramentas do
Sistema. Dentro destas, está o comando Tarefas
Agendadas, que faz abrir uma janela, dentro
da qual se pode adicionar uma tarefa dando
dois cliques sobre o ícone Adicionar Tarefa
Agendada, o que faz iniciar o Assistente de
Tarefas Agendadas. Este Assistente irá pedir para
se definir qual a aplicação para que se quer criar a
tarefa e com que frequência se pretende que ela
seja executada.
Acontece que, apesar de o uso da pasta Tarefas
Agendadas ser relativamente simples, ela
apresenta algumas limitações. Por exemplo,
ela não permite programar respostas exigidas
por caixas de diálogo abertas pelas aplicações
com tarefas agendadas, desligar ou reiniciar o
computador local ou mesmo um computador
remoto. Para este tipo de tarefas mais
sofisticadas, existem outros programas — em
o respectivo desempenho nas mais regime de “freeware” ou de “shareware” — que
diversas situações. podem ser adquiridos facilmente na Internet. O
Os personagens não são, aqui, os
heróis mas sim membros “anónimos” System Scheduler, da Splinterware, é um deles
de cada uma das “raças” que têm como e pode ser encontrado no seguinte endereço:
missão ajudar a Irmandade do Anel.
http://www.splinterware.com/products/
Como prémios, vão sendo desblo-
queadas sequências do filme, nar- wincron.htm . ● JOSÉ DOUTIL
radas por Gandalf, o que faz todo o
sentido porque segue muito fielmente
a versão cinematográfica, apesar de
propor, ao longo do percurso, alterna-
tivas inéditas.
O sistema de combate, algo
importante neste tipo de jogos, é
interessante q.b., sem fugir ao habi-
tual: uso de armas, magias e items.
Visualmente, é muito interessante
e parece mesmo usar cenários dos
filmes. Destaca-se ainda o facto de a
versão para PS2 ter todos os textos
traduzidos para português (excepto
as falas), enquanto a para a Xbox é
toda em inglês. ●
S E G U N D A - F E I R A . 7 . F E V E R E I R O . 2 0 0 5 computadores .11
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552