Computadores

SEGUNDA-FEIRA 21 MARÇO 2005 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

Os portáteis
mais pesados
Três computadores com
mais de 6 quilos saíram dos
armários para um concurso
➜ pág. 5
A segurança
em debate
Uma conferência em Lisboa
discutiu os novos desafios,
dos vírus aos atentados
➜ pág. 7
Lenovo Ibérica
continua IBM
Entrevista a Isla Ramos, da
Divisão de PC da IBM nas
vésperas da alienação
➜ pág. 8
Base de dados
para ‘passwords’
LoginKing é um programa
de ‘shareware’ para guardar
‘usernames’ e palavras-passe
➜ pág. 9
PUB
‘Metal Gear Solid’
e ‘Snowblind’
Sustos e muita acção, longas
sequências cinemáticas
em jogos envolventes
➜ págs.10/11

SAMSUNG E LG APRESENTARAM NOVOS PRODUTOS NA CEBIT 2005, NA ALEMANHA

Portáteis, música no bolso

e novos ecrãs de LCD cada qual na sua divisão da casa e usando
uma comum rede Ethernet para distribuir
esses mesmos conteúdos.
Portadores desta tecnologia Magic-
Net são os novos televisores SyncMaster
460PN e SyncMaster 400PN, de grande
OVOS MONITORES e televisores, dimensão — com uma razão de aspecto

N computadores portáteis ou a
tecnologia Push-to-View, para
facilitar as videochamadas na
terceira geração de comuni-
cações móveis, foram apresentados nesta
última edição da CeBIT por diversas
empresas, como foi o caso das coreanas
LG e Samsung. O conceito de “lar digital”
foi o mote de muitos “stands”, animados
por grandes ecrãs, e os destas empresas
não foram excepção.
No que diz respeito a televisores com
ecrã de cristais líquidos (LCD) — que,
como Computadores tem vindo a assi-
nalar, serão os grandes “sucessores” dos
ecrãs de plasma —, a LG lançou o seu
primeiro televisor de 55 polegadas, uma
dimensão que, tal como destacam os
responsáveis da LG, se aproxima já dos
modelos de ecrãs de plasma no mercado
(na imagem).
A resolução do novo modelo é 1920
x 1080 pixels. O 15LW1R é também um
televisor LCD mas sem fios. Tem 15 pole-
gadas, pesa 4 quilos e funciona através de
uma tecnologia sem fios desenvolvida pela
LG desde que se encontre até 35 metros
da caixa de transmissão. Como forma de
salientar a sua aposta nos ecrãs de LCD,
a LG anunciou que pretende alcançar a
liderança neste mercado até 2008.
Já a Samsung apresentou uma nova
funcionalidade para os seus ecrãs de LCD:
trata-se da MagicNet, que, aplicando ao
de 800:1 e 600:1 respectivamente — e que,
exibindo um contraste invulgar em ecrãs
de cristais líquidos, admitem ângulos de
visão de 170 graus, ou seja, quase sem
“ângulos mortos” (bem ao contrário dos
ecrãs de plasma correntes).
Também estes ecrãs mostram
grande rapidez de resposta gráfica — 8
milissegundos, importantes quando
se trata de ver filmes ou jogar —,
uma resolução de 1366 x 768 pixels e
compatibilidade com as normas NTSC
(norte-americana), PAL e Secam.
Como contributo para a integração
das diversas fontes de conteúdos multi-
média no lar digital, a Samsung mostrou
lar digital uma arquitectura cliente-ser- também na CeBIT 2005 um novo ampli-
vidor, permite ligar vários ecrãs a um ficador, o AV-R3000, com saída para sete
mesmo servidor multimé- altifalantes e 250 W por
dia (ou “media center”, RUI JORGE CRUZ canal.
como outros lhe chamam), e ISABEL GORJÃO SANTOS Voltando às novida-
de tal modo que diferen- em Hanover des da LG, há duas novas
tes pessoas poderão ver séries de monitores de
outros tantos conteúdos distintos — pro- cristais líquidos (LCD), a Flatron LX80 e
gramas de TV, filmes, música, etc. —, a Flatron LX40. E uma das parti- ➜

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
Um serviço de E-mail para as PME
com 10 GB disponíveis…
A empresa Neuvex (www.neuvex.com), especializada
em sistemas de informação e telecomunicações, lançou
recentemente um serviço de alojamento de correio
electrónico, chamado RedVo, que oferece 10 GB de
capacidade de armazenamento, incorporando o NVScan,
um sistema de segurança de correio electrónico, antivírus,
“anti-spam” e de controlo de conteúdos. Segundo a
Neuvex, o novo serviço RedVo, que funciona em regime
de “outsourcing”,permitirá às empresas beneficiarem de
menores custos — poupando-lhes o investimento em
infra-estruturas tecnológicas, em pessoal especializado e
em recursos para a segurança do seu correio electrónico
— e “qualidade tecnológica” ao melhorarem “a imagem
perante os seus clientes graças a um sistema de E-mail
fiável e seguro”.O RedVo foi concebido para “empresas
e profissionais que pretendam uma solução de grande
capacidade de armazenamento” sem terem que se
preocupar com o espaço disponível a cada momento. ●

… e acessível com mobilidade

através de telemóvel e Wi-Fi
As contas de correio electrónico alojadas no RedVo serão
acessíveis através do “browser” da Web, de ligações a
redes sem fios (Wi-Fi) e ainda dos protocolos IMAP, POP3
e WAP (usando um telemóvel dotado dos respectivos
recursos). Além das funcionalidades habituais num serviço
de “webmail”,o RedVo permite cifrar as mensagens (para
garantir que elas apenas serão lidas pelos legítimos
destinatários), o envio de alertas por SMS sempre que
cheguem novas (ou determinadas) mensagens e a
sincronização de agenda, contactos e tarefas no Outlook,
da Microsoft. Os preços do novo serviço variam entre os
19 e os 150 euros anuais conforme as funcionalidades
contratadas, em particular a capacidade máxima disponível,
desde os 10 GB aos 100 GB (www.redvo.com). ●

Grandes empresas são 40 por cento

das vendas da Microsoft em Portugal
As grandes empresas representam, em Portugal, entre
35 e 40 por cento da facturação da Microsoft — revelou
na passada semana Edmundo Silva, respectivo director
para esta área, que conta com cerca de três dezenas de
clientes, todos eles grupos económicos que agregam, no
seu conjunto, centenas de empresas. O modelo de negócio
da Microsoft nesta área assenta num contacto directo com
os clientes, assumindo a responsabilidade de desenhar
uma arquitectura que reduza a complexidade dos sistemas
informáticos, facilite a utilização e torne mais eficientes os
sistemas de TI dos clientes. A implantação dos projectos fica
a cargo de integradores de sistemas parceiros da Microsoft
— que, em Portugal, não chegam a uma dezena, incluindo
multinacionais e as grandes nacionais, como a Novabase,
a ParaRede, a PT Sistemas de Informação ou a Edinfor. O
negócio desta área de grandes empresas baseia-se em
plataformas de produtos para servidores (que muitas vezes
representa mais de metade do valor dos contratos) e de
portais e “software” de produtividade, tendo grande parte
dos clientes contratos que prevêem a actualização anual
do “software”.Para Edmundo Silva, o concorrente tradicional
nesta área de grandes clientes é a IBM, que tem uma
longa história neste mercado mas também é parceira da
Microsoft nalguns negócios, tal como a alemã SAP.“Na área
empresarial, não há espaço para fundamentalismos.” ●

Ajudar o sítio dedicado

à prevenção do cancro da mama
Há um sítio na Internet dedicado ao problema do cancro
da mama (http://www.thebreastcancersite.com) e que
faz gratuitamente uma mamografia por dia a mulheres
sem recursos para a pagarem. Este sítio e os exames que
ele oferece são financiados por diversos patrocinadores,
um conjunto de empresas que dá tanto mais dinheiro
quanto maior for o número de acessos que o “site” regista.
Ora parece que, por falta de divulgação, este número não
tem atingido o mínimo necessário à continuação deste
trabalho, pelo que desde há algumas semanas que tem
circulado na Internet uma mensagem apelando ao apoio
dos cibernautas:“Vamos salvar o site do cancro da mama?
Não custa nada. Demora menos de um segundo para ir ao
‘site’ e fazer clique na tecla cor-de-rosa que diz:‘Free Fund
Mammogram’. Isto não custa nada e pelo número diário de
pessoas que clicam, os patrocinadores (Avon, Tupperware,
etc.) oferecem a mamografia em troca de publicidade.
Ajudem a prevenir o cancro!” ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . M A R Ç O . 2 0 0 5 computadores .3
 uma pergunta a NOVAS FERRAMENTAS FACILITAM AINDA MAIS A PARTILHA E A GESTÃO DE DADOS

Lynn Allen
Divulgadora de Tecnologias
Autodesk apresentou
versões 2006
da Autodesk

RANDE PARTE dos arquitec-

G
O que se pode esperar da nova versão
do AutoCAD e como é que a Autodesk a tos e engenheiros de todo
adaptou às necessidades de colaboração e o mundo conhece bem o
gestão de dados que se verificam na área da “software” da Autodesk,
construção? Como estão a ser as primeiras que permite desenvol-
reacções às novas ferramentas desta versão ver os projectos, acompanhar a sua
do AutoCAD? execução e partilhar informação ao
longo de todo o processo. Para esses
utilizadores, a Autodesk acaba de
renovar toda a sua gama de pro-

Um AutoCAD dutos: um novo AutoCAD e mais

de uma dezena de novas versões de
outros programas vão estar disponí-

para a gestão veis a partir de amanhã.

O AutoCAD é o “software” de
desenho e projecto mais usado,

dos dados e é também o principal produto

da Autodesk. Já na sua vigésima
versão, o AutoCAD integra agora
um conjunto de funcionalidades que
permitem gerir melhor a quanti-
dade de informação que integra um

A
do novo AutoCAD
PRINCIPAL CARACTERÍSTICA
são os “blocos dinâmicos”, que per-
mitem aos utilizadores poupar muito
tempo. São uma ferramenta muito
poderosa. Os novos comandos, bem
como a capacidade de trabalhar com as escalas ou
de rodar os objectos criados, são funcionalidades
que permitem poupar muito tempo. Há diversas
ferramentas novas.
A Autodesk vindo a trabalhar no sentido de aumen-
tar as capacidades dos seus produtos ao nível da
colaboração e da interoperabilidade. Um exemplo
é o Buzzsaw, produto que permite aos utilizadores
a partilha de ficheiros e a colaboração com outros
elementos da equipa. Temos também uma estra-
tégia voltada para a gestão de dados e tem sido
realizado muito trabalho no sentido de apoiar os
utilizadores que necessitam dessas ferramentas de
colaboração.
Continuamos, também, a melhorar o AutoCAD
com novas funcionalidades, o que torna o “sof-
tware” mais “inteligente” e mais fácil de usar para
os arquitectos. Aliás, uma das coisas que se pode
mesmo dizer acerca do AutoCAD é que tem vindo
a tornar-se mais “inteligente”.
Considero que os arquitectos e os engenheiros
têm vindo a compreender a importância de gerir
ao longo de todo o seu ciclo de vida os edifícios
por si criados — e os gabinetes de arquitectura e
de engenharia mais actualizados percebem isso
perfeitamente. Nem todos adoptaram esses pro-
cedimentos e ainda há um caminho a percorrer;
mas muitos já se preocupam com a necessidade
de deixar informação sobre os edifícios às pessoas
que, a seguir, irão trabalhar sobre essas infra-estru-
turas.
Passamos muito tempo a aperfeiçoar as nossa fer-
ramentas em 3D e certamente que isso irá ajudar
quem trabalha na área da construção. No futuro
próximo, muito trabalho se centrará também na
área da gestão de dados, pois é fundamental gerir
toda a informação que envolve um projecto e, con-
sequentemente, acompanhar essa obra ao longo
de todo o seu ciclo de vida. Hoje, os projectos são
desenvolvidos de forma diferente de há uns anos
— há ferramentas que possibilitam a colaboração
e as equipas podem, no limite, ser compostas por
pessoas a trabalharem em diferentes países [ao
mesmo tempo].
O novo AutoCAD pode significar uma grande
mudança se o utilizador quiser — mas não se trata
de uma mudança radical. O formato é o mesmo e
cabe aos utilizadores decidir sobre as vantagens
que vão tirar (ou não) das novas ferramentas. Quem
testou a versão beta deste produto mostrou-se
muito entusiasmado: as reacções têm sido muito
boas e tem havido um bom “feedback”. ●
DEPOIMENTO COLHIDO POR ISABEL GORJÃO SANTOS
projecto da área da construção.
“Este conjunto de novos produ-
tos está orientado para aumentar
a produtividade das organizações e
apoiar a redução de custos de opera-
ção e de produção”, diz Jorge Horta,
director da Autodesk em Portugal,
em comunicado sobre os novos pro-
dutos. Aí se destacam, também, a
fácil migração para as novas versões
e o facto de as novas funcionalidades
serem bastante intuitivas.
No que se refere às ferramentas
introduzidas, a nova versão do Auto-
CAD 2006 foi melhorada no plano
da criação e da modificação dos
símbolos complexos usados nos pro-
jectos. É agora mais simples criar e
alterar os blocos de informação pro-
duzidos a partir da biblioteca digital
disponível, onde os arquitectos ou os
engenheiros vão buscar os símbolos
de que necessitam para cada um
os seus projectos. Foram também
introduzidas novas ferramentas de
desenho e de anotação, que tornam
mais rápido o fluxo de trabalho. Foi a primeira vez que Jorge Horta salientou que esta
Na versão de 2004 do Auto- fora a primeira vez que a empresa
CAD, a prioridade foi a redução
a empresa efectuou efectuou uma renovação quase total
do tamanho dos ficheiros criados, uma renovação quase da sua gama de produtos. Para esta
em formato DWF. Já em 2005, foi total da sua gama de ocasião, a Autodesk está a promo-
introduzido o Sheet Set Manager, ver uma campanha de lançamento,
uma espécie de gestor para o con-
produtos. Para esta no quadro da qual é dado aos uti-
junto de folhas — ou “layers” — que ocasião, a Autodesk lizadores o direito a um ano de
compõem cada projecto. Agora, na está a promover subscrições — ou seja, durante um
versão de 2006, a principal novi- ano, terão acesso a todas as actu-
dade parece ser uma funcionalidade
uma campanha de alizações dos produtos. A inscrição
designada por “blocos dinâmicos”, lançamento, no quadro na campanha estará em vigor até
que permite criar, manipular e da qual é dado aos à data oficial de lançamento, que
extrair com maior rapidez dados é amanhã.
dos vários blocos. Esta ferramenta
utilizadores o direito a No ano passado, a Autodesk fac-
permite melhorar a capacidade um ano de subscrições turou 1234 milhões de dólares — o
de gestão dos blocos, que se torna que representou um crescimento de
mais complicada à medida que vai 30 por cento face ao ano anterior
aumentando a quantidade de infor- —, tendo sido a primeira vez que
mação associada ao projecto. o volume de negócios da empresa,
“Estamos convictos de que a ao nível global, foi superior a mil
adopção desta versão pelos clientes tural Desktop, o Building Systems, milhões de dólares. Segundo Jorge
vai ser elevada”, adiantou António o Map 3D, o Civil Design, o Raster Horta, o crescimento em Portugal
Estêvão, responsável pela área de Design e o DWF Composer V2. Para deverá situar-se, neste ano, entre
vendas e de “marketing” da Micro- além disso, foram ainda apresenta- os 25 e os 30 por cento. Ao todo,
graf — a empresa dos outros produtos, a empresa está presente em 146
que, em Portugal, ISABEL GORJÃO SANTOS que incluem ou que países, conta com cerca de 6 milhões
distribui os produ- se integram com o de utilizadores, dispõe de mais de
tos da Autodesk. Entre as aplicações AutoCAD 2006. É o caso do Revit 8 1700 revendedores, 2500 parceiros
da Autodesk que foram actualizadas — uma plataforma para modelação que desenvolvem “software” certifi-
e de que será agora disponibilizada de informação de arquitectura — e o cado para os produtos da Autodesk e
uma nova versão, encontram-se, Inventor 10, uma solução para pro- 1100 centros de formação especiali-
para além do AutoCAD, o Architec- jecto mecânico tridimensional. zados nas suas aplicações. ●

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . M A R Ç O . 2 0 0 5
 EPSON PC AX GANHOU CONCURSO PROMOVIDO PELA INTEL EM PORTUGAL
Quando os portáteis
pesavam oito quilos
esa 8,2 quilos e tem pouco
P
mais de 20 anos — mas é
mesmo muito velho. Um
“caixote” branco que, de
certeza, provocou dores
nas costas a quem teve que carregar
com ele. Hoje, é peça de museu e não lembra-se de a transportar e de como
deixa de enternecer quem o olha:
o Epson PC AX Portable ganhou o
concurso O Portátil Mais Pesado de
Portugal, promovido pela Intel.
Há cerca de um mês, com efeito,
o maior fabricante mundial de semi-
condutores lançou um desafio às
empresas portuguesas: procurar,
entre as velharias informáticas, os
primeiros computadores portáteis
que usaram e escolherem os mais
pesados que conse-
guissem encontrar — ISABEL GORJÃO SANTOS
para os apresentarem
a concurso. Quem ganhasse levaria
para casa um portátil “novinho em
folha”, com bem menos de metade do
peso das velhas máquinas.
Foram 43 as empresas que par-
ticiparam nesta iniciativa — deline- Este computador
ada para sublinhar os progressos …
— mas só quatro passaram à final e
ganharam os tais portáteis moder-
nos, que mais parecem plumas ao
lado das máquinas apresentadas.
Entre os computadores levados a
concurso, há verdadeiras relíquias,
preciosidades com lugar reservado
na história da informática pessoal.
No dia da deliberação, as quatro (como o nome indica)
máquinas foram expostas numa ban-
cada e, no centro da sala, foi
colocada uma mesa e uma
balança electrónica. Chegara
a hora do “tira-teimas”, de
mostrar quanto pesam os
computadores portáteis pré-
seleccionados. Foi então
que o PC AX, da Epson
(um “caixote” branco que
só dificilmente cabe debaixo
do braço), pousou sobre
a balança: no mos-
trador, quatro
dígitos infor-
maram que a
máquina pesa
8,195 quilos — resul-
tado imbatível, pois nenhuma
das outras máquinas chegaria aos
sete quilos.
O Epson PC AX, portátil lançado
no mercado em 1982, fora enviado
pela empresa Avelino Mendes
Informática, de Espinho, criada
há cerca de 20 anos e que dá apoio
aos processos de informatização de
outras empresas e organizações de
várias áreas, como as de contabili-
dade e de hotelaria. Filipe Mendes,
sócio-gerente da Avelino Mendes
Informática e filho do seu fundador, filhos. Dedica-se ao comér-
lembra-se de carregar muitas vezes
com o velho computador: “Recebi um
‘mail’ sobre o concurso, lembrei-me
que tinha esta máquina e resolvi
participar.” Nos anos 80, este PC AX cas. João Silva, que representou a
era usado pela Avelino Mendes Infor- empresa na cerimónia de entrega
mática para proceder à configuração
do “software” nas empresas suas
clientes. “Foi usado durante muitos
anos mas, depois, foi guardado no
armazém; mas ainda trabalha.”
A única coisa que o PC AX da
Epson tem instalado é o sistema
operativo MS-DOS. Filipe Mendes
já nem se lembra por que guardou
a máquina — e estava longe de
imaginar que ela ainda serviria
para ganhar um portátil novo. Mas
pesava. Lá dentro, o velho proces-
sador 286 (da geração que a Intel
lançou a seguir ao histórico 8086) e
o disco de 20 MB (leu bem: 20 mega-
bytes, mil vezes menos do que os 20
GB de disco que hoje já começam a
estar ultrapassados) eram o melhor
que a tecnologia tinha para oferecer.
Mas o concurso da Intel permitiu
rever outras “velharias”. Quando o
Zenith Data Systems SupersPort
286 foi colocado na
balança, esta acusou
6,855 quilos. Era a
segunda máquina mais pesada a
concurso, trazida pelo Armazém de
Tecidos Carriços,
da Trofa (a 20
Km do Porto).
também tem o
MS-DOS como
sistema operativo
mas já “aceitava”
uma das primeiras
versões do Win-
dows, da Microsoft.
Tem igualmente
um processador 286
e foi comprada em 1989.
O tempo de autonomia que a
bateria proporcio-
nava seria hoje
motivo de riso,
pois só dava
para traba-
lhar meia hora
– mas, naque-
les tempos, era
um verdadeiro
avanço.
E s t e
SupersPort
286 foi com-
prado pelo
Armazém
Tecidos Carriços
para possibilitar o acesso
a dados de diversa
natureza sempre que
os seus representantes
visitavam os clientes. Os
catálogos e as contas dos
clientes eram guardados
neste computador.
Já com cerca de 20
anos, a Armazém de
Tecidos Carriços é uma
empresa familiar, onde
trabalham o pai e oito
cio de tecidos e de têxteis
para o lar, um sector tradicional
que mostrou não ser, de todo, incom-
patível com as inovações tecnológi-
dos prémios do concurso, explicou
inclusive que o SupersPort 286 “já
estava um bocadinho ‘encostado’”
mas que, de vez em quando, “ainda
servia para bater um texto”. Caso
seja necessário, “está pronto para
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . M A R Ç O . 2 0 0 5
dar umas curvas” — embora quem
o use possa ficar certo de ganhar
algum músculo no braço.
A seguir, surgiu o Compaq SLT
286, que, na balança, mostrou
uns garbosos 6,290 quilos. É uma
máquina de 1990, levada a concurso
pela Pirâmide Publicidade. “Fun-
ciona como um relógio, apesar de já
ser uma peça de museu”, disse Luís
Completo, um dos responsáveis da
empresa. “É uma máquina muito
bonita.”
“Desde o início que a Pirâmide
Informática apostou nas tecnolo-
gias de informação”, acrescentou
Luís Completo. Para concorrer ao
Portátil Mais Pesado de Portugal”,
a empresa foi desencantar este SLT
286 num pequeno museu de tecnolo-
gias de informação, que entretanto
criara.
O último dos portáteis mais
pesados surpreendeu
pela actualidade. Ainda
está à venda e foi tra-
zido a concurso por
uma grande cadeia de
lojas, que achou que
aquele modelo da Acer
tinha boas possibilida-
des de ser premiado.
Colocado sobre a
balança, o Acer
Aspire 1714 SMI
pesou 6,290 quilos
— mas o que tem lá
dentro está longe de ser uma relí-
quia. “Este modelo é um bebé ao pé
dos outros”, disse Jorge Parreira,
chefe de secção da área de informá-
tica loja de Almada da Fnac.
Este computador “portátil”
— impropriamente assim designado,
pois tratava-se, há três anos, de uma
estação de trabalho, concebida para
tarefas computacionais também
“pesadas” — apresenta um ecrã de
17 polegadas e uma estrutura com
maior resistência que a habitual, de
modo a ser usado nos mais diversos
ambientes de produção.
As empresas que apresentaram
de os quatro portáteis mais pesados
receberam outros tantos “note-
books” actuais — um da Fujitsu
Siemens, um da
HP, um Toshiba
e outro da Sony
—, com recursos
de ligação a
redes sem fios
no quadro da
arquitectura
móvel Cen-
trino, da
Intel.
Qual-
q u e r
d a s
novas máquinas pesa
menos de metade do que as que
chegaram à fase final do concurso,
isto para não falar do que está
dentro das caixas em termos de
memória ou de processamento.
Entregues os prémios, os donos
das relíquias vencedoras recorda-
ram os “velhos tempos”, pois 20
anos mais parecem pré-história
neste mundo da informática. ●
agenda
isQED 2005 – 6th International Symposium on
Quality Electronic Design
“Design for Quality in the Era of Uncertainty”
Data: 21-03-2005 a 23-03-2005
Local: San Jose, Califórnia, EUA
URL: www.isqed.org/isqed.htm
Bibliotecas digitais: uma revisão
De tecnologia
2º Ciclo de Seminários em Estudos de Informação e
Bibliotecas Digitais e Gestão de Sistemas de Informação
Local: Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da
Empresa (ISCTE), Lisboa
“What Canadian are Acessing on Public Library Internet
Terminals: A Transaction Log Analysis”
Data: 25-03-2005
URL: www.dct.iscte.pt/mestrados/comum/seminarios/
seminarios.2004.htm
SLIP 2005 – System Level Interconnect Prediction
Data: 2-04-2005 a 3-04-2005
Local: São Francisco, Califórnia, EUA
Contacto: Igor Markov
E-mail: imarkov@umich.edu
URL: www.sliponline.org
ISPD 2005 – ACM International Symposium
on Physical Design
Data: 3-04-2005 a 6-04-2005
Local: São Francisco, Califórnia, EUA
URL: www.ispd.cc
RAW 2005 – The 12th Reconfigurable Architectures
Workshop
“Run-Time Reconfiguration & Adaptative Computing:
Architectures, Algorythms, Technologies”
Data: 4-04-2005 a 5-04-2005
Local: Denver, Colorado, EUA
Contacto: Serge Vernalde
E-mail: vernalde@imec.be
URL: www.ece.lsu.edu/vaidy/raw05/
IPDPS 2005 – The 19th IEEE International Parallel and
Distributed Processing Symposium
Data: 4-04-2005 a 8-04-2005
Local: Denver, Colorado, EUA
E-mail: info@ipdps.org
URL: WWW.IPDPS.ORG
IP Voice Meeting
Data: 6-04-2005 a 7-04-2005
Local: Centro Cultural de Belém, Lisboa
Organização: HanseCom Media & Communication
URL: www.hansecom.net
GLSVLSI 2005 – The 15th edition
Data: 17-04-2005 a 19-04-2005
Local: Chicago, Illinois, EUA
Contacto: John Lach
E-mail: jlach@virginia.edu
URL: www.glsvlsi.org
FCCM’05 – 2005 IEEE Symposium on Field-
Programmable Custom Computing Machines
Data: 17-04-2005 a 20-04-2005
Local: Napa, Califórnia, EUA
E-mail: fccm@fccm.org
URL: www.fccm.org
VLSI International Symposium on Technology System
and Applications
Data: 25-04-2005 a 29-04-2005
Local: Hsinchu, Taiwan
Contacto: Stacey Hsieh
E-mail: vlsitsa@itri.org.tw
URL: vlsitsa.itri.org.tw
ETS’05 – 10th European Test Symposium
Data: 22-05-2005 a 25-05-2005
Local: Tallinn, Estónia
Contacto: Raimund Ubar
E-mail: raiub@pld.ttu.ee
URL: sisc.ttu.ee/ati/ETS
ISPSD 2005 – The 17th International Symposium on
Power Semiconductor Devices and ICs
Data: 22-05-2005 a 26-05-2005
Local: Santa Barbara, Califórnia, EUA
Contacto: Daniel Kinzer
E-mail: dkinzer1@irf.com
URL: www.ecse.rpi.edu/conf/ISPSD2005/
computadores .5
 virose
Dia 21

OS VÍRUS DA SEMANA
W97M/Cobra.a1, W97M/Opey.bg, W97M/
Alamat, WM/MDMA.C;D;H, W97M/Yous
Encontradas e corrigidas falhas de segurança no LimeWire
Dia 22
Na terça-feira da semana passada, investigadores da Universidade a alterações na “cache” dos servidores de DNS (Domain Name W97M/Yous, WM/MDMA.C;D;H, W97M/
de Cornell, nos EUA, anunciaram ter descoberto duas falhas Server) e redireccionar os utilizadores para sítios na Web, onde Alamat, VBS/Alphae, W97M/Cobra.a1
de segurança potencialmente perigosas no popular “software” correriam o risco de ver os seus computadores “infectados”
de partilha de ficheiros LimeWire (afectando as versões grátis por programas mal-intencionados, como, por exemplo, do tipo Dia 23
ou pagas para Windows e MacOS) — falhas que a empresa “spyware”. W97M/Cobra.a1, W97M/Azrael, W97M/
responsável pelo programa rapidamente corrigiu, tendo já Alamat, TRASHER.D, WM/MDMA.C;D;H,
disponibilizado um “patch”. … e da McAfee WM/NOMVIR.A;B, VBS/San@M, VBS/
Segundo a empresa produtora do LimeWire, a universidade Valentin@MM, W97M/Bablas.aj, WM/
havia-a informado da descoberta algumas semanas antes Ainda na semana passada, foi descoberta uma Niknat.A, W97M/Melissa.o@mm, WM/
de a tornar pública — tendo, a propósito, feito um elogio às falha de segurança nalguns produtos de ANGUS.A, WM/ANGUS.A
vantagens da investigação em regime de “open source” no que outra empresa produtora de “software”
respeita à descoberta e correcção deste tipo de falhas. Ainda antivírus e de segurança, a McAfee. Dia 24
segundo a empresa, não chegaram a ser detectados, antes A falha afecta a Antivirus Library da McAfee, WM/ANGUS.A, W97M/Bablas.aj, WM/
da disponibilização do “patch”, quaisquer uma colecção de código comum partilhado MDMA.C;D;H, W97M/Alamat, WM/
aproveitamentos das falhas em questão. entre os vários “scanners” de CONCEPT.L;M, W97M/Cobra.a1, W32/
Estas falhas — inadvertidamente vírus da empresa, incluindo o Winur.worm.a, W32/Winur.worm.b
introduzidas no LimeWire durante GroupShield para servidores de
os desenvolvimentos efectuados correio electrónico e o VirusScan para Dia 25
no mesmo durante o ano passado os PC. Um intruso poderia aproveitar W32/Winur.worm.b, W97M/Cobra.a1,
—permitiriam a um intruso ler qualquer a falha para levar um computador W32/Winur.worm.a, VBS/Alphae, VBS/
ficheiro no disco rígido do computador vulnerável a correr um ficheiro em vez Zync, Acid.A (intended), W32/Urick@MM,
de um utilizador que corresse o programa, de fazer o seu “scanning” em busca de X97M/Anis, W97M/Alamat, WM/
quer o ficheiro tivesse ou não sido partilhado código mal-intencionado.
MDMA.C;D;H, X97M/Hongo.c, W97M/
intencionalmente. Uma das falhas podia ser Esta falha não afecta os
Multi.a, AOS.A, W97M/Jackal.A
corrigida recorrendo à “firewall” instalada no subscritores dos serviços de
computador mas a outra não: a exploração das actualização da empresa, visto
Dia 26
falhas por pessoas mal-intencionadas podia ser que um “update” disponibilizado em
W95/CIH.1003, WM/TAMAGO.A, WM/
feita sem recurso a ferramentas especiais. Novembro e em Dezembro introduzia
MDMA.C;D;H, W97M/Alamat, VBS/
medidas de segurança que resolviam o
Gaggle@MM, W97M/Cobra.a1, X97M/
E falhas também em produtos da Symantec… problema. Desde que os utilizadores destes
Reten.d
programas da McAfee tenham feito a actualização
Também na terça-feira da semana passada, a Symantec, recente do “engine” do motor de busca e dos ficheiros de bases
uma das maiores editoras de “software” de segurança e antivírus, de dados de vírus (os ficheiros DAT), a falha estará colmatada. Dia 27
disponibilizou um “hotfix” dirigido a várias falhas detectadas em A falha em causa poderia ser explorada usando qualquer tipo de W97M/Cobra.a1, VBS/Gaggle@MM,
programas seus — e que classificou de alto risco. Os programas tráfego de rede que seja monitorizado pelos produtos referidos, W97M/Trugbar.a, W97M/Alamat,
afectados são o Gateway Security (5300 Series 1.0 e 5400 Series desde o E-mail à navegação na Web e à partilha de ficheiros no WM/MDMA.C;D;H, WM/HELPER.F;G;H,
2.0), o Enterprise Firewall (versões 7.0 e 8.0 para Windows e Windows. Mais concretamente, o erro residia no modo como W97M/Jackal.A
Solaris) e o VelociRaptor (Model 1100/1200/1300 versão 1.5). aqueles programas faziam o rastreio a ficheiros comprimidos com
Estas falhas poderiam ser aproveitadas por intrusos para proceder a extensão .lha. ● JOSÉ DOUTIL

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . M A R Ç O . 2 0 0 5

SEGURANÇA INFORMÁTICA AINDA LONGE DA CONSCIÊNCIA PÚBLICA
À janela da prima Sara
M JOÃO PAULO MARQUES
UITOS COMPUTADORES
pessoais desprotegidos
estão a ser usados para
gerar ataques a alvos
específicos. Os vírus
informáticos estão em declínio mas
aumentou o número de ataques por
programas “troianos” (nomeadamente
por correio electrónico) ou “spyware”.
Em Portugal, os crimes informáticos
investigados pela Polícia Judiciária
(PJ) em 2004 aumentaram quase 70
por cento relativamente ao ano ante-
rior, segundo a Direcção Central de
Investigação da Corrupção e Crimina-
lidade Económica e Financeira da PJ.
Queixas de devassa da vida privada,
pedofilia, acessos ilegais às redes,
danos informáticos ou reenvio abusivo
de informação constam dos delitos
mais investigados.
Mais de um terço dos funcionários
do sistema de recolha de impostos
sobre o rendimento (IRS) nos EUA
revelaram as suas formas de acesso
aos computadores a inspectores do
Departamento do Tesouro disfarça-
dos de técnicos informáticos — e um
relatório do departamento viria, mais
tarde, enumerar as falhas humanas no
sistema gizado para proteger os dados
dos contribuintes.
A maioria das famílias com jovens
não usa qualquer sistema de filtragem
no acesso a conteúdos
perniciosos na Web, PEDRO FONSECA
excepto com os parentes
mais conhecedores da Internet — reve-
lou um estudo do Pew Internet & Ame-
rican Life Project.
Todas estas notícias são da semana cos e soluções validadas de segurança
passada, em que a revista “Compu-
terWorld” realizou em Lisboa o evento
anual Security World 2005 precisa-
mente dedicado a este tipo de questões. sificar-se para acolher especificidades
Os dados são preocupantes porque, ao
longo de uma década, os problemas
essenciais sobre a segurança informá-
tica parecem manter-se em todo o lado
— e, nomeadamente, em Portugal. E
mesmo o anúncio de um programa
estruturado de sensibilização para
esta questão, avançado finalmente
pela UMIC-Agência para a Sociedade
da Informação, vai ficar à espera de
uma decisão do novo governo.
As tecnologias sofreram uma
natural evolução desde os tempos da
“janela da prima Sara”, em que se
passava naturalmente o tempo a ver
os eléctricos passarem na Baixa lis-
boeta — lembrou Carvalho Rodrigues,
ex-investigador do INETI e hoje na
NATO, em Bruxelas. O conhecido “pai”
do satélite português PoSat mostrou
como as “auto-estradas da informa-
ção” — desde os tempos em casa dessa
prima, nos anos 50, ou ver levantar
os aviões no aeroporto da Portela, ou
a televisão ou, actualmente e para os
mais jovens, a Internet —estão todas
cada vez mais congestionadas e têm o
contraponto da segurança.
Se apenas existissem dez carros a
circular, não era necessário um código
da estrada — salientou Carvalho
Rodrigues. Hoje, com o problema do
terrorismo, as tecnologias de segu-
rança são um mercado em expansão
e, no entanto, “a maior parte das
ferramentas de segurança informá-
tica não servem rigorosamente para
nada”. Talvez a expressão seja forte
mas, como explicaria Pedro Veiga,
presidente da Fundação para a Com-
putação Científica Nacional (FCCN),
um computador novo que se ligue à
Internet por banda larga é atacado em
menos de cinco minutos e nele são logo
instalados programas de “spyware” e
outro “software” mal-intencionado.
Tem vindo a crescer a consciência
face ao problema da segurança informá-
tica por parte de gestores e responsá-
veis de informática no nosso país, mas
faltam mais acções e campanhas públi-
cas de sensibilização para este tema
— salientaram vários intervenientes
— nomeadamente, usando a “sociedade
civil” na RTP2. Pedro Veiga lembrou a
participação portuguesa na
ENISA, a agência europeia
para a segurança das redes
e da informação (em fase de instalação)
ou a existência do CERT.pt, um sítio na
Web com dados sobre problemas críti-
informática.
O CERT nacional deverá evoluir
em dois sentidos: por um lado, diver-
próprias e apoiar a emergência dos
CERT sectoriais; por outro, constituir
a base de um Centro de Resposta a
Emergências de Segurança, alicer-
çado numa Estrutura Nacional de
Segurança da Informação (ENSI) (ver
caixa). O objectivo pode ser meritó-
rio mas, como realçou Paulo Nunes,
docente da Academia Militar, existe
“uma luta desigual entre criar siste-
mas de segurança e as capacidades
para os atacar”.
Em síntese, o trabalho lento de uns
é rapidamente desfeito por intuitos
criminosos. Este major do Exército
mostrou ainda a interdependência que
existe em estruturas aparentemente
isoladas mas com fortes conexões. Por
exemplo, um ataque à rede eléctrica
nacional poderia afectar todas as
Segurança nas telenovelas
A Estrutura Nacional de Segurança da
Informação (ENSI) — apresentada no
evento por Diogo Vasconcelos, gestor
da UMIC — visa a defesa das redes e da
informação em Portugal. Num trabalho
que envolveu a Autoridade Nacional
da Segurança, a FCCN e a Anacom,
foram identificados os intervenientes
na área da segurança das redes e da
informação em Portugal, a definição
de políticas e guias para a segurança
da informação, o estudo para a criação
de uma infra-estrutura nacional de
chaves públicas (chaves criptográficas
de identificação única do utilizador),
o estudo para a criação de um centro
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . M A R Ç O . 2 0 0 5
JOÃO PAULO MARQUES
outras infra-estruturas críticas — das
telecomunicações ao sistema finan-
ceiro. “Só há desenvolvimento com
segurança. O ciberterrorismo não tem
sido visível mas está activo em acções
pontuais”, até porque “as formas tra-
dicionais de terrorismo têm um maior
efeito” mediático.
Longe do mediatismo, também a
Polícia Judiciária (PJ) tem enfren-
tado problemas na sua actividade
no campo da segurança informática.
Entre jovens que não percebem o tipo
de crimes de que podem ser acusados,
lesados na banca “on-line” sem garan-
tias de retorno das suas verbas, ame-
aças de bomba num hospital sem que
as autoridades consigam aceder legal-
mente à origem da chamada telefó-
nica, o inspector Rogério Bravo traçou
um retrato negro, em que salientou a
necessidade de armazenar os dados
de tráfego pelo menos durante um ano
— pois, nos crimes informáticos, “não
é compatível esperar pela burocracia
portuguesa”. Esses dados contemplam
a “origem, o destino, o percurso, a hora,
a data, o tamanho, a duração ou o tipo
de serviço” usado e já deviam incluir
a localização, referiu o inspector,
lembrando que um texto legal nesse
sentido chegou a ser aprovado em Con-
selho de Ministros no ano passado mas
não seria promulgado.
A questão é importante para as
autoridades porque, como explicou
Paulo Veríssimo, da Faculdade de
Ciências de Lisboa, “a evolução da
sociedade da informação vai no sentido
do aumento do risco” e porque algu-
mas “tecnologias computacionais vão
contra o que se entende por segurança
— e isso é grave”. E lembrou que a tec-
nologia do sem-fios só “piorou o que já
era mau na Internet com fios”. ●
nacional de resposta a emergências
de segurança, a partir do existente
CERT.pt, e a definição de uma estratégia
de comunicação tendente à criação de
uma cultura nacional para a segurança
informática.
Neste caso, os públicos-alvo serão os
cidadãos em geral, as PME e a administração
pública, estando previsto o lançamento
de “guias para o cidadão, no trabalho e
para o gestor”,referiu João Costa André,
responsável do projecto na UMIC, que
especificaria ainda que a sensibilização
pública poderá passar pela incorporação de
alertas sobre a segurança informática nas
telenovelas. ● P.F.
Da informação no sistema
das informações
aos coreanos no Alentejo
Se alguma das Coreias adquirir muitos terrenos no
Alentejo, quem deveria preocupar-se com isso? Se
um empresário português estiver a ser escutado por
estrangeiros interessados num negócio importante
num qualquer país, quem poderá ocupar-se do
assunto? Se Portugal tiver interesses num negócio
internacional mas o país onde vai investir estiver em
risco de golpe de Estado, quem poderia informar o
Governo a fim de evitar um mau investimento? Pode
não parecer… mas estas questões entroncam na
segurança das informações.
“Informações não é plural de informação”,
lembrou Rui Pereira, ex-director do SIS e ex-
secretário de Estado da Administração Interna
(na foto). E prosseguiu o actual responsável pelo
Observatório de Segurança e Criminalidade
Organizada: porque se “passou do capitalismo
industrial para o capitalismo informacional”,
a “informação dá vantagens económicas” a
empresas, nações e blocos geopolíticos. Este tipo
de dados podem ser obtidos por “fontes abertas
ou encobertas” mas as operações encobertas
só podem ser efectuadas pelas polícias, pelo
que o SIS não pode legalmente agir nas áreas
económicas. Não pode?
O SIS nasceu em 1984, por condicionantes
internas, como o caso das FP-25, o ataque à
embaixada turca ou a morte de um alto dirigente
da OLP no Algarve. Por causa disso, Mário Soares
foi questionado sobre a actuação dos serviços
secretos portugueses “e teve de dizer, com grande
vergonha, que não existiam”, lembrou Rui Pereira.
O mundo mudou desde os anos 80, com a queda
do muro de Berlim e o fim dos extremismos
ideológicos (os alemães do Baaden-Meinhof ou
as Brigadas Vermelhas em Itália) e nacionais — o
IRA na Irlanda, a ETA em Espanha). Por contraste,
aumentou o fundamentalismo islamista e os
serviços de informações passaram a dar atenção a
esse fenómeno, bem como ao crime organizado e
aos tráficos (de droga ou pessoas, por exemplo).
No caso português e nas questões económicas,
esta reorientação dos serviços de informação
não foi contemplada. Não que elas não sejam
acompanhadas mas porque a lei que contempla
as actividades do SIS “é omissa quanto ao que
pode fazer”, referiu Rui Pereira. “Há quem ache
bem mas é um equívoco porque deve falar-se
— não se pode é falar das suas actividades — e
é preciso transparência, [pelo que] é melhor a lei
dizer com clareza o que se pode fazer”.
O ex-responsável do SIS defende ainda que
“Portugal deve conhecer os perigos de problemas
económicos potencialmente perigosos”, como o
exemplo do Alentejo coreano, e existir uma maior
articulação com as polícias. Se “a actuação do SIS
é anterior à das polícias”, o seu acompanhamento
pode ser positivo. Um exemplo é o tráfico da
droga: se a polícia está interessada em prender
traficantes, o SIS poderá estar interessado nas
rotas do tráfico. “Em Portugal, não existe uma
cultura de segurança e a segurança é a primeira
liberdade; se não, é a lei do mais forte.” Mas, no
caso económico, não pode é haver “mecenato
do SIS” — ou seja, este serviço poderá ajudar a
economia mas não ser contratado pelos agentes
económicos. ● P.F.
computadores .7
 FABRICANTE CHINÊS MANTÉM ANTIGA ESTRUTURA DA PC DIVISION DA IBM

Lenovo Portugal integrada

na estrutura ibérica
português todos os níveis hierárquicos.

O
MERCADO oportunidade para fazer muito
deverá conhecer, no O modo de funcionar da nova mais negócio.”
início do próximo Lenovo não será muito diferente Mediante os termos acor-
ano, os primeiros daquilo que vinha acontecendo dados em Dezembro de 2004, o
computadores da com a IBM na gestão da sua suporte e os serviços de financia-
Lenovo, resultantes da compra unidade de PC, garante a res- mento serão fornecidos pela IBM,
da divisão de computadores ponsável, embora a abrangência segundo explicou esta responsá-
pessoais da IBM pelo maior do negócio tenha aumentado. vel, enquanto a parte relativa às
fabricante chinês nesta área. “Do ponto de vista operacional, vendas e ao “marketing” estarão
Na mesma altura, estará for- não existirá grande diferença, ao encargo da Lenovo. Todos os
malmente operacional a Lenovo uma vez que vamos trabalhar laboratórios de investigação e
Portugal, que será uma empresa de forma muito próxima com a as unidades de desenvolvimento
independente mas que irá funcio- IBM, de modo a mantermos as da IBM dedicadas à área dos
nar como uma entidade única a mesmas condições contratuais sistemas pessoais serão transfe-
nível ibérico, tal como acontecia com os nossos parceiros e clien- ridas para a Lenovo, reflectindo
antes da transacção anunciada tes”, garantiu Isla Ramos. “a intenção da nova empresa de
no final do ano passado — adian- As opiniões dos três parceiros manter a aposta na inovação”.
tou a Computadores Isla Ramos, da Divisão de PC da IBM em Por- A estratégia que envolve a
directora da Divisão de Compu- tugal para a área da distribuição escolha da marca com que os PC
tadores Pessoais da IBM Espa- — a CPC-DI, a Investrónica e serão comercializados ainda não
nha e Portugal. a TechData — quanto ao negó- está totalmente definida, mas
“Teremos uma empresa pró- cio ainda não são formalmente sabe-se que a marca “Think” irá
pria em Portugal, ou seja, irá conhecidas. Considerando que manter-se em todos os futuros
existir uma Lenovo Portugal, se está ainda num “período de modelos. A Lenovo e a IBM con-
que será dirigida análise”, em que “está sideram igualmente que poderão
como uma única PAT R Í C I A C A L É tudo em aberto”, fazer variar a marca dos PC
unidade para / Casa dos Bits alguns vão, contudo, consoante o segmento a que os
Portugal e Espa- adiantando que é mesmos se dirijam.
nha, tal como vinha acontecendo muito provável que os acordos Ao que Isla Ramos indicou
até hoje” [na IBM], explicou Isla contratuais mantidos até à durante a sua recente passagem
Ramos. “Deste modo, consegui- data sejam transferidos para a por Portugal, para participar
remos ser muito mais eficientes Lenovo. num encontro de parceiros,
na gestão dos nossos recursos”, Para Isla Ramos, os distri- está pensada a escolha de um
justifica Isla Ramos. buidores só terão a ganhar com o país de dimensão mais reduzida
Hoje, a equipa ibérica da divi- negócio efectuado entre a Lenovo para testar a nova estratégia de
são de PC da IBM é constituída e a IBM: “O número de clientes a negócio da Lenovo na sua tota-
por cerca de 40 elementos — que queremos chegar alargou-se; lidade — um pequeno mercado
quatro dos quais a trabalharem por isso, as oportunidades para que sirva como barómetro para
em Portugal —, que transitarão o canal de distribuição aumen- a detecção de eventuais proble-
agora para a Lenovo Ibéria. Esta taram significativamente. Uma mas que possam vir a existir.
transferência de recursos huma- das queixas que o canal [de dis- Embora, pelas suas caracterís-
nos reflecte a decisão tomada tribuição] sempre nos apresentou ticas, Portugal possa ser can-
pela IBM na altura da venda e foi a de que estavam limitados didato, a responsável ibérica
será replicada em todos os países ao mercado-alvo da IBM, ao seg- não adiantou mais pormenores
onde a Big Blue está presente, a mento profissional. Terão agora acerca da escolha. ●

.com

Citrix cresceu 36 por cento no trimestre
A Citrix Systems apresentou os resultados relativos ao quarto
trimestre de 2004, tendo registado um crescimento de 36
por cento face a mesmo período do ano anterior, ou seja,
um aumento de 158 para 214 milhões de dólares. As vendas
relativas a licenças cresceram também 12 por cento. Quanto
aos resultados globais de 2004, verificou-se também um
aumento das vendas, de 589 para 741 milhões de dólares, o que
significa um aumento do volume de negócios de 26 por cento.
Os lucros líquidos, no último trimestre do ano passado, foram
de 52 milhões de dólares. Na totalidade de 2004, a empresa
registou lucros na ordem dos 132 milhões de dólares (quando
haviam sido de 127 milhões em 2003). Na área de serviços, o
crescimento foi de 32 por cento no trimestre face ao período
homólogo do ano anterior. ●
Via Net.Works cresceu em 2004
A Via Net.Works Portugal, empresa fornecedora de soluções
e serviços de comunicações e segurança, anunciou os
seus resultados financeiros referentes ao ano de 2004,
apresentando um crescimento da sua facturação média por
cliente (ARPU na sigla inglesa) na ordem dos 15 por cento. Os
dois serviços cujo crescimento foi mais acentuado em 2004
foram os relacionados com redes privadas virtuais (VPN) e o
alojamento em centros de dados, com cerca de 15 por cento.
No mesmo período, o número de clientes cresceu 9 por cento
relativamente a 2003. Este indicador é suportado, sobretudo,
por um crescimento do número de clientes do serviço de
acesso por banda larga através de ADSL. António Miguel
Ferreira, presidente da Via Net.Works em Portugal, referiu a
propósito dos resultados da empresa que, “num mercado
extremamente competitivo, em que existem operadores de
muito maior dimensão, a Via Net.Works soube posicionar-
se em determinadas áreas de actuação onde é, hoje, uma
referência incontornável”. ●
Afina cresceu 35 por cento na Península
A Afina, distribuidora de soluções informáticas nas áreas
de Internet e intranets, concluiu o ano de 2004 com um
crescimento ibérico que atingiu os 35 por cento face a 2003.
A nível global (Europa e América Latina), esta multinacional
alcançou o seu valor-recorde, registando uma facturação de
53 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento
de 43 por cento relativamente ao ano anterior. Na América
Latina, a empresa assinalou um crescimento de 65 por cento. O
crescimento foi, em termos genéricos, proporcional em todas
as áreas de negócio da empresa: segurança, infra-estruturas
e sistemas de informação. Todavia, estes resultados assentam
sobretudo no reforço nas áreas dos serviços e formação, bem
como na área de infra-estruturas, a qual engloba as soluções
de acesso a aplicações, multimédia, comunicações sobre IP e
optimização de redes. A
empresa prevê obter um crescimento de 20 por cento em 2005,
incluindo no mercado francês, onde entrou em finais de 2004
com a aquisição da distribuidora Idepro. ●
APC com mais 19 por cento
A American Power Conversion Corporation (APC), empresa
especializada em soluções de segurança e garantia de
alimentação de sistemas, apresentou os resultados financeiros
para o quarto trimestre e para a totalidade do ano fiscal de
2004. As receitas no quarto trimestre de 2004 foram de 510,8
milhões de dólares — um aumento de 19 por cento face aos
430,6 milhões de dólares registados no quarto trimestre de 2003
e de 16 por cento face aos 441,7 milhões de dólares averbados
no terceiro trimestre de 2004. Numa base de rendimento líquido
constante, as receitas totais da APC para o quarto trimestre
de 2004 cresceram 16 por cento face ao ano anterior e 14 por
cento consequentemente. O rendimento líquido para o quarto
trimestre de 2004 foi de 52,8 milhões de dólares, uma redução
de 9 por cento face aos 58 milhões de dólares registados no
quarto trimestre de 2003, e uma redução de 21 por cento face
aos 67,2 milhões de dólares registados no terceiro trimestre de
2004. As receitas para o ano de 2004 foram de 1700 milhões de
dólares, um aumento de 16 por cento face aos 1460 milhões
registados em 2003. Numa base de preços constantes, as receitas
totais da APC para o ano de 2004 obtiveram um crescimento de
13 por cento. O rendimento líquido para o ano de 2004 foi de
181,5 milhões de dólares, um aumento de 3 por cento face aos
176,9 milhões de dólares registados em 2003. ●

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . M A R Ç O . 2 0 0 5
 S H A R E WA R E FICHA

LOGINKING, DA SECUREWORK

Para nunca mais perder

‘usernames’ e palavras-passe
de pala-

A
INTRODUÇÃO
vras-chave para acesso
a sítios na Web é uma
das solicitações mais
comuns e que tornam
aborrecido todo o processo. A fim de
personalizar conteúdos e de captar
a identificação e os parâmetros do
utilizador — para mais tarde os
usar em acções de “marketing”
directo — são cada vez mais os
sítios que possuem sistemas que
obrigam os utilizadores a regis-
tarem-se e a introduzirem uma
senha de cada vez que o visitam;
sem isso, não poderão aceder aos
respectivos conteúdos e serviços.
Isto é ainda mais verdade nos
serviços de “webmail”, cada vez
mais usados pelos internautas,
e nas lojas electrónicas, onde a
forma de identificação e de manter
a segurança da informação e das
transacções passa pela introdu-
ção de um “username” e de uma
“password”. Só que, com tantos
registos e tantas e palavras-chave,
é natural que o utilizador comece
a esquecer ou a trocar tais senhas
de acesso — e, por vez, desiste de
aceder a sítios que obriguem ao
registo prévio. Foi
assim que, para sim- NUNO BERNARDO
plificar processos e
tornar mais fácil a navegação na
Web, a empresa norte-americana
SecureWork criou o LoginKing,
um utilitário que, entre outras
coisas, gere e preenche automa-
ticamente todas “passwords” e
“usernames” relativos a cada ser-
viço e sítio na Net.
O LoginKing, com um simples
toque de um botão do rato, permite
ainda a geração e a introdução
automática de palavras-chave para
aceder a áreas protegidas na Web.
Mas as possibilidades do programa
não terminam aqui: o LoginKing
possui algumas funções de inte-
ligência artificial (IA) que lhe
permitem ser mais eficaz no pre-
enchimento automático dos dados.
O programa vai memorizando os
diferentes sítios por onde o utiliza- compra efectuada — mesmo em
dor navega, ficando a saber, para
cada um deles, quais os dados ou
as palavras-chave a introduzir
para cada tarefa.
O preenchimento automático
de formulários é uma das ferra-
mentas mais úteis do LoginKing
e que justifica, por si só, o seu uso. LoginKing. O programa poderá
Da primeira vez que o utilizador
corre o programa, terá que intro-
duzir os seus dados principais
— os quais irão servir para, de
forma automática, preencher todo
e qualquer tipo de formulário que
surja num sítio da Web. Quando
tiver de se registar num serviço
“on-line”, quando tiver de aceder
à zona privada de um
sítio ou de comprar
um produto numa loja
electrónica, o LoginKing tratará de
introduzir esses dados nos respec-
tivos formulários.
Esta tarefa, quase sempre
morosa, passará a precisar de
apenas um clique; e o mesmo se
passa com o arquivo de senhas
e palavras-chave para acesso a
determinados serviços e sítios na
Web, pois todas elas serão arqui-
vadas. A aquisição de produtos
via Web estará, assim, facilitada
porque, de cada vez que se finalizar
uma compra, não terá de se passar
pela penosa tarefa de preencher,
mais uma vez, um formulário com
os dados pessoais. O LoginKing
encarregar-se-á desta tarefa e,
em poucos segundos, o formulário
estará totalmente preenchido e a
formulários de diferentes lojas e
configurações diversas.
Por outro lado, quando qualquer
elemento se alterar (a morada, por
exemplo), o utilizador apenas
terá que o actualizar num único
local: nos seus registos dentro do
ainda arquivar os dados de cartões
de crédito e usá-los segundo as ins-
truções do seu proprietário, quando
tal for necessário para validar uma
compra. Poderão ser introduzidos e
codificados vários cartões nos dados
pessoais, de modo a que, para cada
compra, o utilizador possa seleccio-
nar o que mais lhe convier. Todos
estes dados são arquivados de
forma segura no computador do
utilizador, efectuando o LoginKing
cópias frequentes para evitar a
perda de dados.
Mas poderão todas estas funcio-
nalidades levantar alguns proble-
mas de segurança ou privacidade?
Se todos os dados do utilizador
estão gravados no disco e podem
ser acedidos a partir de uma apli-
cação, qualquer pessoa que use
o computador poderá a eles ter
acesso? A resposta é não. Os dados
são realmente arquivados pelo
LoginKing mas cifrados — ou seja,
não poderão ser lidos por qualquer
outra pessoa. Para tal, o utilizador
protege os seus dados pessoais com
uma “password” única, que garante
ser ele o único a ter acesso a esses
dados. Sem esta senha, ninguém
poderá aceder-lhes.
Para aumentar o nível de
segurança dos importantes dados
registados pelo programa, existe
a possibilidade de associar uma
memória externa de tipo Flash
USB (cada vez mais comuns e bara-
tas), onde o programa irá gravar
todos os dados a usar no acesso
aos diferentes sítios. Esta solução é
aconselhada para todas as pessoas
que usam computadores acedidos
por diversas pessoas. Desta forma,
a sua informação pessoal é gravada
na memória externa e não no disco
do computador — evitando assim
que ela possa ser acedida por outro
utilizador.
Por outro lado, como muita da
informação pessoal e das palavras-
chave para acesso a sítios e lojas
electrónicas fica, assim, gravada
num dispositivo de pequenas
dimensões — logo, que pode ser
perdido —, é importante que este
possua também um sistema de
segurança e de cifragem de dados,
de forma a que nenhuma outra
pessoa possa aceder à informação.
O LoginKing está disponí-
vel em regime de “shareware”,
podendo ser testado gratuita-
mente durante 30 dias ( http:
//loginking.com/ ). A versão regis-
tada requer o pagamento de cerca
de 20 euros, aceitável dadas as
funcionalidades e a segurança ofe-
recidas. Para quem tenha de gerir
muitas palavras-chave para aceder
a sítios e serviços na Web, esta é
uma óptima solução para evitar
perdê-las ou esquecê-las. Este
programa tem recebido excelentes
críticas nas principais publicações
e sítios da Web dedicados à análise
de “software”. O programa conta
já, em todo o mundo, com centenas
de milhares de utilizadores fre-
quentes e o seu número continua
a crescer de dia para dia — pois
esta aplicação resolve problemas
reais de milhões de utilizadores da
Internet, tornando-se num “compa-
nheiro ideal” do cibernauta que faz
muitas compras via Web. ●
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
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José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Nuno
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S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4

S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . M A R Ç O . 2 0 0 5 computadores .9
 JOGOS
‘METAL GEAR SOLID 3: SNAKE EATER’ E ‘PROJECT: SNOWBLIND’
Sangue de cobra
a ser um mês em
M
ARÇO ESTÁ
grande para a PlayStation
2 (PS2). Após o lançamento
de “Gran Turismo 4” — a
que Computadores dedi-
cou a crónica de jogos da anterior edição
—, a chegada de “Metal Gear Solid 3:
Snake Eater” vem satisfazer a metade
de possuidores desta consola
que não gosta de jogos de MIGUEL
carros. Pois se “Gran Turismo
4” (“GT4”) era muito aguardado, o último
capítulo da criação de Hideo Kojima não
era menos. E a satisfação é idêntica.
computadores .10
O início de “Metal Gear Solid 3: Snake
Eater” é um pouco assustador, mesmo
para os fãs mais ferrenhos. Quem estivesse
à espera de muita acção, pois vai ter de
esperar sentado, pois as longas sequências
cinemáticas são o prato forte da introdu-
ção. Para o bem e para o mal, esta parte
passiva ajuda a reentrar no universo de
Solid Snake, o herói furtivo
CRESPO que agora terá de enfrentar
os rigores da selva.
Só mais para a frente a acção começa
a deixar de ser um conjunto de pequenas
sequências por entre muita introdução.
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . M A R Ç O . 2 0 0 5
Descobre-se, então, que foram mantidos
os valores que a série instituiu, desde o
sistema de acção furtiva — por oposição
à anterior moda de destruir tudo o que
aparece à frente — até à tecnologia arcaica
ao dispor do jogador, passando pela neces-
sidade de ser criativo para sobreviver em
condições difíceis. Aliás, o subtítulo “Snake
Eater” não é apenas uma figura de estilo…
E aqui vale a pena falar nas camufla-
gens, mais imaginativas e variadas que
nunca mas igualmente fundamentais.
Como o jogo foi criado em jeito de “pre-
quela” (a acção situa-se num momento
anterior ao dos outros dois), conta-nos
muito sobre personagens que já se conhe-
ciam, como é o caso de Big Boss — e espe-
rem uma história do tipo “a revelação da
transformação de Anakin Skywalker em
Darth Vader”. Passado em vários locais,
não tem o peso dos ambientes fechados dos
anteriores (embora eles existam), mas sim
de selvas, pântanos ou florestas, cada um
deles com vantagens e desvantagens, que
têm de ser aprendidas.
Em termos de jogabilidade, há algu-
mas inovações, nomeadamente o Close
Quarters Combat, que permite realizar

várias acções com os soldados ini-
Título “Metal Gear Solid 3: migos — por exemplo, usá-los como
Snake Eater”
10 /10 escudos humanos ou interrogá-los.
“Metal Gear Solid 3” oferece
Estilo Acção ainda vários “easter eggs” — ou
preciosidades escondidas —, como
Plataforma PlayStation 2 acontecia nos anteriores títulos da
série. Pelos vistos, Kojima é fã de
Produtor Konami “Ape Escape” e, como tal, imagi-
nem que podem andar a fazer de
Distribuidor Ecofilmes Snake e a caçar os macacos desse
mesmo jogo. Ou que há sapos que,
Edição Março 2005 depois de mortos, “oferecem” a sua
camuflagem… Ou que ouvir algu-
mas rádios dá saúde a Snake… E
Título “Project: Snowblind” por aí fora.
O resultado final é um jogo alta-
Estilo Acção
8/10
mente envolvente, empenhativo e
em que tudo decorre de forma tão
Plataforma PlayStation 2 perfeita quanto seria de esperar.
Ao lado de “Metal Gear Solid
Produtor Eidos
3”, “Project: Snowblind” poderia
passar despercebido — mas isso
Distribuidor Ecofilmes seria injusto. Apesar de ter algumas
Edição Março 2005 parecenças em estilo, é um jogo bas-
tante diferente, com uma aborda-
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gem “hi-tech”. Criado inicialmente
com ligação à série “Deus Ex”, o que
é uma excelente referência, ganhou
vida própria aproveitando o que
de bom vem da referida saga mas
dando-lhe um toque muito pessoal.
Centrado numa luta entre terroris-
tas e supersoldados (criados recor-
rendo à engenharia genética), o jogo
põe o jogador na pele de um herói
dotado de poderes especiais.
Jogo de acção na primeira
pessoa, é suficientemente frenético
para fazer subir a adrenalina; mas,
ao mesmo tempo, é inteligente q.b.
para dar ao jogador a sensação de
ser ele a controlar a acção.
Com imensas possibilidades de
jogo e formas de resolver problemas,
“Project: Snowblind” é um título
com uma boa história — apesar do
ponto de partida algo banal —, que
peca por ser muito curto em dura-
ção. Mas, como tem uma vertente,
“on-line” bem trabalhada, poderá
facilmente tornar-se num vício… ●
dica
O Visualizador de Eventos
no Windows XP (1)
O Visualizador de Eventos é um utilitário do Windows
que mantém registos sobre eventos de uso dos
programas, de segurança e do sistema operativo
no computador. É possível usar o Visualizador de
Eventos para visualizar e gerir os registos de eventos,
reunir informações sobre problemas de equipamento
(“hardware”) e de “software”, e ainda monitorizar os
eventos de segurança do Windows.
Para abrir o Visualizador de Eventos, clica-se em
Iniciar, depois em Painel de Controlo e, neste, em
Desempenho e Manutenção; a seguir, clica-se em
Ferramentas Administrativas e, por fim, dá-se um
duplo clique sobre Visualizador de Eventos. Um
computador com qualquer versão do Windows XP
regista os eventos em três tipos de registos — que, na
janela da aplicação (como se pode ver na imagem),
surgem no painel da esquerda: de Aplicação, de
Segurança e do Sistema.
O Registo de Aplicação contém eventos registados por
aplicações ou programas. Por exemplo, um programa
de base de dados pode registar um erro de ficheiro
no Registo de Aplicação. São os programadores quem
pode decidir quais os eventos a monitorizar.
Os eventos do Registo de Segurança incluem, por
exemplo, tentativas de início de sessão válidas e
inválidas, assim como aspectos relacionados com a
utilização de recursos: criar, abrir ou eliminar ficheiros
ou outros objectos, entre outros. Um administrador
pode especificar os eventos que são registados no
Registo de Segurança. Por exemplo, se activou a
auditoria a inícios de sessão, as tentativas de iniciar
sessão no computador serão anotadas no Registo de
Segurança.
O Registo do Sistema contém eventos registados
pelos componentes do sistema do Windows XP. Por
exemplo, a falha de um controlador ou de outro
componente do sistema operativo ao carregar
durante o arranque é registada no Registo do Sistema.
Os tipos de eventos registados pelos componentes do
sistema são pré-determinados pelo Windows XP.
O serviço de registo de eventos é activado
automaticamente quando se inicia o Windows.
Todos os utilizadores podem visualizar os Registos
de Aplicação e de Sistema — mas apenas os
administradores podem obter acesso aos Registos de
Segurança.
Por pré-definição, o Registo de Segurança vem
desactivado. Através da Política de Grupo (Group
Policy, na versão inglesa do Windows XP) é possível
activar o Registo de Segurança. O administrador
também pode definir as políticas de auditoria no
registo que provoquem a paragem do sistema quando
o Registo de Segurança estiver cheio. ● JOSÉ DOUTIL
computadores .11
 *

* Excepcionalmente o DVD n.º 3 - A Ilha Negra vai ser distribuído na quinta-feira, 24.
Na semana seguinte a colecção retoma o seu dia de publicação normal, sexta-feira.

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