Computadores
SEGUNDA-FEIRA 11 JULHO
Directiva europeia ‘Spyware’ altera
morre na praia uso da Internet
Diversos estudos realizados
A rejeição das patentes de
nos EUA mostram estas e
‘software’ resultou de uma
outras reacções ao ‘malware’
votação sem precedentes
➜ pág. 7 ➜ pág. 4
Novas formas de banda
larga em Lisboa
Os internautas de Lisboa terão
novas alternativas ao cabo e
ao ADSL. A Jazztel alargará a
cobertura do seu serviço TMax
a toda a região até ao final do
ano e a Oni avança com um
‘teste comercial’ do Powerline na
Parque Expo e em Telheiras.
FÁTIMA CAÇADOR / Casa dos Bits
E FORMA DISCRETA, com vendas
D
porta a porta e pouca divul-
gação comercial, duas das
alternativas ao ADSL e ao
cabo estão a avançar na
região de Lisboa, fornecendo serviços de
“triple play” ou pacotes de voz + Internet.
Os protagonistas são a Jazztel e a Oni,
com tecnologias bastante diferentes mas
válidas pelas provas que têm dado cá e no
estrangeiro. Nos dois casos, as empresas
desenvolveram testes tecnológicos em
locais específicos, tendo avançado recen-
temente com os produtos em formato
comercial — embora a Oni rotule esta fase
ainda como de “teste comercial”.
A Jazztel iniciou já a comercialização
do serviço TMax na área norte de Lisboa
— Telheiras, Benfica, Campo Grande e
Lumiar —, garantindo uma oferta de “triple
play” com a integração de voz, Internet e
televisão digital através da tecnologia BWA,
que chega ao prédio por via hertziana, con-
duzindo depois o sinal para casa do cliente
através de cabo coaxial. A empresa cobre já
uma área com cerca de 30 mil lares mas quer
alargar a cobertura a toda a cidade até final
do ano, garante Miguel Martins, presidente
da sua comissão executiva.
A preparar um “rebrandig” para Setem-
bro, a Jazztel pretende uma proposta de
simplicidade, flexibilidade e transparência
— explicou Miguel Martins a Computado-
res —, pois crê que as explicações da tec-
nologia só criam maior confusão. O TMax
conjuga a oferta de 22 canais de televisão,
2005 DIRECTOR JOSE
Memórias ‘flash’ A importância
em vez de discos dos mãos-livres
Samsung já tem substitutos O Jabra SP100 é um exemplo
de 16 GB mais rápidos e em dos acessórios já existentes
breve irá até aos 100 GB para maior segurança
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serviço de voz, videoconferência no televisor
e acesso à Internet com 2 Mbps por 35 euros
por mês (ou 50 euros para 5 Mbps), valores
muito competitivos face às actuais ofertas
no mercado. A prazo, a meta da Jazztel é a
cobertura nacional mas há ainda que ultra-
passar algumas barreiras legislativas e no
acesso aos conteúdos.
Olhar para outros mercados
“Este é um projecto de expansão interna-
cional e de criação de tecnologia e
inovação. Amanhã seremos conhe-
cidos mais como uma empresa que
está a entrar em novos mercados,
exportar equipamentos e integrar
soluções avançadas em telecomu-
nicações do que só pelo que esta-
mos a fazer em Portugal”, sublinha
Miguel Martins, aludindo ao “low
profile” adoptado pela Jazztel e
pelo grupo SGC. Esta tem vindo a
desenvolver a tecnologia em que
assenta o TMax tanto nos EUA
como em Espanha — mas não
afasta a possibilidade de trazer
para Portugal esse esforço de
I&D e o fabrico se houver condi-
ções adequadas.
A Jazztel não esquece também
a posta da SGC Telecom na tele-
visão digital terrestre, para a
qual já deteve uma licença da
Anacom (e depois retirada por se
considerar não estarem reunidas
as condições tecnológicas e comer-
ciais para avançar com o serviço).
Desde então, algumas das barrei-
ras já foram ultrapassadas, como
os custos da “set-top box” e a defi-
nição da própria norma exigida
para a transmissão de televisão
— garantindo Miguel Martins
que a tecnologia do TMax está
preparada para suportar a tele-
visão digital terrestre.
Através da rede eléctrica
Já a Oni, para além da sua estra-
tégia assente na infra-estrutura
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
MANUEL FERNANDES EDITOR
‘Grand Theft Auto:
San Andreas’
Um jogo diferente ainda
hoje, que continua a não ser
perfeito mas dá muito gozo
➜ págs.10/11
de fio de cobre e de fibra, está a desenvolver
alternativas às redes instaladas. Dentro do
grupo EDP, a Oni quer usar a rede eléc-
trica para oferecer voz e dados em todas as
tomadas da casa do cliente, não excluindo
o alargamento aos serviços de vídeo, cujas
condições de exibição são propiciadas pela
simetria dos débitos da tecnologia.
Diogo da Silveira, “chief executive
officer” (CEO) da Oni, explicou a Compu-
tadores que ainda não estão ultrapassadas
RUI JORGE CRUZ
PUB
todas as questões regulatórias e comerciais
que impediram que o serviço de Powerline
avançasse mais cedo — mas que, por isso,
o “teste comercial” em curso poderá ajudar
a clarificar a viabilidade desta alternativa.
Para já e até final do ano, a Oni vai comer-
cializar de forma localizada o serviço em
Telheiras e no Parque das Nações (onde
foram desenvolvidos os testes), alargando
a cobertura a 1500 lares.
O CEO da Oni não avança estimati-
vas de clientes nesta fase mas
diz que, para já, a adesão está
acima do esperado — trata-se
de um negócio que exige massa
crítica mas a nível global, pois o
crescimento do número de utiliza-
dores pressionará os fabricantes
de equipamentos a baixarem os
preços, reduzindo o investimento
necessário para alargar a cober-
tura da rede.
O serviço Oni220 Powerline
exige 25 euros para a activação
e mantém duas ofertas de voz e
acesso à Internet, com 2 e 5 Mbps,
com preços mensais entre 34,9 e
44,9 euros. O tráfego da Web e o
número de chamadas serão ilimi-
tados no período entre as 21h e
as 9h de segunda a sexta-feira e
nas 24 horas dos fins-de-semana,
sendo aquele de 4 GB de tráfego
nos restantes períodos, nos quais
os telefonemas obedecem ao tari-
fário Oniparticulares.
Para 2006, está previsto o
alargamento a outras áreas,
apostando sobretudo noutras
menos urbanas, onde o Powerline
garante condições de exploração
mais favoráveis que outras tecno-
logias por ser viável com menor
densidade de clientes. Está ainda
em projecto o uso do Powerline
em instituições que valorizem o
uso de uma tecnologia de comu-
nicação de dados com débitos
simétricos, como será o caso dos
hospitais. ●
 Usar o telemóvel
em segurança ao volante
Auriculares e “kits” mãos-livres estão felizmente
a tornar-se acessórios mais comuns entre os automobilistas
e não só. O Jabra SP100 é uma das alternativas mais
consistentes e polivalentes disponíveis no mercado.

enquanto se difusão do uso da tecnologia Bluetooth nos

F
ALAR AO TELEMÓVEL
conduz uma viatura — que já era
proibido pela anterior legislação
— passou, com as novas disposi-
ções do Código da Estrada, a ser
considerado uma infracção grave, punida
com sanções bem mais pesadas que as
multas anteriormente estipuladas. Para
além disso, é do mais elementar bom-
senso que uma pessoa que vá ao volante
de uma viatura não ocupe uma das mãos
a segurar um telemóvel ou, pior talvez, vá
toda torcida e retesada para conseguir o
precário feito de prender o dito entre a
cara e um dos ombros.
Já basta ter que dividir a sua atenção
entre a conversa e a condução da viatura
— em que tem de controlar a aproximação
de outras viaturas e de peões ou animais,
proceder às manobras de condução (manejo
do volante, embraiagens e travagens, meter
mudanças, accionar os pisca-
piscas, etc.) — para que o uso
dos telemóveis nessas condi-
ções possa contribuir para
uma eventual diminuição
da segurança dessa mesma
condução.
Daí que tanto os fabri-
cantes de telemóveis como
dos respectivos acessórios
andem a multiplicar a
oferta de auriculares e
“kits” de mãos-livres para
que os utilizadores possam
usar os seus telemóveis em
maior segurança enquanto
conduzem. Entretanto, a
telemóveis (como em muitos outros dispo-
sitivos, dos computadores às impressoras,
por exemplo), é cada vez maior o número
de auriculares e mãos-livres disponíveis
no mercado que assentam neste tipo de
rádio-frequência para comunicar com o
telemóvel.
E se os auriculares são muito práticos
— até porque podem ser usados em muitas
outras circunstâncias para além do automó-
vel —, já certos mãos-livres têm a vantagem
de permitir que mais de uma pessoa parti-
cipe no diálogo estabelecido no decurso de
uma chamada telefónica. Ao difundirem o
som vindo do interlocutor por toda a viatura
e ao captarem as vozes de todos aqueles que
nela seguem, estes mãos-livres proporcio- incluído na embalagem de origem (a qual o telemóvel.
nam uma espécie de audioconferência com traz ainda um cabo para ligar à tomada A versão de Bluetooth do Jabra SP100
o interlocutor da chamada. do isqueiro e assim se recarregar as pilhas é a 1.1, o que o torna compatível com a
Dos vários mãos-livres disponíveis no em andamento quando estas se tiverem esmagadora maioria dos telemóveis dota-
mercado, o Jabra SP100 é esgotado). dos desta tecnologia presentes no mercado
dos que apresentam maiores O Jabra SP100 apresenta um braço bas- europeu — sendo uma das excepções o
dimensões (embora não pese culante com um microfone na ponta (que conhecido Nokia 7650, que, sendo um excep-
mais de 170 gramas) mas, em pode ser recolhido quando não em uso), um cional modelo, ao ser dos primeiros a ser
contrapartida, proporciona altifalante de dimensões e potência conside- lançado com o Bluetooth, trazia uma versão
um volume de som e uma ráveis — 2 Watts — e um botão para atendi- anterior, se não mesmo de protótipo.
qualidade muito bons, para mento das chamadas. O controlo de volume Dos testes realizados por Computado-
além de captar bastante bem fica na parte lateral do dispositivo e tem a res, o Jabra SP100 só mostrou uma limita-
as vozes dos passageiros do forma (mais ergonómica) de uma pequena ção: a dificuldade (ou impossibilidade) de
automóvel. Por outro lado, roda associada a um interruptor. se ligar ao mesmo tempo a dois telemóveis
pode ser retirado da viatura O botão de ligar e desligar está situado previamente emparelhados. Para além
e usado numa secretária na extremidade que fica menos próxima do disso, oferece ao utilizador algumas funções
ou numa mesa de reunião, utilizador quando este mãos-livres é insta- úteis e interessantes, como a repetição da
quer com alimentação atra- lado na pala do carro — assim dificultando última chamada, a rejeição de chamada ou
vés das pilhas recarregáveis o desligar inadvertido —, junto ao botão a sua colocação em espera, e ainda a possi-
incorporadas quer através que tem de ser usado (juntamente com o bilidade de deixar uma chamada em espera
do transformador que vem controlo de volume) para o emparelhar com enquanto se atende outra. ● RUI JORGE CRUZ

Projecto PT Escolas será alargado

a Timor-Leste e aos PALOP portal na Internet e uma intranet no estabe-
O Colégio Conciliar de Maria Imaculada, de Leiria, foi lecimento de ensino, quiosques multimédia e
o premiado do concurso de competências para o uso da sistemas de televigilância. A instalação dos
Internet, levado a cabo no âmbito do projecto PT Escolas, equipamentos e a formação de professores,
pais e alunos processar-se-á até 2006.
promovido pela Portugal Telecom. Os prémios foram entregues no Pavilhão
do Conhecimento, no Parque das Nações, em
PT ESCOLAS, promo- Imaculada, de Leiria. Este estabelecimento Lisboa, onde os alunos e professores galardo-
como uma ferramenta de acesso a conteúdos
educativos. Esta realidade, aliada ao facto
de Portugal possuir uma baixa taxa de
penetração de computadores nos lares, faz
da escola um local ainda mais responsável
pelos primeiros contactos com a Internet e
as tecnologias que a suportam.

O
PROJECTO
vido pela Portugal Telecom
(PT), vai ser alargado no pró-
ximo ano a escolas de Timor-
Leste e dos Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) —
anunciou na passada quinta-feira Miguel
Horta e Costa, presidente executivo do
maior grupo português de telecomunica-
ções. A iniciativa da Portugal Telecom
destina-se a fornecer equipamento tec-
nológico informático e de comunicações
às escolas no âmbito de uma parceria que
deverá funcionar naqueles países em 2006
com a colaboração do Ministério dos Negó-
cios Estrangeiros, através do Instituto
Camões.
Miguel Horta Costa anunciou o alar-
gamento da iniciativa na passada semana
em Lisboa, na entrega do primeiro prémio
do projecto PT Escolas — A Aventura do
Conhecimento ao Colégio Conciliar de Maria
de ensino de Leiria venceu esta primeira
edição do projecto ao cabo de um concurso
que envolveu mais de 30 mil alunos e 1200
escolas de todo o país, numa competição que
pretendia determinar quem pesquisava de
forma mais correcta e célere na Internet.
Computadores e acesso à Internet
por banda larga
A PT investiu, de acordo com os seus res-
ponsáveis, cerca de 1,5 milhões de euros
neste projecto, que permitirá equipar
equipamento tecnológico informático e de
comunicações a escola vencedora, bem como
as que se classificarem no segundo e terceiro
lugares da competição.
O Colégio Conciliar de Maria Imaculada,
de Leiria, receberá computadores e equipa-
mento para acesso à Internet por banda
larga em todas as salas de aula, contas de
correio electrónico, recursos para montar um
ados festejaram efusivamente a vitória, tendo
a religiosa Maria Soares afirmado à agência
Lusa que “o Colégio esteve sempre aberto
às novas tecnologias e que os professores se
emprenharam na formação nesta área”.
Para o presidente executivo da PT,
Miguel Horta e Costa, o projecto “PT Esco-
las” destina-se a “democratizar e alargar o
acesso aos mecanismos mais sofisticados da
sociedade de informação, logo a partir da
adolescência”.
Iniciativa no Ano Europeu
da Cidadania pela Educação
Nascido há nove meses, o projecto conta
com conselho consultivo constituído por
Eduardo Marçal Grilo, Roberto Carneiro,
Luís Nazaré e a pedopsiquiatra Maria
Luís Borges de Castro. O projecto surgiu
da constatação de que os jovens vêem na
Internet sobretudo um meio lúdico e pouco
Conforme os seus responsáveis decla-
raram na altura do seu anúncio, o projecto
ganhou ainda mais significativo tratando-
se 2005 do Ano Europeu da Cidadania pela
Educação, pois foi concebido e dirigido toda
a comunidade escolar — incluindo os pais e
professores mas sobretudo os alunos dos 7º
ao 12º anos de todas as cerca de 1600 escolas
do segundo e terceiro ciclos de todo o país.
O projecto PT Escolas desdobrou-se em
várias iniciativas: um portal “on-line”, o
Turma.sapo.pt, com conteúdos educativos,
e um concurso nacional na Internet; uma
digressão por todo o país, que permitiu
visitar todas as capitais de distrito; e um
concurso televisivo, que foi para o ar nos
meses de Maio e Junho na RTP. Estas ini-
ciativas fora pensadas para funcionarem
de forma complementar e em todas elas se
apelou à participação dos jovens e ao pôr à
prova das suas competências de navegação
na Internet. ● Lusa

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 1 1 . J U L H O . 2 0 0 5
‘Software’ da Motorola
para a interoperabilidade
entre tecnologias PoC
A Motorola anunciou o seu “software” PoC Client,
que garante a interoperabilidade entre soluções
de “push-to-talk over cellular” (PoC), a tecnologia
que permite aos telemóveis funcionarem como os
“walkie-talkies” no seio de grupos pré-definidos
carregando apenas num botão. Quando a pessoa
que está em comunicação larga o botão, qualquer
outra pode carregar no botão PoC do seu terminal,
sendo então ouvido por todos os outros elementos
do grupo. O PoC Client funciona sobre o sistema
operativo Symbian, usado nos “telemóveis
inteligentes” de diversos fabricantes. Pedro Reis, da
Motorola Portugal, disse que hoje não há garantias
de interoperabilidade da tecnologia PoC, nem
entre os diversos operadores nem entre as várias
marcas de telemóveis. O PoC Clients é uma aplicação
que, instalada no servidor que gere a tecnologia
PoC em cada operador de telecomunicações,
permite que ela seja usada em telemóveis de
marcas distintas e ligados a operadores diferentes,
mesmo através de “roaming” quando noutro país.
Segundo a Motorola, o seu “software” abre também
a possibilidade de evoluir de um PoC que permite
comunicações simultâneas de voz entre diversos
clientes para outros serviços que não de voz usando
a mesma tecnologia. Em Portugal, só a Vodafone
disponibilizou já comercialmente um serviço PoC. ●

Samsung em segundo
no ‘ranking’ europeu
A Samsung foi, em unidades vendidas, o segundo
maior fabricante de telemóveis na Europa Ocidental no
primeiro trimestre de 2005. De acordo com um estudo
do Gartner Dataquest de Maio, a empresa coreana
obteve 15,6 por cento de quota de mercado no
trimestre graças à venda total foi de 5,5962 milhões de
telemóveis num total de 35,8558 milhões. No período
homólogo de 2004, a Samsung ocupara o quarto
lugar do “ranking” das vendas no Velho Continente,
com uma quota de mercado de 11,2 por cento e
3,8692 milhões de unidades vendidas — pelo que
registou um crescimento de 4,4 por cento em termos
de quota de mercado, “liderando assim o aumento
das vendas e superando o crescimento do mercado,
que não foi além dos 3,8 por cento”. O modelo D500 é
apontado como tendo sido dos que mais contribuiu
para esta evolução, por possuir “todas as características
mais procuradas pelos utilizadores”. O relatório do
Gartner Dataquest refere ainda que factores como os
preços, as tarifas mais competitivas e as promoções
de Natal (prolongadas até finais de Janeiro) foram
os principais para o crescimento registado, “tendo
encorajado os utilizadores dos telemóveis a trocarem
os seus equipamentos”. Ainda segundo o relatório, as
vendas de equipamentos 3G continuam abaixo das
expectativas porque os utilizadores continuam “pouco
interessados nos serviços que os novos dispositivos e
as redes de terceira geração oferecem”. ●

S E G U N D A - F E I R A . 1 1 . J U L H O . 2 0 0 5 computadores .3
 O ‘spyware’ está a induzir
mudanças no uso da Internet
Os programas-espiões que se
instalam nos computadores
via Internet e sem o seu
ANDRÉ RUIVO
consentimento dos utilizadores
estão a modificar a forma como
a Internet é usada — refere
um estudo do Pew Internet
& American Life Project
divulgado na semana passada.
PEDRO FONSECA
“SPYWARE” FAZ PARTE de um con-
O junto de pequenas aplicações
informáticas normalmente pro-
pagadas e instaladas através
da Internet. O seu objectivo é o
acesso a dados do utilizador sem o seu conhe-
cimento — como os “sites” que visita ou os
endereços pessoais de correio electrónico —,
dados esses que podem ser enviados para os
criadores do “spyware” e usados para a cons-
tituição de bases de dados, as quais podem
ser vendias a terceiros ou simplesmente par-
tilhada entre vários intervenientes.
Já o “adware” (outra espécie de “malware”)
mostra publicidade indesejada usando a
mesma técnica. Existem diversos tipos de apli-
cações que bloqueiam este tipo de programas.
Em geral, a “ameaça de programas inde-
sejáveis” e instalados de forma secreta nos
computadores está a levar os utilizadores
a modificarem os seus hábitos de acesso à
Internet — revela o estudo “Spyware”, do Pew
Internet & American Life Project (disponível
em www.pewinternet.org ), efectuado por via
telefónica entre 4 de Maio e 7 de Junho últimos,
junto de 2001 utilizadores da Internet com 18
ou mais anos, o qual obteve 1336 respostas e
aponta uma margem de erro de 3 por cento.
Nove em cada 10 utilizadores afirmam ter
modificado o seu comportamento no acesso
à Web devido a este tipo de programas, afir-
mando 43 por cento dos inquiridos — o que
equivaleria a 59 milhões de norte-americanos
— tê-lo feito após sofrerem experiências desa-
gradáveis nos seus computadores domésticos.
Idêntica percentagem revela nunca ter tido
problemas com este tipo de “software” e não o
ter detectado nos seus PC.
A maioria — 60 por cento — não sabe
sequer como estes programas foram parar aos
O computador vendido como um televisor
O “spyware” ou o “adware” não são simples formas de causar problemas
aos computadores pessoais ou de “roubar” dados pessoais — podem
igualmente servir como disfarce para actividades fraudulentas.
Os denominados computadores “zombies” — normalmente ligados
à Internet por banda larga e infectados com programas controláveis
à distância de forma não autorizada pelo legítimo utilizador — são
PC onde tais programas foram instalados de forma dissimulada,
passando a ficar acessíveis remotamente e mantidos em estado
latente até serem usados para ataques em larga escala (para enviar
correio electrónico ou atacar sítios na Web com inúmeros acessos
num reduzido período de tempo, ou disseminar vírus informáticos),
escondendo desta forma a identidade do atacante.
Um estudo da Marketing Science, também divulgado na semana
passada, mostra que os computadores domésticos não protegidos
de forma eficaz — com antivírus ou programas “antispyware” —
são também “a maior ameaça” às redes informáticas das empresas
ou das organizações governamentais. 60 por cento dos inquiridos
aponta os fornecedores de acesso à Internet como as entidades
a responsabilizar pela segurança dos computadores, mesmo que
seja através de um serviço sujeito a pagamento.
O desconhecimento dos utilizadores que aderem a serviços de banda
computadores .4
larga (pelos quais é mais fácil aceder aos computadores pessoais por
estarem muito mais tempo ligados à Internet sem custo adicional) e
a discrição dos fornecedores de acesso sobre este tipo de assuntos
gera um ambiente de potencial desastre. Junte-se a ignorância sobre
como actualizar a segurança de serviços operativos, dos programas
de antivírus ou “antispam” e tem-se um “cocktail” apetecível para
quem sabe e quer lidar com estas fragilidades informáticas em seu
proveito, muitas vezes sob a forma de crime organizado.
O sector das tecnologias de informação “vendeu o computador como
se fosse um televisor”, explica Simon Perry, vice-presidente da divisão de
eTrust Security Management da Computer Associates (CA).“Tira-se da
caixa, liga-se à corrente eléctrica e não se faz mais nada”.
Ao não fazer mais nada, abre-se a porta ao crime informático. Um
estudo da IBM, igualmente divulgado na semana passada, mostra
que o número de mensagens de E-mail com propostas fraudulentas
aumentou 226 por cento no passado mês de Maio face ao mês
anterior — enquanto o envio de vírus informáticos cresceu 33 por
cento. Os computadores “zombies” são os grandes “responsáveis” por
esta infecção, usando normalmente as listas de endereços de correio
electrónico destes computadores para disseminar mensagens com
conteúdos que vão afectar outros computadores desprotegidos. ● P.F.
S E G U N D A - F E I R A . 1 1 . J U L H O . 2 0 0 5
seus computadores mas 68 por cento afirma já
ter tido problemas nos 12 meses anteriores.
Curiosamente, a ameaça do “spyware”
tem tido um efeito benéfico na utilização da
Internet pelos inquiridos. Por exemplo, 81 por
cento já não abre ficheiros associados a uma
mensagem de correio electrónico — “excepto se
tem a certeza de que são documentos seguros”
— e 48 por cento não acede a sítios na Web onde
teme encontrar programas indesejáveis para
o seu PC (nomeadamente, jogos gratuitos ou
“screen savers”).
Um quarto dos utilizadores detectou novos
programas ou ícones no ambiente de trabalho
que não foram por si instalados, enquanto 18
por cento teve o endereço da sua “homepage”
no “browser” modificada.
Também 25 por cento declarou não efec-
tuar o “download” de ficheiros de vídeo ou de
música das redes “peer-to-peer” (P2P), onde é
mais fácil transferir não apenas o conteúdo que
se deseja mas também “spyware”. 18 por cento
dos inquiridos revelou ter mudado de “brow-
ser” para evitar estas “intrusões via ‘software’”,
mudando normalmente do Internet Explorer
para o Firefox.
Susannah Fox, a autora do estudo, acredita
que as ligações domésticas por banda larga
— e, consequentemente, os utilizadores que se
mantêm mais tempo ligados — estão mais vul-
neráveis à auto-instalação de “spyware”. São
cerca de 44 por cento de utilizadores, contra
30 por cento no acesso telefónico convencional
(“dial-up”), enquanto 40 por cento de utiliza-
dores com acesso por banda larga admitiram
ter “adware” face a apenas 23 por cento com
acesso “dial-up”.
As actividades de risco potencial são o
“download” de ficheiros e serviços em redes
P2P, o acesso a sítios pornográficos ou os jogos
“on-line”. “Mas o que é mais alarmante é o
enorme universo de pessoas que lidaram com
problemas informáticos misteriosos mas não
têm qualquer ideia do que sucedeu”, refere
Fox. “Os utilizadores da Internet estão cada
vez mais frustrados e assustados por não con-
trolarem o seu uso.”
No entanto, esses mesmos utilizadores
são responsáveis por problemas causados pelo
“spyware”. Enquanto 49 por cento afiança que
este tipo de programas é uma “ameaça séria à
sua segurança ‘on-line’”, 79 por cento admite
não ler os acordos de utilização (“user agre-
ements”), onde se estabelece a autorização
personalizada para instalar programas de
“adware” e 20 por cento nem sequer se dá ao
trabalho de limpar os computadores infectados
com este tipo de programas.
O desconhecimento é um factor impor-
tante nesta questão. O trabalho cita o “Online
Safety Study”, revelado em Outubro passado
e realizado pela America Online (AOL) e pela
National Cyber Security Alliance, onde 53 por
cento dos inquiridos afirmou ter programas de
“spyware” ou “adware” nos seus computadores
— mas uma análise mais detalhada demons-
trou que ascenderiam a 80 por cento aqueles
que tinham este tipo de programas nos seus
computadores pessoais.
O resultado é visível no desempenho dos
computadores e um pouco mais de metade
dos inquiridos afirma ter notado um decrés-
cimo na velocidade dos seus PC — quase a
mesma percentagem dos que revelam terem
problemas e são obrigados a reinicializá-los
com frequência. Quase 60 por cento não sabe
a origem dos problemas e, daqueles que pro-
curaram ajuda externa, cerca de 28 milhões
de utilizadores norte-americanos acabaram
por pagar em média 129 dólares para resolver
esses problemas. ●
tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O

PT Wi-Fi oferece navegação gratuita na Web durante o Verão

Os assinantes dos serviços Sapo ADSL e Netcabo que
aderirem à promoção de Verão da PT Wi-Fi poderão,
nos três meses de Verão, usar gratuitamente os 718
“hotspots” espalhados pelo país e navegar sem custos
nas redes de operadores internacionais com os quais
a PT tiver acordos de “roaming”. Os referidos assinantes
usarão o seu “login” e a “password” para aceder aos
“hotspots” da PT Wi-Fi. Esta campanha tira partido
das sinergias do grupo para estimular o uso das
redes sem fios e facilitando o acesso à Internet nas
férias em Portugal e no estrangeiro. Rogério Canhoto,
administrador da PT Wi-Fi, acredita que, com esta
campanha, será possível ultrapassar algumas barreiras
ao uso dos acessos “wireless” em locais públicos,
verem o seu “mail” ou usarem o Messenger. O número
de portáteis com tecnologia Wi-Fi integrada está a
aumentar mas Rogério Canhoto diz também que as
vendas das respectivas placas PC Card estão a subir
muito; por outro lado, soma-se ainda a maior habituação
dos utilizadores à tecnologia Wi-Fi graças às redes
empresariais e académicas, bem como a crescente
instalação de redes sem fios nos lares. Para aumentar o
conhecimento da sua oferta, a PT promoverá acções de
Verão nos principais locais de passagem divulgando o
uso das redes “wireless”. Rogério Canhoto não adianta
expectativas de adesão a esta campanha nem revela o
número actual de utilizadores da rede Wi-Fi mas garante que
o tráfego e o número de assinantes tem crescido de forma

Samsung SSD sobretudo a nível de preços e de hábitos. A ideia é

que os clientes do Sapo e da Netcabo saiam de casa
com os seus portáteis para navegarem na Internet,
“muito consistente”. Mais deverá ter aumentado o número
de locais com “hotspots” da PT Wi-Fi, que já se elevam a 718,
esperando-se que chegue aos 850 até final do ano. ●

A
Samsung, um dos maiores fabricantes
mundiais de memória “flash”, está a prepa-
rar-se para atacar de frente os fabricantes
de discos rígidos com uma nova linha de
armazenamento de massa em tecnologia
de estado sólido. Denominados SSD (de Solid State Disk),
os discos que a empresa tem hoje em fase de protótipo
— e que poderá lançar no mercado já a partir do Verão
— podem revolucionar por completo o panorama dos
portáteis e dos Tablet PC.
Os primeiros discos que a Samsung lançará terão capaci-
dades até 16 GB, ainda abaixo das comuns nos portáteis
actuais — em regra, com um mínimo de 40 GB. Ainda
assim, estes discos podem vir a ser uma das característi-
cas mais desejadas por quem comprar um portátil novo
se o preço for razoável, uma vez que as vantagens são
muitas faces aos discos convencionais.
Em primeiro lugar, as unidades de SSD consomem muito
menos energia e geram menos calor, podendo, segundo
a Samsung, proporcionar até mais 10 por cento de tempo
de bateria que os seus congéneres convencionais. Isto
pode significar, em muitos casos, mais uma hora de
tempo de trabalho, o que fará muita diferença.
Depois, as unidades de estado sólido são mais resistentes
ao choque. Os portáteis actuais de topo de gama cos-
tumam dispor de sistemas sofisticados que detectam
situações de aceleração súbita, parqueando as cabeças
do disco para evitar perdas irreparáveis de dados. Ora um
disco de SSD dispensa este tipo de protecções.
Por fim, a Samsung diz que estas novas unidades pos-
suem tempos de acesso que são até 150 vezes superio-
res aos de um disco magnético. Embora esta afirmação
tenha que ser confirmada por testes independentes,
ainda assim, a verificar-se este valor, será um benefício
importante.
Em forma e aspecto, estas unidades serão idênticas aos
discos rígidos convencionais para fácil troca com aqueles.
Serão vendidas em duas dimensões: 1,8 e 2,5 polegadas,
como os discos magnéticos. A versão de 1,8” será comer-
cializada em versões de 4 e 8 GB, enquanto a de 2,5”
chegará a 8 e 16 GB.
A Samsung é o primeiro fornecedor mundial de circuitos
integrados para memórias “flash”, pelo que pode lançar,
sozinha, esta nova revolução. Ainda assim, devido aos
elevados preços deste tipo de memória, é natural que
os primeiros clientes para as SSD sejam os portáteis para
aplicações específicas, em que os utilizadores estejam
dispostos a pagar um valor adicional pela conveniência
de trabalhar exclusivamente em estado sólido. A empresa
cita a descida de 40 por cento nos preços das memórias
“flash” como prova de que, em breve, estas unidades
poderão estar acessíveis ao grande consumo.
Mesmo que a substituição dos discos rígidos tradicionais
por discos de estado sólido esteja ainda longe, a Sam-
sung aposta em que as memórias “flash” passarão cada
vez mais a ser incontornáveis nos sistemas de armazena-
mento dos portáteis. Recentemente, a empresa coreana
anunciou um disco rígido misto, com cerca de 1 GB de
memória “flash” a funcionar como “cache”. Desta forma, na
maior parte do tempo, os pratos do disco rígido poderão
estar inactivos, poupando assim energia e aumentando
a robustez. Estes discos serão, decerto, mais baratos que
os seus congéneres exclusivamente baseados em “flash”
e proporcionarão muitas das vantagens destes. Mas a
empresa já veio afirmar que, dentro de um par de anos,
já estará a comercializar os SSD de 100 GB. Nessa altura,
provavelmente, os discos rígidos nos portáteis terão os
dias contados. ●

Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital

S E G U N D A - F E I R A . 1 1 . J U L H O . 2 0 0 5 computadores .5
 virose
Microsoft sugere formas de contornar falha
Já na Virose da última edição falámos de uma nova falha
de segurança no Internet Explorer, para a qual a Microsoft
ainda não produziu um “patch”. A falha deve-se a um erro
num objecto COM, o Javaprxy.dll, e pode ser explorada por
um sítio na Web mal-intencionado e provocar corrupção da
memória num computador, permitindo a intrusos executar
código arbitrário e assumir o controlo do mesmo. Verificou-se,
entretanto, que a falha afecta mais versões do programa: as
5.01, 5.5, e 6.0.
A Microsoft sugere, por seu lado, algumas formas de contornar
esta falha: configurar as zonas de segurança da Internet e da
intranet local num nível de segurança alto; ou, então, desactivar
a opção de execução do referido objecto COM Javaprxy.dll. Esta
segunda alternativa só é possível de pôr em prática através da
edição do Registo do Windows — o que só deverá ser feito por
utilizadores com muita experiência.
Nova falha no Adobe Reader
A Adobe divulgou a existência de nova falha de segurança
no Adobe Reader em várias plataformas. A falha existe
especificamente na função UnixAppOpenFilePerform(), uma
rotina invocada pelo Adobe Reader para abrir documentos
contendo uma “tag” /Filespec. Dentro desta rotina, “sprintf” é
utilizado para copiar dados fornecidos pelo utilizador para
um “stack buffer” de tamanho fixo. Isto conduz a um “stack
overflow” e à execução de código arbitrário.
A empresa recomenda que os utilizadores do Adobe Reader
5.0.9 ou 5.0.10 a correr sobre os sistemas operativos
Linux ou Solaris os actualizem para o Adobe Reader
7.0. Para os utilizadores das mesmas versões do
programa a correrem sobre o AIX (o Unix da IBM)
ou o HP-UX, a empresa aconselha a actualização
para o Adobe Reader 5.0.11.
Falha em tecnologia
de compressão Zlib
Uma falha de segurança
descoberta numa tecnologia
de compressão de dados pode
pôr em risco de ataque muitos
computadores .6
OS VÍRUS DA SEMANA
programas. A falha, do tipo “buffer overflow”, encontra-se
na componente “zlib”. Utilizando um ficheiro especialmente
preparado para o efeito, um intruso pode assumir o controlo de
um computador ou fazer parar aplicações que utilizam o “zlib”.
Esta tecnologia é utilizada num grande número de aplicações
de código-fonte aberto mas também “proprietárias” para
comprimir e descomprimir dados — sendo incluída em muitas
distribuições de Linux e BSD. Também a consola de jogos Xbox,
da Microsoft, telemóveis e o OpenSSH a utilizam. Os produtos
ou tecnologias da Microsoft que usam o Zlib incluem o DirectX,
o FrontPage, o Internet Explorer, o Office, o Visual Studio e o
Windows Messenger.
A falha foi detectada na versão 1.2.2 do Zlib mas poderá afectar
versões anteriores, estando a ser preparada uma actualização,
a versão 1.2.3, para resolver o problema. Algumas distribuições
de Linux — Red Hat, Gentoo, SuSE, Debian, FreeBSD e Ubuntu
— já actualizaram as suas versões. ● JOSÉ DOUTIL
S E G U N D A - F E I R A . 1 1 . J U L H O . 2 0 0 5
Dia 11
VBS/Aqui, W32/Blurt@MM, WM/Alliance.A, W97M/Alamat,
W97M/Bablas.aj, WM/Eraser.A:Tw, W97M/AntiSocial.e,
WM/MERCY.B, WM/CVCK1.A, WM/JUNKFACE.A;B
Dia 12
WM/Eraser.A:Tw, WM/Envader.A (Intended), W97M/
Yous, W97M/Alamat, WM/Alliance.A, VBS/Aqui, W97M/
Cobra.a1
Dia 13
W97M/Cobra.a1, VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/Alphae, WM/
BADBOY.A;B;C, Twno.A, W97M/Rapmak.a, WM/BOOM.A;B,
W97M/Alamat, W97M/Yous, W97M/Digma, WM/FRIDAY.A,
WM/Envader.A (Intended), WM/CVCK1.B;E, WM/Eraser.A:
Tw, WM/Goldsecret.B:Int, WM/FRIDAY.D, W97M/Idea.A,
W97M/BackHand.A, WM/SHOWOFF.G
Dia 14
W32/SoftSix.worm, W97M/Class.B, W97M/Class.D,
W97M/Class.Q, WM/Eraser.A:Tw, WM/PHARDERA.C ;D
(INTENDED), W97M/Este, VBS/San@M, W97M/Yous, VBS/
Valentin@MM, W97M/Alamat, W97M/Ekiam, VBS/Aqui,
W97M/Cobra.a1
Dia 15
W97M/Cobra.a1, W32/Winur.worm.b, W32/Winur.worm.a,
VBS/Alphae, VBS/Zync, VBS/Aqui, W97M/Alamat, X97M/Anis,
W32/PetLil@MM, W32/Urick@MM, Tribute.A;B, W97M/Yous,
VBS/Count, W97M/Courage.a, WM/Theatre.A, WM/Eraser.A:
Tw, AOS.A, Habir.A, W97M/Jackal.A, X97M/Hopper.r, W97M/
Class.ed, JS/Gigger.a@MM, W97M/Fifteen.a
Dia 16
XM/Laroux.IC, WM/ERASER.H, WM/Eraser.A:Tw, W97M/
Yous, Tribute.A;B, WM/Concept.F;G;J, W97M/Alamat,
W97M/Cobra.a1, W97M/Cash, W97M/Akuma
Dia 17
W97M/Akuma, W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat,
W97M/Yous, VBS/Mantie.ow, W97M/Serpent, WM/
Eraser.A:Tw, Acid.A (intended), W97M/Jackal.A, W32/
Mypics.worm.25600
Terça, dia 12,
chegamos às
mudanças da Idade
Moderna
 Parlamento Europeu rejeitou
patentes de ‘software’
Votação expressiva e
sem precedentes pôs
fim ao longo debate
sobre patenteabilidade
dos programas
informáticos
ISABEL GORJÃO SANTOS*
OM 648 VOTOS CONTRA, 14
C
a favor e 18 abstenções,
o Parlamento Europeu
reprovou uma proposta
de directiva que possi-
bilitaria o registo de patentes de
“software”. A votação encerrou um
processo que envolveu três anos
de debate e inúmeras propostas
de alteração ao texto apresentado
pela Comissão Europeia. E opôs
algumas das principais empresas de
tecnologias aos defensores do “open
source” e às pequenas empresas de
“software”.
Entre os eurodeputados que vota-
ram contra a proposta de directiva
esteve Ilda Figueiredo, que defendeu
que “concentrar nas mão de poucos o
direito de criar ‘software’ traria limi-
tações muito graves à inovação”. Após
a votação, que teve lugar na passada
quarta-feira, a Comissão Europeia
comunicou que não irá apresentar
uma nova versão do documento.
Benita Ferrero-Walder, comissária
europeia para as Relações Exteriores,
salientou que a questão das patentes
“continuará a ser gerida pelos orga-
nismos nacionais, tal como até aqui”.
Falar de patentes de “software” é
a forma simples de referir a proposta
de directiva relativa à patenteabili-
dade das invenções desenvolvidas em
computadores ou a eles destinados. A
diferença está no facto de não se con-
siderar o “software” de forma isolada,
mas associado a uma máquina ou a
uma invenção que necessita desse
“software” para funcionar.
Esta foi a primeira vez que o Par-
lamento Europeu rejeitou um texto
em segunda leitura num processo
de co-decisão. Até agora, apenas o
tinha feito à terceira leitura, o que
denota a controvérsia em torno da
proposta de directiva apresentada.
Aliás, o número de alterações pro-
postas era também muito elevado,
o que contribuiu para que a votação
fosse tão esmagadora.
A primeira versão do texto fora
apresentada pela Comissão Euro-
peia em 2002, tendo sido introduzidas
várias alterações pelo Parlamento
Europeu em Setembro de 2003. Em
Março deste ano, o Conselho Europeu
aprovou uma posição comum que
anulou grande parte dessas modi-
ficações, mantendo-se a proposta
inicial. A versão agora votada incluiu
algumas alterações propostas pelo
relator Michel Rocard, introduzindo
limitações à patenteabilidade do “sof-
tware” (ver cronologia).
Grandes empresas apoiaram
a directiva
Do lado de quem apoiou a directiva
estiveram, desde sempre, as principais
empresas do sector, como a Microsoft,
Nokia, Siemens, Alcatel, Ericsson
e Philips. Estas pronunciaram-se
através da Associação conservar a sua posição no
GERARD CERLES/AFP PHOTO
Europeia da Indústria mercado”. E acrescentou
das Tecnologias da que, se a legislação agora
Informação e das Tele- proposta já existisse nos
comunicações (EICTA, anos 80, muitas das princi-
na sigla inglesa). pais empresas do sector não
Todas consideraram teriam chegado a sê-lo.
que as patentes de “Com a protecção dos
“software” são impor- direitos de autor, uma
tantes para preservar empresa sabe que, se
os seus produtos de desenvolver um programa
eventuais apropria- de ‘software’, sem copiar
ções, ao contrário de nada, pode comercializá-
algumas empresas lo livremente. Com as
de menor dimensão patentes, pode existir um
ou do movimento pelo “software” de também não impossibilitou a existên- pedaço do programa que se encontre
código-fonte aberto (“open source”), cia dessas patentes, uma vez que os patenteado”, diz João Miguel Neves,
que encaram as patentes como um Estados-membros podem reconhecer que acredita que, se uma empresa se
entrave à inovação. (ou não) as patentes registadas no vir envolvida num processo judicial
Nas vésperas da votação, a Instituto Europeu de Patentes. Tudo por violação de patentes, “mais vale
EICTA enviou aos chefes de Governo continua como antes, o que parece ter fechar as portas, pois os custos de
dos diversos Estados-membros uma sido considerado o “mal menor”. litigação são muito elevados”.
carta em que salientava a importân- A Fundação para uma Infra-
cia da patenteabilidade das invenções Votação satisfez estrutura de Informação Livre (FFII)
desenvolvidas em computador ou a associações do sector emitiu também um comunicado
eles destinados. Rudy Provoost, pre- Em Portugal, diversas associações do onde considera que a decisão do Par-
sidente da EICTA e “chief executive sector mostraram-se satisfeitas com lamento Europeu representa “uma
officer” (CEO) da Philips, considerou a rejeição da proposta de directiva. grande vitória para aqueles que
ser “um mito pensar que a directiva “Esta votação é um bom sinal para as fizeram campanha para assegurar
favorece as grandes empresas em empresas portuguesas de ‘software’, a inovação e a competitividade na
detrimento das pequenas”. Serge uma vez que a patenteabilidade só Europa, defendendo-a da ameaça da
Tchuruk, CEO da Alcatel, salientou tem interesse para as que assentam patenteabilidade do ‘software’”.
que as empresas “necessitam de poder na exportação. Em Portugal, essas
proteger as suas inovações de forma empresas não deverão chegar aos Juristas apontam
a manterem a sua liderança em sec- dedos de uma mão”, disse Manuel prós e contras
tores de alta tecnologia, como o das Cerqueira, presidente da Associação Patrícia Akester, professora de
telecomunicações”. A mesma ideia foi Portuguesa de Software (Assoft). Con- Direito na Universidade de Cam-
defendida por Carl-Henric Svanberg sidera este responsável que a actual bridge (Reino Unido) e na Universi-
(CEO da Ericsson), Jorma Ollila legislação é suficiente e protege os dade Católica, em Lisboa, e autora do
(Nokia), Gerard Kleisterlee (Philips) direitos dos autores: “As grandes livro “O Direito de Autor e os Desafios
e Klaus Kleinfeld (Siemens). empresas já possuem uma série de da Tecnologia Digital”, acompanhou
Mas, no dia seguinte à votação, a patentes que trocam entre si, sem o processo que levou à reprovação da
EICTA emitiu um outro comunicado cobrar direitos.” proposta de directiva sobre patentes
em que afirmou acolher “com satisfa- A Associação Nacional para o de “software” e aborda a questão de
ção” a decisão do Parlamento Europeu Software Livre (Ansol) expressou duas formas.
porque, desta forma, manteve-se a de forma determinada o seu apoio Por um lado, considera que a
legislação sobre patentes que existe à decisão do Parlamento Europeu. directiva poderia eliminar algumas
hoje nos 25 Estados-membros: “Esta Pouco depois da votação colocava no ambiguidades que levam a que este
decisão assegura que todas as empre- seu “site” um comunicado de agra- assunto seja tratado de forma dife-
sas europeias de novas tecnologias decimento aos eurodeputados “por rente de estado para estado. E porque
continuarão a beneficiar de um alto terem salvo a Europa das patentes o Instituto Europeu de Patentes não
nível de protecção de patentes.” de ‘software’ rejeitando a proposta do está integrado na União Europeia,
A votação não aprovou uma direc- Conselho de Ministros da UE”. João algumas das suas decisões podem
tiva que abriria portas às patentes de Miguel Neves, seu presidente, consi- ser invalidadas por tribunais nacio-
“software” em toda a Europa comuni- derou que, a ser aprovada, a directiva nais. Uma patente que é protegida
tária, como era desejado por algumas beneficiaria as grandes empresas de num Estado pode não sê-lo noutro
das maiores empresas do sector, mas “software” “porque lhes permitiria — ambiguidade que não existe, por
exemplo, nos direitos de autor, que
se encontram devidamente assegu-
Cronologia de uma Directiva polémica rados, há já alguns anos, desde que
a Directiva comunitária 91/250/EEC,
1997 – “Livro Verde” da patente comunitária dá origem à proposta de directiva de 14 de Maio de 1991, foi transposta
sobre a patenteabilidade das “invenções implementadas em computador”. para os quadro jurídicos nacionais.
1999 – A Comissão Europeia declara prioritária a adopção de medidas de Por outro lado, Patrícia Akester
harmonização para a protecção destas invenções. diz que reprovação da proposta de
Fevereiro de 2002 – A Comissão Europeia apresenta uma proposta de directiva também não constitui pro-
directiva para a patenteabilidade do “software”. blema de maior: “Mal não ficamos,
Setembro de 2003 – Após adiar por várias vezes a discussão e votação pois o direito de autor protege os
da Directiva, o Parlamento Europeu aprova um texto que introduz programas de computador, tal como
diversas alterações à proposta da Comissão, limitando efectivamente as acontece com as obras literárias e pro-
possibilidades de registo de patentes de “software”. longa-se por toda a vida dos autores e
Setembro de 2004 - Presidência holandesa da União Europeia adia mais 70 anos”.
ratificação da Directiva face às reservas de vários países-membros. Também o advogado Manuel
Fevereiro de 2005 - Comissão dos Assuntos Legais do Parlamento Lopes Rocha, especialista em direitos
Europeu aconselha a Comissão a reescrever a Directiva. de autor e de propriedade intelectual,
Março de 2005 - Conselho Europeu aprova texto da Directiva reconduzida salientou a Computadores as diferen-
pela Comissão. tes soluções que podem ser adoptadas
5 de Julho de 2005 - Parlamento discute proposta de Directiva com alterações de país para país e considera que “a
propostas pelo relator Michel Rocard, que reintroduziam as limitações à directiva era importante para unifi-
patenteabilidade do “software”.As várias posições apresentadas não permitem car o Direito” — e que esta foi “mais
vislumbrar claramente o resultado da votação marcada para o dia seguinte. uma das decepções que a Europa vem
6 de Julho de 2005 - Parlamento rejeita maciçamente a Directiva, com 648 acumulando”. ●
votos contra, 14 a favor e 18 abstenções. ●
*com Fátima Caçador / Casa dos Bits
S E G U N D A - F E I R A . 1 1 . J U L H O . 2 0 0 5 computadores .7
computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 1 1 . J U L H O . 2 0 0 5
 .com
Sendo fecha as portas…
O fabricante de telemóveis Sendo, de origem britânica, declarou
falência na semana passada. Criada em 1999 no Reino Unido por
Hugh Brogan e tendo depois alargado as suas operações ao resto
da Europa, à Ásia e às Américas, iniciou em 2000 uma presença no
mercado orientada para dois eixos: por um lado, a disponibiliza-
ção dos primeiros telemóveis equipados com o sistema operativo
SmartPhone, da Microsoft (também verdadeiros computadores
de bolso graças a esta variante móvel do Windows); por outro, a
especialização nos telemóveis de baixo custo fabricados em res-
posta aos requisitos dos operadores móveis de telecomunicações
em cada país. Em 2004, a empresa vendeu cerca de 5 milhões de
terminais e facturou 420 milhões de dólares, o que não a salvou do
agravamento da crise financeira com que se debatia e que culmi-
nou com a falência. A parceria com a Microsoft foi abruptamente
interrompida em 2002, nas vésperas do anunciado lançamento
do seu modelo Z100, baseado no Windows Smartphone 2002
— ruptura a que talvez não tenha sido estranho o anúncio de que
a Sendo passaria também a fabricar “smartphones” para a Nokia
baseados na respectiva plataforma da série 60, assentes no sistema
operativo Symbian, grande rival do Windows Smartphone. ●
… e vende sector de I&D à Motorola
O sector de investigação e desenvolvimento (I&D) da Sendo, bem
como os seus activos de propriedade intelectual, foram entretanto
adquiridos pela Motorola, no final da penúltima semana. No
âmbito deste acordo, a maioria dos quadros da Sendo quer no
Reino Unido quer em Singapura serão transferidos para a Motorola
— património que abrange 90 patentes (40 das quais ainda pen-
dentes) e que a empresa norte-americana considera “importante”
e cuja aquisição “se enquadra numa política de fortalecimento da
liderança da Motorola na concepção e distribuição de serviços
móveis”. A equipa de I&D da Sendo incluía cerca de 200 engenhei-
ros, dos quais 170 em Birmingham, no Reino Unido, e os restantes
30 em Singapura. Ron Garriques, presidente da Motorola Mobile
Devices, mostrou-se “extremamente satisfeito”: “A Motorola tem
registado um enorme sucesso na Europa nos últimos 18 meses,
que se deve em grande parte ao compromisso que a empresa
assumiu de disponibilizar aos seus clientes serviços com uma
óptima relação custo/benefício. A integração da nova equipa é
vital para a continuidade deste compromisso.” A Motorola não
adquiriu o negócio principal da Sendo nem herdará “relações de
produção e distribuição, capital, inventários de telemóveis, escri-
tórios e obrigações financeiras”. ●
CA adquire Tiny Software
A Computer Associates (CA) anunciou a aquisição da Tiny Software,
que desenvolve tecnologia de segurança para computadores e servi-
dores com sistema operativo Windows, como a solução Tiny Personal
Firewall.Os detalhes financeiros da compra não foram divulgados mas
ela vem aumentar os recursos da CA para a gestão de riscos. Esta tem
vindo a investir em soluções de antivírus,“anti-spam” e “anti-spyware”.
A CA continuará a comercializar as soluções da Tiny Software de forma
autónoma enquanto não proceder à sua integração no seu portfólio
de “software” eTrust Integrated Threat Management.“Esta aquisição
vai ao encontro da estratégia da CA de fornecer as melhores soluções
globais de gestão de ameaças”, considerou Eduardo Penedos, gestor
para o canal de distribuição da CA Portugal.“A CA tornou-se o parceiro
de eleição para organizações de todas as dimensões à medida que
estas anseiam proteger a informação crítica e os sistemas de ameaças
cada vez mais complexas e diversificadas”.Comercializados através da
Web e de uma rede de revendedores, os produtos da Tiny Software
são utilizados em todo o mundo. Esta lançara recentemente o Tiny
Firewall 64, uma “firewall” nativa e solução de protecção de sistemas
para o sistema operativo Windows de 64 bits. ●
Primavera cresceu 30 por cento
O volume de negócios da empresa portuguesa Primavera Sof-
tware subiu 30 por cento no primeiro semestre deste ano face
igual período de 2004, para cerca de 4 milhões de euros — anun-
ciou a empresa de aplicações de gestão na passada semana. Em
comunicado, fez saber que as exportações para os países afri-
canos de língua portuguesa (PALOP) haviam sido multiplicadas
por 2,7 vezes neste primeiro semestre e que, para o crescimento
verificado, contribuíram as apostas feitas nos últimos dois anos,
nomeadamente em nichos de mercado como a construção civil.
A Primavera Software apontou como seu objectivo para 2005 um
crescimento de 10 por cento da facturação, meta que, apesar do
bom crescimento do primeiro semestre, não considera garantido.
Além de Portugal, esta empresa com sede em Braga está presente
em Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau, tem 115 tra-
S E G U N D A - F E I R A . 1 1 . J U L H O . 2 0 0 5
balhadores e cerca de 35 mil clientes, nos quais mais de 100 mil
utilizadores das suas aplicações de gestão. ●
Panda cresce 35 por cento
em Portugal
A Panda Software, que desenvolve “software” antivírus, cresceu 35 por
cento no mercado português durante os três primeiros meses do ano.
Esta marca espanhola, representada em exclusivo pela Eurocarisma,
atingiu assim um novo recorde de vendas, que sucede a um cresci-
mento de 50 por cento, em 2004. Ruben Dias, director-geral da Panda
Software Portugal,considerou que este é um resultado“extremamente
gratificante para toda a equipa”.A Panda Software tem vindo a investir
no segmento empresarial e, em Portugal, possui uma carteira de clien-
tes de que fazem parte as OGMA, a Soares da Costa, a ThyssenKrupp,
a Delta Cafés, a Recer e o grupo ISG. A empresa procedeu, nos últimos
meses, a uma reestruturação completa do seu sistema de suporte e
serviços, investindo na contratação e qualificação dos seus recursos
humanos. “A aposta na certificação técnica em Linux e a constante
reciclagem de todos os colaboradores são pilares essenciais para o
desenvolvimento da Panda”,afirmou Ruben Dias. ●
Mais 50 por cento de compras
no PMElink.pt
O PMElink.pt,o portal de comércio electrónico detido pelo Banco Espí-
rito Santo, pela Caixa Geral de Depósitos e pela Portugal Telecom, con-
cluiu o exercício do primeiro semestre de 2005 com um crescimento
de 50,76 por cento ao nível do número de compras face ao mesmo
período do ano passado. O crescimento registado, de 12.460 compras
para 18.785,representa uma média superior a 151 compras por cada dia
útil.No primeiro semestre deste ano,este portal serviu de intermediário
a vendas entre empresas num total de 6,224 milhões de euros, o que
corresponde a um crescimento de 36,12 por cento quando comparado
com o período homólogo de 2004, no qual foi registado um volume
de vendas na ordem dos 4,573 milhões de euros. O PMElink.pt prevê
concluir o exercício de 2005 com 13,5 milhões de euros de valor inter-
mediado, o que representa um crescimento de quase 30 por cento
face ao período homólogo.Em 2004,o portal de negócios intermediou
vendas no total de 10,5 milhões de euros. ●
computadores .9
 JOGOS
Um mundo de possibilidades
“GRAND THEFT AUTO” IMPÔS-SE, DESDE LOGO, PELO SEU
CARÁCTER DIFERENTE DE TUDO O QUE A RODEIA. PASSADOS
MUITOS ANOS — E MUITOS JOGOS DEPOIS —, CONTINUA
A IMPOR REGRAS NO MUNDO DOS VIDEOJOGOS. MEIO ANO
APÓS A ESTREIA EM EXCLUSIVO NA PLAYSTATION 2, “SAN
ANDREAS”, A MAIS RECENTE APOSTA DA SÉRIE “GTA”, CHEGA
AO PC E À XBOX, PROMETENDO ALARGAR AINDA MAIS A
LEGIÃO DE FÃS.
‘Grand Theft Auto: San Andreas’
A série “Grand Theft Auto” (“GTA”) caracterizou-se, logo
de início, por ser politicamente incorrecta. O herói é um
marginal, as missões a cumprir são criminosas, violentas
e amorais — e o sucesso foi imediato. Na altura, não havia
gráficos 3D nem efeitos espectaculares mas um sistema
de jogo que permite ao jogador vaguear por cidades, a pé
computadores .10
ou usando variados meios de transporte, e escolher o que
quer fazer (cumprir missões, passear, etc.), quebrando a
rotina de jogos encadeados e com sequência pré-progra-
mada.
Claro que a liberdade é ilusória, pois tudo é finito; mas
os imensos mapas, as variações e as decisões que estão do
lado do jogador são tantas que um eventual objectivo final
poderá nunca existir.
Este trunfo foi sendo desenvolvido ao longo dos vários jogos:
mapas cada vez maiores, meios de transporte mais variados,
missões mais diversificadas e toneladas de truques e espaços
escondidos incentivam o jogador a transportar-se para o inte-
rior do universo “GTA” e a ficar por lá uma eternidade. “San Título “Grand Theft Auto: San Andreas”
Andreas” não foge à regra, com todos estes componentes a serem
influenciados pelo factor “ainda mais” em todos os aspectos.
Estilo Acção 9
/10
Plataforma PC e Xbox
Quando foi anunciado “San Andreas”, a expectativa foi
Produtor Rockstar
tão grande como o temor de não ser mais do que um “Vice
City” — o episódio anterior e o maior êxito até então — em Distribuidor Infocapital
versão revista. Edição Junho 2005
S E G U N D A - F E I R A . 1 1 . J U L H O . 2 0 0 5

Mas, mal saiu a versão para a PlayStation 2 (PS2), per-
cebeu-se que era isso mas mais ainda — provando que a
capacidade de inovação e desenvolvimento de “GTA” não se
esgotara. Agora, com a chegada ao PC (em versão de teste)
e à Xbox, não há novidades assinaláveis, a não ser mais
alguns veículos e objectos. Por isso, quem já explorou todos
os becos e avenidas do mapa de “San Andreas” na consola
da Sony não precisa de investir na outra plataforma.
Aliás, o jogo padece exactamente do problema de ter
sido desenvolvido primeiro para a PS2 e agora ter sido
convertido. Ainda por cima, a base técnica
é a mesma de “GTA3”, que já tem quatro MIGUEL
anos — e isso nota-se a nível de grafismo e
fluidez, em que se esperaria mais, tendo em conta a capa-
cidade de um PC médio actual.
Mas não é por isso que “San Andreas” é menos válido.
Para começar, o mapa-base é o maior de sempre, ao ter não
uma cidade mas um “estado” inteiro com três cidades —
mimetizadas a partir de Los Angeles (Los Santos), San Fran-
cisco (San Fierro) e Las Vegas (Las Venturas), com vários dos
seus “ex-libris” reproduzidos com grande fidelidade.
A história, em ambiente do início da década de 90 do
século passado, tem como herói Carl Johnson (CJ), que
volta a Los Santos para o funeral da mãe. Inicia-se aqui
uma busca para descobrir quem terá cometido o crime, em
que CJ voltará a encontrar o seu antigo “gang”, Groove
Street, então já decadente. Após ter recuperado — junta-
mente com o irmão mais velho e uns amigos — o respeito
do “gang”, há que reconquistar a cidade aos outros bandos.
Para isso, por exemplo, há que ir às várias lojas de
roupa e escolher entre as dezenas de peças existentes
para se vestir a rigor. Para ganhar forma física, pode ir-
se aos ginásios, onde há várias máquinas de exercício e
se pode aprender artes marciais; para melhorar o visual,
visita-se os cabeleireiros ou faz-se tatuagens; para ter
ainda mais estilo, pode fazer-se “tuning” aos carros.
Com visão na terceira pessoa, misturada com a condução
de dezenas de veículos, ‘Grand Theft Auto: San
CRESPO Andreas’ é um jogo com muito realismo ao
nível da forma de agir e manter a personagem
— para recuperar força, há que ir comer ao restaurante, por
exemplo; mas, se se abusar na gordura, engorda-se…). Na
parte da condução, há notórias melhorias e também uma
imensidão de veículos, de bicicletas a helicópteros, passando
por motas, carros, barcos ou aviões.
Destaque obrigatório para a portentosa banda sonora,
como sempre vasta, variada e muito boa — mas que, como
é habitual, pode ser substituída pelas próprias músicas do
jogador, “transformadas” numa rádio privada.
Por fim, a história: é impressionante como, com uma
narrativa tão seccionada, ela é tão coerente e atraente, ao
que muito ajuda a qualidade das locuções. E há sempre
uma imensidão de truques e minijogos para descobrir,
nesse verdadeiro mundo chamado “San Andreas”. ●
S E G U N D A - F E I R A . 1 1 . J U L H O . 2 0 0 5
dica
Atribuir atalhos
de teclado a estilos
no Word, da Microsoft
No Word, se se usar estilos variados com muita
frequência num mesmo documento, pode
tornar-se aborrecido ter que ir constantemente
ao menu dos Estilos, na barra de ferramentas,
desenrolá-lo e escolher o estilo pretendido.
Todo este trabalho poderá ser eliminado se se
associar um atalho de teclado a cada um dos
estilos mais frequentemente utilizados.
No Word 2002 (o Word do Office XP), é o
seguinte o procedimento para criar estes
atalhos: no menu Formatar, escolhe-se o
comando Estilos e Formatação, o que faz abrir
o Painel de Tarefas no lado direito da janela
do programa, ao alto. Neste, na área “Escolha
a formatação a aplicar”, dá-se um clique com
o botão direito do rato sobre o estilo a que se
quer associar um atalho de teclado.
A seguir, no menu de contexto que se abre,
escolhe-se o comando Modificar, que faz abrir
a janela Modificar Estilo. No canto inferior
esquerdo desta janela, carrega-se no botão
Formato, que faz abrir mais um menu, onde se
escolhe o comando Tecla de Atalho.
Isto faz abrir mais uma janela, Personalizar o
Teclado — onde, no campo “Nova tecla de
atalho”, se introduz a(s) tecla(s) que se quer
passar a usar. O programa, no caso de se
introduzir uma associação de teclas, escreve-
as separadas por sinais “+”, como se pode ver
na imagem. Ao mesmo tempo, ele verifica se
o atalho já está a ser utilizado, assinalando tal
facto no campo “Actualmente atribuída a”.
Esta configuração pode ser guardada no
modelo “Normal” ou dentro do documento em
utilização. A seguir, carrega-se no botão Atribuir;
por fim, carrega-se em Fechar e depois em OK.
No Word 2000 (a versão anterior do processador
de texto do Office, da Microsoft), o processo
era ligeiramente diferente: no menu Formatar,
escolhe-se o comando Estilo. Na janela que
se abre, na área Estilos selecciona-se o estilo
pretendido e carrega-se no botão Modificar, o
que faz abrir a janela Modificar Estilo. No canto
inferior direito desta janela, carrega-se no botão
Tecla de Atalho. Na janela Personalizar o Teclado,
o procedimento é igual ao efectuado no Word
2002.
Para aplicar um estilo a que se associou uma
tecla de atalho, basta colocar o cursor no(s)
parágrafo(s) que se quer alterar e, a seguir,
teclar a tecla (ou o conjunto de teclas) definida
para o estilo. ● JOSÉ DOUTIL
computadores .11
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